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MICRORGANISMOS INDICADORES Prof. Hércules Lira Prof. Lívia Carvalho O QUE SÃO MICRORGANISMOS INDICADORES ? “ São grupos ou espécies de microrganismos que quando presentes indicam condições sanitárias inadequadas durante o processamento ou armazenamento do alimento” Degradador ?? INDICADORES MICROBIOLÓGICOS DE QUALIDADE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS • Segurança X Qualidade • Microrganismos indicadores podem ser utilizados para refletir a qualidade microbiológica dos alimentos em relação à vida de prateleira ou à segurança (patógenos). • Em geral são utilizados para avaliar a sanificação dos alimentos. • Indicadores de qualidade de produtos: tem por objetivo avaliar a qualidade, ou melhor, predizer a vida de prateleira do alimento (tende a ser produto- específico). • Indicadores de segurança dos alimentos: avaliar a segurança e a sanificação. INDICADORES MICROBIOLÓGICOS DE QUALIDADE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS MICRORGANISMOS INDICADORES COLIFORMES a 350C: Família Enterobacteriaceae: Escherichia, Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella COLIFORMES a 450C : Escherichia coli (90%), Enterobacter e Klebsiella. ENTEROCOCOS: Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. BACTÉRIAS AERÓBIAS MESÓFILAS BACTÉRIAS PSICROTRÓFICAS E TERMÓFILAS BACTÉRIAS ANAERÓBIAS BOLORES E LEVEDURAS OUTROS INDICADORES: Estafilococos, Clostrídios, Contagem de esporos termófilos, contagem de bolores em equipamentos, bactérias heterotróficas, Pseudomonas aeruginosa (águas balneáveis), S. aureus (piscina), Salmonella, Bifidobacteria, leveduras. QUAL O INCOVENIENTE DE PESQUISAR OS PATÓGENOS DIRETAMENTE NOS ALIMENTOS? - A análise de patógeno é demorada e cara; - O isolamento e identificação de cada patógeno exige uma metodologia diferente; - A ausência de um patógeno não exclui a presença de outros; - Inviável a pesquisa de patógenos em alimentos como análise de rotina. IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA - Conhecer as condições de higiene do alimento, os riscos que esse alimento pode oferecer ao consumidor e a vida útil do produto. - Determinar o agente etiológico mais provável no caso de toxinfecção alimentar. - Saber se os padrões microbiológicos estão sendo atendidos. PADRÕES MICROBIOLÓGICOS - São definidos de modo a permitir uma avaliação segura e válida, relacionada a segurança que o produto oferece para o consumidor e também para o produtor. - São estabelecidos pela legislação de cada país e em nível internacional pela Comissão do CODEX ALIMENTARIUS. O QUE SIGNIFICA CODEX ALIMENTARIUS ? - “Código Alimentar” ou “Legislação Alimentar”: é uma coletânia de padrões para alimentos. - Estabelecida em 1961, da qual participam 152 países. - Objetivo: proteção da saúde do consumidor e a regulação das práticas de comércio de alimentos. PARÕES MICROBIOLÓGICOS PARA ALIMENTOS RESOLUÇÃO 12/2001 Grupo de Alimentos Microrganismo Tolerância para Amostra Indicativa Tolerância para Amostra Representativa n c m M 1. Frutas e produtos de Frutas e Similares a) frescas “in natura” preparadas, sanificadas, refrigeradas ou congeladas Coliformes a 45oC/g Salmonella sp/25g 5 x 102 Ausência 5 5 2 0 102 Aus 5x102 - b) branqueadas ou cozidas, desidratadas, polpa de frutas concentradas com ou sem tratamento térmico, refrigeradas ou congeladas Coliformes a 45oC/g Salmonella sp/25g 102 Ausência 5 5 2 0 10 Aus 102 - MÉTODOS DE ANÁLISES - Convencionais: Oficiais, descritos em publicações internacionais. - Bacteriological analitical manual (1992): FDA, AOAC. - Compendium of methods for the microbiological examination of foods: ICMSF - International Organization for Standardization (ISO) TÉCNICAS DE ANÁLISES • Retirada de unidade analítica (25g, 50g, 100g). • Técnica da lavagem superficial: contaminação superficial. • Técnica do esfregaço de superfície (“swab”): contaminação superficial. • Plaqueamento em profundidade ou “Pour-plate” (contagem em UFC/g ou mL) • Plaqueamento em Superfície (contagem em UFC/g ou mL) • Técnica de Membrana Filtrante • Placas petrifilms COLETA, TRANSPORTE E ESTOCAGEM AMOSTRAS -COLETA: deve obedecer a planos de amostragem, que permita tomar decisões a respeito do destino do lote. -1) Coleta de amostras de alimentos acondicionados em embalagens individuais: embalagem original, fechada e intacta. -2) Coleta de amostras de alimentos acondicionados em embalagens não individuais: transferir assepticamente porções representativas da massa total para frascos estéreis de coleta. -3) Coleta de alimentos envolvidos em surtos de toxinfecções alimentares: a análise deve ser feita o mais cedo possível. Se não houver sobras das refeições suspeitas pode-se realizar: swab dos vasilhames das refeições, coletar amostras dos ingredientes ou coletar amostras de refeições similares . -4) Coleta de amostras de água: amostra de água clorada deve conter o tiossulfato de sódio para neutralizar o cloro. INFORMAÇÕES QUE DEVEM ACOMPANHAR AS AMOSTRAS - Uma unidade de amostra deve conter, no mínimo, 2 vezes a unidade analítica. Usualmente 200g de alimentos sólidos ou 300 a 500mL de produtos líquidos são quantidades suficientes para a maioria dos alimentos. - Identificar tipo de amostra e processo utilizado, fabricação e data validade, solicitante e fabricante, data e local da coleta, razão da análise. TRANSPORTE E ESTOCAGEM DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE - Deve-se transportar e estocar nas mesmas condições que a amostra é comercializada. a) Alimentos comercialmente estéreis em embalagens herméticas: T ambiente, não superior a 450C. b) Alimentos perecíveis comercializados na forma refrigerada: sob refrigeração até o momento da análise, não deve ser congeladas, tempo para iniciar a análise não deve ultrapassar 36 horas (maioria). Outros alimentos; moluscos de concha (6h), água (30h), ovo líquido (4h), vegetais (24h). c) Alimentos congelados: transportado e mantido congelado até o momento da análise, T estocagem não deve ser superior a -100C. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISES MICROBIOLÓGICA - Abertura das embalagens: assepsia antes de abrir, observar qualquer anormalidade. - Retirada da unidade analítica: retirada 25g da amostra assepticamente e colocada diluente. - Homogeneização Manual, Shaker Rotativo ou Stomacher e preparo da primeira diluição da unidade analítica (10-1) : selecionar o diluente; realizar diluição inicial 1:10; homozeneizar; o intervalo entre a homogeneização e o prosseguimento da análise não deve ultrapassar 3 min. - Preparação das diluições seriadas: o diluente deve ser o mesmo, definir número de diluições, transferência de volumes entre as diluições (agitar amostra (vortex), troca de pipetas). PREPARO DAS DILUIÇÕES 10-2 10-3 10-4 10-5 225mL APT 10-1 25g amostra 1 mL 1mL 1mL 1mL Devemos sempre realizar diluições sucessivas da amostra para análise ? 9,0 mL de APT em cada tubo TÉCNICA DOS TUBOS MÚTIPLOS NÚMERO MAIS PROVÁVEL (NMP/g ou mL) 25g amostra + 225mL diluente 10-1 10-2 10-3 1,0ml 1,0ml 1,0ml 10 mL caldo Lauril Sulfato triptose 10 mL caldo Lauril Sulfato triptose 10 mL caldo Lauril Sulfato triptose MÉTODO – CONVENCIONAL: S. aureus (contagem em UFC/g ou mL) MÉTODOS RÁPIDOS - Surgiram na década de 70, como consequência da necessidade de diminuir o tempo necessário para a obtenção de resultados analíticos e melhorar a produtividade. - Vários desses métodos já foram validados pela AOAC entre 1977 e 2000. - Os principais microrganismos para análise são: Salmonella,Coliformes, E. coli e Listeria (alguns). - Observa-se uma crescente tendência para aprovação de Kits comerciais para identificação bioquímica. MÉTODOS DE IMUNOENSAIO ENZIMÁTICOS - Enriquecimento da amostra: 24-48h - Amostra em microplacas recobertas com anticorpos específicos (96 amostras). - Reação Aglutinação: antígeno x anticorpo (30 minutos). - Adiciona-se anticorpos marcados com enzima cromogênica (conjugado) nova reação de aglutinação: “Sanduíche” (30 minutos). - Adição do substrato revelador: reação colorida Vantagem: devido a alta especificidade dos anticorpos específicos, é considerado melhor que o convencional. Desvantagem: leitura somente através de equipamento, caro. MINI-VIDAS: Listeria, Salmonella, E.coli O157:H7, Campylobacter, S. aureus toxigênico Equipamento automatizado, testes imunoenzimáticos em galerias plásticas descartáveis, contendo câmaras com os reagentes necessários: 60 minutos , após enriquecimento da amostra. 1-2 Test para Salmonella: detecção presuntiva por imunodifusão Só para linhagens móveis KIT PARA IDENTIFICAÇÃO BIOQUÍMICA: API para enterobactérias, Listeria MÉTODO – PETRIFILM: (contagem em UFC/g ou mL) • Preparar vidraria (tubos, frascos, etc) • Pesar meio de cultura • Medir diluente para o meio de cultura • Adicionar o diluente ao meio de cultura e homogeneizar • Acertar pH do meio • Esterilizar meio • Ajustar temperatura do meio • Posicionar e identificar placas para análise • Preparar amostra • Inocular amostra • Adicionar meio de cultura • Homogeneizar • Esperar o meio solidificar • Inverter e incubar placas • Efetuar leitura • Descontaminar placas usadas • Descartar meio de cultura • Lavar placas • Secar placas • Embalar placas • Esterilizar placas • ---------- • ---------- • ---------- • ---------- • ---------- • ---------- • ---------- • Posicionar e identificar Petrifilm para análise • Preparar amostra • Inocular amostra • ---------- • Aplicar difusor • ---------- • Incubar • Efetuar leitura • Descontaminar Petrifilm • Descartar Petrifilm • ----------- • ---------- • ---------- • ---------- • ---------- 27 DÚVIDAS: RESOLUÇÃO 12/2001 QUESTÕES!
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