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Sumario
(Etapa 1) A Relevância do Código de Ética do/a Assistente Social e a Lei 8662/93, que regulamenta a profissão em relação à postura profissional diante da questão existente de preconceito racial.
(Etapa 2) O processo de crescimento da participação social no âmbito da política de assistência social.
(Etapa 3) “ Ações afirmativas no Brasil: o trabalho do Ministério Público”
(Etapa 4) sociedade civil no Brasil :Movimentos sociais e Ongs
 1 A Relevância do Código de Ética do/a Assistente Social e a Lei 8662/93, que regulamenta a profissão em relação à postura profissional diante da questão existente de preconceito racial
 
 Através da historia do Serviço Social, se encontra várias mudanças que interviriam, para a chegada do código, mas, com a implantação do primeiro, ouve a necessidade de entender seus principais avanços e as mudanças no cotidiano dos assistentes sociais, e as alterações dentro do próprio o Código de Ética Profissional que veio se atualizando ao longo da trajetória da profissão. Em 1993, após um rico debate com o conjunto da categoria em todo o país, foi aprovada a quinta versão do Código de Ética Profissional, instituída pela Resolução 273/93 do CFESS.O Código de Ética Profissional representa a dimensão ética da profissão, tendo caráter normativo e jurídico. Ele traça parâmetros para o exercício profissional, define direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. Ele expressa a renovação e o amadurecimento teórico-político do Serviço Social e evidencia em seus princípios fundamentais, o compromisso ético-político assumido pela categoria assim buscando a melhoria da profissão e um melhor desenvolvimento dos profissionais, para assim ter qualidade nos atendimentos a população de acordo com as desenvolturas e as mudanças do código, saindo da moral para se tornar ético. Destaca-se um dos seus princípios fundamentais no enfrentamento do preconceito: 1- Código de Ética Princípios Fundamentais: 
 XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. O preconceito, materializado em diferentes formas de discriminação, é uma realidade objetiva para amplos segmentos de homens e mulheres. Isso porque as diferenças no jeito de ser e viver têm significado uma arena fértil para a manifestação de múltiplas modalidades de opressão. Raça, etnia, gênero, orientação sexual e muitos outros itens compõem a agenda de questões que, historicamente, estão no alvo da intolerância, da não aceitação da diferença.
 As questões que causam preconceito precisam ser discutidas e desmistificadas, porque o preconceito, enquanto algo que dizima o humano, afasta os indivíduos sociais de sua autonomia e liberdade. Nestes termos, o debate em torno do preconceito favorece à argumentação e à reflexão crítica sobre a vida cotidiana, espaço-tempo no qual se materializam as expressões de discriminação e opressão.
 
 O conjunto das limitações do Código de 1986 foi alvo de problematizações e polêmicas nos debates coletivos, nos estudos e pesquisas, nos fóruns de discussão e deliberação da categoria profissional. Este processo demonstra um amadurecimento do debate ético no interior da profissão, conquistado, sobretudo, no início de 1990, meio a uma conjuntura favorável à reflexão ética no contexto sócio-político brasileiro. 
 A partir de desse momento se construiu um processo coletivo de elaboração do Código de 1993, coordenado pelo CFESS e com a importante participação da Comissão Técnica Nacional de Reformulação do Código de Ética Profissional do (a) Assistente Social.
 Este novo código explicita a defesa de princípios que rompem com uma perspectiva corporativista, na medida em que se inserem em uma dimensão societária e não apenas profissional. A defesa da liberdade, como questão central da reflexão ética; da democracia não só política, mas também econômica; da cidadania na perspectiva da universalização de direitos; da justiça social efetiva; dos direitos humanos como dimensão inalienável de todos os indivíduos sociais; da luta pela eliminação de todos os preconceitos e o respeito à diversidade são princípios defendidos para a profissão. Configura-se, desse modo, uma tensão permanente, pois sabemos que, sob o signo da sociabilidade do capital, não é possível conquistar a materialização radical de tais princípios.
 Com o Código de 1993, abre-se um campo de possibilidades para o entendimento e desnaturalização do preconceito. Neste sentido, o objetivo deste texto foi fornecer elementos para a crítica do preconceito, fortalecendo, desse modo, tal discussão no âmbito do Projeto Ético-Político do Serviço Social (PEPSS). 
 Através do Código de Ética tanto o Assistente Social quanto o usuário conseguiram ter sua privacidade reservada, se levando em conta que o desenvolvimento e o agir profissional mudou drasticamente, saindo de uma profissão conservadora e clientelista, para uma profissão democrática e desenvolvida, levando em conta os direitos dos usuários e sua opinião de escolha, assim focando garantir direitos e dar voz aos excluídos da sociedade, não deixando de reservar e garantir o direito do sigilo e proteção. Ser ético em sua profissão não é um dever apenas do Serviço Social, mas também de todas as profissões, mas onde cada uma se desenvolve com sua identidade e dever.
 
2 PARTICIPAÇÃO E O CONTROLE SOCIAL
 As práticas voltadas ao controle social e a Participação vivenciadas, estão vinculadas à atuação dos conselhos gestores da Assistência Social. A criação desses conselhos, aproximou o controle social e a participação dos atores, dos diferentes órgãos da Assistência. Com o arraigar da democracia no Brasil exigiu-se dos órgãos e entidades públicas a adoção de modelos de gestão que ampliem a sua capacidade de atender, com mais eficácia e efetividade, as novas e crescentes demandas da sociedade. Não obstante os significativos avanços alcançados nos anos recentes, a Administração Pública ainda necessita aperfeiçoar seus sistemas e tecnologias de gestão, com vistas à prestação de serviços públicos de melhor qualidade.
 O exercício da participação popular e o controle social: um estudo a partir das pré-conferências municipais de assistência social de Londrina:
 A constituição Federal de 1988, inseriu os princípios de controle social e da participação popular como instrumento de efetivação de gestão com caráter democrático em diversas áreas de políticas públicas. Neste período dois desafios foram postos para a assistência social: Consolidação como política pública.
 O que foi realmente uma dificuldade, pois caberia ao Estado a atuação como agente principal, e desta forma o Estado atuava no modelo proposto na década de 1990, sob orientação na redução de gastos, e para implementação proposta seria necessário a construção de estruturas públicas e serviços que pudessem acolher a demanda. O exercício da participação popular e o controle social: 
 A assistência social deveria construir um caminho não apenas para ampliar a proteção social mas a capacidade de organização de seu público (o usuário). Um caminho fundamental é a criação de uma perspectiva de direitos nos diversos segmentos da sociedade civil em geral, superando os ultrapassando os tradicionais limites da assistência social, antes restritos aos segmentos de prestadores de serviços e elegendo novos participantes. Trata-se, de partir da compreensão de que os direitos sociais são desigualmente acessíveis às diferentes classes sociais. 
 Um conselho municipal é o governo local de uma municipalidade. Especificamente, o termo pode referir-se às instituições de vários países que podemser traduzidas por este termo. Em Inglês pode referir-se que também são chamados de Conselho de cidade e Conselho de vilas. O objetivo dos Conselhos Municipais é a participação popular na gestão pública para que haja um melhor atendimento à população.
 A proliferação destes Conselhos representa um aspecto positivo ao criar oportunidades para a participação da sociedade na gestão das Políticas Públicas. A importância dos conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas. Os conselhos gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que permitem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um direito, mas uma realidade. São o principal canal de participação popular encontrada nas três instâncias de governo (federal, estadual e municipal). 
 As Conferências e Conselhos são formas de participação social e mecanismos conquistados para exercer o controle social. Ex: Ação participativa com relação ao Sistema Único de Saúde. A Constituição de 1988 trouxe a participação e controle social diante das políticas sociais e mostrou grandes avanços em relação aos direitos sociais e dessa forma assegura juridicamente a participação e o controle social como mecanismos de democratização dos direitos civis e políticos. Neste sentido, o termo controle social está intrinsecamente articulado a democracia representativa, que assegura mecanismos de participação da população na formulação, deliberação e fiscalização das políticas públicas. “A participação é requisito de realização do próprio ser humano e para seu desenvolvimento social requer participação nas definições e decisões da vida social.” (SOUZA, 1991, p. 83).
 Os Conselhos de fiscalização das profissões no Brasil tem origem nos anos 1950, quando o Estado regulamenta profissões e ofícios considerados liberais. Os Conselhos têm caráter basicamente corporativo, com função controladora e burocrática. São entidades sem autonomia, criadas para exercerem o controle político do Estado sobre os profissionais, num contexto de forte regulação estatal do trabalho.
          O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei 3252 de 27 de agosto de 1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto 994 de 15 de maio de 1962. Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais. Esse instrumento legal marca, assim, a criação do então o Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), hoje denominados pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). Para efeito da constituição e da jurisdição do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), o território nacional foi dividido inicialmente em 10 Regiões, agregando em cada uma delas mais de um estado e/ ou território (exceto São Paulo), que progressivamente se desmembraram e chegam em 2008 a 25 Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) e dois de base estadual.
 
AS AÇOES DE PARTICIPAÇAO E CONTROLE SOCIAL DO CONSELHO MUNICIPAL DA ASSISTÊNCIA SOCIAL DE CASTRO-PR
Aperfeiçoamento dos canais de participação social, criação e ampliação de novos canais de interlocução entre usuários e assistência social, e de mecanismos de escuta do cidadão, como serviços de ouvidoria e outros;
Fiscalizar e acompanhar as ações nos seus diversos níveis de atenção;
Fortalecer a participação e o controle social sobre todas as instâncias e os agentes que fazem parte do SUAS, fortalecer os laços políticos que garantem a sustentabilidade das ações na área social;
Apoiar a educação permanente de agentes e conselheiros para o controle social e a ação participativa:
Dotar os Conselhos de infraestrutura e apoio logístico para exercer seu papel no controle social.
3 ACÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL
 Ações Afirmativas ou discriminações positivas consiste em políticas públicas os programas privados criados temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou hipossuficiência econômica ou física por meio da concessão de algum tipo de vantagem compensatória. Elas estão ligadas ao principio da igualdade material, que esta consagrada na segunda dimensão dos direitos fundamentais, pois exige uma atuação positiva do Estado a fim de promover a igualização de desiguais por meio da concessão de direitos sociais. Percebe-se que elas não são apenas políticas públicas, mas também podem ser de iniciativa privada. Uma das características das ações afirmativas é a sua temporalidade. Seus efeitos tendem a ir diminuindo e até cessar, quando se observar uma igualdade dos desiguais, ou seja, que as distorções sofridas por determinada classe venha a cessar. 
Questão reflexiva é a igualdade e direito a diferença, protegendo em cada uma de suas formas os direitos humanos. Caso que é a ética que vê no outro um ser merecedor de igual consideração e profundo respeito, dotado do direito de desenvolver as potencialidades humanas, de forma livre, autônoma e plena.
No registro histórico da construção dos direitos humanos, observa-se que a primeira busca foi em torno da proteção dos direitos da sociedade em geral, que expressava o temor da diferença.
A diferença era visibilizada para conceber o “outro” como um ser menor em dignidade e direitos, ou, em situações limites, um ser esvaziado mesmo de qualquer dignidade, um ser descartável, objeto de compra e venda. 
Faz-se necessária a especificação do sujeito de direito, que passa a ser visto em suas peculiaridades e particularidades. Nessa ótica, determinados sujeitos de direitos, ou determinadas violações de direitos, exigem uma resposta específica e diferenciada, ou seja, se proceda com justiça à pessoa que se sinta inferiorizada, caso que exige, simultaneamente, redistribuição e reconhecimento de identidades. Destacam-se, assim, três vertentes no que tange à concepção da igualdade: 
 a) A igualdade formal, reduzida à fórmula “todos são iguais perante a lei” (que, ao seu tempo, foi crucial para abolição de privilégios); 
 b) A igualdade material, correspondente ao ideal de justiça social e distributiva (igualdade orientada pelo critério socioeconômico);
 c) A igualdade material, correspondente ao ideal de justiça enquanto reconhecimento de identidades (igualdade orientada pelos critérios de gênero, orientação sexual, idade, raça, etnia e demais critérios)
.Ressalta-se, assim, o caráter bidimensional da justiça: redistribuição somada ao reconhecimento. 
O direito à redistribuição requer medidas de enfrentamento da injustiça econômica, da marginalização e da desigualdade econômica, por meio da transformação nas estruturas socioeconômicas e da adoção de uma política de redistribuição. De igual modo, o direito ao reconhecimento requer medidas de enfrentamento da injustiça cultural, dos preconceitos e dos padrões discriminatórios, por meio da transformação cultural e da adoção de uma política de reconhecimento.
Faz-se necessário combinar a proibição da discriminação com políticas compensatórias que acelerem a igualdade enquanto processo. Com efeito, a igualdade e a discriminação pairam sob o binômio inclusão-exclusão. 
Enquanto a igualdade pressupõe formas de inclusão social, a discriminação implica a violenta exclusão e intolerância à diferença e à diversidade. As ações afirmativas devem ser compreendidas não somente pelo prisma retrospectivo – no sentido de aliviar a carga de um passado discriminatório –, mas também prospectivo – no sentido de fomentar a transformação social, criando uma nova realidade.
Pela política de reconhecimento que se pretende avançar na reavaliação positivade identidades discriminadas, negadas e desrespeitadas; na desconstrução de estereótipos e preconceitos; e na valorização da diversidade cultural.
A discriminação ocorre quando somos tratados iguais, em situações diferentes; e diferentes, em situações iguais. No âmbito do Direito Internacional dos Direitos Humanos, destacam-se duas estratégias: a) a estratégia repressiva-punitiva (que tem por objetivo punir, proibir e eliminar a discriminação); e b) a estratégia promocional (que tem por objetivo promover, fomentar e avançar a igualdade).
O que se percebe é que a proibição da exclusão, em si mesma, não resulta automaticamente na inclusão. Logo, não é suficiente proibir a exclusão, quando o que se pretende é garantir a igualdade de fato, com a efetiva inclusão social de grupos que sofreram e sofrem um consistente padrão de violência e discriminação.
O debate público a respeito das ações afirmativas no Brasil tem sido marcado por cinco dilemas e tensões, entre estas são três os principais:
O primeiro dilema atém-se à discussão acerca da “igualdade formal versus igualdade material”. 
Uma segunda tensão envolve o antagonismo “políticas universalistas versus políticas focadas”. 
Uma terceira crítica apresentada concerne aos beneficiários das políticas afirmativas, considerando os critérios “classe social” e “raça/etnia”. Aqui a tensão envolve, de um lado, o branco pobre, e, de outro, o afrodescendente de classe média. 
Porem, a complexa realidade brasileira vê-se marcada por um alarmante quadro de exclusão social e discriminação como termos interligados a compor um ciclo repetitivo, em que a exclusão implica discriminação e a discriminação implica exclusão.
O processo de expansão das politicas de ações afirmativas para acesso da população é fruto de uma intensa disputa travada no campo ideológico e do direito, a qual influencia tanto pensamentos partidários contrários como positivistas, sob aguardo um Estado em ampla mudança, sustentando para tanto, que a dinâmica da desigualdade no Brasil é explicada pelo baixo posicionamento da população na base da hierarquia socioeconômica em detrimento ao pertencimento étnico-racial ou ambiente social inserido.
Muitos são os desafios a serem superados na busca pela eliminação do caráter discriminatório da sociedade brasileira, quesito importante nos dias atuais, temos como exemplo o posicionamento da mulher como integrante e concorrente a cargos políticos, assim como, a regularização de cotas em universidades.
Como exemplos temos no ano de 2002, no âmbito da Administração Pública Federal, foi criado o Programa Nacional de Ações Afirmativas, que contemplou medidas de incentivo à inclusão de mulheres, afrodescendentes e portadores de deficiência, como critérios de pontuação em licitações que beneficiem fornecedores que comprovem desenvolver políticas compatíveis com o programa.
 Hoje vivenciamos significativos avanços no campo das politicas publica para a juventude visando estabelecer novos parâmetros nas relações do poder publico, proporcionando a importante tarefa de manter um laço de dialogo com as politicas educacionais visando promover o aprofundamento dos direitos dos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade.
 4 Sociedade civil no Brasil: Movimento social e ONGS
 O perfil dos movimentos sociais e outras formas de mobilização civil se alteraram na atualidade porque a conjuntura política mudou; eles redefiniram‐se em função dessas mudanças. Mas eles foram também artifícios dessa nova conjuntura, pelo que ela continha de positivo nos termos de conquista de novos direitos sociais  ‐ resultado das pressões e mobilizações que os movimentos‐  realizaram nos anos 80. Mas os movimentos foram também vítimas dessa conjuntura‐  que por meio de políticas neoliberais buscou desorganizar e enfraquecer os setores organizados. Por isso, a partir dos anos 90 os movimentos sociais em geral, e os populares em especial, tiveram que abandonar as posturas mais críticas e ficarem mais ativo‐propositivos. Passaram a atuar em rede e em parceria com outros atores sociais, dentro dos marcos da institucionalidade existente e não mais à margem do Estado, somente no interior da sociedade civil, como no período anterior, na fase ainda do regime militar. A nova fase gerou práticas novas, exigiu a qualificação dos militantes; ONGs e movimentos redefiniram seus laços e relações. No urbano os movimentos com matizes político‐ partidárias fortes se enfraqueceram, fortaleceram‐se os movimentos com perfil de demandas mais universais, mais plurais em termos de composição social‐como os ecologistas e pela paz. No campo a luta social os movimentos sociais com perfil de lutas de resistências cresceram e entram no novo milênio um tanto quanto desgastado, mas como parte da agenda dos conflitos sociais do país, a exemplo do MST. O exercício de novas práticas trouxe também um conhecimento mais aprofundado sobre a política estatal, sobre os governos e suas máquinas. Demandas pela ética na política e uma nova concepção de esfera pública foram os primeiros saltos dessa aprendizagem, seguidos de uma completa rejeição pelos rumos das atuais políticas neoliberais, geradoras de desemprego e exclusão social. As redes, as parcerias entre movimentos, ONGs geram um novo movimento social: contra a globalização predominante, geradora de miséria; eles clamam ‐ articulados com redes internacionais, pela defesa da vida com dignidade. O perfil do militante dos movimentos sociais se alterou e as teorias estão a exigir de nós explicações mais consistentes. A partir da crise financeira de 2008 uma nova etapa das lutas sociais tem lugar em várias partes do globo. São os movimentos dos indignados contra políticas estatais, Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs 251 Meta: Avaliação | Rio de Janeiro, v. 5, n. 14, p. 238-253, mai./ago. 2013 contra as prioridades de escolhas dos dirigentes políticos e contra muitos destes políticos, que passam a ser desacreditados. No Brasil a emergência deste novo ciclo eclodiu em Junho de 2013 ‐ porem estivesse presente pontualmente ao longo de toda a última década. Este novo processo se faz aliando às antigas pautas de demandas por bens e serviços públicos‐como transporte, saúde, educação e segurança, a uma forte demanda pela ética, contra a corrupção. As manifestações são organizadas via redes sociais e o uso de inovações tecnológicas, das novas mídias no chamamento de grandes massas populacionais nas ruas. As vozes das ruas passaram a ser novos termômetros de demandas da sociedade civil. Os movimentos sociais estão retornando à cena e à mídia. Neles destacam‐se quatro pontos:
 1º‐ as lutas de defesa das culturas locais, contra os efeitos devastadores da globalização. Eles estão ajudando na construção de um novo padrão civilizatório orientado para o ser humano e não para o mercado como querem as políticas neoliberais de caráter excludente. Com isso outro papel importante deve ser destacado nos movimentos sociais atuais: o resgate que eles estão operando quanto ao caráter e sentido das coisas públicas  ‐  espaços, instituições, políticas etc.
 2º ‐  Ao reivindicarem ética na política e, ao mesmo tempo, exercerem vigilância sobre a atuação estatal/governamental, eles orientam a atenção da população para o que deveria ser dela e está sendo desviado, para o tratamento particular que supostamente estaria sendo dados a algo que é um bem público, como os impostos arrecadados da população estariam sendo mal gerenciados etc.
 3º ‐ Os movimentos sociais têm coberto áreas do cotidiano de difícil penetração por outras entidades ou instituições do tipo partidos políticos, sindicatos ou igrejas, assim, aspectos da subjetividade das pessoas, relativos a sexo, crenças, valores etc. tem encontrado vias de manifestação porque o grau de tolerância é alto na maioria dos movimentos sociais. Mas, não podemos deixar de lado ou ignorarmos, que intolerância também existe e ela tem estado presente em movimentos fanático/religiosos ou no ressurgimentode movimentos nacionalistas, com suas ideologias não democráticas, geradoras de ódios e guerras. 
4º ‐  Os movimentos sociais construíram um entendimento sobre a questão da autonomia diferente do que existia nos anos 80. Autonomia não é ser contra tudo e todos, estar isolado ou de costas para o Estado, atuando à margem do instituído; ter autonomia é, fundamentalmente, ter projetos e pensar os interesses dos grupos envolvidos com autodeterminação; é ter planejamento estratégico em termos de metas e programas; é ter a crítica, mas também a proposta de resolução para o conflito que está envolvido; é ser flexível para incorporar os que ainda não participam, mas tem o desejo de participar, de mudar as coisas e os acontecimentos da forma como estão; é tentar sempre dar universalidade às demandas particulares, fazer política vencendo os desafios dos localismos; ter autonomia é priorizar a cidadania: construindo‐a onde não existe, resgatando‐a onde foi corrompida.
Definições das ONGs e a complexidade do Terceiro Setor.
 Nos anos 70/80 as ONGs eram instituições de apoio aos movimentos sociais e populares, estavam por detrás deles na luta contra o regime militar e pela democratização do país. Ajudaram a construir um campo democrático popular. Nesta fase as ONGs se preocupavam em fortalecer a representatividade das organizações populares, ajudava a própria organização se estruturar, muitas delas trabalhava numa linha de conscientização dos grupos organizados. Não se tratava de um tipo qualquer de ONG, mas das ONGs cidadãs, movimenta listas, militantes. A face movimenta lista encobria, nas próprias ONGs, sua outra face, produtiva, geradora de inovações no campo de alternativas às necessidades e demandas sociais. No início dos anos 90 o cenário da organização da sociedade civil se amplia e diversifica‐se. Surgem entidades autodenominadas como terceiro setor (mais articuladas às empresas e fundações), ao lado das ONGs cidadãs, militantes propriamente ditas, com perfil ideológico e projeto político definidos. Essas últimas saem da sombra, colocam‐se à frente e até mesmo na dianteira dos movimentos, tornando‐se, em alguns casos, instituições autônomas e desvinculadas dos movimentos.
 As ONGs militantes fundamentaram suas ações na conquista de diversos tipos de direitos, lutaram pela igualdade com justiça social, ajudaram a criar o “discurso da participação popular “como uma necessidade e um componente à democracia”“. Suas características eram similares aos movimentos populares: enraizamento na sociedade, participação mística estimulada por ícones emblemáticos (como a cruz), crítica e rebeldia, disciplina organizativa, formas de luta social priorizando os espaços na sociedade civil, pouca relação e interlocução com órgãos públicos institucionalizados, e uso recorrente de práticas de desobediência civil, ou práticas não circunscritas à legalidade instituída.
 As novas ONGs do Terceiro Setor não têm perfil ideológico definido, falam em nome de um pluralismo, defendem as políticas de parcerias entre o setor público com as entidades privadas sem fins lucrativos e o alargamento do espaço público não estatal. A maioria delas foi criada nos anos 90 e não tem movimentos ou associações comunitárias militantes por detrás. Muitas delas surgiram pela iniciativa de empresários e grupos econômicos e seu discurso é muito próximo das agências financeiras internacionais; outras surgiram por iniciativas de personalidades do mundo artístico e esportivo. A atuação do Terceiro Setor tem gerado um universo contraditório de ações coletivas: de um lado elas reforçam as políticas sociais compensatórias ao intermediarem as ações assistenciais do governo; mas de outro lado, elas atuam em espaços associativos geradores de solidariedade e que exercem um papel educativo junto à população, aumentando sua consciência quanto aos problemas sociais e políticos da realidade.
REFERENCIAS
BRASIL. Código de Ética do/a Assistente Social. Lei 8.662/93 de Regulamentação da Profissão. 9. ed. rev. e atual. [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2011]. 60 páginas “Atualizado em 13.3.1993, com alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS n.290/94, 293/94, 333/96 e 594/11”. Disponível em: . Acesso em: 22 de out. 2015. 
MARTINS, Maria Lucimar Pereira et al. O exercício da participação popular e o controle social: um estudo a partir das pré-conferências municipais 10 de assistência social de Londrina. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2015.
CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza; CABRAL, Maria Walkiria de Faro Coelho G. Ações Afirmativas no Brasil: O Trabalho do Ministério Público para Torná-Las Possíveis. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. 
GOHN, Maria da G. Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2015.

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