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Exercícios de Processo Penal I

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Universidade da Região de Joinville- UNIVILLE
Curso de Direito – Ciências Jurídicas
Disciplina: Processo Penal I
Exercício de Direito Processual Penal – Artigos 69 e seguintes do CPP
1. Quais as hipóteses de determinação de competência de acordo com o CPP?
R.: De acordo com o artigo 69 do CPP, tem-se que “Determinará a competência jurisdicional: o lugar da infração, o domicílio ou residência do réu, a natureza da infração, a distribuição, a conexão ou continência, a prevenção, a prerrogativa de função.” 
2. O que é crime a distância? Como ele ocorre e se dá a competência no Brasil?
R.: São aqueles cometidos parte no território nacional e parte no estrangeiro:
a) Crime iniciado no Brasil e consumação no exterior: nos termos do art. 70, § 1º, do CPP, quando iniciada a execução de um crime em nosso país e havendo a consumação fora dele, será competente, para processar e julgar o delito, o lugar no Brasil onde foi praticado o último ato de execução.
b) Último ato de execução no exterior para produzir resultado em território brasileiro: nesse caso a solução encontra-se no art. 70, § 2º, do CPP, que estabelece que se o último ato de execução for praticado fora de nosso território, será competente para processar e julgar a infração penal o juiz do local em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
3. O que se entende por prevenção em Processo Penal?
R.: Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
4. O que é conexão? Explique suas formas.
R.: A existência do fenômeno da conexão necessariamente deve-se estar diante de duas ou mais infrações penais (o que não ocorre na continência). Essas duas ou mais infrações devem estar interligadas por algum dos vínculos elencados nos incisos do art. 76 do CPP: A competência será determinada pela conexão:
        I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
        II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
       III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influírem na prova de outra infração.
5. O que é continência? Explique.
R.: O Código de Processo Penal prevê a existência de continência por cumulação subjetiva ou objetiva. Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I): ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração penal. Trata-se aqui de crime único cometido por duas ou mais pessoas em coautoria ou participação. De todas as formas de conexão e continência, na prática, esta é a mais comum. Continência por cumulação objetiva: ocorre em todos os casos de concurso formal, bem como nas hipóteses de erro na execução (aberratio ictus) ou resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) com duplo resultado.
6. Quais são as Justiças Especiais e onde estão elencadas? Como se dá competência da Justiça Estadual? A Justiça do Trabalho julga crimes?
R.: As justiças especiais são: Justiça Militar, Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho, sendo estas elencadas na Constituição Federal. 
	A competência da Justiça Estadual tem caráter residual, ou seja, o que não está previsto nas demais Justiças é Estadual. A Justiça do Trabalho não tem jurisdição penal.
7. Discorra sobre a competência da Justiça Comum Federal, suas vedações e dê um exemplo de sua atuação.
R.: A Justiça Federal e a Estadual são órgãos da chamada Justiça Comum. A Constituição Federal expressamente prevê a competência Criminal da Justiça Federal em seu art. 109:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
A Justiça Federal não julga contravenções, crimes militares, crimes sem o interesse da União. A sua atuação pode se verificar em crimes onde envolva a Caixa Econômica Federal. 
8. O que é Incidente de deslocamento de competência? Quais seus requisitos? Quem pode propor e perante qual órgão?
R.: O incidente de competência ocorre na hipótese de grave violação de direitos humanos; nele o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
9. Como se dá a competência em caso de estelionato com uso de cheques?
R.: Nesse caso, o agente emite cheque de terceiro, fazendo-se passar pelo correntista, falsificando a assinatura deste. Como em qualquer modalidade de estelionato comum, descrita no caput do art. 171 do CP, a consumação se dá no momento da obtenção da vantagem ilícita, e, por isso o foro competente é o do local em que o cheque foi passado e o agente recebeu os bens. Assim, se uma pessoa faz uma compra no shopping de Fortaleza e falsifica o cheque de pessoa cuja conta corrente é em Natal, o foro competente é o de Fortaleza, local em que o agente recebeu as mercadorias compradas. Nesse sentido, a Súmula n. 48 do Superior Tribunal de Justiça: “Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque”.
10. Quais agentes que atuam no judiciário podem ser passíveis de arguição de suspeição? Como se argui esse incidente no Tribunal do júri? E quanto aos Delegados de Polícia?
R.: Quanto à arguição de suspeição:
- Suspeição de magistrado nos tribunais: aos ministros, desembargadores e juízes que oficiam em tribunais, aplicam–se as regras relativas à abstenção e recusa dos juízes de primeiro grau de jurisdição (art. 103 do CPP).
- Suspeiçãodo membro do Ministério Público: incumbe ao órgão do Ministério Público abster-se, espontaneamente, de oficiar em processo em que seja suspeito. Acaso assim não o faça, poderá a parte arguir a suspeição do membro do Ministério Público, hipótese em que o juiz do processo, após ouvir o promotor, colherá as provas e julgará a exceção no prazo de 3 dias (art. 104 do CPP). Não é dado ao juiz arguir, de ofício, a suspeição do órgão do Ministério Público. A decisão que acolhe ou que rejeita a arguição é irrecorrível: “A arguição de suspeição de membro do Ministério Público de primeiro grau deve ser processada e julgada em Primeira Instância, pelo Juízo do feito, não cabendo recurso contra a decisão proferida, conforme dispõe o art. 104 do Código de Processo Penal. Precedentes desta Corte” (STJ — RHC 15.351/RS — 5ª Turma — Min. Laurita Vaz — DJ 18.10.2004 — p. 297). Acolhida a exceção, o substituto legal passará a intervir no feito, mas não serão invalidados os atos do qual participou o órgão suspeito, já que se cuida de hipótese de nulidade relativa, cuja decretação pressupõe a demonstração de prejuízo: “A suspeição do órgão do Ministério Público implica em nulidade relativa, passível de preclusão, porquanto só a suspeição do Juiz implica em nulidade absoluta (CPP, art. 564, I)” (STF — HC 77.930/MG — 2ª Turma — Rel. Min. Maurício Corrêa — DJ 09.04.1999 — p. 4).
- Suspeição de peritos, intérpretes e de servidores da Justiça: pode ser alegada, também, a suspeição de peritos, intérpretes e funcionários da Justiça, que se processará perante o juiz com quem atue o excepto. Em tal hipótese, o juiz decidirá de plano e sem recurso, determinando o afastamento do órgão auxiliar acaso julgue procedente a arguição (art. 105 do CPP).
- Suspeição de jurado: a suspeição do jurado deve ser alegada oralmente (art. 106 do CPP), imediatamente após a leitura da cédula com o nome do juiz leigo (art. 468 do CPP). Em seguida, o juiz deverá ouvir o jurado que se quer afastar e decidirá de plano, à luz de eventuais provas que o interessado apresentar. A decisão, acolhendo ou rejeitando a arguição, é irrecorrível. A propósito: “Observa-se, na hipótese, que a arguição de suspeição da jurada não foi suscitada no momento oportuno pela defesa do paciente, tornando-se a irregularidade, como bem asseverou o acórdão impugnado, preclusa. Com efeito, a defesa deveria ter arguido oralmente o vício logo após o sorteio do corpo de jurados, a teor do disposto no art. 459, § 2º, do Código de Processo Penal. Todavia, nada foi suscitado, no momento oportuno, convalidando-se, assim, nos termos do art. 571, inc. VIII, do Código de Processo Penal, a participação da jurada, ora impugnada, no corpo de deliberação” (STJ — HC 69.621/MG — 5ª Turma — Rel. Min. Laurita Vaz — DJ 26.03.2007 — p. 270). Se a parte pretender recusar, por suspeição, juiz ou promotor que passaram a oficiar no processo na sessão de julgamento, deverá opor a exceção de forma oral, logo após a abertura dos trabalhos.
- Suspeição da autoridade policial: não se pode opor suspeição às autoridades policiais nos autos do inquérito, mas o delegado de polícia tem o dever de declarar-se suspeito (art. 107 do CPP), sujeitando--se, em caso de inobservância dessa diretriz, às sanções disciplinares.
O interessado poderá, em caso de desrespeito ao dever de abster-se de oficiar em investigação para a qual é suspeita, provocar a atuação do superior hierárquico da autoridade policial.
11. Defina questão prejudicial homogênea e heterogênea. Qual juízo pode julgá-las (Cível/Criminal)?
R.: No processo penal, as questões prejudiciais podem ser divididas:
1) Quanto ao caráter:
a) Homogênea (comum ou imperfeita) — quando a questão prejudicial também for de natureza criminal, como ocorre, por exemplo, na apreciação da existência do delito antecedente para a caracterização de crime de receptação ou de lavagem de dinheiro.
b) Heterogênea (perfeita ou jurisdicional) — quando a questão prejudicial tiver caráter extrapenal, como, na hipótese de processo por crime de furto, a solução de controvérsia sobre a propriedade do bem.
Nosso Código silenciou em relação à forma de solução das questões homogêneas, de forma que seu julgamento sempre fica a cargo do próprio juiz penal. Em relação às formas de solução das questões prejudiciais heterogêneas (arts. 92 e 93 do CPP), o ordenamento pátrio filiou-se ao sistema misto, ora atribuindo, necessariamente, ao juízo cível a solução da prejudicial extrapenal, ora conferindo liberdade ao juiz penal para decidir sobre a conveniência de devolver ou não o julgamento da controvérsia ao juízo cível.
12. O que é sequestro? Quais os requisitos para bens imóveis? Quem são os legitimados para propor?
R.: Sequestro é a retenção judicial da coisa, para impedir que se disponha do bem. O sequestro pode recair sobre bens imóveis (art. 125 do CPP) ou sobre bens móveis (art. 132 do CPP), desde que tenham sido adquiridos com o produto do crime, ou seja, desde que se constituam em proventos da infração. Averbe-se que não se sujeitam ao sequestro, porém, os bens móveis que sejam produtos diretos da infração, pois passíveis de busca e apreensão. Os bens imóveis que constituam produto direto da infração, ao contrário, são passíveis de sequestro, pois sua insuscetibilidade natural à apreensão fez com que fossem excluídos do rol das coisas juridicamente apreensíveis. A lei prevê a possibilidade de o sequestro ensejar a tomada de bens adquiridos pelo indiciado ou acusado com o produto da infração, mesmo que já tenham sido transferidos a terceiro, ressalvada a possibilidade de demonstração da boa-fé por meio da oposição de embargos.
13. Defina hipoteca legal. Quem pode propor e em que momento?
R.: A segunda modalidade de medida assecuratória cuja adoção é disciplinada pelo Código de Processo Penal é a hipoteca, que é conferida pela lei ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais (art. 1.489, III, do Código Civil). Veja-se que a hipoteca já é conferida pela lei ao ofendido, daí por que basta que o lesado requeira sua especialização e a consequente inscrição. Hipoteca legal é o direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis pertencentes ao devedor que, embora continuem em seu poder, asseguram, prioritariamente, a satisfação do crédito. De forma diversa do sequestro, a hipoteca recai sobre bens que compõem o patrimônio lícito do autor da infração, ou seja, não tem por objeto os proventos da infração. A medida assecuratória em questão destina-se a assegurar a reparação do dano causado à vítima, bem assim o pagamento de eventual pena de multa e despesas processuais, tendo a primeira preferência sobre essas duas últimas (art. 140 do CPP).
14. O que é coisa julgada material e formal?
R.: Há coisa julgada formal quando a sentença terminativa (que põe fim ao processo sem resolução do mérito) transita em julgado. Ocorrido tal fato, o mesmo caso não mais poderá ser discutido dentro daquele processo, porém poderá ser ajuizada outra ação visando resolução do mesmo litígio em novo processo, já que este não foi solucionado no processo anterior.
Por outro lado, há coisa julgada material quando, havendo o trânsito em julgado, resolve-se o conflito, o que modifica de forma qualitativa a relação de direito material. Nesse caso, a imutabilidade recai não somente sobre a relação processual, mas também sobre o direito material controvertido.

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