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ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO - AET Prof. Roberta Couto Análise Ergonômica do Trabalho 2 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO � Nasce em 1949 com Suzanne Pacaud, a análise da atividade em situação real, resgatada em 1955 por Obrendame & Faverge como análise do trabalho. � Estes autores preconizavam que o projeto de um posto de trabalho deveria ser precedido por um estudo etnográfico da atividade e mostravam o distanciamento entre as suposições iniciais e as análises finais. A proposta veio a ser formalizada somente em 1966 por Alain Wisner já como Análise Ergonômica do Trabalho (AET). 3 ATUAÇÃO METODOLÓGICA DA AÇÃO ERGONÔMICA � Na Europa um conceito novo, a Intervenção ergonômica, hoje expressão corrente nos EUA, Japão, França, Alemanha, Canadá, Suécia, Brasil e etc. � As mudanças de paradigmas econômicos, no limiar dos anos 80, ampliaram este quadro fazendo brotar duas novas considerações que dão à ergonomia seu formato atual da Ação Ergonômica. 4 ATUAÇÃO METODOLÓGICA DA AÇÃO ERGONÔMICA � A primeira delas nos Estados Unidos e Países Nórdicos, preconiza que os projetos de melhoria ergonômica são mais bem sucedidos numa perspectiva maior e inseridas na estratégia organizacional, e que foi chamada a partir de 1990 de Macroergonomia (Brown Jr.,1990). 5 INTERVENÇÃO ERGONÔMICA � O conceito de intervenção ergonômica inicialmente desenvolvido pela escola francesa de Ergonomia (Wisner, 1974, Duraffourg et al. 1977; Guérin et al. 1991) é hoje uma forma internacional de atuação do profissional que trabalha com a ergonomia. 6 INTERVENÇÃO ERGONÔMICA Segundo Laville (1997, p. I-2) a metodologia geral da ergonomia comporta: a. Um diagnóstico baseado na: � análise das características sociais, técnicas, organizacionais e econômicas da situação de trabalho analisada; � análise da atividade real dos operadores e do quadro temporal no qual ela se efetua; � a medida das características dos meios de trabalho e do meio ambiente físico no qual o mesmo se realiza; � a medida das características antropométricas, fisiológicas e psicológicas dos operadores em atividade. 7 INTERVENÇÃO ERGONÔMICA b. Um projeto construído a partir: �do diagnóstico; �dos dados recolhidos sobre a situação de trabalho; �dos dados existentes na literatura. c. Uma verificação dos efeitos das modificações resultantes. 8 POSTO DE TRABALHO � Posto é uma palavra oriunda da linguagem militar; � Indica um local onde alguém é colocado para realizar uma determinada tarefa ou função; � Normalmente, o posto de trabalho é uma localização situada dentro de um sistema de produção; � O posto de trabalho corresponde, então, a um papel definido, que comporta instruções e procedimentos (o que fazer, quando fazer e como fazer) e meios (onde fazer, com que fazer), a ser ocupado por um determinado sujeito. 9 ÁNALISE DO POSTO DE TRABALHO ABORDAGEM TRADICIONAL � Baseia-se no estudo dos movimentos corporais do ser humano, necessários para executar uma tarefa, e na medida do tempo gasto em cada um desses movimentos; � A sequência dos movimentos necessários para executar a tarefa é baseada em uma série de princípios de economia de movimentos, sendo que o melhor método é escolhido pelo critério do menor tempo gasto; � O desenvolvimento do melhor método é feito geralmente em laboratório de engenharia de métodos, onde os diversos dispositivos, materiais e ferramentas, são colocados em posições mais convenientes, baseados em critérios empíricos e em experiências pessoais dos próprios analistas de métodos. 10 ÁNALISE DO POSTO DE TRABALHO ABORDAGEM ERGONÔMICA � Delimitar o objeto de estudo a um aspecto da situação de trabalho: decomposição em um sistema humano-tarefa; � Abordagem globalizante que impõe uma recomposição da situação de trabalho; � Este processo de decomposição / recomposição é a base da metodologia proposta. 11 ÁNALISE ERGONÔMICA DO TRABALHO EXIGE � Conhecimentos sobre o comportamento do ser humano em atividade de trabalho; � Discussão dos objetivos do estudo com o conjunto das pessoas envolvidas; � Aceitação das pessoas que ocupam o posto a ser analisado; � Esclarecimento das responsabilidades. 12 ÁNALISE ERGONÔMICA DO TRABALHO O estudo ergonômico do posto de trabalho comporta três fases: � Análise da demanda: é a definição do problema a ser estudado, a partir do ponto de vista dos diversos atores sociais envolvidos; � Análise da tarefa: análise das condições ambientais, técnicas e organizacionais de trabalho; � Análise das atividades: análise dos comportamentos do ser humano no trabalho (gestuais, informacionais, regulatórios e cognitivos). 13 INTERVENÇÃO ERGONÔMICA - ETAPAS Referências bibliográficas sobre o homem em atividades de trabalho Síntese Ergonômica do Trabalho Análise da demanda: definição do problema Dados Hipóteses Análise da tarefa: análise das condições de trabalho Dados Hipóteses Análise das atividades: análise dos comportamentos do homem no trabalho Dados Hipóteses Caderno de encargos de recomendações ergonômicas Diagnóstico: modelo operativo da situação de trabalho Análise Ergonômica do Trabalho Situação de Trabalho 14 LEVANTAMENTO DE DADOS Consiste na pesquisa de variáveis relacionadas as atividades desenvolvidas pelo ser humano, na realização de uma determinada tarefa; � Os dados obtidos podem ser subdivididos em duas categorias: � os específicos da fase estudada � os relacionados as fases precedentes 15 HIPÓTESE DE PESQUISA EM ERGONOMIA � Podem ser formuladas a partir da análise da demanda; � Ao nível global da situação de trabalho; � Ao nível das componentes do sistema humano-tarefa considerado; � De fato, elas orientam o planejamento da AET. 16 FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES � Hipóteses preliminares; � Hipóteses relativas a análise da tarefa; � Hipótese relativas a análise das atividades. 17 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO � Tempo disponível para a realização da pesquisa; � Complexidade do problema formulado; � Atender as exigências formuladas na demanda. 18 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO � É o ponto de partida de toda análise ergonômica do trabalho; � Permite delimitar o (s) problema (s) a ser abordado em uma análise ergonômica; � Permite a definição de um contrato e delimitação da intervenção (prazos, custos, acesso às diversas áreas da empresa, informações e pessoas); � Permite a definição de um plano de intervenção. 19 DEMANDA � A análise da demanda é a fase preliminar onde o analista de ergonomia confronta os conhecimentos sobre a situação concreta de trabalho com aqueles que possui sobre o homem em atividade. � Desta confrontação surge um certo número de hipóteses explicativas para a carga de trabalho, as quais, irão orientar o prosseguimento do estudo. Cada fase da análise estas hipóteses irão sendo refinadas e aprofundadas, na media que o estudo avança. 20 ORIGENS DA DEMANDA � Da direção da empresa (geralmente explícitas e de grande complexidade); � Dos trabalhadores (geralmente implícitas e relacionadas especificamente ao posto de trabalho); � Das organizações sindicais; � Dos órgãos ou instituições fiscalizadoras. 21 TIPOS DE DEMANDA � Recomendações ergonômicas para um novo posto; � Resolução de problemas ergonômicos em postos de trabalho já implantados e/ou em funcionamento; � Identificação de novas condicionantes, a partir de mudanças organizacionais ou implantação de novas tecnologias. 22 DEMANDA � Demanda explicitamente formulada; � Demanda implicitamente formulada. A formulação da demanda: � Tempo para a realizar o estudo; � Custo de sua realização; � Custo preliminar das modificações; � Problemáticainicial (referência). A delimitação da demanda: 23 FONTES E MEIOS SOBRE A DEMANDA � Consulta aos diversos atores sociais; � Consulta às diversas áreas da empresa; � Consulta aos diversos documentos; � Visita a situação de trabalho; � Visitas complementares. 24 A CONSTRUÇÃO DA INTERVENÇÃO ERGONÔMICA � Dados, hipóteses e interpretações sobre a demanda; � O encaminhamento da intervenção ergonômica; � O contrato de intervenção ergonômica. 25 A PROPOSIÇÃO DA INTERVENÇÃO ERGONÔMICA � Apresentação da metodologia, dos objetivos, dos resultados esperados da intervenção à quem formulou a demanda; � Apresentação dos objetivos da intervenção, meios de análise e tipo de dados que serão coletados aos trabalhadores cuja atividades serão analisadas; � Apresentação dos resultados obtidos, em curso e após a análise, à todos os atores sociais envolvidos pela intervenção. 26 TRABALHO EM DUPLA – 2 pontos Discuta com o seu colega os seguintes pontos: 1.1 Quais os principais tipos de demanda por Analise Ergonômica do trabalho na realidade das empresas? 1.2 Como podemos empregar a analise ergonômica do Trabalho para contribuir num projeto de modernização tecnológica ou organizacional?. 27 PRÓXIMA AULA �ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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