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1 Dislexia Transtorno específico de leitura CID-10: F81.1 Apostila Prática ABRIL 2020 2 Esta apostila é fonte de pesquisa e estudos, produzida pelas psicopedagogas e neuropsicopedagogas Andréia Torquato e Zilcléia Alves. Contém atividades práticas para serem aplicadas em sala de aula e em seu consultório. Importante observar que as palavras são instrumentos que permitem-nos acender em nossas vidas bases de dados de conhecimentos, exprimir ideias e conceitos e assim aprender novos conceitos. Explore este material com seus alunos e aprendentes! 3 Sumário A – CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 6 Treinamento 1 7 Treinamento 2 7 Treinamento 3 8 Treinamento 4 9 Treinamento 5 10 Treinamento 6 11 Treinamento 7 11 Treinamento 8 12 B – ATENÇÃO E MEMÓRIA AUDITIVA 13 Treinamento 1 13 Treinamento 2 14 Quando a dificuldade ortográfica tiver uma regra a ser seguida, esta deve ser mencionada é repetida várias vezes. 15 Deve ser ensinada apenas uma regra por vez. 15 SUGESTÕES PARA O TRABALHO COM A ORTOGRAFIA 18 O IMPORTANTE É QUE AO JOGAR, A CRIANÇA E O ADULTO LEIAM EM VOZ ALTA O QUE ESTÁ NAS CARTELAS. 18 Treinamento 1 19 Treinamento 2 20 Treinamento 3 21 Treinamento 4 22 Treinamento 5 23 Treinamento 6 24 Treinamento 7 24 APRENDER DE FORMA ATIVA 33 MANTER UMA ATITUDE POSITIVA 34 CONSOLIDAR SEUS CONHECIMENTOS 34 ANOTAR AS TAREFAS 35 4 RECONHECER SUAS DIFICULDADES 35 ORDENAR AS IDEIAS 36 REVER SEMPRE AS ANOTAÇÕES 37 V- SUGESTÕES PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM 37 EXPLORAR A MELHOR VIA PARA O APRENDIZADO 37 UTILIZAR A MELHOR VIA 38 SEQUENCIAR FATOS 38 REVISAR INTENSAMENTE 39 IDENTIFICAR OS PONTOS IMPORTANTES 39 ANALISAR PALAVRAS 40 UTILIZAR O QUE JÁ FOI ADQUIRIDO 40 ELABORAR UM PLANO 40 AMBIENTE DE TRABALHO 40 ORIENTAR A REDAÇÃO 41 ABORDAR O TEMA PASSO A PASSO 42 O TEXTO DEVE SER APRESENTADO ANTECIPADAMENTE 43 USAR FRASES CURTAS E ILUSTRAÇÕES 43 CAMPO DE TRABALHO 43 FAZER AUTOAVALIAÇÃO 44 REQUISITOS QUE O PROFESSOR DEVE OBEDECER PARA LIDAR BEM COM O DISLÉXICO 44 CONSELHO PARA OS PROFESSORES 45 VII – INCENTIVOS PARA A CRIATIVIDADE 45 ESTIMULAR A ESCRITA 45 EXPLORAR UM ASSUNTO 46 DESCREVER UMA GRAVURA 47 FAZER COLAGENS 47 TRABALHAR O TATO 48 TREINAR A GRAMÁTICA 48 PARA REFORÇAR O APRENDIZADO DOS NUMERAIS DE 0 A 9 50 PARA AUXILIAR NA CONTAGEM 51 LÍNGUA ESTRANGEIRA 52 INICIAÇÃO MUSICAL 53 ANOTAR PRIORIDADES 53 FAZER FICHAS COM O VOCABULÁRIO 54 5 TER EM MÃOS UM GLOSSÁRIO 54 COPIAR DA LOUSA 54 CORRIGIR TAREFAS 55 CONCEDER UM TEMPO SUPLEMENTAR 55 ESTIMULAR RACIOCÍNIO 55 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 60 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 62 JOGO Gato Mia 70 BRINQUEDO 71 BRINCADEIRAS 71 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: 72 Treinamento 5 Expressões fixas 82 A Rita está em maus lençóis. 83 O Pedro nem sabe de que terra é. 83 Está-me a chegar a mostarda ao nariz! 83 O Pedro explodiu de raiva. 83 A Rita tem uma língua afiada. 83 Treinamento 6 83 Charada 83 1.Sou um tipo de papagaio bem colorido e estou ameaçado de extinção. Quem sou eu? 84 2. Sou mamífero e meu pelo é listrado. Apesar de parecer com muitas da minha espécie, não somos todas iguais. 84 3. Sou anfíbio, coloco ovos e dizem que se ganhar um beijo viro príncipe. Quem sou eu? 84 4.Sou o macho da galinha. Lá no galinheiro, quem manda sou eu. 84 5.Sou pequeno e quando me ameaçam viro uma bola. 84 6. Sou mamífero e adoro um pasto bem verdinho, em compensação meu leite é bem branquinho. 84 7. Vivo na água desde que nasci, sou um mamífero e por isso tenho que subir na superfície para respirar. 84 6 8. Não tenho orelhas, adoro comer peixe. Se querem me ver feliz é só colocar uma bola no meu nariz. fogo – feijão – Fernanda – figo - fogão 84 9. É fácil saber quem sou, pois adoro bananas 84 10. Costumo voar bem alto e em círculos. Sou conhecido como lixeiro da natureza, pois adoro comer restos de animais. 84 11. Sou pequenino e posso causar doenças. Vivo fugindo de gatos e adoro um bom pedaço de queijo. 84 12. Tenho cerca de 80 dentes na boca, como carne e tenho um rabo grande, que uso para me defender. Adoro tomar sol. 84 casa canteiro Paulo bloco pato régua prato manta 96 calo carvão parvo belo pago relva preta manga 96 capa porteiro pargo blusa preta rola praça minta 96 mala cartão parque bloqueio pala recta prata manjerico 96 7 Consciência Fonológica Leitura – Redação – Dislexia Sugestões para um Melhor Desempenho Ruth Soares Bicudo I – HABILIDADES BÁSICAS A – CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA Tendo em vista a importância hoje reconhecida da contribuição positiva do desenvolvimento adequado da Consciência Fonológica e Fonêmica na aprendizagem da leitura e escrita, apresentamos aqui vários exercícios com esse objetivo. 8 Treinamento 1 A criança é solicitada a ouvir a palavra, repeti-la marcando as sílabas com palmas e, em seguida, dizê-la omitindo a primeira sílaba. A Combater Janela Recorte B Mulata Tormenta Macaco C Bordado Regente Calouro D Panela Mamadeira Almofada Treinamento 2 A ordem agora é que seja omitida a segunda sílaba. A Caderno Semente Cadeira B Sorvete Careta Retrato C Lagosta Tomada Melado D Bancada Sacola Natação Treinamento 3 A ordem agora é que seja omitida a última sílaba. 9 A Marcada Ralada Cometa B Cabelo Valeta Mulata C Caçador Bolacha Galocha D Convidado Calçada Trombada Treinamento 4 A ordem é para que a criança repita a palavra ouvida batendo palmas em cada sílaba e depois substitua a sílaba indicada. COMIDA SUBSTITUA DA POR LÃO DRAMA SUBSTITUA DRA POR GRA FOLHA SUBSTITUA FO POR PI 10 CABEÇA SUBSTITUA ÇA POR LO SAMBA SUBSTITUA SAM POR BOM SALADA SUBSTITUA LA POR CA CARTEIRO SUBSTITUA CAR POR POR MOLHADO SUBSTITUA LHA POR FA CHAVE SUBSTITUA VE POR PA PAPEL SUBSTITUA PEL POR TO Treinamento 5 A criança deve ouvir a palavra, repeti-la e, em seguida, dizê-la invertendo a ordem das sílabas. A Pato Cama Boca Vela B Bolo Pata Taba Cedo 11 C Lata Laca Toca Leva Treinamento 6 A ordem é que a criança ouça a série de cinco palavras e repita apenas aquelas que começarem com o mesmo som. A Nata Tinta Água Nova Dois B Todo Cola Turma Gato Não C Cabe Goma Bela Galo Sino D Faca Navio Fome Piano Lona E Noiva Pato Piada Sono Terno F Mola Seda Dono Gota Mundo Treinamento 7 A ordem é que a criança após ouvir a série de cinco palavras e repita apenas aquelas que rimam. A Café Mola Água Rapé Bola B Tubo Farol Medo Anzol Tatu C Vida Dança Bobão Disco Botão 12 D Caqui Sino Aqui Fome Vara E Tosse Cipó Loto Bode Pó F Café Mola Água Rapé Bola Treinamento 8 A ordem é a mesma do exercício anterior. A Barbudo Maluco Parafuso Barrigudo B Cavalo Favela Amarela Vassoura C Linguiça Preguiça Revista Convida D Festival Vizinha Carnaval Violão E Farofa Chaveiro Caveira Tintureiro F Barbudo Maluco Parafuso Barrigudo B – ATENÇÃO E MEMÓRIA AUDITIVA Treinamento 1 É redonda, pode ser feita de borracha, plástico, lã e serve para 13 A jogar. B É afiada, pontuda e serve para cortar. C Pode ser quadrado, redondo ou retangular. Tem ponteiros que marcam as horas, minutos e segundos D Pode ser de couro, de plástico ou tecido e usamos nos pés. E Pode ser de ferro, metal e é usada para abrir portas, cofres e carros. F Geralmente é feito de papel, tem várias páginas com letras impressas e figuras também. Serve para ler e estudar. E Pode ser de plástico, madeira ou metal e serve para pendurar roupas. G Pode ser de plástico, madeira e serve para traçar linhasretas. H Tem lentes de aumento e nos ajudam a enxergar melhor. I Pode ser feito de pedras, pérolas, contas e usamos no pescoço. Treinamento 2 Ao ouvir as frases, uma a uma, a criança deve completá-las com as palavras adequadas. A A cor do leite é _____________ e a do suco de tomate é _____________. 14 B O cabelo da vovozinha bem velhinha é _____________. C Escutei o _____________ do seu cachorro ontem. D João queimou o dedo no _____________. E O _____________ forte derrubou as árvores podres. F A _____________ alagou o parque. G As galinhas botaram muitos _____________. H Vou comprar uma fantasia para dançar no _____________. I O menino arrebentou as _____________ do violão. J Ficou escuro porque a _____________ do abajur queimou. K Ele está descalço porque perdeu os _____________ na chuva. L Tome a sopa com a _____________. M Ela está doente, precisa tomar _____________. N Vou arrumar a _____________ para viajar. II – ORTOGRAFIA 15 O ensino da ortografia é cheio de complexidades e o seu domínio é bastante difícil. Inicialmente, é necessário que as letras sejam apresentadas com seus nomes e sons para serem identificadas. Deve ser enfatizada a existência de vogais e consoantes. A fim de facilitar o reconhecimento das vogais, podemos escrevê-las em verde, enquanto as consoantes podem ser grafadas de preto. Dependendo da severidade da dificuldade, podemos usar uma abordagem multissensorial, fazendo a criança sentir o traçado da letra através do tato, depois escrevê-la e a seguir, nomeá-la. É importante que o aluno tenha bem definida a noção de sílabas, como unidades sonoras que formam a palavra, podendo também por si só conter um significado. Exemplo: mar. Quando a dificuldade ortográfica tiver uma regra a ser seguida, esta deve ser mencionada é repetida várias vezes. Deve ser ensinada apenas uma regra por vez. A criança poderá fazer anotações contendo as regras que poderão ser consultadas quando necessário, até que estejam automatizadas. A soletração é um procedimento essencial, pois é comum a omissão, a troca e o acréscimo de letras na escrita disléxico. Para soletração podemos usar fichas de plástico marcando o número de letras. A criança soletra a palavra colocando uma ficha para cada letra, visualizando assim quantas letras a compõe. É interessante usar a ficha de cor verde para as vogais e a preta para as consoantes. 16 Um grande auxiliar na aquisição da escrita é o exercício com elementos estruturais que integram as palavras: as terminações verbais, os prefixos e os sufixos. Devem ser exercitadas as escritas das terminações verbais dos verbos regulares das quatro conjugações, como também dos prefixos e sufixos que podem ser associados aos radicais das palavras modificando-as. A noção de famílias de palavras muito ajuda o disléxico, pois fazendo-o observar a radical delas, ele poderá encontrar várias que daí a originam, facilitando a sua ortografia. Exemplo: Terra de onde teremos: terreiro, terrestre, terreno, etc. O disléxico tem, muitas vezes, dificuldades na escrita de uma redação devido a palavras que frequentemente são usadas mas a ortografia ainda não conseguiu dominar. Seria então conveniente que tivesse listas de palavras ao seu alcance para consulta. Devem elas ser elaboradas de acordo com idade cronológica e série cursada. Palavras invariáveis, tais como advérbios, podem constar dessas listas, como também aquelas que constituem termos usados em determinadas matérias escolares e dificuldades ortográficas de difícil automatização. O disléxico cometerá menos erros na escrita se ler oralmente a palavra, depois nomear as letras à medida que for escrevendo e articulando enfaticamente. É conveniente iniciar o trabalho com a escrita com palavras de grafia simples (vogal e consoante), partindo depois para aquelas que contêm ditongos, tritongos, hiatos, grupos consonantais e dígrafos. 17 Algumas estratégias podem auxiliar na fixação da ortografia. Sugerimos aqui em quatro etapas: OLHAR COBRIR ESCREVER CONFERIR. Implica na observação e atenção, o que deve ser feito se pressa. A criança pode então seguir o traçado da palavra do o dedo, e observar a forma das letras, procurar particularidades e características. OLHAR Implica na observação e atenção, o que deve ser feito se pressa. A criança pode então seguir o traçado da palavra do o dedo, e observar a forma das letras, procurar particularidades e características. COBRIR O aluno deve cobrir o que foi visto e lido e procurar visualizar a palavra soletrando-a, exercitando-a assim a sua memória visual. ESCREVER Deve se então escrever a palavra, o que é muito importante, pois isto aplica na memória cinestésica. CONFERIR Ao reler a palavra, ele é levado a autocorreção. Cremos que o uso desta estratégia facilite uma melhor realização ortográfica. 18 As crianças com dislexia severa têm necessidade de um aprendizado de forma mais ativa e concreta. Usamos, então, uma abordagem multissensorial que apela para visão, audição, e o tato. No ensino da ortografia para essas crianças podemos: Apresentar caracteres em dimensão maior que o usual; ● Enfatizar a articulação e sonorização dos fonemas; ● Estimular o aprendizado da forma das letras levando-as a moldá-las com massinha, acompanhando o seu traçado com o dedo em lixa, desenhando-as na areia e também cobrindo o seu traçado no papel, podendo ser exercitado o traçado com os olhos fechados. SUGESTÕES PARA O TRABALHO COM A ORTOGRAFIA Vários jogos de memória podem ser montados para o treinamento de identificação das letras. De acordo com o objetivo, com o nível de dificuldade e escolaridade, devemos fazer cartelas com letras de imprensa, cursiva, maiúscula e minúscula, com ditongos, grupos consonantais, sílabas com dígrafos e letras que devem ser emparelhadas com palavras iniciadas por elas. 19 O IMPORTANTE É QUE AO JOGAR, A CRIANÇA E O ADULTO LEIAM EM VOZ ALTA O QUE ESTÁ NAS CARTELAS. Treinamento 1 Leitura de sílabas e vogais. Preparar uma ficha com estas sílabas e vogais para serem lidas oralmente: PA TA CA BA DA GA A PE TE QUE BE DE GE E PI TI QUI BI DI GI I PO TO CO BO DO GO O PU TU CU BU DU GU U Após o domínio da leitura destas sílabas e vogais, devem ser lidas para a criança palavras que as contêm. A ordem é que ao ouvir e repetir a palavra seja colocada em uma ficha em cima de cada sílaba e depois a palavra deve ser escrita com letras soltas (de plástico, madeira, cartolina) nomeando letra por letra e sílaba por sílaba. Palavras que podem ser usadas. PATA CUTUCA CUCO PACOTE 20 PIPOCA CAPETA COCA PETECA CAPOTE TOCA DATA BIGODE ABACATE BODOQUE TODA BODA QUIABO DIABO QUEDA GATA CABIDE CUBO TIA GAGO PIA DIA Treinamento 2 A ordem é a mesma do exercício anterior. Agora as fichas a ser feitas deverão ser : FA AS CHA XA FE SE CHE XE FI SI CHI XI FO SO CHO XO FU SU CHU XU 21 VA ZA JÁ A VE ZE JE GE E VI ZI JI GI I VO ZO JO O VU ZU JU U Palavras que podem ser usadas: CHAVE VAZIO SOJA CHUVA AZIA FICHA CHEFE VEJA FAVO FIO SOVA CHUCHU AVE SOFÁ OVO UVA SUA Treinamento 3 A ordem é a mesma dos exercícios anteriores. 22 Fichas a serem feitas para leitura:LA LHA MA NA NHA A LE LHE ME NE NHE E LI LHI MI NI NHI I LO LHO MO NO NHO O LU LHU UM NU NHU U Palavras que podem ser usadas: MILHO MILHA LUA MALHA MOLA ALÔ MOLHO MULA ALHO LINHA NELA ILHA MINHA NULA OLHO MANHÃ LONA MIOLO 23 LIMA NINHO MANIA Treinamento 4 O “R” nas suas várias posições: RA ARA ARRA AR RE ERE ERRE ER RI IRI IRRI IR RO ORO ORRO OR RU URU URRO UR Deve ser feita oralmente a leitura destas colunas inicialmente na verticaL e depois na horizontal. Em seguida, são ditadas palavras para serem agrupadas na colunas, de acordo com a posição do “R”. 24 “R” inicial “R” brando entre vogais “RR” dígrafo “R” final de sílaba Palavras para serem colocadas nas colunas: BURRO REI RODA FOFURA ARMA ARANHA FERA AGORA IRMÃO RABO FERRO FORTE CORRIDA RAMO CALOR Treinamento 5 O “S” nas suas várias posições: 25 SA ASA ASSA AS SE ESSE ESSE ES SI ISI ISSI IS SO OSO OSSO OS SU USU USSU US Deve ser feita oralmente a leitura destas colunas inicialmente na verticaL e depois na horizontal. Em seguida, são ditadas palavras para serem agrupadas na colunas, de acordo com a posição do “S”. “S” inicial “S” entre vogais “SS” dígrafo “S” final de sílaba Palavras para serem colocadas nas colunas: CASA SALA MISSA BIS TRÊS OSSO MESA SECO 26 SOLA ROSA GROSSO NÓS SUCO COISA GASTO SUJO ROSTO MASSA GÁS RASO Treinamento 6 O “Z” nas suas várias posições: ZA AZA AZ ZE EZE EZ ZI IZI IZ ZO OZO OZ ZU UZU UZ 27 A ordem é a mesma dos exercícios anteriores. “Z” inicial “AZA” (entre vogais) “AZ” (final) Palavras que podem ser ditadas para serem colocadas em colunas: AZAR BELEZA VEZ ZECA ZABUMBA LUZ ZORRO TRISTEZA AZEDO AZIA BEZERRO FOZ ZULU AZUL PAZ Treinamento 7 Encontro consonantais com “R” e “L” Devem ser introduzidos paulatinamente, de acordo com as dificuldades e o estágio de alfabetização. 28 Pode ser treinada a leitura das sílabas em que os encontramos, a saber: PRA TRA CRA BRA DRA GRA PRE TRE CRE BRE DRE GRE PRI TRI CRI BRI DRI GRI PRO TRO CRO BRO DRO GRO PRU TRU CRU BRU DRU GRU FRA VRA FRE VRE FRI VRI FRO VRO FRU VRU 29 PLA TLA CLA BLA GLA PLE TLE CLE BLE GLE PLI TLI CLI BLI GLI PLO TLO CLO BLO GLO PLU TLU CLU BLU GLU FLA FLE FLI FLO FLU Após a leitura das sílabas, podem ser ditadas palavras que as contêm, devendo estas serem escritas com letras de plástico, madeira ou cartolina, sendo as letras nomeadas uma a uma e, finalmente, a palavra deverá ser escrita com letra cursiva ou de imprensa. Palavras sugeridas para o treinando do grupo consonantal com “R”: DRAGÃO BRUXA REGRA QUATRO CREME ESGRIMA SOBRINHO GRAVATA SETEMBRO 30 LIVRO FRIO FRACO Palavras sugeridas para o grupo com “L”: PLACA BLUSA CLUBE ATLETA GLOBO INGLÊS CLIMA FLÁVIO CLORO BLOCO FLOCOS GLEBA Jogos de Memória são aqui lembrados como instrumento para fixação adequada. Emparelhar sílaba com sílaba. Completar palavras em que faltem essas sílabas. 31 Emparelhar com figuras que contenham estas sílabas. Enfatizando novamente: o importante no Jogo da Memória é que cada cartela levantada seja lida em voz alta. III – LEITURA E COMPREENSÃO Para ler, é necessário discriminar os componentes das palavras e associá-los a seus sons. Para o disléxico, muitas vezes, o domínio destas habilidades é lento, exigindo muito esforço. O ensino deve ser feito de forma clara e metódica, apresentando-se elemento por elemento, repetindo-se para a sua fixação quantas vezes for necessário. Quando a dislexia é severa, o atendimento, se possível, deverá ser individualizado e em ambiente adequado quanto à ausência de ruídos e estímulos visuais. Na sessão de terapia, deve ser mantido um clima lúdico, porém respeitando-se a disciplina. Um ótimo auxiliar na alfabetização do disléxico é o uso de letras móveis (plástico, madeira, etc.) de variações nos tipos de traçado (pontilhado, contínuo, hachureado, etc.) de cores (destacando-se sílabas, vogais, dígrafos, etc.) como também a apresentação das letras em dimensão maior que o normal. 32 Tendo o aluno já atingido um nível razoável de leitura e de acordo com o seu estágio de escolaridade, julgamos importante trabalhar na obtenção da fluência e consequentemente compreensão. O aluno pode recorrer a várias táticas para conseguir melhor entendimento do texto. São algumas delas: ● Reler com mais atenção o que já foi lido sem a devida compreensão; ● Ler mais lentamente para obter melhor assimilação; ● Verificar se há necessidade do uso do dicionário; ● Analisar frase por frase; ● Recorrer a conhecimentos anteriores. ● Alguns disléxicos, como podemos observar, apresentam às vezes dificuldade de ler corretamente, embora tenham uma boa compreensão do texto lido. Eles leem com atenção na estória, no assunto, negligenciando a exatidão das palavras e quando leem em voz alta cometem erros. É importante ensiná-los a utilizar métodos de leitura que propiciem uma decodificação adequada das palavras. 33 São aqui oferecidas algumas sugestões para um melhor desempenho na leitura. a. Pede-se ao aluno que leia um texto no seu ritmo normal. A seguir, deverá reler grifando as palavras que considerou as mais difíceis e depois reler novamente a palavra grifada. A leitura de todo o texto deverá ser repetida várias vezes e, a seguir, as palavras grifadas devem ser escritas. b. O aluno deve ler um texto de acordo com o seu nível de leitura e depois responder a pergunta sobre ele, enfatizando o que considerou mais importante. c. O aluno deverá ler frases, apresentadas uma a uma e depois repeti-las de memória. d. Encorajar o disléxico a ler um texto ou livro acima do seu nível de leitura dará a ele acesso a um vocabulário mais amplo que o auxiliará a melhorar a compreensão. Esta atividade pode ser realizada sob a forma de leitura compartilhada com outros colegas ou mesmo familiares. Antes de iniciar a leitura, é conveniente apresentar ao aluno palavras novas que ele irá encontrar. Se necessário busque com ele os significados elas no dicionário e peça-lhe que as empregue em frases orais e depois escritas, fazendo comentário sobre elas. A seguir, pode-se iniciar a leitura alternada, onde cada um lê uma frase. Se a criança hesita diante de uma palavra, o adulto pode emiti-la sem comentários. 34 e. Pode ser feita uma leitura em duas vozes, isto é, adulto e criança leem ao mesmo tempo. A criança escolhe o texto, então ela e o adulto começam a ler juntos em voz alta, ele respeitando o ritmo dela. Quando ela erra uma palavra, ele a repete de forma correta, devendo então a ela também repetir corretamente. Não fazer observações durante a leitura, e o final pode ser feitos elogios encorajando o aluno. Comentário sobre o texto e a gravurapresentes só poderão ser feitos após o término da tarefa. f. Pode ser feito uma leitura alternada com comentários. O professor começa mostrando como se pode ler e pensar alto. Faz isso com frases curtas. Ele lê em voz alta, enquanto o aluno acompanha com os olhos e, em seguida, resume o que leu, assinalando detalhes importantes. Esclarece, então, as eventuais dificuldades, tais como vocabulário desconhecido, conceitos novos e estruturas complexas. A seguir, ele pede ao aluno que faça uma previsão do que poderá acontecer no texto. É assim estimulada a sua imaginação e encorajada a sua colaboração com novas ideias. É conveniente exercitar esse tipo de leitura a dois até que o aluno consiga sozinho executá-la com sucesso. g. Notas, esquemas, como também gráficos, são ótimos auxiliares por ocasião da revisão de matéria lida e quando da necessidade de responder a questões sobre ela. 35 h. Gravar a leitura permite que ao disléxico ouvir em seguida o que leu e perceber quais foram às dificuldades. É uma excelente técnica. O aluno deve inicialmente ler e gravar textos cuja fluência domine. Ao ouvi-los em seguida adquirirá mais confiança na sua atuação. Depois lerá os textos que apresentem mais dificuldades e, se necessário, o professor pode fazer com ele uma leitura a duas vozes. Após ouvir a leitura gravada, devem ser feitos comentários sobre ela a fim de auxiliar e testar a sua compreensão. É conveniente guardar essas gravações porque elas constituirão um testemunho precioso na constatação dos progressos obtidos. i. Antes de iniciar a leitura de um texto é importante que o aluno conheça seu conteúdo. O título deve ter significado para ele. Após uma leitura de algumas frases, o professor deve questioná-lo para saber se está achando o assunto interessante e pedir que cite um ponto que considerou digno de nota. Depois, pode-se também pedir sugestões para a continuação do texto como também conclusões. j. Ao ler um texto, o aluno deve destacar as palavras desconhecidas, procurá-las no dicionário onde, além de encontrar o seu significado, saberá também a sua categoria gramatical. A partir deste conhecimento, poderá verificar se as palavras, sendo elas substantivo, adjetivo ou verbo, tem uma correspondente nas outras categorias. Por exemplo, peso (substantivo), pesado (adjetivo), pesar (verbo). E em seguida, o aluno deverá formar frases com essas palavras. 36 É também importante verificar se as palavras procuradas tem mais de um significado, devendo também elaborar frases escrevendo-as. k. Há disléxicos que muito se beneficiam com o uso de desenhos como auxiliar na memória da sequência dos acontecimentos. É uma estratégia, cuja utilização deve ser permitida e às vezes mesmo estimulada, porque eles terão a representação visual do desenvolvimento do texto que os ajudará a lembrar do que foi lido. Esta forma de anotação não exige escrita, mas numa etapa seguinte o aluno deverá por escrito resumir o que apresentou o desenho. l. Ao ler um texto é interessante que o disléxico anote os fatos de forma abreviada, na ordem em que eles surgiram. Isto muito concorrerá para uma melhor memorização, também como auxília numa revisão e no relato do tema. Pode ser feita uma ficha: Título Autor Introdução Capítulo 1 Capítulo 2 etc. Conclusão Desenhos ou esquemas podem também ser incluídos. 37 m. Um bom exercício para o disléxico é a ampliação e o enriquecimento das frases do texto lido. Esta expansão de frase leva a uma escrita mais criativa, menos presa ao modelo. n. O aluno pode ler um texto contendo vários parágrafos. Ao terminar cada um deles, deve procurar quais os verbos que ai se encontram, escrevê-los no infinitivo, construindo, em seguida, frases por escrito em qualquer tempo verbal. o. O disléxico deve ser encorajado a ler o mais possível, mesmo que seja para refazer a leitura de alguns livros algumas vezes. Estes devem ser escolhidos por ele. Após a leitura, ele deve ser solicitado a contar o que leu e mesmo a escrever sobre um ou dois parágrafos lidos. É interessante ao término de cada leitura solicitar a ele novos detalhes observados. Marcar o tempo de leitura com um cronômetro contribui para melhorar a sua velocidade. O disléxico deve ter em mente que, dependendo do objetivo da leitura, atitudes diferentes podem ser tomadas. Diante da necessidade de tomar conhecimentos de conteúdo de um livro, o leitor precisará folheá-lo, ler a introdução, os títulos dos capítulos e a conclusão. Quando o tema for objeto de estudo e for exigida a exatidão do aprendizado, é importante ler atentamente cada frase e até mesmo cada palavra. Se a finalidade da leitura for a satisfação pessoal, esta deve ser feita sem preocupação. 38 IV – MEMORIZAÇÃO APRENDER DE FORMA ATIVA Para o disléxico, o aprender e memorizar são muito facilitados quando associados a uma atividade motora. O manipular e o experimentar muito o ajudam. O computador é uma excelente ferramenta de trabalho. As atividades desenvolvidas em grupo concorrem também para uma boa memorização. Assim sendo, sugerimos: ➽ Escrever trabalhos em grupo; ➽ Representar peças de teatro; ➽ Fazer debates; ➽ Fazer entrevistas; ➽ Descrever um pôster para os colegas; ➽ Cantar e declarar; ➽ Ilustrar estórias. É PRECISO RELAXAR Não se pode esquecer de que o disléxico, para ter um bom rendimento, deve estar num clima de calma e relaxamento. São seus grandes auxiliares: a música,o desenho, a prática de esportes e jogos variados. 39 O professor deve tentar obter na classe um ambiente propício ao relaxamento, eliminando ruídos e tensões. Uma música de fundo suave pode ser ouvida enquanto o professor dá calmamente instruções. As atividades exercidas nesta situação têm maior probabilidade de serem memorizadas. MANTER UMA ATITUDE POSITIVA Os disléxicos frequentemente se sentem inferiorizados, convencendo-se de que são incapazes de determinadas tarefas. Devemos evitar que o sentimento de derrota se instale, transformando-se numa atitude negativa. É importante dar-lhes trabalhos que possam ser executados com sucesso, que é a base para uma atitude positiva. A seguir, podemos oferecer-lhes atividades mais desafiadoras. Em cada tarefa, o professor deverá observar quais as dificuldades encontradas e fazer uma lista daquilo que necessita ser trabalhado passo a passo. Os progressos devem ser anotados e elogiados. CONSOLIDAR SEUS CONHECIMENTOS Tudo o que é ensinado ao disléxico deve ser exaustivamente repetido. 40 É interessante rever determinadas informações em contextos variados e de modo diferente. Por exemplo: quando o aluno aprende a ortografia de uma palavra nova, é conveniente que ele a escreva em várias frases até que atinja o automatismo. Não exercitar repetidas vezes pode acarretar esquecimento do que parecia já estar dominado. Considera-se a ortografia de uma palavra devidamente fixada quando ele consegue escrevê-la corretamente umas sete ou oito vezes. ANOTAR AS TAREFAS É conveniente que o disléxico tenha um caderno de anotações para diariamente aí escrever alista de seus deveres a cumprir, das matérias a estudar, obedecendo à sequência em que deverão ser executadas. Assim fazendo, ele estará trabalhando a memória cinestésica, utilizando a memória visual com o seu grafismo, exercitando a memória auditiva ao repetir em voz alta o que escreveu e auxiliando a memorização através da repetição. Os símbolos visuais e palavras-chave contribuem para reforçar a memória visual. Esta abordagem multissensorial apela para as diversas modalidades de aprendizagem: ver, ouvir, escrever e enunciar. Esta técnica “escrita-enunciação-repetição” aplica-se a tudo que deve ser memorizado. 41 RECONHECER SUAS DIFICULDADES É conveniente que o disléxico tenha conhecimento das situações de aprendizagem que o beneficiam. Ele pode chegar a esta consciência após responder a determinar perguntas. A saber: ➽ O que acontece numa situação de estudo que o perturba? ➽ Por que isto o incomoda? ➽ Ele pensa que é possível evitar esta situação? ➽ Como? ➽ O que mais o auxilia na concentração no trabalho? ➽ Por que ele acha isto? ➽ Ele acha que depende do tipo de trabalho? Diante de suas conclusões, ele pode solicitar o auxílio do professor e mesmo dos colegas. Frequentemente, o que mais incomoda o disléxico na realização de uma tarefa de acordo com suas habilidades é o excesso de ruído, de informações e de exigências. ORDENAR AS IDEIAS 42 As informações recebidas em classe devem ser imediatamente anotadas. Para isto, é conveniente seguir um esquema. Por exemplo: Introdução; Pontos principais; Ideia principal; Detalhes, informações suplementares e dúvidas; Conclusões e comentários. A memorização diante de uma boa organização das ideias torna-se muito mais fácil. REVER SEMPRE AS ANOTAÇÕES No dia em que são feitas as anotações referentes à matéria aprendida em classe, elas devem ser lidas e revistas, porque se for deixado para depois, com certeza, o disléxico terá esquecido o que foi ensinado. Todos os dias a matéria dada na escola deve ser recapitulada. É conveniente que ele leia as suas próprias anotações mesmo que contenham falhas ortográficas. Muitas informações não devem ser dadas ao mesmo tempo. Antes de iniciar o trabalho, o aluno deve rever suas anotações da lição anterior. Cores podem ser usadas para destacar os dados mais relevantes. No final, fazer um resumo de tudo que foi anotado e que deverá ser lembrado. 43 V- SUGESTÕES PARA FACILITAR A APRENDIZAGEM EXPLORAR A MELHOR VIA PARA O APRENDIZADO No ensino do disléxico, é importante antecipadamente identificar onde se encontram suas maiores habilidades. Elas podem estar no campo visual auditivo e/ou cinestésico. Para nos certificarmos, devemos observá-lo e questioná-lo. Se seu ponto forte for o visual, ele preferirá aprender através de vídeos, imagens, em lugar de ouvir e provavelmente gostará de desenhar e ilustrar seus trabalhos. Se a via auditiva oferecer mais facilidade, ele preferirá ouvir e ler os ensinamentos. Também gostará de repeti-los mentalmente. Se sua melhor via para o aprendizado for a cinestésica, ele optará por discutir, aprender caminhando, fazendo gestos e manipulando objetos. Geralmente os disléxicos manifestam preferência por uma ou duas dessas vias, que devem ser aproveitadas pelo professor para ministrar seus ensinamentos. UTILIZAR A MELHOR VIA Sabendo antecipadamente qual é a via que oferece mais facilidade para o disléxico, teremos certeza de que o uso dela facilitará consideravelmente o ensino. O aluno terá mais chances de se sentir motivado, sobretudo em etapas iniciais. Se ele, por exemplo, prefere uma abordagem visual e cinestésica quando diante de palavras novas introduzidas visualmente, deve ser levado a desenhá-las com o dedo no ar, na mesa, na areia. Assim, ele estará vendo a forma da palavra, antes de pronunciá-la para ouvi-la. 44 Da mesma forma, antes de ouvir uma estória, deve ver a representação de seus personagens nem desenho, num vídeo ou DVD, se possível. Se ele tiver mais habilidade auditiva, será conveniente fazê-lo escutar textos gravados antes de lê-los oralmente. Com um método adaptado à melhor forma de aprendizagem do aluno, seus riscos de fracasso e sua perda de motivação são minimizados. SEQUENCIAR FATOS Para o disléxico, a sequenciação de uma informação de uma estória é uma grande dificuldade. Inicialmente, podemos trabalhar com figuras em sequência que mostram o desenrolar dos acontecimentos. Para facilitar podemos enumerá-las. É interessante desenhar retângulos em sequência, que o aluno deve preencher escrevendo em cada um, episódio da estória. É bom iniciar apenas com dois retângulos, uma para introdução e o outro para conclusão. Acrescentam-se depois outros, até que se obtenha uma sequência lógica do texto. O professor deverá auxiliar indicando o que pode ser escrito em cada retângulo e se o aluno quiser poderá fazer um desenho ilustrando a informação. 45 REVISAR INTENSAMENTE As pesquisas mostram-nos que as crianças disléxicas têm muita necessidade de revisões, porque elas demoram muito para memorizar, aplicar regras e informações novas. Não basta apenas repetir cor, mas é preciso empregar de formas variadas aquilo que aprenderam. Para consolidar o aprendizado, podem-se usar gravuras, programas de computador e a escrita de palavras novas em vários contextos. Esta forma de trabalhar utilizando estratégias diferentes deve ser aplicada a qualquer nova aprendizagem do aluno. IDENTIFICAR OS PONTOS IMPORTANTES É difícil para o disléxico identificar os pontos essenciais de um texto. Sua tendência é ser levado a conclusões errôneas devido à distração. Antes de abordar uma nova leitura ou texto, o professor deve ressaltar os pontos principais, destacando o título, informações e dados relevantes. No final da leitura, o aluno deve escrever o que ele considerou o mais importante. O professor pode pedir a ele que justifique suas conclusões. ANALISAR PALAVRAS É um ótimo exercício para o disléxico diante de duas palavras que tenham algo em comum, quanto à forma, uso e/ou significado que 46 procure anotar quais as semelhanças e diferença. Exemplo: No que diferem e se assemelham um ônibus e uma caminhonete. UTILIZAR O QUE JÁ FOI ADQUIRIDO O disléxico tem, muitas vezes, dificuldades de utilizar conhecimentos anteriormente adquiridos porque não consegue fazer uma ligação entre o novo e o já aprendido em outro contexto. O importante é ajudá-lo a fim de que possa compreender com mais facilidade uma nova lição e seus conceitos. ELABORAR UM PLANO É interessante encorajar o disléxico a utilizar sistematicamente títulos e subtítulos nos seus trabalhos escritos, pois isto o ajudará a melhor estruturar seu pensamento. AMBIENTE DE TRABALHO É importante saber do disléxico onde ele prefere trabalhar e em que condições. Para termos estas informações, sugerimos aqui algumas perguntas às quais ele poderá responder. 1. Você prefere estudar em ambiente totalmente silencioso ou com um ruído de fundo? 47 2. Você gosta de pessoas à sua volta, com quem possa se comunicar quantoestuda? 3. Você gosta de escutar música estudando? 4. Você prefere uma luz mais suave ou bastante forte? 5. Com que tipo de roupa você se sente mais à vontade para estudar? 6. Você sente necessidade de bastante espaço à sua volta na hora de estudar? 7. Você prefere ter uma mesa de trabalho para usar sozinho ou compartilhá-la com um colega? 8. Qual a hora do dia em que você prefere estudar? 9. Você se sente mais motivado quando está sentado ou se movimentando? ORIENTAR A REDAÇÃO O disléxico, como já foi dito repetido, tem dificuldade de planejar uma redação e redigi-la. Para que consiga concatenar suas ideias, necessita de uma metodologia. Podemos propor algumas etapas através das quais ele possa guiar. Preparação: Examinar atentamente o tema a ser tratado; Anotar o que se sabe sobre o tema; Anotar quais informações necessita ainda para escrever sobre o assunto; ➽ Onde encontrar essas informações; ➽ Anotar os pontos principais para a introdução ao tema; 48 ➽ Anotar os pontos principais de cada parte da redação; Garantir que sua conclusão seja coerente com a sua introdução e com as ideias expostas; ➽ Redigir de forma clara e simples; ➽ Atenção para não usar frases muito longas; ➽ Verificar que cada parágrafo aborde uma ideia; ➽ Reler se concentrando no conteúdo, depois na gramática e na ortografia; Finalmente, verificar se conseguiu se externar e apresentar um trabalho suficiente claro e que responda ao que foi solicitado. VI – SUGESTÕES PARA O ENSINO ABORDAR O TEMA PASSO A PASSO O indivíduo disléxico tem normalmente memória pobre. O que para ele e significa que para ele é difícil guardar duas ou três informações apresentadas ao mesmo tempo. Se a tarefa proposta oferece instruções longas e complexas, ele terá dificuldade de memorizar. É importante fragmentar as informações e apresentá-las passo a passo, como também explicá-las com clareza e colocá-las em sequência. Assim, estamos facilitando o seu trabalho. 49 Podemos por exemplo, diante de um texto pedir ao aluno que: ➽ Escreva os nomes dos personagens principais; ➽ Identifique onde ocorre a ação; ➽ Mencione quatro substantivos importantes no texto; ➽ Descreva um acontecimento que aí ocorre; ➽ Escreva porque ele considera de destaque tal fato. O trabalho assim esmiuçado vai auxiliar ao disléxico na atenção aos pontos solicitados e a fornecer respostas adequadas. Uma abordagem assim feita evitará que sejam esquecidos pontos essenciais. O TEXTO DEVE SER APRESENTADO ANTECIPADAMENTE O assunto a ser estudado deve ser exposto preliminarmente e discutido com o disléxico. O professor deve se assegurar de que o aluno tenha condições de compreender o texto e de que conheça o vocabulário nele contido. Após a apresentação do tema, serão anotados pelo aluno os dados importantes que foram retidos. Em seguida, será feita a leitura deles, em que os pontos importantes devem ser identificados e citados. USAR FRASES CURTAS E ILUSTRAÇÕES Frases longas e complexas confundem o disléxico. Se possível, elas devem ser curtas, claras e expostas numa sequência lógica. 50 Desenhos ao lado delas auxiliam enormemente a sua memorização, assim como o uso de cores para as palavras-chave. CAMPO DE TRABALHO Deve ser fornecida ao disléxico uma folha grande, na qual ele possa escrever com letras de dimensão maior que o normal, colocar figuras, fazer desenhos, utilizar cores e espaçar as anotações de forma que tudo fique bem claro para ele. FAZER AUTOAVALIAÇÃO É importante que o disléxico tenha consciência de suas dificuldades para que possa programar suas atividades e depois se autoavaliar. No início de uma tarefa deve ter em mente o que se espera dele, como organizar o seu trabalho, que informações necessitam obter para realizá-lo, de que tempo dispõe e etc. No final poderá se perguntar se chegou a atingir seus objetivos, quais foram suas maiores dúvidas e o que deverá evitar numa próxima atividade. REQUISITOS QUE O PROFESSOR DEVE OBEDECER PARA LIDAR BEM COM O DISLÉXICO Deve ser observado o uso de: ➽ Frases curtas; ➽ Vocabulário de acordo com o nível do aluno; 51 ➽ Texto com gravuras e desenhos; ➽ Exposição clara de ideias; ➽ Exercício de acordo com a capacidade do aluno. CONSELHO PARA OS PROFESSORES O trabalho do disléxico sugere: ❏ Utilizar gráficos e esquemas para anotar pontos essenciais; ❏ Recorrer a gestos e mímicas. Pode ser muito útil no ensino do traçado das letras; ❏ Usar letras de cartolina, madeira. Desenhar na areia, no ar; ❏ Ilustrar textos com desenho; ❏ Utilizar cores para grifar ou grafar palavras importantes; ❏ Utilizar jogos para trabalhar vocabulário, ortografia e regras gramaticais. Pode ser memória, lotos, etc. ❏ Utilizar cores para distinguir assuntos diferentes, categorias gramaticais etc.; ❏ Apresentar informações em pequenos segmentos e oferecendo oportunidades de repetição. VII – INCENTIVOS PARA A CRIATIVIDADE ESTIMULAR A ESCRITA Quando o disléxico é criativo, mas se sente bloqueado diante da escrita, podemos nos oferecer para redigir o que ele nos ditar. No final, 52 devemos ler para que ele confirme se o que registramos foi aquilo que ele teve a intenção de dizer. Isto pode ser feito em classe com a participação de dois colegas ou mesmo em casa com um professor ou até um familiar. Consideramos que seja aceitável solicitar um indivíduo para redigir as ideias do disléxico quando: ❏ Há uma enorme disgrafia, chegando a ser quase ilegível; ❏ Há enormes dificuldades ortográficas e gramaticais; ❏ Há excesso de cansaço por parte do disléxico ao escrever; A produção escrita é excessivamente pobre devido a um grande bloqueio. EXPLORAR UM ASSUNTO Podem ser dados ao aluno temas sobre os quais pedimos que exponha algumas ideias. Não se deve exigir correção ortográfica e nem gramatical e sim acatar sua criatividade. Após este exercício, ele provavelmente irá se sentir mais apto para desenvolver um trabalho de redação. Devem ser sugeridos assuntos de seu interesse, abordados um por vez. Exemplo de temas: 1. Férias; 2. Uma manhã na praia; 3. Meu aniversário; 4. Uma tarde no circo; 53 5. Uma festa caipira; 6. Quando meu time foi campeão. Pode-se pedir ao aluno que faça uma lista mencionando algumas de suas preferências seja em relação a esportes, alimentos, amigos, diversão, etc. Abaixo de cada uma de suas declarações deverá escrever: porque gosta, quando gosta, como gosta e outros comentários que lhe ocorram. Desta forma, o aluno estará construindo frases que servirão de base para uma redação, que no início deverá constar de uma introdução, um parágrafo descritivo e uma conclusão. Mas adiante, ele provavelmente se sentirá estimulado a ampliar o seu trabalho. DESCREVER UMA GRAVURA Uma gravura deve ser objeto de observação para que o disléxico a escreva ou crie uma estória sobre ela. Inicialmente, pode apenas fazer uma exposição oral do que foi solicitado. Em seguida, deverá ser estimulado a redigir as suas ideias, quando então poderemos sentir suas dificuldades e eventualmente ajudá-lo. FAZER COLAGENS É uma boa maneira de estimular a imaginação e a escrita de disléxico, pedir-lhe que selecione numa revista figuras que se relacionem entre si e, então ascole numa folha grande. 54 Deverá, em seguida, solicitado a escrever uma ou mais frases relativas a elas. A partir daí poderá ser feita uma redação sobre o tema. TRABALHAR O TATO Podem ser oferecidas sacolas contendo cada uma objetos para que a criança através do tato tente adivinhar o que está escondido ali. Ela deverá citar a sua forma, consistência, peso, tamanho, e em seguida, por escrito anotar o que observou e qual foi a sua conclusão. TREINAR A GRAMÁTICA Pode ser feita uma leitura com o aluno e, em seguida, pedir a ele que selecione e vá anotando em colunas quatro substantivos, quatro adjetivos e quatro verbos. Em seguida, deverá acrescentar um adjetivo para cada substantivo, um substantivo para cada adjetivo e um sujeito para cada verbo. Desta forma, estará também trabalhando o seu vocabulário e a sua gramática. VIII – MATEMÁTICA, LÍNGUA ESTRANGEIRA E INICIAÇÃO MUSICAL MATEMÁTICA 55 O programa elementar de matemática envolve invariavelmente o aprendizado das quatro operações e dos símbolos que as regem. Para que a criança consiga dominar adequadamente estes ensinamentos básicos, é necessário que ela seja capaz de: ❏ Contar oralmente em sequência correta; ❏ Reconhecer e ser capaz de escrever os números; ❏ Contar objetos, inicialmente de 1 a 10; ❏ Relacionar os números escritos com as quantidades representadas; ❏ Reconhecer os sinais que regem as quatro operações. É importante lembrar que a criança antes de ser introduzida ao conhecimento dos rudimentos da matemática deve ter as noções de: grande – pequeno, maior – menor, alto – baixo, grosso – fino, antes e depois. Estas noções o aluno aprenderá com mais facilidade através de manuseio do material concreto, como também através da movimentação corporal. No disléxico, as dificuldades para o aprendizado da matemática revelam-se de várias formas. A saber: a) Na escrita espelhada de alguns números e na alteração da sequência deles; b) No alinhamento incorreto das parcelas, na realização das operações em ordem inversa, no desconhecimento dos símbolos que 56 reagem as operações, como também da relação entre o número e a quantidade que representa. c) Na compreensão do enunciado dos problemas e da ordem em que neles se devem realizar operações. Apresentamos aqui sugestões para auxiliar aqueles que apresentam dificuldades de trabalhar com os numerais. 57 PARA REFORÇAR O APRENDIZADO DOS NUMERAIS DE 0 A 9 ❏ Formar pares com os iguais utilizando números de plástico ou escrito em pequenas cartelas; ❏ Diante de vários números escritos, indicar aqueles solicitados pelo professor; ❏ Nomear os numerais corretamente quando expostos não em sequência; ❏ Escrever numerais sob ditado; ❏ Cobrir traçado dos numerais escritos pelo professor; ❏ Copiar os numerais escritos pelo professor; ❏ Escrever numerais de memória; ❏ Escrever os numerais com os olhos tampados. PARA AUXILIAR NA CONTAGEM ❏ Pedir à criança que caminhe e conte os passos e também compare os passos pequenos com os grandes. ❏ Fazer a criança contar ficha ou moeda. ❏ Jogar bola contando inicialmente em ordem crescente e depois decrescente. ❏ Escrever os números de 1 a 100 na vertical, onde fica mais evidente a mudança que ocorre de 10 em 10 números. ❏ Escrever as quantidades após a contagem de objetos. ❏ Escrever o número que vem antes ou depois de um número dado. 58 ❏ Ordenar fichas onde estejam escritos os números, fazendo pilhas de 10 em 10. Pode-se marcar o tempo em que a tarefa é realizada, a fim de estimular o interesse na atividade. Muitos disléxicos só se sentem seguros contando nos dedos e, às vezes, sentem a necessidade de traçar o número no ar. Os disléxicos são em geral crianças bem inteligentes, devemos deixá-las resolver os problemas de matemática de forma que lhes pareça mais clara. Devem no entanto ter a consciência das várias etapas percorridas, de modo que possam recomeçar caso tenham cometido erros. No aprendizado da tabuada,podemos estimulá-las a recitá-las cantando, podendo cada uma delas ser lembrada com uma melodia diferente. Assim, com esta tarefa torna-se mais agradável e mais fácil ser memorizada. LÍNGUA ESTRANGEIRA O aprendizado de uma língua estrangeira, muitas vezes, é um grande desafio ao qual o disléxico não se pode furtar devido a exigências escolares e ambientais. Damos aqui algumas sugestões que podem suavizar o seu aprendizado: ❏ Utilizar cores para distinguir gênero, classes gramaticais, acentos etc. 59 ❏ Utilizar jogos de memória, loto para fixar vocabulário, devendo sempre o aluno ler oralmente as palavras. ❏ Ouvir a gravação de texto feito pelo professor. ❏ Ouvir a gravação do texto feito pelo o próprio aluno, e depois ler ao mesmo tempo. ❏ Assistir a filmes, ler poesias e cantar ❏ Fazer fichas com anotações sobre as regras gramaticais. INICIAÇÃO MUSICAL Quanto a iniciação musical, devemos nos lembrar de que mesmo que o disléxico tenha um bom ouvido musical, ele poderá encontrar muitas dificuldades em relação a leitura das partituras. Para auxiliá-lo, seria conveniente usar cores diferentes para as notas, para as claves e aumentar o tamanho de sua apresentação. Não é conveniente que seja iniciado pelo estudo do piano, porque a leitura ao mesmo tempo da clave de Fá e de Sol trará provavelmente confusão. 60 IX – PONTOS DE APOIO PARA A REALIZAÇÃO DAS TAREFAS ANOTAR PRIORIDADES O disléxico tem muitas vezes dificuldade de ser organizar. Deve então, no início da semana, anotar todas as tarefas que terá que apresentar, numerando-as de acordo com a prioridade, calculando também o tempo que levará para executar cada uma dela. No final da semana,pode se auto avaliar, verificando se cumpriu suas metas ou se precisa se organizar melhor, solicitando talvez o auxílio de um adulto. FAZER FICHAS COM O VOCABULÁRIO Um vocabulário relativo a determinadas matérias deve ser oferecido ao disléxico, devendo ser afixado em lugar de fácil acesso. É interessante utilizar cores diferentes para as várias disciplinas. 61 TER EM MÃOS UM GLOSSÁRIO Um glossário dos termos usados em frequência em classe será muito útil a fim de que se certifique daquilo que é pedido em cada atividade. Por exemplo: ❏ ENUMERAR – Fazer uma lista de alguns pontos requeridos. ❏ EXPLICAR – Mostrar que compreendeu uma ideia, um texto ou uma informação. ❏ JUSTIFICAR – Expor porque o fato ocorreu, de acordo com seu ponto de vista. X – DICAS PARA A OBTENÇÃO DE UM MELHOR RENDIMENTO COPIAR DA LOUSA O professor auxiliará bastante o disléxico se não exigir dele que copie sua matéria de estudo da lousa, pois isto acarretará lentidão no seu trabalho, atraso em relação aos colegas e, consequentemente, sentimento de inferioridade. Além disso, provavelmente, incorrerá em inúmeras trocas ortográficas. O aconselhável é que o aluno receba uma ficha já pronta e se possível, com caracteres grandes e com espaços onde possam ser feitas as anotações. Ao receber a ficha com 62 as tarefas a executar, poderá grifar com cores diferentes os pontos principais e verificarse compreendeu bem o que foi solicitado. CORRIGIR TAREFAS O professor ao corrigir um trabalho do disléxico deve evitar fazer correções em vermelho. Deve, antes de tudo, levar em conta o conteúdo, deixando um pouco de lado a apresentação e a ortografia.Em seguida, poderá apontar os erros ortográficos e escrever a palavra corretamente, a fim de que ele perceba suas falhas. Deverá então reescrever estas palavras soletrando-as em voz alta. Os disléxicos deve ser sempre elogiado quando as ideias por ele apresentadas correspondem ao que foi solicitado. CONCEDER UM TEMPO SUPLEMENTAR Deve ser concedido ao disléxico mais tempo para a realização de suas tarefas. É conveniente orientá-lo para que o aproveite bem. Quando terminado o trabalho, ele deve lê-lo para verificar o conteúdo e, em seguida, relê-lo para rever a gramática e ortografia. ESTIMULAR RACIOCÍNIO O disléxico, como já sabemos, muitas vezes tem dificuldade na decodificação de textos, mas, por outro lado pode ser extremamente inteligentes. Devemos então, dar-lhe a oportunidade para revelar suas aptidões fazendo-o desenvolver o seu raciocínio. É conveniente que 63 seja solicitado a participar de debates acerca dos mais variados assuntos do seu interesse e de acordo com a sua idade cronológica. Ao ouvir o relato de um tema, deve ser estimulado a responder às questões: Por quê? Como? Você concorda? Justifique. Devemos dar-lhe tempo para refletir antes de responder e, em seguida, poderá ser levado a maiores explicações, comentários e conclusões. Após uma exposição oral, muitas vezes, ele se sentirá estimulado a redigi-lá XI – SUGESTÕES PARA OS PROFESSORES 1. Colocar o disléxico na primeira fila de carteiras. 2. Se possível, colocá-lo ao lado de um colega que não tenha dificuldades e possa auxiliá-lo caso necessário. 3. Verificar se o material de trabalho está ao seu alcance e devidamente etiquetado. 4. Manter na classe um ambiente calmo sem ruído ou tensão. 5. Apresentar cartazes com letras grandes e bem legíveis. 6. Se possível e necessário, estimular abordagens multissensoriais. 64 7. Respeitar o ritmo do disléxico. 8. Fazer revisões das matérias regularmente. 9. Trabalhar diariamente com exercícios de memorização. 10. Encorajar o uso do computador. 11. Apresentar fichas de tarefas bem claras e com ilustrações. 12. Planejar aulas que não sejam fatigantes. 13. Dar instruções orais com frases curtas. 14. Dar ao disléxico tempo para reflexão e demonstração de que entendeu o que se espera dele. XII – FATORES QUE NOS LEVAM À SUSPEITA DE DISLEXIA 1. Dificuldade de aprender o alfabeto e fazer distinção entre grafemas que apresentam alguma semelhança, tais como: “m”, “n”, “b”, “d”, “q” e “p”. 2. Lentidão excessiva na aquisição da leitura e da escrita. 3. Soletração difícil. 65 4. Aprender tabuadas, seguir itinerários, diferenciar “esquerda” e “direita” são também desafios frequentes. 5. Raramente têm boa compreensão no que leem. 6. Na escrita, fazem acréscimos de grafemas (p. ex., “tororoco” por “troco”), omissão também deles (p. ex., “vea” por “vela”), como também de sílabas nas palavras (p. ex., “boca” por “boneca”). 7. Na escrita, apresentam, por vezes, trocas inusitadas de grafemas, de sílabas, de palavras e também segmentação destas. 8. Na leitura em voz alta, não são respeitados ritmo e nem pontuação. 9. Observamos, às vezes, vocabulário deficiente, dificuldade na compreensão de ordens dadas e memória auditiva pobre. 10. Suas falhas ocorrem de forma esporádica, variando a modalidade. O que chama a atenção é a frequência de erros peculiares. Estes ocorrem na leitura e na escrita nos primeiros anos escolares quando na área já era esperado um desempenho melhor. 66 DISLEXIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Intervenção com jogos, brinquedos e brincadeiras – 3° Edição SIRLÂNDIA TEIXEIRA E SOLANGE MARTINS Sugestão de jogos, brinquedos e brincadeiras para intervenção de sintomas específicos apresentados em crianças pré-escolares. SINTOMA Histórico familiar de problemas de leitura e escrita. JOGO 67 Jogos de vocabulário Selecione jogos que trabalhem a leitura visual: palavras cruzadas simples para a criança acertar o nome da figura. BRINQUEDO Diversos:Brinquedos que envolvam habilidades orais: selecione brinquedos diversos que precise falar para interagir com o mesmo. Bonecas e carrinhos são bons preditores de linguagem. BRINCADEIRAS Faz de conta As brincadeiras de faz de conta podem facilitar o desenvolvimento da linguagem oral, na medida que incluem personagens e fantoches, que incorporam palavras do cotidiano da criança. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES: Use sempre o nome correto dos objetos e das pessoas a sua volta. Fale pausadamente e peça para a criança repetir o que foi dito. SINTOMA Atraso para começar a falar de modo inteligível. 68 JOGO Cubos com diferentes figuras e cores de acordo com a idade da criança: Ao jogar o cubo, ela irá “cair” em uma figura. Peça à criança que repita o nome da figura quando for a vez dela. Faça isso várias vezes, com cubos diferentes. Dê preferência para os cubos sonoros. BRINQUEDO Nome do objeto Este brinquedo pode ser encontrado em lojas com os diferentes formatos, mas também pode ser facilmente “inventado” com os objetos cotidianos da criança. Pegue vários objetos que ela conheça e alguns que passará a conhecer, mostre e peça a ela que nomeie corretamente. O interessante é que, quando a criança nomeia assertivamente, ela está “treinando” a fala e o reconhecimento dos objetos pela palavra. Assim, na ausência do objeto, mas na presença da palavra, a criança irá associar o significado. BRINCADEIRAS Músicas Desde muito cedo, as crianças gostam muito de cantar, além de ser uma brincadeira de alto teor motivador, a música pode representar uma excelente opção para o estímulo da linguagem. 69 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Demonstre interesse pela atividade lúdica, elogie a criança quando ela acertar, mas sem exageros. Ela precisa se sentir motivada a jogar e não agradar você, pois, neste último caso, quando não for elogiada, ela ficará desmotivada para continuar brincando. Em caso de erros, corrija brandamente e repita a palavra certa junto com ela. SINTOMA Frases confusas, com migração de letras; “a gata prendeu o filhote” em vez de “ a cada gata preta perdeu o filhote”. JOGO 70 Jogos de botão: Para jogar, a criança precisa discriminar visualmente o botão que faz parte do seu time e, principalmente, lançar o botão na direção certa. É uma atividade rica em coordenação visório-motora, mas que trabalha muito a discriminação específica. Ao se embaralhar nas jogadas, situação comum no jogo de botão, a criança para tentar acertar terá que organizar estratégias assertivas, favorecendo a condição da percepção e consciência das palavras e ações. As bolinhas de gude também são excelentes preditores de percepção. BRINQUEDO Visório-motor Os brinquedos que favorecem a discriminação visual, também favorecem a discriminação dapercepção auditiva e a consciência fonológica. Há diferentes tipos comerciais e geralmente, consistem na apresentação de diversas figuras para a criança colocar na ordem. Por exemplo, apresentar figuras de acordo com expressões faciais, posições corporais, quantidade, numerais, cores e algumas figuras sem pares combinantes (essas figuras sem pares aparecem no brinquedo com a intenção de confundir percepção). Ao brincar, a criança, motivada pela intenção de acertos, ela vai tentando perceber as diferenças e assim vai “treinando” o cérebro. BRINCADEIRAS Trava-língua 71 O desafio é falar rápido sem enrolar a língua. No caso da criança com dificuldade, o desafio será repetir falando corretamente. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Brinque junto e demonstre a alegria de participar da atividade. No caso do trava-língua, comece com um bem simples de três palavras e, depois, vá progredindo sucessivamente. O desafio para a criança é de perceber e ter consciência da troca de palavra. Um sintoma nos disléxicos é trocar as letras e palavras com sons semelhantes. SINTOMA 72 Impulsividade no agir. JOGO Jogos de esperar a vez Como, por exemplo, o jogo do Macaco Simão, onde um aluno é o líder e as ordens dele devem ser executadas somente quando forem precedidas pela frase: ”MACACO SIMÃO...” Os alunos que executarem as ordens que não forem precedidas por está frase serão eliminados e/ou pagarão prendas. Este tipo de atividade faz com que o aluno com impulsividade busque seu autocontrole, motivado pelo desejo de ganhar. Porém, é preciso observar se o mesmo está conseguindo, para não correr o risco de causar mais frustração, característica comum na falta de controle. BRINQUEDO Blocos lógicos São recursos que promovem a interatividade, a sociabilidade e, também, o ato de controle de atenção. Este brinquedo tem como característica um processo, isto é, precisa de tempo, e o passo a passo leva à ação da brincadeira, desenvolvendo o controle interno. BRINCADEIRAS 73 Brincadeiras de escutar e executar Há uma gama de brincadeiras que promovem a concentração e a atenção. No geral, as brincadeiras que precisam de uma escuta apurada, como por exemplo, a brincadeira de escutar e procurar, onde uma criança de olhos vendados chama pelo nome de um dos colegas, e o colega responde da onde estiver. A seguir, a criança com os olhos vendados tentará localizar o colega que respondeu o chamado. Este tipo de brincadeira auxilia a discriminar a percepção auditiva e, para isso, exige uma certa concentração que ela procurará desenvolver para continuar brincando. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Crianças com sintomas de impulsividade, no geral, precisam de atividades lúdicas que tenham respostas rápidas. Elas evitam as atividades com retorno tardio e por isso, as atividades em que o 74 resultado seja originado de um processo precisam ser bastante estimuladoras para que ela se auto motivem a continuar brincando. SINTOMA Uso excessivo de palavras substitutas ou imprecisas (como coisa, negócio) JOGO Jogos de palavra/números e/ou desenhos Há jogos específicos para desenvolver o vocabulário. Todo jogo em que a criança precisa nomear algo, seja um desenho ou uma palavra, começando pelas palavras que ela conhece, ajudará a ampliar o seu repertório verbal. Exemplo: A procura da palavra: a criança e/ou adulto pensa em uma palavra e desenha na lousa para as outras crianças adivinharem. BRINQUEDO Dado das figuras Jogue o dado e, na figura que cair, a criança deverá pronunciar o nome corretamente e dizer outra palavra que tenha associação com a palavra que saiu no dado. Exemplo: O dado caiu do lado da figura do cavalo, a criança deverá falar o nome de outro animal, se, na outra jogada, cair a figura na mesa, ele deverá dizer o nome de outra palavra que tenha associação com mesa, como cadeira, e assim sucessivamente. 75 BRINCADEIRAS Adivinha de palavras/ Sequência de palavras Uma boa opção é brincar de imitar algo e pedir que a criança adivinhe o que é. Este exercício contribui muito para a criança nomear corretamente as palavras. Outra boa opção são as brincadeiras de sequência. Exemplo: A viagem da titia: uma pessoa começa dizendo: ”Minha tia veio da América e trouxe um rádio” e o segundo diz: ”Minha tia veio da América e trouxe um rádio e um livro” e assim sucessivamente. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Repita junto com as crianças as palavras que ela apresenta dificuldade. Desde bebê, os pais deverão nomear corretamente o nome do objeto e as coisas que estão em volta da criança. SINTOMA Nomeação imprecisa (como “helóptero” para “helicóptero”) JOGO Jogos de Percepção Visual e Auditiva 76 Brincar com jogos que trabalhem a percepção visual e auditiva é favorecer áreas e contribuir para que a criança desenvolva a precisão das palavras e dos números. BRINQUEDO Olhos de Lince Os brinquedos do tipo: Lince e/ou Onde está Wally? São bons no sentido de trabalhar a percepção visual, características importantes na hora da leitura de uma palavra ou objetos. BRINCADEIRAS Parlendas e Trava-línguas Comece com poucas palavras, como por exemplo, peça que a criança repita: “chão sujo” e/ou “o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem” e assim por diante. Esta atividade ajudará a criança a desenvolver a consciência fonológica, uma vez que ela precisará se empenhar para pronunciar corretamente. Lembre-se de que não deve expor a criança em situação constrangedora. 77 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Use sempre os jogos, os brinquedos e as brincadeiras para atingir determinados objetivos, entretanto a ludicidade pode ser vivenciada em sua dimensão existencial, por proporcionar a expansão da percepção, promovendo maior sensibilidade e alegria. SINTOMA Dificuldade para lembrar nomes de cores e objetos . JOGO Pega-pega das Cores e/ Objetos Os jogos que exigem o conhecimento de cores e também figuras auxiliam as crianças a fixarem cores e nomes de figuras, pois a motivação para acertar fará com que ele memorize as instruções solicitadas no jogo. BRINQUEDO Cubos de memória e de associação Este tipo de brincadeira privilegia a associação entre figura e a cor e/ou entre as palavras e as figuras. É rico em diversidade e promove interação. 78 BRINCADEIRAS Elefante colorido/ Música e brincadeiras de Sequência Este tipo de brincadeira possibilita À criança o reconhecimento das cores, a noção das cores, a noção de tempo e espaço e a associação das cores com objetos. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Procure trabalhar este sintoma com tranquilidade, não pressione a criança, deixe-a lembrar primeiro com o próprio esforço e, só depois, se achar que ela precisa, faça a intervenção necessária, sempre com uma didática que gere segurança. SINTOMA Confusão no uso de palavras que indicam direção, como dentro/fora, em cima/embaixo, direita/esquerda. JOGO Jogo de percurso Use este tipo de jogo para ensinardireção e senso de organização. Desenhe você mesmo junto com a criança o percurso e use as palavras que indicam direção, como dentro/fora, em cima/embaixo, direita/esquerda. Lembre-se de que precisará de um dado para saber quantas casas vai andar. 79 BRINQUEDO Boneca e Carrinhos, Bicicleta e outros Estes brinquedos trabalham na criança o senso de direção e ordem. Quando ela brinca com a sua boneca e precisa vesti-la ou dar-lhe banho, tudo o que vai acontecendo de acordo com uma sequência de mais ou menos que de certa forma, já lhe é cotidiana. O carrinho também é um facilitador destas noções. BRINCADEIRAS Músicas Há uma diversidade de músicas que trabalham de forma muito interessante a ideia de dentro versus fora, esquerda versus direita, aberto versus fechado, como por exemplo, a janelinha abre quando está chovendo e a janelinha fecha se o sol está aparecendo, prá lá (esquerda) pra cá (direita), prá lá, prá cá e prá lá. Por meio das melodias e dos gestos, aos poucos, as crianças vão internalizando estes conceitos cotidianos. 80 SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Procure estimular a criança usando os termos que indiquem direção, sempre que estiver caminhando, passeando ou realizando uma atividade com ela. SINTOMA Tropeços, colisões com objetos ou quedas frequentes. JOGO Jogos das Cinco Marias ou Saquinhos Este jogo, também conhecido como “Jogo das Cinco Pedrinhas”, é um excelente instrumento para desenvolver motricidade fina, a coordenação visual/tátil (da mão e do olhar), ao lançar um saquinho (pedrinha) para cima, pegar outro antes de o primeiro cair. Também desenvolve a noção espaço-temporal, noções de cálculos matemáticos abstratos e a capacidade de comparar. Todas estas funções que o Jogo das Cinco Marias desenvolve e contribuem para evitar tropeços e colisões e, também, ajudará na alfabetização e nas noções de Matemática. BRINQUEDO Triciclos, bicicletas, patins, patinetes... Estes brinquedos são bons preditores de desenvolvimento psicomotor. Quando estão brincando, as crianças estão desenvolvendo suas habilidades motoras e senso de direção espacial, evitando os tropeços e as colisões. 81 BRINCADEIRAS Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço Este tipo de brincadeira é muito interessante porque a criança precisa ouvir, fazer e não imitar o comportamento. Normalmente, há confusões quando tem de discriminar o que ouviu do que viu. Exemplo: Com as crianças dispostas em círculo, o organizador deverá tocar em uma parte de seu corpo e dizer o nome de outra parte diferente da que foi tocada. Cada criança deverá tocar na parte de seu corpo que foi falada e não tocada pelo organizador, devendo o exercício ser repetido utilizando várias partes do corpo. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Tenha paciência com a criança, ela também não gosta de ser assim. Ajude-a mostrando outras formas de evitar acidentes. SINTOMA: Dificuldade para aprender cantigas infantis com rimas. JOGO Gato Mia Apaga-se a luz do recinto, e as crianças se calam. A criança que foi sorteada pergunta: “Gato Mia?” e quem responder deverá disfarçar a voz para que a outra não acerte. Todo jogo, brinquedo ou brincadeira 82 que tralhar com discriminação auditiva favorece a associação das rimas. BRINQUEDO Diversos: Pegue um brinquedo estruturado ou não e brinque de rima com a criança. Exemplo: boneca rima com...(soneca), carrinho rima com...(soninho) e assim por diante. As crianças gostam muito de brincar com o adulto entusiasmado. Mostre o quanto é interessante e vá fazendo esta brincadeira enquanto for estimulante. BRINCADEIRAS Música com Rimas e/ou Brincadeiras de Roda: Comece com uma bem fácil, como por exemplo: Pirulito – pirulito que bate bate, pirulito que já bateu, quem gosta de mim é ela, quem gosta dela sou eu. Outro exemplo: Formiguinha – fui ao mercado, comprar café, veio a formiguinha e subiu no meu pé... Esse tipo de música favorece a compreensão da criança por facilitar a construção das rimas de uma forma lúdica. SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES A nutrição emocional e intelectual de uma criança é tão importante quanto a sua alimentação. Portanto, submetê-la a situações de estresses é dificultar o desenvolvimento saudável da criança. Por outro lado, privá-la de determinadas estimulações poderá 83 significar a privação do desenvolvimento intelectual e emocional. Neste sentido, vale a pena investir nas atividades cantadas, porque a música, além de ser contagiante, é alegre, e as crianças amam cantar e dançar. SINTOMA Dificuldade para em encontrar palavras que rimam e em julgar se as palavras rimam ou não. JOGO Jogo da Mímica com Rima Neste tipo de jogo, uma pessoa (começando com um adulto) representa por meio de gestos e/ou uma ação o nome de um filme, de um personagem, objeto ou atividade. Para isso, dê dicas de palavras ou mostre objetos que rimam com o que está representando. Assim, na tentativa de acertar, a criança desenvolve a habilidade de rima. BRINQUEDO Quebra-Cabeça de Rimas Comumente encontrado em lojas de brinquedos, consiste na apresentação de duas figuras com o mesmo som final. Também é possível e bem prático usar objetos do cotidiano. Exemplo: chapéu rima com... céu. Desenvolve vocabulário e a percepção da rima. BRINCADEIRAS Brincadeiras com rimas 84 Todas as brincadeiras que envolvam rimas ajudarão as crianças a discernir se rimam ou não. Por exemplo, a brincadeira Rima Fatal, onde o professor, o pai e/ou o psicopedagogo começa dizendo uma palavra e a criança deverá´dizer outra palavra que rime com a primeira e assim sucessivamente, devendo iniciar sempre com palavras bem curtas e de fácil reconhecimento, Exemplo: pé – chulé – café... também podemos brincar com som inicial das palavras. Exemplo: caneta, café, caneca... SUGESTÕES PARA PAIS E PROFESSORES Lembre-se que uma das vantagens do aprendizado alcançado por meio de uma atividade lúdica é o fato de que os enganos cometidos não são considerados erros, mas sim etapas do processo de descoberta certa. Assim, deixe a criança experimentar livremente sem medo de errar, ela terá mais chances de acertar e mais motivação para continuar brincando e aprendendo. SINTOMA Dificuldade com sequências verbais (como os dias da semana) ou visuais (como sequências de blocos coloridas) JOGO Jogo da Forca de Figuras Um dos jogadores escolhe um desenho e começa a desenhá-lo em uma folha de papel. À medida que a sequência do desenho vai 85 acontecendo, desenhista vai parando e perguntando se o outro jogador já sabe o que é. Quando o jogador errar pela terceira vez é enforcado e perde o jogo. A sequência do desenho vai dando pistas sobre quem é a figura. Na tentativa de ganhar o jogo, a criança busca se empenhar para entender a sequência. Também estimula o enriquecimento do vocabulário. BRINQUEDO Blocos de Construção Os blocos de construção são provavelmente o brinquedo mais antigo e mais usado na pré-escola. A variedade de tamanho, formas e cores que eles possuem possibilita
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