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conceituação e historicidade

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11111
11111..... As origens deste estudo As origens deste estudo As origens deste estudo As origens deste estudo As origens deste estudo
meu interesse pela Educação a Distân-
cia, surgiu da minha experiência de 26
anos de trabalho, à época, com o ensi-
no presencial, em escolas da rede pú-
blica e particular de ensino. Pude vivenciar a
situação que se encontrava a educação de nos-
so país, com altos índices de evasão, repetência
e falta de vagas, e na Cidade de Belém, no Es-
tado do Pará, onde atuei como professora e
supervisora pedagógica, a situação era seme-
lhante, pois, na escola pública de ensino fun-
damental de 1ª a 4ª série em que trabalhava, o
índice de evasão era grande, como mostravam
as estatísticas da escola, principalmente no 2º
turno, que atendia alunos de 7 a 18 anos.
É notório em uma região como a nossa
(Região Norte), mais especificamente no Esta-
do do Pará, uma grande quantidade de alunos,
principalmente adultos, ao mesmo tempo em
que têm uma enorme necessidade de prosse-
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças Silva Lima1
OOOOO
1Advogada, Pedagoga, Especialista em Informática na Educação, Mestre em Educação e Professora da Universidade da Amazônia -
UNAMA.
... É hora de criar um mundo que seja como Atenas
foi, uma grande escola. Um lugar vibrante, com
interesse e excitação sobre a educação. Um lugar
onde a oportunidade educacional seja visível para
todos e onde a esperança esteja viva
(Jones)
RESUMORESUMORESUMORESUMORESUMO
Uma das contribuições deste trabalho é apresentar a todos
os envolvidos com a prática pedagógica, o que é Educação a
Distância, alguns conceitos e um pouco de sua história que
merece atenção e estudo, haja vista o avanço tecnológico
que permite ao aluno estudar de acordo com sua disponibi-
lidade. Verificou-se que a Distância é o grande desafio que
os educadores precisam enfrentar. Sei que não posso impor
o sentido e a importância dessa nova forma de ensinar e
aprender a ninguém. As opções são sempre pessoais e
intransferíveis, mas, tratei com muito prazer, ao escrever,
dar um sentido por meio desse artigo, a uma prática peda-
gógica que é real, concreta, é pensar Educação a Distância
de forma situada, tendo como ponto de partida a nossa rea-
lidade social, com suas contradições e desigualdades, é pen-
sar também na população que demanda uma formação e
qualificação, condizente com o momento presente, condição
indispensável para o exercício da cidadania. Conclui-se que,
assumir o perfil de educador na perspectiva da modalidade
a distância não é algo fácil, daí porque muitos optam por
criticá-la ao invés de experimentá-la.
PALAVRAS-CHAVEPALAVRAS-CHAVEPALAVRAS-CHAVEPALAVRAS-CHAVEPALAVRAS-CHAVE
Educação a Distância, modalidade, desafio, presencial.
ArtigoArtigoArtigoArtigoArtigo
Belém, ano 4, nº 1, p. 61-77, set, 2003
22222
guir seus estudos ou de aperfeiçoar-se, por
motivos variados, e em muitos casos, pela falta
de condições de subordinar-se à disciplina de
horários e locais das escolas presenciais, não
conseguem acesso ao ensino público gratuito.
No caso daqueles que já têm uma pro-
fissão e estão trabalhando em horário inte-
gral, tem sido quase impossível
compatibilizar seus horários profissionais e
suas responsabilidades familiares com um
novo curso. Assim, a Educação a Distância
aparece como um possível meio adequado de
dar-lhes acesso a um novo saber.
22222. Educação a Distância:Educação a Distância:Educação a Distância:Educação a Distância:Educação a Distância:elementos conceituais e históriaelementos conceituais e históriaelementos conceituais e históriaelementos conceituais e históriaelementos conceituais e história
Passemos então, ao estudo de alguns con-
ceitos de Educação a Distância, pois, há con-
ceitos que, por sua pouca maturidade ou gran-
de dependência com outros já dominantes, de-
moram muito afirmar-se a partir de suas pró-
prias características. Com a Educação a Dis-
tância aconteceu assim.
Primeiro conceituou-se, por ser também
mais simples e direto, o que não seria Educa-
ção a Distância. Somente a partir das pesquisa
dos anos 60 e 70, ela foi vista pelo que é, ou
seja, a partir das características que deter-
minam ou por seus elementos constitutivos.
Dessa forma, as primeiras abordagens
conceituais, que qualificavam a Educação a Dis-
tância, isto é uma educação não presencial, to-
mavam como paradigma um referencial externo
ao próprio objeto, pois estabeleciam comparação
imediata com a educação presencial, direta ou
face-a-face, e o professor, presente em sala de
aula, é a figura central. No Brasil, até hoje, mui-
tos costumam seguir o mesmo caminho, preferin-
do tratar a Educação a Distância a partir da com-
paração com a modalidade presencial da educa-
ção. Esse comportamento não é de todo incorre-
to, mas promove um entendimento parcial do que
é Educação a Distância e, em alguns casos, esta-
belece termos de comparação pouco científicos.
Então, estudos mais recentes apontam
para uma conceituação, se não homogênea,
mais precisa do que é Educação a Distância.
Segundo PERRY e RUMBLE (1987, 1-
2), a característica básica da Educação a Dis-
tância é o estabelecimento de uma comunica-
ção de dupla via, na medida em que profes-
sor e aluno não se encontram juntos na mes-
ma sala requisitando, assim, meios que pos-
sibilitem a comunicação a distância entre
ambos, troca correspondência postal, corres-
pondência eletrônica, telefone ou telex, rá-
dio, “modem”, vídeodisco controlado por com-
putador, televisão apoiada em meios abertos
de dupla comunicação, etc. Afirmam, também,
que há outras denominações utilizadas cor-
rentemente para descrever a Educação a Dis-
tância, como: estudo aberto, educação não-tra-
dicional, estudo por contrato.
Contudo, nenhuma dessas denominações
serve para descrever com exatidão Educação a
Distância; são termos genéricos que, em certas
ocasiões, fazem parte do processo, mas não re-
presentam totalmente a modalidade a distân-
cia. Para exemplificar: um livro ou fascículo,
desses que se intitulam “faça você mesmo”; um
texto isolado de instrução programada; uma pro-
gramação insulada de rádio ou um programa
assistemático de televisão; não são formas de
Educação a Distância, mas podem ser
educativos, enquanto que, a Educação a Distân-
cia pressupõe um processo educativo sistemáti-
co e organizado que exige não somente a dupla-
via de comunicação, como também a instaura-
ção de um processo continuado, cujos meios ou
multimeios devem estar presentes na estraté-
gia de comunicação. A escolha de determinado
meio ou multimeios vem em razão do tipo de
público, custos operacionais e, principalmente,
eficácia para a transmissão, recepção, transfor-
mação e criação do processo educativo.
Por seu turno, Desmond Keegan (1992,
29), afirma que o termo genérico de Educação
a Distância inclui um conjunto de estratégias
educativas referenciadas por: educação por
correspondência, utilizado no Reino Unido. E,
também, “téle-enseignement”, em francês;
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças da Silva Lima
Belém, ano 4, nº 1, p. 61-77, set, 2003
33333
“Fernstudium/fernunterricht”, em ale-
mão; educación a distância, em espanhol; e
teleducação, em português.
Também é bom lembrar, que em portu-
guês, Educação a Distância, ensino a distân-
cia e teleducação, são termos utilizados para
expressar o mesmo processo real. Contudo,
algumas pessoas ainda confundem teleducação
como sendo somente educação por televisão,
esquecendo que tele tele tele tele tele vem do grego, que signi-
fica ao longe ou, no nosso caso, a distância.
Vale enfatizar que existe diferença entre
Educação a Distância e educação aberta, porém
ainda prevalece, principalmente nos projetos
universitários, forte ilusão de semelhança en-
tre ambos os conceitos. No casoda educação
aberta, esta pode ser a distância ou presencial,
o que a diferencia da educação tradicional, é
que todos podem nela ingressar, independente
de escolaridade anterior. “O aluno pode orga-
nizar seu próprio currículo e ir vencendo-o por
seu próprio ritmo” CIRIGLIANO (1983, 11).
Alem disso, na expressão Educação a Distân-
cia, podemos ou não usar a crase, pois ela é fa-
cultativa neste caso, sendo obrigatória somen-
te quando define-se a distância, por exemplo: à
distância de três metros.
2.1.2.1.2.1.2.1.2.1. Algumas conceituaçõesAlgumas conceituaçõesAlgumas conceituaçõesAlgumas conceituaçõesAlgumas conceituaçõessegundo Desmond Keegansegundo Desmond Keegansegundo Desmond Keegansegundo Desmond Keegansegundo Desmond Keegan
 Passemos a observar com maior deta-
lhe, como os pesquisadores da área expres-
sam o que consideram essencial para a
conceituação da Educação a Distância, con-
forme figura no estudo de KEEGAN (1991,
36-38), apud NUNES (1992, b).
 Para DOHMEM (1967), Educação a Distân-
cia “Ferstudium” é uma forma sistematica-
mente organizada de auto-estudo onde o alu-
no se instrui a partir do material de estudo
que lhe é apresentado, e o acompanhamento
e a supervisão do sucesso do estudante são
levados a cabo por um grupo de professores.
Isto é possível de ser feito a distância atra-
vés da aplicação de meios de comunicação
capazes de vencer longas distâncias. O opos-
to de “Educação a Distância” é a “educação
direta” ou “educação face-a-face” : um tipo de
educação que tem lugar com o contato direto
entre professores e estudantes.
PETERS (1973), considera que: Educa-
ção / Ensino a Distância “Fernunterricht” é
um método racional de partilhar conhecimen-
tos, atitudes e habilidades, através da apli-
cação da divisão do trabalho e de princípios
organizacionais, tanto quanto pelo uso exten-
sivo de meios de comunicação, especialmen-
te para o propósito de reproduzir materiais
técnicos de alta qualidade, os quais tornam
possível instruir um grande número de estu-
dantes ao mesmo tempo, enquanto esses ma-
teriais durarem. É uma forma industrializa-
da de ensinar e aprender.
MOORE (1973), afirma que: Ensino a Dis-
tância pode ser definido como a família de mé-
todos instrucionais nos quais as ações dos pro-
fessores são executadas à parte das ações dos
alunos, incluindo aquelas situações continua-
das que podem ser feitas na presença dos estu-
dantes. Porém, a comunicação entre o profes-
sor e o aluno deve ser facilitada por meios de
impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros.
Segundo HOLMBERG (1977), o termo
Educação a Distância esconde-se sob várias
formas de estudo, nos quais vários níveis que
não estão sob a contínua e imediata supervi-
são de tutores presentes com seus alunos nas
salas de leitura ou no mesmo local. A Educa-
ção a Distância se beneficia do planejamento,
direção e instrução da organização do ensino.
A partir da análise destes conceitos,
KEEGAN (1991, 38) sumariza os elementos
que considera centrais dos conceitos acima
enunciados, e que também , são para mim im-
portantes , para um preliminar entendimen-
to e esclarecimento sobre Educação a Distân-
cia, são eles :
• Separação física entre professor e aluno, que
distingue do ensino presencial;
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças da Silva Lima
Belém, ano 4, nº 1, p. 61-77, set, 2003
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• Influência da organização educacional (pla-
nejamento, sistematização, plano, projeto,
organização dirigida etc), que a diferencia
da educação individual ;
• Utilização de meios técnicos de comunica-
ção, usualmente impressos, para unir o pro-
fessor ao aluno e transmitir os conteúdos
educativos;
• Previsão de uma comunicação de mão du-
pla, pois o estudante se beneficia de um di-
álogo, e da possibilidade de iniciativas de
dupla via;
• Possibilidade de encontros ocasionais com
propósitos didáticos e de socialização; e
• Participação de uma forma industrializada
de educação, a qual, se aceita, contém o
gérmen de uma radical distinção dos ou-
tros modos de desenvolvimento da função
educacional.
 BORDENAVE (1986) , assumindo uma
forma descritiva, prefere conceituar Educação a
Distância como uma proposta organizada do pro-
cesso ensino-aprendizagem na qual estudantes
de diversas idades e antecedentes, estudam em
grupo ou individualmente, em casa, locais de tra-
balho ou em qualquer outro ambiente, usando ma-
teriais auto-instrutivos produzidos em um cen-
tro docente, distribuídos através de diversos
meios de comunicação regular com os professo-
res do centro docente.
Ante aos conceitos acima citados, ado-
tamos o de BODERNAVE (1986), por estar
mais voltado para a concepção de Educação
a Distância que eu trabalho, onde o desafio
é uma constante para nós educadores, haja
vista termos que enfrentar as competências
exigidas pela tecnologia da informática, e
por todas que estão a nossa volta, a TV, o
vídeo, a telefonia celular, os novos proces-
sos de editoração, enfim, a telemática, uma
vez que , os conceitos de aprendizagem tra-
balhados a partir da ótica piagetiana e das
contribuições de Paulo Freire e Vygotsky, no
campo social e humano, imprimiram um
novo rumo às ações desenvolvidas como mei-
os de se repensar as formas do indivíduo
aprender a aprender.
2.2 - Pensar Educação a Distância2.2 - Pensar Educação a Distância2.2 - Pensar Educação a Distância2.2 - Pensar Educação a Distância2.2 - Pensar Educação a Distância
Pensar Educação a Distância de forma
situada, pressupõe ter como ponto de parti-
da a nossa realidade social, com suas con-
tradições e desigualdades, é também pensar
na população que demanda uma formação e
qualificação condizente com o momento pre-
sente, condição indispensável para o exer-
cício da cidadania.
Esse esforço reveste-se da necessidade de um
gerenciamento único das ações presenciais e
a distância e, além disso, do envolvimento
de todos os agentes educacionais da insti-
tuição, sejam estes administradores, docen-
tes ou técnicos que apoiam pedagogicamen-
te ou administrativamente o processo edu-
cacional . (GONÇALVES, 1998, 8)
Esse envolvimento exige, também, o
aprender a lidar com um novo paradigma: Edu-
cação a Distância. Nesse tipo de ensino, não
há espaço para aulas - o espaço é para a tuto-
ria; os materiais “levam” o conteúdo ao aluno,
pois no ensino a distância, o aluno tem que mo-
vimentar-se para construir a própria apren-
dizagem - não podendo mais supor que a apren-
dizagem só acontece a partir de uma aula dada,
na qual , por meio do ensino presencial, fomos
levados a acreditar que só podíamos aprender
se um professor se dispusesse a nos dar aulas,
isto é, se alguém nos explicasse e desenvolves-
se, em sala de aula ou mesmo fora dela, os con-
teúdos a serem aprendidos. E, como alunos, es-
perávamos que um docente nos ensinasse por
acreditarmos que só a partir desse processo te-
ríamos condições de aprender.
Dentro da especificidade do Ensino a Dis-
tância, as coisas acontecem de um modo dife-
rente : espera-se e criam-se condições para que
o aluno perceba que com os materiais adequa-
dos e orientações precisas ele pode, e deve, cons-
truir a própria aprendizagem de forma autôno-
ma e independente . A experiência tem demons-
trado que isso não só é possível, como tem pro-
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças da Silva Lima
vocado reflexos positivos em alunos que depois
de terem vivenciado o Ensino a Distância, pas-
sam a participar de situações presenciais de
ensino, uma vez que, não concebemos a Educa-
ção a Distância, entendida como oposição à con-
tínua e permanente supervisão dos professores
presentes com seus estudantes na sala de aula,
sem deixar,contudo, de manter um plano, um
acompanhamento e uma avaliação institucional.
Esse tipo de consideração, hoje arcaico, tem o
vício de considerar a Educação a Distância como
sendo uma ampliação da sala de aula ou uma
solução para falta de professores, negando en-
tão, todas es experiências que vêm sendo de-
senvolvidas, a nível de Educação a Distância, e
que serão abordadas neste trabalho.
Vale ressaltar que, a Educação a Distân-
cia é uma inovação educativa, mas já existe há
pelo menos 150 anos no mundo e é utilizada
com grande repercussão em dezenas de paí-
ses: os Estados Unidos, França, Alemanha, In-
glaterra, Espanha, Costa Rica, Venezuela, Co-
lômbia, Moçambique, Angola, Nigéria, Zaire,
Filipinas, Nova Zelândia, Austrália, Japão,
China e muitos outros, segundo NUNES
(1992,b). A distância é o grande desafio, mas
não é jamais a fronteira final da educação.
Aquele que trabalha e não tem horários com-
patíveis com os horários escolares, aquele que
tem dificuldades físicas de locomoção, aquele
que quer criar seu próprio programa de estu-
do poderá receber na Educação a Distância a
saída viável para as suas demandas, buscando
inovações que sirvam ao progresso da huma-
nidade, visto que trata o aluno como sujeito
de sua história e da história de sua sociedade.
Passaremos então, a situar a Educação a
Distância, através de uma visão histórica con-
cebida por vários teóricos que tratam desta
modalidade de ensino.
2 3 -2 3 -2 3 -2 3 -2 3 - Visão histórica e sua Visão histórica e sua Visão histórica e sua Visão histórica e sua Visão histórica e sua utilização no Brasil utilização no Brasil utilização no Brasil utilização no Brasil utilização no Brasil
Aqui pretendemos discorrer sobre as ex-
periências que vêm sendo desenvolvidas atra-
vés da Educação a Distância, visando a expli-
car o que é Educação a Distância.
O processo de aquisição do conhecimen-
to, em nossos dias, vem adquirindo uma di-
nâmica progressivamente acelerada. O tem-
po para a sedimentação e reflexão é cada vez
mais curto. Por isso, os processos pedagógi-
cos, nos ambientes escolares tornam-se cada
vez menos ensino e mais aprendizagem: tan-
to alunos quanto docentes vêm aprendendo a
trabalhar com informações, em mútua
complementação, assim, segundo FREIRE
(1998, 52) “ensinar não é transmitir conheci-
mento, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou a sua construção”.
Dessa constatação, resultam conse-
qüências decisivas para a evolução dos proces-
sos educativos no futuro: a tendência para a
individualização do conhecimento como moti-
vação para o auto-aprendizado permanente, a
possibilidade de cooperação na busca de co-
nhecimento novo e a importância do suporte
tecnológico para o acesso à informação. Ao
combinar esses elementos, inicia-se a concep-
ção de um novo modo de educar que vem sen-
do denominado Educação a Distância. Trata-
se de uma inovação educativa que tem como
objetivo maior gerar condições de acesso à edu-
cação para todos aqueles que, por um motivo
ou outro, não estejam sendo atendidos satis-
fatoriamente pelos meios tradicionais de en-
sino. Ainda mais, o avanço tecnológico cons-
tante aliado às transformações cada vez mais
rápidas em todas as esferas da vida humana,
obriga-nos a uma busca contínua de novas
metodologias, capacitações para aprendiza-
gem de novas técnicas e procedimentos, para
sobrevivermos com autonomia e liberdade
neste mundo contemporâneo.
“A Educação a Distância não surgiu no
vácuo” , afirma KEEGAN (1991,11), ela tem
uma história de experimentações, sucessos e
fracassos. Sua origem recente, deixado de lado
as cartas de Platão e das epístolas de São Pau-
lo, está nas experiências de educação por cor-
respondência iniciadas no final do século
XVIII com largo desenvolvimento a partir de
meados do século XIX, chegando aos dias de
hoje quando passa a utilizar multimeios que
vão desde os impressos a simuladores on-line,
Belém, ano 4, nº 1, p. 61-77, set, 2003
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças da Silva Lima
em redes de computadores, avançando em di-
reção da comunicação instantânea de dados
voz-imagem via satélite ou por cabos de fibra
ótica, com aplicação de formas de grande
interação entre o aluno e o centro produtor,
quer utilizando-se de inteligência artificial-IA,
ou mesmo de comunicação instantânea com
professores e monitores.
Do início do século XX, até a Segunda
Guerra Mundial, várias experiências foram
adotadas, desenvolvendo-se melhor as
metodologias aplicadas ao ensino por corres-
pondência que, depois, foram fortemente in-
fluenciadas pela introdução de novos meios
de comunicação de massa, principalmente o
rádio, dando origem a projetos muito impor-
tantes para zona rural.
A necessidade de capacitação rápida de
recrutas norte-americanos durante a II Guer-
ra Mundial faz aparecerem novos métodos,
entre eles se destacam as experiências de F.
Keller (1993) para o ensino da recepção do
Código Morse, que logo foram utilizados, em
tempos de paz, para integração social dos
atingidos pela guerra e para o desenvolvi-
mento de capacidades laborais novas nas po-
pulações que migraram em grande quantida-
de do campo para as cidades da Europa em
reconstrução.
“No Brasil, desde a fundação do Institu-
to Rádio-Monitor, em 1939, e depois do Insti-
tuto Universal Brasileiro, 1941, várias expe-
riências foram iniciadas e levadas a termo com
relativo sucesso” CASTRO (1979, 18). Entre-
tanto, em nossa cultura chama a atenção um
traço constante nessa área: descontinuidade
dos projetos, em especial os governamentais.
Entre as primeiras experiências de mai-
or destaque encontramos certamente, a cria-
ção do Movimento de Educação de Base-MEB,
cuja preocupação central era alfabetizar e
apoiar os primeiros passos da educação de mi-
lhares de jovens e adultos através das “esco-
las radiofônicas”, principalmente nas regiões
Norte e Nordeste do Brasil. Desde seus pri-
meiros momentos , o MEB distinguiu-se pela
utilização do rádio e montagem de uma pers-
pectiva de sistema articulada de ensino com
as classes populares. Porém, a repressão po-
lítica que se seguiu ao golpe de 1964 desman-
telou o projeto inicial, fazendo com que a pro-
posta e os ideais de educação popular, de mas-
sa, daquela instituição fossem abandonados.
Mas o verdadeiro salto dá-se a partir de me-
ados dos anos 60 com a institucionalização de
várias ações nos campos da educação secun-
dária e superior, começando pela Europa
(França e Inglaterra) e se expandindo aos de-
mais continentes.
Walter Perry e Greville Rumble (1987,4)
citam as experiências que mais se destaca-
ram. Em nível do secundário: Hermods-NKI
Skolen, , , , , na Suécia; Rádio ECCA, na Ilhas
Canárias; Air Correspondence High School,
na Coréia do Sul; Schools of the Air, na Aus-
trália; Telesecundária, no México; e National
Extension College, no Reino Unido. Em ní-
vel universitário: Open University, no Reino
Unido; FernUniversity, na Alemanha; Indira
Gandhi National Open University, na India;
Universidade Estatal a Distância, na Costa
Rica. As quais podemos acrescentar a Univer-
sidade Nacional Aberta, da Venezeula; Uni-
versidade Nacional de Educação a Distância,
da Espanha; o Sistema de Educação a Distân-
cia, da Colômbia; a Universidade de
Atabasca, no Canadá; a niversidade para To-
dos os Homens e as 28 universidades locais
por televisão na China Popular.
Atualmente mais de 80 países nos cinco
continentes, adotam a Educação a Distância
em todos os níveis de ensino, em sistemas for-
mais e não-formais de ensino, atendendo a
milhões de estudantes. A Educação a Distân-
cia tem sido largamente usada para
capacitação e aperfeiçoamento de professo-
res em serviço, como é o caso do México,
Tanzânia, Nigéria, Angola e Moçambique. Pro-
gramas não-formais de ensino têm sido utili-
zados também, em largaescalas para adultos
nas áreas de saúde, agricultura e previdên-
cia social, tanto pela iniciativa privada como
pela governamental.
Belém, ano 4, nº 1, p. 61-77, set, 2003
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
Maria das Graças da Silva Lima
Hoje é crescente o número de instituições
e empresas que desenvolvem programas de
capacitação e atualização de recursos humanos
através da modalidade da Educação a Distân-
cia. Na Alemanha , em que pese reclamações
empresariais com respeito ao alto custo da mão-
de-obra, o elevado índice de produtividade do
trabalho está relacionado diretamente aos in-
vestimentos em treinamento e atualizações. No
resto da Europa, de forma acelerada se investe
em Educação a Distância para o treinamento
de pessoal na área financeira, representando
um investimento na maior produtividade e na
redução de custos, como aponta NUNES (1992
a). Nos Estados Unidos, nos programas do go-
verno (desde 1993), ganha destaque o investi-
mento em formação e treinamento de pessoal,
o que irá certamente gerar significativo impul-
so à Educação a Distância naquele país. É mui-
to utilizado no Canadá devido a grandes dis-
tâncias e longos invernos
No quadro da próxima página, é demons-
trado, como a metodologia da Educação a Dis-
tância, aplicada ao ensino superior, já vem sen-
do utilizada em países, desenvolvidos com
grande sucesso, dentre os quais podemos ci-
tar a Espanha, a Inglaterra e o Canadá, que
há aproximadamente, 30 anos vêm utilizando
essa metodologia.
 Apesar de certas divergências pontuais,
começa-se a chegar a um conjunto relativamen-
te homogêneo de características que acabam
por conceituar a Educação a Distância e dar-
lhe uma dimensão prática adaptada aos dias
atuais e às demandas por universalização de
processos de ensino.
É importante observar que a Educação a
Distância não pode ser vista como substitutiva
da educação convencional, presencial. São
duas modalidades do mesmo processo. A Edu-
cação a Distância não concorre com a educa-
ção convencional, tendo em vista que não é
este seu objetivo, nem poderá ser.
Se a Educação a Distância apresenta
como característica básica a separação física
e, principalmente, temporal entre os proces-
sos de ensino e aprendizagem, isto significa
não somente uma qualidade específica dessa
modalidade, mas, essencialmente, um desafio
a ser vencido, promovendo-se de forma com-
binada, o avanço na utilização de processos in-
dustrializados e cooperativos na produção de
materiais com a conquista de novos espaços
de socialização do processo educativo.
Esta modalidade de ensino não pode ser
encarada como uma panacéia para todos os
males da educação brasileira. Há um esforço
muito grande dos educadores e pesquisado-
res da educação em mostrar que os proble-
mas da educação brasileira não se concentram
somente no interior do sistema educacional,
mas antes de tudo, refletem uma situação de
desigualdade e polaridade social, produto de
um sistema econômico e político perverso e
desequilibrado.
 “Certamente que a educação, nas suas
mais diversas modalidades, não tem con-
dições de sanear nossos múltiplos proble-
mas nem satisfazer nossas mais variadas
necessidades. Ela não salva a sociedade,
porém, ao lado de outras instâncias soci-
ais, ela tem um papel fundamental no pro-
cesso de distanciamento da incultura, da
acriticidade e na construção de um proces-
so civilizatório mais digno do que vivemos”
LUCKESI (1989,10 ).
Nesse sentido, a Educação a Distân-
cia pode contribuir de forma significativa
para o desenvolvimento educacional de um
país, notadamente de uma sociedade com
características brasileiras e dimensões con-
tinentais, cujo sistema educacional não con-
segue desenvolver as múltiplas ações que a
cidadania requer.
A Educação a Distância não substitui a
educação presencial; dá-lhes outros parceiros;
abre-lhes novos horizontes. Tampouco substi-
tui o professor, valoriza-o em suas capacida-
des, motivando-o a trabalhar de forma coope-
rada com outras habilidades e especializações.
Amplia seu magistério, trazendo novas expe-
riências de vida para compartilhar.
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Conceituação e Historicidade.
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Ao contrário do que muitos dizem, a
Educação a Distância não cria a separação
entre alunos e professor. Ela busca reduzir
ou eliminar as distâncias que a vida criou,
mas não se intimida com elas, nem lhes é sub-
missa. A primeira atitude diferente na Edu-
cação a Distância, está no tempo em que são
produzidos os processos históricos básicos da
construção educativa. O processo ensino é
algo que envolve muitos saberes e técnicas,
dá-se antes de iniciar-se o curso, busca redu-
zir as dificuldades dos alunos, procura pla-
nejar as atividades que serão desenvolvidas.
A tutoria prepara os materiais didáticos,
apoiando-se nos melhores e mais adaptados
meios de comunicação.
Concernente ao Brasil, sua evolução his-
tórica, como no mundo, é marcada pelo
surgimento e disseminação dos meios de co-
municação.
Vivemos a etapa do ensino por corres-
pondência; passamos pela transmissão
radiofônica e, depois, televisiva; utilizamos a
informática até os atuais processos de utiliza-
ção conjugada de meios - a telemática e a
multimídia.
A utilização de novas tecnologias propi-
cia a ampliação e a diversificação dos progra-
mas, permitindo a interação quase presencial
entre professores e alunos. Mas, seja qual for
a tecnologia adotada, a EAD (Educação a Dis-
tância) terá que ter, sempre, uma finalidade
educativa, que é mais abrangente que a
escolarizável.
Considera-se como marco inicial a cria-
ção, por Roquete Pinto, entre 1922 e 1925,da
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com um pla-
no sistemático de utilização educacional da ra-
diodifusão como forma de ampliar o acesso à
educação. A emissora foi doada ao Ministério
da Educação e Saúde, em 1936. O Serviço de
Radiodifusão Educativa do Ministério da Edu-
cação foi criado em 1937. Algumas ações foram
desenvolvidas ministrando aulas pelo rádio.
A partir da década de 60 é que se encon-
tram registros, alguns sem avaliação, de pro-
gramas de EAD. Começou então a ação siste-
matizada do Governo Federal nesta área. Em
1965, começou a funcionar uma Comissão para
Estudos e Planejamento da Radiodifusão
Educativa, que culminou com a criação do Pro-
grama Nacional de Teleducação (PRONTEL ),
em 1972. . . . . O objetivo do PRONTEL era inte-
grar, em âmbito nacional, as atividades didá-
ticas e educativas através do rádio, da TV e
de outros meios, de forma articulada com a Po-
lítica Nacional de Educação. Este órgão foi
substituído, anos depois, pela Secretaria de
Aplicação Tecnológica (Seat), que foi extinta.
De 1966 a 1974, foram instaladas nove
emissoras de televisão educativa: a TV Uni-
versitária de Pernambuco; a TV Educativa do
Rio de Janeiro; a TV Cultura de São Paulo; a
TV Educativa do Amazonas; a TV Educativa
do Maranhão; a TV Universitária do Rio Gran-
de do Norte; a TV Educativa do Espírito San-
to e a TV Educativa do Rio Grande do Sul. Em
1983, veio juntar-se uma décima emissora, no
Mato Grosso do Sul.
Entre muitos projetos, alguns lamen-
tavelmente sem registro, selecionei alguns
que pontuam a trajetória da teleducação no
Brasil.
• A Marinha utiliza ensino por correspondên-
cia desde 1939.
• O Exército oferece curso por correspondên-
cia, para preparação de oficiais para admis-
são à Escola do Comando do Estado Maior, e
o Centro de Estudos de pessoal (CEP) de-
senvolve cursos de atualização, utilizando
material impresso e, alguns, multimídia.
• Instituto Universal Brasileiro, sediado em
São Paulo com filiais no Rio de Janeiro e
Brasília, como entidade de ensino livre, ofe-
rece cursos por correspondência.Foi funda-
do em outubro de 1941 e pode ser considera-
do como um dos primeiros em nosso país.
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Conceituação e Historicidade.
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Conceituação e Historicidade.
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• Informações Objetivas Publicações Jurídicas
(IOB), com sede em São Paulo, desenvolve
em todo país, através do ensino por corres-
pondência, desde a década de 70, um progra-
ma destinado a pessoas que estão na força
de trabalho, com predominância em ocupa-
ções de área técnica e de serviços.
• Projeto Minerva, transmitido pela Rádio
MEC, com apoio de material impresso, per-
mitiu a milhares de pessoas realizarem seus
estudos básicos.
•Sistema Avançado de Comunicação
Interdisciplinares (Projeto Saci) foi concebi-
do e operacionalizado, em caráter experi-
mental, de 1967 a 1974, por iniciativa do Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Tinha como objetivo estabelecer um sistema
nacional de teleducação com uso do satélite.
• Experimento Educacional do Rio Grande do
Norte (Exern) constituía-se de dois projetos:
um destinado a alunos das três primeiras sé-
ries do ensino fundamental e o outro
direcionado para o treinamento de profes-
sores. Utilizavam rádio e/ ou televisão.
Outro produto importante derivado do
Saci foi a implantação de um curso de
Tecnologia Educacional. O objetivo maior do
Projeto Saci - um satélite doméstico para uso
educacional - foi abandonado. Em sua primei-
ra versão, de 1968, o projeto discutia as vanta-
gens de um satélite de alta potência que
alocaria três canais de TV para fins educativos
. Isto permitiria atingir escolas em todo o país,
com programas de rádio e televisão e materi-
al impresso. A programação seria voltada para
as quatro primeiras séries do ensino funda-
mental e para a habilitação de leigos.
Além da idéia de usar rádio e televisão
através do satélite; o projeto oferecia a utiliza-
ção de mecanismos constantes de “feedbak” aos
alunos, através de textos de instrução progra-
mada e um sistema de correção de testes por
computador. O projeto propunha-se desenvol-
ver um experimento de utilização ampla dos
meios de comunicação de massa para fins
educativos. A partir de 1975, o Inep retirou-se e
o projeto foi absorvido pelo Estado do Rio Gran-
de do Norte. Em 1976, o projeto piloto foi encer-
rado, tendo como saldo: 35 minutos de comuni-
cação via satélite, em 1975; 1.241 programas de
rádio e igual número pela televisão; instalação
de recepção em 510 escolas de 71 municípios do
Rio Grande do Norte, das quais 10 receberam o
sinal diretamente do satélite e cerca de 200 re-
ceberam via estação de superfície, transmitin-
do o sinal do satélite próximo a elas.
• Sistema de Televisão educativa (TVE) do
Maranhão teve início em 1969 e até hoje ofe-
rece, em recepção organizada, com apoio de
orientadores de aprendizagem, estudos de
5ª a 8ª séries do ensino fundamental, utili-
zando programas de televisão e material im-
presso, que permitem aprofundar os conteú-
dos trabalhados e realizar pesquisas.
A recepção organizada ocorre em escolas
da rede oficial e é administrado pelo Centro
Regional de Televisão Educativa do Nordeste.
Em 1995 foram atendidos 41.573 alunos,
em 1.104 telessalas, na capital e em mais 32
municípios do Maranhão.
• A TVE do Ceará teve início em 1974. Desen-
volve o programa Tele-Ensino para alunos
de 5ª a 8ª série, principalmente no interior
do estado. A TVE do Ceará presta serviços
às Secretarias Estadual e Municipais de Edu-
cação, mediante convênio. Produz e veicula
os programas de televisão e elabora o mate-
rial impresso. Compete às Secretarias a ces-
são das salas de aulas, os professores, os equi-
pamentos e as respectiva manutenção, a re-
produção e distribuição do material impres-
so, a supervisão. Enfim, todos os aspectos ad-
ministrativos, logísticos e pedagógicos da
utilização.
Em 1995, o sistema de televisão
educativa do Ceará atendeu 195.559 alunos de
5ª a 8ª série, em 7.322 telessalas, localizadas
em 161 municípios.
• A Telescola da Fundação Padre Anchieta, de
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Conceituação e Historicidade.
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São Paulo, produziu e veiculou, durante mui-
tos anos, programas de apoio a alunos e pro-
fessores das últimas séries do ensino de 1º grau.
• Centro Brasileiro de Televisão Educativa
Gilson Amado, a partir de 1990 denominado
Fundação Roquete-Pinto, teve papel de des-
taque na história da EAD no Brasil. Seu cri-
ador , Gilson Amado, foi um pioneiro na uti-
lização da televisão no processo educativo.
• As séries João da Silva e Conquista, em for-
ma de novela didática, o primeiro destinado
a jovens e adultos das primeiras séries e, o
segundo, a jovens e adultos das séries finais
do ensino fundamental, foram concebidas e
produzidas pelo Centro Brasileiro de Tele-
visão Educativa (Sinred). Além dos progra-
mas televisivos, os alunos eram apoiados por
materiais impressos.
Essas duas séries, a primeira premiada
no Japão, foram precursoras de muitas outras
por ele concebidas, produzidas e veiculadas
pela TVE, Canal 2, do Rio de Janeiro. Muitos
desses programas integraram a grade de pro-
gramação de várias televisões educativas que
compõem o Sinred.
• A Rádio MEC, da Fundação Roquete-Pinto,
tem uma história de décadas de apoio à edu-
cação, através de inúmeros programas por
ela concebidos, produzidos e veiculados.
• Serviço Nacional de Aprendizagem Comer-
cial (SENAC) iniciou suas atividades na EAD
em 1976, com a criação de um Sistema Naci-
onal de Teleducação . Desde 1976 a 1988 fo-
ram oferecidos cerca de 40 cursos, utilizan-
do material instrucional. Em 1991 o SENAC,
após avaliação, promoveu uma
reestruturação geral do seu programa de
EAD. O gerenciamento do sistema, que era
centralizado em seis estados, passou a ser
realizado de Unidades Operacionais de
EAD, em cada Administração Regional. No
Departamento Nacional, foi criado, em 1995,
o Centro Nacional de Ensino a Distância, e
só neste ano o SENAC atendeu cerca de 2
milhões de alunos através da EAD.
• A Associação Brasileira de Tecnologia Edu-
cacional (ABT), desde o início da década de
80, oferece cursos direcionados ao aperfei-
çoamento de recursos humanos utilizando
material instrucional, que permite acompa-
nhamento personalizado, com tutoria. Pas-
saram, atualmente, pelo cursos da ABT, mais
de 30 mil pessoas.
• A Universidade de Brasília (UNB) tem uma
experiência de mais de quinze anos em
EAD através de cursos de extensão, inicia-
da em 1979, oferecendo mais de 20 cursos,
seis dos quais traduzidos da Open
University. Esses cursos foram utilizados
por pessoas de todos os estados. Muitos
deles tiveram, além de alunos regularmen-
te inscritos, um número muito grande de
participantes, uma vez que alguns fascícu-
los foram veiculados por jornais de várias
capitais e pela revista editada pela UNB.
Mais de 50 mil pessoas inscreveram-se
formalmente nos cursos a distância da UNB,
aproximadamente até 1983. O Programa de
Ensino a Distância da UNB transformou-se na
Coordenadoria de Educação a Distância, em
1985, ligada ao Decanato de Extensão, e, mais
tarde, em 1989, no Centro de Educação Aberta
Continuada a Distância (CEAD). No primeiro
período, foram produzidos quatro cursos, en-
tre os quais o primeiro volume da série O Di-
reito achado na rua, que já caminha par a 5ª
edição, com cerca de 12 mil exemplares vendi-
dos. Em breve esta série contará com o tercei-
ro volume, intitulado Introdução crítica ao Di-
reito Agrário.
No período do CEAD, foram produzidos
dez cursos, entre eles, a primeira experiência
em software, em 1992. Atualmente, o CEAD
conta com um grupo de especialistas nessa
área, que já utilizam recursos de multimídiae
estão produzindo cursos em CD-ROM.
O CEAD tem se destacado em ações que
visam à consolidação da Educação a Distân-
cia no Brasil. Em 1989, por iniciativa do
CEAD, representantes de várias universida-
des públicas, reunidas em Brasília, lançaram
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a Rede Brasileira de Educação Superior a
Distância, Em 1994, em parceria com a
UNESCO e o Instituto Nacional de Educação
a Distância (INED), criaram o Fórum De Edu-
cação a Distância do Distrito Federal e, nes-
se mesmo ano, ainda com o INED lançaram a
Revista Educação a Distância - INED. Em
1995, organizaram a 1ª Conferência Interna-
cional de Educação a Distância (CREAD), em
1995, no Distrito Federal.
• A Fundação Padre Landell de Moura
(GS) desenvolveu expressiva programa-
ção educativa utilizando rádio e televi-
são, interiorizando as oportunidades
educacionais.
• Instituto de Radiodifusão Educativa da
Bahia (IRDEB) ocupa lugar de destaque na
história da teleducação brasileira. Conce-
beu, produziu e veiculou inúmeros progra-
mas de rádio e televisão educativos.
Várias rádios e televisões universitári-
as têm produzido e veiculado programas
educativos.
• Alfabetização por TV - MOBRAL . O Movi-
mento Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL), hoje chamado Fundação EDU-
CAR, após realizar estudos conjuntamente
com a FCBTVE e PRONTEL, resolveu uti-
lizar, em caráter experimental, os recursos
da TVE para um Projeto de Alfabetização
Funcional, dentro de uma perspectiva de
sistema de multimeios.
Os 60 programas de TV preparados ti-
nham o formato de teleaula dramatizada, com
duração de 20 minutos cada um e eram apoi-
ados por materiais impresso. A utilização des-
tes programas, iniciadas em 1979, era feita
em recepção organizada, controlada ou livre
e abrangia as capitais de todos os estados bra-
sileiros e suas periferias.
• A Fundação Roberto Marinho (FRM) vem de-
senvolvendo vários programas. Inicialmente,
o Telecurso do 2º Grau e o Supletivo de 1º Grau
(televisão e material impresso adquirido em
bancas de jornal) prepararam milhares de alu-
nos para os exames supletivos. Os programas
eram transmitidos em recepção livre.
Nos últimos anos, a FRM produziu vá-
rias séries educativas, dentre elas: Menino
quem foi seu mestre ?, Educação para o Trân-
sito e Educação para a Saúde são alguns
exemplos. Esses programas foram transmiti-
dos pela TV Globo e pela TVE, Canal 2, do
Rio de Janeiro, o que permitiu que integras-
sem a rede de programação de várias emis-
soras brasileiras de televisão educativa.
Ultimamente, a FRM concebeu e produ-
ziu a série Telecurso 2000, para 1º e 2º Graus,
em convênio com a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (FIESP), SENAI e
SESI de São Paulo. Esta série, além da parte
de educação geral, oferece cursos
profissionalizantes. O primeiro curso ofere-
cido foi o de Mecânica.
O Telecurso 2000 é composto de 1.140
programas televisivos. Com apoio às ativi-
dades de estudo individual ou em grupo, os
alunos têm à sua disposição, nas bancas de
jornais e revistas, os livros das disciplinas
de 1º e 2º graus e do curso de mecânica. Ou-
tros cursos profissionalizantes serão produ-
zidos pela FRM.
Tal como foi idealizado, o Telecurso 2000
pode ser acompanhado individualmente, com
auxílio dos programas e dos livros, ou em re-
cepção organizada em telessalas, onde gru-
pos de alunos se reúnem para assistir às au-
las pela televisão ou com auxílio do
videocassete, com o apoio de orientadores de
aprendizagem.
Os departamentos regionais do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI) e Serviço Nacional da Indústria
(SESI), os sindicatos, as empresas e associa-
ções comunitárias estão participando da fase
de utilização, cedendo espaço para a organi-
zação das telessalas. O Telecurso 2000 está
atendendo milhares de jovens e adultos.
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Conceituação e Historicidade.
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A FRM desenvolve ainda um projeto
com as Secretarias de Educação para forma-
ção de videotecas, com apoio da Fundação
Banco do Brasil.
• Centro Educacional de Niterói iniciou suas
atividades utilizando a EAD em 1979. Ofe-
rece vários cursos, utilizando módulos
instrucionais com tutoria e momentos
presenciais, através de convênios com Se-
cretarias de Educação e empresas. Em 1995,
atendeu cerca de 20 mil pessoas, abrangen-
do: cursos de 1º e 2º graus, para jovens e adul-
tos; qualificação de técnicos em transações
imobiliárias; o Projeto Crescer, de
complementação pedagógica e atualização
de professores de 1º grau. Outros cursos nas
áreas de secretariado, contabilidade e da se-
gurança de trabalho estão sendo produzidos.
• Colégio Anglo-Americano, com sede no Rio
de Janeiro, vem desenvolvendo desde o fi-
nal da década de 70, em 28 países, cursos
por correspondência, com tutoria, em nível
de 1º e 2º graus, para brasileiros que resi-
dem, temporariamente, fora do país.
• Centro Federal de Educação Tecnológica
(CEFET), do Rio de Janeiro está desenvol-
vendo, numa iniciativa conjunta com a Se-
cretaria de Educação Média e Tecnológica
do MEC, um curso de especialização didáti-
ca aplicada à educação tecnológica. Utilizan-
do a modalidade de EAD, através de estudo
individualizado, possibilita ao professor
cursista o acesso a alguns referenciais teó-
rico-práticos indispensáveis à fundamenta-
ção do repensar de sua prática docente di-
ante dos avanços científicos-tecnológicos. A
tutoria é centralizada no CEFET do Rio de
Janeiro. O objetivo é contribuir para a
melhoria da qualidade do ensino técnico na
escolas técnicas federais e CEFETS e para
a ampliação da oferta de cursos de pós-gra-
duação lato sensu.
• SENAI do Rio de Janeiro, a partir de 1993,
criou o Centro de Educação a Distância. Uti-
lizando material impresso com alguns mo-
mentos presenciais, deu início às suas ati-
vidades com os cursos de Noções Básicas de
Qualidade Total e Elaboração de Material
Didático Impresso, atendendo. Até agora,
mais de 16 mil pessoas.
O SENAI do Rio de Janeiro atende a inú-
meras empresas localizadas em quase todos
os estados , ministrando os dois cursos a dis-
tância. A partir de junho de 1997, começou a
ministrar cursos a distância para empresas,
na Argentina e Venezuela.
• A Multirio, empresa de multimeios da Pre-
feitura do Rio de Janeiro, embora tenha ini-
ciado suas atividades em1995, já faz parte da
história da EAD no Brasil, pelo trabalho que
vem realizando, dirigido a alunos e profes-
sores de 5ª a 8ª série do sistema municipal
de ensino. Além dos programas televisivos
que concebe e produz, elabora material im-
presso de apoio. A utilização pedagógica nas
escolas da rede é da responsabilidade da
Secretaria Municipal do Rio de Janeiro.
• A AERONÁUTICA está implantando a a a a a Uni-
versidade da Força Aérea, utilizando pro-
grama de EAD para atualização de oficiais.
• Projeto LOGOS II, visto o elevado número
de professores não titulados das redes es-
colares estaduais, municipais e particula-
res, que se encontram praticando a docência
nas quatro primeiras séries do 1ª grau, o
Logos II tem por finalidade habilitar estes
professores que tenham cursado escola en-
tre a 4ª e a 8ª série do primeiro grau.
Para encerrar esse breve histórico da
EAD, merecem destaque dois programas que,
a meu ver, constituem-se em conquistas
institucionais e marcos referenciais da nossa
história de Educação a Distância. São eles:
Um salto para o futuro e TV Escola.
Um salto para o futuro é um programa
concebido, produzido e veiculado pela Funda-
ção Roquete-Pinto, destinado à atualização de
professores. É utilizado, ainda, como apoio aos
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cursos de formação de professores que irão atu-
ar nas primeiras séries do ensino fundamen-
tal. O programa utiliza multimeios (material
impresso, rádio, televisão, fax e telefone). Ao
programa televisivo, com duração de uma
hora, integra-se um boletim impresso, que tem
o objetivo de aprofundar os conteúdos traba-
lhados no programa.
Por sua estrutura e pela utilização do
satélite, o programa tem momentos
interativos que permitem aos professores
cursistas, reunidos em telepostos, formular
questões ou apresentar suas experiências ao
vivo ou via telefone e fax, à equipe de pro-
fessores- especialistas presentes nos estú-
dios da TVE do Rio de Janeiro - , que as res-
pondem ou comentam. Desde sua fase inici-
al, realizada no período de agosto a dezem-
bro de 1991, o programa é permanentemen-
te avaliado em nível nacional. A partir de
setembro de 1995, passou a integrar a grade
de programação da TV Escola. Além disto,
Um salto para o futuro , pela sua abrangência
e resultados, foi o estimulador de mudanças
de mentalidade e de desenvolvimento de
ações concretas, que abriram novas perspec-
tivas para a EAD no país.
Assim é que, o governo brasileiro, atra-
vés do MEC e do Ministério das Comunica-
ções (MC), tomou, a partir de 1993, as primei-
ras medidas concretas para a formulação de
uma política nacional de EAD, para a cria-
ção, através do Decreto nº 1.237, de 06 de se-
tembro de 1994, do Sistema Nacional de Edu-
cação a Distância, além de muitas outras.
O ano de 1995 marca também, o lança-
mento da TV Escola, programa concebido e
coordenado pelo MEC, em âmbito nacional.
Seu objetivo é o aperfeiçoamento e a valori-
zação dos professores da rede pública e a
melhoria da qualidade do ensino, por meio
de um canal de televisão dedicado exclusiva-
mente à educação. O programa foi lançado em
caráter experimental, em 04 de setembro de
1995, operando definitivamente a partir de
04 de março de 1996.
O MEC vem repassando recursos do Fun-
do Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) às Secretarias de Educação para aqui-
sição do kit. Mais de 46 mil escolas foram be-
neficiadas em 1996.
Em 19 de março de 1996, a Resolução nº
26 criou o Plano de Complementação e Expan-
são do Programa de Apoio Tecnológico à Esco-
la, contemplando com equipamento adicional
as escolas localizadas nas Regiões Norte , Nor-
deste e Centro-Oeste, exceto o Distrito Fede-
ral, e nos municípios onde existe escola muni-
cipal ou estadual com mais de 100 alunos.
Em 28 de novembro de 1996, foi criado
o Comitê Nacional de Apoio à TV Escola, cons-
tituindo-se uma instância de intermediação
entre o planejamento e a execução.
As experiências brasileiras, não-gover-
namentais e privadas, são muitas e represen-
tam, nas últimas décadas, a mobilização de
grandes contigentes de técnicos e recursos fi-
nanceiros nada desprezíveis. Contudo, seus
resultados não foram ainda suficientes para
gerar um processo de irreversibilidade na
aceitação governamental e social da modali-
dade de Educação a Distância no Brasil. Os
principais motivos ditos são a
descontinuidade de projetos, a falta de me-
mória administrativa pública brasileira e cer-
to receio em adotar procedimentos rigorosos
e científicos de avaliação dos programas.
3.3.3.3.3. Considerações Considerações Considerações Considerações Considerações fffffinaisinaisinaisinaisinais
A Educação a Distância é uma realidade
que já está entre nós desde o século XIX, e com
a chegada de novos meios de receber e enviar
informações podemos considerá-la mais pró-
xima de nós. Cabe então aqui, a importância
de estabelecermos a diferença entre Ensino a
Distância e Educação a Distância; enquanto o
primeiro vem ligado à atividades de treina-
mento, adestramento, instrução, o segundo
refere-se à prática educativa e ao processo
ensino - aprendizagem que impulsiona o alu-
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:
Conceituação e Historicidade.
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no a aprender a aprender, a saber a pensar,
criar, inovar, construir seu conhecimento, par-
ticipar ativamente de seu próprio crescimen-
to; é fazer com que o aluno possa ter o livre
arbítrio de escolher as informações que lhe
servem e que possam ser utilizadas para o
percurso que ele escolheu, por isso a educa-
ção exige de todos nós novas posturas diante
de novos paradigmas na educação.
Podemos lembrar, também, que a quan-
tidade de informações aumenta a cada dia, daí
o desafio da Educação a Distância, em seleci-
onar as informações necessárias para cada in-
divíduo, a combinar as novas tecnologias con-
vencionais, modernas que possibilitem o es-
tudo individual ou em grupo nos locais de tra-
balho ou em casa ou em lugares pré-defini-
dos, através de métodos de orientação e tuto-
ria a distância, contando com atividades
presenciais específicas como avaliação, semi-
nários e grupos de estudo é o que caracteriza
a Educação a Distância.
É como afirma LITWIN (2001, p.13) “O
desenvolvimento da modalidade a distância
nos últimos anos serviu para implementar os
projetos educacionais mais diversos”, e isso é
possível devido à flexibilidade que caracteri-
za todos os programas, visto que, as propostas
de implementação aos programas de Educa-
ção a Distância não se adéquam a um modelo
rígido, mas a partir de retroalimentação pro-
movida pelas avaliações parciais dos projetos,
pois as propostas de Educação a Distância ca-
racterizam-se, dentre outros aspectos, pela
utilização de uma multiplicidades de recursos
pedagógicos tendo como objetivo precípuo fa-
cilitar a construção do conhecimento.
Enfim, o que buscamos para o ensino bra-
sileiro, ao acatar essa modalidade de educa-
ção - A Educação a Distância, é a necessidade
de expandir quantitativamente a facilidade
de acesso ao ensino, com qualidade.
Presencial ou não, por televisão, Rádio, ma-
terial impresso, computador ou qualquer
meio novo que surgir, com tutor, ou sem tu-
tor, moderador, facilitador ou orientador, em
ambientes de ensino formais ou aproveitan-
do o que a sociedade dispõe e oferece, a Edu-
cação a Distância é uma alternativa de edu-
cação que está merecendo atenção especial
de toda a sociedade, incluindo você leitor e
quem sabe, um resistente em conhecer mais
uma possível forma de ensinar e aprender.
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