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Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital Autor: Paulo H M Sousa Aula 03 8 de Fevereiro de 2021 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 1 105 Sumário Livro II – Bens ..................................................................................................................................................... 2 1 – Considerações iniciais............................................................................................................................... 2 Capítulo I – Bens considerados em si mesmos .............................................................................................. 3 Capítulo II – Bens reciprocamente considerados .......................................................................................... 9 A. Pertenças ............................................................................................................................................. 10 B. Partes integrantes ............................................................................................................................... 10 1. Frutos .................................................................................................................................................... 10 2. Produtos ............................................................................................................................................... 11 3. Benfeitorias .......................................................................................................................................... 11 C. Acessões ............................................................................................................................................... 11 Capítulo III – Bens públicos .......................................................................................................................... 12 2 – Considerações finais ............................................................................................................................... 14 Questões Comentadas .................................................................................................................................... 15 Lista de Questões ............................................................................................................................................ 86 Gabarito ......................................................................................................................................................... 104 Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 2 105 LIVRO II – BENS 1 – Considerações iniciais Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Na aula de hoje, você verá o tema Bens. De todos os temas da Parte Geral do Código Civil, bens é a melhor aula em termos de custo-benefício. Isso porque há pouquíssimos artigos para serem vistos e uma quantidade enorme de questões. Ou seja, uma maravilha para o concurseiro que quer apostar num tema caidor. No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =) Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui? Bens Boa aula! Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 3 105 Capítulo I – Bens considerados em si mesmos Comum que se use, mesmo no Direito Civil, o conceito de coisa e de bem de maneira equívoca. A doutrina se divide a respeito da distinção técnico-jurídica. Uns estabelecem que bem é gênero, no qual se insere a espécie coisa, específica porque dotada de materialidade. Outros, porém, invertem a classificação, estabelecendo que coisa seria gênero do qual bem seria espécie. Por isso, é difícil afirmar categoricamente que o CC/2002 adotou essa ou aquela postura. A Parte Geral indica a adoção da segunda corrente (coisa como gênero e bem como espécie), mas a Parte Especial, o Direito das Coisas, indica a adoção da primeira corrente (bem como gênero e coisa como espécie). Antes de ver as classificações, é de se lembrar que a categoria das res extra commercium, os dos bens que estão fora do comércio, apesar da revogação do art. 69 do CC/1916, ainda continua vigente, já que o bem precisa, para circular, de apropriabilidade. Eis o art. 69 revogado: São coisas fora de comércio as insuscetíveis de apropriação, e as legalmente inalienáveis. Assim, não estão sujeitas ao comércio, à circulação, os bens insuscetíveis de apropriação. São inapropriáveis os bens por sua própria natureza, como o ar, o mar, o espaço, a luz solar. Os bem legalmente inalienáveis, por sua vez, também são insuscetíveis de apropriação, mas o CC/1916 achou por bem deixar isso mais claro. Atenção com as res nullius lato sensu. Em sentido amplo, as res nullius, as coisas de ninguém, abarcam tanto as res extra commercium quanto as res derelictae, que são as coisas abandonadas, como uma bicicleta ou o lixo, e as res publicae, as coisas públicas. Assim, um peixe em águas internacionais é “coisa de ninguém”. Sendo efetivamente de ninguém, a coisa é apropriável, porque não possui titular (res nullius stricto sensu). Agora, se a “coisa de ninguém” tem um dono, ainda que não aparente ter ou não tenha dono porque não pode ter, ela é inapropriável, como a res extra commercium, a res publicae e a coisa perdida. Novamente, atenção aqui! Res derelictae e coisa perdida apenas parecem a mesma coisa. A res derelictae é apropriável e não enseja aplicação da lei penal; inversamente, a coisa perdida é inapropriável e enseja aplicação da lei penal. Como distinguir uma coisa da outra? Pela intenção do dono de se despojar da coisa, ainda que não exista declaração explícita de vontade. Talvez o exemplo mais evidente seja jogar algo no lixo: res derelictae. Já deixar um objeto sobre a mesa não enseja o mesmo raciocínio, já que parece evidente que a pessoa esqueceu a coisa, exceto se houve manifestação de vontade em contrário. Por fim, inapropriáveis, não por impossibilidade material, mas por vedação jurídica, são os bens juridicamente inalienáveis. O art. 1.911 estabelece claramente que a cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica também (ex vi lege) impenhorabilidade e incomunicabilidade. O STJ (REsp 1.155.547), inclusive, aduz que o inverso não se verifica. A inserção exclusiva de impenhorabilidade e/ou incomunicabilidade não gera a presunção da inalienabilidade, bem como a instituição autônoma de impenhorabilidade não pressupõe a incomunicabilidade e vice-versa. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 4 105 BENS INAPROPRIÁVEIS/FORA DO COMÉRCIO No entanto, quanto à impenhorabilidade voluntária, o CC/2002 estabeleceu grandes restrições em relação ao CC/1916. Nesse sentido, o art. 1.848 estabelece que apenas se houver justa causa, declarada no testamento, pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, de impenhorabilidade e de incomunicabilidade sobre os bens da legítima. A inalienabilidade é excepcional no direito brasileiro, assim como a inapropriabilidade dos bens em geral. A inapropriabilidade é excepcional, e precisa de justificativa jurídica bastante sólida. Daí a inserção de cláusula de inalienabilidade, num bem que materialmente é plenamente circulável, não ser recomendável; um bem sujeito ao trânsito é, por vontade individual de alguém,retirado da circulação, o que prejudica o sistema como um todo. Por outro lado, os demais bens postos fora do comércio também precisam ter justificativa para tanto. O exemplo mais elementar é o do corpo humano, em sua inteireza. Ele é inapropriável por razões de ordem moral (a sacralidade do corpo como princípio) e mesmo bem pragmáticas (evitar a comercialização de cadáveres e partes destacáveis, o que causaria mais problemas criminais, imagina-se). Determinadas partes destacáveis, porém, como o cabelo, podem ser livremente alienadas, sem que isso signifique violação à regra. No entanto, mesmo os bens postos fora do comércio podem a ele voltar, como fica bem evidente com as res derelictae. Abandonada, por ocupação pode ela voltar ao comércio. No mesmo sentido, as res nullius, que inclusive sofrem proteção, muitas vezes internacional, para evitar que as pessoas explorem de maneira inconsequente tais bens (como as críticas que muitos países sofrem contra a pesca excessiva em águas internacionais). Esse é um tema muito relevante para o Direito Ambiental e para o Direito Internacional. Coisa perdida Res extra commercium Bens inalienáveis Bens inapropriáveis pela própria natureza Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 5 105 Feita essa introdução, a classificação dos bens é o ponto mais relevante nas provas, pois a aplicação das regras jurídicas variará em função dessa classificação que se faz. Hora de classificar os bens! 1 – Bens imóveis A noção de bens imóveis está no art. 79 do CC/2002: o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Igualmente, ainda que não sejam, na prática, imóveis, consideram-se imóveis para os efeitos legais outros bens e direitos relativos a imóveis, segundo os arts. 80 e 81: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. III - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; IV - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Cesar Fiúza (Direito Civil, 18ª ed., p. 237) categoriza os bens imóveis em quatro: 1.ª bens imóveis por sua natureza. São o solo e suas adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; 2.ª bens imóveis por acessão física ou artificial. É tudo aquilo que o homem incorpora permanentemente ao solo, como sementes e edifícios; 3.ª bens imóveis por acessão intelectual. É tudo aquilo que se mantém intencionalmente no imóvel para sua exploração, aformoseamento ou comodidade. A categoria dos bens imóveis por acessão intelectual foi retirada do Código, que a substituiu pela categoria das pertenças. 4.ª bens imóveis por força de lei. São aqueles que, por sua própria natureza, não se podem classificar como móveis ou imóveis. Nessa categoria se incluem os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, além do direito à sucessão aberta. Regra Apropriabilidade dos bens Exceção Inapropriabilidade dos bens • Razões jurídicas (corpo humano etc.); • Justificativa na cláusula de inalienabilidade Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 6 105 2 – Bens móveis Já no conceito do art. 82 do CC/2002, são móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Ao lado dos bens móveis por natureza ou essência, existem os bens móveis por antecipação. Os bens móveis por antecipação são aqueles que eram imóveis, mas foram mobilizados por ação humana, como a maçã retirada da árvore ou a soja colhida. O mesmo acontece com a demolição de um imóvel, passando os bens à categoria de móveis (art. 84, visto adiante). Nesses casos, ocorre exatamente o oposto dos bens tornados imóveis por acessão física ou artificial (tijolo, móvel, que se imobiliza). Ademais, ainda que não sejam visivelmente móveis, consideram-se móveis para os efeitos legais (bens móveis por força de lei), segundo os arts. 83 e 84: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. IV - os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; V - os materiais provenientes da demolição de algum prédio. • O solo e tudo o que nele se incorporar • Os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram • O direito à sucessão aberta • As edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local • Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem BENS IMÓVEIS • Os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social • As energias que tenham valor econômico • Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes • Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações • Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis • Os materiais provenientes da demolição de algum prédio BENS MÓVEIS Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 7 105 3 – Bens fungíveis e consumíveis A) Fungíveis e infungíveis Na dicção do art. 85, são fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Infungíveis, portanto, serão aqueles que, ao contrário, possuem peculiaridades próprias que os tornam únicos, insubstituíveis. Atente, pois essa classificação vale somente para os bens móveis, dado que os bens imóveis são, essencialmente, infungíveis, já que não permitem sua substituição por outro de mesma espécie. É infungível por exemplo, um quadro de Picasso, ao passo que uma caneta esferográfica comum é fungível; ou mesmo o dinheiro, claro, é fungível. É infungível um anel da sua avó que significa muito para a família ou um diamante de formato e brilho únicos. Vale mencionar que, a despeito de a infungibilidade ser, de regra, natural (um quadro de Picasso é obviamente infungível, ao passo que uma caneta esferográfica comum BIC é igualmente de maneira óbvia fungível), nada impede que as partes convencionem a infungibilidade de um dado bem. B) Consumíveis e inconsumíveis São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, segundo leciona o art. 86, noção essa bem próxima dos bens não duráveis previstos pelo CDC. Ao lado dessa consuntibilidade fática ou física, o CC/2002 também prevê o caso de consuntibilidade jurídica. Consideram- se consumíveis os bens destinados à alienação. Desse conceito, pode-se perceber que existem duas espécies de bens consumíveis, os consumíveis de fato e os consumíveis de direito. Inconsumíveis faticamente/fisicamente, por consequência, são os bens cuja fruição os mantém hígidos, sem destruição, algo também próximo dos produtos duráveis do CDC. Inconsumíveis juridicamente são os bens inalienáveis. Portanto, curiosamente, um mesmo bem pode ser, ao mesmo tempo, consumível e inconsumível. Será consumível juridicamente um veículo comum, que pode ser alienado, mas inconsumível, faticamente, já que seu uso não importa destruição imediata da própria substância. Contrariamente, será inconsumível juridicamente uma garrafa rara de vinho, clausulada de inalienabilidade, que é consumível faticamente. Novamente, veja que a classificação natural vale somente paraos bens móveis, já que os bens imóveis são, essencialmente, inconsumíveis, já que seu uso não importará em destruição de sua substância. A classificação jurídica, por sua vez, se aplica tanto a bens móveis quanto imóveis. 4 – Bens divisíveis Os bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam, consoante o art. 87. Além disso, os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes (art. 88). Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 8 105 De outro lado, bem indivisível é aquele que perde a identidade ou o valor, quando fracionado. A parte não é capaz de manter as mesmas características do todo. Como um diamante, que perde parte do seu valor se for dividido. Os bens indivisíveis por determinação legal são aqueles que a lei não admite divisão (exemplos são a herança, as servidões, as hipotecas etc.). Assim, classifica-se o cavalo como indivisíveis, já que o pensamos como animal de tração, de esporte ou mesmo de estimação. Nada impede, porém, que sejam eles considerados, em algum momento, divisíveis, a depender das circunstâncias; é o caso do animal depois do abate, destinado ao consumo humano. Primeiro, essa divisão vale tanto para bens móveis quanto para bens imóveis; uns e outros podem, ou não, ser divididos. No entanto, a divisibilidade não significa divisibilidade no sentido físico do termo, dado que praticamente tudo o que existe no Universo é divisível, à exceção do Bóson de Higgs. Pode-se classificar os bens indivisíveis da seguinte forma: a. naturalmente indivisíveis (uma escultura); b. legalmente indivisíveis (a herança); c. convencionalmente indivisíveis (uma carga específica). A indivisibilidade pode ser oposta a um bem por escolha das partes, ou seja, ainda que divisível, podem as partes optar pela indivisibilidade, por numerosas razões. É o caso da indústria que escolhe receber um carregamento de tomates de vinte caminhões; a entrega deve ser feita numa única oportunidade, por razões logísticas, não se podendo dividir a entrega. 5 – Bens singulares e coletivos A regra do art. 89 do CC/2002 estabelece que são singulares, ou individuais, os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. Podem os bens singulares serem simples ou compostos. Simples são os bens singulares cujos elementos se ligam naturalmente, como ocorre com uma árvore; compostos são os bens singulares cujos elementos estão unidos pela vontade humana, como um veículo. Já os bens coletivos ou universais são os bens singulares – iguais ou diferentes – reunidos em um todo individualizado. Passa-se a considerar o todo, ainda que não desapareça a peculiaridade individual de cada um. É o caso de um pomar ou uma frota de veículos. Os bens coletivos podem obter essa característica por consequência fática ou jurídica. A universalidade de fato constitui uma pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária, conforme o art. 90. Já a universalidade de direito, como o nome diz, não constitui uma totalidade na prática. Porém, para efeitos jurídicos, um complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico, constitui uma unitariedade, segundo o art. 91. É o caso, por exemplo, da herança ou do patrimônio. Ambos, ainda que na prática constituam diversas singularidades, são tomados como uma universalidade, juridicamente falando. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 9 105 6 – Bens corpóreos e incorpóreos Bens corpóreos, também chamados de materiais ou tangíveis, são os bens que têm existência material, física; são, portanto, palpáveis aos sentidos humanos. Já os bens incorpóreos, chamados de imateriais ou intangíveis, ao contrário, não têm existência material, física, ainda que possam ser materializados, sem que, contudo, sua essência possa ser materializada. A matéria, nesse caso, é mero instrumento do bem. São exemplos de bens corpóreos: os veículos automotores, uma residência, uma pintura famosa, uma camiseta comum, uma maçã, um cavalo, uma coleção de livros etc. Contrariamente, são bens incorpóreos: o direito autoral, os direitos de personalidade, o direito de ação, a saúde, a intimidade, o crédito, o débito, a liberdade etc. Capítulo II – Bens reciprocamente considerados Segundo o CC/2002, os bens podem ser considerados de maneira recíproca, ou seja, uns em relação aos outros. O art. 92 estabelece que principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. Exemplo é o solo, ou um veículo automotor. Já o bem acessório é aquele cuja existência pressupõe a existência do principal, como, por exemplo, a casa que se liga ao solo ou os pneus do carro. Relativamente aos bens reciprocamente considerados se vê um princípio geral do Direito Civil: accessorium sequitur principale, ou seja, o acessório segue o principal. Trata-se do princípio da gravitação jurídica, que determina que o bem acessório segue a sorte do principal, salvo disposição em contrário. Assim, quando eu vendo o terreno, vendo a casa; quando vendo o carro, vendo os pneus. Bens Singulares Coletivos Universalidade de direito Universalidade de fato Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 10 105 Seguindo a “lógica” do CC/2002, os bens acessórios se dividem em partes integrantes e pertenças. As partes integrantes, por sua vez, se subdividem em benfeitorias, frutos e produtos. A. Pertenças Segundo dispõe o art. 93, são pertenças, também conhecidas como res annexa, os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. É o caso, por exemplo, de um rádio destacável do veículo ou de um piano numa casa. Uma característica das pertenças é que elas conservam sua autonomia, de modo que sua caracterização como acessório é de mera conveniência econômico-jurídica. Isso porque a pertença não se incorpora ao bem principal. Em regra, o negócio estipulado entre as partes não abrange as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso, segundo o art. 94 do CC/2002. Trata-se de exceção ao princípio da gravitação jurídica. Por isso, quando vendo o carro, não vendo o equipamento de adaptação veicular para pessoa com deficiência, ou quando vendo a casa não vendo o piano. Claro, se eu quiser, posso, mas isso tem de estar claramente fixado no negócio jurídico (no contrato de venda da casa está escrito “vai o piano”). Lembre-se que, em regra, acessório é subordinado à existência do principal. A pertença não é subordinada à existência do principal, a rigor B. Partes integrantes São bens acessórios que se ligam de tal modo ao principal, que sua remoção tornaria o bem principal incompleto; estão unidos de tal modo ao bem principal que com ele formam um todo independente. É o caso da fiação elétrica numa casa ou das rodas e pneus de um veículo. Lendo os arts. 93 e 94 em reverso, chagamos à conclusão de que as partes integrantes seguem a coisa principal. É o caso da fiação elétrica numa casa ou das rodas e pneus de um veículo. Você não pensa numa casa sem a fiação elétrica, nem pensa num carro sem os pneus. Nada impede que o negócio jurídico estabeleça o inverso: “vendo o carro, mas sem as rodas”. Veja-se que tratar de frutos, produtos e benfeitorias dentro das partes integrantes é mais adequado. Isso porque esses três bens acessórios se enquadramà perfeição no conceito de parte integrante. 1. Frutos São os bens que se derivam periodicamente do bem principal, sem que ele se destrua, ainda que parcialmente, diminua sua substância ou quantidade. O art. 95 do CC/2002 estabelece que, apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos podem ser objeto de negócio jurídico. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 11 105 Os frutos podem ser classificados como: a. frutos naturais: decorrem da essência de um bem principal (como as frutas de uma árvore); b. industriais: decorrem da atividade humana (como os produtos de uma fábrica); c. civis: decorrem de uma situação jurídica (como o aluguel de um imóvel). Os frutos ainda podem ser classificados como: a. pendentes (ainda ligados ao bem principal); b. percipiendos (poderiam ter sido percebidos, mas não o foram); c. percebidos (colhidos, separados do bem principal); d. estantes (colhidos e armazenados); e. consumidos (já não existem mais). 2. Produtos Ao contrário dos frutos, sua obtenção significa redução do valor, quantidade ou qualidade do bem principal, pois não são produzidos periodicamente, como, por exemplo, a madeira da árvore ou o petróleo de um campo. O art. 95 do CC/2002 estabelece que, apesar de ainda não separados do bem principal, os produtos podem ser objeto de negócio jurídico. 3. Benfeitorias As benfeitorias são acréscimos realizados num bem preexistente, com diversas finalidades. Ao contrário dos frutos e produtos, que se originam do bem principal, as benfeitorias são a ele agregadas. Segundo o art. 96, as benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor, como, exemplificativamente, uma piscina residencial ou uma cornija de uma lareira. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem, como a construção de uma calçada ou a substituição de esquadrias de ferro por esquadrias de alumínio. São necessárias as benfeitorias que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore, como, por exemplo, a recolocação de uma viga deteriorada pela chuva ou a reconstrução de um muro de arrimo. C. Acessões Diferentemente das benfeitorias, as acessões não agregam alguma coisa a algo preexistente, elas são criações – naturais ou artificiais – de bens. É o caso, por exemplo, a edificação de uma casa num terreno baldio. Na dicção do art. 97 do CC/2002, não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Diferentemente das benfeitorias, as acessões não agregam alguma coisa a algo preexistente. São, na verdade, criações – naturais ou artificiais – de bens. É o caso, por exemplo, a edificação de uma casa num terreno baldio. Na linguagem comum, especialmente na área rural, as acessões são chamadas de benfeitorias. Por isso, você pode ficar bem tranquilo(a). Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 12 105 Relembre, na distinção entre os bens principais e os bens acessórios, as subcategorias de bens acessórios: 1 Capítulo III – Bens públicos São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, segundo o art. 98 do CC/2002. Nesse sentido, constituem bens públicos, na dicção do art. 99: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Os bens públicos de uso comum do povo e os bens dominicais são bem fáceis de visualizar. Mas, quais são os bens públicos dominicais? É dominical, por exemplo, a sede da Caixa, em Brasília, porque a instituição é uma empresa pública e a sede é um imóvel (direito real). Igualmente, as ações (direito pessoal) que o Banco do Brasil, sociedade de economia mista, tem em relação a uma sociedade empresarial são bens dominicais. 1 Para arrematar, não precisa se preocupar com categorias e subcategorias. Nem o Código Civil estabelece as divisões entre os bens de maneira adequada. Nem mesmo a doutrina, que é muito ruim neste ponto, diga-se. Eu estabeleci aqui uma divisão mais didática, apenas para que você compreenda as coisas de maneira mais adequada. Não se preocupe em aprofundar demais o tema, ou de ficar pensando em situações concretas; se você consegue encontrar situações problemáticas, será que o examinador vai questionar o ponto? Não... • Derivam periodicamente do bem principal Frutos • A obtenção reduz o valor do bem principal Produtos • Acréscimos num bem preexistente Benfeitorias • Criações - artificiais ou naturais - de bens Acessões • Destinadas de modo duradouro ao uso, serviço ou aformoseamento, sem ser parte integrante Pertenças • Ligados de tal modo ao principal que sua remoção tornaria ele incompleto Partes integrantes Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 13 105 Por exclusão, todos os demais bens são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. O Enunciado 287 da IV Jornada de Direito Civil, no entanto, admite que essa classificação não é exaustiva, dado que podem ser classificados como bens públicos aqueles pertencentes a pessoa jurídica de direito privado que estejam afetados à prestação de serviços públicos. Consequência dessa distinção é que os bens públicos em geral não estão sujeitos a usucapião, conforme regra do art. 102. Nesse sentido, inclusive a Súmula 619 do STJ reconhece que a ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. Segundo o art. 100, os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem tal qualificação. Já os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei, segundo dispõe o art. 101. A distinção entre os bens públicos de uso comum do povo e de uso especial e bens públicos dominicais pode ser transposta por meio de dois institutos: a afetação e a desafetação. Os bens públicos de uso comum do povo e os bens públicos de uso especial estão afetados a uma função pública. Daí serem inalienáveis e, consequentemente, impassíveis de usucapião. Ao contrário, os bens públicos dominicais não estão afetados a uma função pública. Apesar de serem bens públicos, não cumprem uma função pública, por isso podem ser alienados e, segundo um eco da jurisprudência mais recente, são passíveis de usucapião. 2 Imagine agora que uma pessoa passa a residir no subsolo de um prédio público onde funciona um posto de atendimento de saúde. Permanece nesse prédio por 13 anos sem oposição. Como é classificado esse bem público? Pode ele ser objeto de usucapião? Nesse caso, como o prédio público é destinado a um serviço, onde funciona posto de atendimento de saúde, temos um bem de uso especial, inalienável. Ademais, ele não será objeto de usucapião. Se o mesmo ocorresse em uma praça, seria um bem de uso comum do povo que também não pode ser objeto de usucapião, nem seria alienável. Essa divisão não é estanque, e se transpõe por meio dos dois institutos supracitados. Assim, determinado bem público, que não cumpre função pública, podeser afetado a uma função pública; contrariamente, um bem público que cumpre função pública pode ser desafetado, deixando de cumprir essa função. De qualquer forma, prevê o art. 103 que o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 2 Detalhes a respeito do ponto são vistos no Direito Administrativo, e não no Direito Civil, já que o Direito Civil se ocupa de classificar os bens públicos apenas para excluir o regime jurídico privado. Como funcionam os bens públicos? O Direito Civil não quer saber; quem sabe disso é o Direito Administrativo. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 14 105 2 – Considerações finais Chegamos ao final da aula! É quase uma aual de Biologia do ensino médio, na qual você vê inúmeras classificações. Você viu, porém, que essas classificações são bastante importantes! Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios. Aguardo você na próxima aula. Até lá! Paulo H M Sousa prof.phms@estrategiaconcursos.com.br prof.phms prof.phms prof.phms Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 15 105 QUESTÕES COMENTADAS FCC BENS MÓVEIS E IMÓVEIS (ART. 79 AO 84) 1. (FCC - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal- 2018) Em relação aos bens, a) os materiais destinados a alguma construção, mesmo que ainda não empregados, já são considerados imóveis em razão de sua finalidade. b) consideram-se imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. c) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. d) os naturalmente divisíveis conservam sua divisibilidade em qualquer situação, nada obstante a lei ou a vontade das partes em sentido contrário. e) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como regra abrangem as pertenças, salvo disposição da lei ou do contrato em sentido diverso. Comentários: A alternativa A está incorreta. Art. 84, CC: Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O art. 80 do Código Civil, traz em seu texto o rol do que é considerado como imóveis para os efeitos legais, trazendo que: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 16 105 A alternativa C está incorreta. Os bens consumíveis são os que se destinam a alienação de forma a destruir- se imediatamente a própria forma, assim versa o art. 86 trazendo que: "São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.". A alternativa D está incorreta. Os bens naturalmente divisíveis são os que não perdem sua característica ou qualidade com a divisão, sendo ainda naturalmente divisíveis para esse sentido, no entanto, podem tornar- se bens indivisíveis por determinação da lei ou acordo entre as partes. Assim, de acordo com o art. 88 do Código Civil: "Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.". A alternativa E está incorreta. Temos que as pertenças são acessório da coisa, fazendo sorte desta, mesmo que separados, pertencendo ambos ao mesmo proprietário, havendo exceções no entanto do que trata a literalidade do texto do art. 94 do Código Civil, mas sendo parte integrante no caso de convenção das partes. O art. 94 do Código Civil traz que: “Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.”. 2. (FCC / CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Em relação aos bens, sua classificação e espécies, a) consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta. b) conservam sua qualidade de bens móveis os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados; readquirem essa qualidade de bens móveis os provenientes da demolição de algum prédio. c) não perdem o caráter de bens móveis as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local. d) entre outros, consideram-se bens imóveis para efeitos legais os direitos pessoais de caráter patrimonial e ações respectivas. e) são divisíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel, não os móveis, de acordo com o Art. 80, inciso II: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - O direito à sucessão aberta. O Art. 80 dispõe sobre os bens imóveis por determinação legal. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 17 105 bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. A alternativa B está correta, dado o fato de que é certo afirmar que conservam sua qualidade de bens móveis os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, como previsto no Art. 84: Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Analisando-se o artigo, temos que de fato se consideram bens móveis os materiais destinados a alguma construção, bem como os provenientes da demolição de algum prédio. Abstrai-se desse conceito que os materiais têm autonomia enquanto não estiverem empregados, mas após a sua utilização perdem a existência autônoma e passam a constituir parte do prédio (por exemplo), sendo este um bem imóvel. A alternativa C está incorreta, pois o correto seria afirmar que estes não perdem o caráter de bens imóveis, como disposto pelo Art. 81: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; O Art. 81 dispõe acerca da imobilização de edificações separadas do solo e dos materiais separados de um prédio, ressalvando-se o solo em si e os bens imóveis por atribuição legal. Eventualmente os demais bens contidos podem ser destacados do solo sem serem destruídos, dando a este bem um caráter móvel até que seja novamente aderido em outro lugar, recuperando sua natureza como bem imóvel. No entanto, nessa hipótese trazida pelo Art. 81 os referidos bens, mesmo se descartados do solo, não perdem seu caráter de bem imóvel. A alternativa D está incorreta,pois o correto seria afirmar que os direitos pessoais são bens móveis, e não imóveis, de acordo com o Art. 83: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. A alternativa E está incorreta, o correto é dizer que são consumíveis os bens cujo uso importa em destruição imediata da própria substância, e a alternativa traz tais bens como divisíveis deixando assim a mesma inválida. Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 18 105 De acordo com o Art. 86, se faz importante acrescentar na definição de bens consumíveis que a destruição imediata de sua própria substância deve ser analisada de acordo com a utilização do bem de acordo com os fins que lhe são conferidos. Por exemplo, um vinho que foi bebido cumpriu seu fim como bem consumível, mas uma garrafa de vinho ser utilizada como decoração não implica em seu consumo, ou destruição. 3. (FCC / CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – 2018) Em relação aos bens, sua classificação e espécies, a) consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta. b) conservam sua qualidade de bens móveis os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados; readquirem essa qualidade de bens móveis os provenientes da demolição de algum prédio. c) não perdem o caráter de bens móveis as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local. d) entre outros, consideram-se bens imóveis para efeitos legais os direitos pessoais de caráter patrimonial e ações respectivas. e) são divisíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel, não os móveis, de acordo com o Art. 80, inciso II: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - O direito à sucessão aberta. O Art. 80 dispõe sobre os bens imóveis por determinação legal. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. A alternativa B está correta, dado o fato de que é certo afirmar que conservam sua qualidade de bens móveis os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, como previsto no Art. 84: Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Analisando-se o artigo, temos que de fato se consideram bens móveis os materiais destinados a alguma construção, bem como os provenientes da demolição de algum prédio. Abstrai-se desse conceito que os Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 19 105 materiais têm autonomia enquanto não estiverem empregados, mas após a sua utilização perdem a existência autônoma e passam a constituir parte do prédio (por exemplo), sendo este um bem imóvel. A alternativa C está incorreta, pois o correto seria afirmar que estes não perdem o caráter de bens imóveis, como disposto pelo Art. 81: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; O Art. 81 dispõe acerca da imobilização de edificações separadas do solo e dos materiais separados de um prédio, ressalvando-se o solo em si e os bens imóveis por atribuição legal. Eventualmente os demais bens contidos podem ser destacados do solo sem serem destruídos, dando a este bem um caráter móvel até que seja novamente aderido em outro lugar, recuperando sua natureza como bem imóvel. No entanto, nessa hipótese trazida pelo Art. 81 os referidos bens, mesmo se desatados do solo, não perdem seu caráter de bem imóvel. A alternativa D está incorreta, pois o correto seria afirmar que os direitos pessoais são bens móveis, e não imóveis, de acordo com o Art. 83: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. A alternativa E está incorreta, o correto é dizer que são consumíveis os bens cujo uso importa em destruição imediata da própria substância, e a alternativa traz tais bens como divisíveis deixando assim a mesma inválida. Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. De acordo com o Art. 86, se faz importante acrescentar na definição de bens consumíveis que a destruição imediata de sua própria substância deve ser analisada de acordo com a utilização do bem de acordo com os fins que lhe são conferidos. Por exemplo, um vinho que foi bebido cumpriu seu fim como bem consumível, mas uma garrafa de vinho ser utilizada como decoração não implica em seu consumo, ou destruição. 4. (FCC / TRT - 15ª REGIÃO – 2018) Em relação aos bens, a) consideram-se como benfeitorias mesmo os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. b) os naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis somente por vontade das partes. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 20 105 c) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como regra abrangem as pertenças, salvo as exceções legais. d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. e) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o Código Civil esclarece que não se consideram benfeitorias os atos descritos na alternativa. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. O art. 97 considera como benfeitorias apenas os melhoramentos e acréscimosfeitos ao bem por força da ação humana. Melhoramentos ou acréscimos decorrentes de eventos naturais ficam excluídos desse conceito. A alternativa B está incorreta, pois não é se tornam indivisíveis somente por vontade das partes, se tornam também por determinação legal. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. O art. 88 admite o legislador que a vontade das partes ou mesmo a lei determine que um bem naturalmente divisível torne-se indivisível. Porém é mais comum que a indivisibilidade do bem decorra de sua própria natureza. A alternativa C está incorreta, pois os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal, como regra não abrangem as pertenças, salvo as exceções legais. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. O art. 94 faz uma inversão da regra de que o acessório segue o principal. Pois a relação que se estabelece entre a pertença e o principal não é lógica, mas sim econômica, diferente do que ocorre com os bens acessórios. A simples existência de um bem acessório já pressupõe a existência de um bem principal. O mesmo não ocorre com as pertenças. A alternativa D está correta, uma vez que está em concordância com a redação do art. 84 do Código Civil. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 21 105 Analisando-se o artigo, temos que de fato se consideram bens móveis os materiais destinados a alguma construção, bem como os provenientes da demolição de algum prédio. Abstrai-se desse conceito que os materiais têm autonomia enquanto não estiverem empregados, mas após a sua utilização perdem a existência autônoma e passam a constituir parte do prédio (por exemplo), sendo este um bem imóvel. A alternativa E está incorreta, visto que a definição que se traz é dos bens fungíveis, não dos consumíveis. Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. De acordo com o Art. 86, se faz importante acrescentar na definição de bens consumíveis que a destruição imediata de sua própria substância deve ser analisada de acordo com a utilização do bem de acordo com os fins que lhe são conferidos. Por exemplo, um vinho que foi bebido cumpriu seu fim como bem consumível, mas uma garrafa de vinho ser utilizada como decoração não implica em seu consumo, ou destruição. 5. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) Considera-se bem imóvel, para os efeitos legais, a) o direito à sucessão aberta. b) o automóvel que, por defeito irreparável do motor, é insuscetível de movimento próprio. c) a energia que tenha valor econômico. d) o direito pessoal de caráter patrimonial. e) o direito real sobre objetos móveis. Comentários: A alternativa A está correta, em virtude de que se considera bem imóvel, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta. O Art. 80 dispõe sobre os bens imóveis por determinação legal. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. A alternativa B está incorreta, uma vez que o automóvel com defeito no motor, continua sendo um bem móvel, pois pode ser removido por força alheia sem alteração na sua substância. Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 22 105 Segundo o art. 82 são bens móveis por sua própria natureza, aqueles as coisas inanimadas que podem ser movidas sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. A alternativa C está incorreta, visto que as energias que tenham valor econômico consideram-se bem móvel, para os efeitos legais. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; De acordo com o art. 83 toda e qualquer forma de energia que tenha valor econômico (independentemente das eventuais dificuldades de quantificar esse valor), tem a natureza jurídica de bem móvel. A alternativa D está incorreta, porque considera-se bem móvel, para os efeitos legais, o direito pessoal de caráter patrimonial. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. A alternativa E está incorreta, já que se considera bem móvel, para os efeitos legais, o direito real sobre objetos móveis. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; Os direitos reais podem incidir tanto sobre os bens móveis quanto sobre os bens imóveis. Da mesma forma, portanto, que o legislador atribui a natureza de bens imóveis aos direitos reais sobre bens imóveis (CC, art. 80, inc. I), optou por atribuir aos direitos reais e às respectivas ações relativas a bens móveis a natureza jurídica de bens móveis 6. (FCC / TRT - 14ª REGIÃO – 2016) Nos termos preconizados pelo Código Civil são considerados bens imóveis para os efeitos legais, dentre outros, a) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. b) O direito à sucessão aberta. c) Os direitos reais sobre objetos móveis e respectivas ações. d) As energias que tenham valor econômico. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 23 105 e) Os materiais provenientes da demolição de algum prédio. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois, de acordo com o art. 83 do CC, os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações são bens móveis. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico A alternativa B está correta, pois, de acordo com o art. 80 do CC, o direito a sucessãoaberta é imóvel. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II – o direito à sucessão aberta O Art. 80 dispõe sobre os bens imóveis por determinação legal. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. A alternativa C está incorreta, pela literalidade do art. 83 do Código Civil: “Consideram-se móveis para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;”. A alternativa D está incorreta, pois, de acordo com o art. 83, as energias que tenham valor econômico são móveis. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - As energias que tenham valor econômico; De acordo com o art. 83 toda e qualquer forma de energia que tenha valor econômico, tem a natureza jurídica de bem móvel. A alternativa E está incorreta, pois, segundo o art. 84 do CC, os materiais provenientes da demolição de algum prédio são bens móveis. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 24 105 Os direitos reais podem tratar sobre os bens móveis e também sobre os bens imóveis. Sendo assim, o legislador atribui a natureza de bens imóveis aos direitos reais sobre bens imóveis (CC, art. 80, inc. I), decidiu conferir aos direitos reais e às respectivas ações relativas a bens móveis a natureza jurídica de bens móveis Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Analisando-se o artigo, temos que de fato se consideram bens móveis os materiais destinados a alguma construção, bem como os provenientes da demolição de algum prédio. Abstrai-se desse conceito que os materiais têm autonomia enquanto não estiverem empregados, mas após a sua utilização perdem a existência autônoma e passam a constituir parte do prédio (por exemplo), sendo este um bem imóvel. 7. (FCC / TRT - 9ª REGIÃO – 2015) De acordo com o Código Civil, a) É considerado imóvel o direito à sucessão aberta. b) São considerados imóveis as energias que tenham valor econômico. c) São considerados imóveis os direitos pessoais de caráter patrimonial. d) São considerados imóveis os direitos reais sobre objetos móveis. e) São consideradas imóveis as ações correspondentes a direitos reais sobre objetos móveis ou imóveis. Comentários: A alternativa A está correta, pois, de acordo com o art. 80 do CC, o direito a sucessão aberta é um bem imóvel. Art. 80 do Código Civil: " Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta.”. O Art. 80 dispõe sobre os bens imóveis por determinação legal. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. A alternativa B está incorreta, pois está explicito no Art. 83 do CC que energias que tenham valor econômico são consideradas móveis: Art. 83 - “Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico;”. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 25 105 De acordo com o art. 83 toda e qualquer forma de energia que tenha valor econômico, tem a natureza jurídica de bem móvel. A alternativa C está incorreta, de forma clara no Art. 83 do Código Civil está que os direitos pessoais de caráter patrimonial são considerados móveis: Art. 83 - “Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.”. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. A alternativa D está incorreta, evidente no Art. 83 do CC está que os direitos reais sobre objetos móveis são móveis. Art. 83 - “Consideram-se móveis para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;”. Os direitos reais podem incidir tanto sobre os bens móveis quanto sobre os bens imóveis. Da mesma forma, portanto, que o legislador atribui a natureza de bens imóveis aos direitos reais sobre bens imóveis (CC, art. 80, inc. I), optou por atribuir aos direitos reais e às respectivas ações relativas a bens móveis a natureza jurídica de bens móveis A alternativa E está incorreta, pois está nítido nos artigos 80 e 83 do CC, que as ações correspondentes a direitos reais sobre objetos imóveis são imóveis e os direitos reais sobre objetos móveis são móveis. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram Art. 83 - “Consideram-se móveis para os efeitos legais: II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;”. 8. (FCC / TRE-SE – 2015) No tocante as diferentes classes de bens, considere: I. Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações são considerados bens imóveis para os efeitos legais. II. As energias que possuam valor econômico são consideradas bens móveis para os efeitos legais. III. Os títulos de dívida pública e de dívida particular são considerados bens móveis para os efeitos legais. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 26 105 IV. As árvores e os frutos pendentes não destinados ao corte são considerados bens imóveis por acessão natural. De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS em a) I e III. b) II, III e IV c) I e IV. d) I, II e IV. e) II e III. Comentários: Afirmativa I está incorreta, pois, segundo o art. 83 do CC, os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações são considerados bens móveis para os efeitos legais. Art. 83 do Código Civil: “Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.”. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. Afirmativa II está correta, é o que dispõe a literalidade do Art. 83 do CódigoCivil: “Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico;”. De acordo com o art. 83 toda e qualquer forma de energia que tenha valor econômico, tem a natureza jurídica de bem móvel. Afirmativa III está correta, os títulos de dívida pública e de dívida particular são considerados bens móveis para os efeitos legais, pois são bens móveis propriamente ditos. Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social Segundo o art. 82 são bens móveis propriamente ditos, aqueles que podem ser aqueles que podem sofrer movimentação se que haja a alteração da sua substância ou sua destinação econômico-social. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 27 105 Afirmativa IV está correta, pois, de acordo com o art. 79 do CC, são imóveis por acessão natural: as árvores com seus frutos, desde que ainda pendentes (enquanto não se destacarem da árvore); as águas, as pedras, as fontes (naturais). Enfim, tudo que for ligado ao solo de forma natural entra nesta classificação. Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Segundo o art. 79 são bens imóveis os bens que sofrem alteração de sua substância caso sejam transportados, são caracterizados pela imobilidade. A alternativa A está incorreta, pois a afirmativa I está incorreta. A alternativa B está correta. A alternativa C está incorreta, visto que a afirmativa I está incorreta. A alternativa D está incorreta, já que a afirmativa I está incorreta. A alternativa E está incorreta, porque além das afirmativas II e III, a afirmativa IV também está correta. 9. (FCC / TRT - 1ª REGIÃO – 2015) Relativamente aos bens, o Código Civil estabelece que a) Constituem-se em bens móveis os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. b) Consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. c) São consumíveis os bens móveis destinados à alienação. d) Consideram-se móveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. e) Os bens naturalmente divisíveis não podem se tornar indivisíveis pela vontade das partes, mas apenas por força de lei. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois conforme o expresso no art. 81, inciso II do Código Civil, os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem, constituem-se em bens imóveis: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. O Art. 81 dispõe acerca da imobilização de edificações separadas do solo e dos materiais separados de um prédio, ressalvando-se o solo em si e os bens imóveis por atribuição legal. Eventualmente os demais bens contidos podem ser destacados do solo sem serem destruídos, dando a este bem um caráter móvel até que seja novamente aderido em outro lugar, recuperando sua natureza como bem imóvel. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 28 105 A alternativa B está incorreta, dado que os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações, consideram-se móveis para os efeitos legais, como disposto pelo Art. 83 do código civil: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. No caso do inciso III, temos que todo direito pessoal (direito de crédito), tendo caráter patrimonial, é um bem móvel. Se excluem, portanto, os direitos pessoais que não se relacionam com o caráter patrimonial (guarda de filhos, por exemplo), os direitos de personalidade e todos os demais direitos desprovidos de conteúdo econômico. A alternativa C está correta, dado que o art. 86 do Código Civil dispõe que são consumíveis os bens móveis destinados à alienação: Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Deste conceito podemos perceber que existem duas espécies de bens consumíveis: Os consumíveis de fato: aqueles que no seu primeiro uso já serão consumidos, ou seja, há a destruição imediata da própria substância, como um picolé J, por exemplo; Os consumíveis de direito: São aqueles bens destinados à venda (alienação), como os remédios de uma farmácia, um livro posto em uma loja, enfim os bens enquanto destinados à alienação. A alternativa D está incorreta, pois conforme dispõe o art. 80, inciso II do Código Civil, o direito à sucessão aberta é considerado imóvel para os efeitos legais: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta. E a alternativa traz móveis, invertendo os conceitos, ficando assim invalida. A alternativa E está incorreta, pois consta a afirmativa de que os bens divisíveis só podem tornar-se indivisíveis por força da lei, mas isto é errôneo, porque podem além dessa opção, se tornarem indivisíveis por vontade das partes, conforme disposto pelo art. 88 do Código Civil” os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes”. 10. (FCC / TCM-GO – 2015) Quanto aos bens a) Materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. b) Naturalmente divisíveis, podem tornar-se indivisíveis somente por determinação da lei. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 29 105 c) Imóveis, adquirem esta qualidade as energias que tenham valor econômico para os efeitos legais. d) Móveis ou imóveis, são fungíveis os que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. e) Imóveis, perdem este caráter as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local. Comentários: A alternativa A está correta, conforme dispõe a literalidade do art. 84 do Código Civil: Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Analisando-se o artigo, temos que de fato se consideram bens móveis os materiais destinados a alguma construção, bem como os provenientes da demolição de algum prédio. Abstrai-se desse conceito que os materiais têm autonomia enquanto não estiverem empregados, mas após a sua utilização perdem a existência autônoma e passam a constituir parte do prédio (por exemplo), sendo este um bem imóvel. A alternativa B está incorreta, pois de acordo com o Código Civil: Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Portanto, de acordo com o artigo, os bens podem ser indivisíveis por: Sua própria natureza, sendo aqueles bens que não podem ser partidos sem alteração na sua substância ou no seu valor, como por exemplo, um quadro de Picasso. Por determinação legal, ocorrendo quando a lei de forma expressa proíbe que determinado bem seja dividido. Por vontade das partes, ocorrendo quando as partes fazem um acordo para tornar alguma coisa indivisível. A alternativa C está incorreta, pois levam a classificaçãode móveis as energias que tenha valor econômico. De acordo com o Código Civil: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; As energias são: o gás – que pode ser transportado por tubulação ou em botijão, e também a energia elétrica, que embora não tenha a mesma corporalidade do gás, é bem móvel. Neste sentido, Caio Mário da Silva Pereira afirmava: “No direito moderno qualquer energia natural, elétrica inclusive, que tenha valor econômico, considera-se bem móvel”. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 30 105 O Art. 83 descreve os bens que não são móveis em sua natureza, seguindo o atributo de mobilidade, mas ainda são conferidos com a natureza de bens móveis. A alternativa D está incorreta, pois os bens imóveis não podem ser fungíveis. Ser fungível é atributo exclusivo dos bens móveis, como expresso no Art. 85 do Código Civil: Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. A alternativa E está incorreta, dado que as edificações que separadas do solo, mas conservadas a sua unidade, forem removidas para outro lugar não perdem o caráter de imóveis. De acordo com o Código Civil: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; Considera-se, para saber se um bem é móvel ou imóvel, sua finalidade. Por exemplo, quando uma casa vai ser demolida e dela são retiradas as portas e as janelas, quando isso acontece as portas e as janelas readquirem sua qualidade de bem móvel, quando forem reutilizados, em outra casa, serão novamente bens imóveis. O inciso I se refere, por exemplo, àquelas situações mais comuns em outros países, onde uma casa (normalmente de madeira) é transportada com toda a sua estrutura (conservando a sua unidade). 11. (FCC / TCM-GO – 2015) Em relação aos bens, considere as afirmativas: I. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. II. Consideram-se bens imóveis, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta, bem como os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram. III. Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, bem como os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Está correto o que se afirma em a) I e III, apenas. b) II e III, apenas. c) I, apenas. d) I e II, apenas. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 31 105 e) I, II e III. Comentários Afirmativa I é correta, pois são considerados bens imóveis o solo e tudo o que lhe for acrescentado, de forma natural ou artificial, de acordo com o Código Civil: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Deste modo, os bens imóveis são os que não podemos transportar ou remover, sem alteração de sua substância. Afirmativa II é correta, pois de acordo com o art. 80, incisos I e II, consideram-se bens imóveis, para os efeitos legais, o direito à sucessão aberta, bem como os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram. De acordo com o Código Civil: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. O direito a sucessão aberta dispõe sobre um complexo de bens que é transferido de cujus, sendo este compreendido em sua universalidade. Dados os fatos, não importa se a pessoa falecida deixou bens móveis ou imóveis, pois, antes da partilha de bens, tais bens se enquadram todos no Art. 80, sendo considerados imóveis. Obviamente, após a partilha os bens retomam a ser novamente considerados separadamente. Afirmativa III é correta, pois de acordo com o art. 83 e seus incisos I, II e III, consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações, como disposto no Código Civil: Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. A alternativa A está incorreta, pois não contém a afirmativa II. A alternativa B está incorreta, pois não são apenas a II e III que estão corretas, a I também está. A alternativa C está incorreta, pois traz apenas a afirmativa I, faltando a II e III. A alternativa D está incorreta, pois exclui a III. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 32 105 A alternativa E está correta, pois apresenta as três afirmativas. 12. (FCC / TJ-AP – 2014) Carlos construiu uma casa em terreno que recebeu de seu pai. Posteriormente, empreendeu reforma na casa, retirando-lhe as portas a fim de pintá-las e reempregá-las na construção. No terreno, incorporou-se, naturalmente, uma goiabeira. Consideram-se imóveis a) A casa e a goiabeira. b) O terreno, a casa e a goiabeira. c) O terreno, apenas. d) O terreno e a casa. e) O terreno, a casa, as portas e a goiabeira. Comentários: A alternativa A está incorreta, visto que falta acrescentar o terreno e as portas. A alternativa B está incorreta, em razão de que falta acrescentar as portas. As portas (neste caso) é um bem imóvel, de acordo com o art. 79 do Código Civil: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. As portas a fim de pintá-las e reempregá-las na construção não pedem a qualidade de imóveis. O dispositivo rege acerca da imobilização de edificações separadas do solo e dos materiais separados de um prédio, ressalvando-se o solo em si e os bens imóveis por atribuição legal. Eventualmente os demais bens contidos podem ser destacados do solo ou do imóvel em si, como no caso apresentado, sem serem destruídos, dando a este bem um caráter móvel até que seja novamente aderido em outro lugar, recuperando sua natureza como bem imóvel. A alternativa C está incorreta, pois diz que o terreno apenas é imóvel, contudo a casa, as portas e a goiabeira também são caracterizadas como bens imóveis. A alternativa D está incorreta, pois falta acrescentar as portas e a goiabeira. A alternativa E está correta, pois consideram-se imóveis o terreno, a casa, as portas e a goiabeira. A casa é um bem imóvel, de acordo com o art. 79 do Código Civil: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Paulo H M Sousa Aula 03 Direito Civil p/ Banco do Brasil (Escriturário) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1837323 00774823100 - Juliana Souza Ferreira 33 105 Consideram-se imóveis por acessão artificial ou industrial: tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo. Por isso chama-se artificial, porque não veio da natureza e sim do homem. A goiabeira é um bem imóvel, de acordo com o art. 79 do Código Civil: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Consideram-se imóveis por acessão natural: aqui estão incluídas as árvores com seus frutos, desde que ainda pendentes (enquanto não se destacarem da árvore); as águas, as pedras, as fontes (naturais). Enfim, tudo que for ligado ao solo de forma natural entra nesta classificação.
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