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RESENHA FILME ABUSO SEXUAL

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RESENHA
ULTIMATE BETRAYAL-1994
DIRETOR: Donald Wrye.
O filme baseado em fatos reais, retrata a vida de uma família que para a sociedade é um modelo exemplar. Aparentemente bem estruturada, com um padrão de vida financeiramente estável, religiosa, o patriarca é uma agente da FBI, advogado, defensor de causas com crianças que tenham vivenciado maus tratos, abusos sexuais familiares ou na sociedade. Casado com Helen uma boa esposa para os padrões da época, tiveram seis filhos, quatro meninas e dois meninos. Conhecida por “Família Rodgers” a mesma mantinha um verdadeiro respeito na sociedade, seus filhos foram bem sucedidos estudaram nas melhores escolas, e consequentemente se tornaram bons profissionais. Era como aparentava, mas por traz de tudo escondiam uma “história de terror”, sofrendo maus tratos, violência e abuso sexual sendo o responsável o próprio pai, sob o olhar conivente da mãe.
O futuro dessas crianças se estruturou tão fragmentado e doloroso quanto o seu passado, por diversas vezes foram internadas após tentar suicídio. Com o passar dos anos os seis irmãos que juntos passaram por diversos tipos de violências foram seguindo o seu caminho, e libertando-se fisicamente daquela situação. Restando apenas a irmã mais nova Mary, se tornando a vítima principal dos abusos, muitos anos se passaram e Mary tenta construir uma família, sofrendo com tudo o que tinha passado não conseguia viver sem pensar em toda situação dolorosa. Arriscou tratamento psiquiátrico e inúmeras internações, mas não tinha condições de arcar com as despesas, busca apoio financeiro com seu pai e o mesmo nega ajuda-lá. 
Mary decidi processa-ló, buscando ajuda de suas irmãs, a família se ver exposta as críticas da sociedade, todo o padrão familiar que eles camuflavam vem a tona. Sharon a irmã mais velha no inicío reprime Mary por tal iniciativa, mas logo vem as lembranças de dias angustiantes que lutava para esquecer, se sentia revoltada por atos que presenciou na infância.
Maus-tratos na infância, dentre eles o abuso sexual, traz consequências negativas tanto para o sujeito vitimado quanto para a sua família. Além disso, há consequências sérias que são resultantes das experiências traumáticas de tal evento e que afetam diversos aspectos do desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes vítimas de tal violência. 
No filme, Sharon tem ações estranhas em sua casa com sua família, demonstrando-se uma pessoa pertubada, descontrolada, devido ao sofrimento interno comprometendo a paz e a felicidade do seu lar, ela transfere todo seu sentimento contido em seu inconsciente para sua vida, prejudicando seu casamento, sua família. Fez vários tratamentos para doenças crônicas, tinha a sensação de sufocamento devido às lembranças de sua infância, não demostrava nenhum afeto ao seu esposo e filhos.
Apresentando um alto nível do complexo de Édipo, Sharon se sente infeliz, não aceita que seu pai tenha sido tão cruel com sua família. Segundo as teorias freudianas o complexo de Édipo é visto como fenômeno central do período sexual da primeira infância. É no Complexo de Édipo que se observa o desenvolvimento de efusivas e apaixonadas disputas, quando a criança rivaliza com o genitor do mesmo sexo, ao mesmo tempo em que transfere desejos amorosos e hostis de forma intensa para ambos os genitores, situação que estabelece uma tríade de relações importantes para o seu desenvolvimento psicológico. 
Muitas vezes, o abuso sexual só é rompido na puberdade ou mesmo na fase adulta, embora a violência tenha sido perpetuada por muitos anos. É difícil para as crianças saber em quem confiar após terem sido abusadas, dentro de suas próprias casas, por alguém no qual depositavam amor e confiança. 
O abuso sexual é um problema de saúde pública, atingi todas as classes sociais e idades. Assim como a história da família Rodgers, inúmeras famílias passam por experiências dessa forma, o abuso sexual é uma temática complexa que perpassa diversas dimensões, desde situações específicas, envolvendo perpetradores e vítimas, a questões familiares, sociais e culturais.
Uma maneira eficaz de combate e prevenção ao abuso sexual é através de um maior preparo dos profissionais que atuam diretamente com os seres humanos, não somente psicólogos, psiquiatras, psicanalistas. Mas também pedagogos, médicos, fisioterapeutas, professores e outros mais. Deveria ainda haver um trabalho de esclarecimento visando despertar neles um maior interesse pelos sinais que a criança apresenta de que algo vai mal, sinais estes que tanto podem apresentar-se no corpo, através de uma somatização, como através de uma mudança súbita de comportamento.

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