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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE DIP(1)

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Profª.: Juliana Flávia Dalla Costa
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OBJETIVO:
 Apresentar aos acadêmicos considerações gerais sobre o direito internacional público, a fim da adequada compreensão inicial sobre tal ramo jurídico.
PDD: Unidade 01
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
 
Conceito:
 O conjunto de regras e princípios destinados a reger os direitos e deveres internacionais tanto dos Estados, de certos organismos interestatais, quanto dos indivíduos.” (Hildebrando Accioly)
 
 
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Um dos principais fatores para este novo contexto internacional é o processo de GLOBALIZAÇÃO.
Pois há a “quebra das barreiras entre as nações”.
Anthony Giddens afirma que: “a intensificação de relações sociais mundiais que unem localidades distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de distância e vice versa” .
 
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A formação da sociedade internacional deu-se juntamente com a formação das primeiras coletividades, com a necessidade da definição de fronteiras, onde o estabelecimento de relações entre os indivíduos que compunham as coletividades, exigiam normas que as regulassem.
Por isso, a formação da ideia de estrangeiro.
SOCIEDADE INTERNACIONAL e o DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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O ramo do Direito que dá suporte à sociedade internacional e a impulsiona é o Direito Internacional. 
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DIVISÃO
 A divisão decorre de uma necessidade do estudo do direito, sobretudo em relação ao conteúdo da norma jurídica. 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
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CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONAL:
 UNIVERSAL: porque abrange todos os entes do globo terrestre;
 PARITÁRIA: porque há uma igualdade jurídica; 
 ABERTA: porque ao reunir determinados elementos, pode nela ingressar, sem que haja necessidade de que os membros já existentes se manifestem sobre o ingresso;
 DESCENTRALIZADA: porque não possui poderes executivo, legislativo e judiciário.
 ORIGINÁRIA: porque não se fundamenta em outro ordenamento jurídico, a não ser no direito natural.
 
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 A sociedade internacional compõe-se por:
 Estados;
 Organizações Internacionais;
 Indivíduos.
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 Características:
- A comunidade e as estruturas sociais são formadas pelas famílias; o indivíduo só é alguém, se fizer parte de alguma família – Princípio Parentesco – outros são os estrangeiros;
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 - Direito era criado e modificado por uma Divindade (Deus do Sol, Deus da Terra, Deus da Chuva, etc.);
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; Há discussão doutrinária quanto à regência do Direito Internacional neste período histórico.
 Para aqueles que acreditam, tem-se:
 
 A existência de tratados era uma motivação RELIGIOSA, pois os juramentos dos líderes, mesmo que pessoais, eram também em nome da nação;
 A sanção era religiosa;
 Já falavam dos estrangeiros, mas eram considerados escravos
 
 
 
 
 
 
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 Foi descoberto o tratado mais antigo, na região da antiga Mesopotâmia, ano de 3.100 a.C sobre definição de fronteiras entre Eannatum e os homens de Umma.
 Há o Tratado de Kadesh, foi celebrado no século XIII a.C. entre Ramsés II do Egito e Hatusil III, rei dos hititas, pondo fim ao conflito de fronteiras.
 
 
 Exemplar do Museu de Arqueologia de Istambul, Turquia.
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Na Índia Antiga existiu o Código de Manu, século I a.C, onde existia o costume de se respeitar durante as guerras as moradias e os agricultores; não poderiam ser usadas flechas com veneno ou fogo.
Na China Antiga já em 2.357 a.C o imperador Yao salientava que “a moral internacional era o coroamento da Moral”.
Na Grécia era praticado institutos do Direito Internacional, como arbitragem como forma de solução de conflitos, os tratados eram inscritos em placas de bronze, havia a inviolabilidade das embaixadas.
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Em Roma, existia questões sobre o estrangeiro; após um período foi admitida a tutela aos prisioneiros de guerra.
O Sistema do “jus gentium” era formado por normas do direito romano que os estrangeiros poderiam invocar, para facilitar o comércio.
Foi em Roma que surgiu o instituto da ratificação do tratado.
Respeitava-se a inviolabilidade das embaixadas.
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 - Direito ligado ao Cristianismo, havia o fortalecimento da Igreja sob o controle do Papado do Vaticano – para salvar-se o indivíduo deve seguir a lei divina; 
Período das cruzadas para levar a Paz de Deus, início no século X;
Realização de vários Concílios, os quais proibiam a guerra na Quaresma, no domingo, nas festas dos principais Santos.
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As Relações sociais formam-se pelo soberano – reis/príncipes (dotados de Soberania, eram os representantes de Deus na Terra) e pelos súditos (cabiam-lhes obedecer os desígnios do Soberano, para salvar-se);
Busca pela definição das fronteiras;
Tratados entre príncipes, reis.
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TRATADOS DOS GRANDES DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS
Desde do século XI, o comércio na Europa se intensificou, estimulado em grande parte pela abertura do Mediterrâneo e pelo restabelecimento dos contatos com o Oriente, após o período das Cruzadas.
Europeus necessitavam de:
expandir o comércio;
obter grandes quantidades de metais preciosos;
baratear o custo do transporte das mercadorias do Oriente para a Europa.
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 Oceano Atlântico foi a solução, o que permitiu que os europeus contornassem a África, estabelecessem novas rotas comerciais com o Oriente e chegassem às Américas.
 Contribuição para os avanços na navegação em alto-mar, como: cartografia, astronomia e a existência de instrumentos como a bússola, o astrolábio, a caravela, a pólvora, o canhão.
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 Portugal se destacou ao longo do século XV na navegação oceânica apoiado pelos nobres que queriam mais riquezas e pela Igreja interessada em expandir a fé católica e aumentar o número de fiéis.
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Portugal contornou a costa africana, chegou nas Índias com Vasco da Gama em 1448, e, na América em 1500 com Pedro Álvares Cabral.
 Vasco da Gama
 
Pedro Álvares Cabral 
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 Tratado de Tordesilhas:
 Em 1492, uma expedição comandada por Cristóvão Colombo tomou posse, em nome dos reis espanhóis, de terras localizadas na região central da América. 
 O feito de Colombo criou um problema para Portugal. Supõe-se que os portugueses já desconfiavam da existência de território a sudoeste do oceano Atlântico.
 Para tentar solucionar a disputa entre os dois reinos ibéricos, foi feita uma série de acordos. Mas, somente em 1494 celebrou-se um acordo definitivo, o Tratado de Tordesilhas.
 
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 Estabelecia que terras e mares encontrados ou por encontrar, desde que não pertencentes a nenhum rei cristão, seriam divididos entre Espanha e Portugal. 
O meridiano que passa a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde foi tomado como linha divisória. As terras localizadas a leste pertenciam a Portugal. As restantes seriam da Espanha.
 
 
 
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Observação:
- A Bula Inter Coetera foi a primeira bula do Papa Alexandre VI, editada em 4 de maio de 1493. 
- Documento pelo qual o novo mundo seria dividido entre Portugal e Espanha através de um meridiano situado a 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde.
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Razão – permite aos indivíduos a distinção entre o Divino e o Humano;
Fim da Supremacia da Igreja, com valorização da razão;
 Século XVI nasce o Direito Internacional Europeu;
 Século XVII
várias reuniões internacionais para definição das nações. Ex.: criação da Suíça, independência dos países baixos.
 Busca-se a doutrina do equilíbrio.
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 Designam uma série de acordos (Tratados de Münster e Osnabrück de 1648, alguns também consideram o Tratado dos Pirineus de 1659) encerraram Guerra dos Trinta Anos, marcada pela primazia da definição das fronteiras na Europa.
 Reconheceu as Províncias Unidas, hoje Países Baixos e a Confederação Suíça. Início do Imperialismo Francês. 
 Inaugurou-se o moderno Sistema Internacional, ao acatar noções e princípios como da soberania estatal e o de Estado nação. 
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 Surgiu uma noção de que a paz duradora derivava de um equilíbrio de poder, noção aprofundada com o Congresso de Viena (1815) e com o Tratado de Versalhes (1919). 
Por essa razão, a Paz de Westfália costuma ser o marco inicial nos currículos dos estudos de Relações Internacionais.
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FIM DA GUERRA DOS 30 ANOS - Tela do pintor holandês Bartholomeus van der Helst retrata a celebração do Tratado de Westfalia, em 1648. Cerca de 200 soberanos reuniram-se no evento que marcou o fim do poder imperial da Igreja sobre os Estados e a definição territorial
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 14 de Julho de 1789: Tomada da Bastilha - início simbólico da Revolução Francesa.
 19 de Abril de 1790: O Estado nacionaliza e passa a administrar todos os bens da Igreja Católica.
 Maio de 1790 - Publicação dos decretos de aplicação da abolição dos direitos feudais;
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10 de Agosto –13 de Agosto: Ataque ao Palácio das Tulherias. Luís XVI é preso, juntamente com a família
21 de Janeiro de 1793: Execução do Rei Luis XVI
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A Revolução Francesa trouxe profundas repercussões para o Direito Internacional, como:
o princípio das nacionalidades que orientou a unificação da Alemanha e da Itália no século XIX;
Instituiu o plebiscito;
Declaração dos Direitos do Povos em 1795: direito à independência; direito à igualdade; direito de dominium sobre o território; utilização das coisas comuns etc. 
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Congresso de Viena
1814/1815 com o Congresso de Viena estabeleceu-se uma nova ordem internacional após a queda de Napoleão.
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1ª Guerra Mundial (1914-1918)
Formação da Liga das Nações, primeira organização internacional – primava pela segurança e paz
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2ª Guerra Mundial (1940-1945)
O marco foi a Carta das Nações Unidas, estruturando a Organização das Nações Unidas - ONU
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Na atualidade, o Direito Internacional Público apresenta expressiva expansão, como:
 crescimento dos tratados multilaterais sobre os mais diversos temas; 
 novas organizações intergovernamentais com poderes normativos próprios; 
 o maior número e importância das decisões de tribunais internacionais, ou seja, da jurisprudência internacional, entre outros.
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FIM!
ALGUMA DÚVIDA?
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