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Estudos Disciplinares - Gramática Aplicada

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Estudos Disciplinares – Gramática Aplicada
1. Conforme apontam os estudos acerca dos fatos linguístico-gramaticais, o verdadeiro conhecimento científico da língua corre sérios riscos, quando o desejo de encontrar uma confirmação para as crenças do observador leva a uma descrição da língua absolutamente falseada. Um exemplo disso é a concepção da Gramática Normativa acerca dos verbos transitivos e intransitivos – o uso da língua mostra que verbos definidos pela gramática como intransitivos podem aparecer usualmente na forma transitiva. Que alternativa abaixo revela isso?
E) “Meu avô morreu uma morte tranqüila”.
2. Segundo o conceito de gramática descritiva, saber gramática significa:
A) Reconhecer nas expressões de uma língua as categorias, as funções e as relações que entram em sua construção, descrevendo com elas sua estrutura interna.
3. Aponte a alternativa, abaixo, cujo enunciado apresenta um adjetivo com função de advérbio, de modo que seu uso estaria, então, desviando-se da normatividade terminológica da gramática:
A) “João chegou rápido”
4. Observe a letra desta canção para escolher a alternativa correta:
 "A gente quer calor no coração,
a gente quer suar, mas de prazer,
a gente quer é ter muita saúde,
a gente quer viver a liberdade,
a gente quer viver felicidade.
É, a gente não tem cara de panaca,
a gente não tem jeito de babaca..."
Música "É" (Luiz Gonzaga Jr.)
 _Quanto ao uso da língua, podemos afirmar que:
I- A forma “a gente” está ligada ao uso coloquial e equivale a “nós” no registro formal.
II - O uso de gíria, como “panaca” é incorreto em um texto como esse, pois é marca de oralidade.
III – As expressões “cara de panaca” e “jeito de babaca” são próprias da linguagem coloquial e estão corretas nesse tipo de texto.
IV- Por ser letra de uma música, a gíria “babaca” deveria ser substituída por sua variante culta “basbaque”.
B) I e III estão corretas;
5. leia as alterntiivas, abaixo, e aponte aquela que corresponde à concepção de Gramática Internalizada:
E) É a gramática que visualiza as regras da língua a partir do que o falante de fato aprendeu em relação ao funcionamento linguístico e do que ele lança mão ao falar.
6. Considerando que são grandes as diferenças entre o português do Brasil e o português de Portugal, a crônica do Jô Soares “Unidos por uma mesma língua” satiriza algumas situações embaraçosas que podem acontecer entre falantes desses dois lugares, simulando uma entrevista entre o ex-presidente do Brasil, Itamar Franco e um repórter lusitano, sendo esta auxiliada por um intérprete! Leia um pequeno trecho dessa “entrevista” e marque, abaixo, a alternativa correta. 
Repórter: Vossa excelência já deita ao desprezo o corrido nas celebrações do mardi-gras ou sente-se ressabiado?
Intérprete: O senhor não dá mais importância ao que aconteceu nas comemorações do Carnaval ou ainda está aborrecido?
Itamar: Claro que dou, mas o que interessa é desaparecer a miséria do nosso povo.
Intérprete: Óbvio que sim. Porém o que me apetece é escafeder-se a dependedura da nossa plebe.
[...]
B) O trecho acima ilustra perfeitamente o tipo de Variedade Dialetal, especificamente de dimensão Territorial.
7. (Questão adaptada do Provão 2001) Para responder à questão seguinte, considere o texto abaixo:
Leia atentamente o depoimento de uma professora de ensino fundamental II (5a. a 8a.) sobre um dos conteúdos de sua sala de aula de Língua Portuguesa.
Primeiro explica-se que o substantivo concreto é um ser que tem existência própria, não depende de outro para existir, mesmo os seres imaginários. Comece com seres menos complexos como: cadeira, livro... Depois diga que o abstrato é um ser que não tem existência própria, precisa de um outro ser para existir. Por exemplo: o amor. É preciso que alguém ame para o amor existir. O beijo é abstrato, porque ele depende de, no míiinimooo, uma boca para existir. Agora passe para os mais complexos como: anjo (que conseguimos imaginar o corpo), fada, demônio (costumo falar da imagem de chifre e garfo na mão) e Deus, que é o mais complexo (explico que Deus, independente de crermos nele ou não, ou ed imaginarmos a imagem dele ou não, ele existe independente de outro ser, por isso é concreto). Costumo falar do ETs também, porque eles acham que não existem e por isso acham que são abstratos. Depois disso, eles seguem sozinhos e erram, raramente, os exercícios, que consistem na identificação desses substantivos.
 _O trabalho da professora orienta-se por uma concepção de ensino
D) Normativo-tradicional, sustentada numa orientação gramatical que vê na nomenclatura possibilidades de ensino e aprendizagem.
8. Dos termos grifados abaixo qual exerce a função sintática de objeto Indireto:
E) Recitei uns sonetos para o público
9. _Assinale a alternativa que apresente a definição correta de língua:
D) É um sistema de signos que reflete as ideias e a cultura de um povo.
10. _Considerando-se as peculiaridades entre língua e fala, assinale a alternativa correta:
E) A gramática sistematiza a língua, ao passo que o dicionário a fixa.
11. _Sobre os conceitos de língua, linguagem e sistema, veja o que se afirma: 
I. O conceito de linguagem refere-se exclusivamente à capacidade inata do indivíduo para a comunicação.
II. O sistema é entendido como um conjunto organizado de elementos, entre os quais se constroem relações.
III. A língua é um sistema gramatical, portanto, orientada por regras, e que pertence a um grupo de indivíduos; trata-se da expressão de uma coletividade, que por meio dela concebe o mundo que a cerca e sobre ele age. A fala, por sua vez, constitui-se como a língua em ato, na execução individual.
_Considerando-se as afirmações acima, pode-se dizer que são corretas:
B) II e III.
12. _Há conflito entre as regras do sistema linguístico e as da língua padrão porque:
D) o conceito de regra é inclusivo, para o primeiro, e exclusivo, para a segunda.
13. _Considere o seguinte texto:
Ai, se sesse!
 
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se um dia nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse;
Se juntinho nós dois durmisse;
Se juntinho nós dois morresse
Se pru céu nós dois assubisse!?
Mas porém, se acontecesse,
Qui São Pedro não abrisse
As portas do céu e fosse, Te dize quarqué tolice?
E se eu me arrimasse. E tu cum eu insistisse,
Pra qui eu me arrezorvesse
E minha faca puchasse,
E o buxo do ce furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse. Tarvez qui nós dois caísse,
E o céu furado arriasse
E as Virge todas fugisse!!!
(Severino de Andrade, O poeta da luz)
_Coloque verdadeiro ou falso para as afirmações:
I- Por ser escrito em uma variedade linguística popular não pode ser um texto poético.
II- O texto não segue nenhuma norma linguística, ou seja, não tem coesão nem coerência.
III- Apesar de estar escrito em uma variedade popular, pode ser considerado um texto poético.
IV- Apesar de estar escrito em uma variedade popular, o texto segue a norma culta padrão.
B) I-F; II-F; III-V; IV-F
14. _Relacionando o desvio gramatical grifado com sua natureza lingüística, teríamos como CORRETA a seguinte alternativa:
 (A) natureza fonológica ( 1 ) Ele não cabeu na sala.
(B) natureza morfológica ( 2 ) Parece que ele não viu-me 
(C) natureza sintática ( 3 ) Sonhos verdes o perseguiam
(D) natureza semântica ( 4 ) É muito ruim você recusar algo gratuíto.
C) a4, b1, c2, d3
15. _A frase “Ana desprezeu Ricardo” não é bem formada porque:
A) Desobedeceu a uma regra morfológica, a que estipula que desprezar não pode ter a forma desprezeu, pois é um verbo de primeira conjugação, e não de segunda.
16. _Assinale a frase que NÃO está mal estruturada, ou seja, aquela que o falante reconhece como bem construída sintaticamente:
B) Com uma população de 9.000 habitantes, a cidade, que se divide meio a meio entre a zona rural e a zona urbana, desenvolve-se economicamente.17. _Sabe-se que, na língua portuguesa, o advérbio é palavra invariável em gênero e número. Porém, apresenta uso no diminutivo, justificado estilisticamente. Isso ocorre em:
D) Vou agorinha mesmo fazer isso pra você.
18. _O enunciado a seguir apresenta um defeito de coesão que gera uma ocorrência semântica. Assinale a alternativa correta em função da afirmação feita a respeito do enunciado:
Lula vai reunir-se com George Busch . Ele vai exigir do congresso dos Estados Unidos uma solução para o problema.
B) O defeito de coesão gera um problema de polissemia.
19. _Assinale o período em que foi empregado o pronome relativo inadequado:
D) O moço de cujo lhe falei ontem é este.
20. _Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais:
 I. na seleção dos conteúdos de análise linguística, a referência não pode ser a gramática tradicional. 
 II. o modo de ensinar a gramática deve corresponder a uma prática que parte da reflexão produzida pelos alunos e aproximar-se, pela mediação do professor, do conhecimento gramatical produzido.
III. mais do que se pensar sobre a necessidade de ensinar gramática na escola, é preciso que se pense sobre o que, para que e como ensiná-la.
_ Estão corretas as afirmações
D) I, II e III.
21. Questão adaptada do provão 2001) Para responder à questão seguinte, considere o texto abaixo:
Ensinar gramática (IN: Flávia de Barros Carone)
_Onde é que a gente vai agora, vó?
_Lá na padaria da praça comprar um pão gostoso.
Silêncio pensativo no banco de trás. E então:
_Perto da minha casa também tem uma padaria. Os pão lá é muito bom.
Momentos de indecisão. ignorar ou corrigir? Compulsivamente:
_Sabe, meu querido, a gente fala assim ó: OS PÃES SÃO MUITO BONS. Um pão, dois PÃES. O pão é bom, os PÃES são bons.
Novo silêncio pensativo no banco de trás. E então:
_Quer dizer, vó, que PÃES é DOIS PÃO?
èTomando como parâmetro a norma culta da língua, a autora apresenta um caso de concordância no interior do sintagma nominal. Considerando-se esse contexto linguístico, é correto afirmar que a avó espera que, quanto à concordância nominal, o neto aprenda:
E) os aspectos morfossintáticos e semânticos, e o neto atende a essa expectativa plenamente quanto ao aspecto semântico, mas parcialmente quanto ao aspecto morfossintático.
22. A Gramática Normativa prescreve a norma culta da língua e seu foco principal é a escrita, pois quando considera aspectos da oralidade é apenas para ressaltá-los como o que se deve evitar ou para abordar aspectos que correspondam, por exemplo, à boa pronúncia da língua. Considerando tal afirmação, leia as alternativas, abaixo, e aponte aquele que traz um enunciado inaceitável ou agramatical para a Gramática Normativa:
E) Todas os enunciados acima são considerados inaceitáveis ou agramaticais para a G.N.
23. Leia o poema abaixo:
PRONOMINAIS (Oswald de Andrade)
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
_Sobre o poema acima, considere as seguintes afirmações e, a seguir, escolha a alternativa correta:
I - O poema opõe a noção de Gramática aprendida na escola ao uso real da língua pelos falantes. 
II - O último verso feriu as leis da sintaxe da língua portuguesa e por isso deveria ter sido corrigido pelo autor antes de sua publicação.
III - Os três primeiros versos fazem menção ao fato de que, de acordo com a gramática normativa tradicional, o pronome oblíquo "me" não pode iniciar orações, sendo incorreto o uso da próclise.
D) Somente a afirmação II é falsa.
24. (Adaptado do enem 2005): As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema:
“(....)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (....)”
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)
_O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito:
B) Variações fonológicas e lexicais regionais
25. Leia o texto abaixo e responda a seguir: (questão adaptada do provão 2002)
Considere o texto abaixo, de Hélio Schwartsman.
O animal que ri
 O escritor Arthur Koestler, que escreve o verbete “humor” da “Encyclopaedia Britannica”, traz outras preciosas indicações. Retomando a discussão sobre a “gramática” do humor, ele afirma que rimos quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas excludentes entre si.
 Um exemplo: O masoquista é uma pessoa que gosta de banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente”. Sei que é um pouco ridículo explicar a piada, mas... Aqui, o fato do sujeito da anedota ser um masoquista, subverte a lógica normal, invertendo-a. Obviamente, a lógica normal não coexiste com seu reverso. Daí a graça da pilhéria. Uma variante do mesmo padrão, mas com dupla inversão é: “O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista”. Essa estrutura está presente em todas as piadas. Até no mais infame “trocadilho”, que possa se conceber, há um choque entre dois contextos, um do significado e o de seu som: “A ordem dos tratores não altera o viaduto”.
 Mas essa “gramática” só da conta da estrutura intelectual e há outros aspectos em jogo. Até bebês riem. Há, além do lado intelectual, uma dinâmica emocional no humor. Ele de alguma forma se relaciona com a surpresa.
_ Os sintagmas nominais listados abaixo foram retirados do texto. A alteração da ordem do adjetivo em relação ao substantivo resulta em uma expressão aceitável, no contexto dado, na alternativa
C) as preciosas indicações
26. (Questão adaptada do provão 2001)
-Que já houve um tempo em que eles conversavam, entre si e com os homens, é certo e indiscutível, pois que bem comprovado nos livros das fadas e carochas. Mas, hoje-em-dia, agora, agorinha mesmo, aqui, aí, ali e em toda parte, poderão os bichos falar e serem entendidos, por você, por mim, por todo o mundo, por qualquer um filho de Deus?
_Falam, sim senhor, falam!... _Afirma o Manoel Timborna, das porteirinhas, filho do Timborna velho, pegador de passarinhos (...)
_Esse é o início do conto “Conversa de bois”, do livro Sagarana, de Guimarães Rosa. O título do conto e o assunto explorado nesse fragmento sugerem um elemento fundamental na concepção de linguagem do autor , o fato de
A) a linguagem não é tratada apenas como convenção, pois pode ser entendida como, expressão originária das próprias coisas.
27. (Questão adaptada do provão 2001)
Considere o texto abaixo, de Hélio Schwartsman.
O animal que ri
 O escritor Arthur Koestler, que escreve o verbete “humor” da “Encyclopaedia Britannica”, traz outras preciosas indicações. Retomando a discussão sobre a “gramática” do humor, ele afirma que rimos quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas excludentes entre si.
 Um exemplo: O masoquista é uma pessoa que gosta de banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente”. Sei que é um pouco ridículo explicar a piada, mas... Aqui, o fato do sujeito da anedota ser um masoquista, subverte a lógica normal, invertendo-a. Obviamente, a lógica normal não coexiste com seu reverso. Daí a graça da pilhéria. Uma variante do mesmo padrão, mas com dupla inversão é: “O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista”. Essa estrutura está presente em todas as piadas. Até no mais infame “trocadilho”, que possa se conceber, há um choque entre dois contextos, um do significado e o de seu som: “A ordem dos tratores não altera o viaduto”.
 Mas essa “gramática” só da conta da estrutura intelectual e há outros aspectosem jogo. Até bebês riem. Há, além do lado intelectual, uma dinâmica emocional no humor. Ele de alguma forma se relaciona com a surpresa.
 _No texto, Schwartsman defende a existência de uma gramática do humor. Justifica-se o uso da palavra gramática pelo emprego da expressão grifada na seguinte passagem:
B) Essa estrutura está presente em todas as piadas.
28. (Questão adaptada do provão 2001)
Considere o texto abaixo, de Hélio Schwartsman.
O animal que ri
 O escritor Arthur Koestler, que escreve o verbete “humor” da “Encyclopaedia Britannica”, traz outras preciosas indicações. Retomando a discussão sobre a “gramática” do humor, ele afirma que rimos quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas excludentes entre si.
 Um exemplo: O masoquista é uma pessoa que gosta de banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente”. Sei que é um pouco ridículo explicar a piada, mas... Aqui, o fato do sujeito da anedota ser um masoquista, subverte a lógica normal, invertendo-a. Obviamente, a lógica normal não coexiste com seu reverso. Daí a graça da pilhéria. Uma variante do mesmo padrão, mas com dupla inversão é: “O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista”. Essa estrutura está presente em todas as piadas. Até no mais infame “trocadilho”, que possa se conceber, há um choque entre dois contextos, um do significado e o de seu som: “A ordem dos tratores não altera o viaduto”.
 Mas essa “gramática” só da conta da estrutura intelectual e há outros aspectos em jogo. Até bebês riem. Há, além do lado intelectual, uma dinâmica emocional no humor. Ele de alguma forma se relaciona com a surpresa.
_ Em que alternativa a palavra gramática apresenta sentido equivalente a do usado no texto, se empregada em relação à língua?
C) Gramática é um conjunto das leis que regem o funcionamento da língua e de que o falante faz uso ao falar e escrever.
29. (Questão adaptada do provão 2001)
Considere o texto abaixo, de Hélio Schwartsman.
O animal que ri
 O escritor Arthur Koestler, que escreve o verbete “humor” da “Encyclopaedia Britannica”, traz outras preciosas indicações. Retomando a discussão sobre a “gramática” do humor, ele afirma que rimos quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos consistentes, mas excludentes entre si.
 Um exemplo: O masoquista é uma pessoa que gosta de banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente”. Sei que é um pouco ridículo explicar a piada, mas... Aqui, o fato do sujeito da anedota ser um masoquista, subverte a lógica normal, invertendo-a. Obviamente, a lógica normal não coexiste com seu reverso. Daí a graça da pilhéria. Uma variante do mesmo padrão, mas com dupla inversão é: “O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista”. Essa estrutura está presente em todas as piadas. Até no mais infame “trocadilho”, que possa se conceber, há um choque entre dois contextos, um do significado e o de seu som: “A ordem dos tratores não altera o viaduto”.
 Mas essa “gramática” só da conta da estrutura intelectual e há outros aspectos em jogo. Até bebês riem. Há, além do lado intelectual, uma dinâmica emocional no humor. Ele de alguma forma se relaciona com a surpresa.
_O efeito humorístico do trocadilho “A ordem dos tratores não altera o viaduto” é obtido pelos vínculos que mantém com o enunciado matemático (A ordem dos fatores não altera o produto). A frase “A ordem das escavadeiras não altera o túnel” deixa de explorar um vínculo fundamental para o efeito do humor. Esse vínculo é de natureza:
C) Fonética.
30. (Questão adaptada do provão 2002)
_Considere o texto que se segue:
Meio dia e meia
Acho muito simpática a maneira da Rádio Jornal do Brasil anunciar a hora: “onze e meia” no lugar de “vinte e três e trinta”, “um quarto para as cinco” em vez de “dezesseis e quarenta e cinco”. Mas confesso minha implicância com aquele “meio dia e meia”.
 Sei que “meio dia e meio” está errado; “meio” se refere à hora e tem que ficar no feminino. Sim, “meio dia e meia”, está certo. Mas a língua é como a mulher de César: não lhe basta ser honesta, convém que o pareça. Aquele “meia” me dá ideia de teste de colégio para pegar o estudante distraído. Para que fazer da nossa língua um alçapão?
 Lembrando um conselho que me deu certa vez um amigo boêmio quando lhe perguntei se certa frase estava certa (“Olhe, Rubem, faça como eu, não tope parada com a gramática: dê uma voltinha e diga a mesma coisa de outro jeito”), eu preferiria dizer “doze e meia” ou “meio dia e trinta”, sem nenhuma afetação. Aliás, a língua da gente não tem apenas regras: tem um espírito, um jeito, uma pequena alma que aquele “meio dia e meia” faz sofrer. E, ainda que seja errado, gosto da moça que diz: “estou meia triste...”. Aí sim, pelo gênio da língua, o “meia” está certo.
_Considere os enunciados 1 e 2:
 1. Acho muito simpática a maneira da Rádio Jornal do Brasil anunciar a hora.
2. E, ainda que seja errado, gosto da moça que diz: “estou meia triste...”. Aí sim, pelo gênio da língua, o “meia” está certo.
èSegundo Ataliba T. de Castilho, a norma tanto pode representar um uso linguístico concreto que corresponde ao dialeto social praticado pela classe de prestígio – caso em que é chamada “padrão real” –, quanto representar a atitude que o falante assume em face da norma objetiva – caso em que é também chamada “padrão ideal”. Aplicando-se esse conceito à análise dos enunciados 1 e 2 acima é correto afirmar que
B) o cronista, no enunciado 1, se orienta pelo padrão ideal, em contraste com o enunciado 2, em que valoriza o padrão real.

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