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Minicurso - Como elaborar um Projeto de Pesquisa

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MINICURSO: ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA
Prof. Sergio Francisco Loss Franzin
Mestre em Letras; Doutorando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
Dezembro de 2014
1º Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex)
INTRODUÇÃO
TEMA: Elaboração de projetos de pesquisa.
OBJETIVOS:
GERAL: 
 	Ampliar as competências de estudantes e profissionais para a elaboração de projetos de pesquisa.
ESPECÍFICOS: 
Compreender o conceito de projeto de pesquisa.
Desenvolver um esboço de projeto de pesquisa a partir da compreensão de cada parte constituinte deste gênero textual.
Aplicar regras de formatação de trabalhos acadêmicos e profissionais, compendiadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
FUNDAMENTAÇÃO
PROJETOS DE PESQUISA
 	Formas de planejamento que preveem a orientação dos caminhos a serem seguidos no levantamento, análise e tratamento de dados. 
PROJETOS DE EXTENSÃO
 	São aqueles aplicados para o atendimento a uma comunidade, na forma de oferta de serviços, eventos, colaborações.
PROJETOS ADMINISTRATIVOS
 	São projetos bastante descritivos, que contemplam partes básicas dos projetos de pesquisa ou extensão, como objetivos, procedimentos, custos e cronogramas, além de partes específicas.
DEFINIÇÃO DO TEMA
O QUE SE PRETENDE PESQUISAR?
Deve ser restrito à dimensão passível de ser investigada, ou seja, não pode extrapolar as condições de tempo, necessidade, viabilidade e interesse do pesquisador.
Deve ser pensado como base de um problema.
Deve ser formatado como uma expressão substantivada.
OS TEMAS DEVEM SER DELIMITADOS.
DEFINIÇÃO DO TEMA
TEMAS POSSÍVEIS
Tecnologias sociais para o desenvolvimento ― Delimitação: Sistemas cooperativos no ramo de negócio x, em Ji-Paraná/RO.
Ciclos biogeoquímicos na Amazônia ― Delimitação: Os dióxidos ou formas hexavalentes ou tetravalentes do elemento y durante o período w no local z.
A dinâmica das espécies k nas florestas de igapó ― Delimitação: A dinâmica da variável j da espécie k nas florestas de igapó da Região R de Rondônia.
A conectividade global na era da hipermídia ― Delimitação: A conectividade nacional  regional  local na era da hipermídia/A conectividade de intranet na empresa E: segurança e funcionalidade.
Tecnologias para o desenvolvimento regional e a sustentabilidade ― Delimitação: O desenvolvimento tecnológico para a melhoria da produção de leite do Rebanho N nos sistemas de criação intensiva da Fazenda F (ou da região P).
OFICINA 1 ― DEFINA SEU TEMA E O DELIMITE
Como definir um tema?
Parta de um interesse lógico.
Limite-se à viabilidade, ao que pode fazer.
Reserve-se ao que tem de fundamentação ou fonte de dados possíveis.
Restrinja ao máximo o objeto da pesquisa.
Considere o tempo e os custos a serem despendidos.
Pense em um problema.
ELEMENTOS DE PROJETOS DE PESQUISA
Fonte: Franzin (2014, p. 48), conforme a NBR 15.287 e a 14.724 (ABNT, 2005; 2011)
ELABORAÇÃO DE CAPA E FOLHA DE ROSTO
Fonte: Franzin (2014, p. 48), conforme a NBR 15.287 (itens 4.1.1 e 4.1.2) e a 14.724 (ABNT, 2005; 2011)
SUMÁRIO
Fonte: Franzin (2014, p. 53), conforme a NBR 6.027 (ABNT, 2003)
OUTROS ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Lista de ilustrações:
Desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros.
Lista de tabelas.
Lista de abreviaturas e siglas.
Lista de símbolos.
ESTES ELEMENTOS SÃO ANTERIORES AO SUMÁRIO.
OFICINA 2 ― INTRODUÇÃO DO PROJETO
Tema.
Problema.
Justificativas.
Objetivos.
Hipóteses (opcionais).
OFICINA 2 ― INTRODUÇÃO
COMO DEFINIR O PROBLEMA?
Parta do tema e sua delimitação.
Contextualize de forma crítica, se possível com levantamento de dados estatísticos e demais tipos.
Converta a situação contextualizada em uma pergunta.
O problema deve ser claro, preciso, empírico (verificável), suscetível de resolução, delimitado a uma dimensão viável (GIL, 2002, p. 26).
EXEMPLOS:
“O que tem gerado o déficit financeiro na Unidade X?”; 
“Qual o modelo de gestão de pessoal na Empresa Y e seus efeitos nas rotinas de trabalho?”; 
“Que tipo de desenvolvimento tecnológico precisa ser implantado nos sistemas de
criação intensiva da Região W (ou Empresa E) para a melhoria do incremento leiteiro?”
Fonte: (FRANZIN, 2013)
OFICINA 2 ― JUSTIFICATIVAS
O QUE COMPÕE AS JUSTIFICATIVAS?
Importância: benefícios a serem conseguidos pela pesquisa; vantagens previstas.
Alcance: pessoas ou entidades beneficiadas; produtos resultantes; impactos provocados.
Viabilidade: condições de aplicação.
EXEMPLOS DE JUSTIFICATIVAS:
As empresas precisam gerar superávit por meio de novas tecnologias, é preciso descobrir como fazer; as comunidades (ou setor) serão beneficiadas com um novo modelo de gestão; o custo da proposta de pesquisa é baixo.
A produção assinalada nos últimos anos ficou muito aquém do esperado, de modo que é preciso investigar as causas e apresentar soluções; várias empresas do arranjo produtivo passam pelo mesmo problema; as empresas que não investem em tecnologia ficam prestes à falência, este estudo aponta as possibilidades e os tipos de investimentos requeridos.
OFICINA 2 ― OBJETIVOS
 	Os objetivos devem ser definidos com verbos no infinitivo sempre, indicando-se um geral e cerca de três específicos.
OBJETIVO GERAL
Corresponde ao direcionamento geral do projeto e deve resultar do problema.
Exemplo: “Demonstrar o déficit tecnológico nos sistemas de criação intensiva de gado de leite na Região W ou Empresa E”.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São um desdobramento do objetivo geral.
Exemplos: “(a) Definir as principais problemáticas da produção leiteira da região W; (b) Discutir as possibilidades de investimento tecnológico para a melhoria da produção leiteira na região; (c) Apresentar tecnologias possíveis para o incremento leiteiro”.
Fonte: Franzin (2013, p. 55)
OFICINA 2 ― HIPÓTESES
As hipóteses são respostas imaginadas em relação aos objetivos e a partir dos problemas levantados. Também podem ser gerais e/ou específicas.
PROBLEMA
OBJETIVO
HIPÓTESE
Que tipo de desenvolvimento tecnológico precisa ser implantado nos sistemas de
criação intensiva da Região W (ou Empresa E) para a melhoria do incremento leiteiro?
Propor um modelo de desenvolvimento tecnológico nossistemas de
criação intensiva da Região W (ou Empresa E) para a melhoria do incremento leiteiro.
O modelo de desenvolvimento tecnológico nossistemas de
criação intensiva da Região W (ou Empresa E)maisadequadopara a melhoria do incremento leiteiroé o da produção por meio da tecnologia X, porque...
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É também chamada de Referencial Teórico.
Deve-se respeitar os procedimentos de citação, conforme a NBR 10.520 (ABNT, 2002):
Citação direta: com cópia integral, no conteúdo e na forma, do texto de outro autor, com referência de autoria inserida no discurso ― Segundo Silva (2010, p. 10), de acordo com Souza (2013, p. 15), etc. ― ou disposta em maiúsculas, entre parênteses, após a indicação (SOUZA, 2013, p. 15; SILVA, 2010, p. 10, etc.).
Citação indireta: com reprodução à própria maneira das ideias de outro autor, mas igualmente com a referência de autoria. Neste caso, a indicação de página é facultativa.
É PRECISO PREVENIR PLÁGIO DE FORMA E PLÁGIO DE CONTEÚDO.
OFICINA 3 ― FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Escrever um parágrafo com citação direta e outro com citação indireta.
Exemplos:
De acordo com Gil (2002, p. 17), “[...] pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.” 
A capa, que aparece como elemento opcional na NBR 15.287 (ABNT, 2005), na NBR 14.724 (ABNT, 2011), que trata dos elementos de trabalhos acadêmicos, é obrigatória. 
METODOLOGIA
DEFINIÇÃO DE MÉTODO
É a estratégia geral estabelecida para a pesquisa, que pode partir do particular para o geral ou vice-versa. Pode ser qualitativo (quando se concentra em aspectos descritivos), quantitativo (quando se foca em aspectos numéricos) ou ambos. É também indutivo ou dedutivo.
MÉTODO INDUTIVO
Parte de aspectos ou elementos particulares para chegar a uma generalização. Por exemplo: estudar procedimentos de algumas empresas para provar que todas de um setor apresentarão os mesmos resultados na prática.
MÉTODO DEDUTIVO
Parte de aspectos ou elementos gerais para chegar a uma especificação. Por exemplo: pesquisar sobre a economia de vários países para dizer qual modelo não daria ou daria certo no Brasil.
Franzin (2014)
METODOLOGIA
TIPOS DE PESQUISA
Quanto à interferência do pesquisador: interventiva ou não interventiva.
Quanto aos objetivos: exploratória (levantamento), descritiva (detalhamento), explicativa (relação entre variáveis) e mista.
Quanto aos procedimentos: bibliográficas, documentais, experimentais, ex-post facto, estudos de coorte, levantamentos, estudos de campo, estudos de caso, pesquisas-ação e pesquisas participantes.
LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Descrever o local com dados básicos, apenas os necessários para identificação do espaço de pesquisa (quando aplicável)
PÚBLICO-ALVO (SE HOUVER)
O público-alvo deve ser representativo o suficiente e não segmentado, quando se pretende uma generalização ou abrangência maior.
METODOLOGIA
PROCEDIMENTOS
Descrever o passo a passo da pesquisa, da forma mais detalhada possível.
MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS
Definir se serão utilizados questionários, diários de bordo, equipamentos, máquinas, ferramentas e outros tipos de materiais.
TRATAMENTO DOS DADOS E FORMA DE APRESENTAÇÃO
Descrever a forma como os dados serão sistematizados e apresentados (se em tabelas, gráficos, quadros, relatórios, etc.); se haverá a utilização de algum software específico; se os dados serão testados para validade.
OFICINA 4 ― ELABORAÇÃO DE UM TRAÇADO METODOLÓGICO BÁSICO
Definir o tipo de pesquisa.
Identificar o local de aplicação, o período e (se houver) o público-alvo.
Traçar os procedimentos básicos.
Apresentar a forma de sistematização e apresentação dos dados.
RECURSOS
HUMANOS
Às vezes o pesquisador ou extensionista necessita do apoio de outras pessoas para a aplicação de seus projetos.
MATERIAIS E FINANCEIROS
Elaborar uma planilha de custos, conforme as Normas de Apresentação Tabular do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1993).
TABELA DE RECURSOS MATERIAIS E FINANCEIROS
 
Descrição
Unidade
Quant.
V. Unitário (R$)
V. Total (R$)
 1
Aparelho de data show ou TV com conexão HDMI
Aparelho
1
0,00
0,00
 2
Laptop
Aparelho
1
0,00
0,00
 3
Cópias de apostilas com até 50 páginas
Página
1.500
0,15
225,00
 4
Resma de papel sulfite com 500 folhas
Resma
1
15,00
15,00
 5
Certificados
Unidade
31
0,50
15,00
Total
255,50
CRONOGRAMA
O cronograma prevê todas as etapas de preparativos, realização e apresentação dos resultados da pesquisa.
Descrição
2014
2015
2016
2ºsem.
1ºsem.
2ºsem.
1ºsem.
1
Apresentação da proposta
 
 
 
 
2
Levantamento e seleção de bibliografias
 
 
 
 
3
Leitura dos materiais selecionados
 
 
 
 
4
Etapa 1 de campo: descrever...
 
 
 
 
5
Sistematização dos dados
 
 
 
 
6
Escrita do relatório e apresentação
 
 
 
 
7
Reescrita do relatório
 
 
 
 
8
Participação no evento (apontar)
 
 
 
 
9
Entrega do trabalho final, defesa, etc.
 
 
 
 
OFICINA 5 ― ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMAS E PLANILHAS DE CUSTOS
Definir se haverá necessidade de colaboradores ou não.
Elaborar a planilha de custos, indicando também os materiais que já se encontram disponíveis, como previsão.
Elaborar o cronograma de execução, envolvendo todas as etapas.
REFERÊNCIAS
Referências são a lista de obras, documentos e outros materiais usados para embasamento teórico ou fonte de informação para a pesquisa, efetivamente citados pelo pesquisador.
É recomendável evitar citação de citação, e sim utilizar as fontes primárias.
Fontes pouco seguras, como as da plataforma Wikipédia, não têm credibilidade científica.
Não se usa mais a expressão “referências bibliográficas”.
OFICINA 6 ― COMPOSIÇÃO DE UMA LISTA DE REFERÊNCIAS
Devem ser listadas apenas as referências utilizadas, conforme a NBR 6.023 (ABNT, 2002).
O padrão básico de escrita de uma referência é este: SOBRENOME, Nome (N.). Título: subtítulo. Local: Editora, ano.
Quando se trata de fonte de internet, o padrão é diferente: SOBRENOME, N. (ou nome do site, se não houver autoria assinada). Título. Disponível em: <www.endereçodosite.com.br>. Acesso em: dia, mês e ano.
Há diversos outros casos, que devem ser conferidos na NBR citada.
APÊNDICES E ANEXOS
Apêndices são materiais de apoio elaborados pelo pesquisador para o desenvolvimento de sua pesquisa, como questionários, mapas, roteiros, demonstrativos e outros.
Anexos são materiais de apoio não elaborados pelo pesquisador para o mesmo fim que os apêndices. Ambos são opcionais.
Geralmente usam-se apêndices e anexos quando eles não são bem comportados na sequência do texto elaborado.
REFERÊNCIAS PRINCIPAIS DESTA APRESENTAÇÃO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.520/2002. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. (Citações).
______. NBR 6.023/2002. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. (Referências).
______. NBR 6.027/2003. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. (Sumário).
______. NBR 15.287/2005. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. (Elementos de projetos).
______. NBR 14.724/2011. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. (Elementos de trabalhos acadêmicos).
BRASIL. IBGE. Normas de Apresentação Tabular. 3. ed., Brasília: IBGE, 1993.
FRANZIN, S. F. L. Orientação para Prática Profissional e Pesquisa: Informática para Internet. Cuiabá: UFMT, Porto Velho: IFRO, 2014.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa? 4. ed., São Paulo: Atlas, 2002.
APÊNDICE ― FORMATAÇÃO DE PROJETOS
Papel: branco, A4 (21 x 29,7 cm).
Letra: Arial ou Times New Roman, tamanho 12 (10 nas citações com mais de 3 linhas, rodapés, paginação, legenda de figuras e fontes de origem).
Espaçamento entre linhas: duplo (1,5) nos textos em geral e simples (1,0) nas citações com mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas.
Margens: superior e esquerda, de 3 cm; inferior e direita, de 2 cm. Espaçamento entre textos e títulos: dois espaços duplos.
Indicativos de seção (títulos e subtítulos): em algarismos arábicos, de forma progressiva, a partir da introdução e até o cronograma, sem pontos.
Alinhamento: justificado, com entrada de parágrafo, exceto nas referências, que se alinham à esquerda.
Títulos e subtítulos: devem ser gradativamente diferenciados (NBR 14.724).
Paginação: a partir da Introdução (ou apresentação).
MENSAGEM
 	O pensamento mítico cria fadas, duendes, deuses e monstros; o pensamento filosófico procura entender as ideias criadoras; o senso comum não se preocupa em justificar origens, meios e fins; e o conhecimento científico duvida até mesmo de suas próprias verdades. (FRANZIN, 2014, p. 16)

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