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Cotas raciais

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SISTEMA DE COTAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO	
1. CONCEITO
É denominado sistema de cotas o procedimento que proporciona, através da lei, que determinados grupos de indivíduos tenham uma porcentagem reservada dentre as vagas nas universidades do Estado e um reconhecimento ou consideração maior em relação a outras pessoas pelo fato de exigirem um cuidado diferenciado.
Isso se dá pelo fato de, estas pessoas, por algum motivo, que se aprofundado neste momento desviaria o trabalho do seu objeto, não obtiveram o recurso necessário para a realização ou aprofundamento nos estudos de maneira digna, afinal, o que verificamos hoje em dia, é que há um descaso com a população de classe baixa e os seus estudos por aqueles que deveriam se responsabilizar por seu aprimoramento.
Os direitos educacionais receberam proteção jurídica diferenciada no ordenamento legal brasileiro, sendo o instituto do “direito publico subjetivo” reservado para o ensino fundamental. Estabeleceu-se assim, a prioridade desse ensino no “sistema de garantias”.
O “sistema” teve seu principio, a partir do direito estadunidense, após promulgação das leis de direitos civis e políticos, na década de 60. Tal fato histórico resultou, dentre outros fatores, da luta firmada pelo movimento negro, que teve na figura de Martin Luther King o seu principal mártir.
No Brasil, a noção de “política afirmativa” foi importada somente em 1990, a partir da introdução da reserva de vagas, no percentual máximo de 20%, em favor do acesso aos cargos públicos para aqueles classificados como “deficientes físicos”, consoante dispõe o art. 5º, § 2º da Lei 8.112, em atenção ao que já dispunha o art. 37, VIII da Carta Cidadã. Seguindo esse caminho traçado pelo constituinte originário, foi consignado o primeiro sistema de cotas, sob o prisma étnico-racial, do direito pátrio. Referente ao art. 93 da Lei 8.213/91, que fixa cotas obrigatórias para negros no âmbito privado das relações de trabalho. 
Em que pese posto em vigor relevante instituto jurídico, é patente a sua ineficácia social. Posteriormente, representando uma vitória das forças feministas, garantiu-se uma reserva mínima para as mulheres nas candidaturas partidárias, com a edição da lei eleitoral de nº 9.504/97 (art. 10, § 3º).
2. FUNCIONALIDADE e APROVAÇÕES
 
O sistema de cotas nas universidades brasileiras, uma promessa de campanha do Governo Lula, foi concebido com o objetivo de compensar dívidas históricas, para os chamados afro-descendentes e com os menos favorecidos, visando à redução das desigualdades sociais no Brasil. 
Com a aprovação da lei estadual nº. 3.524/00, de 28 de dezembro de 2000, as universidades estaduais do Rio de Janeiro, tiveram de garantir reserva de 50% das vagas para estudantes das redes pública municipal e estadual de ensino.
Existe 	também, a lei federal nº. 10.558/2002, conhecida como, “Lei de Cotas”, que “Cria o Programa Diversidade na Universidade e dá outras providencias”. Historicamente, podemos dizer que no Brasil, após a abolição do regime escravocrata, nunca os negros foram impedidos por instituições.
O Supremo Tribunal Federal decidiu neste ano, pela constitucionalidade da reserva de vagas em universidades públicas com base já no sistema de cotas raciais, pois de acordo com presidente do STF, “a política compensatória se baseia na Constituição”.
Foram julgadas três ações que contestavam a validade do sistema de cotas.
Uma delas foi ajuizada pelo DEM em 2009, questionando as cotas raciais para ingresso na Universidade de Brasília (UnB). Segundo a ação, o sistema de cotas viola preceitos fundamentais da Constituição de 1988.
O DEM, autor da ação contra as cotas raciais, acusou o sistema adotado pela instituição de ensino, no qual uma banca analisa se o candidato é ou não negro, de criar uma espécie de “tribunal racial”.
3. CONCLUSÃO
A sociedade deve dar a devida importância para todos, olhando à coletividade, não o individualismo. 
Levando em conta o artigo 3º, inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, onde se afirma que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, analisamos que o sistema de cotas em nosso país leva a uma discriminação racial assumida oficialmente.
O ideal é expor a palavra discriminação em seu significado, que é “fazer uma distinção”, esta que por sua vez está sendo feita, pois se não existisse tal distinção, não precisaria se que de reservas de cotas, isso nos casos onde as reservas são de ordens raciais.

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