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6- Denunciação da Lide

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Denunciação da Lide
Conceito: “ato pelo qual o autor ou o réu chamam a juízo terceira pessoa, que seja o GARANTE de seu direito, a fim de resguardá-lo no caso de ser vencido na demanda em que se encontram.”
É modalidade de intervenção de terceiros.
provocada por qualquer das partes – autor ou réu.
É ato obrigatório, sob pena da perda do direito de regresso contra o garante.
Finalidade: trazer à lide o seu garante, ou seja, terceiro contra o qual tem direito de regresso, caso venha a ser perdedor na ação principal. 
GARANTE: aquele que eventual e regressivamente será responsável por suportar a sucumbência da parte na relação originária. 
Tem natureza jurídica de verdadeira ação do denunciante contra o denunciado, fazendo existir duas ações em um só processo. 
Todas as hipóteses de denunciação da lide estão associadas ao direito de regresso, e tem por fundamento os princípios da economia e celeridade processuais. 
hipóteses de cabimento estão descritas no artigo 70 do Código de Processo Civil, e este rol é taxativo. 
Possibilidade de denunciações sucessivas: o denunciado, por sua vez, pode fazer nova denunciação a quem é o seu garante, e assim, sucessivamente. No entanto, o juiz, usando da razoabilidade, podem indeferir ou limitar as denunciações quando demonstrem demora no andamento do feito com manifesto prejuízo do autor.
Hipóteses de Cabimento
Feita pelo adquirente ao alienante - Quando houver evicção ( art. 70, inc. I, CPC) 
O que é.
Evicção - instituto de direito civil. Art.447 - a perda da coisa para terceiro, por decisão judicial, por tê-la havido de quem não era legítimo alienante. É especificado nas disposições acerca dos contratos onerosos, no direito das obrigações. Existe quando uma pessoa adquire um bem e perde este bem pelo fato de ele pertencer a um terceiro que não o vendedor. É garantia implícita de qualquer negócio jurídico oneroso.
A pessoa que adquire o bem, caso o perca em razão da ocorrência da evicção, tem direito de regresso em face do vendedor. De ordinário, verificam-se três personagens na ocorrência da evicção: o vendedor ou alienante; o comprador crédulo ou adquirente e o verdadeiro proprietário do bem.
Como acontece.
 Nas ações de revinvidação� – ação em que se demanda uma coisa, deverá denunciar a lide à terceira pessoa, de quem houve a coisa demandada. 
Grosso modo: o verdadeiro proprietário move uma ação contra o comprador. Este denuncia o vendedor. Somente haverá direito de regresso se esta ação for julgada procedente e o comprador tiver de devolver o bem ao verdadeiro proprietário.
Ex: A vende a B uma coisa, obrigando-se a resguardar o comprador dos riscos da evicção. B é demandado por C, que se diz dono da coisa. Se B for vencido na ação (evicto), seja total ou parcialmente, isto é, se B vier a perder a coisa, por sentença, aquele de quem ele a houve - A, responderá perante ele pela evicção. A responsabilidade do trasmitente, em geral, consisttirá em restituir o preço ao evicto o preço que recebeu pela coisa.
Mas, para que isso acontece, deve o evicto, denunciar à lide ao transmitente. Art.456 CC. 
Denunciação pelo Autor.
Em que pese à maioria das denunciações da lide serem efetivadas pelo réu, pode haver a denunciação da lide pelo autor, a exemplo do caso em que o comprador adquire um bem de alguém que já não é mais proprietário (caso o bem esteja usucapido, por exemplo). Neste caso, o comprador ingressa com uma ação reivindicatória contra o terceiro que está na posse do imóvel e denuncia o vendedor para que, ao final, caso a ação seja julgada improcedente, possa exercer validamente, e nos mesmos autos, o direito de regresso contra quem o alienou o bem. Se o vendedor estiver de boa-fé, terá a obrigação de devolver o dinheiro ao comprador; se estiver de má-fé, além de devolver o dinheiro, deverá pagar uma indenização por perdas e danos.
2.Do possuidor direto ao possuidor indireto ou proprietário (art. 70, inc. II, do CPC)
A posse se desmembra em direta e indireta, sempre que houver um contrato ou um direito real sobre coisa alheia, pelo qual há a entrega temporária de um bem a terceiro que não o proprietário (ex.: contrato de locação, usufruto, etc.). 
Com efeito, podem ainda ocorrer situações em que o possuidor indireto não será o proprietário, visto que a posse poderá se desmembrar várias vezes. Exemplo.: A é proprietário de um imóvel e dá este imóvel em usufruto a B; este loca o imóvel a C. Neste caso, C é possuidor direto do imóvel, e A e B serão possuidores indiretos, sendo que B não é proprietário do imóvel.
Cabe, então, denunciação da lide do possuidor direto contra o possuidor indireto ou o proprietário. Tal prerrogativa decorre na necessária garantia de bom e regular uso da coisa cuja posse foi transferida, de forma a não tornar o instituto da posse inócuo, e como forma de fazê-lo cumprir a função social a que se destina. Assim, o possuidor direto terá direito de regresso pelos prejuízos suportados. Como exemplo, cita-se a hipótese seguinte: A loca um apartamento a B; o apartamento possui um vazamento que inunda o imóvel vizinho, pertencente a C. Este ingressa com uma ação contra B para receber indenização pelos danos sofridos. Desse modo, B tem o direito de denunciar A para que possa, caso a ação movida por C seja julgada procedente, exercer seu direito de regresso em face do locador A.
3. Quando houver direito de regresso instituído em contrato ou lei (art. 70, inc. III, do CPC)
 Na realidade essa hipótese é o gênero, enquanto as demais são as espécies.
Direito de regresso por contrato: ocorre, por exemplo, nos casos de seguro contra terceiros efetivado entre uma seguradora e uma pessoa física ou jurídica. O segurado denuncia a seguradora para que possa exercer seu direito de regresso, caso venha a ser condenado ao pagamento dos danos provocados em 3.º.
Direito de regresso instituído por lei: decorre das previsões legais de responsabilização por atos de terceiro, por exemplo, no caso de patrão que responde pelos atos de seu empregado ou preposto, devendo o patrão denunciar o empregado para que possa exercer seu direito de regresso.
Denunciante e Denunciado.
Denunciante é a parte que denuncia a terceiro. Pode ser o autor e/ou o réu, nos casos dos incisos I e III do art.70, e somente o réu no inciso II.
Denunciados são o alienante (art.70,I), o proprietário ou possuidor indireto (art.70,II) ou o responsável pela indenização (art.70, III).
Obrigatoriedade da Denunciação da Lide – Casuística
Quando a denunciação da lide estiver fundada no inciso III do Código de Processo Civil, tem-se formado uma corrente doutrinária que entende que o Juiz não deve deferir a denunciação da lide quando ela introduzir um fundamento novo à demanda. Este fundamento novo deve ser aquele que alonga o processo, tendo em vista haver necessidade de produção de prova que irá prejudicar a vítima pelo retardamento do processo.
O entendimento majoritário da doutrina é de que a denunciação da lide somente é obrigatória na hipótese de evicção, sob pena de perda do direito de regresso. Com efeito, evicção é um instituto de direito material, e a seu turno, o artigo 456 do Código Civil dispõe que, se houver evicção, o evicto deverá fazer a denunciação da lide. Portanto, a única hipótese em que se configura obrigatoriedade da denunciação da lide é nos casos de evicção, como forma de garantia do direito de regresso. Todavia, registra-se que há entendimento diverso, no sentido de ser obrigatória a denunciação nos casos de evicção somente para garantir o regresso nos mesmos autos, sem prejuízo da propositura de possível ação autônoma, notadamente de acentuado caráter protetivo aos titulares de direitos.
Procedimento da denunciação da lide
Denunciação da lide feita pelo autor: 
deve ser feita na própria petição inicial, o que implicará no seguinte: haverá uma única petição inicial, na qual serão veiculadas duas ações, ação principal e denunciação da lide. 
Se a petição inicial estiverem termos, o Juiz ordenará a citação do denunciado e mandará suspender o processo;
Deferida a denunciação da lide, o denunciante e o denunciado serão considerados como litisconsortes perante o réu;
Citado o denunciado, terá prazo de 15 dias para: 1-assumir efetivamente seu posto de litisconsorte, inclusive pode aditar a inicial, caso queira, 2-quedar-se inerte ou ainda 3-recusar ser o “garante” da relação, o que se decidirá ao tempo da sentença. 
Citado o denunciado, com ou sem sua manifestação, seguir-se-á o processo e proceder-se-á à citação do réu.
b)Denunciação da lide feita pelo réu:
no prazo da contestação, no bojo desta, junto às preliminares, sob pena de preclusão.
Ordenada a citação, ficará suspenso o processo.
O denunciado pode vir ao feito para: a) comparece, aceita a denunciação e contesta o pedido do autor – art.75, I; b) quedar-se inerte, com o prosseguimento do feito entre as partes originais, à revelia do denunciado, art.75, II; c) vir aos autos negar sua condição de garante, questão a ser solucionada com a sentença de mérito final, art.75, II. 
Prazos para citação dos denunciados
Com a denunciação da lide, suspende-se o processo. Para que a citação não implique paralisação dos autos por muito tempo, a lei marca prazo para que o denunciante a promova. Assim, deve ser feita no prazo da lei, sob pena de a ação seguir somente contra o denunciante e da perda do direito de regresso. 
De acordo com o art.72, §1º: se o denunciado residir na mesma comarca, em 10 dias; quando em outra comarca ou em local incerto, em 30 dias.
Da sentença
A sentença que fixar a responsabilidade do denunciante com relação a parte adversa, (ou seja, quando o denunciante for vencido na ação principal) deverá, obrigatoriamente, analisar a denunciação da lide, determinando a presença ou não do direito regressivo e condenando o denunciado a ressarcir as perdas e danos suportados pelo seu garantido no processo. Art.76.
Assim, no caso do denunciante vencido, a sentença, reconhecendo a responsabilidade do denunciado, em relação à este, será de natureza condenatória, e servindo de título executivo judicial passível de execução.
� A doutrina e jurisprudência já firmaram posicionamento no sentido de que cabe a denunciação da lide também nas ações possessórias e na ação de ususcapião.

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