Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO CINÉTICO FUNCIONAL AULA 03: Sinais e sintomas clínicos e funcionais Tema de Aula • Identificação e avaliação de sinais e sintomas clínicos e funcionais • Avaliação e Evolução de sinais flogísticos e quadro álgico ( Escala Analógica Visual da Dor) • Sinais Vitais Objetivos da Aula • Avaliar os sinais flogísticos • Diferenciar os tipos de dor e avaliar quadro álgico • Avaliar os sinais vitais • Relacionar os sinais e sintomas clínicos com as disfunções somáticas Sinais e Sintomas • O que são sinais? • alterações no metabolismo, no aspecto de uma pessoa, em sua conformação física, que podem ser indicadoras de adoecimento e podem ser percebidas ou medidas pelo profissional de saúde • O que são sintomas? • Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um indício de doença Caracterização dos Sinais e Sintomas • Princípios ou componentes: Cronologia Localização Corporal Qualidade Quantidade Circunstâncias Fatores Agravantes ou atenuantes Manifestações Associadas FÁCIES SINAIS ICTERÍCIA ALOPÉCIA FEBRE SEDE SINTOMAS DOR FOME ALTERAÇÃO DO PALADAR ASTENIA Sinais Flogísticos • São os sinais e sintomas característicos da reação inflamatória diante de um trauma tissular ou celular • O corpo desencadeará uma resposta imunológica a inflamação mediante: Dor Calor Rubor Edema Perda da função A inflamação ou flogose • Resposta do organismo a um agente agressor, caracterizado pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício • Local e inespecífica, atuando sob diversos fatores • Mecanismo de ação é sempre o mesmo • O flogógeno (agente inflamatório) age sobre os tecidos induzindo a liberação de mediadores químicos vasoativos, promovendo vasodilatação e aumento da permeabilidade, com a saída de plasma e células para o tecido lesionado Interpretação dos sinais flogísticos RUBOR – Com a hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo), ocorre o primeiro sinal flogístico, caracterizado pela vermelhidão CALOR - Como o fluxo sanguíneo aumenta e o sangue contém certa temperatura, acontece o ↑ da temperatura local EDEMA - O aumento da permeabilidade e do fluxo sanguíneo, consiste na saída de plasma para o interstício ocasionando o edema DOR – o edema vai comprimir as terminações nervosas, juntamente com a prostaglandina , ocasionando a DOR PERDA DA FUNÇÃO- a inflamação pode ocasionar o impedimento da função fisiológica do local lesionado Os Sinais Vitais • Orientam o diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico • Importantes na elaboração dos planos terapêuticos • Importantes para avaliar efetividade dos programas • Valores normais são específicos por indivíduos • Considerar: – Médias – Cultura e etnia – Importância de avaliações seriadas Sinais Vitais • Pressão Arterial (PA) • Freqüência Cardíaca (FC) • Freqüência Respiratória (FR) • Temperatura Corporal (Tº) • Dor Constituem indicadores de saúde geral ou estado fisiológico PORTO, 2005 I. Pressão Arterial • Força que o sangue exerce contra a parede do vaso • Sistólica: contração ventricular • Diastólica: relaxamento ventricular Equipamentos de verificação da PA • Estetoscópio • Esfigmomanômetro (manguito, pêra e manômetro) • PS! Manguito de tamanho adequado - cobrir 2/3 da parte superior do braço ou da perna e circular todo o membro Verificação da Pressão Arterial • Menor tempo possível • Artéria braquial = local mais comum • Posição dos braços SONS DE KOROTKOFF • Pressão sistólica - primeiro som de percussão, claro, débil e rítmico , que ↑ em intensidade - Período que o sangue flui através da artéria (fase 1) • Pressão diastólica - quando os sons desaparecem (fase 5) Classificação da Pressão Arterial IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial Adultos acima de 18 anos Pressão sistólica Pressão diastólica Classificação < 130 <85 Normal 131-139 86-89 Normal limítrofe 140-159 90-99 Hipertensão leve 1 160-179 100-109 Hipertensão moderada 2 = ou > 180 > 110 Hipertensão grave 3 II. Freqüência Cardíaca (Pulso) • Pode ser mensurada, de forma manual, em qualquer lugar do corpo onde pode ser detectada a pulsação arterial • Pulso: ciclo de expansão e relaxamento das artérias do corpo Pontos de Aferição do Pulso Temporal - superior e lateral ao canto externo do olho Braquial - Face medial da cavidade antecubital (PA) Femoral - Região inguinal - Parada cardíaca e circulação do MI Pedal - Face dorsal do pé - circulação do MI Carotídea - abaixo do lobo da orelha, em cada lado do pescoço - Parada cardíaca e fluxo sanguíneo para o cérebro Radial - face radial do punho na base do polegar Poplítea - atrás do joelho - circulação dos MMII E PA Parâmetros de Pulso • Recém-nascido → 120 a 140 bpm • Lactente → 100 a 120bpm • Segunda infância e adolescência → 80 a 100 bpm • Adulto → 60 a 100 bpm A freqüência do pulso ↓ com a idade até a vida adulta III. Respiração • A respiração constitui uma das funções vitais do organismo • O controle compreende a verificação da freqüência e outras características como ritmo e profundidade III. Respiração • INSPIRAÇÃO: – Contração dos músculos intercostais e diafragmáticos • Diafragma desce • Costelas se elevam • Esterno => para cima e para fora • EXPIRAÇÃO – Passivo – Músculos relaxam Parâmetros de Avaliação Frequência Número de respirações por minuto • Contar as inspirações ou as expirações, e não ambas Profundidade Quantidade (volume) de ar trocado em cada respiração • Avaliada pela observação dos movimentos torácicos • VC normal do adulto de 500 ml • Geralmente descrita como superficial e profunda Parâmetros de Avaliação Ritmo • Refere-se a regularidade das inspirações e expirações • É descrito como regular ou irregular Idade • Recém-nascidos → 40 a 45 rpm • Lactentes → 25 a 35 rpm • Pré-escolares → 20 a 35 rpm • Escolares → 18 a 35 rpm • Adultos → 14 a 20 rpm • Controle voluntário cortical e involuntário – Normal – eupneia – Respiração superficial rápida – taquipnéia – Respiração profunda rápida – hiperpnéia – Respiração lenta – bradpnéia – Ausência de respiração - Apnéia Respiração IV. Temperatura Equilíbrio entre calor produzido ou adquirido pelo corpo e quantidade perdida Apesar das mudanças no ambiente externo, a temperatura corporal permanece relativamente constante SISTEMA REGULADOR Manter temperatura corporal interna relativamente constante Coordenar produção de calor e processos de perda Temperatura corporal Quando aumentada • Ajuda o corpo a combater doença ou infecção • Pirexia → aumento da temperatura corporal normal (febre) • Hiperpirexia e hipertermia → febre extremamente alta (↑ 41,1ºC) Temperatura corporal Quando reduzida • Exposição ao frio extremo → ↓ a taxa metabólica e temperatura corporal baixa (hipotermia) • A função do centro termorregulador fica comprometida quando a temperatura cai abaixo de 34,4ºC e perdida abaixo de 29,4ºC Locais de verificação e Valores Normais • Axilar → 35,5ºC a 37ºC (média 36ºC - 36,5ºC) • Oral → 36 a 37,4ºC • Retal → 36 a 37,5ºC (0,5ºC maior que axilar) • Membrana Timpânica 36,2º a 37,8º C Considerações: • Variação no decorrer do dia (fatores ambientais) • Variável durante o tempo de vida (↓ com a idade) Dor • Desagradável experiência sensoriale emocional associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse SOCIEDADE INTERNACIONAL PARA O ESTUDO DA DOR (IASP), 2002 • Manifestação subjetiva, que envolve mecanismos físicos psíquicos e culturais • Dor passa a ser reconhecida como quinto sinal vital JOINT COMISSION ON ACREDITATION ON HEALTHCARE ORGANIZATIONS, 2000 INTENSIDADE • leve • moderada • intensa FREQUÊNCIA • episódica • esporádica - acontece com períodos sem dor • contínua - manifesta sem interrupção NATUREZA • orgânica - quando a causa física é determinada e diagnosticada • Psicogênica - quando está ligada à psique do indivíduo Características Semiológicas da Dor •ETIOLOGIA traumatismos (golpes ou pancadas, fraturas, cortes acidentais), queimaduras, irritação da pele por produtos químicos, cirurgias, artrites •DURAÇAO rápida / lenta •LOCALIZAÇÃO localizada / difusa •QUALIDADE queimação / pontada / fisgada / constritiva / contínua / provocada / membro fantasma Características Semiológicas da Dor Tipos de Dor • Dor superficial - superfície corporal • Dor profunda - músculos, tendões, articulações e fáscias • Dor visceral- conformidade com a víscera • Dor referida – dor visceral na superfície corporal • Dor irradiada - distante de sua origem Dor Músculoesquelética Dores ósseas e sinoviais • encontradas em patologias reumáticas Dores cápsulo-ligamentares • transmitidas por terminações nervosas livres no caso de trações ou torções Dores musculares • dor que aumenta com a contração muscular TIPO DE DOR ESTRUTURA Cãimbra, indistinta, contínua Músculo Aguda, em tiro Raiz nervosa Aguda, viva, como relâmpago Nervo Profunda, importuna, indistinta Osso Nítida, intensa, intolerável Fratura Latejante, difusa Vascular Fontes de Dor 1) DOR CUTÂNEA – inclui estruturas somáticas superficiais situadas na pele e tecido subcutâneo • Bem localizada – aponta-se a área dolorida • A sensibilidade cutânea pode ocorrer com dor somática profunda e referida 2) DOR SOMÁTICA - emocional, músculo-esquelética ou visceral. Rotulada de acordo com a origem como: Somática profunda Somatovisceral Somatoemocional ou psicossomática Avaliação da Dor • Escala Numérica - permite quantificar a intensidade da dor usando números - geralmente possui 11 pontos (0 a 10), 0 representa nenhuma dor e o ponto 10 a pior dor possível • Escala Visual Analógica (EVA) - Consiste em uma linha reta de 10 cm, ancorada pelos termos sem dor e pior dor _____________________________________ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 sem dor média dor pior dor McGill Pain Questionnaire (MPQ) • O MPQ é uma escala multidimensional que avalia a experiência dolorosa nas dimensões: • Sensorial • Afetiva • Avaliativa • A escala é baseada em palavras que os pacientes selecionam para descrever sua dor Questionário de McGILL 1. Vacilante Vibrante Pulsátil Latejante Triturante Lancinante 2. Galopante Dardejante Relampejante 3. Irritante Maçante Perfurante Em punhalada Lancinante 4. Aguda Cortante Lacerante 5. Beliscão Compressiva Torturante Em Cólica Esmagante 1 a 10 - experiência dolorosa 11 a 15 - qualidade emocionais 16 - intensidade global subjetiva 17 a 20 - outros 6. Tipo tração Tipo puxão Tipo repelão 7. Quente Em queimação Escaldante 8. Formigamento Pruriginosa Ardida Tipo Picada 9. Imprecisa Irritante Dolorimento Intensa 10. Sensível Tipo tensão Áspera Estalante 15. Infeliz Ofuscante 12. Nauseabunda Sufocante 13. Medonha Horrenda Terrificante 14. Punitiva Rigorosa Cruel Viciosa Mortífera 18. Tensa Dormente Esmagante Desgastante 11. Cansativa Exaustiva 16. Pertubadora Incômoda Miserável Intensa Insuportável 17. Difusa Irradiada Penetrante Perfurante 19. Fria Refrescante Congelante 20. Maçante Nauseante Agonizante Espantosa Torturante ÍNDICE DE CLASSIFICAÇÃO DA DOR = SOMA DOS ESCORES DE CADA CATEGORIA Interpretação do Questionário São 4 grupos grandes e divididos em 20 grupos menores: • 10 grupos de 42 palavras relacionadas às sensações físicas • 5 grupos de 14 palavras relacionadas da parte afetiva • 1 grupo de 5 palavras que fala da dor de uma forma geral • 4 grupos de 17 palavras chamado de miscelânea • Os valores são somados e no final tem-se dois resultados: Índice de dor (nota final da dor) Número de descritores (quantos grupos foram marcados) Avaliação da Dor • Pedir para apontar o local exatamente • Há pontos gatilhos? – Áreas localizadas de muita irritabilidade dentro dos tecidos; dolorosos à compressão; poder dar origem a dor referida – Dor referida: dor sentida em outro local que não o tecido lesado • Localização inespecífica • Local referido é suprido pelo mesmo segmento neural Avaliação da Dor • Quais movimentos causam dor? • Com a interrupção da atividade, a dor continua a mesma? • Quanto tempo demora para voltar ao normal? • Há outros fatores agravantes? • O que alivia a dor? Metâmeros Disfunção Somática METAMERIA Segmentação Crânio Caudal • Superposição no sentido longitudinal de segmentos semelhantes • Cada segmento é um metâmero METÂMEROS Dermátono Angiótomo MiótomoEsclerótomo Viscerótomo LESÃO METAMÉRICA • Presença evidente de cadeia neuromuscular perturbadora, unida à combinação facilitação/inibição muscular, possivelmente ligado a disfunção somática vertebral crônica responsável por efeitos a distância • Presença de dores referidas ligamentares ou musculares, mantidas por disfunção somática LESÃO METAMÉRICA • Todos os casos em que os sintomas referidos em diferentes partes do metâmero estejam ligados a um mesmo metâmero, indicam nível vertebral em disfunção DISFUNÇÃO SOMÁTICA • Termo aprovado pela profissão osteopática como substituto para denominações como lesão osteopática • Função prejudicada ou alterada dos componentes relacionados com o soma (corpo): sistema esquelético, articulações e estruturas miofascial , vascular , linfático e elementos neurais DISFUNÇÃO SOMÁTICA • Nem todas as lesões somáticas são disfunções somáticas • Fraturas, entorses, processos degenerativos e inflamatórios não são disfunções somáticas, mas podem desencadeá-las CARACTERÍSTICA DA DISFUNÇÃO SOMÁTICA Ausência tridimensional ou restrição da mobilidade de um elemento conjuntivo qualquer, quase sempre dolorosa, em um ou vários parâmetros fisiológicos do movimento CORRELAÇÃO COM A ZONA DE DOR • A zona dolorida muito raramente é o nível do problema mecânico • Toda restrição de mobilidade produz hipermobilidade compensadora / reacional a uma fixação articular localizada acima ou abaixo da região que apresenta o sintoma • Produção de inflamações articulares e ou teciduais próximos
Compartilhar