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Neiva Francenely Cunha Vieira Adriana Regina Dantas Martins PORTUGUÊS INSTRUMENTAL Endereço: Editora FGF Avenida Porto Velho, 401 – Bairro João XXIII Fortaleza – CE – CEP: 60.525-571 Email: editorafgf@fgf.edu.br FORTALEZA 2016 M379p MARTINS, Adriana Regina Dantas. Português instrumental / Adriana Regina Dantas Martins. – Fortaleza: FGF, 2016. 105 p. : Il. ISBN 978-85-8467-023-9 1. Português. 2. Redação. 3. Estudo e ensino. 4. Título. CDD: 371.422 SUMÁRIO OBJETIVO..................................................................................................................... 01 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 02 UNIDADE 1: LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO................................................................. 03 Tema 1: Elementos da Comunicação............................................................................. O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 04 04 04 05 06 07 08 Tema 2: Funções da Linguagem.................................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 09 09 10 11 16 17 23 Tema 3: Variação Linguística......................................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 24 24 25 26 28 29 35 Tema 4: Leitura e níveis de leitura: o texto verbal e o texto visual................................ Os Textos................................................................................................................. O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 36 36 38 39 41 41 47 Tema 5: Tipologias, gêneros textuais e intertextualidade.............................................. Os Textos................................................................................................................. O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 48 48 50 51 56 56 59 UNIDADE 2: LINGUAGEM E USO.................................................................................... 60 Tema 1: Coesão e coerência.......................................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 61 61 62 62 66 66 70 Tema 2: Nova ortografia............................................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... 71 71 72 72 75 A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 75 76 Tema3: Concordância nominal e verbal....................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 77 77 78 78 82 82 84 Tema 4: O uso da escrita............................................................................................... O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 85 85 86 87 89 89 91 Tema 5: Estudos do Texto............................................................................................. O Texto.................................................................................................................... O Contexto............................................................................................................... A Teoria.................................................................................................................... Resumo.................................................................................................................... A Prática................................................................................................................... Referências.............................................................................................................. 92 92 93 94 95 95 100 Objetivo O módulo visa trabalhar as particularidades da Língua Portuguesa em diferentes contextos sociais, suscitando no aluno a curiosidade de conhecer as nuances da língua. É objetivo também capacitar o estudante a interagir, por meio da linguagem, nas modalidades de leitura, escrita e comunicação em diferentes níveis de linguagem, podendo assim ter acesso as diferentes instâncias sociais. 01 Introdução Sejam bem vindos ao módulo de Português Instrumental. Esse módulo está dividido em duas unidades. Na unidade I, Linguagem e Comunicação, você terá a oportunidade de estudar as nuances e particularidades da linguagem dentro do complexo da comunicação e da interação social. Você será capaz de compreender como a linguagem se adapta nos diferentes contextos sociais considerando as variações linguísticas de cada interagente. Também irá estudar as particularidades e níveis de leitura em diferentes tipos e gêneros textuais. Na unidade II, Linguagem e uso, o foco está no uso da linguagem considerando aspectos estruturais de uso, tanto na leitura interpretativa como na escrita. Estudar esses aspectos permite ao estudante refletir de forma critica sobre a linguagem e como esse conhecimento pode levá-los a interagir em instâncias sociais diversas. Esse material está organizado em duas unidades com 5 temas cada. Para organizar melhor a leitura e estudo cada tema está dividido em 4 subtópicos: o texto, o contexto, a teoria, a prática. O texto: mostra a linguagem em uso dentro de um gênero; o contexto: discute os pontos relacionados ao tema e o contexto interativo; a teoria: é a parte estrutural do assunto e as explicações de forma micro e macro; a prática: é o momento de treinar tudo o que foi estudado nos outros tópicos. Desejo a todos bons estudos! 02 Unidade I Linguagem e comunicação Objetivos Estudar os aspectos comunicativos da linguagem, reconhecendo suas particularidades; Perceber que a comunicação acontece em diferentes modalidades e instâncias sociais; Reconhecer criticamente cada uma das instâncias sociais em que a comunicação acontece. 03 Tema 1 Elementos da comunicação Objetivos � Conhecer os diferentes níveis de linguagem; � Reconhecer os elementos da comunicação e sua importância no processo comunicativo. O TEXTO Com duas pessoas eu já entrei em comunicação tão forte que deixei de existir, sendo. Como explicar? Olhávamo-nos nos olhos e não dizíamos nada, e eu era a outra pessoa e a outra pessoa era eu. É tão difícil falar, é tão difícil dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso. Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? E dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Clarice Lispector, in Crônicas no 'Jornal do Brasil (1971)' http://www.portugues.com.br/upload/conteudo/images/a-funcao-fatica-ocorre-quando utilizamos- linguagem-para-manter-contato-com-destinatario-mantendo-nos-assim-conectados-durante-comunicacao- 542aff6f257b9.jpg 1. De acordo com o texto o que é comunicação? 2. Interprete o sentido metafórico das antíteses utilizadas no texto: [...] deixei de existir x sendo (linha 2) [...] dizer coisas x não podem ser ditas (linhas 4 e 5) O CONTEXTO A comunicação é um processo social, que acontece por meio de uma linguagem e que culmina na transmissão, decodificação e significação de uma mensagem. A linguagem segundo Koch (1997, p.9) “é um local de interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos de atos”, atos esses que estabelecem vínculos. A comunicação é um processo complexo, que requer dos interlocutores (locutor/receptor; ouvinte/leitor) certo grau de comprometimento e conhecimento compartilhado. 04 No trecho de Clarisse Lispector, há um envolvimento entre os participantes, a ponto de um “ser o outro”, podemos nomear esse fenômeno como sintonia. A sintonia acontece quando há a captação do sentido, ou seja, o entendimento “do que o outro quis dizer”, para isso é importante que os interlocutores “saibam empregar com adequação os recursos da língua na produção de textos, de acordo com a situação específica de comunicação, que é muitas vezes bem diversa” (SARMENTO, 2012, p. 21). Essa diversidade está relacionada a diferentes contextos em que a linguagem é utilizada para cumprir um propósito comunicativo, por isso, que é preciso muito mais que conhecimento linguístico para interagir, é necessário uma atitude ativa de estabelecer relações entre os elementos do texto e do contexto para construir sentido. É importante lembrar que esse “sentido” pode ser negociável, plásticode acordo com o conhecimento prévio e intenção de cada interlocutor. A TEORIA Alguns elementos fazem parte da dinâmica comunicativa são eles: a) Emissor ou remetente: é o que envia a mensagem. Pode ser uma única pessoa ou um grupo, por exemplo: uma empresa, um sindicato, uma emissora de rádio ou televisão, uma escola etc. b) Receptor ou destinatário: é o que recebe a mensagem. Também pode ser um grupo ou um indivíduo. c) Mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas. d) Canal de comunicação ou contato: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Esse meio pode ser tradicional ou eletrônico. e) Código: é o conjunto de sinais, ou signos utilizados para elaborar a mensagem. O emissor codifica o que o receptor irá descodificar, para que isso ocorra satisfatoriamente é preciso que ambos interagentes dominem o mesmo código linguístico. Em outras palavras, falem a mesma língua. f) Referente ou contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. 05 No esquema temos: http://pessoal.educacional.com.br/up/47110002/929820/Esquema%20de%20comunica%C3%A7%C3%A3 o.JPG Exemplo: Quando você escreve um texto, exerce papel de emissor. O receptor é a pessoa ou grupo a quem seu texto é direcionado (pode ser algum familiar, o professor, o colega, o chefe etc). A mensagem é aquilo que você está comunicando sobre uma situação ou sobre alguém (referente ou contexto). Como a modalidade é a escrita, o canal é a própria folha de papel ou página da internet, a qual o texto está distribuído. O código, se for o Brasil, é a língua portuguesa (INFANTE, 1999, p.17-18). RESUMO Produzir um texto, seja oral ou escrito, é promover um ato de comunicação. Ao realizá-lo é preciso levar em conta todos os elementos envolvidos: o papel do emissor, aquele que produz um enunciado; as características do receptor, importante para elaborar a mensagem; o conhecimento sobre o referente; o domínio sobre o código e das condições que 06 garantam o bom funcionamento do canal comunicativo. O sucesso de um ato comunicativo requer conhecimento sobre todos esses elementos. A PRÁTICA 1) Encontramos abaixo um dos poemas de Manuel Bandeira. Após analisá-lo encontre os elementos da comunicação. Andorinha Andorinha lá fora está dizendo: — “Passei o dia à toa, à toa!” Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa… http://www.hileiaamazonica.com.br/wp-content/uploads/2013/09/andorinha-resize.jpg Emissor: ________________________________________________________ Receptor:_______________________________________________________ Mensagem:______________________________________________________ Código: _________________________________________________________ Canal:__________________________________________________________ Referente ou Contexto: ____________________________________________ 2) O marido liga para a esposa e avisa que chegará atrasado para o jantar. Nesse contexto qual é o canal? _______________________________________________________________ 3) Se uma pessoa, que não sabe falar inglês, está caminhando na beira-mar é abordada por um turista americano pedindo informações. Por que é possível dizer que a comunicação fica comprometida? _______________________________________________________________ 07 4) O pai fala para o filho: “Carlinhos vá até a padaria e compre 10 pães”. A frase que está em destaque se refere a qual elemento da comunicação? _______________________________________________________________ 5) Assinale a alternativa correta. Podemos afirmar que Referente é: a) o código usado para estabelecer comunicação b) o que transmite a mensagem c) o assunto da mensagem d) quem envia a mensagem e) quem recebe a mensagem Referências BANDEIRA, Manoel. Libertinagem. Rio de Janeiro, 1930 INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1999. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A inter-ação pela linguagem. 3ª Ed. São Paulo: Contexto, 1997. SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos. São Paulo: Moderna, 2012. 08 Tema 2 Funções da linguagem Objetivos � Estudar as funções da linguagem e correlacionando com os elementos da comunicação; � Reconhecer as diferentes funções da linguagem em contextos diversos. O TEXTO Metáfora - Gilberto Gil Uma lata existe para conter algo, Mas quando o poeta diz lata Pode estar querendo dizer o incontível Uma meta existe para ser um alvo, Mas quando o poeta diz meta Pode estar querendo dizer o inatingível Por isso não se meta a exigir do poeta Que determine o conteúdo em sua lata Na lata do poeta tudo-nada cabe, Pois ao poeta cabe fazer Com que na lata venha caber o incabível Deixe a meta do poeta, não discuta, Deixe a sua meta fora da disputa Meta dentro e fora, lata absoluta Deixe-a simplesmente metáfora Links: http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/metafora.html#ixzz3emVHK1Ei http://mfda.files.wordpress.com/2008/10/ma_lata.jpg https://seohackercdn-seohacker.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2010/09/Meta-tags.jpg 1. Na música de Gilberto Gil a linguagem é utilizada em sentido literal ou metafórico? Cite exemplos do texto para comprovar sua resposta. 2. Reflita sobra a analogia que o cantor faz entre as palavras “lata” e “poeta”. O que é possível inferir? Por quê? 09 O CONTEXTO A comunicação, seja de forma falada ou escrita, está além de expressar pensamentos. O discurso constrói realidades, realiza ações (convencer, prometer, declarar, esclarecer etc.), que produz efeito sobre o outro. Nesse aspecto é possível perceber que utilizamos a linguagem, geralmente com um propósito, com uma intenção. Como percebemos na música, a linguagem não está a serviço apenas de entreter, mas de levar o outro a refletir sobre determinado assunto, divertir, fazer rir etc. Nesse contexto, é um instrumento que pode servir para dar vazão ao mundo interior (como expressar a intenção do poeta, por exemplo), entre outras funções. O linguista russo Roman Jakobson, foi o primeiro estudioso a perceber que a linguagem não tem apenas a função de transmitir informações (SARMENTO, 2012). Para esse autor, cada elemento da comunicação teria uma função da linguagem correspondente, dependendo da ênfase da mensagem. Como no quadro abaixo (SARMENTO, 2012, p. 55). É importante ressaltar que um texto ou um trecho discursivo, em algumas situações, não cumprem apenas uma única função comunicativa. Não 10 é algo fixo, pois cada texto, ou discurso pode flutuar por mais de uma função, nesse caso é preciso entender que existe o predomínio de uma função em detrimento da outra. Por exemplo: A crônica de Jean Carlos Sestrem sobre o marketing político. “Mentira bem feita, um negócio de mentira que não tem pernas curtas, mas longos e esfomeados tentáculos, os que vencem pelo poder de convencer sem ter feito ou ter credibilidade natural para tanto baseado numa estória de vida erguida do nada e não de uma história de vida que fala por si só.” http://pensador.uol.com.br/frase/MTY5ODU5Mw/ Embora o autor expresse sua opinião sobre o assunto, a função predominante é a metalingüística, pois ele utiliza a linguagem para explicar o que é marketing político. A TEORIA Vamos estudar cada uma das funções da linguagem e suas particularidades. Função emotiva ou expressiva: A ênfase está no emissor. A linguagem tem função emotiva quando expressa os sentimentos do locutor. Nesse contexto, geralmente, o discurso aparece em 1ª pessoa. Ex: Eu Eu sou a que no mundo anda perdida,Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte Sou a crucificada ... a dolorida ... Sombra de névoa ténue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida! ... Sou aquela que passa e ninguém vê ... Sou a que chamam triste sem o ser ... Sou a que chora sem saber porquê ... 11 Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou! Florbela Espanca O exemplo acima é um poema e por esse motivo imaginem que a função da linguagem ser na mensagem e sim nos sentimentos da poetiza, que expressa seu mais profundo ser. A função da linguagem predominante é a emotiva. Nessa função, o discurso aparece em 1ª pessoa do singular em vários trechos: (Eu sou, so aquela); a pontuação é mais expressiva, com o uso de ponto de exclamação e reticências. Ex: (E que nunca na vida me encontrou!, dolorida ...) Função apelativa ou conativa: publicitário. http://3.bp.blogspot.com/- ntTcENPoPEs/UQgUfW1kNaI/AAAAAAAAAHk/C3YoF9jZni4/s1600/lata_logo_questione_mude_beba_pepsi.png Na função apelativa a ênfase está no interlocutor, por isso o discurso é persuasivo, ou seja, tem o intuito de convencer, ou não con algo apelando para suas atitudes. Esse tipo de discurso é muito comum nos textos publicitários, nesse aspecto, os verbos aparecem geralmente no imperativo (ordem, pedido, incitação): Ex: Questione. Mude. Beba. O anúncio nem sempre é pu valem, por exemplo, das características do produto em questão. Quando o anunciante descreve os recursos de um determinado aparelho ou carro, ou os Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver e nunca na vida me encontrou! O exemplo acima é um poema e por esse motivo, talvez alguns imaginem que a função da linguagem seria a poética, porém a ênfase não está na mensagem e sim nos sentimentos da poetiza, que expressa seu mais profundo ser. A função da linguagem predominante é a emotiva. Nessa função, o discurso aparece em 1ª pessoa do singular em vários trechos: (Eu sou, so aquela); a pontuação é mais expressiva, com o uso de ponto de exclamação e e nunca na vida me encontrou!, Sou a crucificada ... a Função apelativa ou conativa: A ênfase está no locutor. Observe o anúncio ntTcENPoPEs/UQgUfW1kNaI/AAAAAAAAAHk/C3YoF9jZni4/s1600/lata_logo_questione_mude_beba_pepsi.png Na função apelativa a ênfase está no interlocutor, por isso o discurso é persuasivo, ou seja, tem o intuito de convencer, ou não convencer, o outro de algo apelando para suas atitudes. Esse tipo de discurso é muito comum nos textos publicitários, nesse aspecto, os verbos aparecem geralmente no imperativo (ordem, pedido, incitação): Ex: Questione. Mude. Beba. O anúncio nem sempre é puramente apelativo, alguns anúncios se valem, por exemplo, das características do produto em questão. Quando o anunciante descreve os recursos de um determinado aparelho ou carro, ou os , talvez alguns ia a poética, porém a ênfase não está na mensagem e sim nos sentimentos da poetiza, que expressa seu mais profundo ser. A função da linguagem predominante é a emotiva. Nessa função, o discurso aparece em 1ª pessoa do singular em vários trechos: (Eu sou, sou aquela); a pontuação é mais expressiva, com o uso de ponto de exclamação e Sou a crucificada ... a Observe o anúncio ntTcENPoPEs/UQgUfW1kNaI/AAAAAAAAAHk/C3YoF9jZni4/s1600/lata_logo_questione_mude_beba_pepsi.png Na função apelativa a ênfase está no interlocutor, por isso o discurso é vencer, o outro de algo apelando para suas atitudes. Esse tipo de discurso é muito comum nos textos publicitários, nesse aspecto, os verbos aparecem geralmente no imperativo (ordem, pedido, incitação): Ex: Questione. Mude. Beba. ramente apelativo, alguns anúncios se valem, por exemplo, das características do produto em questão. Quando o anunciante descreve os recursos de um determinado aparelho ou carro, ou os 12 benefícios em adquirir um imóvel ou outro bem, a linguagem predominante nesses trechos é a denotativa. A função referencial nesse contexto de descrição está a serviço de um intuito maior que é o de convencer o leitor. Função fática ou de contato: A ênfase está no canal. Leia a tirinha de Zoé & Zezé - por Rick Kirkman & Jerry Scott: http://3.bp.blogspot.com/- _ACwT4JG1Ug/T4l9nsEq8NI/AAAAAAAAAXA/VT1PrzWLArk/s1600/As+Tirinhas+de+Jornais+5.jpg A função da linguagem utilizada para estabelecer contato verbal é a fática. Na tirinha a ênfase está no contato entre Zoé e Zezé. É uma sequência de orientações para escovar os dentes. Em várias situações cotidianas fazemos contato sempre que iniciamos uma conversa, seja face a face, no telefone ou nas redes sociais. Função referencial ou denotativa: A ênfase está no referente ou contexto. Observe a reportagem: 13 Um terço das pessoas do mundo não tem acesso a água potável, diz ONU. Cerca de 2,4 bilhões de pessoas no mundo — ou um terço da população — não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável. A conclusão é de um estudo mundial feito pela Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta semana. A situação brasileira, por outro lado, é favorável: o acesso chega a 94% dos cidadãos. "O que os dados mostram é a necessidade de focar nas desigualdades como único caminho para alcançar um progresso sustentável", afirma no relatório Sanjay Wijesekera, chefe da divisão de água e saneamento da Unicef, segundo publicou o portal G1. Época, São Paulo, n. 891, online, 4 de jul 2015. A função referencial ou denotativa se concentra no assunto em questão, o foco está no referente, nesse contexto é sobre a temática “água potável”. A linguagem é geralmente em 3ª pessoa (“Cerca de 2,4 bilhões de pessoas no mundo”; “A conclusão é de um estudo mundial”; “O que os dados mostram é”); ausência de advérbios e adjetivos com alta carga de subjetividade (SARMENTO, 2012, p.59). Na maioria dos textos jornalísticos é predominante essa função, pois o jornalista tem a intenção de falar sobre um determinado assunto para informar ou alertar sobre algo que está acontecendo. É possível encontrar a função referencial em outros gêneros, por exemplo: trechos narrativos e descritivos de livros, romances, propagandas; folhetos ou textos informativos sobre doenças etc. Linguagem Denotativa: É o emprego do sentido real da palavra, isto é, como aparece no dicionário. Ex: ”O furacão Katrina, um dos mais avassaladores da história dos Estados Unidos, destruiu a região metropolitana de Nova Orleans e causou mais de mil mortes (Jornal Nacional, 23/08/2005)”. Aqui a palavra furacão se refere ao fenômeno climático. 14 Linguagem Conotativa Esse tipo de linguagem não aparece apenas em textos literários, mas também em interações cotidianas. De forma geral, o significado é construído culturalmente, por isso é possível captar a intenção do interlocutor em utilizar determinada palavra. Ex: “Essa mulher é Furacão- Lucas César e Adriano).” Aqui as palavras fogo e furacão se referem ao significado simbólico devastadora, sensual. https://pixabay.com/static/uploads/photo/2014/04/02/16/28 Função metalinguística: O termo metalinguagem é a linguagem é utilizada para explicar a própria linguagem. A tirinha acima é um bom exemplo disso código) é utilizado para explicar a imagem. É importante perceber que a metalinguagem não se restringe a textos especializados, como as explicações de significado do dicionário, por exemplo. Ao contrário, a função metalinguística ocorre nas mais diversas situações cotidianas, por exemplo: “Explique o que você falou” (INFANTE, 1999, p.260). Também nostextos didáticos, na parte das definições e explicações de termos e expressões. Nos textos de cunho literário, linguístico e crítico em que a linguagem é utilizada, em específicos de alguma área. Um autorretrato também pode ser considerado um exemplo de função metalinguística. Função poética: A ênfase está na mensagem. Observe as imagens: Linguagem Conotativa: É uma linguagem metafórica, simbó Esse tipo de linguagem não aparece apenas em textos literários, mas também em interações cotidianas. De forma geral, o significado é construído culturalmente, por isso é possível captar a intenção do interlocutor em utilizar avra. Ex: “Essa mulher é fogo, é um furacão... (Música: Mulher Lucas César e Adriano).” Aqui as palavras fogo e furacão se referem ao significado simbólico de mulher https://pixabay.com/static/uploads/photo/2014/04/02/16/28/hurricane-307398_640.png ística: A ênfase está no código. Observe a tirinha: O termo metalinguagem é a linguagem é utilizada para explicar a própria tirinha acima é um bom exemplo disso, pois o texto verbal (o utilizado para explicar a imagem. É importante perceber que a metalinguagem não se restringe a textos especializados, como as explicações de significado do dicionário, por exemplo. Ao contrário, a função metalinguística ocorre nas mais diversas situações cotidianas, por exemplo: “Explique o que você falou” (INFANTE, 1999, p.260). Também nos textos didáticos, na parte das definições e explicações de termos e expressões. Nos textos de cunho literário, linguístico e crítico em que a linguagem é utilizada, em muitos momentos, no intuito de esclarecer os termos específicos de alguma área. Um autorretrato também pode ser considerado um exemplo de função metalinguística. A ênfase está na mensagem. Observe as imagens: : É uma linguagem metafórica, simbólica, figurada. Esse tipo de linguagem não aparece apenas em textos literários, mas também em interações cotidianas. De forma geral, o significado é construído culturalmente, por isso é possível captar a intenção do interlocutor em utilizar (Música: Mulher Observe a tirinha: O termo metalinguagem é a linguagem é utilizada para explicar a própria pois o texto verbal (o É importante perceber que a metalinguagem não se restringe a textos especializados, como as explicações de significado do dicionário, por exemplo. Ao contrário, a função metalinguística ocorre nas mais diversas situações cotidianas, por exemplo: “Explique o que você falou” (INFANTE, 1999, p.260). Também nos textos didáticos, na parte das definições e explicações de termos e expressões. Nos textos de cunho literário, linguístico e crítico em que a muitos momentos, no intuito de esclarecer os termos específicos de alguma área. Um autorretrato também pode ser considerado um A ênfase está na mensagem. Observe as imagens: 15 http://econexos.com.br/wp-content/uploads/2013/11/Vang-Gogh.jpeg http://econexos.com.br/wp-content/uploads/2013/11/Van-gogh-depois.jpeg A pintura da esquerda é “Oliveiras com o céu amarelo e o sol” de Van Gogh, e a da direita é uma releitura, mostrando o impacto do desmatamento, do pesquisador Iain Woodhouse. Nas duas imagens o foco é chamar atenção para uma mensagem, a beleza das oliveiras e o ambiente sem as oliveiras. Nesse contexto é perceptível que a elaboração da mensagem utiliza recursos a fim de chamar a atenção do leitor, no intuito de causar surpresa, “estranhamento”, prazer estético (INFANTE, 1999), reflexão e mudança de atitude. A função poética é perceptível na seleção do tópico, na arrumação das cores e das palavras, na exploração do sentido, nos efeitos sonoros e rítmicos. Esse conjunto desenvolve o sentido conotativo dos recursos utilizados no texto, por isso a função poética não aparece apenas em textos literários, mas também em textos e slogans publicitários, provérbios, canções populares etc. É importante lembrar que, nem sempre, todo o texto literário apresenta o predomínio da função poética, como vimos no poema de Florbela Espanca, em que o predomínio é a função emotiva. RESUMO As funções da linguagem são parte do nosso cotidiano, portanto estudá- las nos permite entender de forma consciente sobre a linguagem nas diversas práticas sociais. Cada uma das funções está correlacionada a ênfase que é colocada em cada um dos elementos da comunicação, porém como nossa 16 linguagem é dinâmica e os significados são construídos nas práticas de interação essas funções não são estáticas, embora possuam suas particularidades. Identificar qual função da linguagem prevalece em determinada situação, significa interagir, compreender a ênfase de um texto em um contexto particular. A PRÁTICA 1) Leia o poema Xícara de Fábio Sexugi: a) Qual a função da linguagem predominante nesse texto? Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) A leitura desse texto revela alguma característica rítmica ou métrica? Identifique com elementos do texto. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 17 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) (ENEM, 2014) Leia o texto e marque a alternativa. O exercício da crônica Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado. (MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991). Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui (A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista. (B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista. (C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica. (D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica. (E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica. 3) De acordo com o texto “O exercício da crônica”, qual a função da linguagem predominante? Qual a função que aparece em segundo plano? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 18 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4) Leia o quadrinho de Duke: http://images.slideplayer.com.br/8/1870179/slides/slide_11.jpg a) Como o efeito de humor se constrói nesse quadrinho? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Qual função da linguagem é predominante nesse texto? Retire do texto argumentos para fundamentar sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 19 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5) Leia o texto publicitário: http://port1002.blogspot.com.br/ a) Qual a função da linguagem predominante nesse texto? _______________________________________________________________ b) Quais estratégias de persuasão, verbais e não verbais, foram utilizadas para cumprir o propósito comunicativo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 20 6) Leia o fragmento da carta de Machado de Assis a José Veríssimo (Rio, 21 de abril de 1902). “Meu caro J. Verríssimo, - Recebi sábado o seu recado, e respondo que sim que estou zangado com você, como você esteve comigo. A sua zanga veio de o não haver felicitado pelos 45 anos, a minha vem de os ter feito sem me propor antes uma troca. E a aceitaria de muito boa vontade”. http://panorama-direitoliteratura.blogspot.com.br/2010/05/cartas-jose- verissimomachado-de-assis.html http://2.bp.blogspot.com/- 9pXy5NR82VU/U8vyyBDFTqI/AAAAAAAAP5c/v2QGZm92SlQ/s1600/Machado+de+Assis,+por+Andr%C3%A9+Brown.j pg a) Qual função da linguagem predomina na carta de Machado? Justifique com elementos do texto. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) A caricatura de Machado de Assis de alguma forma complementa o discurso de sua carta? Argumente sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 21 7) Leia o texto jornalístico. http://www.robertoavila.com.br/arquivos/images/referencial.jpg a) Qual a finalidade do texto? Justifique sua resposta. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) O canal de comunicação é trabalhado de alguma forma especial no texto? Comente os recursos utilizados? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 22 c) Que função da linguagem predomina nesse texto? E quais outras funções aparecem em segundo plano? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Referências ESPANCA, Florbela. Livro de Mágoa -Sonetos. Amadora, Portugal : Bertrand, 1978. INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1999. SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos. São Paulo: Moderna, 2012. 23 Tema 3 Variação Linguística Objetivos � Estudar os níveis de linguagem que fazem parte da prática interativa; � Conhecer as diferentes variedades da língua portuguesa e as possibilidades de uso em contextos específicos; O TEXTO Fala e Escrita Toda a atividade discursiva e todas as práticas linguísticas se dão em textos orais ou escritos com a presença de semiologias de outras áreas, como a gestualidade e o olhar, na fala, ou elementos pictóricos e gráficos, na escrita. Assim, as produções discursivas são eventos complexos constituídos de várias ordens simbólicas que podem ir além do recurso estritamente linguístico. Mas toda nossa atividade discursiva situa-se, grosso modo, no contexto da fala ou da escrita. Basta observar nossa vida diária desde que acordamos até o final do dia. Portanto, mesmo vivendo numa sociedade em que a escrita entrou de forma bastante generalizada, continuamos falando mais do que escrevendo. Fala e escrita, ambas têm um papel importante a cumprir e não competem. Cada uma tem sua arena preferencial, nem sempre fácil de distinguir, pois são atividades discursivas complementares. Em suma, oralidade e escrita não estão em competição. Cada uma tem sua história e seu papel na sociedade. Nesse aspecto dinâmico da linguagem, consideramos que a variação linguística é normal, natural e comum em todas as línguas, pois todas as línguas variam, não devemos estranhar as diferenças existentes entre os falantes do português nas diversas regiões do Brasil. Contudo, a grande variação presenciada na oralidade não se verifica com a mesma intensidade na escrita, dado que a escrita tem normas e padrões ditados pelas academias. Possui normas ortográficas rígidas e algumas regras de textualização que diferem na relação com a fala. Mas isso ainda não significa que não haja variação nos modos de escrever. MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONISIO, Angela Paiva. Fala e Escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. P. 13-16 (Fragmento). 24 1) De acordo com o texto qual o papel da fala e da escrita na interação social? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Explique por que as pessoas não falam e não escrevem da mesma forma. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ O CONTEXTO Como observamos no texto anterior, a fala e a escrita, fazem parte do processo interativo e não existe uma única forma de falar ou de escrever. A linguagem é sempre utilizada para cumprir um propósito, que está vinculado a uma necessidade comunicativa de realizar algo. Dentre outros fatores, essa necessidade, o contexto, o conhecimento e a intenção do interlocutor são pontos que determinam as escolhaslinguísticas. A fala e a escrita flutuam dentro de um continuo que versa entre o formal e o informal. Isso significa que dependendo do contexto a fala pode ser mais formal que a escrita, por exemplo: uma palestra de trabalho – uma mensagem de WhatsApp para um amigo; em outro contexto a escrita pode ser mais formal que a fala, por exemplo: um trabalho acadêmico – um diálogo com um colega. 25 Toda língua apresenta variações. Em geral, a modalidade escrita segue os padrões dos modelos de prestígio, porém isso não significa que seja invariável. “O bom uso da língua é aquele que se adéqua às condições de uso” (ANTUNES, 2007). Em situações mais formais é comum o uso da língua culta, em situações informais é mais adequado o uso da linguagem coloquial (SARMENTO, 2012). Por isso, é importante cada interagente da língua conhecer as variações linguísticas, “para saber empregá-las com propriedade e domínio” (SARMENTO, 2012, p. 42). Variação Linguística: são as diferentes variações regionais e sociais dentro de uma mesma língua. Norma padrão: é a variedade linguística mais valorizada socialmente e a mais utilizada na esfera pública (imprensa, comércio, indústria, universidade, governo etc). Na escola é o falar de acordo com as regras gramaticais. É o falar de maior prestígio social. (SARMENTO, 2012). A TEORIA Vamos estudar os diferentes tipos de variações. Variação regional O regionalismo são as marcas linguísticas que caracterizam uma determinada região, em outras palavras as expressões típicas de determinado lugar. Isso geralmente acontece pelas diversas influências de elementos culturais, linguísticos, históricos, sociais, artísticos, religiosos, políticos etc. Essa variedade linguística pode ser no aspecto sintático (que é o mais raro), por exemplo: Tu já estudaste Química? Em contrapartida Você já estudou Química?; no aspecto vocabular, por exemplo: Aipim (Rio de Janeiro), Macaxeira (Nordeste), Mandioca (Sudeste); no aspecto fonético, por exemplo: o /r/ paulista, o /s/ carioca etc; no aspecto semântico, por exemplo: canjica (São Paulo, iguaria doce feita de milho branco; Ceará, pasta de milho verde). A canjica do paulista é o mugunzá do cearense; a canjica do cearense 26 é o curau do paulista. Compreender essas variedades é essencial para se comunicar em determinados contextos com determinados interlocutores. Variação social É característica das diferenças entre as classes sociais. Pode ser no aspecto profissional, que são os jargões de cada área: médico, professor, policial etc; Pode ser para caracterizar as “tribos sociais” que são as gírias, que são dialetos sociais de um grupo específico. As variações sociais podem estar relacionadas às questões como: grau de escolaridade, classe econômica, idade, sexo, grau de formalismo, diferença entre classes etc. Cada um dos interlocutores de cada classe social, dependendo da situação, pode fazer uso de uma variedade padrão ou popular. Variação Histórica A variação histórica é caracterizada devido às mudanças que acontecem na língua ao longo do tempo. Essas mudanças são incentivadas tanto por características internas da própria língua, ou por fatores externos, como contato com outros povos e avanço tecnológico (SARMENTO, 2012). Essas mudanças podem acontecer nos aspectos: Semântico: broto (garota); fonético: (pranta x planta, fror x flor), lexical: (novas palavras: digitação; outras desaparecem: datilografia), sintático: “São dessas coisas que se não explicam” (Aluísio Azevedo) x “São dessas coisas que não se explicam”, ortográfico: (pharmácia x farmácia). Neologismo e Estrangeirismo Os neologismos são fenômenos linguísticos que acontecem quando o interagente da língua impugna uma significação diferente para um termo já existente, por exemplo: gato (ligação clandestina de água ou luz); ou cria um novo termo para explicar algo ou definir alguém. Isso acontece independente de um vocabulário amplo, é motivado pela própria dinamicidade da língua. Um 27 bom exemplo são os textos literários e musicais. Sarmento (2006, p. 285) cita um exemplo interessante: Replique tocou, o surdo escutou E o meu corasamborim (junção de coração + samba+ tamborim) Cuíca gemeu, será que era eu, quando ela passou por mim? ARNALDO, Antunes; CARLINHOS,Brown; MONTE, Marisa. Carnavália, In Tribalistas, 2002. Os estrangeirismos são os empréstimos linguísticos, ou seja, são os termos estrangeiros que passam a fazer parte de uma língua. Na sociedade globalizada é frequente esse tipo de fenômeno, pois a influência que algumas culturas exercem sobre outras é claramente percebida na culinária, na música, na vestimenta, na tecnologia e até no comportamento. No vocabulário tecnológico a maioria das palavras são estrangeirismos do inglês, por exemplo: mouse, software, hardware, case, scanner, mousepad, notebook, iphone etc. No dicionário, algumas palavras, de origem estrangeira já são incorporadas em nosso vocabulário, por exemplo: lanche (lunch em inglês), esse exemplo em inglês significa almoço; futebol (football em inglês britânico). Resumo Estudar os diferentes níveis de linguagem e as diferentes variações linguísticas, significa refletir sobre a dinamicidade da língua e se apropriar de um tipo de conhecimento específico para interagir com mais propriedade nos diferentes contextos. Estudamos que a língua pode variar em diferentes níveis e dimensões, dessa forma é importante entender que essas variações são características de uma região, por isso o conceito de erro não se aplica à linguagem. Os diferentes usos podem caracterizar inadequações e nunca erro. É importante ficar atento para essas questões e compreender que preconceito linguístico é um julgamento depreciativo e desrespeitoso. Depreciar a língua é depreciar a identidade de um povo. 28 A PRÁTICA 1)Leia o texto e responda as questões: Cuitelinho (Renato Teixeira) Cheguei na beira do porto Onde as onda se espaia As garça dá meia volta E senta na beira da praia E o cuitelinho não gosta Que o botão de rosa caia,ai,ai Ai quando eu vim da minha terra Despedi da parentália Eu entrei no Mato Grosso Dei em terras paraguaias Lá tinha revolução Enfrentei fortes batáia,ai, ai A tua saudade corta Como aço de naváia O coração fica aflito Bate uma, a outra faia E os óio se enche d´água Que até a vista se atrapáia, ai... http://letras.mus.br/renato-teixeira/298332/ http://www.walldesk.com.br/pdp/1024/03/10/Bei ja-Flor/Broad-billed-Hummingbird.jpg a)Que nível de linguagem foi utilizada no texto de Renato Teixeira? Explique o por quê. ____________________________ ____________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 29 b) De acordo com o texto o que é “cuitelinho”? Em que trecho esse significado aparece? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Retire do texto as palavras que caracterizam algum tipo de variação e identifique-as. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________2) Leia o texto: https://mscamp.wordpress.com/files/2008/10/variedade-linguistica11.jpg a) De que forma os elementos linguísticos provocam o efeito de humor? É possível dizer que houve algum problema na comunicação? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 30 b) Que nível de linguagem é utilizado no quadrinho anterior? Em que variedade o texto se enquadra? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3) Leia o texto e responda: http://www.taquiprati.com.br/images/Norma%20culta%20charge-surfista.jpg a) Que inadequações contribuem para que o humor seja resgatado no texto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Analisando a expressão facial do surfista o que é possível inferir? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 31 c) Reescreva o texto verbal da charge adequando-o com o contexto em questão. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Essa charge se refere a qual tipo de variação? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4) Decifre o texto: https://encrypted- tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSpzV8496yPbQbCvOFfX05soM8Pf9dP24s1fqmbWVTJwQjfIVH0Lw a) Qual é o assunto do texto? 32 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Que nível de linguagem e que tipo de variação encontramos nesse texto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Que tipo de conhecimento é necessário para escrever ou compreender esse tipo de texto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5) Leia o texto: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/6641/imagens/digitalizar7.jpg a) O que a médica está dizendo? Que variação e que nível de linguagem ela está utilizando? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 33 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Reescreva esse texto utilizando uma variação popular. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6) Leia o texto de Zeca Baleiro: Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu ando de ferryboat... Eu tenho savoir-faire Meu temperamento é light Minha casa é hi-tech Toda hora rola um insight Já fui fã do Jethro Tull Hoje me amarro no Slash Minha vida agora é cool Meu passado é que foi trash... http://letras.com/zeca-baleiro/43674/ (Fragmento) a) Explique a influência do estrangeirismo na letra da música. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b)Destaque os termos estrangeiros e explique o que significam dentro do contexto. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 34 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Referências ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONISIO, Angela Paiva. Fala e Escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. P. 13-16 (Fragmento). SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos. São Paulo: Moderna, 2012. 35 Tema 4 Leitura e níveis de leitura: o texto verbal e o texto visual Objetivos � Conhecer o que é leitura e os níveis de leitura, tanto na modalidade verbal como visual; � Praticar a leitura nesses diferentes níveis e nessas modalidades. OS TEXTOS Texto 1: http://c6.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/B9f128efb/14614833_hJwTy.jpeg 36 Texto 2: http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSGU3BMR3zfDKLi5_t-hDYxDVtAxXV4U0ENjxUhOjVd_n7G8svKng 1) O que é possível compreender a partir da leitura desses dois textos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Analisando o texto 1 explique a afirmação: “Liga seu senso crítico na tomada”. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3) Observando o texto 2, podemos dizer que a escolha da imagem reforça o sentido do texto verbal? Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 37 O CONTEXTO O conceito de texto, hoje, é visto a partir da noção de interação. Nessa concepção interacional, os sujeitos são vistos como seres ativos e construtores sociais, assim, o texto passa a ser visto como o próprio lugar de interação. É tomado como um evento em que os "sujeitos são atores sociais levando em conta o contexto sociocomunicativo, histórico e cultural para a construção dos sentidos e das referências dos textos" (CAVALCANTE, 2013, p. 19). Koch & Elias (2010) advertem que: Na concepção interacional da língua o texto é considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos interlocutores. Há lugar, no texto, para toda uma gama de implícitos, dos maisvariados tipos, somente detectáveis quando se tem, como pano de fundo, o contexto sociocognitivo dos participantes da interação. [...] o sentido de um texto é construído na interação texto- sujeitos e não algo que preexista a essa interação. (KOCH; ELIAS, 2010, p. 11). No bojo dessa concepção, temos que a leitura é, pois, uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base em elementos linguísticos (e não-linguísticos) presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior do evento comunicativo (KOCH & ELIAS, 2010). A compreensão de um texto não se dá exclusivamente por meio da materialidade dos elementos linguísticos presentes na superfície do texto, mas leva-se em conta no processo da leitura, o ativamento de conhecimentos que estão armazenados na memória do ouvinte/ leitor que contribuem para a produção de sentidos. Exemplo: Fonte: http://pilhapuradejoaninha.blogspot.com.br/2012/12/viva-criatividade-em-torno-de-oscar.html. Nas palavras de Carvalho & Silva (2014), apenas os elementos linguísticos do texto (O título Convocação extraordinária e a fala do personagem à direita - Jesus) não proporcionam subsídios necessários para a compreensão e o efeito cômico presente na charge. Para que o leitor entenda o sentido do texto faz-se necessário a leitura das imagens e os reconhecimentos dos elementos que compõem o texto: saber que o senhor que carrega uma maleta permeada por réguas é o arquiteto Oscar Niemeyer, 38 compreender o contexto em que o texto está inserido (morte do arquiteto que projetou a cidade de Brasília e de grande reconhecimento no mundo todo), perceber que na fala do personagem Jesus: "Vou acabar com tudo no dia 21", refere-se a previsão apocalíptica de que o mundo acabaria em 21/12/2012. Segundo os autores, o humor se dá não somente pelo o que está homologado no texto, mas sim por sua relação com as imagens e os conhecimentos que devem ser mobilizados para que a compreensão seja possível. É preciso considerar que, no exercício da leitura, além das pistas e sinalizações que o texto oferece, entram em cena os conhecimentos do leitor. CARVALHO, Francisco Romário Paz. Leitura, Texto e produção de sentido: em cena o verbal e o visual. Revista Temática. Vol. 10, n. 6 (2014). (Fragmento). A TEORIA O texto do tópico “contexto” esclarece pontos importantes no que se refere à leitura. A partir desse conhecimento é possível compreender, de forma consciente, o que é ler e que leitura não se restringe apenas aos textos verbais. Foi possível perceber pelo exemplo da charge “convocação extraoridinária” que o texto visual também contribui para que o sentido do texto seja recuperado. A leitura acontece por meio de um processamento interativo da mente, e segundo a necessidade da tarefa e do leitor, pode acontecer de forma descendente ou ascendente. A estratégia descendente são as que partem do conhecimento de mundo para o nível de decodificação da palavra, seria em outras palavras, do amplo para o restrito; a estratégia ascendente inicia pelo elemento linguístico (palavra) para depois acionar outros conhecimentos de ordem enciclopédica, semântica e/ou pragmática (KLEIMAN, 2010, p.40). No âmbito das estratégias ascendentes ou descendentes é possível dizer que essa dinâmica acontece em três níveis: pré-leitura, leitura e pós-leitura. http://www.iapcursos.com.br/site/imagens/cursos/leitura.jpg A pré-leitura: é o momento em que o conhecimento sobre determinado assunto é ativado, mesmo antes da leitura detalhada do texto. Isso envolve a 39 experiência do leitor com outros textos ou experiências de vida. Esse conhecimento pode ser ativado pelo título ou pelas imagens que compõem esse texto. Nesse momento algumas estratégias específicas são acionadas: predição/ inferência, conhecimento de mundo e contexto. • Predição ou inferência: É a atividade de predizer, inferir, “adivinhar” o conteúdo de um texto, por intermédio de pistas que estão no próprio texto. Estas pistas podem ser: o título, o conteúdo visual, as marcas tipográficas (uso de maiúscula, itálico, negrito, número, símbolo), o gênero textual etc. A predição aciona os outros conhecimentos a seguir. • Conhecimento de mundo: Se refere a toda bagagem cultural e de vida que todas as pessoas possuem, seja ela letrada ou não. Esse conhecimento, acionado a partir da predição, contribui no processo de compreensão do texto. • Contexto: É a inter-relação dos elementos que acompanham um fato ou uma situação criando um local específico. O conhecimento desse local ajuda o leitor a compreender o sentido real ou figurado de uma determinada palavra, ou imagem. A predição ou inferência depende do contexto e do conhecimento de mundo para ser formulada. Essas estratégias além de ajudarem na construção do significado, contribuem para a captação de novas palavras que são associadas a determinados contextos, e dessa forma é possível maximizar as “famílias” de conceitos sobre um assunto (KLEIMAN, 2010, p. 79). A leitura: É a parte da interação verbal ou visual que implica na participação ativa do leitor para interpretar e reconstruir o sentido, sempre levando em consideração a intenção do autor (ANTUNES, 2003, p. 66). É uma atividade complexa, em que todos os elementos que se encontram no texto funcionam como “instruções” que não podem ser desprezadas, pois traçam um caminho para que o leitor construa significações, hipóteses, confirme predições, tire conclusões. Grande parte do que o leitor consegue assimilar do texto está ligado ao conhecimento prévio, ou seja, aquilo que ele já sabe sobre determinado assunto (ANTUNES, 2003, p. 67). É uma mistura de processo cognitivo e interativo, um exemplo disso é que em 40 determinadas situações o leitor nem precisa ler todo o texto, ou ler de forma detalhada para captar seu sentido. A pós-Leitura: Esse é a atividade final em que o leitor faz uma reflexão sobre o texto e sobre a aplicação deste para sua vida. É importante que o leitor tenha o hábito de fazer essa atividade de forma consciente, e que seja motivada uma reflexão crítica, buscando compreender a importância desse texto, refletindo sobre as predições iniciais, tirando uma conclusão final sobre a intenção do autor e o mundo do leitor. Considerando todo esse complexo que compõe a atividade de ler, é possível dizer que a leitura ajuda a formar conceitos e melhora de forma significativa a capacidade de argumentação. Vamos ler!!!!! Resumo A leitura é uma atividade interativa, é uma forma de comunicação importante na construção do sentido. Ler não se resume ao contato com o texto verbal, o texto visual é também um instrumento importante e que já faz parte do contexto de leitura. O leitor durante a leitura além de construir sentido, utiliza algumas estratégias que podem reconstruir significados a partir da interação com o texto, do conhecimento prévio, do contexto e do conhecimento linguístico. A PRÁTICA Leia o texto “Geração Coca-Cola de Renato Russo e o mesmo texto em outro formato e responda as questões: Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de 9 às 6 Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez - Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola. Depois de 20 anos na escola 41 Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser? Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reisFazer comédia no cinema com as suas leis http://letras.com/legiao-urbana/45051/ (fragmento) http://spe.fotolog.com/photo/30/63/15/rusloko/1197038318_f.jpg a) A partir da leitura do texto nos dois formatos, qual relação é possível fazer entre eles? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Utilizando a estratégia de pré-leitura o que é possível inferir a partir do título do texto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Utilizando a estratégia de leitura, quais as marcas tipográficas são encontradas no texto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Considerando o contexto social do Brasil, o que é possível afirmar a partir desse trecho? “Desde pequenos nós comemos lixo/ Comercial e industrial” _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 42 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ e) Observando o texto no formato de garrafa responda: I- Por que o texto aparece em cores diferentes? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ II- Por que o tamanho e a fonte de algumas palavras aparecem em destaque? Qual a intenção do autor? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ f) A partir da estratégia de pós-leitura, qual a leitura crítica é possível fazer desse texto considerando a realidade social do Brasil? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 43 Leia os textos e responda as perguntas: Texto 1: Leitura Alimenta http://portalpitanga.com.br/wp-content/uploads/2013/02/Imagem2.jpg Texto 2: Quem lê enxerga mais. 44 http://algarmidia.com.br/blog-da-propaganda/wp-content/uploads/sites/3/2011/04/hco.jpg a) Que leitura é possível fazer do título do texto 1? Qual o objetivo desse anúncio? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Qual o sentido dos artefatos de cozinha (garfo, faca e saleiro) no texto 1 para a construção do sentido? 45 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Qual a leitura crítica é possível fazer do conteúdo verbal do texto 1? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ d) Qual a ligação entre o titulo do texto 2 e seu conteúdo visual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ e)Qual o objetivo do anúncio do texto 2? Pelas informações no anúncio quem é o autor? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ f)Por que de acordo com o anúncio: Quem lê enxerga mais? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 46 g) O que existe de comum entre os textos 1 e 2? Comprove com elementos extraídos dos textos. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Referências ANTUNES, Irandé. Aula de Português: Encontro e Interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ________________. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. Campinas, SP: Pontes Editores, 2010. 47 Tema 5 Tipologias, Gêneros Textuais e intertextualidade Objetivos � Entender a diferença entre tipologia e gênero textual; � Conhecer as particularidades e usos das tipologias e gêneros textuais. OS TEXTOS Texto 1: Cartum de Quino 48 Texto 2: Notícia da Revista Veja Pan-2015: atleta desmaia, mas é medalha de prata no levantamento de peso A halterofilista equatoriana Neise Dajones passou mal, nesta terça-feira, após levantar 121 quilos em prova da categoria até 69 quilos, no Pan de Toronto. Logo após o esforço, a atleta de 17 anos não aguentou: desmaiou e, caída no chão, sofreu uma convulsão. Mesmo com o incidente, Neise foi liberada para tentar levantar 125 quilos em outra fase da prova. O resultado: medalha de prata. Na segunda-feira, outra atleta, a venezuelana Genesis Rodriguez, também desmaiou ao tentar erguer 106 quilos e também conseguiu faturar a prata. http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/pan-2015-atleta-desmaia-mas-e-medalha-de-prata-no-levantamento-de-peso Texto 3: Artigo de opinião Análise/ Thomaz Wood Jr. O fim dos gerentes? por Thomaz Wood jr. — publicado 15/07/2015 04h06 Após ceifar empregos na base, chegou a hora de a tecnologia ameaçar o meio da pirâmide corporativa. As fábricas automatizadas do fim do século XX substituíram trabalhadores por robôs. Agora é a vez de as empresas de serviços substituírem gerentes e outros profissionais por softwares. Os efeitos ainda são alvo de especulação. Por um lado, um movimento que libera os seres humanos de tarefas repetitivas e maçantes é um sonho de qualquer utopista. Por outro, o desemprego e o agravamento das desigualdades são efeitos palpáveis e hoje incontestáveis. Em editorial da revista científica Administrative Science Quarterly, veiculada em junho de 2015, Gerald F. Davis observa
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