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Modernidade como Ruptura A modernidade como ruptura diz respeito a destruição criativa, quer do tipo pacifico, quer do tipo revolucionário, traumático e autoritário. A ideia de modernidade para o autor é um mito – noção de ruptura tem o poder de persuasão diante das evidencias do que ocorre e do que não ocorre. A ruptura é radical nos setores da arte e da literatura, do planeamento urbano, na organização industrial e política, ou dos deslocamentos nesses fatores que se concentram em alguns locais e se expandem mundo a fora. Haussmann em Paris Ele coagiu a cidade a assumir a modernidade. A indústria manufatureira estava dispersa e organizada de forma artesanal. Então ele abre o caminho para um maquinário e para industrias modernos. Pequenas lojas em ruas estreitas, tortuosas ou em galerias se tornaram imensas lojas tomando conta dos bulevares. Saíram o utopismo e o romantismo e vieram o gerencialismo prático e o socialismo cientifico. Em 1848 foi consolidado o novo sem o velho. Porém, fome, miséria, republicanos e socialistas dispostos a enfrentar a monarquia. Greves, manifestações de rua, haviam sido contidos em 1840, mas retornaram em 1848, em busca da liberdade – que era imaginada como o corpo de uma mulher. Em 1830, Thiers não conseguiu estabilizar o regime como monarquia constitucional no estilo britânico. Surgiram mais movimentos revolucionários, onde faziam parte estudantes, trabalhadores e burgueses insatisfeitos. O rei e a rainha, então, fugiram disfarçados, para a Inglaterra como Sr. e Sra. Smith. Veio um governo provisório. Muitas pessoas invadiram o Palácio de Versalhes saqueados todos os objetos, queimando muitos outros. A cidade havia sido tomada pelo povo. E nesse meio tempo, Haussmann era o subprefeito de Blaye. Foram realizadas novas eleições, onde muitos votaram na direita, muitos na esquerda e alguns socialistas notáveis foram eleitos. Formaram-se clubes políticos, associações de trabalhadores – ‘Parlamento dos Trabalhadores’. Oficinas nacionais foram criadas para oferecer trabalho e salario para trabalhadores. A economia ia de mal a pior com grandes dividas. E o governo, com a direita em maioria, encerrou suas atividades em junho. Louis Cavaignac assumiu o comando do exército, colocando fim às barricadas. Luís Napoleão, ainda oficialmente exilado havia sido eleito em junho para uma cadeira na assembleia. Foi reeleito em setembro e assumiu o posto. Criou uma nova constituição nos modelos americanos. Na assembleia haviam poucos bonapartistas, a monarquia conservadora prevalecia. A presidência era limitada a quatro ano e Napoleão se recusou a estendê- la, até o golpe de 2 de dezembro de 1851, aboliu o sufrágio universal e restituiu a censura na imprensa. Autoritarismo e despotismo constituíam esse novo governo, já que as experiências com um governo democrático e republicano haviam fracassado. Haussmann com simpatias bonapartistas assumiu a prefeitura em janeiro de 1849 em Van e depois em Auxenne. Em 1 de dezembro de 1851 foi transferido para a região fronteiriça com a Itália e depois para sua região preferida, Bordeaux. Em 1853 assumiu Paris e recebeu um esboço do imperador com planos para reconstruir o sistema viário de Paris. O imperador havia o instituído a evitar linhas retas, e como não tinha interesse na distribuição de agua corrente, não pediu muita atenção, mas Haussmann ignorou suas ordens – o que revelou egoísmo e vaidade. Ele criou um mito – que sobrevive até hoje – de que ele e o imperador não tinha ligação alguma em pensamentos ou praticas do pensamento imediato. E além de criar o mito inovador, ajudava a garantir a ideia de que não havia alternativa para o autoritarismo benevolente no Império, e que, como as propostas e os planos socialistas, republicanos e democráticos eram impraticáveis não mereciam consideração. Hittorff, foi um dos principais arquitetos, junto a Baltard, na transformação de Paris, sendo o primeiro, o elaborador de um plano para avenidas da cidade, onde Haussmann triplicou a escala do projeto, e o segundo, o criador dos projetos híbridos ‘grandes guarda-chuvas de ferro’. Para os artistas – poetas, literários, pintores, escultores – o moderno era entendido como efêmero, eterno e imutável. Os artistas haviam perdido sua influência. Paris era descrita como imenso teatro, por toda parte alegria, ganho, vitalidade, a certeza do pão de amanhã. Baudelaire vê a humanidade em ruina, onde seu caráter absoluto foi revertido para o cumulo do horror e seu destino estava dado. Para Marx, 1848 foi um divisor de águas intelectual e político.
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