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DIREITO CIVIL Professor: Mario Godoy Tema: Bens 1. Bens imóveis e móveis. Os bens imóveis se subdividem em três categorias: a) Imóveis por natureza. Correspondem ao solo e tudo que se incorporar naturalmente a ele (p. ex., árvores e frutos pendentes); b) Imóveis por acessão artificial. Traduzem-se nas construções e edificações que o homem incorpora ao solo, sendo de observar que os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele mesmo se reempregarem, não perdem o caráter de imóveis (CC, art. 81, II); c) Imóveis por definição legal. Aqui se compreendem os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem como o direito à sucessão aberta (CC, art. 80) Já os bens móveis são aqueles suscetíveis de movimento próprio (= semoventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (CC, art. 82). Outrossim, consideram-se móveis para os efeitos legais os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, os direitos patrimoniais de caráter patrimonial e respectivas ações, e as energias que tenham valor econômico (CC, art. 83). 2. Bens fungíveis e infungíveis. Têm-se por fungíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade (p. ex., duas dúzias de laranjas), ao passo que infungíveis são os bens que não comportam substituição (p. ex., uma obra de arte). 3. Bens consumíveis e inconsumíveis. Art. 86 do CC. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância (p. ex., gêneros alimentícios), sendo também considerados tais os destinados à alienação (p. ex., um relógio na vitrine de uma loja). 4. Bens divisíveis e indivisíveis. Bens divisíveis são os que se podem partir em porções, desde que: a) não altere a substância; b) não prejudique a utilização; ou c) não acarrete diminuição considerável do valor. Saliente-se que nos termos do art. 88 do CC, os bens naturalmente divisíveis (p. ex., um terreno) podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei (p. ex., o módulo rural, que nos termos do art. 65 do Estatuto da Terra, não comporta a possibilidade de divisão) ou por vontade das partes (p. ex., o condomínio sobre uma área de terra, com cláusula de indivisão temporária). 5. Bens singulares e coletivos. São singulares os bens que, embora reunidos, consideram-se de per si, independentemente dos demais (p. ex., o fascículo de uma coleção). Por sua vez, os bens coletivos são aqueles que se consideram integrados ao agrupamento do qual fazem parte (p. ex., o chocolate de uma caixa sortida, que não pode ser vendido de forma avulsa). Cabe destacar que os agrupamentos, em Direito Civil, traduzem universalidades, que podem ser: a) De fato (art. 90 do CC). Correspondem à pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária (p. ex., um rebanho); b) De direito (art. 91 do CC). Apresentam-se como o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico (p. ex., o patrimônio, a massa falida). 6. Principais e acessórios. O bem se diz principal quando enfocado em sua totalidade, existindo sobre si mesmo, enquanto acessório é o bem que existe em função do principal (p. ex., as rodas em relação ao carro). Trata-se, pois, de uma classificação que leva em conta os bens reciprocamente considerados. Os acessórios se subdividem em: a) Partes integrantes. Compõem a estrutura e a própria essência da coisa principal (p. ex., a bateria de um carro). Por essa razão, entende-se que os acessórios constituídos em partes integrantes acompanham, em regra, o principal; b) Pertenças. São acessórios que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço, ou ao aformoseamento do principal (p. ex., o aparelho de som de um carro). Observe-se que, em consonância com o art. 94 do CC, as pertenças não acompanham, em regra, o principal, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Ainda no campo dos acessórios, incluem-se as benfeitorias, que traduzem obras e acréscimos introduzidos ao bem mediante a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. As benfeitorias se classificam em: a) Necessárias. Destinam-se a conservar o bem (p. ex., o conserto de um vazamento); b) Úteis. São as que aumentam ou facilitam o uso do bem (p. ex., uma garagem); c) Voluptuárias. Quando propiciam lazer ou embelezamento (p. ex., um playground, um jardim).
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