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1-Apostila Prática de Dislexia

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1 
D​i​s​l​e​x​i​a
Transtorno específico de leitura 
CID-10: F81.1  
Apostila Prática 
ABRIL 2020 
 
 
2 
Esta apostila é fonte de pesquisa e estudos, produzida pelas                   
psicopedagogas e neuropsicopedagogas Andréia Torquato e Zilcléia Alves.  
Contém atividades práticas para serem aplicadas em sala de aula e em seu                         
consultório. 
Importante observar que as palavras são instrumentos que permitem-nos                 
acender em nossas vidas bases de dados de conhecimentos, exprimir                   
ideias e conceitos e assim aprender novos conceitos. 
Explore este material com seus alunos e aprendentes! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 Sumário 
 
A – CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 6 
Treinamento 1 7 
Treinamento 2 7 
Treinamento 3 8 
Treinamento 4 9 
Treinamento 5 10 
Treinamento 6 11 
Treinamento 7 11 
Treinamento 8 12 
B – ATENÇÃO E MEMÓRIA AUDITIVA 13 
Treinamento 1 13 
Treinamento 2 14 
Quando a dificuldade ortográfica tiver uma regra a ser seguida, esta deve ser 
mencionada é repetida várias vezes. 15 
Deve ser ensinada apenas uma regra por vez. 15 
SUGESTÕES PARA O TRABALHO COM A ORTOGRAFIA 18 
O IMPORTANTE É QUE AO JOGAR, A CRIANÇA E O ADULTO LEIAM EM VOZ ALTA O 
QUE ESTÁ NAS CARTELAS. 18 
Treinamento 1 19 
Treinamento 2 20 
Treinamento 3 21 
Treinamento 4 22 
Treinamento 5 23 
Treinamento 6 24 
Treinamento 7 24 
APRENDER DE FORMA ATIVA 33 
MANTER UMA ATITUDE POSITIVA 34 
CONSOLIDAR SEUS CONHECIMENTOS 34 
ANOTAR AS TAREFAS 35 
 
4 
RECONHECER SUAS DIFICULDADES 35 
ORDENAR AS IDEIAS 36 
REVER SEMPRE AS ANOTAÇÕES 37 
V- SUGESTÕES PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM 37 
EXPLORAR A MELHOR VIA PARA O APRENDIZADO 37 
UTILIZAR A MELHOR VIA 38 
SEQUENCIAR FATOS 38 
REVISAR INTENSAMENTE 39 
IDENTIFICAR OS PONTOS IMPORTANTES 39 
ANALISAR PALAVRAS 40 
UTILIZAR O QUE JÁ FOI ADQUIRIDO 40 
ELABORAR UM PLANO 40 
AMBIENTE DE TRABALHO 40 
ORIENTAR A REDAÇÃO 41 
ABORDAR O TEMA PASSO A PASSO 42 
O TEXTO DEVE SER APRESENTADO ANTECIPADAMENTE 43 
USAR FRASES CURTAS E ILUSTRAÇÕES 43 
CAMPO DE TRABALHO 43 
FAZER AUTOAVALIAÇÃO 44 
REQUISITOS QUE O PROFESSOR DEVE OBEDECER PARA LIDAR BEM COM O 
DISLÉXICO 44 
CONSELHO PARA OS PROFESSORES 45 
VII – INCENTIVOS PARA A CRIATIVIDADE 45 
ESTIMULAR A ESCRITA 45 
EXPLORAR UM ASSUNTO 46 
DESCREVER UMA GRAVURA 47 
FAZER COLAGENS 47 
TRABALHAR O TATO 48 
TREINAR A GRAMÁTICA 48 
PARA REFORÇAR O APRENDIZADO DOS NUMERAIS DE 0 A 9 50 
PARA AUXILIAR NA CONTAGEM 51 
LÍNGUA ESTRANGEIRA 52 
INICIAÇÃO MUSICAL 53 
ANOTAR PRIORIDADES 53 
FAZER FICHAS COM O VOCABULÁRIO 54 
 
5 
TER EM MÃOS UM GLOSSÁRIO 54 
COPIAR DA LOUSA 54 
CORRIGIR TAREFAS 55 
CONCEDER UM TEMPO SUPLEMENTAR 55 
ESTIMULAR RACIOCÍNIO 55 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 60 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 62 
JOGO Gato Mia 70 
BRINQUEDO 71 
BRINCADEIRAS 71 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 72 
Treinamento 5 Expressões fixas 82 
A Rita está em maus lençóis. 83 
O Pedro nem sabe de que terra é. 83 
Está-me a chegar a mostarda ao nariz! 83 
O Pedro explodiu de raiva. 83 
A Rita tem uma língua afiada. 83 
Treinamento 6 83 
Charada 83 
1.Sou um tipo de papagaio bem colorido e estou ameaçado de extinção. Quem sou 
eu? 84 
2. Sou mamífero e meu pelo é listrado. Apesar de parecer com muitas da minha 
espécie, não somos todas iguais. 84 
3. Sou anfíbio, coloco ovos e dizem que se ganhar um beijo viro príncipe. Quem sou 
eu? 84 
4.Sou o macho da galinha. Lá no galinheiro, quem manda sou eu. 84 
5.Sou pequeno e quando me ameaçam viro uma bola. 84 
6. Sou mamífero e adoro um pasto bem verdinho, em compensação meu leite é bem 
branquinho. 84 
7. Vivo na água desde que nasci, sou um mamífero e por isso tenho que subir na 
superfície para respirar. 84 
 
6 
8. Não tenho orelhas, adoro comer peixe. Se querem me ver feliz é só colocar uma 
bola no meu nariz. fogo – feijão – Fernanda – figo - fogão 84 
9. É fácil saber quem sou, pois adoro bananas 84 
10. Costumo voar bem alto e em círculos. Sou conhecido como lixeiro da natureza, 
pois adoro comer restos de animais. 84 
11. Sou pequenino e posso causar doenças. Vivo fugindo de gatos e adoro um bom 
pedaço de queijo. 84 
12. Tenho cerca de 80 dentes na boca, como carne e tenho um rabo grande, que uso 
para me defender. Adoro tomar sol. 84 
casa canteiro Paulo bloco pato régua prato manta 96 
calo carvão parvo belo pago relva preta manga 96 
capa porteiro pargo blusa preta rola praça minta 96 
mala cartão parque bloqueio pala recta prata manjerico 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Consciência Fonológica 
Leitura – Redação – Dislexia 
Sugestões para um Melhor Desempenho 
Ruth Soares Bicudo 
 
I – HABILIDADES BÁSICAS 
A – CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
Tendo em vista a importância hoje reconhecida da contribuição 
positiva do desenvolvimento adequado da Consciência Fonológica e 
Fonêmica na aprendizagem da leitura e escrita, apresentamos aqui 
vários exercícios com esse objetivo. 
 
8 
Treinamento 1 
A criança é solicitada a ouvir a palavra, repeti-la marcando as sílabas com 
palmas e, em seguida, dizê-la omitindo a primeira sílaba. 
 
A Combater Janela Recorte 
B Mulata Tormenta Macaco 
C Bordado Regente Calouro 
D Panela Mamadeira Almofada 
 
Treinamento 2 
A ordem agora é que seja omitida a segunda sílaba. 
A Caderno Semente Cadeira 
B Sorvete Careta Retrato 
C Lagosta Tomada Melado 
D Bancada Sacola Natação 
Treinamento 3 
A ordem agora é que seja omitida a última sílaba. 
 
9 
 
A Marcada Ralada Cometa 
B Cabelo Valeta Mulata 
C Caçador Bolacha Galocha 
D Convidado Calçada Trombada 
 
 
 
 
 
Treinamento 4 
A ordem é para que a criança repita a palavra ouvida batendo palmas em 
cada sílaba e depois substitua a sílaba indicada. 
COMIDA 
SUBSTITUA ​DA POR ​LÃO 
DRAMA 
SUBSTITUA ​DRA POR ​GRA 
FOLHA 
SUBSTITUA ​FO POR ​PI 
 
10 
CABEÇA 
SUBSTITUA ​ÇA POR ​LO 
SAMBA 
SUBSTITUA ​SAM POR ​BOM 
SALADA 
SUBSTITUA ​LA POR ​CA 
CARTEIRO 
SUBSTITUA ​CAR POR ​POR 
MOLHADO 
SUBSTITUA ​LHA POR​ FA 
CHAVE 
SUBSTITUA ​VE POR ​PA 
PAPEL 
SUBSTITUA ​PEL POR​ TO 
Treinamento 5 
A criança deve ouvir a palavra, repeti-la e, em seguida, dizê-la invertendo a 
ordem das sílabas. 
 
A Pato Cama Boca Vela 
B Bolo Pata Taba Cedo 
 
11 
C Lata Laca Toca Leva 
Treinamento 6 
A ordem é que a criança ouça a série de cinco palavras e repita apenas 
aquelas que começarem com o mesmo som. 
 
A Nata Tinta Água Nova Dois 
B Todo Cola Turma Gato Não 
C Cabe Goma Bela Galo Sino 
D Faca Navio Fome Piano Lona 
E Noiva Pato Piada Sono Terno 
F Mola Seda Dono Gota Mundo 
Treinamento 7 
A ordem é que a criança após ouvir a série de cinco palavras e repita apenas 
aquelas que rimam. 
A Café Mola Água Rapé Bola 
B Tubo Farol Medo Anzol Tatu 
C Vida Dança Bobão Disco Botão 
 
12 
D Caqui Sino Aqui Fome Vara 
E Tosse Cipó Loto Bode Pó 
F Café Mola Água Rapé Bola 
Treinamento 8 
A ordem é a mesma do exercício anterior. 
A Barbudo Maluco Parafuso Barrigudo 
B Cavalo Favela Amarela Vassoura 
C Linguiça Preguiça Revista Convida 
D Festival Vizinha Carnaval Violão 
E Farofa Chaveiro Caveira Tintureiro 
F Barbudo Maluco Parafuso Barrigudo 
 
B – ATENÇÃO E MEMÓRIA AUDITIVA 
Treinamento 1 
 
 
É redonda, pode ser feita de borracha, plástico, lã e serve para 
 
13 
A jogar. 
B 
É afiada, pontuda e serve para cortar. 
C Pode ser quadrado, redondo ou retangular. Tem ponteiros que 
marcam as horas, minutos e segundos 
D 
Pode ser de couro, de plástico ou tecido e usamos nos pés. 
E 
 Pode ser de ferro, metal e é usada para abrir portas, cofres e 
carros. 
F 
Geralmente é feito de papel, tem várias páginas com letras 
impressas e figuras também. Serve para ler e estudar. 
E 
Pode ser de plástico, madeira ou metal e serve para pendurar 
roupas. 
G 
 Pode ser de plástico, madeira e serve para traçar linhasretas. 
H 
Tem lentes de aumento e nos ajudam a enxergar melhor. 
 I 
Pode ser feito de pedras, pérolas, contas e usamos no pescoço. 
 
Treinamento 2 
Ao ouvir as frases, uma a uma, a criança deve completá-las com as palavras 
adequadas. 
A A cor do leite é _____________ e a do suco de tomate é _____________. 
 
14 
B O cabelo da vovozinha bem velhinha é _____________. 
C Escutei o _____________ do seu cachorro ontem. 
D João queimou o dedo no _____________. 
E O _____________ forte derrubou as árvores podres. 
F A _____________ alagou o parque. 
G As galinhas botaram muitos _____________. 
H Vou comprar uma fantasia para dançar no _____________. 
I O menino arrebentou as _____________ do violão. 
J Ficou escuro porque a _____________ do abajur queimou. 
K Ele está descalço porque perdeu os _____________ na chuva. 
L Tome a sopa com a _____________. 
M Ela está doente, precisa tomar _____________. 
N 
Vou arrumar a _____________ para viajar. 
 
II – ORTOGRAFIA 
 
15 
O ensino da ortografia é cheio de complexidades e o seu domínio 
é bastante difícil. 
Inicialmente, é necessário que as letras sejam apresentadas com 
seus nomes e sons para serem identificadas. Deve ser enfatizada a 
existência de vogais e consoantes. A fim de facilitar o reconhecimento 
das vogais, podemos escrevê-las em verde, enquanto as consoantes 
podem ser grafadas de preto. 
Dependendo da severidade da dificuldade, podemos usar uma 
abordagem multissensorial, fazendo a criança sentir o traçado da letra 
através do tato, depois escrevê-la e a seguir, nomeá-la. 
É importante que o aluno tenha bem definida a noção de sílabas, 
como unidades sonoras que formam a palavra, podendo também por 
si só conter um significado. Exemplo: mar. 
Quando a dificuldade ortográfica tiver uma regra 
a ser seguida, esta deve ser mencionada é repetida 
várias vezes. 
Deve ser ensinada apenas uma regra por vez. 
A criança poderá fazer anotações contendo as regras que 
poderão ser consultadas quando necessário, até que estejam 
automatizadas. 
A soletração é um procedimento essencial, pois é comum a 
omissão, a troca e o acréscimo de letras na escrita disléxico. Para 
soletração podemos usar fichas de plástico marcando o número de 
letras. A criança soletra a palavra colocando uma ficha para cada letra, 
visualizando assim quantas letras a compõe. É interessante usar a 
ficha de cor verde para as vogais e a preta para as consoantes. 
 
16 
Um grande auxiliar na aquisição da escrita é o exercício com 
elementos estruturais que integram as palavras: as terminações 
verbais, os prefixos e os sufixos. 
Devem ser exercitadas as escritas das terminações verbais dos 
verbos regulares das quatro conjugações, como também dos prefixos 
e sufixos que podem ser associados aos radicais das palavras 
modificando-as. 
A noção de famílias de palavras muito ajuda o disléxico, pois 
fazendo-o observar a radical delas, ele poderá encontrar várias que daí 
a originam, facilitando a sua ortografia. 
Exemplo: Terra de onde teremos: terreiro, terrestre, terreno, etc. 
O disléxico tem, muitas vezes, dificuldades na escrita de uma 
redação devido a palavras que frequentemente são usadas mas a 
ortografia ainda não conseguiu dominar. 
Seria então conveniente que tivesse listas de palavras ao seu 
alcance para consulta. Devem elas ser elaboradas de acordo com 
idade cronológica e série cursada. 
Palavras invariáveis, tais como advérbios, podem constar dessas 
listas, como também aquelas que constituem termos usados em 
determinadas matérias escolares e dificuldades ortográficas de difícil 
automatização. 
O disléxico cometerá menos erros na escrita se ler oralmente a 
palavra, depois nomear as letras à medida que for escrevendo e 
articulando enfaticamente. 
É conveniente iniciar o trabalho com a escrita com palavras de 
grafia simples (vogal e consoante), partindo depois para aquelas que 
contêm ditongos, tritongos, hiatos, grupos consonantais e dígrafos. 
 
17 
Algumas estratégias podem auxiliar na fixação da ortografia. 
Sugerimos aqui em quatro etapas: 
 
OLHAR COBRIR ESCREVER CONFERIR. 
Implica na observação e atenção, o que deve ser feito se pressa. A 
criança pode então seguir o traçado da palavra do o dedo, e observar 
a forma das letras, procurar particularidades e características. 
 
OLHAR 
Implica na observação e atenção, o que deve ser feito se 
pressa. A criança pode então seguir o traçado da palavra do o 
dedo, e observar a forma das letras, procurar particularidades e 
características. 
 
 COBRIR 
 O aluno deve cobrir o que foi visto e lido e procurar 
visualizar a palavra soletrando-a, exercitando-a assim a sua 
memória visual. 
 
ESCREVER 
 Deve se então escrever a palavra, o que é muito 
importante, pois isto aplica na memória cinestésica. 
 
CONFERIR 
Ao reler a palavra, ele é levado a autocorreção. 
 
Cremos que o uso desta estratégia facilite uma melhor realização 
ortográfica. 
 
18 
As crianças com dislexia severa têm necessidade de um aprendizado 
de forma mais ativa e concreta. 
Usamos, então, uma abordagem multissensorial que apela para visão, 
audição, e o tato. 
No ensino da ortografia para essas crianças podemos: 
Apresentar caracteres em dimensão maior que o usual; 
● Enfatizar a articulação e sonorização dos fonemas; 
● Estimular o aprendizado da forma das letras levando-as a 
moldá-las com massinha, acompanhando o seu traçado com o 
dedo em lixa, desenhando-as na areia e também cobrindo o seu 
traçado no papel, podendo ser exercitado o traçado com os olhos 
fechados. 
 
SUGESTÕES PARA O TRABALHO 
COM A ORTOGRAFIA 
 
Vários jogos de memória podem ser montados para o 
treinamento de identificação das letras. 
De acordo com o objetivo, com o nível de dificuldade e 
escolaridade, devemos fazer cartelas com letras de imprensa, cursiva, 
maiúscula e minúscula, com ditongos, grupos consonantais, sílabas 
com dígrafos e letras que devem ser emparelhadas com palavras 
iniciadas por elas. 
 
19 
 
O IMPORTANTE É QUE AO JOGAR, A CRIANÇA E O ADULTO LEIAM EM VOZ ALTA O 
QUE ESTÁ NAS CARTELAS. 
Treinamento 1 
Leitura de sílabas e vogais. 
Preparar uma ficha com estas sílabas e vogais para serem lidas oralmente: 
 
PA TA CA BA DA GA A 
PE TE QUE BE DE GE E 
PI TI QUI BI DI GI I 
PO TO CO BO DO GO O 
PU TU CU BU DU GU U 
 
 
Após o domínio da leitura destas sílabas e vogais, devem ser lidas para 
a criança palavras que as contêm. 
A ordem é que ao ouvir e repetir a palavra seja colocada em uma ficha 
em cima de cada sílaba e depois a palavra deve ser escrita com letras soltas 
(de plástico, madeira, cartolina) nomeando letra por letra e sílaba por sílaba. 
Palavras que podem ser usadas. 
 
PATA CUTUCA CUCO PACOTE 
 
20 
PIPOCA CAPETA COCA PETECA 
CAPOTE TOCA DATA BIGODE 
ABACATE BODOQUE TODA BODA 
QUIABO DIABO QUEDA GATA 
CABIDE CUBO TIA GAGO 
PIA DIA 
 
Treinamento 2 
A ordem é a mesma do exercício anterior. Agora as fichas a ser feitas 
deverão ser : 
FA AS CHA XA 
FE SE CHE XE 
FI SI CHI XI 
FO SO CHO XO 
FU SU CHU XU 
 
 
21 
 
VA ZA JÁ A 
VE ZE JE GE E 
VI ZI JI GI I 
VO ZO JO O 
VU ZU JU U 
 
Palavras que podem ser usadas: 
 
CHAVE VAZIO SOJA CHUVA 
AZIA FICHA CHEFE VEJA 
FAVO FIO SOVA CHUCHU 
AVE SOFÁ OVO UVA 
SUA 
Treinamento 3 
A ordem é a mesma dos exercícios anteriores. 
 
22 
Fichas a serem feitas para leitura:LA LHA MA NA NHA A 
LE LHE ME NE NHE E 
LI LHI MI NI NHI I 
LO LHO MO NO NHO O 
LU LHU UM NU NHU U 
 
Palavras que podem ser usadas: 
 
 MILHO MILHA LUA 
 MALHA MOLA ALÔ 
 MOLHO MULA ALHO 
 LINHA NELA ILHA 
 MINHA NULA OLHO 
 MANHÃ LONA MIOLO 
 
23 
 LIMA NINHO MANIA 
 
 
 
 
Treinamento 4 
O “R” nas suas várias posições: 
 
RA ARA ARRA AR 
RE ERE ERRE ER 
RI IRI IRRI IR 
RO ORO ORRO OR 
RU URU URRO UR 
Deve ser feita oralmente a leitura destas colunas inicialmente na verticaL e 
depois na horizontal. 
Em seguida, são ditadas palavras para serem agrupadas na colunas, de 
acordo com a posição do “R”. 
 
 
24 
“R” 
 inicial 
“R” 
 brando 
 entre vogais 
“RR” 
 dígrafo 
 “R” 
final de 
sílaba 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras para serem colocadas nas colunas: 
 
BURRO REI RODA 
FOFURA ARMA ARANHA 
FERA AGORA IRMÃO 
RABO FERRO FORTE 
CORRIDA RAMO CALOR 
Treinamento 5 
O “S” nas suas várias posições: 
 
 
25 
SA ASA ASSA AS 
SE ESSE ESSE ES 
SI ISI ISSI IS 
SO OSO OSSO OS 
SU USU USSU US 
Deve ser feita oralmente a leitura destas colunas inicialmente na verticaL e 
depois na horizontal. 
Em seguida, são ditadas palavras para serem agrupadas na colunas, de 
acordo com a posição do “S”. 
 
“S” 
 inicial
 
“S” 
entre vogais 
“SS” 
 dígrafo 
“S” 
final de sílaba 
 Palavras para serem colocadas nas colunas: 
 
CASA SALA MISSA BIS 
TRÊS OSSO MESA SECO 
 
26 
SOLA ROSA GROSSO NÓS 
SUCO COISA GASTO SUJO 
ROSTO MASSA GÁS RASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Treinamento 6 
O “Z” nas suas várias posições: 
 
 ZA AZA AZ 
 ZE EZE EZ 
 ZI IZI IZ 
 ZO OZO OZ 
 ZU UZU UZ 
 
27 
A ordem é a mesma dos exercícios anteriores. 
 
“Z” 
 inicial 
“AZA” 
(entre vogais) 
“AZ” 
 (final) 
 
 
Palavras que podem ser ditadas para serem colocadas em colunas: 
 
AZAR BELEZA VEZ 
ZECA ZABUMBA LUZ 
ZORRO TRISTEZA AZEDO 
AZIA BEZERRO FOZ 
ZULU AZUL PAZ 
Treinamento 7 
 
Encontro consonantais com “R” e “L” 
Devem ser introduzidos paulatinamente, de acordo com as dificuldades e o 
estágio de alfabetização. 
 
28 
Pode ser treinada a leitura das sílabas em que os encontramos, a saber: 
 
PRA TRA CRA BRA DRA GRA 
PRE TRE CRE BRE DRE GRE 
PRI TRI CRI BRI DRI GRI 
PRO TRO CRO BRO DRO GRO 
PRU TRU CRU BRU DRU GRU 
 
 
 
 
FRA VRA 
FRE VRE 
FRI VRI 
FRO VRO 
FRU VRU 
 
29 
 
 
PLA TLA CLA BLA GLA 
PLE TLE CLE BLE GLE 
PLI TLI CLI BLI GLI 
PLO TLO CLO BLO GLO 
PLU TLU CLU BLU GLU 
FLA FLE FLI FLO FLU 
Após a leitura das sílabas, podem ser ditadas palavras que as contêm, 
devendo estas serem escritas com letras de plástico, madeira ou cartolina, 
sendo as letras nomeadas uma a uma e, finalmente, a palavra deverá ser 
escrita com letra cursiva ou de imprensa. 
Palavras sugeridas para o treinando do grupo consonantal com “R”: 
 
DRAGÃO BRUXA REGRA 
QUATRO CREME ESGRIMA 
SOBRINHO GRAVATA SETEMBRO 
 
30 
LIVRO FRIO FRACO 
 
Palavras sugeridas para o grupo com “L”: 
 
PLACA BLUSA CLUBE 
ATLETA GLOBO INGLÊS 
CLIMA FLÁVIO CLORO 
BLOCO FLOCOS GLEBA 
 
 
 
 
Jogos de Memória são aqui lembrados como instrumento para fixação 
adequada. 
 
Emparelhar sílaba com sílaba. 
Completar palavras em que faltem essas sílabas. 
 
31 
Emparelhar com figuras que contenham estas sílabas. 
 
Enfatizando novamente: o importante no Jogo da Memória é que cada 
cartela levantada seja lida em voz alta. 
 
III – LEITURA E COMPREENSÃO 
 
Para ler, é necessário discriminar os componentes das palavras e 
associá-los a seus sons. 
Para o disléxico, muitas vezes, o domínio destas habilidades é lento, 
exigindo muito esforço. 
O ensino deve ser feito de forma clara e metódica, apresentando-se 
elemento por elemento, repetindo-se para a sua fixação quantas vezes for 
necessário. 
Quando a dislexia é severa, o atendimento, se possível, deverá ser 
individualizado e em ambiente adequado quanto à ausência de ruídos e 
estímulos visuais. 
Na sessão de terapia, deve ser mantido um clima lúdico, porém 
respeitando-se a disciplina. 
Um ótimo auxiliar na alfabetização do disléxico é o uso de letras 
móveis (plástico, madeira, etc.) de variações nos tipos de traçado 
(pontilhado, contínuo, hachureado, etc.) de cores (destacando-se sílabas, 
vogais, dígrafos, etc.) como também a apresentação das letras em dimensão 
maior que o normal. 
 
32 
Tendo o aluno já atingido um nível razoável de leitura e de acordo com 
o seu estágio de escolaridade, julgamos importante trabalhar na obtenção 
da fluência e consequentemente compreensão. 
O aluno pode recorrer a várias táticas para conseguir melhor 
entendimento do texto. 
São algumas delas: 
 
● Reler com mais atenção o que já foi lido sem a devida 
compreensão; 
● Ler mais lentamente para obter melhor assimilação; 
 
● Verificar se há necessidade do uso do dicionário; 
 
● Analisar frase por frase; 
 
● Recorrer a conhecimentos anteriores. 
● 
 
Alguns disléxicos, como podemos observar, apresentam às vezes 
dificuldade de ler corretamente, embora tenham uma boa compreensão do 
texto lido. Eles leem com atenção na estória, no assunto, negligenciando a 
exatidão das palavras e quando leem em voz alta cometem erros. 
É importante ensiná-los a utilizar métodos de leitura que propiciem 
uma decodificação adequada das palavras. 
 
33 
São aqui oferecidas algumas sugestões para um melhor desempenho 
na leitura. 
a. Pede-se ao aluno que leia um texto no seu ritmo normal. A 
seguir, deverá reler grifando as palavras que considerou as mais 
difíceis e depois reler novamente a palavra grifada. A leitura de todo o 
texto deverá ser repetida várias vezes e, a seguir, as palavras grifadas 
devem ser escritas. 
 
b. O aluno deve ler um texto de acordo com o seu nível de leitura e 
depois responder a pergunta sobre ele, enfatizando o que considerou 
mais importante. 
 
c. O aluno deverá ler frases, apresentadas uma a uma e depois 
repeti-las de memória. 
 
d. Encorajar o disléxico a ler um texto ou livro acima do seu nível 
de leitura dará a ele acesso a um vocabulário mais amplo que o 
auxiliará a melhorar a compreensão. Esta atividade pode ser realizada 
sob a forma de leitura compartilhada com outros colegas ou mesmo 
familiares. 
Antes de iniciar a leitura, é conveniente apresentar ao aluno 
palavras novas que ele irá encontrar. Se necessário busque com ele os 
significados elas no dicionário e peça-lhe que as empregue em frases 
orais e depois escritas, fazendo comentário sobre elas. A seguir, 
pode-se iniciar a leitura alternada, onde cada um lê uma frase. Se a 
criança hesita diante de uma palavra, o adulto pode emiti-la sem 
comentários. 
 
34 
 
e. Pode ser feita uma leitura em duas vozes, isto é, adulto e 
criança leem ao mesmo tempo. A criança escolhe o texto, então ela e 
o adulto começam a ler juntos em voz alta, ele respeitando o ritmo 
dela. Quando ela erra uma palavra, ele a repete de forma correta, 
devendo então a ela também repetir corretamente. Não fazer 
observações durante a leitura, e o final pode ser feitos elogios 
encorajando o aluno. Comentário sobre o texto e a gravurapresentes 
só poderão ser feitos após o término da tarefa. 
 
f. Pode ser feito uma leitura alternada com comentários. 
O professor começa mostrando como se pode ler e pensar alto. 
Faz isso com frases curtas. Ele lê em voz alta, enquanto o aluno 
acompanha com os olhos e, em seguida, resume o que leu, 
assinalando detalhes importantes. 
Esclarece, então, as eventuais dificuldades, tais como 
vocabulário desconhecido, conceitos novos e estruturas complexas. 
A seguir, ele pede ao aluno que faça uma previsão do que 
poderá acontecer no texto. É assim estimulada a sua imaginação e 
encorajada a sua colaboração com novas ideias. É conveniente 
exercitar esse tipo de leitura a dois até que o aluno consiga sozinho 
executá-la com sucesso. 
g. Notas, esquemas, como também gráficos, são ótimos auxiliares 
por ocasião da revisão de matéria lida e quando da necessidade de 
responder a questões sobre ela. 
 
 
35 
h. Gravar a leitura permite que ao disléxico ouvir em seguida o que 
leu e perceber quais foram às dificuldades. É uma excelente técnica. O 
aluno deve inicialmente ler e gravar textos cuja fluência domine. Ao 
ouvi-los em seguida adquirirá mais confiança na sua atuação. Depois 
lerá os textos que apresentem mais dificuldades e, se necessário, o 
professor pode fazer com ele uma leitura a duas vozes. Após ouvir a 
leitura gravada, devem ser feitos comentários sobre ela a fim de 
auxiliar e testar a sua compreensão. 
É conveniente guardar essas gravações porque elas constituirão um 
testemunho precioso na constatação dos progressos obtidos. 
 
i. Antes de iniciar a leitura de um texto é importante que o aluno 
conheça seu conteúdo. O título deve ter significado para ele. 
Após uma leitura de algumas frases, o professor deve questioná-lo 
para saber se está achando o assunto interessante e pedir que cite um 
ponto que considerou digno de nota. Depois, pode-se também pedir 
sugestões para a continuação do texto como também conclusões. 
 
j. Ao ler um texto, o aluno deve destacar as palavras 
desconhecidas, procurá-las no dicionário onde, além de encontrar o 
seu significado, saberá também a sua categoria gramatical. 
A partir deste conhecimento, poderá verificar se as palavras, sendo 
elas substantivo, adjetivo ou verbo, tem uma correspondente nas 
outras categorias. Por exemplo, peso (substantivo), pesado (adjetivo), 
pesar (verbo). E em seguida, o aluno deverá formar frases com essas 
palavras. 
 
36 
É também importante verificar se as palavras procuradas tem mais de 
um significado, devendo também elaborar frases escrevendo-as. 
 
k. Há disléxicos que muito se beneficiam com o uso de desenhos 
como auxiliar na memória da sequência dos acontecimentos. 
É uma estratégia, cuja utilização deve ser permitida e às vezes mesmo 
estimulada, porque eles terão a representação visual do 
desenvolvimento do texto que os ajudará a lembrar do que foi lido. 
Esta forma de anotação não exige escrita, mas numa etapa seguinte o 
aluno deverá por escrito resumir o que apresentou o desenho. 
 
l. Ao ler um texto é interessante que o disléxico anote os fatos de 
forma abreviada, na ordem em que eles surgiram. 
Isto muito concorrerá para uma melhor memorização, também como 
auxília numa revisão e no relato do tema. Pode ser feita uma ficha: 
Título 
Autor 
Introdução 
Capítulo 1 
Capítulo 2 etc. 
Conclusão 
Desenhos ou esquemas podem também ser incluídos. 
 
 
37 
m. Um bom exercício para o disléxico é a ampliação e o 
enriquecimento das frases do texto lido. Esta expansão de frase leva a 
uma escrita mais criativa, menos presa ao modelo. 
 
n. O aluno pode ler um texto contendo vários parágrafos. 
Ao terminar cada um deles, deve procurar quais os verbos que ai se 
encontram, escrevê-los no infinitivo, construindo, em seguida, frases 
por escrito em qualquer tempo verbal. 
 
o. O disléxico deve ser encorajado a ler o mais possível, mesmo 
que seja para refazer a leitura de alguns livros algumas vezes. Estes 
devem ser escolhidos por ele. Após a leitura, ele deve ser solicitado a 
contar o que leu e mesmo a escrever sobre um ou dois parágrafos 
lidos. 
É interessante ao término de cada leitura solicitar a ele novos 
detalhes observados. Marcar o tempo de leitura com um cronômetro 
contribui para melhorar a sua velocidade. 
O disléxico deve ter em mente que, dependendo do objetivo da 
leitura, atitudes diferentes podem ser tomadas. 
Diante da necessidade de tomar conhecimentos de conteúdo de 
um livro, o leitor precisará folheá-lo, ler a introdução, os títulos dos 
capítulos e a conclusão. 
Quando o tema for objeto de estudo e for exigida a exatidão do 
aprendizado, é importante ler atentamente cada frase e até mesmo 
cada palavra. Se a finalidade da leitura for a satisfação pessoal, esta 
deve ser feita sem preocupação. 
 
38 
 
IV – MEMORIZAÇÃO 
APRENDER DE FORMA ATIVA 
Para o disléxico, o aprender e memorizar são muito facilitados quando 
associados a uma atividade motora. O manipular e o experimentar muito o 
ajudam. 
O computador é uma excelente ferramenta de trabalho. 
As atividades desenvolvidas em grupo concorrem também para uma 
boa memorização. 
Assim sendo, sugerimos: 
➽ Escrever trabalhos em grupo; 
➽ Representar peças de teatro; 
➽ Fazer debates; 
➽ Fazer entrevistas; 
➽ Descrever um pôster para os colegas; 
➽ Cantar e declarar; 
➽ Ilustrar estórias. 
É PRECISO RELAXAR 
Não se pode esquecer de que o disléxico, para ter um bom 
rendimento, deve estar num clima de calma e relaxamento. 
São seus grandes auxiliares: a música,o desenho, a prática de 
esportes e jogos variados. 
 
39 
O professor deve tentar obter na classe um ambiente propício ao 
relaxamento, eliminando ruídos e tensões. 
Uma música de fundo suave pode ser ouvida enquanto o professor dá 
calmamente instruções. 
As atividades exercidas nesta situação têm maior probabilidade de 
serem memorizadas. 
MANTER UMA ATITUDE POSITIVA 
 
Os disléxicos frequentemente se sentem inferiorizados, 
convencendo-se de que são incapazes de determinadas tarefas. 
Devemos evitar que o sentimento de derrota se instale, 
transformando-se numa atitude negativa. 
É importante dar-lhes trabalhos que possam ser executados com 
sucesso, que é a base para uma atitude positiva. 
A seguir, podemos oferecer-lhes atividades mais desafiadoras. 
Em cada tarefa, o professor deverá observar quais as dificuldades 
encontradas e fazer uma lista daquilo que necessita ser trabalhado passo a 
passo. 
Os progressos devem ser anotados e elogiados. 
CONSOLIDAR SEUS CONHECIMENTOS 
 
Tudo o que é ensinado ao disléxico deve ser exaustivamente repetido. 
 
40 
É interessante rever determinadas informações em contextos variados 
e de modo diferente. 
Por exemplo: quando o aluno aprende a ortografia de uma palavra 
nova, é conveniente que ele a escreva em várias frases até que atinja o 
automatismo. Não exercitar repetidas vezes pode acarretar esquecimento do 
que parecia já estar dominado. 
Considera-se a ortografia de uma palavra devidamente fixada quando 
ele consegue escrevê-la corretamente umas sete ou oito vezes. 
ANOTAR AS TAREFAS 
 
É conveniente que o disléxico tenha um caderno de anotações para 
diariamente aí escrever alista de seus deveres a cumprir, das matérias a 
estudar, obedecendo à sequência em que deverão ser executadas. 
Assim fazendo, ele estará trabalhando a memória cinestésica, 
utilizando a memória visual com o seu grafismo, exercitando a memória 
auditiva ao repetir em voz alta o que escreveu e auxiliando a memorização 
através da repetição. 
Os símbolos visuais e palavras-chave contribuem para reforçar a 
memória visual. 
Esta abordagem multissensorial apela para as diversas modalidades de 
aprendizagem: ver, ouvir, escrever e enunciar. 
Esta técnica “escrita-enunciação-repetição” aplica-se a tudo que deve 
ser memorizado. 
 
41 
RECONHECER SUAS DIFICULDADES 
 
É conveniente que o disléxico tenha conhecimento das situações de 
aprendizagem que o beneficiam. 
Ele pode chegar a esta consciência após responder a determinar 
perguntas. 
A saber: 
 
➽ O que acontece numa situação de estudo que o 
perturba? 
➽ Por que isto o incomoda? 
➽ Ele pensa que é possível evitar esta situação? 
➽ Como? 
➽ O que mais o auxilia na concentração no trabalho? 
➽ Por que ele acha isto? 
➽ Ele acha que depende do tipo de trabalho? 
 
Diante de suas conclusões, ele pode solicitar o auxílio do professor e 
mesmo dos colegas. 
Frequentemente, o que mais incomoda o disléxico na realização de 
uma tarefa de acordo com suas habilidades é o excesso de ruído, de 
informações e de exigências. 
ORDENAR AS IDEIAS 
 
 
42 
As informações recebidas em classe devem ser imediatamente 
anotadas. Para isto, é conveniente seguir um esquema. 
Por exemplo: 
Introdução; 
Pontos principais; 
Ideia principal; 
Detalhes, informações suplementares e dúvidas; 
Conclusões e comentários. 
A memorização diante de uma boa organização das ideias torna-se 
muito mais fácil. 
REVER SEMPRE AS ANOTAÇÕES 
 
No dia em que são feitas as anotações referentes à matéria aprendida 
em classe, elas devem ser lidas e revistas, porque se for deixado para 
depois, com certeza, o disléxico terá esquecido o que foi ensinado. 
Todos os dias a matéria dada na escola deve ser recapitulada. É 
conveniente que ele leia as suas próprias anotações mesmo que contenham 
falhas ortográficas. Muitas informações não devem ser dadas ao mesmo 
tempo. Antes de iniciar o trabalho, o aluno deve rever suas anotações da 
lição anterior. Cores podem ser usadas para destacar os dados mais 
relevantes. No final, fazer um resumo de tudo que foi anotado e que deverá 
ser lembrado. 
 
43 
V- SUGESTÕES PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM 
EXPLORAR A MELHOR VIA PARA O APRENDIZADO 
No ensino do disléxico, é importante antecipadamente identificar onde 
se encontram suas maiores habilidades. Elas podem estar no campo visual 
auditivo e/ou cinestésico. Para nos certificarmos, devemos observá-lo e 
questioná-lo. Se seu ponto forte for o visual, ele preferirá aprender através 
de vídeos, imagens, em lugar de ouvir e provavelmente gostará de desenhar 
e ilustrar seus trabalhos. 
Se a via auditiva oferecer mais facilidade, ele preferirá ouvir e ler os 
ensinamentos. Também gostará de repeti-los mentalmente. 
Se sua melhor via para o aprendizado for a cinestésica, ele optará por 
discutir, aprender caminhando, fazendo gestos e manipulando objetos. 
Geralmente os disléxicos manifestam preferência por uma ou duas 
dessas vias, que devem ser aproveitadas pelo professor para ministrar seus 
ensinamentos. 
UTILIZAR A MELHOR VIA 
 
Sabendo antecipadamente qual é a via que oferece mais facilidade 
para o disléxico, teremos certeza de que o uso dela facilitará 
consideravelmente o ensino. O aluno terá mais chances de se sentir 
motivado, sobretudo em etapas iniciais. 
Se ele, por exemplo, prefere uma abordagem visual e cinestésica 
quando diante de palavras novas introduzidas visualmente, deve ser levado 
a desenhá-las com o dedo no ar, na mesa, na areia. Assim, ele estará vendo 
a forma da palavra, antes de pronunciá-la para ouvi-la. 
 
44 
Da mesma forma, antes de ouvir uma estória, deve ver a 
representação de seus personagens nem desenho, num vídeo ou DVD, se 
possível. 
Se ele tiver mais habilidade auditiva, será conveniente fazê-lo escutar 
textos gravados antes de lê-los oralmente. 
Com um método adaptado à melhor forma de aprendizagem do aluno, 
seus riscos de fracasso e sua perda de motivação são minimizados. 
 
 
 
SEQUENCIAR FATOS 
 
Para o disléxico, a sequenciação de uma informação de uma estória é 
uma grande dificuldade. 
Inicialmente, podemos trabalhar com figuras em sequência que 
mostram o desenrolar dos acontecimentos. Para facilitar podemos 
enumerá-las. 
É interessante desenhar retângulos em sequência, que o aluno deve 
preencher escrevendo em cada um, episódio da estória. É bom iniciar 
apenas com dois retângulos, uma para introdução e o outro para conclusão. 
Acrescentam-se depois outros, até que se obtenha uma sequência lógica do 
texto. 
O professor deverá auxiliar indicando o que pode ser escrito em cada 
retângulo e se o aluno quiser poderá fazer um desenho ilustrando a 
informação. 
 
45 
REVISAR INTENSAMENTE 
As pesquisas mostram-nos que as crianças disléxicas têm muita 
necessidade de revisões, porque elas demoram muito para memorizar, 
aplicar regras e informações novas. 
Não basta apenas repetir cor, mas é preciso empregar de formas 
variadas aquilo que aprenderam. 
Para consolidar o aprendizado, podem-se usar gravuras, programas de 
computador e a escrita de palavras novas em vários contextos. 
Esta forma de trabalhar utilizando estratégias diferentes deve ser 
aplicada a qualquer nova aprendizagem do aluno. 
IDENTIFICAR OS PONTOS IMPORTANTES 
 
É difícil para o disléxico identificar os pontos essenciais de um texto. 
Sua tendência é ser levado a conclusões errôneas devido à distração. 
Antes de abordar uma nova leitura ou texto, o professor deve 
ressaltar os pontos principais, destacando o título, informações e dados 
relevantes. 
No final da leitura, o aluno deve escrever o que ele considerou o mais 
importante. O professor pode pedir a ele que justifique suas conclusões. 
 
ANALISAR PALAVRAS 
É um ótimo exercício para o disléxico diante de duas palavras 
que tenham algo em comum, quanto à forma, uso e/ou significado que 
 
46 
procure anotar quais as semelhanças e diferença. Exemplo: No que 
diferem e se assemelham um ônibus e uma caminhonete. 
 
UTILIZAR O QUE JÁ FOI ADQUIRIDO 
 
O disléxico tem, muitas vezes, dificuldades de utilizar conhecimentos 
anteriormente adquiridos porque não consegue fazer uma ligação entre o 
novo e o já aprendido em outro contexto. 
O importante é ajudá-lo a fim de que possa compreender com mais 
facilidade uma nova lição e seus conceitos. 
ELABORAR UM PLANO 
É interessante encorajar o disléxico a utilizar sistematicamente 
títulos e subtítulos nos seus trabalhos escritos, pois isto o ajudará a 
melhor estruturar seu pensamento. 
AMBIENTE DE TRABALHO 
 
É importante saber do disléxico onde ele prefere trabalhar e em que 
condições. 
Para termos estas informações, sugerimos aqui algumas perguntas às 
quais ele poderá responder. 
1. Você prefere estudar em ambiente totalmente silencioso 
ou com um ruído de fundo? 
 
47 
2. Você gosta de pessoas à sua volta, com quem possa se 
comunicar quantoestuda? 
3. Você gosta de escutar música estudando? 
4. Você prefere uma luz mais suave ou bastante forte? 
5. Com que tipo de roupa você se sente mais à vontade para 
estudar? 
6. Você sente necessidade de bastante espaço à sua volta na 
hora de estudar? 
7. Você prefere ter uma mesa de trabalho para usar sozinho 
ou compartilhá-la com um colega? 
8. Qual a hora do dia em que você prefere estudar? 
9. Você se sente mais motivado quando está sentado ou se 
movimentando? 
ORIENTAR A REDAÇÃO 
O disléxico, como já foi dito repetido, tem dificuldade de planejar 
uma redação e redigi-la. Para que consiga concatenar suas ideias, 
necessita de uma metodologia. Podemos propor algumas etapas 
através das quais ele possa guiar. 
Preparação: 
Examinar atentamente o tema a ser tratado; 
Anotar o que se sabe sobre o tema; 
Anotar quais informações necessita ainda para escrever sobre o 
assunto; 
➽ Onde encontrar essas informações; 
➽ Anotar os pontos principais para a introdução ao tema; 
 
48 
➽ Anotar os pontos principais de cada parte da redação; 
Garantir que sua conclusão seja coerente com a sua introdução e 
com as ideias expostas; 
➽ Redigir de forma clara e simples; 
➽ Atenção para não usar frases muito longas; 
➽ Verificar que cada parágrafo aborde uma ideia; 
➽ Reler se concentrando no conteúdo, depois na gramática e 
na ortografia; 
Finalmente, verificar se conseguiu se externar e apresentar um 
trabalho suficiente claro e que responda ao que foi solicitado. 
 
 
 
VI – SUGESTÕES PARA O ENSINO 
ABORDAR O TEMA PASSO A PASSO 
 
O indivíduo disléxico tem normalmente memória pobre. O que para ele 
e significa que para ele é difícil guardar duas ou três informações 
apresentadas ao mesmo tempo. Se a tarefa proposta oferece instruções 
longas e complexas, ele terá dificuldade de memorizar. 
É importante fragmentar as informações e apresentá-las passo a 
passo, como também explicá-las com clareza e colocá-las em sequência. 
Assim, estamos facilitando o seu trabalho. 
 
49 
Podemos por exemplo, diante de um texto pedir ao aluno que: 
➽ Escreva os nomes dos personagens principais; 
➽ Identifique onde ocorre a ação; 
➽ Mencione quatro substantivos importantes no texto; 
➽ Descreva um acontecimento que aí ocorre; 
➽ Escreva porque ele considera de destaque tal fato. 
O trabalho assim esmiuçado vai auxiliar ao disléxico na atenção 
aos pontos solicitados e a fornecer respostas adequadas. Uma 
abordagem assim feita evitará que sejam esquecidos pontos 
essenciais. 
 
O TEXTO DEVE SER APRESENTADO ANTECIPADAMENTE 
 
O assunto a ser estudado deve ser exposto preliminarmente e 
discutido com o disléxico. 
O professor deve se assegurar de que o aluno tenha condições de 
compreender o texto e de que conheça o vocabulário nele contido. 
Após a apresentação do tema, serão anotados pelo aluno os dados 
importantes que foram retidos. Em seguida, será feita a leitura deles, em 
que os pontos importantes devem ser identificados e citados. 
USAR FRASES CURTAS E ILUSTRAÇÕES 
 
Frases longas e complexas confundem o disléxico. Se possível, elas 
devem ser curtas, claras e expostas numa sequência lógica. 
 
50 
Desenhos ao lado delas auxiliam enormemente a sua memorização, 
assim como o uso de cores para as palavras-chave. 
CAMPO DE TRABALHO 
Deve ser fornecida ao disléxico uma folha grande, na qual ele 
possa escrever com letras de dimensão maior que o normal, colocar 
figuras, fazer desenhos, utilizar cores e espaçar as anotações de forma 
que tudo fique bem claro para ele. 
FAZER AUTOAVALIAÇÃO 
 
É importante que o disléxico tenha consciência de suas dificuldades 
para que possa programar suas atividades e depois se autoavaliar. 
No início de uma tarefa deve ter em mente o que se espera dele, como 
organizar o seu trabalho, que informações necessitam obter para realizá-lo, 
de que tempo dispõe e etc. 
No final poderá se perguntar se chegou a atingir seus objetivos, quais 
foram suas maiores dúvidas e o que deverá evitar numa próxima atividade. 
REQUISITOS QUE O PROFESSOR DEVE OBEDECER PARA LIDAR 
BEM COM O DISLÉXICO 
 
Deve ser observado o uso de: 
➽ Frases curtas; 
➽ Vocabulário de acordo com o nível do aluno; 
 
51 
➽ Texto com gravuras e desenhos; 
➽ Exposição clara de ideias; 
➽ Exercício de acordo com a capacidade do aluno. 
CONSELHO PARA OS PROFESSORES 
O trabalho do disléxico sugere: 
❏ Utilizar gráficos e esquemas para anotar pontos 
essenciais; 
❏ Recorrer a gestos e mímicas. Pode ser muito útil no 
ensino do traçado das letras; 
❏ Usar letras de cartolina, madeira. Desenhar na areia, no 
ar; 
❏ Ilustrar textos com desenho; 
❏ Utilizar cores para grifar ou grafar palavras importantes; 
❏ Utilizar jogos para trabalhar vocabulário, ortografia e 
regras gramaticais. Pode ser memória, lotos, etc. 
❏ Utilizar cores para distinguir assuntos diferentes, 
categorias gramaticais etc.; 
❏ Apresentar informações em pequenos segmentos e 
oferecendo oportunidades de repetição. 
VII – INCENTIVOS PARA A CRIATIVIDADE 
ESTIMULAR A ESCRITA 
 
Quando o disléxico é criativo, mas se sente bloqueado diante da 
escrita, podemos nos oferecer para redigir o que ele nos ditar. No final, 
 
52 
devemos ler para que ele confirme se o que registramos foi aquilo que ele 
teve a intenção de dizer. 
Isto pode ser feito em classe com a participação de dois colegas ou 
mesmo em casa com um professor ou até um familiar. 
Consideramos que seja aceitável solicitar um indivíduo para redigir as 
ideias do disléxico quando: 
❏ Há uma enorme disgrafia, chegando a ser quase ilegível; 
❏ Há enormes dificuldades ortográficas e gramaticais; 
❏ Há excesso de cansaço por parte do disléxico ao escrever; 
A produção escrita é excessivamente pobre devido a um grande 
bloqueio. 
EXPLORAR UM ASSUNTO 
 
Podem ser dados ao aluno temas sobre os quais pedimos que exponha 
algumas ideias. Não se deve exigir correção ortográfica e nem gramatical e 
sim acatar sua criatividade. Após este exercício, ele provavelmente irá se 
sentir mais apto para desenvolver um trabalho de redação. 
Devem ser sugeridos assuntos de seu interesse, abordados um 
por vez. 
Exemplo de temas: 
1. Férias; 
2. Uma manhã na praia; 
3. Meu aniversário; 
4. Uma tarde no circo; 
 
53 
5. Uma festa caipira; 
6. Quando meu time foi campeão. 
Pode-se pedir ao aluno que faça uma lista mencionando algumas de 
suas preferências seja em relação a esportes, alimentos, amigos, diversão, 
etc. 
Abaixo de cada uma de suas declarações deverá escrever: porque 
gosta, quando gosta, como gosta e outros comentários que lhe ocorram. 
Desta forma, o aluno estará construindo frases que servirão de base 
para uma redação, que no início deverá constar de uma introdução, um 
parágrafo descritivo e uma conclusão. Mas adiante, ele provavelmente se 
sentirá estimulado a ampliar o seu trabalho. 
DESCREVER UMA GRAVURA 
 
Uma gravura deve ser objeto de observação para que o disléxico a 
escreva ou crie uma estória sobre ela. 
Inicialmente, pode apenas fazer uma exposição oral do que foi 
solicitado. Em seguida, deverá ser estimulado a redigir as suas ideias, 
quando então poderemos sentir suas dificuldades e eventualmente ajudá-lo. 
 
FAZER COLAGENS 
 
É uma boa maneira de estimular a imaginação e a escrita de disléxico, 
pedir-lhe que selecione numa revista figuras que se relacionem entre si e, 
então ascole numa folha grande. 
 
54 
Deverá, em seguida, solicitado a escrever uma ou mais frases relativas 
a elas. A partir daí poderá ser feita uma redação sobre o tema. 
TRABALHAR O TATO 
 
Podem ser oferecidas sacolas contendo cada uma objetos para que a 
criança através do tato tente adivinhar o que está escondido ali. Ela deverá 
citar a sua forma, consistência, peso, tamanho, e em seguida, por escrito 
anotar o que observou e qual foi a sua conclusão. 
TREINAR A GRAMÁTICA 
 
Pode ser feita uma leitura com o aluno e, em seguida, pedir a ele que 
selecione e vá anotando em colunas quatro substantivos, quatro adjetivos e 
quatro verbos. 
Em seguida, deverá acrescentar um adjetivo para cada substantivo, 
um substantivo para cada adjetivo e um sujeito para cada verbo. Desta 
forma, estará também trabalhando o seu vocabulário e a sua gramática. 
 
 
VIII – MATEMÁTICA, LÍNGUA 
ESTRANGEIRA E INICIAÇÃO MUSICAL 
MATEMÁTICA 
 
55 
O programa elementar de matemática envolve invariavelmente o 
aprendizado das quatro operações e dos símbolos que as regem. 
Para que a criança consiga dominar adequadamente estes 
ensinamentos básicos, é necessário que ela seja capaz de: 
 
❏ Contar oralmente em sequência correta; 
❏ Reconhecer e ser capaz de escrever os números; 
❏ Contar objetos, inicialmente de 1 a 10; 
❏ Relacionar os números escritos com as quantidades 
representadas; 
❏ Reconhecer os sinais que regem as quatro operações. 
É importante lembrar que a criança antes de ser introduzida ao 
conhecimento dos rudimentos da matemática deve ter as noções de: grande 
– pequeno, maior – menor, alto – baixo, grosso – fino, antes e depois. 
Estas noções o aluno aprenderá com mais facilidade através de 
manuseio do material concreto, como também através da movimentação 
corporal. 
No disléxico, as dificuldades para o aprendizado da matemática 
revelam-se de várias formas. 
A saber: 
a) Na escrita espelhada de alguns números e na alteração da 
sequência deles; 
 
b) No alinhamento incorreto das parcelas, na realização das 
operações em ordem inversa, no desconhecimento dos símbolos que 
 
56 
reagem as operações, como também da relação entre o número e a 
quantidade que representa. 
 
c) Na compreensão do enunciado dos problemas e da ordem em 
que neles se devem realizar operações. 
 
Apresentamos aqui sugestões para auxiliar aqueles que apresentam 
dificuldades de trabalhar com os numerais. 
 
 
 
 
57 
PARA REFORÇAR O APRENDIZADO DOS NUMERAIS DE 0 A 9 
 
❏ Formar pares com os iguais utilizando números de plástico ou 
escrito em pequenas cartelas; 
❏ Diante de vários números escritos, indicar aqueles solicitados 
pelo professor; 
❏ Nomear os numerais corretamente quando expostos não em 
sequência; 
❏ Escrever numerais sob ditado; 
❏ Cobrir traçado dos numerais escritos pelo professor; 
❏ Copiar os numerais escritos pelo professor; 
❏ Escrever numerais de memória; 
❏ Escrever os numerais com os olhos tampados. 
PARA AUXILIAR NA CONTAGEM 
 
❏ Pedir à criança que caminhe e conte os passos e também 
compare os passos pequenos com os grandes. 
❏ Fazer a criança contar ficha ou moeda. 
❏ Jogar bola contando inicialmente em ordem crescente e depois 
decrescente. 
❏ Escrever os números de 1 a 100 na vertical, onde fica mais 
evidente a mudança que ocorre de 10 em 10 números. 
❏ Escrever as quantidades após a contagem de objetos. 
❏ Escrever o número que vem antes ou depois de um número 
dado. 
 
58 
❏ Ordenar fichas onde estejam escritos os números, fazendo 
pilhas de 10 em 10. Pode-se marcar o tempo em que a tarefa é 
realizada, a fim de estimular o interesse na atividade. 
Muitos disléxicos só se sentem seguros contando nos dedos e, às 
vezes, sentem a necessidade de traçar o número no ar. 
Os disléxicos são em geral crianças bem inteligentes, devemos 
deixá-las resolver os problemas de matemática de forma que lhes pareça 
mais clara. 
Devem no entanto ter a consciência das várias etapas percorridas, de 
modo que possam recomeçar caso tenham cometido erros. 
No aprendizado da tabuada,podemos estimulá-las a recitá-las 
cantando, podendo cada uma delas ser lembrada com uma melodia 
diferente. Assim, com esta tarefa torna-se mais agradável e mais fácil ser 
memorizada. 
LÍNGUA ESTRANGEIRA 
 
O aprendizado de uma língua estrangeira, muitas vezes, é um grande 
desafio ao qual o disléxico não se pode furtar devido a exigências escolares 
e ambientais. 
Damos aqui algumas sugestões que podem suavizar o seu 
aprendizado: 
 
❏ Utilizar cores para distinguir gênero, classes gramaticais, 
acentos etc. 
 
 
59 
❏ Utilizar jogos de memória, loto para fixar vocabulário, devendo 
sempre o aluno ler oralmente as palavras. 
 
❏ Ouvir a gravação de texto feito pelo professor. 
 
❏ Ouvir a gravação do texto feito pelo o próprio aluno, e depois 
ler ao mesmo tempo. 
 
❏ Assistir a filmes, ler poesias e cantar 
 
❏ Fazer fichas com anotações sobre as regras gramaticais. 
 
INICIAÇÃO MUSICAL 
 
Quanto a iniciação musical, devemos nos lembrar de que mesmo que o 
disléxico tenha um bom ouvido musical, ele poderá encontrar muitas 
dificuldades em relação a leitura das partituras. Para auxiliá-lo, seria 
conveniente usar cores diferentes para as notas, para as claves e aumentar 
o tamanho de sua apresentação. Não é conveniente que seja iniciado pelo 
estudo do piano, porque a leitura ao mesmo tempo da clave de Fá e de Sol 
trará provavelmente confusão. 
 
 
60 
 
 
 
IX – PONTOS DE APOIO PARA A 
REALIZAÇÃO DAS TAREFAS 
ANOTAR PRIORIDADES 
O disléxico tem muitas vezes dificuldade de ser organizar. Deve então, 
no início da semana, anotar todas as tarefas que terá que apresentar, 
numerando-as de acordo com a prioridade, calculando também o 
tempo que levará para executar cada uma dela. No final da 
semana,pode se auto avaliar, verificando se cumpriu suas metas ou se 
precisa se organizar melhor, solicitando talvez o auxílio de um adulto. 
 
FAZER FICHAS COM O VOCABULÁRIO 
 
Um vocabulário relativo a determinadas matérias deve ser 
oferecido ao disléxico, devendo ser afixado em lugar de fácil acesso. É 
interessante utilizar cores diferentes para as várias disciplinas. 
 
61 
 
TER EM MÃOS UM GLOSSÁRIO 
 
Um glossário dos termos usados em frequência em classe será 
muito útil a fim de que se certifique daquilo que é pedido em cada 
atividade. 
Por exemplo: 
❏ ENUMERAR ​– Fazer uma lista de alguns pontos 
requeridos. 
❏ EXPLICAR ​– Mostrar que compreendeu uma ideia, um 
texto ou uma informação. 
❏ JUSTIFICAR ​– Expor porque o fato ocorreu, de acordo com 
seu ponto de vista. 
 
X – DICAS PARA A OBTENÇÃO DE UM 
MELHOR RENDIMENTO 
 
COPIAR DA LOUSA 
O professor auxiliará bastante o disléxico se não exigir dele que 
copie sua matéria de estudo da lousa, pois isto acarretará lentidão no 
seu trabalho, atraso em relação aos colegas e, consequentemente, 
sentimento de inferioridade. Além disso, provavelmente, incorrerá em 
inúmeras trocas ortográficas. O aconselhável é que o aluno receba 
uma ficha já pronta e se possível, com caracteres grandes e com 
espaços onde possam ser feitas as anotações. Ao receber a ficha com 
 
62 
as tarefas a executar, poderá grifar com cores diferentes os pontos 
principais e verificarse compreendeu bem o que foi solicitado. 
 
CORRIGIR TAREFAS 
O professor ao corrigir um trabalho do disléxico deve evitar fazer 
correções em vermelho. Deve, antes de tudo, levar em conta o 
conteúdo, deixando um pouco de lado a apresentação e a 
ortografia.Em seguida, poderá apontar os erros ortográficos e escrever 
a palavra corretamente, a fim de que ele perceba suas falhas. Deverá 
então reescrever estas palavras soletrando-as em voz alta. 
Os disléxicos deve ser sempre elogiado quando as ideias por ele 
apresentadas correspondem ao que foi solicitado. 
CONCEDER UM TEMPO SUPLEMENTAR 
Deve ser concedido ao disléxico mais tempo para a realização de 
suas tarefas. É conveniente orientá-lo para que o aproveite bem. 
Quando terminado o trabalho, ele deve lê-lo para verificar o conteúdo 
e, em seguida, relê-lo para rever a gramática e ortografia. 
 
ESTIMULAR RACIOCÍNIO 
 
O disléxico, como já sabemos, muitas vezes tem dificuldade na 
decodificação de textos, mas, por outro lado pode ser extremamente 
inteligentes. 
Devemos então, dar-lhe a oportunidade para revelar suas 
aptidões fazendo-o desenvolver o seu raciocínio. É conveniente que 
 
63 
seja solicitado a participar de debates acerca dos mais variados 
assuntos do seu interesse e de acordo com a sua idade cronológica. 
Ao ouvir o relato de um tema, deve ser estimulado a responder 
às questões: Por quê? Como? Você concorda? Justifique. 
Devemos dar-lhe tempo para refletir antes de responder e, em 
seguida, poderá ser levado a maiores explicações, comentários e 
conclusões. 
Após uma exposição oral, muitas vezes, ele se sentirá 
estimulado a redigi-lá 
 
 
 
XI – SUGESTÕES PARA OS PROFESSORES 
 
1. Colocar o disléxico na primeira fila de carteiras. 
 
2. Se possível, colocá-lo ao lado de um colega que não tenha 
dificuldades e possa auxiliá-lo caso necessário. 
 
3. Verificar se o material de trabalho está ao seu alcance e 
devidamente etiquetado. 
 
4. Manter na classe um ambiente calmo sem ruído ou tensão. 
 
5. Apresentar cartazes com letras grandes e bem legíveis. 
 
6. Se possível e necessário, estimular abordagens 
multissensoriais. 
 
64 
 
7. Respeitar o ritmo do disléxico. 
 
8. Fazer revisões das matérias regularmente. 
 
9. Trabalhar diariamente com exercícios de memorização. 
 
10. Encorajar o uso do computador. 
 
11. Apresentar fichas de tarefas bem claras e com ilustrações. 
 
12. Planejar aulas que não sejam fatigantes. 
 
13. Dar instruções orais com frases curtas. 
 
14. Dar ao disléxico tempo para reflexão e demonstração de que 
entendeu o que se espera dele. 
 
XII – FATORES QUE NOS LEVAM À 
SUSPEITA DE DISLEXIA 
 
 
1. Dificuldade de aprender o alfabeto e fazer distinção 
entre grafemas que apresentam alguma semelhança, tais 
como: “m”, “n”, “b”, “d”, “q” e “p”. 
 
2. Lentidão excessiva na aquisição da leitura e da escrita. 
 
3. Soletração difícil. 
 
 
65 
4. Aprender tabuadas, seguir itinerários, diferenciar 
“esquerda” e “direita” são também desafios frequentes. 
 
5. Raramente têm boa compreensão no que leem. 
 
6. Na escrita, fazem acréscimos de grafemas (p. ex., 
“tororoco” por “troco”), omissão também deles (p. ex., “vea” 
por “vela”), como também de sílabas nas palavras (p. ex., 
“boca” por “boneca”). 
 
7. Na escrita, apresentam, por vezes, trocas inusitadas de 
grafemas, de sílabas, de palavras e também segmentação 
destas. 
 
8. Na leitura em voz alta, não são respeitados ritmo e nem 
pontuação. 
 
9. Observamos, às vezes, vocabulário deficiente, 
dificuldade na compreensão de ordens dadas e memória 
auditiva pobre. 
 
10. Suas falhas ocorrem de forma esporádica, variando a 
modalidade. O que chama a atenção é a frequência de erros 
peculiares. Estes ocorrem na leitura e na escrita nos 
primeiros anos escolares quando na área já era esperado um 
desempenho melhor. 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISLEXIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Intervenção com jogos, brinquedos e brincadeiras – 3° Edição 
SIRLÂNDIA TEIXEIRA E SOLANGE MARTINS 
 
 
Sugestão de jogos, brinquedos e brincadeiras para intervenção de 
sintomas específicos apresentados em crianças pré-escolares. 
SINTOMA 
Histórico familiar de problemas de leitura e escrita. 
JOGO 
 
67 
Jogos de vocabulário 
Selecione jogos que trabalhem a leitura visual: palavras cruzadas 
simples para a criança acertar o nome da figura. 
BRINQUEDO 
Diversos:Brinquedos que envolvam habilidades orais: selecione 
brinquedos diversos que precise falar para interagir com o mesmo. 
Bonecas e carrinhos são bons preditores de linguagem. 
 
BRINCADEIRAS 
Faz de conta 
As brincadeiras de faz de conta podem facilitar o 
desenvolvimento da linguagem oral, na medida que incluem 
personagens e fantoches, que incorporam palavras do cotidiano da 
criança. 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 
 
Use sempre o nome correto dos objetos e das pessoas a sua 
volta. 
Fale pausadamente e peça para a criança repetir o que foi dito. 
 
SINTOMA 
Atraso para começar a falar de modo inteligível. 
 
68 
 
JOGO 
Cubos com diferentes figuras e cores de acordo com a idade da 
criança: 
Ao jogar o cubo, ela irá “cair” em uma figura. Peça à criança que repita 
o nome da figura quando for a vez dela. Faça isso várias vezes, com 
cubos diferentes. Dê preferência para os cubos sonoros. 
BRINQUEDO 
Nome do objeto 
Este brinquedo pode ser encontrado em lojas com os diferentes 
formatos, mas também pode ser facilmente “inventado” com os 
objetos cotidianos da criança. Pegue vários objetos que ela conheça e 
alguns que passará a conhecer, mostre e peça a ela que nomeie 
corretamente. O interessante é que, quando a criança nomeia 
assertivamente, ela está “treinando” a fala e o reconhecimento dos 
objetos pela palavra. Assim, na ausência do objeto, mas na presença 
da palavra, a criança irá associar o significado. 
 
BRINCADEIRAS 
Músicas 
Desde muito cedo, as crianças gostam muito de cantar, além de 
ser uma brincadeira de alto teor motivador, a música pode representar 
uma excelente opção para o estímulo da linguagem. 
 
69 
 
 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
 
Demonstre interesse pela atividade lúdica, elogie a criança 
quando ela acertar, mas sem exageros. Ela precisa se sentir motivada 
a jogar e não agradar você, pois, neste último caso, quando não for 
elogiada, ela ficará desmotivada para continuar brincando. Em caso de 
erros, corrija brandamente e repita a palavra certa junto com ela. 
 
SINTOMA 
Frases confusas, com migração de letras; “a gata prendeu o filhote” 
em vez de “ a cada gata preta perdeu o filhote”. 
 
JOGO 
 
70 
Jogos de botão: 
Para jogar, a criança precisa discriminar visualmente o botão que faz 
parte do seu time e, principalmente, lançar o botão na direção certa. É 
uma atividade rica em coordenação visório-motora, mas que trabalha 
muito a discriminação específica. Ao se embaralhar nas jogadas, 
situação comum no jogo de botão, a criança para tentar acertar terá 
que organizar estratégias assertivas, favorecendo a condição da 
percepção e consciência das palavras e ações. As bolinhas de gude 
também são excelentes preditores de percepção. 
 
BRINQUEDO 
Visório-motor 
Os brinquedos que favorecem a discriminação visual, também 
favorecem a discriminação dapercepção auditiva e a consciência 
fonológica. Há diferentes tipos comerciais e geralmente, consistem na 
apresentação de diversas figuras para a criança colocar na ordem. Por 
exemplo, apresentar figuras de acordo com expressões faciais, 
posições corporais, quantidade, numerais, cores e algumas figuras 
sem pares combinantes (essas figuras sem pares aparecem no 
brinquedo com a intenção de confundir percepção). Ao brincar, a 
criança, motivada pela intenção de acertos, ela vai tentando perceber 
as diferenças e assim vai “treinando” o cérebro. 
 
BRINCADEIRAS 
Trava-língua 
 
71 
O desafio é falar rápido sem enrolar a língua. No caso da criança 
com dificuldade, o desafio será repetir falando corretamente. 
 
 
 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
 
Brinque junto e demonstre a alegria de participar da atividade. 
No caso do trava-língua, comece com um bem simples de três 
palavras e, depois, vá progredindo sucessivamente. O desafio para a 
criança é de perceber e ter consciência da troca de palavra. Um 
sintoma nos disléxicos é trocar as letras e palavras com sons 
semelhantes. 
 
SINTOMA 
 
72 
Impulsividade no agir. 
 
JOGO 
Jogos de esperar a vez 
Como, por exemplo, o jogo do Macaco Simão, onde um aluno é o líder 
e as ordens dele devem ser executadas somente quando forem 
precedidas pela frase: ”MACACO SIMÃO...” Os alunos que executarem 
as ordens que não forem precedidas por está frase serão eliminados 
e/ou pagarão prendas. Este tipo de atividade faz com que o aluno com 
impulsividade busque seu autocontrole, motivado pelo desejo de 
ganhar. Porém, é preciso observar se o mesmo está conseguindo, para 
não correr o risco de causar mais frustração, característica comum na 
falta de controle. 
 
 
 
BRINQUEDO 
Blocos lógicos 
São recursos que promovem a interatividade, a sociabilidade e, 
também, o ato de controle de atenção. Este brinquedo tem como 
característica um processo, isto é, precisa de tempo, e o passo a passo 
leva à ação da brincadeira, desenvolvendo o controle interno. 
 
BRINCADEIRAS 
 
73 
Brincadeiras de escutar e executar 
Há uma gama de brincadeiras que promovem a concentração e a 
atenção. No geral, as brincadeiras que precisam de uma escuta 
apurada, como por exemplo, a brincadeira de escutar e procurar, onde 
uma criança de olhos vendados chama pelo nome de um dos colegas, 
e o colega responde da onde estiver. A seguir, a criança com os olhos 
vendados tentará localizar o colega que respondeu o chamado. Este 
tipo de brincadeira auxilia a discriminar a percepção auditiva e, para 
isso, exige uma certa concentração que ela procurará desenvolver 
para continuar brincando. 
 
 
 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Crianças com sintomas de impulsividade, no geral, precisam de 
atividades lúdicas que tenham respostas rápidas. Elas evitam as 
atividades com retorno tardio e por isso, as atividades em que o 
 
74 
resultado seja originado de um processo precisam ser bastante 
estimuladoras para que ela se auto motivem a continuar brincando. 
 
SINTOMA 
Uso excessivo de palavras substitutas ou imprecisas (como coisa, 
negócio) 
 
JOGO 
Jogos de palavra/números e/ou desenhos 
Há jogos específicos para desenvolver o vocabulário. Todo jogo em 
que a criança precisa nomear algo, seja um desenho ou uma palavra, 
começando pelas palavras que ela conhece, ajudará a ampliar o seu 
repertório verbal. 
Exemplo: A procura da palavra: a criança e/ou adulto pensa em uma 
palavra e desenha na lousa para as outras crianças adivinharem. 
 
BRINQUEDO 
Dado das figuras 
Jogue o dado e, na figura que cair, a criança deverá pronunciar o 
nome corretamente e dizer outra palavra que tenha associação com a 
palavra que saiu no dado. 
Exemplo: O dado caiu do lado da figura do cavalo, a criança deverá 
falar o nome de outro animal, se, na outra jogada, cair a figura na 
mesa, ele deverá dizer o nome de outra palavra que tenha associação 
com mesa, como cadeira, e assim sucessivamente. 
 
75 
 
BRINCADEIRAS 
Adivinha de palavras/ Sequência de palavras 
Uma boa opção é brincar de imitar algo e pedir que a criança 
adivinhe o que é. Este exercício contribui muito para a criança nomear 
corretamente as palavras. 
Outra boa opção são as brincadeiras de sequência. Exemplo: A 
viagem da titia: uma pessoa começa dizendo: ”Minha tia veio da 
América e trouxe um rádio” e o segundo diz: ”Minha tia veio da 
América e trouxe um rádio e um livro” e assim sucessivamente. 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Repita junto com as crianças as palavras que ela apresenta 
dificuldade. Desde bebê, os pais deverão nomear corretamente o 
nome do objeto e as coisas que estão em volta da criança. 
 
SINTOMA 
Nomeação imprecisa (como “helóptero” para “helicóptero”) 
 
JOGO 
Jogos de Percepção Visual e Auditiva 
 
76 
Brincar com jogos que trabalhem a percepção visual e auditiva é 
favorecer áreas e contribuir para que a criança desenvolva a precisão 
das palavras e dos números. 
 
BRINQUEDO 
Olhos de Lince 
Os brinquedos do tipo: Lince e/ou Onde está Wally? São bons no 
sentido de trabalhar a percepção visual, características importantes na 
hora da leitura de uma palavra ou objetos. 
 
BRINCADEIRAS 
Parlendas e Trava-línguas 
Comece com poucas palavras, como por exemplo, peça que a 
criança repita: “chão sujo” e/ou “o tempo perguntou ao tempo quanto 
tempo o tempo tem” e assim por diante. Esta atividade ajudará a 
criança a desenvolver a consciência fonológica, uma vez que ela 
precisará se empenhar para pronunciar corretamente. Lembre-se de 
que não deve expor a criança em situação constrangedora. 
 
 
 
77 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
 
Use sempre os jogos, os brinquedos e as brincadeiras para 
atingir determinados objetivos, entretanto a ludicidade pode ser 
vivenciada em sua dimensão existencial, por proporcionar a expansão 
da percepção, promovendo maior sensibilidade e alegria. 
 
SINTOMA 
Dificuldade para lembrar nomes de cores e objetos . 
 
JOGO 
Pega-pega das Cores e/ Objetos 
Os jogos que exigem o conhecimento de cores e também figuras 
auxiliam as crianças a fixarem cores e nomes de figuras, pois a 
motivação para acertar fará com que ele memorize as instruções 
solicitadas no jogo. 
 
BRINQUEDO 
Cubos de memória e de associação 
Este tipo de brincadeira privilegia a associação entre figura e a cor 
e/ou entre as palavras e as figuras. É rico em diversidade e promove 
interação. 
 
 
78 
 
BRINCADEIRAS 
Elefante colorido/ Música e brincadeiras de Sequência 
Este tipo de brincadeira possibilita À criança o reconhecimento das 
cores, a noção das cores, a noção de tempo e espaço e a associação 
das cores com objetos. 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Procure trabalhar este sintoma com tranquilidade, não pressione a 
criança, deixe-a lembrar primeiro com o próprio esforço e, só depois, 
se achar que ela precisa, faça a intervenção necessária, sempre com 
uma didática que gere segurança. 
 
SINTOMA 
Confusão no uso de palavras que indicam direção, como dentro/fora, 
em cima/embaixo, direita/esquerda. 
 
JOGO 
Jogo de percurso 
Use este tipo de jogo para ensinardireção e senso de organização. 
Desenhe você mesmo junto com a criança o percurso e use as 
palavras que indicam direção, como dentro/fora, em cima/embaixo, 
direita/esquerda. Lembre-se de que precisará de um dado para saber 
quantas casas vai andar. 
 
79 
 
BRINQUEDO 
Boneca e Carrinhos, Bicicleta e outros 
Estes brinquedos trabalham na criança o senso de direção e ordem. 
Quando ela brinca com a sua boneca e precisa vesti-la ou dar-lhe 
banho, tudo o que vai acontecendo de acordo com uma sequência de 
mais ou menos que de certa forma, já lhe é cotidiana. O carrinho 
também é um facilitador destas noções. 
 
BRINCADEIRAS 
Músicas 
 
Há uma diversidade de músicas que trabalham de forma muito 
interessante a ideia de dentro versus fora, esquerda versus direita, 
aberto versus fechado, como por exemplo, a janelinha abre quando 
está chovendo e a janelinha fecha se o sol está aparecendo, prá lá 
(esquerda) pra cá (direita), prá lá, prá cá e prá lá. Por meio das 
melodias e dos gestos, aos poucos, as crianças vão internalizando 
estes conceitos cotidianos. 
 
 
 
 
 
 
80 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Procure estimular a criança usando os termos que indiquem direção, 
sempre que estiver caminhando, passeando ou realizando uma 
atividade com ela. 
 
SINTOMA 
Tropeços, colisões com objetos ou quedas frequentes. 
JOGO 
Jogos das Cinco Marias ou Saquinhos 
Este jogo, também conhecido como “Jogo das Cinco Pedrinhas”, é um 
excelente instrumento para desenvolver motricidade fina, a 
coordenação visual/tátil (da mão e do olhar), ao lançar um saquinho 
(pedrinha) para cima, pegar outro antes de o primeiro cair. Também 
desenvolve a noção espaço-temporal, noções de cálculos matemáticos 
abstratos e a capacidade de comparar. Todas estas funções que o Jogo 
das Cinco Marias desenvolve e contribuem para evitar tropeços e 
colisões e, também, ajudará na alfabetização e nas noções de 
Matemática. 
 
BRINQUEDO 
Triciclos, bicicletas, patins, patinetes... 
Estes brinquedos são bons preditores de desenvolvimento psicomotor. 
Quando estão brincando, as crianças estão desenvolvendo suas 
habilidades motoras e senso de direção espacial, evitando os tropeços 
e as colisões. 
 
81 
 
BRINCADEIRAS 
Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço 
Este tipo de brincadeira é muito interessante porque a criança 
precisa ouvir, fazer e não imitar o comportamento. Normalmente, há 
confusões quando tem de discriminar o que ouviu do que viu. 
Exemplo: Com as crianças dispostas em círculo, o organizador 
deverá tocar em uma parte de seu corpo e dizer o nome de outra 
parte diferente da que foi tocada. Cada criança deverá tocar na parte 
de seu corpo que foi falada e não tocada pelo organizador, devendo o 
exercício ser repetido utilizando várias partes do corpo. 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Tenha paciência com a criança, ela também não gosta de ser assim. 
Ajude-a mostrando outras formas de evitar acidentes. 
 
SINTOMA: 
Dificuldade para aprender cantigas infantis com rimas. 
 
JOGO 
Gato Mia 
Apaga-se a luz do recinto, e as crianças se calam. A criança que foi 
sorteada pergunta: “Gato Mia?” e quem responder deverá disfarçar a 
voz para que a outra não acerte. Todo jogo, brinquedo ou brincadeira 
 
82 
que tralhar com discriminação auditiva favorece a associação das 
rimas. 
 
BRINQUEDO 
Diversos: 
Pegue um brinquedo estruturado ou não e brinque de rima com a 
criança. 
Exemplo: boneca rima com...(soneca), carrinho rima com...(soninho) 
e assim por diante. As crianças gostam muito de brincar com o adulto 
entusiasmado. Mostre o quanto é interessante e vá fazendo esta 
brincadeira enquanto for estimulante. 
BRINCADEIRAS 
Música com Rimas e/ou Brincadeiras de Roda: 
Comece com uma bem fácil, como por exemplo: Pirulito – pirulito que 
bate bate, pirulito que já bateu, quem gosta de mim é ela, quem gosta 
dela sou eu. Outro exemplo: Formiguinha – fui ao mercado, comprar 
café, veio a formiguinha e subiu no meu pé... Esse tipo de música 
favorece a compreensão da criança por facilitar a construção das rimas 
de uma forma lúdica. 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
A nutrição emocional e intelectual de uma criança é tão 
importante quanto a sua alimentação. Portanto, submetê-la a 
situações de estresses é dificultar o desenvolvimento saudável da 
criança. Por outro lado, privá-la de determinadas estimulações poderá 
 
83 
significar a privação do desenvolvimento intelectual e emocional. Neste 
sentido, vale a pena investir nas atividades cantadas, porque a 
música, além de ser contagiante, é alegre, e as crianças amam cantar 
e dançar. 
SINTOMA 
Dificuldade para em encontrar palavras que rimam e em julgar se as 
palavras rimam ou não. 
 
JOGO 
Jogo da Mímica com Rima 
Neste tipo de jogo, uma pessoa (começando com um adulto) 
representa por meio de gestos e/ou uma ação o nome de um filme, de 
um personagem, objeto ou atividade. Para isso, dê dicas de palavras 
ou mostre objetos que rimam com o que está representando. Assim, 
na tentativa de acertar, a criança desenvolve a habilidade de rima. 
 
BRINQUEDO 
Quebra-Cabeça de Rimas 
Comumente encontrado em lojas de brinquedos, consiste na 
apresentação de duas figuras com o mesmo som final. Também é 
possível e bem prático usar objetos do cotidiano. Exemplo: chapéu 
rima com... céu. Desenvolve vocabulário e a percepção da rima. 
 
BRINCADEIRAS 
Brincadeiras com rimas 
 
84 
Todas as brincadeiras que envolvam rimas ajudarão as crianças a 
discernir se rimam ou não. Por exemplo, a brincadeira Rima Fatal, 
onde o professor, o pai e/ou o psicopedagogo começa dizendo uma 
palavra e a criança deverá´dizer outra palavra que rime com a 
primeira e assim sucessivamente, devendo iniciar sempre com 
palavras bem curtas e de fácil reconhecimento, 
Exemplo: pé – chulé – café... também podemos brincar com som 
inicial das palavras. Exemplo: caneta, café, caneca... 
 
SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES 
Lembre-se que uma das vantagens do aprendizado alcançado 
por meio de uma atividade lúdica é o fato de que os enganos 
cometidos não são considerados erros, mas sim etapas do processo de 
descoberta certa. Assim, deixe a criança experimentar livremente sem 
medo de errar, ela terá mais chances de acertar e mais motivação 
para continuar brincando e aprendendo. 
 
SINTOMA 
Dificuldade com sequências verbais (como os dias da semana) 
ou visuais (como sequências de blocos coloridas) 
 
JOGO 
Jogo da Forca de Figuras 
Um dos jogadores escolhe um desenho e começa a desenhá-lo 
em uma folha de papel. À medida que a sequência do desenho vai 
 
85 
acontecendo, desenhista vai parando e perguntando se o outro 
jogador já sabe o que é. Quando o jogador errar pela terceira vez é 
enforcado e perde o jogo. A sequência do desenho vai dando pistas 
sobre quem é a figura. Na tentativa de ganhar o jogo, a criança busca 
se empenhar para entender a sequência. Também estimula o 
enriquecimento do vocabulário. 
 
BRINQUEDO 
Blocos de Construção 
Os blocos de construção são provavelmente o brinquedo mais 
antigo e mais usado na pré-escola. A variedade de tamanho, formas e 
cores que eles possuem possibilita

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