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07/06/2016 Matérias Reconhecidas :: STF ­ Supremo Tribunal Federal
http://www.stf.jus.br/portal/geral/verImpressao.asp 1/1
 
Brasília, 7 de junho de 2016 ­ 23:19    Imprimir 
 
Terça­feira, 07 de junho de 2016
Inquérito contra deputado Marcus Pestana é extinto por incidência da imunidade parlamentar
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), extinguiu o procedimento instaurado contra o deputado
federal Marcus Pestana (PSDB/MG) no Inquérito (Inq) 3715, no qual ele era investigado pela suposta prática de crime
contra a honra (difamação) decorrente de afirmações constantes em matéria jornalística. Segundo o relator, as
declarações do congressista se encontram amparadas pela cláusula constitucional da imunidade parlamentar, situação
que inviabiliza a persecução criminal.
O inquérito foi aberto a pedido do procurador­geral da República, Rodrigo Janot, e se baseava em declaração dada pelo
parlamentar ao jornal Estado de Minas, em matéria publicada em 2012. Marcus Pestana teria dirigido ofensas à
reputação  do procurador da República em Minas Gerais Álvaro Ricardo de Souza Cruz. De acordo com os autos, ele
afirmou que o procurador da República teria atuado por motivações políticas a fim de atender interesse de seu irmão, o
deputado estadual Sávio Souza Cruz, ao expedir recomendação ao BNDES para que a liberação do restante dos recursos
públicos para a obra do Complexo do Mineirão somente se realizasse após o Tribunal de Contas do Estado de Minas
Gerais pronunciar­se sobre a existência de irregularidades.
Decisão
Ao analisar o caso, o ministro Celso de Mello entendeu que o comportamento do deputado guarda conexão com o
desempenho do mandato legislativo, atraindo assim a incidência da cláusula de inviolabilidade prevista no artigo 53, caput,
da Constituição Federal. “As supostas ofensas atribuídas a esse congressista, embora proferidas fora da tribuna da
Câmara dos Deputados, mas por guardarem nexo com a atividade político­parlamentar por ele exercida, acham­se
abrangidas pela cláusula constitucional da imunidade parlamentar em sentido material, o que justifica a aplicação, ao
caso, da jurisprudência constitucional”, destacou.
O decano explicou ainda que a garantia da imunidade parlamentar se estende às entrevistas jornalísticas; à transmissão,
para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas; e às declarações
veiculadas por meios de comunicação ou mídias sociais, uma vez que tais hipóteses constituem o prolongamento natural
do exercício das funções parlamentares, desde que com elas guardem relação.
“Reconhecida, como o foi, a imunidade parlamentar material, que atua como causa excludente da própria tipicidade penal
da conduta do congressista, vê­se que a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o congressista em
referência não tem suporte em justa causa, eis que – insista­se – as declarações do parlamentar reproduzidas em
matéria jornalística acham­se amparadas pela cláusula constitucional da imunidade parlamentar em sentido material”,
concluiu o relator ao determinar o arquivamento dos autos.
­ Leia a íntegra da decisão do ministro Celso de Mello.
AR/AD
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