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Conceitos Básicos de Geologia e Opções de Armazenamento João Marcelo Ketzer Coordenador geral do CEPAC marcelo.ketzer@pucrs.br Tópicos abordados: •Meio geológico: circulação de fluídos. •Armazenamento de CO2 em aquíferos salinos. •Sistema petrolífero. •Carvão como reservatório. •Acumulações naturais de CO2. Armazenamento de CO2 CO2 petróleo Source: Statoil Hydro CO2 Opções de armazenamento Armazenamento geológico Tempo de residência provável do CO2: Milhares (milhões) de anos Capacidade estimada e parcela das emissões acumuladas em 2050*: Campos de petróleo 920 45% Aqüíferos salinos 400-10,000 500% Camadas de carvão 200 10% *Gt CO2. Fonte: IEA Greenhouse Gas R&D Program CIRCULAÇÃO DE FLUIDOS NO MEIO GEOLÓGICO Sistemas hidrodinâmicos e hidrostáticos Circulação de fluidos em bacias sedimentares - regimes Meteórico Compactação Menos favorável Circulação ativa, água doce CIRCULAÇÃO DE FLUIDOS NO MEIO GEOLÓGICO Sistema petrolífero Componentes do Sistema Petrolífero 1. Rocha geradora 2. Migração 3. Rocha reservatório 4. Selo 5. Armadilha (trap) Rocha Geradora Rica em matéria orgânica (cerca de 4%) – principalmente algas Decantadas junto com lama no fundo de mares ou lagos Soterramento aumento da pressão e temperatura (geração de petróleo - óleo e gás) Mancos Shale (Cretáceo Superior, EUA) Afloramento da Formação Irati, Bacia do Paraná “Janelas” de geração de óleo e gás Gás biogênico (metanogênese) Migração Caminho percorrido pelo petróleo desde a rocha geradora até a rocha reservatório (centímetros a dezenas de quilômetros) Mecanismos de expulsão do petróleo: gravidade e pressão Rocha geradora Rocha reservatório Migração primária – rocha geradora com rede de fraturas Migração primária Migração secundária Rocha geradora Rocha selo Armadilha Rocha transmissora Rocha transmissora água água óleo óleo gás Migração secundária – rocha geradora para reservatório Forças que atuam sobre o petróleo durante a migração secundária: Considerações sobre migração secundária: 1. Migração dos gases é mais rápida (permeabilidade relativa e força resultante) 2. Migração dos gases pode ser obliqua a dos líquidos (ambiente hidrodinâmico) 3. Contato gás-óleo-água pode não ser horizontal (ambiente hidrodinâmico) 4. Mesmas considerações são válidas para a migração de CO2 no reservatório! 0.01 0.01 0.01 0.0 1 0.01 0.05 0.05 0.05 0.05 0.05 0. 05 0. 1 0.1 0.1 0.1 0.1 0. 1 0.2 0.2 0.2 0. 2 0.3 0.3 0.3 0.3 0. 3 0.4 0.4 0.4 0.4 0.4 0.5 0.5 0.5 0.5 0 .5 0.6 0.6 0.6 Distance from Injection Point (m) D ep th (m ) -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 -1500 -1400 -1300 -1200 -1100 -1000 -900 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.05 0.01 Caprock FaultCaprock Fault CO2 Saturation Rutqvist et al., CO2SC 2006, March 2006 Migração terciária ou desmigração – “escape” do petróleo de um reservatório (mesmo fenômeno pode ocorrer com o CO2 armazenado) Rocha Reservatório Rochas capazes de armazenar petróleo Parâmetros de qualidade: Porosidade: espaço para armazenar fluidos Permeabilidade: capacidade de transmissão de fluidos Heterogeneidade: presença de barreiras de fluxo Exemplo: arenitos – rochas formadas pela consolidação de areia Arenito não poroso Arenito porosa poros POROSIDADE “Gotas de óleo” PERMEABILIDADE “conexão entre poros” presença de barreiras impermeáveis internas HETEROGENEIDADE Rocha Selo ou Capeadora Rochas capazes de impedir a migração do petróleo (baixa permeabilidade) Exemplo: argilitos – rochas formadas pela consolidação de argila Lutito Armadilha – permite a acumulação de petróleo • Rocha reservatório • Rocha selo • Estrutural e/ou estratigráfica O SISTEMA PETROLÍFERO O timing ou seqüência dos eventos é fator crítico (exemplo migração sem a presença da armadilha). Mas... No armazenamento de CO2 é possível controlar o tempo e o locus do armazenamento! Overburden Seal Reservoir Source STRATIGRAPHIC EXTENT OF PETROLEUM SYSTEM Essential elements of petroleum system POD OF ACTIVE SOURCE ROCK Underlying sequences S e d im e n ta ry b a s in -f il l GEOGRAPHIC EXTENT OF PETROLEUM SYSTEM 250 Ma Top of oil window Bottom of oil window Location for burial history chart A A’ AAPG: Magoon, L.B, and Dow, W.G: The Petroleum System-from source to Trap: AAPG Memoir 69. Geological Cross Section – 250 Ma 5 k m Janela de geração de óleo GEOGRAPHIC EXTENT OF PETROLEUM SYSTEM Present-Day STRATIGRAPHIC EXTENT OF PETROLEUM SYSTEM Petroleum accumulation Top of oil window Bottom of oil window Trap Trap Trap Seal Reservoir Source Underlying sequences Overburden A A’ AAPG: Magoon, L.B, and Dow, W.G: The Petroleum System-from source to Trap: AAPG Memoir 69. Geological Cross Section – Present Day AAPG: Magoon, L.B, and Dow, W.G: The Petroleum System-from source to Trap: AAPG Memoir 69. Event Chart 400 300 200 100 Geologic Time Scale (my) Petroleum System Events Rock Units Source Rock Reservoir Rock Seal Rock Trap Formation Overburden Rock Gen/Migration/Accum Preservation Critical Moment Paleozoic Mesozoic Cenozoic D M P P T R J K P N E le m e n ts P ro c e s s e s Critical Moment Time of Expulsion and Migration. (Trap must already exist) 400 300 200 100 Geologic Time Scale Petroleum System Events Rock Units Source Rock Reservoir Rock Seal Rock Trap Formation Overburden Rock Gen/Migration/Accum Preservation Critical Moment Paleozoic Mesozoic Cenozoic D M P P T R J K P N E le m e n ts P ro c e s s e s Critical Moment AAPG: Magoon, L.B, and Dow, W.G: The Petroleum System-from source to Trap: AAPG Memoir 69. Storage Time 250 My Need these in correct stratigraphic order Geological Timescale Event Chart CO2 CO2 PRODUÇÃO ADICIONAL DE ENERGIA (Enhanced Oil Recovery) • Relação 2,5 t/CO2 1 m 3 óleolight crude (25° API ou superior) • Recuperação de até 40% do óleo residual (após injeção de água) Projeto Weyburn CARVÃO Origem e características Série: turfa-linhito-carvão-antracito CARVÃO Evolução geológica, soterramento e compactação de grandes acumulações de matéria orgânica vegetal. Os diferentes tipos de carvão Aprisionamento por adsorção Forças intermoleculares tipo van der Waals “Full, Adhesive force of a single gecko foot-hair" (Autumn, K. et al., Nature 405, 681-685 (2000) 4 kgf de força adesiva! Burlington/Allison Área piloto de ECBM Norphlet Fm. (Mississippi) St. Johns Field (Arizona) Madisson Limestone (Wyoming) North McCallum Field (Colorado) McElmo Dome (Colorado) Imperial Field (California) Bravo Dome (New Mexico) Otway Basin (Austrália) Japão Jiangsu (China) Intrusões basálticas (Terciário Alemanha) San Vittorino Plain (Itália)? PRINCIPAIS ACUMULAÇÕES DE CO2 ACUMULAÇÕES DE CO2 NO CENTRO-OESTE DOS EUA Orgânica • Degradação da matéria orgânica por bactérias anaeróbicas: 2CH2O + SO4 2- = 2HCO3 - + HS- + H+ (redução de sulfato) 2CH2O + H2O = HCO3 - + CH4 + H + (metanogênese) GERAÇÃO DE CO2 Inorgânica • Dissolução de rochas carbonáticas por água meteórica: CaCO3 + H2O = HCO 3- + OH- + Ca2+ • Emanações de intrusões ígneas – CO2 “juvenil” • Metamorfismo de contato em rochas carbonáticas GERAÇÃO DE CO2 Geração de CO2 por metamorfismo de contato CO2 400- 600°C intrusão (1) 3Dol + 4Qzt + H2O = Tlc + 3Cal + 3CO2 (2) 5Dol + 8Qzt + H2O = Tr + 3Cal + 7CO2 (3) Dol + 2Qzt = Di + 2CO2 (4) 2Tlc + 3Cal = Tr + Dol + H2O + CO2 (5) 3Cal + Tr = Dol + 4Di + H2O + CO2 (6) 11Dol + Tr = 13Cal + 8Fo + H2O + 9CO2 Olivina em mármore Volume de CO2 gerado por metamorfismo de contato Espessura da zona de metamorfismo de contato (tipicamente entre 1 m e 2 km) • Volume da intrusão • Superfície de contato • Composição do magma • Temperatura Estudo de caso: Campo gigante de CO2 na Formação Norphlet, Mississippi Sumário do reservatório: (Anticlinal de Pisgah) • Arenitos eólicos (Jurássico inferior) • Coluna original de CO2: 154 m • CO2-water contact: 4.827 m • Altamente puro: > 98% CO2 (3-120 ppm H2S) • Volume in-place: 2,0 TCF (5,7 x 1010 m3) • Recuperação 65% • Operadoras: Shell, Chevron • Descoberto em 1967 • CO2 transportado por gasodutos para injeção em campos de petróleo no Mississippi e Louisiana para EOR Norphlet, Mississippi Cretáceo superior Salt - Jurássico inferior Norphlet Jurássico superior • Profundidade 900 m • 135 milhões m3 de CO2 puro (99%) entre 1931 e 1972 • Localizado sob grande fontes estacionárias de CO2 • Re-injeção de CO2 no mesmo reservatório. Farnham Dome – Utah (reservatório depletado de CO2) McElmo Dome - Colorado • CO2 emplacement a milhões de anos • Profundidade 2100 m (supercrítico) • Reservatório Leadville Limestone (dolomita) Mississipiano • Selo 500 m de evaporitos do Pensilvaniano (+ 1500 m de folhelho e arenito) • 300 km de dutos até a Bacia Permiana (Texas) • Maior campo do mundo com produção comercial de CO2 • Corrosão das tubulações de aço. • Composição do gás: 98,2% CO2, 1,6% N2, 0,2% CH4 • Reserva total: 476 bilhões de m3 (ca. 2 Gt) • Produção anual: 1-15 Mt (desde 1982) equivalente ao armazenamento de todas as emissões acumuladas de uma termelétrica de carvão de 1GW por 20 anos! Big Piney-La Barge - Wyoming • Profundidade 4500 m • Reserva estimada: 134 TCF (maior reserva conhecida) • Composição do gás: CO2 66-90%, HC 1-22%, N2 7%, H2S 4,5%, He 0,5% “VAZAMENTOS” NATURAIS DE CO2 NA SUPERFÍCIE Vazamentos de CO2 na superfície Fonte: Utah Geol. Survey Crystal Geyser, Green River, UT Crystal Geyser, Green River, UT Vazamentos de CO2 na superfície Fonte: Utah Geol. Survey Vazamentos de CO2 na superfície Fonte: Utah Geol. Survey CO2-charged spring in Ten Mile Graben, UT CO2-charged spring in Ten Mile Graben, UT Vazamentos de CO2 na superfície Fonte: Utah Geol. Survey Vazamentos de CO2 na superfície Travertino, Yellowstone Park Fonte: Utah Geol. Survey Vazamentos de CO2 na superfície Vazamento intermitente de CO2 por poço abandonado nas proximidades de Green River (Farnham Dome?)
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