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Compatibilizando o CAD com as normas ABNT para projetos de Engenharia Desenho Técnico II Prof. João Humberto Camelini (Beto) E-mail: camelini@gmail.com Web: camelini.blogspot.com Etapas Fundamentais de uma Construção 1. Estudo preliminar: • Diálogo com o cliente: objetivos, tempo, valores; • Reconhecimento da área / entorno; • Consulta à prefeitura (autorizações para construção); • Croquis. 2. Anteprojeto: • Análise de viabilidade técnica; • Estudos com base nos parâmetros permitidos; • Esboço do projeto. 3. Projeto: • Revisão final junto ao cliente; • Estabelecimento mais preciso dos prazos de execução; • Documentação detalhada para aprovação e execução. 4. Assistência de Execução da Obra: • Acompanhamento da execução para assegurar sua compatibilidade com o planejado no projeto. Projeções Ortogonais • No Brasil é usual a utilização da projeção ortogonal no primeiro diedro, como ocorre na Europa, enquanto o terceiro diedro é adotado em países como Estados Unidos. Projeções Ortogonais 1o Diedro Projeções Ortogonais 3o Diedro Projeções Ortogonais no 1º Diedro F = Frontal P = Posterior LD = Lateral Direita LE = Lateral Esquerda S = Superior I = Inferior “Tombos” da Projeção em 1º Diedro Fonte: INTER Folha/Legenda/Lista de Materiais/Revisões Fonte: ABNT/SENAI Folha/Legenda/Lista de Materiais/Revisões Fonte: ABNT Folha/Legenda/Lista de Materiais/Revisões Fonte: INTER, ENGEVIX Folha/Legenda/Lista de Materiais/Revisões Folha/Legenda/Lista de Materiais/Revisões Escalas Fonte: ABNT Componentes Comuns de um Projeto Componentes Comuns de um Projeto 1. Planta de Situação; 2. Planta de Locação (ou de Implantação); 3. Planta de Cobertura; 4. Planta de Edificação (Planta Baixa); 5. Cortes; 6. Elevações (Fachadas); 7. Detalhes e projetos complementares; 8. Identificações das Vistas; 9. Simbologias; 10. Indicações de Itens e Listas de Materiais; 11. Listas de Revisões, Quadros e Tabelas; 12. Legendas (ou Carimbos). Planta de Situação Fonte: UFRGS Aprovação de Projetos (Projeto Simplificado) Planta de Locação Planta de Cobertura Fonte: Escola Politécnica de Pernambuco Em alguns casos, as indicações são feitas numa mesma planta, diminuindo o volume de documentação do projeto, desde que isto não comprometa a clareza. Algumas Vistas Comuns Planta de Edificação (ou Planta Baixa) Corte a uma altura aproximada de 1,50m. Assim, aparecem as paredes e as aberturas de portas e janelas. Planta de Edificação (ou Planta Baixa) Elementos Comuns: • Paredes; • Cotas; • Cotas de Nível; • Portas e Janelas; • Medidas de Portas e Janelas; • Equipamentos e Mobiliário; • Setas de Indicação de Cortes; • Projeção do beiral; • Textos; • Nome da Vista; • Escala da vista; • Acessos. Símbolos Comuns Fonte: INTER Corte Fonte: UFRGS Na planta baixa, as setas de corte indicarão o lado que será “olhado” para gerar a vista. Corte Fonte: UFRGS Cotas de Nível Fonte: ABNT A indicação da cota de nível nos cortes e elevações é diferente da utilizada em planta, como é possível observar abaixo: Elevações ou Fachadas Fonte: UFRGS Elevações ou Fachadas Representações de Escadas em Planta Fonte: INTER Detalhes e projetos complementares Fonte: INTER Detalhes e projetos complementares ABNT x CAD (Computer Aided Design) Analógico Digital Raster Vetorial Camadas (layers) Recursos de Desenho CAD 1. Geometria (entity); 2. Imagens (raster image); 3. Tipos de Traços (linetype); 4. Espessuras de Traços (lineweight); 5. Cores (color); 6. Hachuras (hatch); 7. Textos (text); 8. Cotas (dimension); 9. Tabelas (table); 10. Simbologias (block); 11. Escalas e Carimbos (layout); 12. Plotagem (plot, plot style). Camadas (layers) Exemplo de documentação DIMENSION BLOCK HATCH TEXT LINETYPE ENTITY Exemplo de documentação COLOR TABLE LAYOUT LINEWEIGHT Organização em Camadas (layers) Textos • O CAD utiliza todos os tipos de textos do Windows, mas é recomendável criar estilos para que o projeto sempre siga um mesmo padrão. Isto criará uma espécie de “identidade visual” no seu projeto, tornando sua apresentação mais profissional. • Além de textos convencionais, também é possível escrever em arco, utilizando ferramentas do menu Express Tools. Cotas O CAD ajusta a rotação do texto da cota automaticamente, de acordo com a configuração do estilo. Tabelas • Ao invés de desenhar as tabelas manualmente, é possível utilizar o comando Table, que também permite utilizar dados de planilhas do Excel. Blocos e Atributos • Blocos são úteis para gerar desenhos repetitivos, assim você não precisa refazê-los todas as vezes em que forem necessários num novo projeto; • Alguns blocos têm um desenho padrão, mas textos que variam. Ex: legendas, cotas de nível, nomes e escalas de vistas etc. Nestes casos, você pode utilizar atributos para que estes textos possam ser alterados caso a caso; • Existem, ainda, os blocos dinâmicos, que são aqueles que podem mudar de acordo com algum parâmetro fornecido por você. Ex: portas e janelas com várias medidas, mesas que podem ter de 4 a 8 lugares etc. Hachuras em Corte Fonte: INTER Hachuras em Planta • Além de ser ilustrativa, a hachura em planta pode ser utilizada para documentar a paginação do piso; • O CAD permite que as hachuras sejam escaladas, rotacionadas e deslocadas para que o resultado final seja o desejado; • As hachuras também podem ser geradas em forma de sólidos e gradientes, o que pode ter um excelente resultado visual. Integração Raster-Vetor • Há situações em que é muito mais fácil e ilustrativo utilizar imagens ao invés de vetores, o que pode aumentar a qualidade gráfica do seu projeto; • O CAD oferece o recurso de inserção de imagens, mas cuidado: elas são referências, não estão incorporadas ao projeto. Cores • Destacar na tela, facilitar a leitura (conforto visual); • Diferenciar partes existentes, ampliações e reformas; • Determinar a espessura da linha no momento da plotagem, quando utilizamos Plot Styles; • Você DEVE adotar um padrão de cores para o seu projeto! Plotagem • Impressão do projeto, utilizando equipamentos que vão desde impressoras de mesa comuns até plotters que atendem a tamanhos grandes (A0, A1, A2…); • A impressão não precisa necessariamente reproduzir as cores e espessuras que aparecem na tela do projeto. Planta Humanizada • Uma boa biblioteca de blocos é essencial para gerar plantas humanizadas rapidamente. Exemplo de Projeto Elementos do Projeto Fonte: Universidade Católica de Goiás Planta de Situação Ruas, quadra e lotes Nomenclatura de ruas, quadra e lotes Cotas dos lotes e ruas Ângulos existentes Área do lote Hachura do lote Eixos das ruas Cotas dos eixos das ruas Norte Curvas de nível Nome do desenho Escala do desenho Espessura dos traços Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto Fonte: Universidade Católica de Goiás Planta de Locação Fonte: Universidade Católica de Goiás Planta de Locação Edificação Cotas gerais e de nível Norte Indicação de corte Muro Portões / acessos Rua e calçada Rebaixo do meio-fio Nome do desenho Escala do desenho Vegetação Área permeável Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto Terreno natural Piso - calçada Muro Estacionamento Piso - revestimento Laje de piso Grade Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto Viga Esquadria – porta de madeira Parede alta Revestimento de pedra Pilar Breeze Soleil Esquadria – porta de vidro Esquadria – janela de vidro Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto Platibanda Calha Telha Estrutura da cobertura Rufo Laje de cobertura Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto: Planta Fonte: Universidade Católica de Goiás Elementos do Projeto: Planta Fonte: Universidade Católica de Goiás Detalhamento do Projeto Fonte: Universidade Católica de Goiás Paredes Parede alta Parede baixa Peitoril Verga Muro Breeze soleil (Brise) Espessura de traços Fonte: Universidade Católica de Goiás Alguns Materiais de Vedação Bloco de cimento Parede de tijolo de espelho – 10 cm Tijolo cerâmico com furos Tijolo maciço comum Parede de um tijolo ou de uma vez -25cm Elemento vazado Parede de meio tijolo ou de meia vez – 15 cm Tijolo de vidro Fonte: Universidade Católica de Goiás Portas Em VistaEm CorteEm Planta 0,8 0 x 2,1 0 P1 Número da Porta - h=0,2mm ø=4mm - e=0,2mm P1 De Abrir ou de Giro Fonte: Universidade Católica de Goiás Portas De Correr ou Corrediça Em VistaEm Corte P4P3 2,00 x 2, 10 P2P2 Fonte: Universidade Católica de Goiás Portas Pivotante Em Corte Em Vista P5 Em Planta Fonte: Universidade Católica de Goiás Portas Basculante Em CorteEm Planta P6 Em Vista Fonte: Universidade Católica de Goiás Portas Camarão Sanfonada Enrolar Pantográfica Giratória Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes Típicos de uma Porta Fonte: Universidade Católica de Goiás Inclusão de Portas no Projeto Fonte: Universidade Católica de Goiás Janelas De Correr ou Corrediça - Baixa Fonte: Universidade Católica de Goiás Janelas Em CorteEm Planta J3 Em Vista Máximo-ar - Alta Fonte: Universidade Católica de Goiás Janelas Giratória Tijolo de vidro Abrir ou Girar Guilhotina Bay Window Basculante Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes Típicos de uma Janela Fonte: Universidade Católica de Goiás Janelas Janela baixa Janela alta Folha da janela Peitoril Verga Breeze soleil (Brise) Sentido de abertura Breeze soleil Fonte: Universidade Católica de Goiás Resumo de Aberturas Fonte: Universidade Católica de Goiás Projeções Cobertura Beiral Caixa d‘água Tracejados Espessura de traços Indicação Fonte: Universidade Católica de Goiás Equipamentos Geladeira Cuba Vaso sanitário Lavatório Divisória Bancada Fonte: Universidade Católica de Goiás Textos TEXTOS Nome do ambiente Área do ambiente Nível do ambiente Norte Portas Janelas Quadro de aberturas Indicação de corte Indicação de fachada Nome do desenho Escala do desenho Indicações Fonte: Universidade Católica de Goiás Hachuras Fonte: Universidade Católica de Goiás Hachuras Fonte: ABNT Linhas Fonte: INTER Linhas Fonte: INTER Tipos e Espessuras de Linhas Fonte: UFRGS O exemplo ao lado indica aplicações comuns dos tipos e espessuras de linhas, que podem ser controladas através do recurso de layers. Tipos e Espessuras de Linhas Fonte: INTER Abaixo encontram-se sugestões de espessuras de linhas. Não há valores claramente estipulados, mas recomenda-se adotar um padrão que lhe ofereça conforto visual em seus projetos: Cotas ALGUMAS ORIENTAÇÕES: • Indicar cotas em metros (centímetros só para < 1m); • Evitar linhas de cota dentro do desenho; • Linhas de chamada: parar 2 a 3mm antes do objeto; • Evitar duplicidade de cotas; • Prolongar linha de chamada além da linha de cota; • Linha de chamada perpendicular ao objeto cotado; • Não cruzar linhas de chamada e de cota. Linha de Chamada Linha de Cota Objeto Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes da Cobertura Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes da Cobertura • Rincão ou água furtada: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas águas que formam um ângulo reentrante, isto é, o rincão é um captador de água (também conhecido como água furtada); • Rufo: peça de arremate entre o telhado e uma parede; • Fiada: sequência de telhas na direção de sua largura; • Calha: peça em sulco que recebe a água pluvial; • Platibanda: mureta de alvenaria que contorna a cobertura com função de proteger ou esconder a cobertura. • Água: superfície plana inclinada de um telhado; • Beiral: projeção do telhado para fora do alinhamento da parede; • Cumeeira: aresta horizontal delimitada pelo encontro entre duas águas, geralmente localizada na parte mais alta do telhado; • Espigão: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas águas que formam um ângulo saliente, isto é, o espigão é um divisor de águas; Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes da Cobertura Cobertura com uma água Cobertura com várias águas Cobertura com duas águas Fonte: Universidade Católica de Goiás Componentes da Cobertura Planta de Cobertura Projeção da edificação Projeção da caixa d’água Inclinação da cobertura Hachura das águas Cotas Norte Indicação da telha Indicação de platibanda Indicação de calha e rufo Indicação de corte Indicação de fachada Nome do desenho Escala do desenho Vegetação Espessura dos traços Fonte: Universidade Católica de Goiás Indicação de Cortes em Planta Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Paredes, portas e janelas Cotas Cobertura e inclinação Equipamentos Indicações Hachura do terreno Hachura de revestimento Hachura de concreto Cotas de nível e nome dos ambientes Forro Muro Caixa dágua Viga baldrame Vegetação Interrupção do desenho Nome do desenho Escala do desenho Espessura dos traços Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Fonte: Universidade Católica de Goiás Cortes Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Vegetação Figura humana, céu , pérgolas Nome do desenho Escala do desenho Espessura dos traços Paredes, portas e janelas Muro Cobertura Talude e arrimo Textura , hachura Fonte: Universidade Católica de Goiás Fachadas Fonte: Universidade Católica de Goiás NBR-6492 Representação de projetos de arquitetura Esta Norma fixa as condições exigíveis para representação gráfica de projetos de arquitetura, visando àsua boa compreensão. NBR-8196 Desenho Técnico: Emprego de Escalas Esta Norma fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas designações em desenhos técnicos. NBR-8402 Execução de caractere para escrita em desenho técnico Esta Norma fixa as condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. NBR-8403 Aplicação de linhas em desenhos - Tipos e Larguras Esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. NBR-9050 Acessibilidade Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. NBR-10067 Princípios gerais em desenho técnico Esta Norma fixa a forma de representação aplicada em desenho técnico. NBR-10068 Folha de desenho - Layout e dimensões Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. NBR-10126 Cotagem em desenho técnico Esta Norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos. NBR-10582 Apresentação da folha para desenho técnico Esta Norma fixas as condições exigíveis para a localização e disposição do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos conteúdos, nas falhas de desenhos técnicos. NBR-10647 Desenho técnico Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico. NBR-12298 Representação de área de corte / hachuras Esta Norma fixa as condições exigíveis para representação de áreas de corte em desenho técnico. NBR-13142 Desenho técnico - Dobramento de cópia Esta Norma fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de desenho técnico. Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8196: Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8402: Execução de caracter para escrita em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras das linhas - Procedimento. Rio de Janeiro, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068: Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização. Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10126 Versão Corrigida 1998: Cotagem em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12298: Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13142: Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999.
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