Buscar

Influencias de Marx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Segundo Hobsbawm, a presença do Marxismo e o conceito materialista nas ciências históricas, não encontram explicações por si só, pois os escritos de Marx não conseguiram fugir da história, estando repleto dela. Este não se ateve ao fato de ser considerado um historiador e se o fez foi acidentalmente. Desse modo, "o que chamamos de escritos históricos de Marx consiste quase inteiramente de comentários políticos e artigos de jornais”. Contudo, a importância histórica de suas obras é incontestável, principalmente pelo valor da concepção materialista da história que tendeu a revolucionar a historiografia, em seu sentido teórico e metodológico.
Para Marx era imprescindível a modificação nas relações e formas de produção, abolindo toda a forma de exploração que ganhara força com o capitalismo, devendo este último ser destruído, para que imperasse uma sociedade comunitária, sem divisão de classes e sem exploração
Em meio a essas principais idéias marxistas, percebe-se a sua ligação, mesmo sem intenção, a uma história econômica. Em razão da busca em sair das concepções que pairavam somente no âmbito das idéias, da filosofia, sem questionarem que os problemas econômicos se ampliavam sob bases materiais reais. Nessa direção, será que Marx e suas concepções influenciaram a historia científica contemporânea no campo teórico e metodológico?
Obviamente, mesmo Marx tendo estendido seu pensamento mais no campo da história econômica, não se dissociou da história. Buscou no contexto histórico a explicação para a emergência dos modos de produção, das bases materiais da sociedade, para depois partir para aquilo que emergem dessas bases, como as idéias e instituições.
Apesar das grandes divergências de intelectuais para com o marxismo, ou mesmo dentro daqueles que adotaram a concepção como guia, como os historiadores estruturalistas, grande parte dos intelectuais que se "tomaram marxistas e historiadores", fizeram em razão de convicções políticas que os levaram a motivações que se identificaram com as idéias marxistas. Assim, quando falamos em história do marxismo e sua influência no meio intelectual, o ponto de partida sempre tem seu cerne na "história da massa dos movimentos socialistas", além da politização dos intelectuais.
Uma alternativa que suprisse tais necessidades veio do meio francês, com a Escola dos Annales, atentando de início, para a relevância das extensões econômicas e sociais da história. Momento em que grande parte das idéias marxistas foram elementar no processo de modernização historiográfica. 				Assim, no século XX a história adentrou no campo das ciências sociais, deixando de lado o Positivismo Histórico, trazendo à tona um "quadro referencial de maior ou menor duração" abordando a amplidão total do desenvolvimento humano, no âmbito econômico e social.
Dessa forma, Marx influenciou os historiadores conforme estes adotaram a teoria da concepção materialista da história, por meio de seus esforços ou sinais sobre a constituição geral do desenvolvimento humano, que se iniciou com o comunismo primitivo dentro das sociedades primitivas, até a fase do capitalismo nas sociedades modernas, além de contribuir por meio de suas observações concretas ligadas a aspectos, períodos e problemáticas, todos específicos do passado.
Assim, é saliente que o principal aspecto ao analisar qualquer sociedade em qualquer momento de sua existência e desenvolvimento histórico, é a de iniciar pela observação do modo como se davam às relações de produção, ou seja, "a forma tecno-econômica", o modo no qual o homem se adapta à natureza e a modifica por meio do trabalho; e os ajustes sociais nos quais o trabalho é mobilizado, difundido e [ alocado .											 Na busca em provar que o "comunismo final" seria fruto do desenvolvimento histórico, mesmo que sem intenção, Marx estava fazendo história. Verifica-se então que, a presença do pensamento marxista no meio historiográfico é inquestionável.
Para Hobsbawm, principalmente um marxismo vulgar, teria marcado presença na modernização da historiografia, com base na interpretação econômica da história, no modelo da "base e superestrutura", o despertar do interesse pela luta de classes, pelas Leis Históricas e inevitáveis. Assim, o desenvolvimento de temas específicos fomentados pelas idéias marxistas se gerou a possibilidade de fazer da história uma verdade. 
Com o advento da Escola do Annales, houve a absolvição de uma gama de pensamentos ligados ao materialismo histórico, como as dimensões econômicas e sociais na história, trazendo a tona às ações humanas na história, a valorização do passado a partir do presente, uso da idéia de luta de classes. Houve então um paralelismo entre a Escola dos Annales na França, principalmente, os da primeira e segunda geração e os historiadores marxistas na Grã-Bretanha, pois, ambos possuíam um projeto similar, mesmo possuindo uma herança intelectual distinta.
Percebemos até agora a grande importância que o marxismo adquiriu no meio historiográfico mundial, contudo, esse mesmo marxismo histórico tem sido fortemente marcado por distinções de pensamentos internamente. Aspectos ligados ao contexto histórico mundial, e que criou uma dualidade dentro deste durante o século XX, mas que prevalece até a atualidade. Essa dualidade é concebida por muitos historiadores como "Culturalismo" versus"Estruturalismo".
Os motivos que levaram Thompson a tecer um novo paradigma dentro da concepção histórica marxista está ligado à sua aversão à permanência da política Stalinista, assim, em 1956 afastou-se do PC britânico, como um meio de protestar ao apoio deste à invasão da Hungria pela URSS. Desse modo, o estruturalismo marxista, para ele, estaria atrelado à Guerra Fria, caracterizado pelo conservadorismo dos PCs nacionais que apoiavam à URSS em seus avanços na Europa Oriental, suprimindo as liberdades democráticas. Perante isso, havia a necessidade que essa tradução marxista fosse abandonada em favor do "socialismo Humanista" que ele era capaz de propiciar de resgatar do marxismo.
Trazendo à tona o valor das experiências, em A peculiaridade dos ingleses e outros artigos, Thompson questiona que, até mesmo Marx, não as deixou de lado, não fazendo da base-superestrutura um modelo estático.
 "Mesmo Marx não se serviu dessa analogia de modo repetido, embora o tenha feito, uma vez, uma síntese sensivelmente importante de sua teoria, a qual se mostrou influente. Mas devemos nos recordar que, em outras ocasiões, ele lançou mão de analogias bem diversas para o processo histórico" 
Com isso, a experiência de classe é determinada, em grande medida, pelas relações de produção em que os homens nasceram - ou entraram involuntariamente. A consciência de classe é a forma como essas experiências são tratadas em termos culturais: encarnadas em tradições, sistemas de valores, idéias e formas institucionais. Se a experiência aparece como forma determinada, o mesmo não ocorre com a consciência de classe.
Assim, os aspectos culturais podem conceder as peculiaridades históricas e geográficas da consciência social. Aspectos que compõem o chamado Culturalismo, imbuído pelo cerne da cultura e consciência, sustentando a dialética marxista entre ser e consciência, mas de forma "experimental", conforme são analisadas as formações sociais através da experiência, e das ações humanas. 
Em outras palavras, Thompson concebe classe como um fenômeno social, não como os estruturalistas, como categoria analítica ou estrutural. Para ele as classes surgem "quando alguns homens, como resultado de experiências comuns (herdadas ou partilhadas) sentem e articulam a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens cujos interesses diferem (e geralmente se opõem) dos seus
Nessa direção, Thompson buscou, analisando a luta de classes, reconceitualizar o materialismo histórico dialético, procurando elaborar um melhor entendimento da existência e da consciência social, atrelados as experiências individuais e coletivas. Um trabalho árduo em razão do profundo enraizamento no conceitode classe do modelo marxista estrutural de base / superestrutura, acompanhado de seu determinismo econômico. Percorrendo seus objetivos, Thompson publicou várias obras que demonstravam sua teoria aplicada na prática, além de outras que respondiam às críticas feitas pelos estruturalistas.
Esses críticos de Thompson demonstram uma tentativa árdua em recuperar algumas questões do estruturalismo como método de análise histórica, assim, esse novo trabalho de Thompson para estes, estaria fazendo com que ocorresse nos estudos históricos o abandono da correlação base / superestrutura, das forças impessoais, valorizando contextos, episódios, práticas diárias e culturais, dando margem à subjetividade no trabalho do historiador "um repúdio das "estruturas" em favor das "experiências
Dessa forma, á medida que Thompson inaugura um novo modo de conceber os estudos marxistas da classe operária sob o viés cultural, valorizando as experiências humanas, suas ações, batem de frente com os defensores do marxismo estruturalista, como Perry Anderson, Gerald Cohen, Richard Johnson, Tom Nairn, dentre outros.
Seu trabalho foi um "divisor de águas" dentro do "marxismo ortodoxo", trazendo à tona, dentro do próprio marxismo a multiplicidade das experiências, revalorizando as perdas culturais de grupos subalternos, ressuscitando a importância das posições históricas, dos valores e tradições que findaram por se transformarem em ferramentas para a compreensão das subversões e processos que não poderiam ser esquecidos, apesar dos ataques feitos pelos estruturalistas.
Mediante tudo que foi elucidado, percebemos a grande importância teórica dos trabalhos de Thompson. Este buscou a construção de uma história social marxista ligada ao cultural, todavia foi estigmatizado como “culturalista” por grande parte dos teóricos marxistas ortodoxos. Cremos também que não podemos negar o legado de Marx de base - superestrutura presente em seus últimos trabalhos, mas também não negar o resgate que Thompson faz de seus primeiros escritos, trazendo à tona as experiências que geram a consciência de classes, num quadro cultura individual e / ou grupal.
Desse modo, ao meditar em uma teoria e método de pesquisa é verificável a possibilidade em utilizar-se dos trabalhos de E. P. Thompson, mas sem esquecer da contribuição de outros historiadores considerados como estruturalistas.
Thompson ao responder com esta obra demonstrou sua preocupação na elaboração de uma história mais próxima do real conforme defende a idéia da lógica histórica. Nesse sentido, afirma que na história não existe uma verdade, uma teoria e um modelo absoluto a ser aplicado, e sim vários, demonstrando que os procedimentos que o historiador deve seguir precisa ter por base a especificidade da lógica histórica, sendo que, é através de uma multiplicidade de interpretações que se obtém esta. 									Existem divergências teóricas e metodológicas entre os pesquisadores marxistas dessa corrente de pensamento, porém podemos dizer que a proposta do grupo busca construir uma análise da sociedade como uma totalidade em movimento, na qual a experiência humana não se encontra submissa a qualquer forma de determinismo mecânico. Mais do que isso, além das abordagens socioeconômicas relativas ao interesse sobre os processos estruturais de desenvolvimento do capitalismo, bastante comuns à tradição do marxismo, também há abordagens ao cultural que até então era uma carência no pensamento marxista.
A renovação da perspectiva marxista surgiu após o diálogo com as obras de história produzidas pela revista francesa dos Annales, que destacaram o papel do social e do econômico em combate a historiografia praticada no século 19 que alçava a esfera política como centro da história protagonizada por heróis, reis, autoridades, Estado, Igreja através da narração de eventos factuais e lineares pesquisados em documentos oficiais, considerados neutros. O marxismo inglês foi também uma resposta contrária a política stalinista da União Soviética e a produção historiográfica ligada a ela.
Segundo Hobsbawm (1998), o marxismo vulgar, do qual quer se distanciar, não representa o pensamento marxista maduro e está calcado mais em escolhas de pontos da obra de Marx do que em sua totalidade. Ele elenca sete características presentes nas pesquisas do “marxismo vulgar”

Outros materiais