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Guia compacto do processo penal conforme a teoria dos jogos
Será que comparar algo tão sério envolvendo aplicação do direito para que se tenha justiça com uma simples teoria do jogo, faz sentido? Afinal o jogo é somente levado à sorte, estratégia e a justiça é algo sociologicamente, hermeneuticamente aplicado, algo complexo?
Conforme Rosa, “(...) o mundo é complexo. A tentativa de simplificar pode obter parcial sucesso, mas é insuficiente (...) A singularidade do mundo e de suas formas destrói a simplificação. Sem outro meio de pensar – falta imaginação à maioria – abraça-se ao platonismo e o mundo do direito se desloca do mundo da vida.”
O mundo processual penal é muito estratégico, ambos os sujeitos sentem a necessidade de apenas se satisfazerem, dos seus interesses próprios e únicos serem satisfeitos, se aproximando cada vez mais as teorias apresentadas num tabuleiro de jogo. Alguns jogos, os jogadores devem pensar em conjunto, o interesse deve ser coletivo para que se tenha um bom resultado, caso esse coletivo sofra algum abalo, o resultado não será satisfatório para todos; essa realidade também podemos encontrar aos montes no processo penal.
Diferentemente de um jogo de xadrez, onde as regras são compartilhadas e serão as mesmas em qualquer lugar do mundo, o processo penal é variável de acordo com a unidade jurisdicional. “No processo penal o déficit normativo torna o jogo mais complexo, dado que antes do jogo, para que se possa ter êxito, é preciso conhecer o julgador da partida. Saber quais as regras irá aplicar/desconsiderar.” Se compararmos o processo penal não com um jogo, mas com uma guerra, onde se fazem necessários estudos minuciosos e estratégias de todos os tipos, o processo terá a tendência de ficar intenso e dependerá de escolhas antecedentes analisadas, de acordo com as características daquele local, sujeito, etc. 
Impossível falarmos de processo penal, sua aplicação, garantias, princípios e não mencionar a contribuição e influencia da Constituição Federal, mesmo sendo um documento único, é o resultado de diversos horizontes, tornando-se assim um resultado histórico, algo garantidor para um tempo em que não se procuravam igualdade entre esfera privada e pública.
Transformar as decisões dos tribunais – súmulas – como proverbio jurídicos, diminuem o esforço cognitivo e valorizam o conforto jurisdicional, pois segundo SAUSEN, não é porque a situação narrada numa imputação seja parecida com uma anterior que o resultado seja igual.
Alguns pontos do processo penal merecem e devem acompanhar a evolução da sociedade e do cenário que são aplicados, como nos casos da presunção da inocência, muitas vezes é atrelada ao pensamento inquisitório, alguns entendimentos não acompanharam a evolução do processo penal, com seus princípios, garantias e aplicações. Outros exemplos de situações que merecem ser transformadas, como por exemplo, a aplicação dos entendimentos jurisprudências das súmulas, as questões que norteiam a prisão cautelar, o sistema acusatório, o uso de algemas, etc.
No jogo do processo penal, é impossível uma mesma tática servir para todos os sujeitos e todos os casos, uma vez que é necessário preparo especifico para cada tipo de ato processual, ter o conhecimento necessário para se traçar uma estratégia e ver ao final o resultado se não o pretendido, algo muito próximo. Devemos manter esta mentalidade de que o processo penal jamais será o mesmo em todos os atos, princípios e aplicações, pois a informação nunca é completa, como por exemplo, nos casos em que o sujeito se prepara para as perguntas em uma audiência, se ele não se preparar o mínimo que seja não obterá êxito, pois não esteve preparado e nesses casos a sorte não influenciará, ele deverá conhecer as regas do jogo, o interesse dos envolvidos (nem que seja mínimo) e já estar com a estratégia traçada para aplica-la na hora em que for oportuna. 
“As palavras não possuem um sentido dado em si mesmo e ganham sentido justamente no contexto em que são aplicadas, no tempo e espaço, dentro do circulo hermenêutico em que são invocadas e, no nosso caso, do processo penal singular, ou seja, nesse e não noutro processo penal (...)” 
Vale ressaltar que um jogador sem preparação e treinamento, o acontecer processual se torna uma incógnita, pois se parte da incerteza de um evento singular, irrepetível, cujo julgamento demanda uma narrativa retrospectiva, na qual o imaginário e a realidade são construídos em face das coordenadas simbólicas das normas do jogo.
Assim como num jogo, no processo penal, os sujeitos devem ter habilidade, inteligência, pensamento associativo, harmonia, e imprescindível a capacidade de improvisar, ter o lado cooperador, afinal às vezes a melhor estratégia é a do conjunto, de trabalhar em grupo, e não o interesse individual.

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