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15 Aplicac¸a˜o da Integral Definida 15.1 A´rea entre curvas Figura 15.1. Suponha que f e g sa˜o func¸o˜es cont´ınuas em um intervalo [a, b] e f(x) ≥ g(x) para a ≤ x ≤ b. A a´rea a regia˜o R delimitada acima por y = f(x), abaixo por y = g(x) e dos lados pelas retas x = a e x = b e´: Figura 15.2. AR = ∫ b a [ f(x)− g(x) ] dx Exemplo 15.1. 30 Exemplo 15.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Exemplo 15.3. . . . . . . . . . . . . 31 15.1.1 Invertendo os pape´is de x e y E´ poss´ıvel evitar a divisa˜o da regia˜o em partes integrando em relac¸a˜o a y em vez de integrar em relac¸a˜o a x. Para isso, os contornos devem ser dados explicitamente como func¸a˜o de y. Exemplo 15.4. 32 OBS: Ja´ sabemos que a a´rea entre as curvas y = f(x) e y = g(x) e entre as retas x = a e y = b e´: A = ∫ b a ∣∣∣f(x)− g(x)∣∣∣dx dessa forma podemos separar (explicitar) em alguns casos: CASO I: CASO II: CASO III: CASO IV: 33 15.2 Volumes Nesta sec¸a˜o, ampliaremos as aplicac¸o˜es das integrais definidas e passaremos a determinar volumes de alguns so´lidos. Primeiramente vamos definir volumes de so´lidos cujas sec¸o˜es transversais sa˜o regio˜es planas e sua a´rea e´ obtida fatiando o so´lido com um plano perpendicular ao eixo x (volumes por fatiamento e rotac¸a˜o em torno de um eixo). Depois usaremos a mesma definic¸a˜o, mas obteremos a a´rea fatiando o so´lido de outra maneira, vamos usar cilindros circulares de raios crescentes (volume por cascas cil´ındricas). So´lido qualquer ր * Fatiamento e rotac¸a˜o Me´todo dos Discosց ր So´lido de Revoluc¸a˜o ց Me´todo Do Anel (arruelas) * Cascas Cil´ındricas −→ Me´todo da Casca 15.2.1 Volume por fatiamento Seja S um so´lido que se estende ao longo do eixo x e e´ limitado a` esquerda e a` direita , respectivamente, pelos planos perpendiculares ao eixo x em x = a e x = b. Queremos calcular o volume V do so´lido supondo que sua sec¸a˜o transversal tenha a´rea A(x) conhecida em cada ponto x de [a, b]. Figura 7: Uma sec¸a˜o transversal de um so´lido S e´ a regia˜o plana formada pela intersec¸a˜o entre S e um plano Px perpendicular ao eixo x passando pelo ponto x no intervalo [a, b]. Se admitirmos que a extensa˜o da k-e´sima fatia e´ ∆xk enta˜o o volume da fatia pode ser calculado por A(x∗k) · ∆xk, onde A(x∗k) e´ a a´rea da sec¸a˜o transversal enquanto ∆xk e´ a sua altura. 34 O volume do so´lido S pode ser aproximado somando o volume de cada uma dessas fatias, assim: V ≈ N∑ k=1 A(x∗k)∆xk Obtemos assim uma soma de Riemann, tomando o limite quando n cresce e as extenso˜es dos subintervalos tende a 0 (zero), obtemos a integral definida: V = lim max ∆xk−→0 N∑ k=1 A(x∗k)∆xk = ∫ b a A(x)dx 15.2.2 Fo´rmula para o Volume Seja S um so´lido limitado por dois planos perpendiculares ao eixo x em x = a e x = b. Se, para cada x em [a, b] a a´rea transversal de S perpendicular ao eixo x for A(x) enta˜o o volume do so´lido e´ V = ∫ b a A(x)dx desde que A(x) seja integra´vel. Quando a sec¸a˜o transversal e´ perpendicular ao eixo y o volume e´ dado por: V = ∫ d c A(y)dy. Figura 15.3. Exemplo 15.5. 35 Exemplo 15.6. Uma cunha curva foi obtida por meio do corte de um cilindro de raio 3 por dois planos. Um deles e´ perpendicular ao eixo do cilindro. O segundo cruza o primeiro, formando um aˆngulo de 45◦ no centro do cilindro. Determine o volume da cunha. Resoluc¸~ao: 36 15.2.3 So´lidos de Revoluc¸a˜o Um so´lidos de revoluc¸a˜o e´ um so´lido gerado pela rotac¸a˜o de uma regia˜o plana em torno de uma reta que esta´ no mesmo plano da regia˜o, a reta e´ o eixo de revoluc¸a˜o. Exemplo 15.7. 37 Observamos que a sec¸a˜o transversal do so´lido de revoluc¸a˜o, perpendicular ao eixo x, no ponto x e´ um disco de raio f(x). Assim a a´rea desta sessa˜o e´ A(x) = pi[f(x)]2. Deste modo o volume do so´lido e´: V = ∫ b a pi[f(x)]2 dx Como a sec¸a˜o transversal tem a forma de disco, esta fo´rmula e´ chamada de Me´todo dos Discos. Exemplo 15.8. 38 15.2.4 Volume por Arruelas Se a regia˜o que giramos para gerar um so´lido na˜o atingir ou cruzar o eixo de revoluc¸a˜o, o so´lido resultante tera´ um orif´ıcio no meio. As sec¸o˜es transversais perpendiculares ao eixo de revoluc¸a˜o sera˜o aneis (arruelas) e na˜o discos. Se o eixo de revoluc¸a˜o e´ perpendicular ao eixo x, as sec¸o˜es transversais, que sa˜o arruelas teˆm raio externo R(x) e o raio interno r(x), logo sua a´rea e´: A(x) = pi[R(x)]2 − pi[r(x)]2 = pi{[R(x)]2 − [r(x)]2} Consequentemente, de acordo com a definic¸a˜o de volume, temos: V = ∫ b a A(x)dx = ∫ b a pi{[R(x)]2 − [r(x)]2}dx Figura 15.4. Exemplo 15.9. . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Se a regia˜o girar em torno do eixo y para gerar o so´lido, usamos o mesmo procedimento, pore´m integramos em relac¸a˜o a y. Neste caso o eixo de rotac¸a˜o e´ paralelo ao eixo y e as sec¸o˜es transversais sa˜o perpendiculares a y, e os raios externos e internos sa˜o func¸o˜es de y. Assim: V = ∫ d c pi{[R(y)]2 − [r(y)]2}dy Exemplo 15.10. A regia˜o compreendida entre a para´bola y = x2 e a reta y = 2x no 1o quadrante, gira em torno do eixo y para gerar o so´lido. Determine o volume do so´lido. . . . . . . . . . . . . . . . . . Exemplo 15.11. Calcular o volume do so´lido gerado pela rotac¸a˜o no eixo x da regia˜o do exemplo anterior. . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 15.2.5 Eixo de rotac¸a˜o paralelo a um dos eixos coordenados • Quando a reta de revoluc¸a˜o e´ paralela ao eixo x, o raio do disco sera´: R(x) = f(x)− L, onde y = L e´ a reta de revoluc¸a˜o • Quando a reta de revoluc¸a˜o e´ paralela ao eixo y, o raio do disco sera´: R(y) = g(y) − L, onde x = L e´ a reta de revoluc¸a˜o Exemplo 15.12. Calcule o volume do so´lido formado gerando a regia˜o limitada por f(x) = 2− x2 e g(x)= 1 em torno da reta y = 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . Exemplo 15.13. Calcule o volume do so´lido formado pela revoluc¸a˜o da regia˜o limitada pelos gra´ficos das func¸o˜es y = √ x e y = x2 em torno do eixo x. . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 15.2.6 Volume por Camadas Cil´ındricas Seja f cont´ınua na˜o negativa em [a, b], e R a regia˜o limitada acima por y = f(x), abaixo pelo eixo x e dos lados pelas retas x = a e x = b. Para calcular o volume V do so´lido de revoluc¸a˜o R, o qual e´ gerado fazendo girar a regia˜o R em tornodo eixo y. O me´todo das camadas cil´ındricas e´ indicado, principalmente quando o me´todo dos discos ou das arruelas geram integrais dif´ıceis de calcular. Figura 15.5. V = a´rea da sec¸a˜o transversal × altura. O volume V de uma camada cil´ındrica com raio interno r1 e raio externo r2 e altura h pode ser escrito como: V = ( pir2 2 − pir2 1 ) · h = pi ( r2 2 − r2 1 ) · h = pi (r2 + r1) (r2 − r1) · h = 2pi [ (r1 + r2) 2 ] ︸ ︷︷ ︸ (r2 − r2)︸ ︷︷ ︸espessura · h raio me´dio Figura 15.6. Assim, V = 2pi × (raio me´dio)× (espessura)× (altura) (15.1) A ide´ia e´ dividir o intervalo [a, b] em n subintervalos e assim, subdividir a regia˜o R em n faixas, R1, R2, ...,Rn. Quando a regia˜o R girar em torno do eixo y, essas faixas geram so´lidos S1, S2, ...,Sn com a “forma de tubo”. Portanto, o volume V do so´lido pode ser obtido somando-se so volumes dos tubos: V = V (S1) + V (S2) + · · ·+ V (Sn) Figura 15.7. Vamos supor que a K-e´sima faixa se estende de xk−1 a` xk e a extensa˜o desta faixa seja ∆xk = xk − xk−1.Seja x∗k o ponto me´dio do intervalo [xk−1, xk], e seja f(x∗k) a altura do 42 retaˆngulo sobre esse intervalo, se esse retaˆngulo girar em torno do eixo y teremos uma camada cil´ındrica de altura f(x∗k), raio me´dio x ∗ k e a espessura ∆xk, e seu volume de acordo com a equac¸a˜o (15.1) sera´ dado por: V = 2pi × (raio me´dio)× (altura)× (expessura) = 2pi × x∗k × f(x∗k)×∆xk Somando o volume das n camadas, temos a soma de Riemann: V ≈ n∑ k=1 2pix∗kf(x ∗ k)∆xk Tomando o limite quando n cresce e ∆xk→0 temos: V = lim max ∆xk−→0 n∑ k=1 2pix∗kf(x ∗ k)∆xk ou seja: V = ∫ b a 2pi x f(x) dx Quando o eixo de revoluc¸a˜o e´ o eixo y Exemplo 15.14. Use as camadas cil´ındricas para encontrar o volume do so´lido gerado quando fazemos girar em torno do eixo y a regia˜o limitada por y = √ x, x = 1, x = 4 do eixo x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Exemplo 15.15. Calcule o volume do so´lido formado pela revoluc¸a˜o da regia˜o limitada por y = x2+1, y = 0, x = 0, x = 1 em torno do eixo y. a) Usando o me´todo das arruelas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) Usando camadas cil´ındricas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Quando o eixo de revoluc¸a˜o e´ o eixo x Para determinar o volume de numa so´lido de revoluc¸a˜o pelo me´todo das camadas cil´ındricas quando o eixo de revoluc¸a˜o e´ o eixo x, temos: V = ∫ d c 2pi y g(y) dy Quando o eixo de revoluc¸a˜o e´ o eixo x Exemplo 15.16. Use as camadas cil´ındricas para calcular o volume do so´lido gerado pela rotac¸a˜o em torno do eixo x da regia˜o R delimitada por y = x e y = x2 do 1o quadrante. 45 RESUMINDO VOLUMES So´lido qualquer ր * Fatiamento e rotac¸a˜o Me´todo dos Discosց ր So´lido de Revoluc¸a˜o ց Me´todo Do Anel (arruelas) * Camadas Cil´ındricas −→ Me´todo da Casca FO´RMULAS: (1) V = ∫ b a pi[R(x)]2 dx (Disco) (2) V = ∫ b a pi([R(x)]2 − [r(x)]2)dx (Arruelas) (3) V = ∫ b a 2pixf(x)dx (Camadas) ou: V = ∫ b a 2pi × (raio me´dio)× (altura)dx 46
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