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CONTROLES INTERNOS NA FARMÁCIA BÁSICA DO MUNICÍPIO DE SANT’ANA DO LIVRAMENTO/RS RESUMO Este artigo trata de uma pesquisa realizada na Farmácia Básica do Município de Sant’Ana do Livramento, no Estado do Rio Grande do Sul (RS), e tem como objetivo analisar os principais controles internos dos medicamentos da Farmácia Básica do Município, visando uma gestão eficiente, eficaz e efetiva. Além disso, o artigo também busca analisar a real importância do controle dos medicamentos para que possa atender as necessidades da população, e demonstrar a importância dos controles internos nas políticas e procedimentos definidos pelas normas da Assistência Farmacêutica. Essa análise dos controles internos percorre as fases do ciclo da Farmácia Básica, desde a solicitação até a dispensação dos medicamentos, bem como a estrutura organizacional para atender todas as fases do ciclo. O referencial teórico foi estruturado de forma a desenvolver os assuntos específicos, como: Saúde Pública, Assistência Farmacêutica e Controles Internos. Ainda, no referencial teórico foi desenvolvida a temática de políticas para a Assistência Farmacêutica que contribuam para a saúde preventiva da população, e estimule formas e práticas de controles prévio, concomitante e posterior na dispensação dos medicamentos. A pesquisa caracteriza-se como exploratória, descritiva e qualitativa, se apresentando na forma de um estudo de caso na Farmácia Básica do Município. Os instrumentos de coleta dos dados utilizados são a análise documental, a entrevista e a observação. As entrevistas foram realizadas com a farmacêutica responsável, o coordenador de apoio da Farmácia Básica, e o substituto do Secretario Municipal da Saúde. Na observação foram acompanhados os movimentos e as rotinas das atividades realizadas na Farmácia Básica, em especial no atendimento e dispensação de medicamentos à população. Foi utilizada a análise interpretativa para analisar os dados. Durante o desenvolvimento do estudo foi possível identificar pontos críticos como, a estrutura física e organizacional da Farmácia Básica, bem como a não aplicação de um ciclo com controle na dispensação de medicamentos. Como contribuição para alcançar um controle mais eficiente, eficaz e efetivo, sugere-se implementar todo o ciclo dos medicamentos: solicitação, seleção, programação, aquisição, conferência e recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos, além de investir na melhoria da estrutura física, equipamentos e mobiliário. Além disso, é sugerida a implementação de um sistema de informação que possa registrar todas as movimentações dos medicamentos. A partir da análise e discussão dos resultados conclui-se que é possível uma gestão eficiente, eficaz e efetiva em todo o ciclo da Farmácia Básica por meio de aplicação de controles internos. Palavras-chave: Saúde Pública; Farmácia Básica; Controles Internos. Área temática: Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor (Controladoria na Gestão Pública) 2 1 INTRODUÇÃO A saúde pública no Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988 e criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990, passou a ter como meta a cobertura universal de toda a população brasileira com sistemas de proteção social. No entanto, na trajetória do sistema não deixaram de existir problemas básicos, que ainda hoje precisam ser resolvidos. No momento, a saúde pública nos remete a uma realidade de grandes fragilidades do sistema de saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), que teoricamente seria o “plano nota 10” das políticas públicas, apresenta financiamento insuficiente, crescente demanda de serviços e precariedade no setor dos recursos humanos, que não consegue prestar da forma idealizada os serviços à população. As ações e os serviços que integram o SUS devem ser desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal de 1988, “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: descentralização, atendimento integral, participação da comunidade”. E devendo obedecer a princípios éticos doutrinários, de que trata o art. 7º, inciso I, II e IV da Lei nº 8.080/1990, dos quais se destacam: I - universalidade; II - integralidade; e IV - igualdade. Um dos passos para a concretização da saúde básica é o Programa Nacional de Farmácia Básica que foi instituído com o objetivo de possibilitar à população o acesso gratuito a cerca de cento e dez tipos de medicamentos essenciais. A Farmácia Básica racionaliza a distribuição de medicamentos essenciais e permite o tratamento eficiente, eficaz e efetivo e a menor custo das doenças mais comuns que afetam a população brasileira. A garantia do direito à Saúde para a população é um assunto que vem sendo abordado amplamente, pois grande parte da população não tem acesso aos medicamentos. Certos fatores são verdadeiros obstáculos para a aquisição dos mesmos; entre eles, o atendimento médico do SUS e a falta de informação e orientação ao usuário. E esta carência de informação leva à necessidade da instalação de controles na Farmácia Básica, que possam ilustrar as reais necessidades de uma população. Os controles internos são desenvolvidos para que o planejamento do programa adotado seja implementado de forma adequada eficiente, eficaz e efetivo, junto à estrutura organizacional, possibilitando a prevenção e a correção, se necessário, no decorrer das atividades. Controlar internamente está ligado ao ato de planejar, possibilitando o retorno ao processo de planejamento e garantindo que, através da aplicação dos recursos disponíveis, algum resultado seja obtido, seja na forma de produto ou de serviço. No nível de Município os controles internos são importantes, por estarem mais próximos aos cidadãos, para que realmente possam ser atendida às suas necessidades e anseios. Na área pública, dentre os resultados a serem obtidos com os procedimentos de controle, enfatiza-se a garantia de que os aspectos legais estão sendo rigorosamente observados. Em regra, enquanto na iniciativa privada tudo pode ser feito desde que não caracterize descumprimento à lei, na Administração Pública deve ser feito tudo o que a lei determina, exigindo-se, neste caso, a implementação de controles mais rigorosos. Os controles internos servem muito mais para auxiliar o administrador na busca de sua missão, colocando os serviços públicos à disposição da população, tendo em vista a necessidade de conhecimento daquilo que ocorre no Município, com o objetivo assegurar a execução das atividades dentro dos princípios básicos da Administração Pública definidos pelo art. 37 da Constituição Federal de 1988 (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). A função desses princípios é dar unidade e coerência à administração pública, controlando as atividades administrativas de todos os entes que integram a unidade federativa (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 3 Ciente da importância dos controles internos na busca da eficiência, eficácia e efetividade nas ações governamental; este artigo tem como objetivo analisar os principais controles internos de uma Farmácia Básica Municipal, esperando que, no atendimento deste objetivo, seja possível demonstrar que manter um controle eficiente, eficaz e efetivo dos medicamentos junto à Farmácia Básica é essencial para a prevenção da saúde pública, bem como para a diminuição do número de internações hospitalares, obtendo-se uma melhor qualidade de vida à população e no controle e prevenção das doenças.A pesquisa foi desenvolvida no Município de Sant’Ana do Livramento, um dos municípios de maior extensão territorial do Estado do Rio Grande do Sul, e um dos mais antigos e históricos. O Município faz fronteira com a República Oriental do Uruguai, limitando-se com a cidade de Rivera. As duas cidades são consideradas “cidades gêmeas”, estando, separadas apenas por uma linha imaginária traçadas na terra entre marcos colocado de forma alinhada, sendo muitas vezes consideradas como uma única cidade. O trânsito de uruguaios em Sant’Ana do Livramento e brasileiros em Rivera é cotidiano, o que a torna popularmente conhecida como a “Fronteira da Paz”. Para o atendimento dos objetivos propostos, este artigo está dividido em cinco seções, sendo nesta primeira introduzido o tema; na segunda revisto o referencial teórico; na terceira, descrito o método de pesquisa; na quarta seção são apresentados e discutidos os resultados encontrados e, por fim, na última seção, realizadas as considerações finais da pesquisa. 2 REFERENCIAL TEÓRICO No referencial teórico serão discutidas as principais teorias sobre o tema da pesquisa. O referencial teórico tratará inicialmente da Saúde Pública no Brasil, seguido da Assistência Farmacêutica e por fim, é tratado o Controle Interno. Como premissa ao desenvolvimento desta pesquisa, os termos eficiência, eficácia e efetividade na Administração Pública, são entendidos com conceitos e aplicações distintos. A eficiência é algo relacionado ao custo de produção ou à forma pelos quais os recursos são consumidos, ou seja, está relacionada com o uso mais racional possível de insumos necessários à prestação dos serviços ou à produção de bens. Uma administração poderá ser considerada eficiente quando consegue o máximo com o mínimo de esforço e materiais possíveis e viáveis. Em outras palavras, os gestores que conseguirem minimizar o custo dos insumos utilizados para um determinado volume de produção de bens ou serviços serão considerados eficientes (SILVA; CASTRO, 2006). A eficácia relaciona-se aos resultados esperados, ou seja, tratando-se da Administração Pública, significa o alcance da meta e do objetivo previamente estabelecidos, “permitindo dimensionar o grau de alcance e de atingimento de metas ou resultados que se esperam com determinado projeto, atividade ou programa a ser executado” (SILVA; CASTRO, 2006, p. 27). Já a efetividade pode ser traduzida como o grau de satisfação das necessidades e dos desejos da sociedade em decorrência dos serviços prestados pelo governo, medindo o impacto de uma programação em termos de solução de problemas. Complementando a eficácia que está ligada à meta, a efetividade esta ligada à solução do problema que gerou o objetivo (SILVA; CASTRO, 2006, p. 27). A efetividade refere-se a fazer corretamente as coisas certas, com qualidade, englobando assim a eficiência e a eficácia, acrescidas da qualidade. 2.1 Saúde Pública A Constituição Federal de 1988 em seu art. 196 descreve que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 4 Nessa perspectiva a saúde pública no Brasil, traz o sentido de universalidade, que deve ser acessível para todos os cidadãos, sem nenhuma discriminação e deve ser gerida em conjunto, pelo Estado brasileiro em todos os níveis de governo, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, podendo também ser gerido pelo sistema privado, desde que seja em caráter complementar pelas instituições sem fins lucrativos. As políticas públicas voltadas para a saúde “têm sido de grande importância para a população de todo o país, mesmo sabendo-se que a sua implementação não tenha sido aplicada de forma eqüitativa e satisfatória” (SILVA, 2009, p. 01). Igualmente, [...] os indicadores de saúde no Brasil apresentam um quadro preocupante, resultante do modelo de desenvolvimento excludente implementado, principalmente, na última década, e que se traduz na falta de efetividade das Políticas Públicas em geral e em particular no setor de saúde (COSTA, 2009, p. 6). A área da saúde pública no Brasil tem um papel social de grande importância, porém seu funcionamento demonstra muitas vezes a precariedade no atendimento à população, quando solicitada, pois sempre há um jogo de interesses políticos. A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que regulamenta a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), diz que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. A legislação determina que o SUS, deva ter a participação de todas as esferas de governo, estruturado em uma rede articulada, regionalizada e hierarquizada, descentralizada, com direção única em cada esfera de governo, exercida, respectivamente, pelo Ministério da Saúde (MS), Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS). As ações e serviços públicos em saúde devem ser ofertados de acordo com as políticas e diretrizes aprovadas pelos Conselhos de Saúde. A ação dos Conselhos de Saúde é pautada por recomendações de Conferências de Saúde, realizadas nas três esferas de governo, com a ampla participação dos vários segmentos sociais, convocadas, a cada quatro anos, pelo Poder Executivo para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação da política de saúde (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE, 1998). Com o advento das Normas Operacionais do Sistema Único de Saúde, já reeditadas várias vezes ocorreram uma redefinição dos papéis dos gestores estadual e federal, passando o Município a ser o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas de saúde de sua população, fenômeno conhecido como "municipalização da saúde". Busca-se, dessa forma, a responsabilidade crescente do Poder Público municipal, obedecendo-se à lógica de que o Município é o ente político estruturalmente mais próximo do cidadão e, por isso, deve prestar os serviços de saúde da atenção básica (CASTRO, 2005). Estas Normas definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as novas posições no processo de implantação do SUS. O principal objetivo das Normas Operacionais do Sistema Único de Saúde é disciplinar seu processo de implementação, aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país e a própria organização, pois o Município é o responsável pelo atendimento de saúde de seu povo, pois ficou clara a adesão dos Municípios brasileiros à descentralização, bem como sua parte na responsabilidade à Assistência Farmacêutica. 2.2 Assistência Farmacêutica No âmbito das esferas de governo, estabeleceu-se uma divisão de tarefas no que tange ao fornecimento de medicamentos, de maneira que o sistema básico de saúde fica a cargo dos Municípios “medicamentos básicos”, o fornecimento de medicamentos classificados como extraordinários compete à União e os medicamentos ditos excepcionais são fornecidos pelos 5 Estados. Percebe-se, claramente, a composição de um sistema único, que segue uma diretriz clara de descentralização, com direção única em cada esfera de governo (CASTRO, 2005). Para que se atenda a necessidade do fornecimento dos medicamentos, devem-se alcançar diferentes patamares do serviço de saúde, sendo estes articulados pelos entes federativos, os quais são os responsáveis por esta deliberação. A distribuição de medicamentos não pode vedar à sociedade o direito à saúde, obrigando todas as esferas do governo a atuarem de forma solidária,ou seja ajudando a população com um compromisso de responsabilidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1998), política de medicamentos é um conjunto de diretrizes com a finalidade de assegurar para toda a população uma provisão adequada de medicamentos de boa qualidade e eficazes de uso racional. Conforme a Portaria GM nº 176/1999 do MS, estabelece que a descentralização de recursos para a Assistência Farmacêutica básica, definindo valores a serem repassados pelo governo federal aos Estados e Municípios que devem complementar com uma contrapartida mínima. Para o cumprimento dessas diretrizes foram definidas prioridades, sendo a principal a revisão permanente da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), uma vez que ela é o instrumento básico na racionalização no âmbito do SUS. A Política Nacional de Medicamentos propõe garantir a segurança, a eficácia e qualidade dos medicamentos ao menor custo possível, promover o uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Para isto, estabelecem diretrizes e prioridades observados os princípios constitucionais na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais -REMUME (SILVA, 2000, p. 56). A Política Nacional de Medicamentos, estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998, que define a Política Nacional de Medicamentos, tem como propósito principal garantir a necessária segurança eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Para conseguir que isto seja alcançado, é importante que sejam adotados padrões, normas e procedimentos adequados para atingi-lo. O Programa Nacional da Farmácia Básica destina-se, exclusivamente a atenção básica de saúde, na rede SUS; foi instituído com o objetivo de possibilitar à população o acesso gratuito a cerca de quarenta medicamentos essenciais; a Farmácia Básica racionaliza a distribuição de medicamentos essenciais e permite o tratamento eficaz e a menor custo das doenças mais comuns que afetam a população brasileira (ALBUQUERQUE, 1998). Os medicamentos que devem estar à disposição dos pacientes encontram-se na RENAME, expedida pelo MS. Assim, os medicamentos destinados aos pacientes do SUS devem ser aqueles que fazem parte da RENAME. Isto quer dizer que os Municípios devem possuir esses medicamentos vinculados ao atendimento, a fim de realizar sua dispensação. Para que ocorra a dispensação dos medicamentos à população, além das normas e regulamentos dos órgãos da área de saúde pública é necessário que se tenha forma de controle desde aquisição até a distribuição, essencial no âmbito da Administração Pública. O fornecimento de medicamentos essências pelo SUS é fundamental para recuperação e manutenção da saúde da população, sendo inquestionável o fornecimento imediato e permanente dos mesmos para que possa atender a população quando deles necessitarem, pois a falta dos medicamentos, principalmente os de uso contínuo pode afetar e agravar a situação de saúde dos mesmos. 2.3 Controles Internos Segundo Cruz e Glock (2003, p.19) “o ato de controlar está intimamente ligado ao de planejar. Dá retorno ao processo de planejamento e visa garantir que, através da aplicação de 6 recursos disponíveis, alguns resultados são obtidos, seja na forma de produto ou de serviço.” Controlar é toda ação executada pela Administração Pública com o intuito de alcançar objetivos preestabelecidos. De acordo com Cruz e Glock (2003, p.20) “o controle interno administrativo visa garantir a eficiência operacional, o cumprimento dos aspectos legais e a observância das políticas, diretrizes, normas e instruções da Administração”. Os controles internos são instrumentos para verificarem se as atividades estão sendo cumpridas pelos seus órgãos e atendendo a todos os princípios constitucionais. A Administração Pública é regida por vários princípios emanados da Constituição e das diversas leis relativas à sua organização. São princípios constitucionais aplicáveis obrigatoriamente à Administração Direta e Indireta de todas as esferas de Governo: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência (NASCIMENTO, 2010). A Constituição Federal de 1988 e a Lei Federal nº 4.320/1964 (lei que institui normas de Direito Financeiro), definem o Controle Interno como um ato fiscalizador. Tratam da sua obrigatoriedade, mas não define punições para quem não cumprir a lei. Para verificar se os processos administrativos e os fatos contábeis foram realizados de maneira apropriada e registrados de acordo com as orientações e normas legais, realiza-se a Auditoria Interna, a qual desenvolve um conjunto de atividades diretamente relacionadas com a responsabilidade institucional de medir e avaliar a eficiência e a eficácia dos procedimentos de controle interno. Os controles internos servem para auxiliar o gestor na busca de sua missão, colocar serviços públicos à disposição da comunidade, tendo em vista a necessidade de conhecimento daquilo que ocorre no Município, não com conhecimento empírico (baseado em experiência, sem nenhum conhecimento científico), mas, sim, voltado para técnicas modernas de administração (planejamento e gestão). Os controles internos oferecem ao gestor público a tranqüilidade de estar informado da legalidade dos atos de administração que estão sendo praticados, da viabilidade ou não do cumprimento das diretrizes e metas estabelecidas, possibilitando a correção de desvios ou rumos da sua administração. Esses controles internos dão a possibilidade de exercer, realmente, a função de gestor dos negócios públicos. O Sistema de Controle Interno é a soma dos conceitos de sistema e de controle interno, ou seja, mecanismo de autocontrole da própria Administração Pública, exercido por agentes públicos e Unidades Administrativas e coordenado por um órgão central. Consiste na fiscalização que realizam mutuamente as unidades administrativas, cujas funções se encontram organizadas de tal forma que um processo ou tarefa, não possa ser realizado por um setor sem que o outro o acompanhe ou revise, ou seja, é formado por vários outros subsistemas (ANTUNES, 2009). A atuação do sistema de controle interno é realizada antes, durante e depois dos atos administrativos, com a finalidade de acompanhar o planejamento realizado, garantir a legitimidade frente aos princípios constitucionais, verificar a adequação às melhores práticas de gestão e garantir que os dados contábeis sejam fidedignos. O Controle Interno têm suas unidades administrativas integrantes dos sistemas de controle interno da Administração Pública, incumbidos, dentre outras funções, da verificação da consistência e segurança dos controles internos, bem como do apoio às atividades de controle externo exercidas pelo Tribunal de Contas, são responsáveis pela avaliação da gestão efetuada pelos Administradores, bem como pela fiscalização dos programas constantes do orçamento fiscal, de investimentos e de seguridade social. Nesse sentido, devem prestar contas todos aqueles que utilizam, arrecadam, gerenciam, guardam ou administram bens, valores e dinheiros públicos (ANTUNES, 2009). No que se refere aos Municípios, independentemente de seu porte, deverá ser criada uma unidade na estrutura organizacional, ou, se não for possível, criar ao menos um cargo que 7 assuma a atividade de coordenação e avaliação do Sistema de Controle Interno. A função dessa unidade é agir como órgão central do Sistema de Controle Interno, sendo responsável, entre outros aspectos, pela orientação normativa, a supervisão técnica e o próprio exercício de controles,fundamentais para a Administração Pública. O órgão de Controle Interno do Município de Santana do Livramento/RS, que constitui parte da estrutura administrativa do Município, foi criado pela Lei Municipal nº 4.242, de 27 de setembro de 2001, e regulamentado pelo Decreto nº 3.662, de 21 de maio de 2003. Desde a sua criação está em constante busca de uma estrutura adequada e capaz de dirigir o controle das atividades da administração municipal em todos os níveis e em todos os órgãos a um atendimento mais eficaz, instigando a eficiência operacional e o eficaz controle, para que possa atender as determinações legais. O controle dos medicamentos também chamado de “Ciclo de Assistência Farmacêutica” é representado por uma série de etapas que se repetem sucessivamente, sendo que o resultado de uma das etapas é o ponto de partida da outra e a ausência de uma delas, ou o desempenho de forma errada, pode impedir o adequado funcionamento de todo o ciclo, que segundo o Ministério da Saúde nas Instruções Técnicas para sua organização, é representado pelas seguintes etapas: seleção, programação, aquisição, conferência e recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos com suas interfaces nas ações de atenção à saúde. Seu objetivo principal é apoiar as ações de saúde promovendo o acesso da população aos medicamentos e seu uso racional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Seleção é a etapa onde é feita a escolha de medicamentos eficazes e seguros, para que possa atender e garantir a demanda da população. É essencial uma seleção racional de medicamentos, de modo a adequar com maior eficiência à gestão. “No ciclo da Assistência Farmacêutica, a seleção constitui o ponto de partida, sendo, portanto, uma atividade fundamental. A seleção é um processo de escolha de medicamentos eficazes e seguros, imprescindíveis ao atendimento das necessidades de uma dada população, tendo como base às doenças prevalentes, com a finalidade de garantir uma terapêutica medicamentosa de qualidade nos diversos níveis de atenção a saúde” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 33). Programação é uma etapa imprescindível do ciclo da Assistência Farmacêutica. Um dos fatores que dificulta a realização dessa etapa é a falta de informatização do sistema de gerenciamento de estoque e dispensação ((MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A programação consiste em estimar quantidades a serem adquiridas e garantir a disponibilidade dos medicamentos selecionados e que possa atender a demanda da população, num determinado tempo, evitando perdas ou excessos de medicamentos. A aquisição constitui-se uma etapa importante que consiste num conjunto de procedimentos pelos quais “se efetiva o processo de compra dos medicamentos estabelecidos pela programação, com o objetivo de suprir as unidades de saúde em quantidade, qualidade e menor custo/efetividade, visando manter a regularidade e funcionamento do sistema” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 47). A aquisição que é o processo no qual se efetiva a compra dos medicamentos estabelecidos na seleção e na programação (o que e quando comprar), de forma que possa atender as reais necessidades da população, mantendo o abastecimento de medicamentos em quantidades e qualidade, selecionando fornecedores que apresentem propostas mais vantajosas para ao Poder Público, e que para realizar a aquisição geralmente é através de licitação. No ato do recebimento de medicamentos deve ser conferida toda a documentação, como: nota de empenho, contrato, nota fiscal, regulamentos internos. Nesta conferência deve ser verificada a quantidade, volume recebido, prazo de validade, número do lote, entre outros procedimentos de acordo com as características do medicamento. 8 Armazenamento, diz que é um: Conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de: Recepção/Recebimento de Medicamentos; Estocagem e Guarda de Medicamentos; Conservação de Medicamentos e Controle de Estoque (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 58). O armazenamento de medicamentos tem como objetivos manter o nível de estoque em quantidades e qualidade necessárias para o abastecimento, proporcionando condições satisfatórias de armazenagem, conservando-os e garantindo a qualidade e a durabilidade dos produtos e um controle eficaz de estoque, seguindo alguns critérios que devem ser seguidos para que ocorra um perfeito armazenamento. Distribuição é a “atividade que consiste no suprimento de medicamentos às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno, para posterior dispensação à população usuária” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 58). A dispensação é o ato farmacêutico de “proporcionar um ou mais medicamentos ao paciente mediante a apresentação de uma receita médica elaborada por um profissional autorizado” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 94). Nesse ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento, quais sejam: ênfase no cumprimento da dosagem, influência dos alimentos, interação com outros medicamentos, reconhecimento de reações adversas potenciais e condições de conservação dos medicamentos ((MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). É necessário garantir que em todas as etapas do Ciclo da Assistência Farmacêutica, independente da forma de gestão dos serviços de saúde, o profissional farmacêutico seja o responsável por estabelecer os critérios técnicos juntamente com uma equipe profissional e com o acompanhamento do Conselho de Saúde. 3 MÉTODO Caracteriza-se por uma pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, que adotou o estudo de caso como estratégia. O estudo de caso caracteriza-se segundo Gil (2008) como um estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir seu conhecimento amplo e detalhado. No entendimento de Yin (2005), os estudos de caso podem contar com várias técnicas e fontes de evidências, tais como documentações, observações, entrevistas, questionários, e tantas outras. O caso escolhido foi a Farmácia Básica do Município de Sant’Ana do Livramento, localizada no Estado do Rio Grande do Sul, a qual está vinculada a Secretaria Municipal da Saúde. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com os principais responsáveis pela Farmácia Básica do Município: a farmacêutica responsável, o coordenador de apoio da Farmácia Básica, e o substituto do Secretario Municipal da Saúde. Como técnica de coleta complementar, adotou-se a observação, realizada no período de setembro de 2011 a novembro de 2011, em dias úteis. Na observação se acompanhou os movimentos e rotinas das atividades realizadas na Farmácia Básica, em especial no atendimento e dispensação de medicamentos à população. Após a coleta de dados, a fase seguinte e a sistematização e disposição dos dados para uma melhor concepção dos mesmos. Para a análise dos dados foi empregada a análise interpretativa. Esta fase teve o entendimento de que análise e interpretação de dados são dois processos que apesar de conceitualmente distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados. A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilite o fornecimento de respostas ao problema proposto para a investigação. Já a interpretação tem como objetivo a procura do sentido mais amplo 9 das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos (GIL, 2008, p. 156). 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Segundo a Lei Municipal 5.557 de 27 de fevereiro de 2009, a Secretaria Municipal da Saúde do Município de Sant Ana do Livramento/RS tem atribuições de estabelecer as diretrizes da política de saúde do município, promovendo-a e editandomedidas que previnam a ocorrência de doenças. A Farmácia Básica do Município de Sant’Ana do Livramento possui uma lista de 87 medicamentos essenciais, 18 controlados e 29 na lista de medicamentos que fazem parte de alguns programas, essa lista de medicamentos disponibilizados pela Farmácia Básica Municipal encontra-se na Relação Municipal de Medicamentos (REMUME). A estrutura organizacional organiza os níveis hierárquicos e o fluxo das informações essenciais de uma organização e devem estar estruturados e organizados de forma a atender aos objetivos propostos. Na Lei Municipal 5.557/2009, diz que a Farmácia Básica é composta como apresenta a Figura 01. Figura 01: Organograma da Farmácia Básica Fonte: Elaborado pelos autores Pela Direção Técnica tendo duas farmacêuticas credenciadas, responsáveis pela coordenação geral e com responsabilidades técnica da Farmácia Básica Municipal, executando os serviços da Assistência Farmacêutica, de acordo com as Normas do Conselho de Farmácia e da Política Nacional de Medicamentos, gerenciando todas as atividades administrativas, de recursos humanos, de materiais e demais atividades afins e demais atividades correlatas ao cargo. Pela Assessoria Técnica, composta por um médico, um enfermeiro e um farmacêutico, responsáveis em elaborar executar e fiscalizar projetos de políticas públicas de saúde, bem como para a captação de recursos junto às demais esferas de governo; assessorando na Secretaria de Saúde o desenvolvimento e organização, em sintonia com os outros setores do governo envolvidos. Pelo Apoio Administrativo, composto por um coordenador, quatro atendentes e dois estagiários, que têm a função de coordenar a Farmácia Básica do Município, organizando o controle de estoque de medicamentos. Atendendo os usuários da Farmácia Básica, fazendo a entrega dos medicamentos; organizando o cadastro dos usuários, bem como dos medicamentos utilizados, exercendo demais atividades correlatas ao cargo. Para que se tenha gestão eficiente, eficaz e efetiva é indispensável que sua estrutura seja adaptada conforme a demanda, tendo um profissional farmacêutico, auxiliado por técnicos habilitados e treinados. O armazenamento dos medicamentos deve seguir alguns critérios básicos que possa garantir a qualidade e a durabilidade dos produtos, como: no ato do recebimento de medicamentos deve ser conferida toda a documentação, inclusive quantidades, lotes e validade; a estocagem ou guarda dos medicamentos deve ter área definida de forma ordenada e organizada; manter a conservação e características dos produtos durante o período de estocagem; monitorar o controle de estoque (entrada, saída e estoque); ter uma programação adequada para o armazenamento dos medicamentos, através de uma perfeita FARMACIA BÁSICA MUNICIPAL DIREÇÃO TÉCNICA ASSESSÓRIA TÉCNICA APOIO ADMINISTRATIVO 10 estocagem e mantendo inclusive a temperatura e umidade do ambiente, que é necessária a sua conservação, evitando, assim o desperdício dos medicamentos. Segundo entrevistado A: “As normas internas da Farmácia Básica Municipal são definidas pelo Manual de Boas Práticas Farmacêuticas e pelos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)”. O Manual de Boas Práticas Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal é um conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados, a fim de contribuir para o uso racional dos medicamentos. A elaboração e implantação de Procedimento Operacional Padrão (POP) é uma ferramenta necessária para execução dos procedimentos, com descrição passo a passo e detalhada de técnicas e operações utilizadas na farmácia, visando garantir a qualidade, a eficiência, eficácia e a efetividade dos serviços prestados. Conforme instrução técnica do Ministério da Saúde (2010), as etapas constantes do “Ciclo de Assistência Farmacêutica” ou “Controle dos Medicamentos”, são seleção, programação, aquisição, conferência e recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos. Já o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal em estudo, o controle dos medicamentos é representado por quatro etapas que são Aquisição, Recebimento, Armazenamento e Dispensação. Neste trabalho, foi necessário acrescentar outra etapa que não faz parte do Manual de Boas Práticas Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal e nem do “Ciclo de Assistência Farmacêutica” do Ministério da Saúde, com isso chegar a um estudo dos controles com mais eficiência, eficácia e efetividade. Ficando da seguinte forma as etapas: solicitação, seleção, programação, aquisição, conferência e recebimento, armazenagem, distribuição e dispensação. Conforme o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal em estudo, a Aquisição e Recebimento consiste em estabelecer critérios para a realização de licitações, garantindo a origem e a qualidade dos medicamentos; permitindo o recebimento dos medicamentos, atendendo aos critérios, definidos na aquisição. São adquiridos somente medicamentos registrados junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), exceto, sais para reidratação oral e antiácido a base de Alumínio, os quais a Farmácia Básica dispensa do registro de licitação. O Armazenamento deve seguir alguns critérios que garantam a manutenção de sua identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. O Procedimento Operacional Padrão (POP) nº 003, que trata do armazenamento dos medicamentos, visa armazenar os medicamentos de forma ordenada, seguindo as especificações do fabricante, organizados em ordem alfabética, considerando o prazo de validade, acondicionados por ordem decrescente de vencimento. Segundo entrevista A: “O armazenamento dos medicamentos é feito nas prateleiras por ordem alfabética referente ao nome do princípio ativo do medicamento, e há uma reposição diária do estoque para dispensação nas prateleiras. A dispensação dos medicamentos está centralizada junto a Farmácia Básica Municipal, a distribuição de medicamentos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), segundo entrevistado A: “Não ocorre a dispensação de medicamentos para os postos de saúde”. Quando for necessário realizar a dispensação de medicamentos para Unidades Básicas de Saúde (UBS), seria necessário criar um sistema de informação, ligando estas unidades diretas à Farmácia Básica Municipal em tempo real para que cada medicamento dispensado já fosse lançando em seu sistema, de modo que o medicamento que foi dispensado tenha sua reposição, assim a Farmácia Básica Municipal terá um controle absoluto de todos os medicamentos, como entrada, saída e estoque, em tempo real. A dispensação de medicamentos visa garantir a entrega do medicamento certo ao usuário/paciente, na quantidade prescrita na receita. É uma interação direta do farmacêutico ou do profissional com o usuário/paciente. Conforme o Manual de Boas Práticas 11 Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal em estudo, a dispensação dos medicamentos é feita mediante apresentação da receita médica. Segundo entrevistado B: “Apresentação da receita médica que é imprescindível, a apresentação de um documento de identificação, como Cartão SUS, CPF ou Carteira de Identidade”. Na observação, percebe-se que não há efetivos controles e rigoroso vigor na aplicação das regras no processo de dispensação de medicamentos. Conforme Procedimento Operacional Padrão (POP) nº 005, ao dispensar os medicamentos, a farmacêutica e auxiliar de farmácia deverão verificar validade e dados para ver se a receita esta devidamente preenchida; se for medicamento controlado, os dados dequem retira devem ser anotados no verso do receituário, e o mesmo é retido para escrituração nos livros; separar a medicação, dispensar a quantidade definida na posologia do receituário; se for medicamento de uso contínuo (hipertensão e diabetes) o receituário é válido por três meses consecutivos (três retiradas seguidas) e deve ser entregue a quantidade para o mês; no caso das medicações para tratamento único, deve ser dispensado a quantidade exata do tratamento; em todos os casos de dispensação na hora de entrega o paciente é orientado de como tomar, horários e outros cuidados; anotar a quantidade de cada medicamento dispensado nas listas do balcão, a fim de, manualmente, somar, ao fim do mês, quanto foi dispensado item a item. Para que haja um controle correto das saídas de medicamentos (dispensados), deve ser feito um registro de todos os medicamentos dispensados, com a retenção de uma via da receita de todos os medicamentos (controlados, essenciais e correlatos) e com um sistema que possibilite a identificação do paciente, visando garantir a entrega de medicamentos para aqueles, cujas receitas que tem a validade de três meses consecutivos, sem a necessidade de apresentá-la novamente ou exigir que as receitas sejam emitidas em duas vias, e cada vez que o usuário retirar medicamentos, seja carimbada a receita. Conforme o Manual de Boas Práticas Farmacêuticas da Farmácia Básica Municipal em estudo: “O usuário é alertado quando for dispensado algum medicamento próximo ao seu vencimento, sendo vedado dispensar medicamentos cuja posologia para o tratamento não possa ser concluída no prazo de validade”. O fornecimento de preservativos não necessita de prescrição e é de fácil acesso, disponibilizado ou dispensado direto nos balcões da Farmácia Básica Municipal e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Segundo entrevistado A: A compra de medicamentos é feita através do Registro de Preços que é uma licitação Modalidade Concorrência, para aquisição de medicamentos. A Farmácia Básica Municipal faz em média duas licitações por ano. Pois é um processo moroso e oneroso e porque possuímos uma ampla lista de medicamentos. O processo se dá em várias etapas. a) A farmacêutica elabora uma lista com os medicamentos e respectivas quantidades (previsão) e passar para o Setor de Compras da Secretaria da Saúde Municipal; b) O Setor de Compras busca junto aos fornecedores três orçamentos e encaminha para o Setor de Licitações e Contratos da Secretaria da Fazenda Municipal; c) O Departamento de Licitações e Contratos publica o Edital, conforme Lei da Licitação. A licitação é realizada obrigatoriamente nas modalidades de Concorrência ou Pregão (para bens e serviços comuns), em que, ao final, é firmada uma Ata de Registro de Preços, onde são averbados os bens, os preços, os fornecedores e as condições das futuras contratações. Conforme Procedimento Operacional Padrão (POP) nº 006, “a solicitação de licitação e processo de compra dos medicamentos, para abastecer a Farmácia Básica Municipal”. Proporcionando um correto abastecimento dos estoques atendendo de forma satisfatória a população e licitar uma quantidade de medicamentos suficientes. Controlar o estoque de medicamentos é uma atividade que tem por objetivo auxiliar a programação e 12 aquisição de medicamentos necessários que atenda a demanda da população, mantendo o abastecimento de medicamentos, evitando a superposição de estoques ou a sua falta. Segundo Entrevistado C: É feito um planejamento do estoque para que atenda a população, com registro de preço se compram as necessidades com antecedência necessária. Dos medicamentos de competência municipal (conforme lista Ministério da Saúde) não há falta de remédios. Geralmente a reclamação está em remédios de complexidades e competências Estaduais e Nacionais. Ainda, não existe um sistema de informação na Farmácia Básica Municipal, segundo Entrevistado B: “a informatização que já esta em fase de implementação vai melhorar muito.” Com isso irá melhorar os processos nos controles dos medicamentos e no atendimento ao usuário. Ter um sistema de controle de informações eficiente, eficaz e efetivo é essencial, pois, facilmente se obterá uma programação ajustada de medicamentos, garantindo seu abastecimento e evitando seu desperdício. Os medicamentos termolábeis, devem ser acondicionados em lugar apropriado, pois necessitam de refrigeração, para manutenção de sua integridade, quando armazenados em locais quentes e sem ventilação, estão sujeitos a ter suas características físico-químicas alteradas, conforme Procedimento Operacional Padrão (POP) nº 12. Segundo o Entrevistado C: “A farmácia dispõe de equipamentos e mobiliários para guardar medicamentos como os que necessitem de refrigeração, só que as vacinas, são armazenadas no Centro de Saúde Dr. Ivoney”. Semanalmente a Auxiliar de Farmácia realiza um levantamento em todo o estoque de medicamentos junto a Farmácia Básica Municipal, conforme Procedimento Operacional Padrão (POP) nº 009, registrando o nome do medicamento, do laboratório e o prazo de validade, os medicamentos que estejam com prazo de validade menor devem ser colocados à frente de outros com prazo de validade maior, priorizando a dispensação dos medicamentos que irão vencer primeiro, evitando assim, vencimento e conseqüentemente o desperdício. Se detectado algum medicamento vencido, deve ser retirado da prateleira para descarte, segundo entrevisto A: “Os medicamentos vencidos, são retirados da prateleira e levados por uma empresa para incineração”. Os problemas identificados junto à Farmácia Básica Municipal, referente aos “controles dos medicamentos” ou “Ciclo de Assistência Farmacêutica”, estão na aquisição, armazenamento e dispensação dos medicamentos. Segundo entrevistado B: “É a demora nas licitações, ocasionando algumas vezes a falta de certos medicamentos”. Para alcançar maior eficiência, eficácia e efetividade na dispensação dos medicamentos, entende-se que seria necessária uma mudança nos procedimentos quanto às licitações, serem realizadas a cada dois ou três meses, para melhorar o fluxo dos medicamentos e suas necessidades. Quanto ao Armazenamento, foi observada a falta de estrutura adequada (equipamentos), para que haja um armazenamento correto, seria necessário investir em projetos estruturantes, como prédio mais adequado. Outra dificuldade encontrada nas atividades operacionais na Farmácia Básica. Segundo entrevistado B: “Anotação manual dos medicamentos entregues”. A dispensação dos medicamentos entregues é feita manualmente, ocasionando a demora no atendimento, pois o fluxo de pessoas é intenso. Para melhorar a gestão da Farmácia Básica Municipal para torná-la mais eficiente, eficaz e efetiva, seria necessário, segundo entrevistados A, B e C: melhorar a estrutura da Farmácia Básica Municipal quanto ao espaço físico, equipamentos adequados, dispor de um sistema de informação que atenda não só a Farmácia Básica Municipal, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS), com isso melhorará o atendimento da população. 13 Na análise das etapas entendidas como essenciais para uma gestão eficiente, eficaz e efetiva na Farmácia Básica Municipal, elabora-se o Quadro 01 abaixo para descrever as análises: Etapa Descrição Controle Solicitação Etapa onde sinaliza a necessidade de reposição de determinado medicamento do estoque. A etapa da solicitação não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal e nem no Ciclo de Assistência Farmacêutica Nacional. Não sendo possível identificar controle nessa etapa. Seleção Etapa onde é feita a escolha dos medicamentos, de modo que possa garantir ademanda da população, deve ser feita uma seleção racional de medicamentos. A etapa da seleção não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal. Não sendo possível identificar controle nessa etapa. Programação O processo de programação de medicamentos prevê quantidades necessárias, que possa atender as demandas da população. A etapa da programação não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal. Não sendo possível identificar controle nessa etapa. Aquisição Etapa onde se efetiva a compra dos medicamentos, de forma a atender a demanda da população, selecionando fornecedores para a realizar a aquisição que geralmente é através de licitação. Na etapa da aquisição, percebe-se que seria necessária uma mudança nos procedimentos internos quanto às licitações. Não foi possível identificar se há controle nesta etapa, pois é uma etapa realizada no Setor de Licitações e Contratos, o qual não foi possível observar. Identifica-se que esta etapa consta no POP 006. Conferência e Recebimento Conferência e recebimento é a etapa em que se verifica se os medicamentos entregues estão em conformidade com a especificação previamente estabelecidas em edital. Na etapa da conferência e recebimento, não foi possível constatar o real controle, por não haver condições de presenciar a conferência e recebimentos. Identifica-se que esta etapa consta no POP 001. Armazenamento O armazenamento de medicamentos tem como objetivos manter o nível de estoque em quantidades e qualidade necessárias para o abastecimento. Na etapa do armazenamento, quando da observação e segundo entrevistados B e C o armazenamento é seguro na medida do possível, teria de melhorar a estrutura do espaço físico e adquirir equipamentos. No entanto, ficou evidenciado controle. Identifica-se que esta etapa consta no POP 003. Distribuição Atividade que visa assegurar que fornecimento dos medicamentos chegue às unidades de saúde na quantidade e qualidade solicitada, de forma segura e dentro do prazo estabelecido, para posterior dispensação à população. A etapa da distribuição não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal, pois não há distribuição de medicamentos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Dispensação É a etapa final do ciclo, é o ato onde o farmacêutico entrega o medicamento ao paciente, mediante apresentação da receita médica, informando-lhe e orientando-lhe sobre o uso adequado do medicamento. Na etapa da dispensação, percebe-se que não há efetivos controles e rigoroso vigor na aplicação das regras no processo de dispensação de medicamentos. Identifica-se que esta etapa consta no POP 017. Quadro 01: Etapas dos ciclos nos controles dos medicamentos na Farmácia Básica Fonte: Elaborado pelos autores. A etapa da solicitação é onde se verifica a necessidade de repor o estoque de um determinado medicamento, fazendo uma análise das informações e a identificação das reais necessidades de repor o medicamento. Em relação a esta etapa de solicitação do ciclo, observou-se que não configura nas normas do Ciclo de Assistência Farmacêutica Nacional e da Farmácia Básica Municipal, não sendo possível, identificar se há controle nesta etapa. 14 Na etapa da seleção onde deve ser feita a escolha dos medicamentos de modo eficiente, eficaz e efetivo, que possa garantir a demanda da população, onde se realiza uma seleção racional de medicamentos, com base nas doenças que mais primazia com dados epidemiológicos com a finalidade de garantir seu tratamento. Em relação a esta etapa de seleção do ciclo, observou-se que não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal e não foi possível identificar se há controle nesta etapa. Conforme diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a seleção de medicamentos é o primeiro passo para a efetiva implementação de uma política de medicamentos essenciais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A programação é uma etapa imprescindível, pois é onde se prevê quantidades necessárias de medicamentos a serem adquiridos, que possa atender as demandas da população. Em relação à etapa da programação do ciclo, ela não configura nas normas da Farmácia Básica Municipal e não foi possível identificar se há controle nesta etapa. Seria necessária a sua implementação, para que se possa ter um controle de estoque e dispensação de medicamentos. Na etapa da aquisição que é onde se concretizado a compra dos medicamentos, conforme a solicitação, a seleção e a programação, mantendo assim o seu estoque de medicamentos, que é através de licitação, que ocorre duas vezes ao ano. Em relação à etapa de aquisição do ciclo, percebe-se que seria necessária uma mudança nos procedimentos internos quanto às licitações, pois como é um processo moroso, algumas vezes há falta de algum medicamento, precisando ser direcionada à população para a Farmácia Popular do Brasil. Os processos de licitações deveriam ser feitas a cada dois ou três meses, melhorando o fluxo dos medicamentos e suas demandas. Não foi possível identificar se há controle nesta etapa, pois é uma etapa realizada no Setor de Licitações e Contratos, o qual não foi possível observar. A etapa de conferência e recebimento de medicamentos é onde se verifica se as quantidades de medicamentos entregues estão de acordo com a especificação previamente estabelecidas em Edital. O recebimento é a etapa do ciclo onde consiste fazer um exame detalhado e comparativo entre o que foi solicitado e o recebido. Em relação à etapa de conferência e recebimento, não foi possível identificar o real controle, pois durante a observação não se presenciou esta etapa, em função da aquisição ser realizada duas vezes ao ano, mas é uma etapa que consta no POP 001. A etapa do armazenamento de medicamentos tem como objetivos manter o nível de estoque em quantidades e qualidade necessárias para o abastecimento, e engloba um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos. Em relação à etapa de armazenamento do ciclo, percebe-se que pela demora durante o processo de licitação que ocorre durante a etapa da aquisição, algumas vezes falta medicamentos, não sendo possível manter o nível de estoque em quantidades suficientes para atender a demanda. Nesta etapa do armazenamento do ciclo, quando da observação e segundo entrevistados B e C o armazenamento é seguro na medida do possível, teria de melhorar a estrutura do espaço físico e adquirir equipamentos. No entanto, ficou evidenciado controle. É importante avaliar, de forma constante, a estrutura do espaço físico, a capacidade instalada, a modernização, a ampliação e os equipamentos necessários para a Assistência Farmacêutica. O armazenamento e a distribuição de medicamentos têm especial importância, devendo ser adequados às recomendações das Boas Práticas definidas no Manual de Assistência Farmacêutica do SUS. A etapa da distribuição é uma atividade que visa assegurar que fornecimento dos medicamentos chegue às unidades básicas de saúde (UBS) na quantidade e qualidade solicitada, de forma segura e dentro do prazo estabelecido, para posterior dispensação à população. Em relação à etapa de distribuição do ciclo, ela não configura nas normas da 15 Farmácia Básica Municipal, pois não há distribuição de medicamentos para unidades básicas de saúde (UBS), a dispensação de medicamentos está centralizada na Farmácia Básica Municipal. A dispensação de medicamentos é a etapa final do ciclo, é o ato onde o farmacêutico entrega o medicamento ao paciente, mediante apresentação da receita médica, informando-lhe e orientando-lhe sobreo uso adequado do medicamento. Em relação à etapa de dispensação, percebe-se que é feito o registro manual dos medicamentos e suas quantidades dispensadas, porém teriam que aprimorar as práticas quanto à dispensação que é a etapa final do ciclo e de suma importância ao usuário, como: a) prestar ao usuário as informações necessárias sobre o uso correto do medicamento quando dispensado, promovendo o uso racional do medicamento. b) fazer a dispensação sempre mediante a apresentação de algum documento de identificação e somente com receituário médico. Nesta etapa percebe-se que não há efetivos controles e rigoroso vigor na aplicação das regras no processo de dispensação dos medicamentos. É perceptível nas entrevistas a limitação dos recursos financeiros o que dificulta as melhorias estruturais para o funcionamento da Farmácia Básica Municipal. A partir das análises fica evidenciada a necessidade de alterar e implementar novas regras no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas e no Ciclo da Assistência Farmacêutica da Farmácia Básica Municipal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa é o resultado de um estudo realizado na Farmácia Básica do Município de Sant’Ana do Livramento/RS, a qual possui uma área em torno de 90m², nesta estrutura são desenvolvidas as atividades administrativas, dispensação dos medicamentos à população, e de armazenamento (estoque) dos medicamentos. A partir das informações levantadas e durante a realização do estudo, foi possível detectar alguns pontos críticos do serviço, que estão ligados a estrutura física e a estrutura organizacional da Farmácia Básica Municipal. A estrutura física é incompatível com suas atividades, seu espaço é pequeno, há uma necessidade de investir na ampliação dessa estrutura. Em relação à estrutura organizacional identifica-se a necessidade em oferecer capacitação e treinamentos aos servidos. Como contribuição para alcançar um controle com mais eficiência, eficácia e efetivo, sugere-se implementar todo o ciclo dos medicamentos (solicitação, seleção, programação, aquisição, conferência e recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação). Sugere-se, também, capacitação e treinamento aos servidores que atuam na Farmácia Básica Municipal, uma estrutura adequada quanto ao espaço físico, equipamentos e mobiliários, visando assegurar a qualidade dos serviços prestados e um armazenamento adequado dos medicamentos, inclusive um local próprio para armazenar os materiais de limpeza e sanitários para os servidores. Implementar um sistema de informação que possibilite prestar um serviço a população e que possibilite a gestão das informações, onde possam ser monitoradas todas as movimentações dos medicamentos em tempo real. Quanto aos controles dos medicamentos dispensados pela Farmácia Básica Municipal, na etapa de aquisição seria necessária uma mudança nos procedimentos internos das licitações serem realizadas em menor tempo. Na etapa da dispensação dos medicamentos, ter um maior rigor na aplicação das regras no processo de dispensação de medicamentos. A partir da análise e discussão dos resultados, e das considerações finais afirma-se que é possível uma gestão eficiente, eficaz e efetiva na dispensação de medicamentos por meio de aplicação de controles internos em todo o Ciclo da Assistência Farmacêutica. Como limitação deste estudo, refere-se às entrevistas, pois a indisponibilidade de tempo alegada pelos servidores da Farmácia Básica Municipal dificultou a coleta de informações por meio de entrevistas. 16 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, C. C. Farmácia Básica - Programa 1997/1998 do Ministério da Saúde. Brasília: Sem editor, 1998. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_07.pdf>. Acesso em: 02 mai. 2011. ANTUNES, M. L. C. M. Controle Interno no Brasil. Documento eletrônico. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/13435/controle-interno-no-brasil >. Acesso em: 18 mai. 2011. CASTRO, D. P. de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. COSTA, E. N. A Inserção dos Assistentes Sociais nos Serviços de Saúde na Perspectiva da Lei 8080/90. Documento eletrônico. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/a-insercao-dos-assistentes-sociais-nos-servicos-de-saude- na-perspctivada-lei-8080-90/30443/ >. Acesso em: 06 jun. 2011. CRUZ, F.; GLOCK, J. O. Controle Interno nos Municípios. São Paulo: Atlas, 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica: Instruções técnicas para sua organização. Documento eletrônico. Brasília, Sem editor, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_15.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2011. NASCIMENTO, E. R. Gestão Publica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. A saúde no Brasil. In: Relatório Final. Brasília, 1998. Documento eletrônico. Disponível em: <http://www.opas.org.br/informacao/UploadArq/SAUDEBR.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2011. SILVA, L. A.: CASTRO, M. J. O Controle na Gestão Pública. São Paulo: CEPAM, 2006. SILVA, R. P. Políticas Públicas de Saúde. Documento eletrônico. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/14679/1/Politicas-Publicas-de-Saude/pagina1.html>. Acesso em: 18 mai. 2010. SILVA, R. C. S. Medicamentos Excepcionais no Âmbito da Assistência Farmacêutica no Brasil. Documento eletrônico. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://portalteses.icict.fiocruz.br/pdf/FIOCRUZ/2000/silvarcsm/capa.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2010. SOUZA, R. R. O Sistema Público de Saúde Brasileiro. Documento eletrônico. São Paulo, 2002. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/03_0149_M.pdf>. Acesso em: 17 mai. 2011. TEIXEIRA, P. B. Diagnóstico das Condições de Armazenamento de Medicamentos em um Almoxarifado Municipal. Documento eletrônico. Disponível em <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004E/00004EFE.pdf>. Acesso em: 04 out. 2011. YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
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