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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL G2

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Aula 13 – Rio, 29.09.14
-Legitimados a mover ADI
Antes o único era o PGR, que era cargo de confiança do presidente, mas houve a pulverização dos legitimados da ADI.
Art. 103: presidente da república; mesa do senado; mesa da câmara dos deputados; mesa da assembleia legislativa ou da câmara legislativa do distrito federal; governador de estado ou do DF; procurador geral da república; conselho federal da OAB; partido político com representação no CN; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
Legitimados com capacidade postulatória: Presidente da república; mesa do senado federal; mesa da câmara dos deputados; mesa de assembleia legislativa; governador de estado; procurador-geral da república; conselho federal da OAB - Todos têm a capacidade postulatória, ou seja, capacidade de ir a juízo – se têm capacidade postulatória, não precisam contratar advogado para mover ação direta – ADIs 127 e 96. 
Legitimados sem capacidade postulatória, e que, portanto, tem que ter advogado para entrar com ADI: partido político com representação no CN; confederação sindical; entidade de classe de âmbito nacional.
....................................................
Aula 14 – Rio, 08.10.14 continuação do rol de legitimados...
Partidos políticos
Apenas os com representação no CN podem mover ADI (art. 102, VIII)
Basta que o partido tenha um deputado federal ou um senador em seus quadros? Basta que tenha um deputado ou um senador. 
Caso o partido político perca representação no CN antes do julgamento da ADI, esta será julgada ou estará prejudicada? -> Se o partido tinha um deputado quando moveu a ADI, mas esse deputado muda de partido? Antes o STF dizia que a ação estava prejudicada, acabava. Em 2004 o STF mudou o entendimento e passou a entender que o partido político precisava de representação no CN apenas no momento da propositura da ação, procede o julgamento. Mudança de jurisprudência do Supremo: ela é julgada. Até 2004 tinha o arquivo, pois o Supremo fazia analise de admissibilidade em dois momentos. 
Confederação Sindical
A CUT não é uma confederação sindical. É uma associação de associações - agora pode mover ADI.
É uma entidade que reúne três federações, formando a confederação sindical, podendo esta mover a ADI.
A confederação tem três federações e a federação tem cinco sindicatos.
Entidade de classe de âmbito nacional
O STF teve a princípio conceito impreciso sobre o que seria classe, mas já está definindo. Classe é uma categoria profissional econômica (FEBRABAN, CONAMP, AMB). 
UNE (União Nacional dos Estudantes) é uma entidade de classe? Não é atividade profissional e nem econômico. Estudante é uma função. 
“Âmbito Nacional” teve que ser definido pelo Supremo, porque a lei não explica. Quando veio a Lei da ADI e da ADC também não definiu. A saída foi pela própria CRFB, porque para partido político tem a exigência do partido ter caráter nacional – art. 17 da CRFB. A lei 9096/95 estabelece no art. 8º que o partido político tem representação nacional quando existe em ao menos 9 Estados da Federação. Logo, uma entidade de classe para ser considerada de âmbito nacional tem que estar representada em pelo menos 9 exceções.
Mas existe uma exceção -> caso concreto: Associação Brasileira de Produtores de Sal que só tem 4 estados produtores de sal e tem representação nos 4 estados, logo tem representação em 100% dos estados produtores de sal, não fazendo sentido abrir empresas em estados que não produtores de sal. Se representa todos os estados produtores de sal, não faz sentido ter que estar representada em 9 só para cumprir a lei. Como a classe existia em menos de 9 estados, estava dispensada de cumprir aquele requisito.
Legitimados universais e especiais (importante!!)
A jurisprudência do Supremo dividiu as duas classes de legitimados em universais e especiais. 
Os universais estão dispensados de cumprir com a pertinência temáticas. Já os especiais têm que demonstrar pertinência temática. 
Os especiais são: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; Governador de Estado; Confederação sindical; Entidade de Classe de Âmbito Nacional (incisos IV, V e IX). 
Pertinência Temática -> é uma especial ligação entre o legitimado e a norma que se pretende declarar inconstitucional. Não é interesse de agir, porque a ADI é um processo objetivo, é um processo que não tem parte, não tem contraditório, não tem nada disso – eu observo se a lei é constitucional ou inconstitucional. Numa ADI, o que se quer no STF é que seja analisada se a norma é ou não constitucional, então não existe nenhum interesse subjetivo sendo analisado pelo STF, então não pode dizer que pertinência temática é interesse de agir. Isso é exigido apenas para os especiais e não para os universais. 
1ºGrupo) Governador de Estado e Mesa de Assembleia Legislativa
Eles têm que demonstrar que tem relação entre a norma de objeto da ADI e o Estado que eles representam. 
A crítica é que o objetivo nunca foi atender a um interesse primário – se um Estado vai ser ou não beneficiado com aquilo é uma questão secundária. Mas de qualquer maneira o Supremo criou essa jurisprudência.
É possível que o Governador de Estado ajuíze ADI contra norma estadual de outro Estado? Sim – tem que mostrar que tem pertinência temática, pois essa lei tem que afetar o estado que ele representa, senão não poderá mover ADI. 
Caso: Rio Grande do Sul produz soja. Mas grande parte dessa soja é transgênica. E o estado do RS exporta muita soja para o mercado internacional. 80% do mercado internacional é pelo mar. Acontece que no Paraná foi aprovada lei que proibia o plantio, comercialização e transporte de produtos transgênicos nesse estado. Essa lei do Paraná não afetaria o RS, o problema é que afeta, pois tem que vender por navio e os maiores portos são Santos (SP) e Paranaguá (Paraná). Como poderia vender sua soja saindo do RS sem passar pelo Paraná (tanto para chegar no porto de Santos quanto no do Paranaguá). Logo, seria cabível uma ADI pelo governador do RS, pois tem pertinência temática, podendo alegar que esta lei é inconstitucional.
2º Grupo) Confederação Sindical e Entidades de Classe 
São PJ. Devem demonstrar que há uma relação entre a norma objeto da ADI e seus fins estatuários -> esta PJ foi criada para isso, então pode entrar com ADI contra isso, pois tem a ver com os seus fins estatuários. 
Caso 1: A FEBRABAN entrou com ADI contra CDC nas relações bancárias, alegando que o CDC não podia regular os bancos, pois só LC poderia regular instituições bancárias, e o CDC é uma lei ordinária. O Supremo deu procedência parcial, porque se aplica o CDC nas relações bancárias, com relação ao trato do cliente se aplica o CDC (informações claras e precisas para o consumidor; só pode enviar cartão de crédito para o cliente se ele pedir). A FEBRABAN tinha pertinência temática para entrar com essa ADI.
Caso 2: O Código Florestal aumentou a possibilidade de desmatamento. Cabe ADI contra o código florestal dizendo que ele não respeita o art. 225 da CRFB movida pela FEBRABRAN? Claro que não, pois isso não tem nada a ver com o sistema de bancos. 
Existe uma entidade de âmbito de classe nacional chamada CONAMP. Uma lei federal institui no Brasil a pena de morte. A CONAMP pode mover ADI contra essa lei federal? A pertinência temática é a norma da ADI e seus fins estatuários. CONAMP não é órgão do MP, é uma associação, PJ – criada para defender interesses dos membros do MP, não o MP, mas os integrantes. A instituição de pena de morte no Brasil não afeta os integrantes do MP. Nesse caso não tem pertinência temática – CONAMP só pode mover ADI contra lei que venha a intervir nos direitos dos membros do MP. 
Caso: EC nº 52 -> partidos fazem coligações para eleger cargos majoritários e cargos proporcionais. E é a coligação quem pode entrar com ação e não o partido. Existem coligações federais, estaduais e municipais - tem que haver correspondência entre essas coligações? Não. Isso hoje é claro por causa da EC 52, mas antes a CRFB não falavanada sobre isso. Por isso a justiça eleitoral respondeu uma consulta feita por Milo Teixeira: as coligações nacionais devem ser seguidas pelas coligações estaduais? E foi respondido que sim – sendo isso chamada de verticalização das coligações. Essa posição do TSE foi duramente criticada pela doutrina e pelos partidos políticos: vivemos em uma federação, os estados são autônomos, então as coligações regionais não vão seguir o que se dá no âmbito nacional. Estas coligações são apenas feitas por interesse. 
A EC nº52 veio acabar com essa história de verticalização das coligações.       
Art. 1º O § 1º do art. 17 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 17. ...................................................................................
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às eleições que ocorrerão no ano de 2002. 
        Brasília, em 8 de março de 2006”. 
Em outubro de 2006 teriam eleições, mas a emenda só poderia ser aplicada a partir de 2007. Então como tinha o interesse de que isso já valesse em 2006, resolveram colocar no texto da emenda que isso valeria a partir de 2002. 
A real explicação: Essa proposta já existia desde 2001 para alterar o art.17,§1º. Só que isso foi votado na Câmara e estava parado no Senado. Quando veio a Resolução do TSE, se interessaram em continuar o projeto que estava parado, e não alteraram o que estava, foi do jeito que estava e por isso saiu desse jeito, sem alterar o art. 2º *.
EC não poderia fazer isso, a CONAMP entrou com ADI, pois estava mudando procedimento de eleição por meio de argumento fantasioso. A redatora, Ellen Greice, não admitiu/não deferiu, pois a CONAMP não tinha pertinência temática, e isso não afrontava interesse público.
Conselho da OAB entrou com a mesma questão, e Ellen Greice admitiu, nesse caso. Conselho Federal da OAB (art. 103, VII) tem destaque diferenciado dos demais, então não há porque o Supremo dar o mesmo tratamento ao Conselho Federal da Ordem que dá aos demais - Conselho Federal da OAB não é instituição de classe qualquer, então pode promover ADI com mais facilidade do que as outras instituições, então não precisaria de pertinência temática. -> Ministro Joaquim Barbosa questiona por que o Conselho Federal da OAB, não sendo entidade de classe de âmbito nacional, não tem que obedecer, mas o CONAMP tem.
A doutrina crítica esse requisito criado pelo STF. Por que o sistema de defesa da Constituição não pode ser aberto a qualquer órgão? Ainda mais em uma ordem neo-constitucionalista. Isso foi criado por Ministro Moreira Alves, porque tinha medo que o Supremo fosse inundado com ADIs. Mas aquele temor do STF ser sufocado com ADIs não aconteceu, estabeleceram os legitimados, então o Supremo deveria rever esse requisito e ver que ele não se aplica, mas por enquanto ele ainda permanece, ainda que seja algo criado pelo STF e não esteja em lei. E esse requisito não amplia o abstrato, devendo o Supremo debater essa questão novamente (argumento do Joaquim Barbosa). 
Pode ser que o Supremo em breve venha a discutir isso e pode acabar decidindo por extinguir a pertinência temática, não existindo mais a diferenciação entre legitimados universais e especiais. 
*Mas poderia o Senador ter tirado essa PEC da gaveta, mudar o art. 2º, trocando de 2002 para 2006 e colocar para ser votado, sem regressar para a Câmara dos Deputados? Pode, pois esta não seria uma alteração substancial. Não é qualquer alteração da casa revisora que precisa voltar para a casa iniciadora, só se aplica isso quando for caso de mudança substancial. Uma alteração substancial é aquela que muda o sentido do texto. Quando a alteração é de redação, mera alteração gramatical, o projeto não precisa regressar para a casa iniciadora, sendo isso pacífico na jurisprudência do Supremo. 
.............................................................
Aula 15 – Rio, 20.10.14
-Diferença entre procurador geral da república e procurador da união
São carreiras jurídicas distintas. Quando tem MP a CRFB coloca MP da União (que integra o DF) e dos Estados – art. 128 da CRFB. 
O MPU abrange o MP Federal, do Trabalho, Militar e do DF e Territórios – o concurso é nacional. 
MP Federal atua perante a justiça federal – o cargo é de procurador da república. No primeiro grau atua como procurador; se é promovido atua como procurador regional; promovido novamente subprocurador geral federal. 
No MPT a carreira é de procurador do trabalho 
No MPM o cargo é de promotor militar – justiça militar só julga crime militar. 
No MPDFT
Chefe na União é o PGR; nos Estados é o PGJ (procurador geral de justiça). A diferença é que o primeiro tem várias reeleições consecutivas, o PGJ não pode ser reconduzida várias vezes seguidas, apenas uma. 
No MPE – art. 128, §3º da CRFB:
Passou para 1ª instância, o cargo é de promotor de justiça 
Promovido para a 2ª instância, o cargo muda: procurador de justiça. 
Quem pode ser PGJ? Depende de cada lei de ministério público estadual. Aqui no RJ, pode ser PGJ qualquer membro vitalício de MP. Já em SP só pode ser PGJ procurador de justiça. Quando acaba o mandato dele, ele volta a ser promotor. 
Existe outra coisa que é Advocacia Pública, que é advogado de ente público. Defensoria Pública não é Advocacia Pública, DP é para hipossuficiente. 
A advocacia pública é para proteger os entes: União, Estados e Municípios. Quando são processados, alguém tem que fazer a defesa.
Estados: quem faz a defesa é o procurador do Estado. Também vai assessorar o poder executivo – exemplo: determinada secretaria que quer fazer licitação. 
Municípios: cargo é procurador do município – este é o nome no RJ. 
União: até 88 quem fazia a defesa da União em juízo era o MPF – mas não tem nada a ver, pois isto é MP e aqui estamos falando de advocacia pública – MP tem total autonomia – então a defesa era feita pelo procurador da república. 
A CRFB de 88 quis modificar isso, colocando um quadro próprio de advogados da União. A AGU foi criada pela CRFB de 88, então. Criou-se esta instituição, então.
Na União tem a função de defender a administração pública direta - quem faz a defesa é o Advogado da União 
Na União tem a função de defender a administração pública indireta autarquias: INSS, Jardim Botânico, UFRJ, UFF, FIOCRUZ -> quem faz a defesa é o procurador federal 
OBS.: EMPRESA PÚBLICA E DE ECONOMIA MISTA NÃO SE UTILIZADA DE ADVOCACIA PÚBLICA. ELAS TÊM QUADRO PRÓPRIO DE ADOVGADOS – NÃO USAM AGU. 
Na União tem a Fazenda Pública -> quem faz a defesa é o Procurador da Fazenda Nacional.
Não é possível migrar de uma carreira para a outra. 
Isso é importante para entender que o AGU é cargo de confiança do presidente da república – art. 131, §1º da CRFB – livre nomeação do presidente da república. Basta ter idade superior a 35 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. Não é necessário ser membro da instituição. Necessidade de confiança do Chefe do Poder Executivo.
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Aula 16 – Rio, 22.10.14
-O papel do AGU no controle abstrato de normas
Art. 103,§3º da CRFB -> o AGU é o curador da norma questionada. 
A advocacia geral da união foi pensada no art. 131 – a advocacia pública da união. A advocacia geral da união faz o papel da advocacia pública da união. 
O chefão é o advogado geral da União de livre nomeação do presidente da república – para ser o AGU é necessária a confiança do presidente, ter idade superior a 35 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. Não é necessário ser membro da instituição. Necessidade de confiança do Chefe do Poder Executivo. – art.131, §1º da CRFB. 
O presidente da república nomeia quem ele quiser. E o presidente exonera na hora que bem entender. 
O AGU é curador da norma questionada, mas também está sujeito ao presidente, pode então deixar de fazer a defesa da norma se assim desejar o presidente da república? 
E nos casos em que a petição da ADI é assinada pelo presidente e pelo AGU, estará este dispensado de fazer a defesa da norma? 
Quando presidente veta projeto por inconstitucionalidade ele tem que justificar – razões de veto, que são encaminhadas para o CN, para que este possa analisar e fazer eventual derrubada do veto. Substancialmente estas razões de veto são as razões colocadas pelo AGU. 
O CN pode derrubar o veto. Presidente pode ligar para o AGU e mandar fazer ADI – AGU obedece, porque é um cargo de livre nomeação e de livre exoneração, então é melhor obedecer. É ADI, porque tendo veto a lei já existe. E quem está movendo a ação é o presidente da república – o AGU faz a ação, mas quem assina é o presidente da república. 
O processo é distribuído. O relator pede informação dos órgãos criadores da lei, pede a oitiva do procurador geral da república e manda para o AGU para que nos termos do art. 103,§3º faça a defesa. Mas o AGU responde que não pode, porque essa lei nasce de um projeto de lei que foi vetado pelo presidente da república, e que nas razões de veto deu o parecer da AGU. Além disso, moveu ADI contra essa lei, tendo a inicial sido feita pelo AGU. Então o AGU já se manifestou e desde o início se colocou contra a norma. 
Pode fazer isso? Em um primeiro momento, na jurisprudência do STF, não podia. A primeira fase era então uma interpretação literal do artigo constitucional 103,§3º, não podendo se eximir da obrigação de defender a lei, mesmo que seu superior hierárquico queira declarar a inconstitucionalidade desta norma. Fica bem claro no primeiro caso que o Professor Fábio Leite traz em seu texto. AGU tem função de curador da norma questionada, tendo que defender. 
ADI é um processo objetivo. Contraditório, ampla defesa são garantias em um processo das partes e em um processo objetivo não tem partes, então não se fala dessas garantias, por isso a defesa falava que não era necessário ter a defesa da norma questionada. E ainda se questionava por que teria que ser feita pelo AGU? Quem deveria ter interesse de defender a lei são os órgãos que criaram a lei, não o AGU.
Posteriormente, o STF flexibilizou este entendimento, em um segundo momento. O STF já tinha julgado inconstitucional o bingo nos estados, então não fazia sentido o AGU fazer defesa, porque o STF já tinha entendimento consolidado sobre a inconstitucionalidade. Quando já há jurisprudência pacifica do STF pela inconstitucionalidade, nesses casos o AGU está dispensado de defender a norma, é uma dispensa, ele não é obrigado a fazer, faz se quiser.
Se é um processo objetivo, sem partes, então por que tem que ter essa defesa pelo AGU? Tem que ver a origem do dispositivo do art. 103,§3º - a comissão de sistematização coordenava todo o trabalho das outras comissões da constituinte. Depois tinham as votações em plenário. E essa redação do art. 103 não estavam nas subcomissões, não foi para a comissão de sistematização e também não aparece nas votações em plenário – esse dispositivo com essa redação aparece em uma leitura em que Ulisses Guimarães fez para analisar algumas emendas e em votação decidiu que o art. 103,§3º ficaria desta forma. Gilmar Mendes defende que este dispositivo só foi ser aprovado desta forma no final da constituinte, portanto. 
Gilmar Mendes entendeu que naquele momento da assembleia constituinte só podia ter emenda modificativa e não supressiva (que retira o dispositivo), então não tinha como modificar este artigo – quando chegou esse momento da votação não cabia mais emenda supressiva, apenas emenda que modificasse a redação e a saída foi essa. O jeito foi criar essa curadoria de norma questionada. 
Já para o Professor Fábio Leite, que descorda de Gilmar Mendes, quando chegou neste momento da constituinte se admitia fazer emenda supressiva sim. 
Isso foi à tona no STF, no julgamento de uma ADI, que não era tema consolidado na Corte. Ouvidos o PGR e o AGU estes se manifestaram pela procedência do pedido, portanto, pela inconstitucionalidade do pedido. Mas como o AGU poderia fazer isso se só pode ser dispensado de fazer defesa do ato questionado se já tiver jurisprudência pacífica sobre o tema, então ele tem que fazer defesa da norma questionada neste caso. E aí o STF começou a discutir isso e neste momento Gilmar Mendes apresentou este argumento da constituinte, além disso, em um processo objetivo não precisa ter defesa. 
Teria então que reenviar para o AGU para que ele faça a defesa. Mas e se o AGU não fizer a defesa? Hoje o AGU é parecerista, tal como o PGR. Se o AGU diz que não vai se manifestar para defender a norma impugnada, e entende-se que a tese não é nova ou pacífica no Supremo, e não se concorda com o fato de que o AGU não se manifeste, mandando a norma novamente para que eles façam a defesa da norma – temos como controlar a qualidade da defesa feita pelo AGU? Não, ele pode dizer qualquer coisa. Acaba fazendo uma defesa genérica – “essa norma não viola em nada a Constituição, por isso requer a improcedência da ação” -> se admite a defesa genérica, não precisa ser uma contestação ponto por ponto. 
O STF não vem exigindo mais a manifestação do AGU pela constitucionalidade da norma, apesar de estar escrito no artigo como norma imperativa, mas a jurisprudência tem mudado. Então o Supremo vem entendendo que a manifestação do AGU não é mais obrigatória. A tendência é ver o AGU como parecerista da norma e não mais como curador. Esse artigo passa a não ter mais o menor sentido no controle abstrato.
Professor Fábio Leite entende que há uma limitação na mutação constitucional, não podendo violar a interpretação gramatical do dispositivo. Conclui com duas sugestões: CN deve aprovar MP revogando este dispositivo; a segunda sugestão é o Supremo: não dá para o STF achar que pode interpretar a constituição do jeito que quiser, porque está amarrado a regras hermenêuticas ainda mais em uma sociedade democrática. 
Se o STF já se manifestou, Professor Fábio Leite defende o fato do AGU ficar isento da defesa da norma. Mas só neste caso. 
-Procedimento da ADI 
ADI foi criada pela emenda 65 e é norma auto-aplicável, tendo sido regulada pela jurisprudência do STF. Só se tornou norma legal em 99 com a Lei 9868. Apresentou pontos de inovação apenas em alguns pontos, tendo influência do Tribunal Constitucional alemão. A lei positiva a jurisprudência do Supremo e em alguns pontos inova. 
Art. 2º: legitimados -> os mesmos do art. 103 da CRFB. O legislador poderia inovar? Não, porque o rol do art. 103 é taxativo. 
Mas e com relação ao governador do DF e a Mesa da Câmara Legislativa do DF? Se olhar no art. 103 vai ver que estes entraram pela EC 45/2004 – o art. 103 na redação original só colocava governador de estado e Mesa de Assembleia Legislativa e não falava nada do governador do DF e a Mesa da Câmara Legislativa do DF. A lei 9868/99, no seu art. 2º colocando governador do estado e do DF e a mesa de assembleia legislativa ou mesa da Câmara Legislativa do DF o legislador, então, em 99 inovou? Inovou onde não poderia? Não, porque senão seria inconstitucional – o que ele fez foi positivar a jurisprudência do Supremo.
Art. 4º: “a petição inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator”. manifestamente improcedente quer dizer que é quando não cabe ADI.
............................................
Aula 17 – Rio, 27.10.14 
Art. 4º: Manifestamente improcedente dá a impressão de que é uma análise de mérito, mas não pode ser isso, porque análise de mérito tem que ser feita em plenário pela maioria do Supremo, não podendo ser feita por decisão singular do relator. 
A manifestamente improcedente é aquela ADI quando obviamente não caberia ADI, contra leis ou atos normativos quenão podem ser objeto de controle – exemplo: ADI contra súmula, lei municipal, lei anterior à CRFB – não cabe ADI contra estes atos normativos. 
Art. 5º: é a prova do processo objetivo – é o que faz que o controle abstrato seja caracterizado como processo objetivo. O STF é inerte, precisa de um legitimado para tirá-lo da inércia e começar o processo de ADI. No processo subjetivo, o autor tem que realizar uma série de atos processuais até o juiz chegar na sentença e se não praticar o juiz não pode julgar o mérito. Isso não existe no controle abstrato, a única coisa que o Supremo precisa é que o legitimado protocole a inicial da ADI no Supremo, e não pode desistir. 
Art. 6º: STF necessariamente tem que ouvir o órgão criador da lei. Então por que o AGU teria que ser ouvido? 
Art. 7º: não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ADI, porque não pode ter intervenção de terceiro em um processo objetivo. Não tem parte, então como terá intervenção de terceiro? Não tem intervenção de terceiro do processo civil, mas no §2º vemos que tem intervenção de terceiro próprio do processo abstrato, que será a figura do amicus curiae. O controle abstrato de normas afeta a vida em sociedade, então por isso que se permite esse tipo de intervenção de terceiro como amicus curiae. Pode ser amicus curiae qualquer pessoa ou órgão com representatividade, não precisando ser um legitimado da ação. Exemplo: ADI dos Bancos – movida pela FEBRABAN pedindo a declaração de inconstitucionalidade do CDC para as relações bancárias – essa ADI afetaria a vida de toda a sociedade, a maioria das pessoas têm conta em banco, por isso quem falou nessa ação foram muitas pessoas, até mesmo a CVM, Núcleo de Defesa de Interesses do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do RJ (que é um órgão, que não tem personalidade), que falaram como amicus curiae, pois esse grupo tinha algo interessante a falar pelo seu conhecimento prático. 
Art. 9º, §1º: outra novidade é a audiência pública – além do amicus curiae, o Supremo ainda pode convidar. É outra espécie de amicus curiae. 
Além disso, vemos a possibilidade de perícia em ação direta de inconstitucionalidade. O Supremo nunca admitiu perícia em ADI, pois seria prova de processo objetivo. Mas a lei admite – é extremamente raro precisa de perícia, é mais fácil ter audiência pública. Exemplo: demarcação de terras indígenas – seria admissível perícia. 
-Cautelar em ADI
Art. 102, I, “p” -> previsão de cautelar em ADI na CRFB. Em ADI o legislador usou cautelar como espécie de gênero que não existe no processo civil. A cautelar é uma ação preparatória para a principal, que aqui seria a ADI, mas usou aqui como uma espécie de liminar. Aqui, falar em cautelar, liminar e antecipação de tutela será a mesma coisa, pois o que o legislador quis aqui é antecipar o provimento de mérito. A prática vai falar em liminar e cautelar – expressões que a prática reitera. Na liminar, consegue-se antecipar o provimento de mérito, já o termo antecipação de tutela não é utilizado na prática. 
O que se quer na ADI é a declaração de inconstitucionalidade da lei. Na liminar, irá se buscar que a lei tenha seus efeitos suspensos, porque você entende que a lei é inconstitucional.
Liminar tem dois requisitos: fomos bonu irus, que aqui é uma plausibilidade do direito – essa alegação de inconstitucionalidade é plausível? ; e periculum in mora, significa que a lei não pode estar vigorando daquela forma durante tanto tempo, apesar de poder entrar com ADI que esteja vigorando há muito tempo (nessa hipótese, não há liminar, porque a lei já está sendo aplicada há muito tempo). Requisito subjetivo no STF. 
O mais importante na liminar é o seu efeito represtinatório. Art. 27 da lei 9868 tem discussão sobre modulação dos efeitos que o STF pode fazer. No art. 10: um relator sozinho não pode conceder a cautelar. Tirando a situação de recesso, a decisão da liminar tem que ser por maioria absoluta. O objetivo de uma ADI é declarar a lei inconstitucional o objetivo da cautelar na ADI é suspender os efeitos da lei. Enquanto não se resolve o mérito, ad cautelum e para de aplicar essa lei. 
§1º -> a medida cautelar erga omnes será concedida com efeito ex nunc (daqui pra frente). A liminar é ex nunc, porque a decisão é temporária, não sei se esta decisão será mantida ou não. Em regra, o mérito da ADI tem efeitos ex tunc (no passado), a cautelar na ADI não, é no futuro, é temporária. Exceção: Supremo pode entender que tem eficácia retroativa – se o Supremo não fala nada, o efeito é ex nunc, logo tem que estar expresso no acórdão que o STF entende que terá eficácia retroativa. 
A decisão que concede a liminar é uma decisão colegiada, que deverá ser do plenário e não de turma. O plenário só se reúne às quartas e quintas, pode acontecer da ministra na sexta receber a ação, conceder a liminar e na primeira reunião do plenário do Supremo levar essa liminar à ratificação. O que acontece é que na prática o ministro não leva para ratificação – o precedente para isso foi na ADPF 54. MAS EM PROVA O QUE SE TEM QUE RESPONDER É QUE: Se o relator conceder sozinho tem que levar à ratificação do plenário do Supremo. 
Então é uma decisão provisória e por isso tem efeito ex nunc. Essa é a regra da liminar. Já no mérito, a regra é que os efeitos sejam ex tunc (efeitos retroativos), por conta da supremacia da norma constitucional. 
Essa é a regra em ADI. Liminar tem efeitos ex nunc e mérito tem efeito ex tunc. 
E isso leva à discussão sobre a represtinação Art. 11, §2º -> Efeito represtinatório -> Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Efeito Represtinatório: Lei A é revogada pela Lei B. A Lei C revoga a Lei B. Quando a lei revogadora (Lei B) perde os seus efeitos, a lei revogada (Lei A) volta a ter os seus efeitos. Lei C ao revogar a Lei B, faz esta perder a vigência. No Brasil, é proibido o efeito represtinatório, a lei A não voltaria a ter vigência. 
Se a lei C revogou a lei B, se a lei A estava morta, ela continua morta. Então a lei B produziu efeitos, ela só foi revogada e a relação jurídica passará a ser regida pela lei C. A lei C não precisa dizer que a lei A continua morta a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
O problema disso é na ADI. O art. 11, §2º é para evitar vácuo legislativo. Surge lei A, posteriormente a lei B e depois a concessão de cautelar em ADI com relação à lei B. 
Qualquer relação jurídica firmada antes da lei B, estava na regência da lei A. 
Depois que veio lei B, lei A perdeu a vigência, passando as relações a serem regidas pela lei B. 
A partir do momento que surge a concessão da cautelar em ADI com relação à lei B, a relação jurídica será regida por quem? Torna-se aplicável a lei A – efeito represtinatório por força do art. 11, §2º. A legislação anterior, caso existente (lei A), volta a reger as relações. 
Mas se o Supremo não quer que a lei A seja aplicada, ele tem que dizer. E aí a cautelar continuará tendo efeito ex nunc – cautelar com efeito ex nunc sem efeito represtinatório. Se o Supremo não fala nada, vale efeito ex nunc e efeito represtinatório. 
Se temos a Lei B não revogada por outra, mas sim porque houve a concessão de cautelar em ADI – Lei B, revoga a lei A, as relações jurídicas que se firmaram foram firmadas com base na Lei B. Depois vou ter concessão de cautelar em ADI, com relação a Lei B, ou seja, suspendendo os efeitos da Lei B – com efeitos para o futuro (ex nunc) -> a partir daqui a Lei B não produz mais efeitos. O que foi constituído no período da lei B, é regulado pela Lei B, mas e depois que a cautelar é concedida? Como vai ser regulado? Aí temos que ir ao art. 11, §2º -> efeito represtinatório: as relações jurídicas vão passar a ser reguladas pela Lei A. A lei revogada vai se restaurar. 
Se o Supremo entender que a Lei A também é incompatível e não quer que ela produza efeitos tem que dizer isso de forma expressa na citação da cautelar. Aqui, a lei revogadora perdeu vigência nãoporque foi revogada por outra lei, mas porque foi tida como inconstitucional.
A regra, na cautelar, é efeito ex nunc e efeito represtinatório. Mas posso ter cautelar com efeito ex nunc e sem efeito represtinatório – cautelar ex nunc sem efeito represtinatório. Cautelar com efeito ex tunc é sem efeito represtinatório. 
Podemos ter o caso também de que a lei A é revogada pela lei B, mas depois percebe-se que a lei B é inconstitucional – isso é diferente do efeito represtinatório. A lei B não produziu efeitos, voltando a lei A produzir efeitos.
ADC 
-Cabimento
Art. 13 -> Art. 102, I, “a”, 2ª parte -> Ação Declaratória de Constitucionalidade – só cabe para lei ou ato normativo FEDERAL – redação dada pela EC nº 03/93 -> logo não é norma originária da CRFB de 88. Não cabe para lei municipal, estadual e distrital. 
-Legitimados
São os mesmos legitimados da ADI. Tudo que foi falado de legitimados na ADI, vale para ADC, até mesmo sobre repercussão temática. 
A ADC nasce na EC nº 03, que trouxe quatro legitimados para mover ADC, que estavam no art. 103,§4º da CRFB (presidente da república, mesa da câmara dos deputados, mesa do senado federal e procurador-geral da república), porém este foi revogado pela EC nº 45, que são os legitimados que estão no art. 13 da lei 9868/99 – em 99 só eram estes os 04 legitimados da ADC; na EC 45 isso foi consertado: de 2004 em diante os legitimados de ADI e ADC são iguais – art. 103, caput da CRFB. Logo, o art. 13 foi revogado tacitamente pela EC 45, sendo o rol de legitimados tanto da ADI quanto da ADC pulverizados.
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Aula 18 – Rio, 29.10.14
-Polêmica: qual a razão para a declaração de constitucionalidade de uma norma se esta já nasce com pressuposto de constitucionalidade? 
Se a CRFB é a norma mais importante, todas as leis têm que estar de acordo com ela, não sendo admitida norma contrária a ela. Logo, imagino que a norma feita pelo legislador foi feita em harmonia com a CRFB – presunção de constitucionalidade das leis. 
Tanto é assim que a inconstitucionalidade tem que ser demonstrada. Então se entra com ADI, cabe a esta pessoa demonstrar a inconstitucionalidade, não se é necessário dizer que na inicial que tal lei se presume constitucional. Se o juiz reconhece a norma inconstitucional de ofício, ele também tem que fundamentar, se não a decisão é nula por falta de fundamentação.
Para que se vai entrar com ADC então se já se tem a presunção de constitucionalidade? Quando a ADC surgiu, a doutrina se dividiu em uma corrente dizendo que ADC era inconstitucional e outra dizendo que era constitucional. 
A corrente pela inconstitucionalidade da ADC era muito forte, mas quando vem a EC nº 03/93 esta corrente não gosta. Essa resistência se fundamentava no seguinte: esta ação é inútil, porque a lei já tem presunção de constitucionalidade. E outro argumento é que ADC viola a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal, porque na primeira instância a parte poderia estar se defendendo alegando a inconstitucionalidade, e quando o STF aceita uma ADC, sobre essa norma, acaba com a defesa da parte. 
Outro argumento é que se corre o risco de fazer com que o STF passe a participar do controle legislativo, correndo o risco de extinção do controle difuso, pois uma lei é feita nas casas e vai ao presidente da república para sancionar ou votar; ao sancionar, promulga e publica, mas com a ADC alguém entra com esta ação e o STF declara a constitucionalidade desta lei, abolindo o controle difuso, pois o Supremo se tornaria órgão do legislativo, “participando do processo legislativo” acabando com a discussão de constitucionalidade da lei.
Quem defende a constitucionalidade da ADC, como Gilmar Mendes, disse que se ADC é inconstitucional, a ADI também é, porque autor ingressa com ação em face do rei, o réu apresenta a sua defesa apenas arguindo a inconstitucionalidade da lei e não apresenta mais nada e enquanto o processo está rolando, algum legitimado entra com ADI e a decisão do Supremo, seja ela qual for, vai repercutir naquele processo, esvaziando o argumento do autor deste primeiro processo, e se o STF diz que a ADI é improcedente, acabando com o argumento do réu – e ambos não puderem participar do processo de ADI e ainda sim esta decisão valeu para o processo deles. 
Também se colocou que ADI é norma originária e ADC veio por emenda, mas Gilmar Mendes defendeu que a ADI nasceu também de emenda, que foi a EC 16 e ninguém disse que esta era inconstitucional. 
A controvérsia sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da ADC foi tão grande que o ministro Moreira Alves abriu uma questão de ordem na ADC nº01, que declarou constitucional a EC nº 03 na parte que criou a ADC. Três posições surgiram no STF:
Marco Aurélio disse que ADC era inconstitucional (não majoritária)
Ministro Paulo Grossa disse que ADC é constitucional, mas dependia de norma regulamentadora para ser julgada (não majoritário)
Ministro Moreira Alves disse que ADC é constitucional e auto-aplicável, tal como ADI, que vem de EC, e é auto-aplicável (majoritário). 
Gilmar Mendes disse que é constitucional porque vai afetar os processos, tal como ADI. E sobre a morte do controle difuso o Supremo disse que não é possível que se entre com ADC por qualquer motivo, só pode justificaria uma ADC se houver uma controvérsia judicial relevante com relação à determinada lei, ou seja, se a presunção de constitucionalidade daquela lei estivesse sendo abalada. Então a justificativa para ADC é a existência do controle difuso. 
-Objeto de ADI
Compete ao STF o julgamento dessa ação 
Cabe apenas em relação às leis e atos normativos federais (art. 102, I, “a”, 2ª parte da CRFB): “(...) e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal”. 
Pode criar no estado do RJ uma ADC? Pode, porque se tem autonomia do ente federativo. Não foi perguntado se o STF pode julgar ADC de ente estadual, mas sim se o RJ no seu poder constituinte criar uma ADC e ser julgada pelo Tribunal de Justiça, que vai julgar a constitucionalidade daquela lei perante a Constituição Estadual. 
-Função:
Declarar a constitucionalidade de uma lei federal com eficácia erga omnes, cessando o controle difuso sobre ela. 
Concede maior segurança jurídica e celeridade processual ao evitar decisões de juízes ou Tribunais reconhecendo a inconstitucionalidade de uma lei no controle difuso que acabam sendo reformadas pelo Supremo. 
-Procedimento
Art. 14 -> o que a petição inicial indicará. Incisos I e II é igual à ADI, mas o inciso III é próprio de ADC: “a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”-> tem que provar a controvérsia judicial relevante, tendo que anexar cópia de decisões controvertidas sobre aquela lei, tanto pela constitucionalidade, quanto pela inconstitucionalidade. 
A controvérsia tem que ser judicial, não sendo admitida controvérsia doutrinária. O STF não reconhece ADC por controvérsia doutrinária. A controvérsia tem que ser dentro do judiciário. 
Se no problema diz que a lei foi criada no dia 10 e no dia 15 alguém entrou com uma ADC, não deu tempo de ter controvérsia judicial da lei, logo é caso de indeferimento da inicial, pois teve falta de controvérsia relevante. A controvérsia tem que ser judicial. Só tenho controvérsia quando o judiciário não está harmônico: alguns acham que é constitucional, outros acham que é inconstitucional, alguns juízes aplicam a lei e outros não. Tem que haver essa controvérsia, decisões de ambos os lados. Tem que ter entendimentos divergentes, trazendo índices de instabilidade - a ideia de ADC é trazer segurança jurídica. 
Será relevante decisão de juiz de primeiro grau, então conta como controvérsia judicial relevante. 
Art. 16 -> típico de controle abstrato – processo objetivo. Não cabe desistência, porque não é um processo subjetivo. Em um processo subjetivo tem o interessa das partes, tem interesses disponíveis, podendo entrar com desistência. Emum processo objetivo não cabe desistência. No processo objetivo não existe interesse subjetivo, existe uma análise em tese da norma, o interesse é indisponível. 
Art. 18 -> não se admitirá intervenção de terceiro, mas se admite amicus curiae.
Art. 20, § 1º -> audiência pública – a mesma coisa que vale para ADI. 
Cautelar em ADC – art. 21
Numa ADC, quero declarar a norma constitucional, por causa da controvérsia judicial, quero impedir que os juízes declarem a norma inconstitucional, então com uma cautelar quero impedir que os juízes declarem a inconstitucionalidade da lei, e vou fazer isso suspendendo os processos que envolvam a aplicação da lei.
Quando o Supremo concede a cautelar na ADC os processos param, ficam suspendidos. E os que entraram com o processo fazem o que? Esperam. Mas é justo que os que entraram com o processo fiquem eternamente nas mãos do Supremo ter boa vontade de julgar o caso? Não, até pelo princípio do acesso a justiça. Diferentemente da ADI, a cautelar na ADC precisa ter prazo – na ADI não precisa ter prazo porque não suspendo processo. As pessoas precisam ter acesso à justiça. Art. 21, parágrafo único -> Supremo tem 180 dias após conceder cautelar. É um prazo razoável para esperar. Passaram 181 dias, a ADC continua normalmente, mas a liminar cai e ai os processos voltam a andar, porque não pode manter o processo das pessoas suspensos eternamente.
A cautelar pode ser prorrogada por mais 180 dias? Pode, porém o professor entende que isso não é razoável. A ideia do prazo de 180 dias é impedir que os processos fiquem suspensos por muito tempo, mas o Supremo já fez isso e sem maiores questionamentos. Como o Supremo admitiu então pode ocorrer novamente. 
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Aula 18 – Rio, 03.11.14
-Mérito em ADI e ADC
Fábio Leite tem seu posicionamento no texto de ambivalência. 
A procedência de uma acarretaria na improcedência da outra e vice-versa. Em uma se pede a constitucionalidade e na outra a inconstitucionalidade. ADI e ADC são iguais, só que com sinais trocados, portanto. 
Quorum para julgamento -> art. 22 – a decisão sobre constitucionalidade ou inconstitucionalidade somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito ministros não é o quorum para julgar, mas para iniciar o julgamento – tem que ter 8 ministros presentes. Art. 23 -> quorum para julgar são 6 ministros. 
Art. 23, parágrafo único -> 05 votos pela inconstitucionalidade e 03 pela constitucionalidade: para o julgamento e espera os outros 03 voltarem para decidir. Se não atingiu 06 votos, o julgamento estará suspenso. 05 não é a maioria absoluta, por isso que não pode ser declarada a inconstitucionalidade.
O Supremo já teve uma composição de 10 ministros. Houve um empate em ADI – como se fez para resolver? O RISTF diz que quando terminar empatado o julgamento, o presidente tem o voto de minerva. Porém, teve caso do presidente não querer dar este voto, então vai para o controle difuso, dando liberdade aos juízes para tomarem a decisão que bem entenderam. 
Desta forma, só se terá eficácia erga omnes do Supremo quando atingir 06 votos. Se um dos lados ganhar com menos de 06 votos, a decisão do Supremo não terá efeito erga omnes. A decisão com menos de 06 votos permitirá que os juízes de primeira instância tomem a decisão que quiserem. 
Art. 24 -> ADI e ADC são ações dúplices – A procedência da ADI significa a declaração de inconstitucionalidade da lei, importando na improcedência da ADC. Já a procedência da ADC significa a improcedência da ADI. 
ADI: procedente -> inconstitucional; improcedente -> constitucional
ADC: procedente -> constitucional; improcedente -> inconstitucional 
Art. 26 -> impossibilidade de recurso. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível. Só cabe embargos declaratórios para suprir alguma omissão. 
Professor Fábio Leite faz uma análise histórica dessas duas ações e refuta a ambivalência destas duas ações. Tem três argumentos para isso, pois ADI e ADC tem diferenças que impedem ambivalência. Para dizer que elas são idênticas tem que ter mesmos legitimados e mesmo procedimento para que o efeito seja o mesmo. 
Na ADI, tem que ter manifestação do AGU. O AGU na ADI Sá parecer, mas formalmente pelo art. 103 ele tem que fazer a defesa da norma. Já na ADC não tem a manifestação do AGU fazendo a defesa da norma. Se eu quero declará-la constitucional a norma na ADC não precisa defendê-la, então por que teria que ter essa manifestação do AGU? Porque a declaração de procedência de uma acarreta na improcedência da outra. 
Na ADC tem que ter controvérsia judicial relevante, na ADI é sem controvérsia judicial. Então posso entrar com uma ADI no dia seguinte à criação da lei? Sim, pois não precisa de controvérsia judicial relevante na ADI. Mas na ADC não posso fazer isso.
Diferença quanto ao objeto: ADI é para lei e ato normativo federal ou estadual. ADC é para lei ou ato normativo federal.
Se essa ADI for julgada improcedente, não posso falar que isso equivaleria à procedência de uma ADC, pois ADC é só para lei ou ato normativo federal – se tem ADI contra lei estadual e é julgada improcedente, não posso falar que isso equivale à procedência de uma ADC. 
Se eu tenho ADC improcedente, significa que ele julgaria a ADI daquele jeito? Não, pois é preciso ter manifestação do AGU. 
Entende que ADI e ADC não poderiam ser equivalente. Mas existe uma exceção: hoje, tem se admitido que o AGU tem sido autorizado a não defender constitucionalidade da norma, quando há jurisprudência pacífica do Supremo em relação a inconstitucionalidade da norma, pois hoje o AGU pode apenas dar parecer. Só há equivalência da ADC em relação a ADI, pois o Supremo admite que se o AGU não quiser se manifestar, não precisará. Então só teria equivalência da ADC em relação a ADI – quando a ADI é improcedente, a ADC é procedente.
Cabe ambivalência em cautelar? Questão da OAB: O STF indefere cautelar em adi, indefere cautelar em ADC em outra ação. Considerando a ambivalência entre estas ações, diga qual é o efeito do indeferimento das decisões do supremo nestas duas cautelares? As ações são ambivalentes sim, mas em cautelar não é assim. A ambivalência é apenas no mérito. Se indeferiu cautelar na ADC, significa apenas que os processos que envolvem a aplicação daquela lei não ficarão suspensos, e se indeferiu na ADI os processos não ficarão suspensos, a lei continua sendo aplicada.
Art. 27 -> a regra é que a decisão que declara a inconstitucionalidade de uma norma produz seus efeitos desde a edição da norma (ex tunc). 
No entanto, o STF pode fazer uma modulação dos efeitos - por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social o STF ode decidir que os efeitos da decisão começarão a ser produzidos a partir da própria decisão (ex nunc) ou de outro momento a ser determinado. 
Para modular precisa de 8 votos. Até a declaração de inconstitucionalidade a cobrança foi devida, mas depois se tem a modulação por 2/3, tem a decisão de declaração da inconstitucionalidade. A modulação pode ser então a partir da decisão. Ou então pode existir também o início dos efeitos anterior à declaração de inconstitucionalidade. 
Art. 28, p.u -> a declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a CRFB e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, tem eficácia ...
Pode modular os efeitos em declaração de constitucionalidade? Não, porque o art. 27 fala de declarar a inconstitucionalidade. Quando o supremo declara norma constitucional, quer dizer que ela já nasceu constitucional, então ela tem que ser aplicada. O art. 27 é expresso. Porém, tem que se tomar cuidado, pois o Supremo já fez modulação em ADC - fez isso excepcionalmente com relação à uma contribuição que os advogados tinham que fazer. O STJ entendia peça inconstitucionalidade, mas o Supremo entendeu ser constitucional. Só que viu que isso causaria umtremendo problema de caixa nos escritórios de advocacia, pois sofreriam execução fiscal da receita que não conseguiriam pagar. Excepcionalmente em razão de segurança jurídica o Supremo admitiu modulação dos efeitos em ADC, eis que diversas decisões anteriores de primeira instância entendiam pela inconstitucionalidade da norma.
Pode ter modulação de declaração de inconstitucionalidade em REXT? Em regra não, porque regula processo de ADI e de ADC. Mas o Supremo já o fez, ao declarar a inconstitucionalidade do município Mira Estrela. Fixou o início dos efeitos de constitucionalidade para as próximas eleições.
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Aula 19 – Rio, 05.11.14 Anotações Amanda 
ADIO – ADI POR OMISSÃO
Percepção de que não se desobedece a Constituição apenas ao editar normas inconstitucionais, mas também quando se deixa de regulamentá-la. 
Art. 103,§2º, CF: declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
O mandado de injunção está no art. 5º, LXXI, CF.
ADI por omissão e mandado de injunção leva à questão de quando cabe norma regulamentadora.
Classificação de normas constitucionais de JAS: 1)Eficácia plena: é aquela que já está apta a produzir todos os seus efeitos com a promulgação da CRFB. Não pode ser contida por norma infraconstitucional. Não depende de regulamentação legal para produzir efeitos. Se não está sendo aplicada na prática não falo em ADI por omissão, posso até pensar em mandado de segurança, mas não ADI por omissão, porque está é quando falta algo para tornar efetiva a norma constitucional e eficácia plena já produz efeitos. É auto-aplicável, não precisa de regulamentação e não pode ter seus efeitos restringidos por norma infraconstitucional. Exemplo: art. 227,§6º da CRFB; art. 226, §5º da CRFB.
2)Eficácia contida: é aquela que já está para a produzir seus efeitos com a promulgação da CF. No entanto, admite que norma infraconstitucional venha a restringir seus efeitos. Não necessita de regulamentação legal, mas admite que lei venha a conter sua aplicabilidade, admite que restrinja seus efeitos. Exemplo: art. 5º, XIII, CF - quando a CF nasce é norma plena, com a lei ela vai restringir o seu alcance, a CF deu o direito ao cidadão de exercer qualquer trabalho que queira - esse direito remonta à época das primeiras gerações de direitos, mas, por exemplo, para exercer a advocacia é preciso de bacharelado em direito e aprovação no exame de ordem, então a lei impõe requisitos, restringindo o direito de exercer determinada profissão.
A norma de eficácia limitada precisa de norma regulamentadora, a norma de eficácia contida não precisa, na norma de eficácia contida a lei restringe (a lei é menos), na norma de eficácia limitada a lei é mais, porque regulamenta a norma.
A lei ao restringir a norma de eficácia contida pode restringir de forma exagerada o que leva a inconstitucionalidade, por exemplo, uma lei que regulamenta uma profissão e determina uma idade mínima de 30 anos, porque cria uma restrição ao exercício de um determinada profissão em razão da idade e a CF não admite restrição por idade.
3)Eficácia limitada não está alta a produzir todos os seus efeitos com a promulgação da CF. Depende de edição de norma regulamentadora. Pode ser institutiva ou programática.
Institutiva: criam institutos, mas deixam sua regulação para o legislador ordinário. O constituinte cria o instituto, mas a sua regulação, sua forma de funcionamento, ficam a cargo do legislador ordinário. Podem ser impositivas ou facultativas. Por exemplo, o art. 37, VIII, CF - direito de greve, greve de servidor público não é igual a trabalhador da iniciativa privada, o constituinte disse que a greve tinha que ser diferente, mas a regulação ficou a cargo do legislador	ordinário.
	Impositiva: a criação da norma regulamentadora é obrigatória. Vem no imperativo. Aqui é o campo da ADI por omissão. Porque aqui o Estado é obrigado a fazer a regulamentação, então se não fizer é omissão.
	Facultativa: a criação da norma é uma faculdade do Poder Publico. O constituinte tomou a decisão de que regulação disso fica a cargo do legislador se ele quiser. Por exemplo, art. 125,§3º, CF - se quiser pode criar justiça militar nos estados. Se é uma faculdade não posso ter omissão, porque não posso ser omisso em algo que não é obrigado a fazer.
Programática: estabelecem uma meta a ser buscada pelo Estado. Refletem a finalidade do Estado na busca do bem comum. Conteúdo genérico e extremamente abstrato, necessitam de normas para concretizá-las e regular sua incidência no mundo real. Essas normas estão na CF, porque a função da CF é organização do Estado e a finalidade é um ele, neto do Estado e a finalidade do Estado e buscar o bem comum, então as normas programáticas tem que estar na CF, porque são finalidades de Estado e não políticas de governo. Tem eficácia, não admitindo que norma programática possa ser violada, por exemplo, se uma lei proíbe educação para presos, essa lei é inconstitucional porque fere norma programática da constituição e pela supremacia da CF não pode ir contra a lei que todo mundo tem que ter direito à educação, a lei que veda o direito do preso a educação viola uma norma programática. Boa parte das normas programáticas já está regulamentada. 
Lei 9868/1999 regula ADI por omissão, que foi acrescentada pela lei 12.063/2009.
Art. 12-A - legitimados são os do art. 103, CF.
Art. 12-B - se admite a omissão total ou parcial.
Art. 12-C - petição
Art. 12-D - não admite desistência.
Art. 12-E - Amicus curiae.
§3º - o PGR só dá parecer se não for autor. 
Até 2009, o STF não admitia liminar ou cautelar em ADI por omissão, porque entendia que a liminar e o mérito seriam muito semelhantes. Porque na ADI por omissão quer suprir a ausência de regulamentação e na liminar? Que quer suprir a ausência de regulamentação, então seria a mesma coisa do mérito. Só que a lei 12.063/2009, criou a medida cautelar na ADI por omissão. O STF nunca concedeu liminar nessa ação. A doutrina critica a cautelar na ADI por omissão.
Art. 12-F - em caso de excepcional urgência ou relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, pode conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão constitucional.
	§1º - medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda outra providência a ser fixada pelo Tribunal.
Os processos são mandado de injunção que estão reclamando da omissão da lei, então por quê vai pedir a suspensão de processos que estão querendo a mesma coisa que a ADI por omissão?
Suspensão do ato normativo ou da lei que regulamenta de forma parcial seria o caso que o legislador regulamentou de forma incompleta ou de forma inconstitucional. Então peço para suspender a lei que regulamentou de forma parcial, na pratica o STF não vê isso porque está reclamando de ausência de lei, então como reclamar de lei que veio parcialmente?
No caso de omissão parcial pode pedir em cautelar pedir a suspensão da lei parcial.
Se perguntar em prova se cabe cautelar em ADI por omissão responder o que está no parágrafo 2º do art. 12-F.
Art. 12-H - Decisão em ADI por omissão. 
	§1º - a CF, no art. 103, §2º, dá prazo de 30 dias e neste parágrafo diz que pode dar prazo superior (prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal), então para Varela é inconstitucional porque vai de encontro com dispositivo constitucional, mas em prova responder o que está na lei, porque não há questionamento sobre isso. O prazo superior a 30 dias só pode ser dado se o STF dar expressamente prazo superior.
....................................................Aula 20 – Rio, 10.11.14
ADIO E O MANDADO DE INJUNÇÃO
Mandado de injunção é uma ação prevista no art. 5º, LXXI, CF. Essas duas ações têm o objetivo de evitar que o cidadão deixe de exercer direito constitucional por omissão do legislador, por omissão de norma regulamentadora.
Semelhanças: legitimados passivos / Diferenças:
Legitimados ativos: ADI por omissão está no art. 103, CF, já no mandado de injunção só o titular do direito fundamental, depende de regulamentação.
Conceituação: ADI por omissão e uma ação de controle abstrato, já mandado de injunção é um remédio constitucional, um writ
Objetivo: ADI por omissão uso para qualquer norma constitucional de eficácia limitada institutiva impositiva, já no mandado de injunção é quando a norma constitucional de eficácia limitada institutiva impositivo que trate de direito ou garantia fundamental. Então a ADIO tem campo mais amplo.
Efeitos da decisão: ADI por omissão tem efeitos erga omnes, enquanto que mandado de injunção tem efeito inter partes.
Mandado de injunção: alteração de jurisprudência.
Serve para que o cidadão possa provocar o judiciário e garantir o exercício de direito fundamental ainda que não tenha a norma regulamentadora. Era um instrumento muito útil para o cidadão, pique ele tem o direito fundamental e não consegue exercer por ausência de norma regulamentadora. 
Tradicionalmente o STF entendia que o MI tinha por função tão somente cientificar o poder legislativo de sua mora (separação de poderes). Tinha efeito declaratório. A ideia de elaborar a norma regulamentadora não é possível porque o STF e legislador negativo, não positivo. Também não pode obrigar o poder legislativo a legislar, então o acórdão do STF em MI serve para declarar que o congresso está omisso, que foi o motivo para ter entrado em juízo. Essa posição foi muito criticada, consolidada no mandado de injunção 107, pois tornou o mandado de injunção em inútil. O STF tentou usar a doutrina do “power of shame”: envergonhar o legislativo para que ele aja - o maior tribunal do país dizendo que tinha que ter regulamentado a maior norma do país.
Se admitia mandando de injunção coletivo, pelo mesmo tratamento do mandado de segurança.
A doutrina imaginava que o mandado de injunção seria usado para suprir a lacuna através do judiciário, só que esta posição não teve apoio do STF. 
O MI 708 foi impetrado pelo sindicato dos trabalhadores em educação do município de João Pessoa. Afirmava a impossibilidade da categoria em exercer direito fundamental à greve por falta de regulamentação do art. 37, VII, CF.
O STF reconheceu a quantidade de mandado de injunção quanto ao direito de greve do servidor público.
O STF considerou excessivo o tempo de não regulamentação do direito.
O Supremo concedeu MI com efeito constitutivo, suprindo a omissão e aplicando por analogia a lei de greve. Aplica-se a lei de greve aos servidores públicos. O supremo não regulamentou o direito de greve para os professores que ingressaram. O Supremo deu eficácia erga omnes, valendo a decisão para qualquer categoria de servidor público. Saiu da natureza declaratória para a constitutiva. Já que não fizeram a lei de greve do servidor público, aplica-se a da CLT e a decisão é erga omnes. 
Concedeu ao MI efeitos constitutivos suprindo a lacuna da lei, determinando-se a aplicação da Lei de Greve (lei 7.783) no que couber. - natureza constitutiva e não declaratória como vinha dando ao MI. Eficácia erga omnes, já que determinou a aplicação do julgado a todos os servidores públicos do país, independente da esfera administrativa. Esse entendimento de natureza constitutiva foi para esse mandado 708 quanto à greve. Posteriormente, o Supremo definiu algumas categorias que não poderiam fazer greve. 
Isso não é algo que Supremo aplica sempre em MI. Apenas este MI teve efeito constitutivo, os outros continuam tendo efeito declaratório.
O Supremo se deparou com o MI para regular o aviso prévio por tempo de serviço. O aviso prévio do art. 7º, inciso XXI é velho cliente do STF, pois o CN sempre dá de ombros. Por isso resolveram regulamentar, dando efeito constitutivo. Mas diferente do anterior não tinha uma lei para aplicar por analogia. No aviso prévio proporcional não tem lei para fazer analogia, mas o Supremo entendeu que tinha que regulamentar. Tomaram a decisão de que primeiro era caso de procedência e depois foram resolver como iriam fazer – cada ministro deu uma ideia. Um dos ministros pediu vista do processo e isso foi o jeito de acionar o CN quando isso aconteceu o CN regulamentou a situação.
AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Vem depois da ADI, ou seja, depois de 65. Permite que o Estado faça a defesa da Constituição Estadual Esta ação permite que o TJ faça controle abstrato. Quem julga é o TJ, pois não cabe ao Supremo guardar a Constituição do Estado – cada Estado é que tem que se preocupar com a sua constituição.
Os legitimados são definidos na Constituição do Estado, sendo vedado único legitimado. Possui eficácia erga omnes.Tem o apelido de “ADI estadual” ou simplesmente “ADI julgada pelo Tribunal de Justiça”. 
Art. 125, §2º, CRFB ->cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
-Legitimados
É vedada a atuação de um único legitimado, não pode ter apenas um órgão. Não tem que aplicar o art. 103 da CRFB por assimetria na realidade estadual.
Não podem dois legitimados sendo um subordinado ao outro, porque aí não tem sentido, pois na prática seria legitimado único.
Aqui no RJ: Art. 162 da CERJ Teve ADI contra este artigo, dizendo que a CERJ violou, pois colocou muitos legitimados, dizendo que deveria ter assimetria ao art. 103 da CRFB. O Supremo julgou esta ADI improcedente, pois existe liberdade para colocar os legitimados que quiser. 
Tanto lei estadual ou municipal, quem vai julgar é o TJ, com base na CE. 
Se a lei estadual ou municipal violar dispositivo da CE que seja transcrição literal de dispositivo da CRFB, subsiste a competência do TJ? Inicialmente se entendia que não, porque o TJ estaria julgando conflito entre a lei estadual e a CRFB e isso é de competência do STF, havendo violação da competência federal. Toda vez que o parâmetro fosse uma norma idêntica da CRFB, havia o entendimento de que o TJ não poderia julgar, surgindo uma tese de ociosidade de normas constitucionais, pois não poderiam servir como parâmetro de controle. Porém, esta tese foi afastada, uma vez que o STF entendeu que mesmo os artigos sendo idênticos, o que o TJ vai julgar é a relação entre a norma e a CE. Se a norma estadual é igual à da CRFB isso é irrelevante, resolvendo-se a tese da ociosidade, tendo o TJ competência para julgar uma norma dessas. Depois passou a entender que o TJ não ia julgar a lei estadual em face da Constituição da República, mas sim em face da Constituição Estadual. Então o fato da Constituição Estadual ser idêntica à Constituição da República não impede ação de inconstitucionalidade
Esta situação permite que um legitimado do art. 103 mova ADI? Sim. E também permite ADI estadual? Sim. E se as duas forem impetradas? Se isso acontecer, suspende-se ADI estadual até o Supremo tomar a sua decisão. Se entrar com ADI estadual e ADI federal ao mesmo tempo sobre o mesmo tema, suspende o processo no TJ.
O Supremo pode decidir que a norma é inconstitucional. Se o Supremo assim entender, é porque a lei viola a CRFB. Desta forma, não adiante o TJ desarquivar a ADI estadual, pois o Supremo já matou a norma, ao declará-la inconstitucional. Contudo, se o STF declarar a norma constitucional, pode o TJ seguir com o processo e declará-la inconstitucional? Depende. Estas normas são iguais: 1)porque eram normas de reprodução obrigatória o constituinte tomou decisão no plano federal e desejou que tivesse a mesma prescrição no plano estadual – quando o constituinte federal tomou a decisão, decidiu que aquilo deveria ser reproduzidopelos Estados (o constituinte estadual não tinha como inovar, era obrigado a seguir o constituinte federal). 2)por mera imitação – podia ter inovado, mas não o fez norma de imitação.
Se o supremo declara a norma constitucional, se for de reprodução obrigatória o TJ tem que interpretar da mesma forma que o supremo. Se o supremo declarou constitucional, o TJ não pode declarar a inconstitucionalidade
Se os dispositivos são iguais por mera imitação – poderia ter feito diferente, mas não o fez – é possível que o TJ continue julgando aquela ADI e dê procedência a ela, declarando a lei inconstitucional, entendo que aquela lei viola a Constituição do Estado.
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Aula 21 – Rio, 12.11.14 Anotações Amanda - continuação ação de representação de inconstitucionalidade
-Recurso Extraordinário 
Recurso é cabível quando a Constituição estadual e CRFB são idênticas por ser norma de reprodução obrigatória, portanto os tribunais de justiça dos estados têm que interpretar o dispositivo da CE da mesma forma que o STF interpreta dispositivo da CRFB. 
Ministro Moreira Alves defendeu a possibilidade excepcional de nesse caso haver a interposição de recurso extraordinário. Não está no rol do art. 102, III, CF, mas o STF admite porque entende que houve uma violação da CF, porque se o TJ interpretou aquela lei estadual de forma diferente a que o STF faria, ele viola a CF, portanto nesse caso haveria a possibilidade de RE para o STF.
Tem que ter todos os requisitos do RE. O prequestionamento tem que ser cumprido, mas como cumprir? Não pode alegar que o TJ interpretou essa lei estadual violando a constituição de estado, porque o STF não guarda a CE, então o RE tem que falar que violou a CF. O TJ ao julgar analisa frente à constituição estadual, que é de sua competência e no RE tem que falar da violação da CF, então não tem prequestionamento, até porque se tiver o acórdão é nulo porque invadiu a competência do STF. Então tem que entrar com embargos de declaração, pedindo que o TJ se pronuncie quanto a sua omissão quanto análise daquela lei estadual frente a CF. O TJ vai ter que julgar improvido os embargos, dizendo que não se manifestou porque era da competência do STJ e não dele, TJ. Nesse momento, o prequestionamento é suficiente. Com base nisso, impetra RE dizendo que o TJ violou aquele dispositivo da CF e o STF já entende como suficiente o prequestionamento.
Mas se quem entrou com a ação não tiver interesse me recorrer? Fazer remissão no art. 125, §2º, CF ao art. 37, parágrafo único da lei complementar 75. - o Ministério Público Federal será parte legítima para interpor recurso extraordinário das decisões da Justiça dos Estados nas representações de inconstitucionalidade. 
Todo recurso tem efeito substitutivo e se o RE vai substituir a decisão da justiça dos estados que tinha efeito erga omnes por ser em controle concentrado, o RE nesse caso vai ter efeito erga omnes.
AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA 
Art. 36, III, CF - a decretação de intervenção dependerá de provimento, pelo STF, de representação do PGR, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
Intervenção federal é sanção, por isso é uma exceção, já que estamos numa federação em que a autonomia dos entes federados é a regra.
A união intervém nos estados e no Distrito Federal. A união não intervém nos municípios, porque senão haveria a intervenção federal per saltum, não admitimos que a união salte um degrau do estado e intervenha no município, porque senão viola a autonomia dos estados.
Art. 35, CF trata da intervenção dos municípios. O estado membro da federação intervém nos seus municípios e a união pode intervir nos municípios localizados nos territórios federais.
Território é uma autarquia da União, art. 18, §2º, CF. Mas pelo art. 33, §1º, CF o território pode se dividir em municípios. Então a conclusão óbvia é que quem intervém em município de território é a União.
Quem pode intervir em município do DF? Ninguém, porque o DF não pode se dividir em municípios, segundo o art. 32, CF.
Art. 34, CF tem o rol taxativo de intervenção. Os princípios constitucionais do art. 34, VII, CF são chamados de princípios constitucionais sensíveis, que são:
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático
Direitos da pessoa humana
Autonomia municipal
Prestação de contas da administração pública, direta e indireta
Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Estes princípios são chamados de sensíveis, que acarretam na pior sanção que o Estado pode sofrer em uma federação, que é a intervenção Federal. 
É possível a decretação de intervenção federal sem nomear um interventor. Art. 36,§1º. Nem sempre há necessidade de um interventor.
Deus hipóteses de ação interventiva federal:
Violação de princípio sensível (art. 34, VII, CF)
Recusa à execução de lei federal (EC 45)
Essa ação veio em 1934, mas é muito rara. Desde quando a ADI foi criada essa ação ficou esquecida. Em 1988 com a pulverização dos legitimados da ADI e a criação de uma série de ações de controle abstrato essa ação ficou mais esquecida ainda. Havia uma expectativa de que a EC 45 abolisse essa ação, só que essa emenda criou mais uma hipótese de ação de representação interventiva, a recusa de lei federal.
Legitimado: PGR - legitimado único e exclusivo (art. 2º, lei 12.562)
Órgão julgador: STF
Hipóteses: caso um Estado federado viole princípio sensível ou se recuse a executar lei federal (art. 2º, lei)
Tipo de controle: concentrado (STF) e concreto (porque vai verificar se no caso concreto o Estado violou princípio sensível ou se recusou a executar lei federal - quem diz isso é Ministro Moreira Alves)
Primeira ação de controle concentrado no Brasil (CF34)
ADI surgiu em 1965 com a EC 16
Nem todo controle concentrado será abstrato
Lei 12.562/11 regulamenta a ação de representação interventiva
Art. 3º -> A petição inicial deverá conter:
I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas;
II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão questionados;
III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal;
IV - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único -> A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter, se for o caso, cópia do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Não pode ser em tese, tem que estar provado na petição.
Art. 4º da lei - petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator quando não for o caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos nesta lei ou for inepta
Art. 5º -> O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na representação interventiva.
§ 1º -> O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de 05 (cinco) dias.
§ 2º -> A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva.
Cabe liminar / §2º - poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativa ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva.
Art. 6º -> Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição inicial, se não houver pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado,que as prestarão em até 10 (dez) dias.
§ 1º -> Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º -> Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do regimento interno.
Pode ouvir a autoridade acusada de violar o princípio sensível, não executar lei federal
	§1º - AGU e PGR são ouvidos
	§2º - o relator tentar conciliar, tenta dirimir conflito, evitando uma decisão judicial que possa levar a intervenção.
Art. 9º -> a decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 08 ministros - quórum para instalação
Art. 10 -> Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido formulado na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros. Parágrafo único -> Estando ausentes Ministros em número que possa influir na decisão sobre a representação interventiva, o julgamento será suspenso, a fim de se aguardar o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para a prolação da decisão.
Quórum para decisão: 06 ministros
Art. 11 -> Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição Federal.
Parágrafo único -> Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
Remissão ao art. 84, X, CF que diz que compete privativamente ao presidente da república decretar e executar a intervenção federal. Em certas questões o presidente tem discricionariedade para intervir. Agora tento a fase judicializada o Presidente é obrigado a intervir. Se não intervir é crime de responsabilidade, porque descumpre ordem judicial.
Art. 12 -> A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação por ação rescisória. -> Não cabe recurso e nem ação rescisória como todas as ações de controle concentrado.
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Aula 22 – Rio, 17.11.14
ADPF 
Essa ação está prevista na CF art. 102, § 1º - pelo artigo vemos que não é uma matéria propriamente constitucional - o artigo não esclarece nada. 
É uma norma constitucional de eficácia limitada, então precisa de norma regulamentadora para produzir seus efeitos. Essa regulação veio com a lei 9882/99. 
ADPF veio preencher um vácuo – onde não caberia controle abstrato. Se não cabe ADI, tem que caber alguma coisa, e essa alguma coisa seria a ADPF, de forma a permitir que o controle abstrato tivesse incidência mais ampla. 
Esta é uma ação de controle abstrato que precisa de norma regulamentadora. 
Lei nº 9882: artigo 1º - Serve para evitar ou reparar lesão e preceito fundamental. O preceito tem relação com direito fundamentais, princípios fundamentais, cláusulas pétreas (artigo 60, §4º) e princípios constitucionais sensíveis (artigo 34, VII). Além disso, é um ato do PODER PUBLICO, não cabe se for ato de particular. 
Art. 1º -> pode ser preventiva (evitar a lesão) ou repressiva (reparar a lesão).
Nem a lei e nem a CF definiram o que são preceitos fundamentais. O entendimento da jurisprudência, praticamente pacificado, é que preceito fundamental é aquele que envolve princípios fundamentais (título I a IV da CF), direitos fundamentais (título II), cláusula pétrea e princípios constitucionais sensíveis.
Direito fundamental -> é um gênero que possui 05 espécies: direitos individuais, coletivos, sociais, nacionalidade e políticos. -> abrir a CF no índice sistemático, CF é dividida em títulos -> possui 09 títulos – o nome do título II -> dos direitos e garantias fundamentais -> os capítulos são divididos em cada uma dessas 05 espécies. Tratados de direitos humanos também carregam direitos fundamentais, também pode acarretar ADPF e também há direitos fundamentais espalhados pela CF, não apenas no art.5º. Mas direito fundamental é aquele que tem a ver com esses assuntos, esteja onde estiverem na CF.
Direitos individuais, coletivos, sociais, nacionalidade, políticos e partidos políticos. José Afonso diz que temos 05 categorias, porque para ele direito político e partido político é a mesma coisa.
Direito fundamental não será encontrado do art. 5º ao art. 17 da CRFB. Não se pode esquecer do art. 5º, §2º da CRFB, pois temos direitos fundamentais também em tratados e espalhados pela constituição. O direito será fundamental se tratar de quaisquer uns desses temas. 
A ADPF realiza controle abstrato e concentrado, em qualquer situação. O que existe no art. 1º é uma distinção entre ADPF direta e incidental. A direta está no inciso I. Parágrafo único -> posso ter ADPF abstrata que seria essa do artigo único e ADPF concreta que seria o art. 1º, caput? Teria uma definição mista de ADPF. Essa posição foi afastada pelo STF e a maior parte da doutrina não a segue. A ADPF é tratada como ação abstrata. O parágrafo único é uma ADPF direta, e o caput é uma ADPF incidental. 
A direta é usada para suprir lacuna de ADI. Direta porque posso suscitar o STF diretamente, serve inclusive para lei ou ato normativo municipal anterior à CF.
Incidental porque pode ser discutida no curso de um processo – surge por provocação do STF, por violação de preceito fundamental discutido no processo. É possível que um dos legitimados da ADPF mova ação que sobre caso que está sendo discutido em caso concreto -> exemplo: processo sobre abortos -> surge caso de aborto de anencéfalos – obrigar uma mulher a prosseguir com uma gravidez assim é tortura, a mulher não é obrigada a ter essa estrutura psicológica, obrigar a mulher a prosseguir com uma gravidez desse tipo é violação a preceito fundamental. O Supremo não julga o problema desta mulher do caso concreto, mas sim a questão abstrata é que é levada ao Supremo para se ter uma decisão. Cabe destacar que isso não faz o processo do caso concreto ser suspenso. 
Não existe ADI de lei municipal, mas há controle abstrato de lei municipal na ADPF. 
Art. 2º -> os legitimados são os mesmo que da ADI - fazer remissão ao art. 103, CRFB. Inciso II foi vetado (não existe veto tácito). 
Art. 4º -> §1º: Não será admitida ADPF quando tiver qualquer outro meio eficaz de sanar lesividade se tem outro meio de fazer controle abstrato, então deve se optar por estar ação e não pó ADPF - ADPF tem caráter subsidiário, ou seja, só cabe ADPF se não tiver outro meio eficaz de sanar a lesividade.
Art. 5º -> cabe liminar em ADPF - O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 1o -> Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. mesma coisa que acontece na ADI – o relator concede e leva na sessão seguinte para ser referendado. 
§ 3º -> A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. No caso da ADPF 54 o objetivo da liminar foi garantir que as mulheres não passassem por uma tratamento degradante. 
Art. 6º, § 1º -> cabe amicus curiae na ADPF – igual a ADI e ADC.
Art.