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Resumo de Implantodontia 2016

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Apostila de Implantodontia 
 
 
 
APOSTILA DE 
IMPLANTODONTIA 
 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
 
Apostila de Implantodontia 
1 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
1 Fundamentos da Osteointegração 
 
Condições do leito ósseo: 
Como todo receptor do implante, o osso deve apresentar duas caracteristicas 
essenciais: qualidade e quantidade óssea. A qualidade óssea é relativa ao osso ser 
saudável e apresentar densidade. Ser saudável significa não ser portador de 
qualquer alteração morfológica que comprometa sua resistencia, nem de processos 
infecciosos agudos disseminados pelos espaços trabeculares e ter densidade que 
possa auxiliar na estabilidade inicial do implante. A quantidade óssea, idealmente o 
volume ósseo deve ser suficiente para que, uma vez instalado, o implante fique 
totalmente introduzido na loja óssea. 
 
Osso tipo I Osso tipo II Osso tipo III Osso tipo IV 
Osso residual 
formado por osso 
cortical homogêneo, 
possuindo uma 
espessura de cortical 
maior. 
 
Osso residual 
formado por uma 
camada do osso cortical 
espesso, circundado por 
osso esponjoso denso. 
 
Osso residual 
formado por uma camada 
do osso cortical espesso, 
circundado por osso 
esponjoso denso. 
 
Osso residual 
formado por uma fina 
camada de osso 
cortical, circundado por 
osso esponjoso de 
baixa densidade. 
 
Melhor para se 
fazer carga imediata, 
porque se tem 
estabilidade primária, 
tendo assim uma 
resistência muito maior. 
Ossos 2 e 3 são 
os melhores para 
osteointegração, pois 
apresentam 
características tanto de 
osso cortical como 
esponjoso. 
Ossos 2 e 3 são 
os melhores para 
osteointegração, pois 
apresentam 
características tanto de 
osso cortical como 
esponjoso. 
 
Utiliza-se 
implante cilíndrico, pois 
ele tem efeito de corte. 
Utiliza-se 
implante cilíndrico, pois 
ele tem efeito de corte. 
Utiliza-se implante 
cônico, pois ele tem efeito 
de compactar. 
Utiliza-se 
implante cônico, pois 
ele tem efeito de 
compactar. 
 
Apostila de Implantodontia 
2 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
A falta de osso pode impedir um posicionamento correto dos implantes e 
também promover um aumento do tecido duro e mole antes do tratamento. A Maxila 
apresenta predominantemente osso tipos III e IV, o que indica a necessidade de se 
realizarem implantes que apresentem superfície porosa, além do uso da técnica de 
subfresagem para a instalação de implantes para que a estabilidade inicial seja 
alcançada. A mandíbula há predominância de ossos tipo I e II, havendo, nos casos 
de mandíbulas severamente atróficas, áreas de maior corticalização e pouco tecido 
ósseo medular. Retenção primária é quando o implante trava no osso (Físico), a 
secundária é quando ocorre através da osteointegração (Biológico). A maxila como é 
imóvel, então o travamento primário é mais rápido (2 a 4 meses); já a mandíbula é 
mais demorado (4 a 6 meses). 
 
Remodelação Óssea: 
Depois que o osso atinge seu tamanho e forma adultos, o tecido ósseo antigo 
é constantemente destruído e um novo tecido é formando em seu lugar, em um 
processo conhecido como remodelação. A remodelação permite que os tecidos já 
gastos ou que tenham sofrido lesões sejam trocados por tecidos novos e sadios. Ela 
também permite que o osso sirva de reserva de cálcio para o corpo. 
 
Por que a escolha do titânio? 
 Biocompatível; 
 Metal muito leve; 
 Seu módulo de elasticidade é mais próximo ao do osso; 
 Muito resistente à corrosão, desgaste e a fratura; 
 É usinável e sólido em temperatura ambiente. 
 
Osteointegração: 
É definida como uma união anatômica e funcional direta entre o osso vivo e 
remodelado e a superfície do implante. A combinação de recrutamento e migração 
de células osteogênicas resulta na osteointegração, que pode ser, dependendo da 
superfície do implante, promovida pela osteogênese por contato(superfícies 
tratadas) e osteogênese a distancia(superfície lisa ou usinada). 
 
Apostila de Implantodontia 
3 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
Osteogênese: 
A osteogênese à distancia, que ocorre no implantes usinados, a superfície do 
osso antigo é colonizada por células osteogênicas, que passam a secretar matriz 
óssea sobre o osso preexistente, resultando em neoformação óssea que se 
aproxima gradativamente da superfície do implante, junto com a camada de 
osteoblastos. 
A osteogênese por contato, que acontece nos implantes de superfície tratada, 
o osso é primeiramente depositado na superfície do implante, que é colonizada por 
células antes do inicio do deposito de matriz. 
 
Osteocondução: 
A migração de células osteogênicas atraídas por quimiotaxia para a superfície 
do implante, ocorre por meio do coágulo sanguíneo formado em decorrência da 
intervenção cirúrgica, quando vasos sanguíneos são lesados, produzindo uma 
hemorragia que resulta na formação de um coágulo. Uma matriz transitória de fibrina 
forma-se como produto da cascata de coagulação desencadeada e atua como uma 
ponte, através da qual as células osteogênicas atingem a superfície do implante 
para iniciar o processo de osteogênese. 
 
 OSTEOINTEGRAÇÃO FIBROINTEGRAÇÃO 
CONCEITO É uma união anatômica e 
funcional que ocorre entre o osso 
vivo e remodelado e da 
superfície do implante. 
É a falta de íntimo contato 
entre implante e osso, podendo 
propiciar a proliferação de tecido 
mole. 
CAUSA Problemas sistêmicos; 
Super aquecimento. 
OBSERVAÇÕES Ela independe do formato 
do implante, pois isso não 
interfere na osteointegração, mas 
sim no tipo de material (Titânio). 
 
 
 
 
 
Apostila de Implantodontia 
4 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
Desenho do Implante: 
Um dos pré-requisitos para se obter sucesso na osteointegração é que os 
implantes apresentem estabilidade inicial adequada. É fundamental que, no período 
de cicatrização, o implante permaneça imóvel para que não ocorra formação de 
tecido de cicatrização fibroso na interface osso implante. Os implantes do tipo 
parafuso são mais vantajosos, pela facilidade de realizar sua implantação e 
remoção, propiciam mais estabilidade inicial, maior área de contato e melhor 
dissipação da cargas para o tecido ósseo. 
 
Superfície dos implantes: 
A texturização da superfície do implante visa aprimorar a qualidade da 
interface e diminuir o período não funcional do implante, as superfícies dos implantes 
podem ser classificadas de acordo com o processo de texturização a que o metal é 
submetido. 
 Superfícies lisas ou usinadas – conseguidas através da 
usinagem simples de um bloco metálico, apresentam irregularidades 
decorrentes apenas da ação dos tornos durante a usinagem, que, no entanto, 
são importantes para o fenômeno da osteointegração. 
 Superfícies tratadas por diversos métodos - sendo mais 
comum o jateamento de partículas (oxido de titânio ou de alumínio), que 
deformam a superfície do implante, duplo ataque ácido (HCl ou H2SO4), que 
produzem irregularidades homogêneas e anodização que são obtidas por 
meio do método do ataque eletroquímico. 
As superfícies dos implantes são modificadas para que haja o aumento da 
superfície, melhorar a adesão e proliferação celulares, diminuir o tempo de 
osteointegração, aumentar o contato ósseo e a resistência da interface osteintegrada 
e aumentar o índice de sucesso dos implantes instalados em osso de baixa 
densidade. 
O tratamento superficial, principalmente os submetidos ao ataque ácido e à 
anodização, apresenta as vantagens de: melhor adesão; mais contato ósseo; 
promove interface mais resistentee acelerar o processo de osteointegração. A 
somatória destas vantagens indicam estes implantes para serem utilizados em osso 
com qualidade ruim e em áreas enxertadas. 
Apostila de Implantodontia 
5 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
Regeneração Óssea Guiada: 
A ROG baseia-se no conceito da osteopromoção, que se refere ao uso de 
meios físicos para promover um selamento total de um local anatômico para prevenir 
que outros tecidos, principalmente tecido conjuntivo, interfiram na osteogênese, bem 
como no direcionamento da formação óssea. Esta barreira é colocada em contato 
direto com a superfície óssea circundante, posicionando o periósteo na superfície 
externa da membrana (ACEVEDO et al, 2004). 
 
Técnica cirúrgica: 
O sucesso de uma reabilitação com implantes requer a ocorrência de uma 
ancoragem óssea que seja capaz de suportar as cargas funcionais. O planejamento 
reverso deve sempre ser realizado. Os cuidados vão desde o preparo do paciente, 
eliminando possíveis focos de infecção antes da cirurgia, até os passos operatórios 
propriamente ditos. Entre as inúmeras variáveis, merece consideração especial a 
variação de temperatura do osso durante a fresagem, no qual tolera o máximo de 
44º C durante um minuto. Para se evitarem efeitos deletérios sobre a 
osteointegração, devem-se utilizar fresas e brocas novas, no máximo de 2000 rpm 
sob irrigação constante, além disso, esses instrumentos de corte devem ser 
utilizados aumentando-se gradativamente seu diâmetro, com movimentos 
intermitentes no leito ósseo. 
 
Condições de Carga: 
O protocolo para instalação de implantes é definido em dois tempos cirúrgicos, 
no qual o tempo médio entre a instalação dos implantes e a colocação de 
cicatrizadores é de 3 meses para mandíbula e 4 meses para maxila. Com a evolução 
da implantodontia, estudiosos elaboraram a técnica de carga imediata, que 
possibilitaria a reabilitação protética no mesmo dia da cirurgia de instalação dos 
implantes. A principal vantagem que a técnica de carga imediata traz é devolver 
imediatamente o conforto e a função ao paciente através de prótese fixa 
implantossuportada. Sua indicação deve estar restrita a casos em que a qualidade 
óssea deve ser tipo I ou II e com remanescente ósseo provido de boa altura e 
espessura. Os Implantes imediatos são aqueles que são realizados na mesma 
sessão da exodontia do elemento. 
Apostila de Implantodontia 
6 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
Deve-se ressaltar as três fases de estabilidade que o implante é submetido ao 
longo do tempo. No momento da instalação do implante, deve-se obter a estabilidade 
primária que é obtida pela associação de fatores como o desenho da macroestrutura 
do implante, densidade óssea e técnica cirúrgica. A estabilidade secundária é 
atingida com a participação celular e com a qualidade da superfície do implante. E a 
estabilidade terciária é caracterizada pela longevidade das reabilitações 
osteointegráveis. 
 
2 Kit Cirúrgico e Instalação de Implantes 
 
 Fresa lança – Apresenta corte na ponta e marcações de 5,5 a 
10 mm. É utilizada para marcar o local do implante e romper a cortical externa 
do tecido ósseo. 
 Fresas helicoidais – Apresentam corte potencializado na ponta 
e suavizado nas laminas laterais. São utilizadas para aumentar o diâmetro da 
cavidade, além de definir a sua profundidade. Apresentam no kit com 
diâmetros 2,0; 2,8; 3,0; 3,15; 3,35 e 4,35 mm. As fresas 3,15 3,35 mm são 
opcionais para osso tipo I. 
 Fresa piloto – Apresenta corte na parte inferior a nas laterais de 
sua região mais volumosa e a sua finalidade é aumentar o diâmetro da região 
cervical (fresa piloto 2,0 – 3,0 ou 3,0 – 4,35), visando facilitar a inserção da 
fresa seguinte. 
 Macho de rosca – Usado para formar roscar nas paredes da 
cavidade confeccionada, deve ser usado em regiões que apresentam alta 
densidade. 
 Fresa countersink – Utilizada para alargar a porção coronal da 
cavidade óssea nos casos de se utilizarem implantes 3,3; 3,75; 4,0 e 5,0 mm 
de diâmetro em região de osso cortical espesso e denso. 
 Fresas cônicas – São fresas específicas para a instalação dos 
implantes cônicos. 
 Chave de catraca com controlador de torque – Chave que 
finaliza a instalação do implante na cavidade, possui também o controlador de 
torque de instalação do implante(de 40 a 80 Ncm). 
Apostila de Implantodontia 
7 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
Procedimento de confecção da cavidade: 
O uso de qualquer instrumento de perfuração requer irrigação intensa com 
solução fisiológica. Um guia cirúrgico deve ser utilizado para definir a melhor posição 
para os implantes. Durante a perfuração, o movimento da fresa deve ser intermitente 
(com movimentos para cima e para baixo), o que ajuda a remover o osso residual e 
manter a temperatura adequada em toda extensão da cavidade. Em áreas 
previamente edêntulas, o implante deve ser instalado no nível da crista alveolar e 
nos casos de implantes imediatos a exodontia, o implante deve ser instalado 1 a 2 
mm abaixo da crista alveolar. 
 
Sequencia de fresagem: 
3,75 – fresa lança; fresa helicoidal 2,0; fresa piloto 2,0 – 3,0; fresa helicoidal 
3,0; fresa helicoidal 3,35; macho de rosca 3,75; fresa countersink 3,75. 
 
3 Princípios de Técnica cirúrgica aplicados a 
implantodontia 
 
Incisões: 
O objetivo da incisão é criar um campo cirúrgico com a boa visibilidade e, ao 
mesmo tempo, sem sangramentos excessivos. A incisão na mucosa alveolar 
vestibular (mucogengival) definida como uma incisão vestibular e horizontal no nível 
da metade do processo alveolar com o deslocamento do retalho lingual ou 
palatinamente (retalho pediculado). Outra opção é a incisão sobre a crista do 
rebordo, com ou sem incisões relaxantes, e que proporcionam boa visibilidade do 
campo cirúrgico e preservação do suprimento sanguíneo. Instalação de implantes 
em maxila ou mandíbula edentula (protocolo) – Incisão horizontal, por vestibular, 
na metade da altura do rebordo alveolar e o deslocamento de um retalho pediculado 
mucoperiosteal para lingual. Incisões na região posterior da mandíbula – Devem 
ser feitas sobre a crista do rebordo, deixando 1,5 mm ou mais de gengiva inserida 
em cada lado da incisão. Implantes unitários ou reabilitação parcial em áreas 
estéticas – Se as papilas estiverem intactas, faz-se uma incisão, mais para lingual, 
deixando uma faixa de gengiva inserida ao redor dos dentes adjacentes. Se as 
Apostila de Implantodontia 
8 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
papilas estiverem comprometidas, faz-se uma incisão na crista do rebordo, mais para 
lingual, e duas incisões intrassuculares em torno dos dentes adjacentes. 
Técnica da subfresagem: 
Esta técnica deve ser utilizada em casos em que a instalação de implantes 
será realizada em osso de baixa densidade, é caracterizada por não utilizar a ultima 
fresa helicoidal como, por exemplo, não utilizar a fresa helicoidal 3,0 para instalação 
de implante com 3,75 de diâmetro. O objetivo desta técnica é proporcionar mais 
estabilidade inicial ao implante. 
 
Implantes curtos: 
São definidos como sendo aqueles com comprimento de 8,5 mm ou menos, é 
uma opção viável, principalmente para implantes múltiplos em pacientes portadores 
de regiões posteriores de mandíbulas, que não apresentarem altura óssea ideal 
entre a crista alveolar e o canal mandibular. 
 
Técnica de Summers: 
Técnica de acesso transalveolar, por meio de uma técnica de osteotomia para 
elevação do assoalho do seio maxilar, usando uma seleção de osteótomos com 
diâmetros variados para preparar o local de instalação de implantes. Uma pequena 
osteotomia é realizada na crista alveolar na parede inferiordo seio maxilar, no qual 
permite a elevação da mucosa do seio, formando uma espécie de “tenda”. Cuidado 
com a perfuração da membrana sinusal. 
 
 
4 Segundo Estágio Cirúrgico 
 
 Objetivos: 
 Expor o implante ao meio bucal; 
 Avaliar a imobilidade dos implantes; 
 Preservar e aumentar, se necessário, gengiva inserida; 
 Ajustar a espessura dos tecidos moles; 
 Melhorar a estética dos tecidos moles. 
 
Apostila de Implantodontia 
9 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
 
 Avaliação dos implantes: 
 Fixação rígida (ausência de mobilidade); 
 Sem perda óssea na crista alveolar; 
 Ausência de dor ao torque; 
 Espessura adequada de gengiva ceratinizada; 
 Profundidade do sulco peri-implantar menor ou igual a 4 
mm; 
 Sem inflamação; 
 Contorno apropriado de tecido mole; 
 Se o componente protético permite o carregamento do 
implante sob condições fisiológicas. 
 
Em implantodontia, é recomendável que se haja quantidade adequada de 
gengiva ceratinizada, antes da inserção dos implantes, na cirurgia de instalação ou 
durante o segundo estágio cirúrgico. A presença de gengiva ceratinizada ao redor do 
implante apresenta várias vantagens clínicas: facilita a moldagem; evita o colapso 
tecidual acima da plataforma do implante; a altura gengival é mantida em um nível 
consistente; possibilita a formação de um colar gengival firmemente aderido em torno 
do implante; e facilita os procedimentos de higienização. A gengiva ceratinizada 
possui importância clínica relevante, pois previne a disseminação da inflamação 
através do tecido, pode prevenir recessões da gengiva marginal, diminui os 
movimentos excessivos da gengiva livre, além de oferecer resistência aos danos 
causados pela ação mecânica da escovação. 
 
 Classificação da gengiva ceratinizada: 
 Tipo 1 – Faixa de pelo menos 5 mm de gengiva 
ceratinizada; 
 Tipo 2 Classe I – Há um mínimo de tecido ceratinizado no 
rebordo, porém quase nada na superfície vestibular; 
 Tipo 2 Classe II – Pouca gengiva ceratinizado no rebordo, 
que será posicionada apicalmente por lingual; 
 Tipo 3 – Não há gengiva ceratinizada no rebordo ou na 
Apostila de Implantodontia 
10 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
superfície vestibular. 
Seleção do componente de cicatrização (cicatrizador): 
Sugere-se que a altura do tecido ao redor do cicatrizador seja mantida em 
menos de 4mm de altura, a fim de diminuir o risco de perda óssea causada por 
bactérias e no mínimo de 1mm abaixo da altura do cicatrizador, evitando o 
crescimento do tecido peri-implantar sobre o mesmo e diminuindo assim a 
proliferação bacteriana na região. 
 
Técnicas Cirúrgicas: 
Os princípios das técnicas cirúrgicas do segundo estágio cirúrgico podem ser 
agrupados segundo as necessidades de eliminação de tecido sobre a plataforma do 
implante ou preservar, deslocar ou mesmo aumentar o tecido ceratinizado adaptado 
ao contorno do cicatrizador, utilizando o bisturi circular ou o bisturi convencional. 
 
 Bisturi circular (punch) – Este instrumental impõe pré-
requisitos necessários ao uso, no segundo estágio cirúrgico como volume 
(altura e espessura) de gengiva ceratinizada é decisivo pela técnica da 
eliminação de tecido para chegar a um resultado estético gengival adequado. 
 
 Bisturi convencional – Utilizado para pequenas incisões 
estendidas sobre a crista do rebordo com o objetivo de posicionar uma faixa 
de gengiva ceratinizada por vestibular, ajustando seu volume e espessura de 
acordo com as necessidades de cada caso. 
 Divisão de gengiva ceratinizada – realiza-se a incisão 
sobre a crista do rebordo dividindo o tecido ceratinizado em quantidade 
adequada para ambos os lados, lingual e vestibular, a após instalação 
do cicatrizador é feita a adaptação do tecido ao seu redor. 
 Incisão em “H” – Tipo de incisão realizada sobre a crista 
do rebordo no segundo estágio cirúrgico em implantes unitários 
instalados entre dentes, e com “defeitos” gengivais por vestibular 
relativos a sua espessura bem visíveis por uma vista oclusal. 
 Incisão trapezoidal – Inicia-se com uma incisão principal 
paralela à crista do rebordo na região mais por palatino, de um dente 
Apostila de Implantodontia 
11 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
ao outro que limitam o espaço edêntulo onde foi instalado o implante, 
nestes limites partem duas incisões relaxantes em direção à vestibular 
até ultrapassar o limite mucogengival. 
 Técnica de regeneração de Palacci – Para regiões de dois 
ou mais implantes na maxila, com o objetivo de formação de papilas 
entre eles. 
 
 Técnicas cirúrgicas complementares 
 Enxerto de tecido conjuntivo subepitelial – Procedimento 
realizado para melhorar a espessura vestibular no segundo estágio 
cirúrgico. 
 Enxerto de tecido conjuntivo subepitelial pediculado (tec. 
do rolo) – Opção de técnica para o enxerto de tecido conjuntivo por 
vestibular. 
 Enxerto gengival livre no segundo estágio cirúrgico – 
Técnica iniciada com o preparo da área receptora com exposição do 
parafuso de cobertura do implante e divisão do retalho vestibular, 
sendo que a mucosa pode ser suturada em uma posição mais para 
apical ou eliminada. 
 Uso de fresas perfilhadoras (Bone profile) – Durante o 
segundo estágio cirúrgico, é possível que após a exposição do 
parafuso de cobertura encontremos proliferação de tecido ósseo sobre 
o mesmo, que deverá ser removido com cinzéis de uso em 
procedimentos periodônticos, ou uso de fresas perfilhadoras que 
conformam o tecido ósseo circundante ao implante, permitindo uma 
adaptação perfeita do cicatrizador e, posteriormente, do componente 
protético. 
 
5 Biomateriais 
 
Em implantodontia, os Biomateriais devem ser utilizados como tratamento 
complementar para a instalação dos implantes. 
Biocompatibilidade é a habilidade de um biomaterial de desempenhar sua 
Apostila de Implantodontia 
12 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
função desejada em relação a um tratamento médico, sem induzir qualquer efeito 
local ou sistêmico indesejável ao beneficiário do tratamento, mas gerando as 
respostas celulares e teciduais mais benéficas naquela situação específica e 
otimizando as respostas clinicamente relevantes daquele tratamento. É uma 
propriedade que os materiais devem apresentar para que possam ser utilizados em 
um sistema biológico sem provocar reações adversas e nem impeçam a 
diferenciação tecidual característica do local da implantação. 
Biomaterial é qualquer substancia construída de tal forma que , sozinha ou 
como parte de um sistema complexo, é usada para dirigir, pelo controle de 
interações com componentes de um sistema vivo, o curso de um procedimento 
diagnóstico ou terapêutico, quer seja em humanos ou animais. 
Implante é o termo utilizado para definir qualquer dispositivo médico 
composto por um ou mais biomateriais colocados no corpo, sepultados parcial ou 
totalmente abaixo do epitélio onde a intenção é deixa-los por um período 
significativo. 
Enxerto é uma peça de tecido que é transferida de um local doador para um 
local receptor com o objetivo de reconstruir o receptor. 
Transplante aplica-se a um a estrutura completa, que é transferida de um 
local para outro ou de uma pessoa para outra, com o objetivo de restabelecer uma 
função. 
Objetivos do biomaterial: 
 Carreador de fatores de crescimento; 
 Atrair, estimular e favorecer crescimento; 
 Selecionar populações celulares. 
 
Propriedades do biomaterial: 
 Não induzir a formação de trombos; 
 Não induzir resposta imune adversa; 
 Ser atóxico; 
 Não ser carcinogênico; 
 Não perturbar o fluxo sanguíneo; 
 Não produzir respostainflamatória aguda ou crônica que impeça a 
diferenciação própria dos tecidos adjacentes. 
Apostila de Implantodontia 
13 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
 
Indicação para o uso de biomateriais: 
 Manutenção do volume alveolar após a exodontia; 
 Contorno de rebordo; 
 Preenchimento de defeitos ósseos peri-implantar; 
 Aumento em altura e/ou espessura do processo alveolar; 
 Levantamento da membrana do seio maxilar ou enxerto sinusal. 
 
Classificação dos biomateriais: 
 Quanto a Origem: 
 Autógeno ou autólogo – Obtido de áreas doadoras do próprio 
individuo. 
 Homógeno ou homólogo – Obtido de indivíduos de espécie 
semelhante ao receptor. 
 Heterógeno ou xenógeno – Obtido de indivíduos de espécie 
diferente do receptor. 
 Sintético ou aloplástico – Podem ser metálicos, cerâmicos ou 
plásticos. Esses materiais sintéticos são denominados materiais 
de implante. 
 
 Quanto a resposta biológica: 
 Biotolerado – Material caracterizado pela presença de tecido 
conjuntivo fibroso entre o implante e o tecido. 
 Bioinerte – Material caracterizado por neoformação óssea de 
contato. 
 Bioativo – Material caracterizado por induzir uma reação físico-
quimica entre o implante e o osso. 
 
 Quanto a propriedade biológica: 
 Osteocondutor – Refere-se à capacidade do biomaterial de 
conduzir o desenvolvimento de novo tecido ósseo através de 
sua matriz de suporte. 
Apostila de Implantodontia 
14 
Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
 Osteoindutor – O processo de osteoindução é aquele pelo qual 
a osteogênese é induzida e envolve a formação de novo osso a 
partir do recrutamento de células imaturas e sua diferenciação 
em células osteoprogenitoras. 
 Osteogênico – A osteogênese é o processo pelo qual as 
células ósseas vivas e remanescentes no enxerto mantêm a 
capacidade de formar matriz óssea. 
 
 Quanto a característica física: 
 Anorgânico, inorgânico ou mineralizado – componentes 
orgânicos removidos. 
 Desmineralizado – componentes inorgânicos e celulares são 
removidos. 
 Fresco – o material e obtido e utilizado sem nenhum tipo de 
processamento. 
 
6 Moldagem 
 
A fase protética inicia-se no fim do período de osseointegração determinado 
pelo protocolo, após a validação da imobilidade clínica dos implantes. É importante 
considerar sempre a finalidade da prótese implantar e as compressões que lhe são 
próprias: 
 Seja qual for o tipo de fixação protética( parafusada ou cimentada), a 
daptação dos diferentes componentes deve seguir uma lógica de 
passividade. 
 No plano biomecânico, a distribuição das forças deve, de modo ideal, 
ocorrer de acordo com o eixo do implante. 
O limite cervical de uma prótese supraimplantar deve estar situado, no 
máximo, 2 ou 3 mm sob a gengiva. Os elementos intermediários que se adaptam 
sobre o implante devem ser usinados ou sobrefundidos sobre uma base metálica 
usinada. 
A moldagem implantar pode ser simplesmente qualificada de moldagem de 
posicionamento. Na prótese supraimplantar, a principal dificuldade está em obter 
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uma adaptação passiva dos elementos protéticos sobre os implantes. A precisão de 
registro das posições espaciais dos implantes é essencial. A compressão pode ser a 
causa de fratura da cerâmica, dos parafusos ou mesmo do implante; ela pode, até 
mesmo, levar à perda da osseintegração em certos casos. 
A moldagem permite, portanto, obter o registro: 
 Situação dos implantes no ambiente bucal; 
 Contorno gengival; 
 Perfil de emergência. 
 
Técnica de moldagem: 
 
 Direta (moldeira aberta): 
A moldagem direta, cuja característica é a utilização de uma moldeira 
perfurada, parece ser a mais confiável, o que a indica como técnica de escolha. 
Os pilares de cicatrização, são desparafusados; aparafusa-se os 
transferentes de moldagem; verifica-se o posicionamento do transferente de 
moldagem radiograficamente; realiza-se a prova da moldeira individual; preparação 
da moldeira individual e realização da moldagem; desinserção da moldagem; 
reaparafusamento dos pilares de cicatrização e posicionamento dos análogos de 
laboratório. 
 
 Vantagens: Diminuição das compressões sobre o material 
durante a desinserção; maior precisão. 
 Inconvenientes: Maior importância dos transferentes; 
inserção muito delicada; impossibilidade de desinserir a 
moldagem sem desaparafusar todos os transferentes, o que 
requer reaparafusar todos os pilares de cicatrização ao 
mesmo tempo; material reunido com antecedência. 
 Indicações: Moldagem apresenta um número importante de 
pilares; moldagem apresenta riscos de implante muito 
divergentes; implantes muito enterrados. 
 
 
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Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
 
 
 Indireta (moldeira fechada): 
Esse tipo de moldagem permite utilizar uma moldeira clássica e se aproxima 
muito da moldagem de preparação dentária; sua menor precisão limita sua indicação 
ao registro de um pequeno número de implantes. 
Os pilares de cicatrização são desaparafusados; aparafusamento dos 
transferentes de moldagem; verifica-se o posicionamento do transferente de 
moldagem radiograficamente; realiza-se a prova da moldeira; realização da 
moldagem; desinserção da moldagem; desaparafusamento dos transferentes e 
aparafusamento dos pilares de cicatrização; reunião dos pares trasferente-análogo. 
 
 Vantagens: Simplicidade na implementação; pouca altura 
necessária; possibilidade de desaparafusar os transferentes 
em sequencia após a moldagem, o que é menos doloroso no 
momento de aparafusar os pilares de cicatrização. 
 Inconvenientes: Menor precisão; compressões sobre o 
material durante a desinserção da moldagem e durante a 
reinserção dos transferentes; risco de erro durante a 
reinserção dos pilares na moldagem; técnica não adaptada 
se os implantes forem muito divergentes. 
 Indicações: Paciente ansioso ou apresenta um reflexo de 
náuseas que pode necessitar uma desinserção urgente a 
moldagem; pouca altura disponível; moldagem por uma 
unidade coronária ou por um pequeno número de implantes; 
paciente delicado e gengiva frágil. 
 
7 Reconstrução óssea em implantodontia 
 
As técnicas de enxerto ósseo e de reconstrução parcial ou total da maxila e 
da mandíbula e das áreas doadoras são avaliadas, basicamente, de acordo com o 
grau de perda óssea, do planejamento cirúrgico-protético e das condições gerais do 
paciente. Os melhores resultados tem sido relatados com o osso autógeno. 
Apostila de Implantodontia 
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Rodrigo E. Coelho de Carvalho 
A escolha das possíveis áreas doadoras para a reconstrução óssea depende, 
principalmente, do volume ósseo necessário e do tipo de defeito ósseo. Para perdas 
ósseas pequenas e médias, as áreas intrabucais são o mento, a área retromolar e o 
túber. Para reconstruções maiores, as áreas doadoras externas possíveis são o 
osso ilíaco, a calota craniana, a tíbia e a costela, mas as mais utilizadas são a crista 
ilíaca e a calota craniana. 
 
 Mento: 
O mento é uma das melhores áreas bucais porque oferece boa quantidade e 
qualidade ósseas cortical e medular. O enxerto tem a forma de semiarco, e pode ser 
usado como enxerto do tipo onlay(sobre o rebordo), inlay(dentro de uma cavidade), 
“sanduiche”(dentro e fora do rebordo remanescente, em geral em seio maxilar) ou 
particulado(para preencher espaços entre blocos ou de pequenos defeitos e/ou 
dentro do seio maxilar). Tem sua indicação para reconstrução para 4 implantes. 
A técnica consiste em anestesia regional bilateral do nervo alveolar inferior; 
incisão pode serfeita na crista e na papila interdental até o periósteo; deslocamento 
do retalho; uma vez exposto o osso, utiliza-se broca da série 700 em baixa rotação 
com irrigação abundante; limita-se superiormente pelas raízes dos dentes(5mm 
abaixo); a sutura é feita em planos, sendo primeiro o periósteo, em seguida a 
musculatura e a mucosa. 
As complicações relatadas nessa área são hemorragia, hematomas e 
edemas, parestesia labial e/ou dental, apicetomia e desvitalização da polpa. 
 
 Retromolar(Ramo): 
Nessa área, encontramos grande quantidade de osso cortical e pouco osso 
medular. Assim, recomenda-se enxerto do tipo veneer(sobreposto ao remanescente 
ósseo) onlay e/ou inlay. Tem sua indicação para reconstrução alveolar para até 4 
implantes. 
A técnica consiste em anestesia regional no nervo alveolar inferior; incisão 
começa na base do ramo e segue pela linha oblíqua até a região do primeiro molar 
inferior; o retalho é total até o periósteo, expondo-se toda área Retromolar e a linha 
obliqua; com broca da série 700 em baixa rotação e irrigação abundante delimita-se 
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a área a ser retirada e completa-se a osteotomia, retirando o bloco de osso com 
cinzel. 
O enxerto pode ser triturado e/ou usado em forma de bloco. Quando o 
enxerto for em bloco. Ele deve ser modelado, fixado e adaptado da melhor forma 
possível ao defeito ósseo. 
Os riscos cirúrgicos e as possíveis complicações nessa área são a 
possibilidade de atingir e seccionar o feixe vasculonervoso do alveolar inferior, o que 
pode provocar parestesia, hemorragia e hematoma. 
 
 Calota craniana: 
É uma área caracterizada por osso cortical e pouca medular. Tem a mesma 
origem embriológica que a mandíbula, intramembranosa. É indicada para reconstruir 
áreas amplas(reabilitação total), e o osso de escolha é o parietal, por ele não ter 
inserções musculares e ser plano. 
A técnica consiste em anestesia geral, em ambiente hospitalar; incisão é total 
até o periósteo; desloca-se o retalho e expõe-se o tecido ósseo. Para determinar a 
espessura do crânio e a profundidade segura para remover a cortical externa e a 
camada diploica, usa-se o trepano cirúrgico. Após a determinação, utilizando-se 
bocas nº 702 montadas em baixa rotação, divide-se o parietal em blocos que serão 
removidos; o limite da osteotomia, no sentido da profundidade, é determinado 
quando o tecido ósseo começa a sangrar, o que indica que atingiu a parte medular. 
O enxerto, normalmente, é desenhado em blocos e, em seguida, modelado, 
fixado e adaptado de acordo com o defeito ósseo. 
Os riscos e as possíveis complicações são bem reduzidos e há poucos 
relatos de complicações na literatura. Mas vale salientar que pode ocorrer pequena 
hemorragia proveniente de vasos presentes na camada diploica. O tempo cirúrgico é 
um pouco maior, pois a remoção do enxerto não é feita junto com o preparo da área 
receptora. 
 
 Osso ilíaco: 
O ilíaco oferece grande quantidade de osso, com predominância de medular. 
Apresenta a vantagem de exigir menos tempo cirúrgico, já que permite o preparo do 
leito receptor simultâneo à retirada do enxerto por outro profissional. A intervenção 
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cirúrgica deve ser realizada em ambiente hospitalar, com anestesia geral; a área de 
retirada escolhida é a parte anterior superior da crista ilíaca; a incisão é feita em 
planos até o acesso à crista óssea; a remoção do enxerto é realizada por meio de 
brocas cilíndricas em baixa rotação e cinzéis, com irrigação abundante. O enxerto é 
modelado e esculpido para melhor adaptação e fixação sobre a área receptora; é 
feita uma toalete da área, coloca-se um dreno e sutura-se plano a plano. 
As complicações estão relacionadas à quantidade de osso retirado, podendo 
ocorrer hemorragia interna com áreas extensas de hematoma e edema, dor, 
penetração na área abdominal e lesões nas vísceras, e ruptura do nervo lateral 
femural cutâneo, o que provoca parestesia da porção lateral da coxa e dificuldade 
durante o caminhar. 
 
Preparo da área receptora 
O procedimento cirúrgico de reconstrução inicia-se com a incisão, que deve 
ser sempre realizada à distancia da área doadora. Após o descolamento do retalho e 
a exposição do leto ósseo que será reconstruído, deve-se realizar o preparo do leto 
receptor. Com os blocos obtidos da área doadora e modelados conforme e defeito 
ósseo, estes são fixados com parafusos por meio da técnica compressiva, que 
consiste de parafusar o leito receptor e o enxerto ósseo com a fresa de 1,2 mm de 
diâmetro e, na sequencia e sem movimentar o bloco, que deverá estar preso com 
uma pinça de enxerto, parafusa-se apenas o bloco do enxerto com a fresa de 1,6 
mm de diâmetro. Após a fixação do bloco de osso autógeno, deve-se observar se o 
retalho mucoperiósteo coapta por primeira intenção e sem tensão na linha de sutura; 
caso isto ocorra, há necessidade de incisar o periósteo na base do retalho porque 
ele é inelástico. Não deve haver espaços vazios entre o leito receptor e o enxerto 
ósseo. Os enxertos em espessura denominam-se enxertos onlay. 
 
Enxertos Sinusais 
Não existe consenso na indicação dos enxertos sinusais com relação ao 
remanescente ósseo. Dessa maneira, sugerimos as seguintes indicações para os 
enxertos sinusais considerando-se a altura de osso remanescente: 
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 Até 5mm de osso remanescente – o enxerto sinusal deve ser 
realizado com osso autógeno particulado ou com associação de osso 
particulado e material inorgânico de origem heterógena ou sintético. 
 De 5 a 7mm de osso remanescente – o enxerto sinusal pode ser 
realizado apenas com material inorgânico de origem heterógena ou 
sintético. 
 De 7 a 10mm de osso remanescente – não há necessidade de 
enxerto sinusal, podendo ser utilizada a técnica de Summers. 
 Acima de 10mm de osso remanescente – Instalar implantes no osso 
alveolar ou aplicar a técnica de Summers. 
A incisão mais utilizada na região posterior da maxila é a incisão de 
Neumann, que oferece um campo cirúrgico com boa visibilidade. 
A osteotomia da parede dom seio maxilar pode ser realizada com instrumento 
rotatório de baixa rotação montado com broca diamantada esférica nº 4 ou 6. Deve-
se iniciar a osteotomia pela parte mais baixa do seio, o que facilita o inicio do 
descolamento da membrana sinusal. Após a osteotomia, com curetas especiais e 
começando pelo assoalho do seio maxilar, inicia-se o descolamento da membrana 
sinusal, que deve ser realizado de forma delicada e com movimentos lentos e 
graduais em todos os sentidos até haver a formação de uma cavidade com a 
membrana levantada. 
Na sequencia, esta cavidade é preenchida pelo material de eleição e a “janela 
óssea” por vestibular deve ser protegida com uma membrana absorvível. 
Suturar a membrana sinusal com fio absorvível 6-0; ou fixar bloco ósseo 
intrassinusal. Em qualquer uma das situações descritas, existe o risco de “perder” o 
enxerto.

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