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ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA TEORIA DA DEMOCRACIA CURSOS: Bacharelado em Ciências Políticas Bacharelado em Relações Internacionais REFERÊNCIA: SILVA NETO, Wilson Levy Braga da. Teoria Democrática e Reconhecimento. Curitiba, Juruá, 2012. Roteiro de Estudos (aulas 1 a 6) - Professor Regente: Pedro de Medeiros Nesta Rota de Aprendizagem destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. Bons estudos! Principais Tópicos da Aula 1: A origem histórica da democracia De acordo com a definição encontrada no dicionário Houaiss, a democracia caracteriza-se por ser um governo no qual o povo exerce a soberania. No entanto, esta breve definição não é suficiente para os estudos da teoria da democracia, por se tratar de um termo ambíguo e muito utilizado, do qual se encontram várias conceituações aplicadas por diversos autores que tratam do tema. A ambiguidade do termo advém do fato do mesmo remontar à antiguidade, em torno de 2500 anos de história, onde se registram várias experiências de governo que se autodenominavam “democráticas.” Por se tratarem de experiências históricas distintas e que utilizaram a mesma conceituação, o termo democracia perdeu consistência e tornou-se muito abrangente. A tarefa principal da teoria democrática contemporânea é atingir uma definição operacional do que seja democracia. Os conceitos são formados exatamente para que se possa classificar as coisas de acordo com os parâmetros estabelecidos por eles. De acordo com o prof. Medeiros (aula 1), quase não há regimes políticos, atualmente, que não se autointitulem como “democráticos”, o que torna o questionamento sobre a definição do termo democracia ainda mais necessário. Historicamente, o primeiro “projeto” ocidental de democracia nasce em Atenas, no século V a.C. A democracia é um sistema de governo cujas origens remontam a Grécia Antiga, mais especificamente à cidade de Atenas, a cidade- estado mais próspera da Grécia Ocidental. [...] O apogeu da democracia ateniense se deu com Péricles, no século V a. C. quando se formou a Liga de Delos (478 a.C. -404 a.C.), uma liga federada das pólis gregas, lideradas por Atenas, instituída para defender as cidades dos ataques persas, instituindo a hegemonia ateniense, estabelecida sobre uma política democrática e imperialista, que impunha às cidades aliadas o pagamento de uma contribuição que, posteriormente, converteu-se em imposto, cuja arrecadação era revertida, precipuamente, para o embelezamento de Atenas e a manutenção de sua supremacia em face das demais cidades-estado gregas. (Franca, 2011) Pela primeira vez, concebeu-se a ideia de “igualdade” entre os membros de uma comunidade política. Essa igualdade manifestava-se por meio de princípios como a “isegoria” e a “isonomia”1. Porém, segundo Franca (2011), essa “igualdade” era restrita aos homens livres, pois estabeleceu-se a condição de que para ser cidadão deveria ser grego, do sexo masculino, maior de 18 anos 1 A igualdade é o princípio fundamental, basilar da democracia. Essa igualdade se expressa em duas vertentes, a saber: a isonomia, que significa a igualdade de todos perante a lei, e a isegoria, que é a igualdade de poder para se manifestar perante a assembleia, a igualdade de participação no espaço público das decisões políticas. (Fonte: https://norbertobobbio.wordpress.com/2011/06/06/democracia-origem-historica/ ) e estar quite com o serviço militar, o que excluía os escravos, as mulheres, os menores e os estrangeiros do sistema de governo. No centro da concepção grega, havia a ideia de que o cidadão deveria participar de maneira direta das decisões políticas. Em vez da eleição e do voto, o pilar dessa democracia era a discussão em assembleia. Os gregos concebiam a sociedade como aquela constituída na “polis”, ou seja, na cidade formada por uma população relativamente pequena se compararmos aos padrões atuais. Assim, o conceito grego de democracia difere do nosso conceito atual, pois os gregos pensavam a democracia na cidade, exercida na polis, onde a participação política do cidadão se dava de forma direta, ou seja, sem intermediários, diversa do sistema de governo democrático atual, que se caracteriza por uma participação do cidadão representativa, indireta que ocorre por meio dos representantes eleitos pelo povo. (Prof. Medeiros, aula 1) As instituições democráticas de hoje, contudo, possuem diferenças substanciais em relação à origem grega: 1. o número de cidadãos 2. a extensão territorial 3. o tempo para participar Se a democracia grega era exercida em sociedades de pequena escala, a contemporânea ocorre em Estados nacionais. O exercício da participação deixa de ser direto e passa a ser indireto, por meio de representação política. Atualmente, o pilar da democracia é o voto, pois por meio dele se elegem os representantes do povo o que traz alguns questionamentos para esse tipo de democracia representativa, como por exemplo, será que esses representantes, de fato, falam em nome dos interesses e dos anseios daqueles que os elegeram. Nas democracias contemporâneas, a participação na assembleia dá lugar ao voto em eleições. Escolhem-se representantes políticos que decidirão em lugar dos cidadãos. A Grécia Antiga foi o modelo de uma democracia próspera mas, como dito anteriormente, não era totalmente democrática pois excluía a mulher, o estrangeiro e o escravo que não se encaixavam no dito “homem livre”. Porém, a participação dos, então, homens livres era direta. Paradoxalmente, hoje, tomando o Brasil como exemplo, apesar de admitir e estender às mulheres, aos jovens e idosos o direito de voto, temos uma participação representativa, ou seja, indireta. (Roteiro de estudos, aula 1) Atualmente, quando definimos basicamente a democracia, entendemos que este seria o “governo” (cracia) “do povo” (demo). Ao falarmos que o “governo pertence ao povo”, compreendemos que a maioria da população tem o direito de participar do cenário político de seu tempo. De fato, nas democracias contemporâneas, os governos tentam ampliar o direito ao voto ao minimizar todas as restrições que possam impedir a participação política dos cidadãos. (Sousa, 2015) Atualmente, nas decisões políticas, nós, cidadãos, não temos participação direta, uma vez que elegemos representantes para tal. Em tese, esses representantes estão em assembleias, câmaras e parlamentos para atender às necessidades e demandas do povo. Uma forma de acentuar a participação popular nas decisões políticas é, por exemplo, em plebiscitos. (Roteiro de estudos, aula 1) O sentido etimológico do termo “democracia” A etimologia (ciência que estuda a origem dos vocábulos), nos traz como composição da palavra democracia os seguintes termos gregos: demos (povo) + kratos (governo), assim, por definição etimológica, temos: governo do povo, onde o povo exerce o poder decisório da comunidade e/ou sociedade na qual se insere. Nessa conceituação grega, o povo deveria exercer o seu poder político de forma direta, ou seja, por meio de assembleia e votação direta dosassuntos pertinentes e importantes para a polis. O “demos”, para a Grécia antiga, devia ser o mais homogêneo possível, por isso, apenas aqueles cidadãos que se enquadravam nos parâmetros determinados (homem livre e maior de 18 anos) é que podiam participar dessa assembleia e decidir os destinos da comunidade. Atualmente, o povo está ausente do parlamento, porém, é representado pelos deputados e senadores eleitos para tal função. Nesse parlamento encontramos representantes da população que defendem determinados seguimentos, por exemplo, representantes do empresariado, dos metalúrgicos, do setor de turismo, e assim por diante. (Vide roteiro de estudos – aula 1 do prof. Pedro Medeiros) As transformações contemporâneas das ideologias e das instituições da democracia A democracia atualmente se institui em Estados Nacionais estabelecendo o aumento da extensão da sociedade política o que impossibilita a participação direta dos cidadãos nas decisões políticas. Por este motivo, elegem-se os representantes da população, que falam em nome desta, na definição dos rumos do Estado. Porém, hoje em dia, a participação política, embora se dê de forma indireta, comtempla todos os atores da sociedade civil, já que garante o voto às mulheres, aos trabalhadores manuais (antigamente considerados escravos), etc. por meio do sufrágio universal, que é segundo o prof. Medeiros “a extensão do direito de participar da vida política, a todos os cidadãos adultos de uma dada sociedade.” Do ponto de vista da Teoria da Democracia Contemporânea, não se admite que um país se intitule como tendo um governo democrático se não houver a possibilidade de participação de todos os cidadãos adultos, por meio do voto. Pode-se citar mais uma característica que diferencia a concepção da democracia contemporânea quando comparada à democracia antiga, que é o fato de conservarem as garantias individuais, essas entendidas como: os direitos civis e os direitos políticos. De acordo com os conceitos abordados na primeira aula desta disciplina, o estudo da teoria democrática vai além de entender a definição do termo democracia, por meio de questionamentos e de todo um contexto histórico, ela pretende que reflitamos sobre cada ato democrático: se os objetivos estão sendo alcançados? Se realmente todos são iguais perante a lei? O que é igualdade? Entre outros. Assista à aula 01 com atenção e faça as pesquisas sugeridas pelo prof. Pedro Medeiros para ampliar seus conhecimentos sobre os temas abordados. Principais Tópicos da Aula 2: Características da democracia representativa contemporânea A democracia atual, baseada na participação indireta via voto, tem origem em Estados nacionais como a Inglaterra, a princípio, posteriormente, a França do século XVIII e se expande para outros países. Já nos Estados Unidos do século XIX, surgem os primeiros partidos políticos. Nessa atualização da noção de democracia, segundo o professor Medeiros, a participação deixa de se basear na assembleia e passa a ser expressa por meio do voto em eleições. Nesse sentido, os cidadãos não deliberam mais sobre as decisões políticas, mas sobre aqueles que irão tomar tais decisões, os representantes políticos. (Roteiro de estudos – aula 2) [...] há autores que sistematizaram de forma aprofundada questões que envolvem a discussão acerca do que é a democracia e quais são os seus atributos, como por exemplo: Robert Dahl (2005) em seu estudo sobre as poliarquias, Jean-Jacques Rousseau (1987) com sua célebre obra - Do contrato social, Jürgen Habermas (1975, 1998) e Schumpeter que, inclusive, é considerado o fundador da perspectiva analítica que aceita o voto como principal método democrático, entre outros. (SOUZA, 2010) Assim, as principais características da Democracia Representativa são: Estados nacionais Participação indireta Eleições livres, justas e frequentes Sufrágio universal Constituição e proteção das liberdades individuais Na impossibilidade da participação direta do corpo de cidadãos, a eleição de representantes passa a ser a maneira do demos influenciar as decisões do governo. Uma das teorias mais importantes, segundo o prof. Medeiros, para se pensar a democracia atual é a de Joseph Schumpeter, para quem a democracia é composta por eleições onde as elites competem pelo voto do cidadão. De acordo com essa teoria, o cidadão médio é visto como apático e desprovido de competência política, sua função é apenas de votar, enquanto o direito aos cargos e ao poder de decisão fica circunscrito àqueles que fazem parte da elite da sociedade, caracterizando-se o elitismo democrático. Outro autor importante é Robert Dahl, que desvincula a democracia ideal e a democracia real (poliarquia). Segundo Silva (2008) “Nesses termos, democracia representa o tipo ideal e o termo poliarquia se refere aos regimes democráticos efetivamente existentes com todos os seus problemas.” A democratização é entendida por Dahl em duas dimensões: contestação pública e inclusividade. Ao processo de progressiva ampliação desses dois elementos o autor dá o nome de democratização. O direito de voto em eleições livres participa das duas dimensões, pois tal direito estimula a contestação pública e ao mesmo tempo torna o regime inclusivo com a proporção significativa de pessoas votantes. Assim, contestação pública e inclusividade transformam-se em dois critérios para a classificação dos regimes políticos. Quando regimes hegemônicos – de precária contestação e inclusividade – caminham em direção a uma poliarquia, indica que aumentaram as possibilidades de efetiva contestação e inclusão. (SILVA, 2008) As eleições cumprem a função de sondar a opinião pública, já que a população vota em um determinado partido político de acordo com a sua plataforma política ou em um candidato baseado nas ideias que defende. Cumprem, ainda, a função de prestação de contas já que um político para se reeleger precisa que a população aprove suas ações durante o mandato. Para que as eleições sejam verdadeiramente democráticas, é necessário que sejam feitas de maneira a garantir ao eleitor a escolha de seu candidato de forma livre, sem qualquer tipo de coação. Mais uma característica da democracia contemporânea é a existência de uma constituição e a garantia as liberdades individuais, por isso chamamos um país que se enquadre nessa característica como Estado Democrático de Direito. “A Constituição garante que a maioria não possa caçar os direitos da minoria, evitando que se instale uma tirania de massa, [...] garantindo o pluralismo dentro da democracia” (Prof. Medeiros – aula 2). Não há consenso entre teóricos da política no que concerne à democracia, por isso esse conceito tem caráter múltiplo com várias tendências, sendo que as principais delas são a participativa e a deliberativa. Insuficiências da democracia atual As limitações da democracia representativa têm trazido críticas ao sistema advindas da teoria da democracia. De acordo com o prof. Medeiros (aula 2), pode-se considerar as principais críticas à democracia representativa, como: a apatia do cidadão médio, em consequência, a baixa participação; a baixa responsividade do governo perante os seus representados; a profissionalização (carreira vitalícia) da classe política. Segundo Salgado (2015) “A representação política é cercada de ficções e mitos, o que leva tanto a uma insatisfação social em relação ao seu funcionamento quanto a críticas em relação à sua disciplina jurídica.” Algumas concepções críticas à democracia representativaDas vertentes críticas à democracia representativa, podemos citar 04 (quatro) principais (roteiro de estudos – aula 2): Culturalismo: tão ou mais importante do que as instituições democráticas (eleições, partidos políticos, constituição, etc.) é a cultura política de um país que é fundamental para o bom funcionamento das instituições democráticas. Podemos citar como principais representantes dessa corrente: Robert Putnam; Gabriel Almond e Sidney Verba; Ronald Inglehart Teoria Participativa: a apatia política é o produto de poucas oportunidades de participar diretamente das decisões coletivas. Para Pateman, principal representante dessa teoria, quanto menos oportunidades se dá ao cidadão de participar da vida política de seu país, mais ele se torna apático. Portanto, a apatia é uma consequência histórica- social e não natural do homem. Teoria Deliberativa: tendo como principal representante o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, acredita que a democracia depende do debate entre os cidadãos, da construção de consensos e de uma esfera pública forte. Teoria do Reconhecimento: a apatia do cidadão médio só pode ser resolvida com o incremento da autonomia individual e do reconhecimento social. Para resolver o problema da apatia política do cidadão, é preciso primeiro solucionar a questão do reconhecimento social dos indivíduos. Principal representante dessa teoria é o filósofo alemão Axel Honnet. Principais Tópicos da Aula 3: Histórico da Escola de Frankfurt A Escola de Frankfurt, a partir do importante trabalho de Marx Horkreimer (Teoria Tradicional e Teoria Crítica de 1937), pautou-se na orientação metodológica do materialismo interdisciplinar, reunindo um grupo variado de intelectuais cujas influências eram os trabalhos de Marx e Freud. (LEVY, 2012, p. 29) Esse grupo de intelectuais reuniu-se, então, em torno do Instituto de Pesquisa de Frankfurt no período entre as duas grandes guerras mundiais onde o contexto histórico daquele momento era a ascensão dos regimes totalitários e a crise econômica que abalavam os países de regime democrático. Em contrapartida, os países que não se pautavam pelo regime democrático, ou seja, que eram totalitaristas (onde o Estado engloba todos os aspectos da vida do cidadão), como o caso da Alemanha nazista e da Itália fascista, viviam uma realidade de fortalecimento político e econômico. Diante desse contexto histórico, os autores da Escola de Frankfurt influenciados pela crise do regime democrático, muitos deles, refletiam em suas ideias um pessimismo extremo, como por exemplo, Adorno e Horkheimer. Outro ponto importante a ser destacado dentro do contexto histórico da criação da Escola de Frankfurt é o “aburguesamento” da classe operária que estava em desacordo com o pensamento marxista, pois segundo os autores da referida escola, os operários perderam, no início do século XX, seu aspecto revolucionário e passaram a almejar o modo de vida dos burgueses. Em consequência, tem-se a decadência do ideal revolucionário comunista e a busca por ideais reformistas, assim se verifica o nascimento, do que vem a ser denominado mais tarde de social democracia nos primeiros anos do século. Os ideais revolucionários se tornam cada vez mais utópicos e são abandonados pelos partidos e pela classe operária. Concomitantemente, observa-se o fortalecimento dos meios de comunicação de massa, primeiramente o rádio, e depois a televisão cujo impacto para a vida dos cidadãos se verifica a medida que a relação destes com o Estado e com a política se torna intensa. Salienta-se ainda nesse contexto histórico, a burocratização do Estado capitalista, onde os seus membros recebem um treinamento específico para as suas funções, de acordo com um “saber técnico” especializado. Para os autores da Escola de Frankfurt da primeira geração, esse Estado burocratizado não é por isso, mais eficiente na promoção do bem estar da população. Portanto, “é um Estado que se legitima a partir de um saber técnico, e que esconde relações de dominação de classe” (MEDEIROS, 2015, aula 3). Contribuições teóricas (influências) para a análise do mundo contemporâneo MARXISMO - é uma das principais influências teóricas dos autores da Escola de Frankfurt. A obra de Marx é, de acordo com o prof. Medeiros, considerada uma teoria social a respeito do mundo e de seu funcionamento, mas também, é considerada um programa de ação (práxis) que visa uma revolução para acabar com o capitalismo e implantar uma nova forma de organização social (socialismo, comunismo). Para o Marxismo, a sociedade poderia ser dividida em níveis (como se fossem andares de um edifício) e para que esses níveis tenham sustentação devem se basear, primeiramente um uma economia forte cujo efeito no demais é fundamental e inegável. Sobre essa base (o nível econômico), a Cultura, o Estado e o Direito se sustentam e se transformam. PSICANÁLISE – por esta influência, os autores da Escola de Frankfurt tentam complementar a teoria marxista com outras vertentes teóricas. Pode-se citar, por exemplo, a psicanálise freudiana procedente da virada do século XIX para o século XX, do psicanalista Sigmund Freud, que serviu a esses autores ao descrever o conceito de repressão para tentar explicar porque o projeto da revolução comunista não se realizou. Segundo estes, existe uma espécie de domesticação e desmobilização da classe operária que fizeram com que esta perdesse o seu espírito revolucionário. Esse processo, muitas vezes, se utilizou de mecanismos psicológicos como a linguagem, utilizada pelos meios de comunicação em massa, entre outros. WEBERIANISMO – teoria baseada nas ideias de Max Weber, filósofo alemão do princípio do final do século XIX e início do século XX. Influenciou a Escola de Frankfurt, principalmente, a partir da visão que Weber tem a respeito do Estado, agora racional e burocratizado que não necessita mais da tradição para se fundamentar. Para o teórico, o Estado se legitima perante à sociedade a partir do saber técnico que controla, ou seja, por meio de seus burocratas. Segundo o professor Medeiros (aula 3), a burocracia não tira o caráter de denominação do Estado, porém o torna cada vez mais irreconhecível. A técnica, portanto, serve menos à melhora da vida social do que à legitimação dessa dominação. Genealogia da Escola de Frankfurt Primeira Geração – onde se encontram os fundadores da Escola de Frankfurt e cujos principais autores são Adorno2 e Horkheimer3, este último criou uma espécie de manifesto chamado de Teoria Tradicional e Teoria Crítica, que condensa as ideias principais da referida escola. O pessimismo em relação à emancipação da sociedade é a principal característica dessa primeira geração. A primeira geração da Escola de Frankfurt, ao mesmo tempo em que criou um rico conjunto de reflexões centradas num diagnóstico do tempo presente marcado pelo esgotamento da racionalidade iluminista, revelou uma faceta que marcou de maneira atroz e decisiva, a quase totalidade dos seus membros. Esse aspecto desvelado fincou raízes no momento histórico em que se inserem os primeiros produtos das pesquisas de seus componentes: o pessimismo, em que nada era possível fazer em tempo de capitalismo administrado [...] (LEVY, 2012, p. 19). 2 Theodor Wiesengrund Adorno, filósofo alemão (1903-1969), um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, que contribuiu para o renascimento intelectual da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Trabalhou no Instituto de PesquisasSociais de Frankfurt, então dirigido por Max Horkheimer, onde passou a elaborar a teoria de como o desenvolvimento estético é importante para a evolução histórica (http://educacao.uol.com.br – acesso em abr. 2015). 3 Max Horkheimer, teórico alemão (1895 – 1972), associou-se, juntamente com Theodor Adorno, à criação do Instituto de Pesquisas Sociais, instituição dedicada à pesquisa interdisciplinar entre filósofos, sociólogos, estetas, economistas e psicólogos, mais conhecido pelo nome de Escola de Frankfurt (http://educacao.uol.com.br – acesso em abr. 2015). Segunda Geração – o principal expoente é Habermas, discípulo dos fundadores da Escola de Frankfurt que, entretanto, se diferencia desses autores já que ainda acredita na possibilidade de emancipação da classe operária e da sociedade por meio da racionalidade. O teórico deixa claro a sua disposição de superar as aporias da teoria crítica que, segundo ele, estavam centradas no déficit normativo. (LEVY, 2012, p. 21) Terceira Geração – o teórico que se destaca nessa geração mais atual é Axel Honneth4 e que faz críticas aos seus antecessores. Honneth é o autor de recepção recente nas reflexões filosóficas nacionais e suas ideias têm sido estudadas de forma mais pormenorizada, no Brasil, somente nos últimos anos. (LEVY,2012, p. 22) Para Honneth apud Levy (2012, p. 23), a teoria crítica entrou em um beco sem saída representado pela fase pessimista de Adorno e Horkheimer que Habermas tentou solucionar, avançando em vários pontos, porém, não conseguindo preencher a lacuna do déficit normativo que denunciou. Crítica à Razão Instrumental Para os autores da Escola de Frankfurt, há um esgotamento do projeto iluminista que considerava a razão como a forma pela qual a humanidade se emanciparia da natureza e da dominação entre os homens. Segundo o iluminismo, uma sociedade racional, livre da religião e da monarquia absolutista, traria a igualdade entre todos os seres humanos. A primeira geração da Escola de Frankfurt, ao mesmo tempo em que criou um rico conjunto de reflexões centradas num diagnóstico do tempo presente marcado pelo esgotamento da racionalidade iluminista, revelou uma faceta que marcou de maneira atroz e decisiva, a quase totalidade dos seus membros. Esse aspecto desvelado fincou raízes no momento histórico em que se inserem os primeiros produtos das pesquisas de seus componentes: o pessimismo [...] (LEVY, 2012, p. 19). 4 Axel Honneth é um filósofo e sociólogo alemão. Desde 2001, é diretor do Institut für Sozialforschung da Universidade de Frankfurt, instituição na qual surgiu a chamada Escola de Frankfurt, sendo um dos principais expoentes da Teoria Crítica. Desta forma, os autores da primeira geração da Escola de Frankfurt afirmavam que essas ideias iluministas haviam se esgotado e que, portanto, a humanidade não se libertaria da dominação política e social pela racionalidade. Um segundo ponto importante a se destacar é a questão da utilização da técnica como forma de legitimação da dominação, onde a detenção dessa sabedoria é que traz a submissão do cidadão ao Estado, ou seja, quando não há mais a liderança de um monarca ou líder carismático, mas sim de um corpo burocrático regido por leis. A razão instrumental também é um conceito importante para a Escola de Frankfurt que consiste na utilização da razão e da técnica descolada de uma reflexão sobre os seus efeitos sociais. (Roteiro de estudos – aula 3). Como marxistas, os componentes da escola se obrigam a pensar quais são os efeitos da ciência e da técnica na sociedade, que podem ser utilizados de forma não emancipatória, mas sim como uma forma eficaz de dominação e até de genocídio. O totalitarismo é, portanto, segundo o prof. Medeiros, a expressão do predomínio dessa razão instrumental e os autores da Escola de Frankfurt tentam pensar um outro tipo de razão que não sirva apenas à técnica cega. Teoria Crítica – é o título que se utiliza para classificar os principais conceitos, pressupostos e metodologia dos autores da Escola de Frankfurt, desde aqueles teóricos da primeira até os da terceira geração. Segundo Fuga (2012), Denomina-se Teoria Crítica ao corpo teórico dos filósofos e pensadores de outras disciplinas ligadas à Escola de Frankfurt, criada em 1923. O instituto trabalhava de maneira independente e com intelectuais provenientes de distintos campos de pensamento – estética, artes, antropologia, sociologia e filosofia. Diante do quadro político, por volta de 1933, Horkheimer, Theodor Adorno, dentre outros, saíram da Alemanha Nazista, fugidos da perseguição de Hitler e nos Estados Unidos acompanharam o surgimento da cultura de massa. A Teoria Crítica tem como expoentes Pollock, Löwenthal, Adorno, Benjamin, Marcuse, Habermas e o então diretor da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer. O primeiro desenvolvimento desta teoria deu-se com Max Horkheimer, em sua obra de 1937, intitulada Teoria Tradicional e Teoria Crítica. A oposição Teoria Crítica faz oposição à Teoria Tradicional, supostamente produzida pelo Iluminismo, por exemplo, ou por Descartes (filósofo francês conhecido como fundador da filosofia moderna). O Texto de Horkheimer resume o pensamento das ideias dos teóricos desse grupo. “[A] Teoria Crítica estaria inserida num movimento reflexivo capaz de superar as limitações da Teoria Tradicional, apta a conceber a existência de uma sociedade futura de homens livres que possam usufruir da evolução da técnica”. (LEVY, 2012, p. 18) A união entre a teoria e a prática é, segundo o prof. Medeiros (aula 3) a grande defesa desses autores, fazendo uma reflexão voltada não apenas a descrever a realidade capitalista do século XX, mas também de criticar essa mesma realidade, imaginando uma outra realidade onde exista uma reflexão voltada à emancipação humana em relação à técnica e a dominação. Sociedade de massas e democracia Os autores da Escola de Frankfurt são bastante críticos em relação à possibilidade da existência de uma democracia real e efetiva já que em uma sociedade de massas, a inserção social ocorre por meio do consumo o que nos auxilia a entender o fenômeno do aburguesamento da classe operária. Pela teoria marxista, o grande sujeito revolucionário, capaz de emancipar a si mesmo e a toda a sociedade seria a classe operária, chamada de proletariado por Marx, ou seja, aqueles indivíduos que não são proprietários dos meios de produção. Já aqueles que detém os meios produtivos, são chamados os burgueses (empresários, proprietários de terra, etc.) Para Habermas, as formas clássicas de violência observadas no marxismo, tais como a exploração da força de trabalho, a opressão e o controle social pela polícia do Estado, a alienação e a reificação, não se apresentam mais de forma exposta ou evidente, o que já era claro desde a noção de capitalismo administrativo desenvolvida por Pollock: para ele, o que há contemporaneamente é uma nova forma de violência social, marcada sobretudo por traços mais sutis e discretos. (LEVY, 2012, p. 38) Para os fundadores da Escola de Frankfurt, os meios de comunicação de massa têm um papel fundamental na formação do desejo da classe operária em alcançar o modo de vida da burguesia à medida em que difunde os valores dessa camada social e, principalmente, do consumo, onde a capacidade do consumo de bens materiais é diretamente proporcional ao “status” do indivíduo na sociedade. Os efeitos principais desse fenômeno são a atomização da classe operária que não se enxergam mais como integrantes de uma classe específica, com interesses e anseios comuns,mas sim como indivíduos isolados e em competição com os seus pares no mercado de trabalho; e temos, ainda, a massificação desses indivíduos por intermédio dos meios de comunicação, que produzem nestes o desejo de pertencimento a um determinado “status” social. (Roteiro de Estudos – aula 3) Há que se destacar, ainda, entre os temas debatidos pela Escola de Frankfurt, a indústria cultural que se define com a ascensão da tecnologia e a capacidade de se reproduzir obras de arte, outrora vistas como patrimônio de comum de uma coletividade, hoje a mercantilização da cultura descaracterizou esse aspecto da tradição e originalidade dessa coletividade. Essa mercantilização gera lucros para essa indústria e, portanto, a cultura deixa de ser um elemento de tradição para se tornar um produto excessivamente reproduzido e vendido no mercado, como por exemplo se vê na televisão, onde a repetição dos modelos de programas e telenovelas visam a obtenção da audiência e, consequente, incremento publicitário. A apatia política na sociedade massificada é outro aspecto que ganha destaque nas temáticas da Escola de Frankfurt, a partir do momento que se percebe o enfraquecimento dos ideais da classe operária que passa a almejar o “status” social por meio do consumo de bens e serviços, antes pertencentes somente aos burgueses. Quando o indivíduo não se coloca mais dentre a sua classe, ou seja, quando o sentimento de pertencimento a esta classe é menor que o desejo da ascensão social individual, verifica-se o esvaziamento dos movimentos políticos e, por conseguinte, a desmobilização da classe. A “Nova Classe Média” no Brasil (aplicação Na última década, o Brasil assistiu à ascensão social de milhões de brasileiros, rotulados como a “nova classe média” ou Classe C, onde os indivíduos possuem com renda entre 1000 e 4000 reais. Os dados detalhados sobre esse segmento social podem ser vistos no site da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República no seguinte endereço eletrônico: http://www.sae.gov.br/site/?p=7855 (indicação – prof. Medeiros – aula 3) Contudo, a inclusão social que se verificou nos últimos anos no Brasil tem recebido críticas por parte de cientistas políticos, dentre outros, já que o viés dessa inclusão se deu por meio do consumismo, trazido pelo aumento da renda e da disponibilização do crédito a médio e longo prazo que possibilita a aquisição de bens e serviços aos quais essa classe não tinha acesso anteriormente. A crítica se dá exatamente porque essa inclusão, na visão dos analistas políticos, não é sustentável já que a mesma não trouxe a escolarização e a educação de qualidade que deveria e, portanto, o que se verifica é o aumento da renda, mas não a qualificação profissional desses indivíduos. Principais Tópicos da Aula 4: A teoria habermasiana da democracia Jürgen Habermas trouxe muitas contribuições ao cenário sociopolítico, já que seu objeto de estudo sempre foi a democracia, a qual foi fonte para que ele se interessasse por outros assuntos. Habermas, em sua concepção deliberativa, vê a discussão, a argumentação e a troca de ideias como fatores importantes da democracia, motivo pelo qual ele também se dedica a esclarecer que, para o bom funcionamento desta, a esfera pública se torna fundamental como mediadora entre o Estado e a sociedade. (Roteiro de estudos – aula 4) Vista cronologicamente, a obra de Jürgen Habermas caminhou para a superação daquilo de Honneth chamou de patologias da razão por outros caminhos. Especialmente, cabe mencionar o esforço de Habermas para superar as limitações impostas pela razão instrumental à comunicação, inserida num contexto de tensão entre o mundo da vida e os sistemas (político, econômico e outros). (LEVY, 2012, p. 39) Dentro da teoria geral de Habermas, os conceitos principais são: A distinção entre o Sistema X mundo da vida, muito clara para Habermas, se dá com o advento da modernidade que significou uma ruptura com a tradição, ou seja, as sociedades industriais e urbanas constituídas se confrontam com os conceitos religiosos e tradicionais que estavam sob o peso da razão comunicativa. Segundo o teórico, o sistema define-se em espaços sociais que são dominados pela lógica da razão instrumental, ou seja, a razão reduzida à técnica, reduzida à adequação entre meios e fins, onde as consequências não são questionadas. Para Habermas, os exemplos desse sistema são a formação do Estado burocrático e a formação do mercado econômico, onde a relação que o Estado estabelece com os seus cidadãos é de dominação, considerando-os, principalmente, como contribuintes e potenciais soldados em caso de uma guerra. Na lógica instrumental, o Estado não prioriza o bem estar dessa população e sim, a manutenção da estrutura de sua estrutura por meio de impostos e da formação das forças armadas. O mercado guia-se pela mesma lógica, visando a obtenção de lucro, e o cidadão é encarado como consumidor e/ou como produtor (mão de obra), reduzindo as potencialidades do ser humano como aquele que tem capacidade de produzir e de consumir, numa visão parcial dessas potencialidades. Desta forma, “o sistema tende a dissolver as formas de sociabilidade anteriores porque o surgimento do mercado econômico ameaça as tradições culturais que organizavam a vida social.” (Prof. Medeiros – aula 4) Outro conceito fundamental para o entendimento da teoria de Habermas é o de mundo da vida que, segundo o autor, norteia-se pelos valores morais, éticos e de solidariedade social, assim baseado por uma lógica diferente daquela na qual o sistema se apoia, pois considera as relações de amizade e familiares onde não há uma razão instrumental, mas sim uma razão comunicativa, baseada no afeto. De acordo com esse conceito, o mundo da vida está numa relação de tensão em relação ao sistema, pois cada um deles representam lógicas completamente diferentes e conflitantes. A principal ameaça levantada pela teoria habermasiana é a de que o mundo da vida seja colonizado pelo sistema, quer dizer, que a razão instrumental prevaleça sobre a razão comunicativa. Vale lembrar que Habermas distingue-se de seus mestres, como Adorno e Horkheimer, por mostrar uma abordagem menos pessimista sobre as possibilidades de emancipação social. A esfera pública é muito importante dentro da teoria de Habermas, pois ela é um espaço de discussão sobre os problemas coletivos que exerce um papel intermediário entre o espaço privado (aquele da família, do lar, etc.) e o espaço político formal (o parlamento, poder judiciário, etc.), onde se pode discutir esses problemas de maneira livre e sem censura. Os primeiros exemplos históricos de uma esfera pública remontam às histórias inglesa e francesa, das quais podemos citar as praças públicas e os cafés que passaram a fazer parte das cidades onde os burgueses (classe média da época) se reuniam para discutir e criticar as ações das monarquias e os políticos e propor soluções para os problemas coletivos. Essa característica de espaço público livre para a discussão e o debate também pode ser observada, atualmente, nas redes sociais (Facebook, Twitter, etc.). Assim, a função da esfera pública é controlar o sistema para evitar a colonização do mundo da vida, pois por meio dela forma-se a opinião pública independente da lógica do mercado, quanto da lógica do Estado. Há que se observar que essa discussão deve seguir uma lógica argumentativa, onde a opinião emitida não se pauta na condição econômica do interlocutor, mas sim na sua argumentação científica. Na esfera pública, a discussão sobre os problemas da coletividade deve ser embasadanas informações divulgadas não só pelos órgãos estatais, mas também, por meios de comunicação não controlados pelo Estado. Para que a deliberação na esfera pública seja válida e igualitária, a discussão deve ser acessível a todos, livre de constrangimentos políticos e econômicos, independente de sexo, raça ou condição econômica. Os debatedores devem ser considerados iguais, sem que sejam consideradas a sua formação ou sua situação social. Democracia deliberativa Os efeitos dessa esfera pública livre e fortalecida são sentidos na garantia da legitimidade das instituições democráticas, a medida em que complementa o poder político formal, pressionando, controlando e sugerindo melhorias para as políticas públicas e transformando a relação Estado – cidadão em uma relação de promoção do bem comum. Em suma, o caráter deliberativo coloca a sociedade em um patamar mais participativo no cenário político, no entanto, há limitações nessa concepção de Habermas. Em A Inclusão do Outro, Jürgen Habermas (2004), o principal expoente dessa corrente de pensamento, apresenta o modelo de “política deliberativa”, procedimentalista, como ele mesmo afirma, e que se baseia nas condições de comunicação sob as quais o processo político supõe-se capaz de alcançar resultados racionais, justamente por cumprir-se, em todo o seu alcance, de modo deliberativo (COSTA, 2009). Segundo Habermas (2004 p. 290), “a opinião pública transformada em poder comunicativo segundo procedimentos democráticos não pode dominar, mas apenas direcionar o uso do poder administrativo para determinados canais.” Um dos desdobramentos mais relevantes da teoria do agir comunicativo aplicada à realidade democrática, segundo Levy (2012, p. 42) “é o amadurecimento cognitivo geral da sociedade civil, que passa a se defrontar, de maneira cotidiana, com a necessidade de debater e aprimoras seus argumentos na defesa de pontos de vista.” Durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), uma série de limitações foram impostas à livre discussão entre os cidadãos, tais como, a censura aos meios de comunicação, a perseguição a opositores do sistema, a expatriação dos líderes partidários contrários ao governo militar, etc. Esse regime autoritário trouxe efeitos para o país que podem ser sentidos até hoje, tais como a concentração das fontes de debate onde não há muita diversificação na produção da informação, ou seja, monopolizado, o que pode ser exemplificado pelas concessões públicas de televisão e de rádio com base em critérios políticos, como também, pela formação dos conglomerados econômicos de telecomunicações. Principais Tópicos da Aula 5: Axel Honneth no contexto intelectual da Escola de Frankfurt Axel Honneth é o filósofo de sua geração que mais se destaca por representar bem as teorias da Escola de Frankfurt, atualmente é o diretor do Instituto de Pesquisa Social da mesma escola. As críticas que ele sustenta aos seus antecessores se dão pelo pessimismo demasiado sobre a emancipação da primeira geração e ao excesso de otimismo de Habermas, da segunda geração. Tendo sido em seu início de carreira, aluno e colaborador de Habermas, Axel Honneth é o membro mais reverenciado da chamada “terceira geração” da escola de Frankfurt. Reformulação da Teoria Crítica O marco principal de sua obra se dá em torno da teoria do reconhecimento construída por meio de um diálogo crítico com a tradição da Teoria Crítica, onde discute o pessimismo exagerada da primeira geração da Escola de Frankfurt, preconizado por Adorno e Horkheimer que desprezavam a possibilidade de emancipação dos conflitos sociais. Os mecanismos de socialização, em Adorno e Horkheimer, tornariam os indivíduos meras engrenagens de reprodução da ordem capitalista e assim, ignoram a capacidade reflexiva dos indivíduos Honneth ignora as relações de comunicação de Habermas e se dedica às relações cotidianas entre os indivíduos, para ele, estes são sujeitos reflexivos dotados de uma concepção de identidade e de senso de justiça. Essa identidade está relacionada com o autorreconhecimento, e se constrói por meio da interação com o outro, ou seja, o indivíduo reconhece a sua individualidade e o seu valor social. (Roteiro de estudos – aula 5) Honneth substitui categorias muito genéricas como “sociedade de massas” e “indústria cultural” por uma análise das relações cotidianas entre os indivíduos e grupos. Para ele, os indivíduos não são meras engrenagens da reprodução capitalista, mas sujeitos reflexivos dotados de uma concepção de si mesmos (identidade) e de uma boa vida (justiça). O conceito de “reconhecimento” Segundo Honneth, a identidade do indivíduo é construída desde a infância por meio da interação com os demais, ou seja, é por intermédio das reações do outro que o ser humano reconhece a sua própria individualidade e o seu valor social. “Luta por Reconhecimento”, de Axel Honneth, é a principal sistematização de uma teoria do reconhecimento. Honneth, ao contrário de Taylor, não simplesmente aplica uma definição acabada de reconhecimento aos fenômenos políticos, mas busca fundamentar solidamente, a partir dos escritos do jovem Hegel, a ideia de que é a luta por reconhecimento (e não a luta por autoconservação, como sustenta toda a filosofia social moderna, de matriz maquiaveliana - hobbesiana) que constitui, como diz o subtítulo de sua obra, a “gramática dos conflitos sociais”, uma gramática não utilitarista, mas moral.(VALENTE e DECAUX, 2015) As principais fontes de reconhecimento, de acordo com Honneth, são o Amor, o direito e a solidariedade. O amor aqui não representa aquele que envolve relação íntima, mas sim aquele que indica afeto, como as relações familiares e de amizade, por exemplo. O senso de identidade já tem início na primeira infância, por meio do convívio maternal e das relações estabelecidas nesse ambiente. A primeira dimensão – o amor – é tomada por Honneth numa acepção neutra da palavra, para além do uso habitual no contexto de relações íntimas de ordem sexual. Trata-se para ele de relações primárias, marcadas por ligações emotivas fortes, como amizades duradouras, a relação entre pais e filhos e entre casais, nas quais se observa uma situação de carência entre aqueles que se relacionam que é marcada por uma dependência do outro. Os estudos psicanalíticos, de acordo com o referido autor, explicam essa relação a partir de uma tensão entre o autoabandono simbiótico e autoafirmação individual (LEVY, 2012, p. 83). Outra fonte importante do reconhecimento é o ambiente do Direito onde há o reconhecimento do indivíduo enquanto cidadão, por meio dos direitos individuais (direitos sociais e políticos) garantidos. É a existência pública do indivíduo. A segunda dimensão do reconhecimento – o direito – decorre diretamente da confiança. Afinal, somente um indivíduo confiante em si próprio é capaz de participar, com segurança e autonomia, da vida pública de uma determinada sociedade. A esfera jurídica, nesses termos, partilha com a primeira exigência fundamental de estar situada numa relação de reconhecimento [...] (LEVY, 2012, p. 87) “Quando essas fontes de reconhecimento são negadas podem trazer dificuldades para a construção identitárias do indivíduo (ou de um grupo), o que pode acarretar uma injustiça, fomentando conflitos sociais ou apatia política.” (Prof. Medeiros – aula 5) E por último, Honneth considera a solidariedade como outra fonte importante do reconhecimento, onde há a inserção do indivíduo em uma função social, dentro de uma organização, onde este desempenha um determinado papel e, portanto, pertencente a umgrupo. Acoplada à dimensão do direito, emerge a terceira categoria do reconhecimento: a solidariedade. Trata-se de uma categoria normativa, que engloba a multiplicidade de autorrelações valorativas e que, ao contrário das formulações teóricas de Hegel e Mead, não se encerra numa absolutização de um horizonte valorativo e intersubjetivamente compartilhado, mas sim numa permanente evolução estrutural na qual o indivíduo é, cada vez mais, reconhecido por suas habilidades e competências pessoais, sem uma avaliação coletivista ou massificada (LEVY, 2012, p. 91) Experiências de injustiça e conflitos sociais Como já mencionado, o desrespeito à identidade e ao valor social de um indivíduo ou grupo gera uma experiência de injustiça que, por sua vez, pode gerar conflitos sociais e apatia política. Segundo o prof. Medeiros (aula 5), boa parte da teoria de Honneth preocupa-se em encontrar formas de garantir que esses setores marginalizados participem da vida política. A definição da democracia, em Honneth, deve incluir, portanto, a dimensão do reconhecimento, já que só se pode falar em democracia se os meios de construção de uma autopercepção positiva estão disseminados (Roteiro de estudos – aula 5). O autor não pensa a existência da democracia apenas nas instituições políticas formais, na constituição dos partidos políticos, regras eleitorais e etc., mas também como uma dimensão social, cujo bom funcionamento dessas regras e das relações entre esses poderes está diretamente ligado aos fatores externos à política formal. Já para Habermas, a proposta é de uma democracia deliberativa onde os indivíduos participam de debates públicos, organizam-se em associações e movimentos sociais vibrantes, fazem uso de uma mídia diversificada e independente e tensionam a esfera pública, consolidando-se como grupo e ficando, portanto, menos sujeitos à influência de elementos sistêmicos como o dinheiro e o poder e, portanto, menos vulneráveis a influências não comunicativas.” (LEVY, 2012, p. 135) Segundo Honneth, todas as formas de preconceito e estigmatização podem ser vistas como uma negação de reconhecimento de um indivíduo ou um grupo. O autor situa sai proposta teórica a partir de dois diagnósticos, segundo Levy, que são: o pessimista e o otimista, onde ambos coexistem diante do problema da democracia. O primeiro se relaciona com a desilusão que o cidadão manifesta em relação à política, e o segundo, vê no reconhecimento o ponto central para a teoria política que indica uma inclinação para a preocupação com foco na sensibilidade moral, “já que este lado representa um resultado prático da atuação de inúmeros movimentos sociais que intentam agregar elementos como dignidade humana e proteção a formas de desrespeito social e/ou cultural considerando-os centrais para um conceito de justiça.” (LEVY, 2012, p. 143) Principais Tópicos da Aula 6: Reconhecimento e democracia O fato de ser muito comum a expressão “crise da democracia” se deve, entre outros fatores, a pouca mobilização social dos partidos políticos. Isso porque a população, muitas vezes, não se vê representada e acaba buscando outras formas de lutar pelos seus direitos, como por meio dos movimentos sociais. Por isso, hoje, são tantos os grupos que buscam os direitos dos negros, das mulheres e dos homossexuais. A democracia representativa persiste como o modelo possível, exequível, de poder mediado através dos representantes, agrupados em partidos políticos. É evidente e não pode ser negada a crise do sistema de representação e dos partidos. Por pressão das circunstâncias e dos tempos os partidos transformaram-se mais em máquinas eleitorais de eleição de líderes do que em plataformas de concepção e propositura aos eleitores, de opções políticas claras, distintas(GONÇALVES,2015). Situações de injustiça e desrespeito geram conflitos sociais e apatia política, que de acordo com alguns autores, é benéfica para a democracia, pois sem a apatia política os conflitos sociais podem se intensificar e a democracia pode ser ameaçada. Para os autores da Escola de Frankfurt, os conflitos sociais são fatores de emancipação política e, portanto, positivos. Já a apatia política, para esses mesmos autores, é considerada um déficit democrático, já que quanto mais apáticos forem os cidadãos médios, menor será a legitimidade das instituições do sistema democrático. (Prof. Medeiros – aula 6) A democracia deve fundar-se não apenas na expansão dos canais formais de participação (por exemplo: o voto), modelo esse apoiado pelas teorias mais ortodoxas da democracia, que visualizam no direito do cidadão votar ou ser votado como a expressão maior da democracia, mas também, de acordo com Honneth, deve fundar-se no aumento das formas de reconhecimento, não formais, não institucionais, principalmente para aqueles grupos mais excluídos da sociedade. É por meio do reconhecimento da identidade e do valor social, principalmente dos grupos historicamente excluídos, que as instituições democráticas podem ganhar legitimidade e aumentar a participação cidadã. Limites e dilemas da democracia contemporânea Um dos dilemas que mais se pode notar, atualmente, é o aumento da apatia política que se verifica no absenteísmo eleitoral, principalmente nos países onde o voto é facultativo e a diminuição do número de filiações partidárias, causada pela incapacidade dos partidos políticos de mobilizar militantes em torno da sua plataforma de governo. Há ainda outros problemas que podemos indicar, como por exemplo, o aumento da volatilidade do eleitor que vota cada vez menos em um ideal partidário e muito mais por motivos pontuais. Um segundo dilema que se verifica na democracia contemporânea é a perda de legitimidade dos partidos e das instituições democráticas (Parlamento, Poder Executivo, Judiciário) que está diretamente ligado à apatia política, pois a medida em que as instituições democráticas perdem a credibilidade e a representatividade. Desta forma, a partir do momento em que os políticos (deputados, senadores, etc.) deixam de defender efetivamente os interesses populares e de cumprir as suas plataformas eleitorais, acabam por despertar a decepção junto ao seu eleitorado e a consequente apatia política, onde não há controle e nem fiscalização por parte da população e nem interesse no próximo pleito. Um terceiro dilema a ser destacado é a questão da utilização da política como propaganda e como marketing, já que os partidos políticos não têm mais a mesma força de mobilização que apresentavam até a primeira metade do século XX, onde existiam os partidos de massa enraizados na vida social e cultural da região. Os partidos políticos atuais têm um cunho bem diferente daqueles anteriores, se colocam mais afastados da sociedade civil e, por conseguinte, menos responsivos em relação a ela e sua capacidade de mobilização diminuiu. Pelo fato do trabalho dos partidos estar muito distante da sociedade, principalmente, durante o período entre as eleições, quando se aproxima o momento da eleição, os partidos acabam se tornando uma “agência publicitária” para qual são contratados profissionais da área de marketing político e que recebem a missão de idealizar uma campanha que seja capaz de “vender” ao eleitor os serviços e bens políticos dos partidos. Assim, o eleitor é cada vez mais um espectador/ um eleitor consumidor que não estabelece um vínculo forte com um determinado partido e, por isso, deve ser “seduzido” a cada nova eleição. O aparecimento cada vez maior de lideranças carismáticas também é um dos dilemas da democracia contemporânea,pois se os partidos políticos não conseguem mais cumprir seu papel de organizador das preferências políticas e não conseguem mais mobilizar os eleitores, essas lideranças (artistas, comunicadores, etc.) têm a função de chamar a atenção do eleitor e atrair o seu voto, já que a identificação do povo com essas lideranças é muito maior. Mais um dilema da democracia contemporânea é a consagração dos meios de comunicação como a principal interface entre a política e o cidadão comum, consequência do papel de agência publicitária assumido pelos partidos. Na teoria deliberativa proposta por Habermas, os meios de comunicação são fundamentais para a formação de uma esfera pública forte, o cidadão só poderá argumentar e questionar as ações públicas se tiver embasamento para tal e para isso, precisa ter acesso às informações de qualidade, com fontes diversificadas, nos sentidos qualitativo e quantitativo. Porém, sabe-se que atualmente, os meios de comunicação de massa são guiados pelos interesses econômicos e já que os partidos políticos não cumprem mais o papel de intermediar a relação entre sociedade e Estado, essa função fica delegada àqueles que nem sempre têm o compromisso de informar o eleitor de forma imparcial. A perda da representatividade da classe política e os conflitos e protestos políticos também são consequências desse processo de descrédito dos eleitores em relação aos seus representantes políticos e da incompetência política em atender aos anseios da população. Movimentos sociais e luta por reconhecimento Todos esses dilemas, segundo o prof. Medeiros, típicos da democracia contemporânea representativa, onde o cenário geográfico é de grandes territórios, ou seja, de estados nacionais com dimensões muito maiores que as verificadas no Grécia Antiga, emergiram nesse cenário por conta dos conflitos e da apatia política. Há algumas inovações na Luta por Reconhecimento que tentam preencher essas lacunas que são os movimentos sociais e a ideia de uma sociedade civil organizada, ou seja, do conjunto desses movimentos sociais constituídos por indivíduos que estão fora dos canais formais de participação política, surge uma sociedade civil organizada que tem o objetivo de enfrentar e controlar o sistema (o Estado, o mercado econômico, etc.). Neste ponto, vale discutir se a relação entre os partidos políticos e o Parlamento é mais de tensão (conflitos) ou de complementaridade: desde o século XIX, os partidos políticos têm sido a principal forma de reivindicação de um grupo, porém, já existiam também outras maneiras de buscar o atendimento aos anseios da população, como por exemplo, os movimentos sociais. No século XX, segundo o prof. Medeiros (aula 6), verifica-se uma transformação na natureza da relação entre Estado e um dos efeitos dessa transformação é uma mudança no papel dos partidos políticos que passam a cumprir, pelo menos, 03 (três) funções básicas: mobilizar a população, organizar o processo eleitoral e o comportamento legislativo dentro do parlamento, e por último, o de compor os governos (composição de ministérios por exemplo). Ultimamente, os movimentos sociais têm aproveitado o fato de que a primeira função dos partidos políticos tem sido desprezada por estes, para mobilizar a população trazerem para si as identidades e a luta pelo reconhecimento dessas identidades pelas quais os partidos políticos não têm lutado. Assim, a complementaridade tem se verificado muito mais na relação entre os movimentos sociais e o partido do que o oposto. Os partidos, inclusive, têm se apoiado nesses movimentos sociais para chegarem a pautas e reivindicações que eles não chegariam sozinhos, ou seja, sem o auxílio desses movimentos. Um último ponto entre esses dilemas, é a diferenciação entre as questões redistributivas (alocação de recursos econômicos, salariais, previdenciários) que têm dado cada vez mais lugar às questões de reconhecimento identitário (movimento feminista, por exemplo) que trazem questionamentos ligados não só ao espaço público, como também ao espaço privado. O fato de ser muito comum a expressão “crise da democracia” se deve, entre outros fatores, a pouca mobilização social dos partidos políticos. Isso porque a população, muitas vezes, não se vê representada e acaba buscando outras formas de lutar pelos seus direitos, como por meio dos movimentos sociais. Por isso, hoje, são tantos os grupos que buscam os direitos dos negros, das mulheres e dos homossexuais. (Roteiro de estudos – aula 6) Os partidos são organizações que devem canalizar os interesses e anseios dos diferentes grupos sociais e levá-los à esfera política, responsáveis por organizar preferências e levá-las em forma de programa de governo ao Poder Executivo e transformá-las em políticas públicas. A crise dos partidos se dá pela incapacidade de mobilização que os mesmos apresentam, o que leva à perda de legitimidade da democracia como um todo. A conectividade entre os partidos e os anseios da população é cada vez menor. Uma das causas para essa perda de capacidade de mobilização é uma transformação da estrutura ocupacional e econômica, que segundo o prof. Medeiros, se nota na fluidez das identidades e interesses de classe, quer dizer, a identificação dessas classes já não é mais tão bem delimitada dentro do processo produtivo. Há uma maior fragmentação das funções dentro da mesma cadeia produtiva, ou seja, o mesmo indivíduo pode passar ocupações diferentes e funções distintas durante sua vida profissional. A ocupação deixou de ser uma fonte principal de identidade, o que causa mais problemas para o partido político que encontra dificuldades em representar indivíduos que já não estão mais identificados com uma posição específica dentro da estrutura ocupacional? (Roteiro de estudos – aula 6) O fato da profissão não ser mais a fonte central da identidade trouxe a ascensão de questões comportamentais e de reconhecimento, tais como, cor, religião, gênero, orientação sexual, etc. Surge, então, a necessidade de levar essas questões para a esfera pública, para que se sejam ouvidas, debatidas e se tornem políticas públicas. O que se verifica é que os partidos políticos eram eficazes em representar entidades de classe (operários e/ou patrões), mas se mostraram incapazes de representar as outras fontes identitárias o que justifica o crescimento dos movimentos sociais, com suas formas heterodoxas de participação política (protestos, ocupação do espaço público, etc.) Há que se salientar que os movimentos sociais têm várias funções, dentre elas a de ajudar o Estado a aumentar a sua capacidade de gerir problemas coletivos, já que novos problemas surgem e nem sempre o Estado está preparado para enfrentá-los. Dessa forma, pode se valer da experiência, do Know-how daqueles que participam dos movimentos sociais, trazendo-os para assumirem cargos administrativos a fim de que possam aplicar o conhecimento que possuem naquela questão. Dentro desse “jogo democrático contemporâneo”, o parlamento e os partidos políticos se transformam e procuram abraçar essas novas causas, trazendo essa política identitária para a ordem do dia, o que se pode verificar pela formação de bancadas religiosas, de direitos de minorias, etc. A ascensão dos direitos humanos como novo tópico de discussão pública, tema que não era pauta recorrente das discussões do parlamento há 50 anos e que hoje, não só são recorrentes como há um interesse muito grande na formação e presidência de comissões que são responsáveis por esse debate. Conhecer o sistema de governo do qual fazemos parte é o primeiro passo para o desenvolvimentoda consciência política, que permite o voto mais responsável. Lembramos que você deve rever todos os roteiros de estudos, ler e estudar todo o material neles disponibilizados, inclusive as vídeoaulas. Abaixo, listamos (de acordo com a ordem das aulas) os artigos e textos que foram indicados para leitura em cada umas delas: FRANCA, Ludmila. Democracia: origem histórica. In: Instituto Norberto Bobbio - Blog. 06/06/2011. Disponível em <https://norbertobobbio.wordpress.com/2011/06/06/democracia-origem- historica/> - Acesso em abril de 2015 (Roteiro de Estudos – aula 1) SOUSA, Rainer Gonçalves. Democracia grega x Democracia contemporânea. In: Civilização Grega. Disponível em <http://www.mundoeducacao.com/historiageral/democracia-grega-x- democracia-contemporanea.htm>- Acesso em abr de 2015 (Roteiro de Estudos – aula 1) CÔRREA, Juliana Nonato. As concepções contemporâneas de democracia. 2011. Disponível em <http://ensinosociologia.fflch.usp.br/sites/ensinosociologia.fflch.usp.br/files/2011 -Juliana-Nonato-Concep%C3%A7%C3%B5es%20democracia-1-texto.pdf >Acesso em abr de 2015 - (Roteiro de Estudos – aula 1) SILVA, Pedro Gustavo de Sousa Silva. Teorias da Democracia: contribuições de Sartori, Dahl e Schumpeter. In: Revista Urutágua – Revista Acadêmica multidisciplinar (DCS/UEM). Nº 15-abr./mai./jun./jul. 2008 – Quadrimestral – Maringá – Paraná – Brasil- ISSN 15196178. Disponível em <http://www.urutagua.uem.br/015/15silva_pedro.htm > Acesso em abr. de 2015 (Roteiro de Estudos – aula 02) SOUZA, Luciana da Costa e. Democracia: representativa, deliberativa ou participativa? O espaço dos conselhos neste debate. In: Revista Multidisciplinar da UNIESP.2010. Disponível em <http://www.uniesp.edu.br/revista/revista10/pdf/artigos/12.pdf > Acesso em abr de 2015. (Roteiro de Estudos – aula 02) SALGADO, Eneida Desiree. A representação política e sua mitologia. In: Paraná Eleitoral v. 1 n. 1 p 25-40. 2015. Disponível em http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-pr-parana-eleitoral-revista-1-artigo- 2-eneida-desiree-salgado - Acesso em abr. de 2015 – (Roteiro de estudos – aula 2) RIBEIRO, Paulo Silvino. A escola de Frankfurt. Disponível em http://www.brasilescola.com/sociologia/a-escola-frankfurt.htm - acesso em maio de 2015 (Roteiro de estudos – aula 3) FUGA, Bruno Augusto Sampaio. TEORIA CRÍTICA - Escola de Frankfurt E INFLUÊNCIAS NA FILOSOFIA DO DIREITO. Ago/2012. Disponível em http://www.tex.pro.br/home/artigos/232-artigos-ago-2012/4800-teoria-critica- escola-de-frankfurt-e-influencias-na-filosofia-do-direito - acesso em maio de 2015 (roteiro de estudos – aula 3) CARNAÚBA, Maria Érbia Cássia. Sobre a distinção entre teoria tradicional e teoria crítica em Max Horkheimer. In: Kínesis, Vol. II, n° 03, Abril-2010, p. 195 – 204. Disponível em http://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/14_MariaErbiaC assiaCarnauba.pdf - acesso em maio de 2015 – (Roteiro de estudos – aula 6) LUBENOW, Jorge Adriano. Esfera pública e democracia deliberativa em Habermas. Modelo teórico e Discursos Críticos. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100512X2010000100012&script=sci_artt ext – Acesso em maio de 2015 (Roteiro de Estudos – aula 4) COSTA, Alexandre Araújo. Democracia Deliberativa: Potencialidades e Limitações. Disponível em http://www.arcos.org.br/cursos/politica-e- direito/artigos/democracia-deliberativa-potencialidades-e-limitacoes - acesso em maio de 2015. (Roteiro de Estudos – aula 4) Leitura complementar: Duas perguntas para Axel Honneth. Disponível em http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/duas-perguntas-para-axel-honneth/ - acesso em maio 2015 (Roteiro de estudos – aula 5) VALENTE, Júlia Leite. De Caux, Luiz Philipe. O que é a teoria do reconhecimento? Disponível em http://univirtus-277877701.sa-east- 1.elb.amazonaws.com/ava/web/#/ava/roteiro-de-estudo/6194 - acesso em maio de 2015 – (Roteiro de Estudos – aula 5) SAAVEDRA, Giovani Agostini. Sobottka, Emil Albert. Introdução à teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/fo/ojs/index.php/civitas/article/view/4319/6864 - acesso em maio de 2015 – (Roteiro de estudos – aula 5) GONÇALVES, Arnaldo Manuel Abrantes. Os partidos políticos e a crise da democracia representativa. Disponível em http://jus.com.br/artigos/6818/os- partidos-politicos-e-a-crise-da-democracia-representativa/5#ixzz3ZSMXY8Nh – acesso em maio de 2015 – (Roteiro de Estudos – aula 6)
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