Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá pessoal, Bom dia e ótima semana. Vamos em frente. Hoje veremos o seguinte: AULA 07: 5 Serviços públicos. 5.1 Concessão, permissão, autorização e delegação. 5.2 Serviços delegados. 5.3 Convênios e consórcios. 5.4 Conceito de serviço público. 5.5 Caracteres jurídicos. 5.6 Classificação e garantias. 5.7 Usuário do serviço público. 5.8 Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens. 5.9 Permissão e autorização. Então, vamos ao que interessa. SERVIÇOS PÚBLICOS Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 175, que incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Comentando o referido dispositivo Constitucional, o prof. José Afonso da Silva destaca que “o serviço público é, por natureza estatal. Tem como titular uma entidade pública. Por conseguinte, fica sempre sob o regime jurídico de direito público. O que, portanto, se tem que destacar, aqui e agora, é que não cabe titularidade privada nem mesmo sobre os serviços públicos de conteúdo econômico...”. Vê-se, pois, a difícil tarefa em definir o que seja serviço público, já que nem mesmo a Constituição ou as Leis o fizeram. Com efeito, vamos perceber que a expressão serviço público pode ser concebida sob várias acepções. Em sentido geral, pode-se dizer que serviço público é qualquer atividade prestada pelo Estado, ou, sob outro ângulo, CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 serviço público poderia ser compreendido como atividades prestadas pelo Poder Público no sentido de satisfazer os anseios da coletividade. Segundo o Prof. Carvalho Filho a expressão serviço público admite dois sentidos. Um subjetivo que se considera o órgão do Estado responsável pela execução do serviço. E, outro, objetivo, que diz respeito à atividade prestada pelo Estado. No entanto, há três correntes distintas que consideram serviço público segundo os critérios orgânicos, formal e material. Pelo critério orgânico considera quem é o prestador do serviço público. Assim, com base neste critério, serviço público seria atividade prestada por órgão do próprio Estado. Pelo critério formal, define-se tomando por referência o regime jurídico. Assim, serviço público seria atividade submetida a um regime diferenciado, regime jurídico de direito público. E, finalmente, pelo critério material que diz respeito à natureza da atividade. Isto é, serviço público seria atividade de cunho essencial e prestada diretamente à coletividade. Roberto Dromi, citado pela Profa. Di Pietro, esclarece que os serviços públicos, numa interpretação positiva, podem ser vistos sob três vertentes. A primeira, uma compreensão máxima (sentido amplíssimo), serviço público corresponderia a toda atividade do Estado cujo desempenho deva ser garantido e regulado por este. Essa corrente é baseada na escola do serviço público, cujo representante máximo é Leon Duguit, para a qual a expressão serviço público englobaria todas as atividades prestadas pelo Estado, inclusive as atividades legislativas e judiciais. Em sentido médio (sentido amplo), os serviços públicos representariam toda e qualquer atividade da Administração Pública (coincidiria com a escola da Administração Pública). CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 E, enfim, numa compreensão mínima, ou restrita (sentido estrito), serviço público seria uma importante, mas não única ou exclusiva atividade prestada pela administração pública. Nesse sentido, a par dessas concepções, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua serviço público como: “toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais -, instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo”. Hely Lopes, de forma mais simples, conceitua serviço público como sendo “todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”. A profa. Di Pietro define serviço público como “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. E o prof. Carvalho Filho entende que é “toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade”. Vale citar que, na França, ante essa imprecisão acerca do conceito de serviço público, houve severas críticas, de maneira que se cogitou mesmo que se tivesse em decadência, culminando com a denominada crise da noção de serviço público, ante ao caráter CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 relativo de seus elementos, conforme tese defendida por Louis Corail, quando se chegou a pretender que se abandonasse tal expressão. Isso porque o Estado (e não só na França, diga-se de passagem, mas na grande maioria dos Estados) começou a ampliar o rol de atividades que se intitulavam serviços públicos, passando, inclusive, a englobar atividades industriais, afetando-se o elemento material. E, também, pelo fato de o Estado não dispor de meios para prestar ele mesmo todos os serviços, tendo que delegá-los aos particulares, afetando-se o elemento formal. No Brasil, pode-se dizer, não fomos afetados por tal crise, na medida em que para nós, serviços públicos são todos aqueles definidos por lei como dessa natureza. Assim, podemos definir serviço público como toda atividade desempenhada pela Administração Pública, direta ou indiretamente, visando à satisfação dos anseios dos administrados, sob o regime jurídico de direito público e definida em lei como tal. A título de exemplo, veja que a própria Constituição definiu algumas atividades como serviço público, tal como loteria, transporte coletivo, dentre outros. Portanto, não se pode exatamente dizer o que é serviço público, variando de Estado para Estado, de sociedade para sociedade, conforme o tempo, devendo, sobretudo, verificar o que a lei define a tal respeito. Nesse sentido, vale citar o Prof. Hely Lopes, para quem “o conceito de serviço público não é uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma noção orgânica, só considerando com tal o que é prestados por órgãos públicos; ora nos apresenta uma conceituação formal, tendente a identificá-lo por características extrínsecas; ora nos expõe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, o conceito de serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades e contingências políticas, econômicas, sociais e CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO– TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 culturais de cada comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os modernos publicistas”. A propósito, há duas outras correntes que tentam caracterizar o que seria o serviço público levando em consideração à atividade, sendo os essencialistas e os formalistas (legalistas). Para a corrente essencialista, uma atividade para ser considerada serviço público deve ter a natureza, essência, de serviço público, ou seja, a atividade é definida como serviço público segundo a sua essencialidade à coletividade. Assim, haveria um núcleo mínimo de atividades que dada a sua natureza, essencialidade, se caracterizaria como serviço público. Para os formalistas não seria possível identificar esse núcleo de atividades essenciais a fim de caracterizar os serviços públicos. Por isso, para essa corrente, serviço público seria toda e qualquer atividade que a Constituição ou as leis definam como tal. Princípios É consabido que os serviços públicos se sujeitam, ainda que parcialmente, a regime jurídico de direito público, o que significa submissão a regime especial, que se traduz em uma série de limitações e poderes, bem como na observância de diversos princípios, dos quais podemos citar o seguinte: Princípio da supremacia do interesse público: trata-se de princípio geral do Direito Administrativo, segundo o qual o interesse público deve preponderar em relação ao interesse particular, de modo que os serviços públicos visam satisfazer os anseios da coletividade, ressalvando-se as limitações impostas pela própria Constituição. Princípio da adaptabilidade ou mutabilidade: os serviços públicos devem acompanhar a modernização, a fim de se CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 manterem atualizados. Assim, é permitida mudanças no regime de execução (regime jurídico) a fim de adaptá-lo ao interesse público. Princípio da impessoalidade: na prestação dos serviços públicos não pode haver discriminação entre os usuários/beneficiários. Princípio da igualdade dos usuários: estabelece que é direito do usuário ter tratamento isonômico em relação ao acesso, assim como na prestação dos serviços públicos, desde que atendidas às condições legalmente estabelecidas. Princípio da universalidade: corolário do princípio da igualdade, estabelece que os serviços públicos devem ser prestados indistintamente, de forma a abranger o maior número de beneficiários que seja possível. A propósito, o ilustre prof. Carvalho Filho cita o princípio da generalidade, que compreenderia a universalidade, impessoalidade e a igualdade, ao salientar que “significa, de um lado, que os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível” e “de serem eles prestados sem discriminações entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição. Cuida-se de aplicação do princípio da isonomia ou, mais especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF)”. Princípio da continuidade: os serviços públicos não podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que não podem ser interrompidos. É importante dizer que a Lei nº 8.987/95 (Lei de concessões e permissões de serviço público) excepciona esse princípio nos casos de a) emergência; b) prévio aviso (I - por motivos técnicos; II - por falta de pagamento). Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento de que não é possível o corte de energia por débitos pretéritos, ressalvando-se, no entanto, o corte por falta de CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 pagamento (débito atual), quando tais serviços são prestados por concessionário e são remunerados por tarifa, conforme o seguinte: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. ART. 535, II, DO CPC NÃO VIOLADO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO HOSTILIZADO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO PELA CONCESSIONÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. DÉBITO SOB DISCUSSÃO JUDICIAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. SUPORTE FÁTICO DESSEMELHANTE. 1. Cuida-se, na origem, de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por CEAL - Companhia Energética de Alagoas contra decisão que, nos autos de ação declaratória negativa ajuizada por Exata Empreendimentos e Participações Ltda, deferiu a antecipação de tutela requerida, determinando a então agravante não suspender o fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora da agravada, impedindo, ainda, a inclusão do nome desta no rol de devedores inadimplentes. 2. Não se vislumbra afronta aos arts. 165, 459, e 535, II, do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal local, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos apresentados pela vencida, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a questão controvertida. 3. Deve ser rejeitada a alegada violação ao art. 535 do CPC, uma vez que o acórdão recorrido está devidamente fundamentado. A jurisprudência desta Corte é uníssona no sentido de que o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde que fundamente sua decisão. Precedente: AgRg no Ag 1124027, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/9/2009. 4. A Primeira Seção desta Corte firmou o entendimento de que a empresa concessionária do serviço poderá suspender o fornecimento de energia desde que precedido de aviso prévio, no caso de inadimplemento CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 da conta. Precedentes: REsp 460.271/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJU 21.2.2005; REsp 591.692/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJU 14.3.2005; REsp 615.705/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU 13.12.2004. 5. Tal orientação não se aplica ao caso dos autos, tendo em vista que o Tribunal a quo não reconheceu a inadimplência da recorrida, já que as partes discutem, na via judicial, a existência e o valor da dívida. 6. O dissídio pretoriano não restou configurado ante a ausência de similitude fática e jurídica entre os casos confrontados, o que inviabiliza o conhecimento da divergência, porquanto desatendidos os requisitos dos arts. 541, parágrafo único, do CPC, e 255 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 7. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 854.204/AL, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 18/11/2010) AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E NESTA PARTE IMPROVIDO. CORTE DE ENERGIA ELÉTRICA. DÉBITO PRETÉRITO. PRECEDENTES DO STJ. – Conforme entendimento firmado neste Superior Tribunal de Justiça, é ilegítimo o corte de fornecimento de energia elétrica quando a inadimplência do consumidor decorrer de débitos pretéritos. Subsistentes os fundamentos do decisório agravado, nega-se provimento ao agravo regimental. (AgRg no REsp 1145884/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 17/11/2010) Princípio da transparência: os serviços públicos devem primar pela publicidade, devem ser explícitos, devendo ser levados ao conhecimento públicoaté para efeito de controle. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 Princípio da motivação: na prestação dos serviços públicos as decisões devem ser sempre fundamentadas, apresentando os fundamentos de fato e de direito. Princípio da modicidade das tarifas: significa dizer que os serviços públicos não são prestados visando ao lucro, mas visando a satisfação dos anseios da coletividade, devendo considerar àqueles que não têm condições materiais, por isso, deve sem de baixo custo, cujo intuito é, primordialmente, de apenas custear os gastos efetuados. Princípio do controle: É dever do Estado, como titular dos serviços públicos, exercer permanentemente a fiscalização sob sua prestação. A Lei nº 8.987/95 ao definir o que seria serviço adequado positivou alguns desses princípios no seu art. 6º, §1º ao expressar que serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidades das tarifas. Assim, não se trata de aplicação do princípio da igualdade dos usuários a fixação de prazos rigorosos para o contraente, eis que os serviços devem ser voltado a atendê-los, diante de suas necessidades, podem sofrer mutações (princípio da mutabilidade). Classificação Os serviços públicos podem ser classificados sob diversos aspectos. Nesse sentido, sobressai a lição de Hely Lopes Meirelles ao discorrer que se pode classificar os serviços públicos levando-se em conta a essencialidade, a adequação e os destinatários dos serviços. Com base nisso, podemos classificá-los em: públicos e de utilidade público; próprios e impróprios do Estado; administrativos e industriais; “uti universi” e “uti singuli”. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 Assim, quanto à essencialidade, temos: a) serviços públicos essenciais: são os considerados essenciais à coletividade e ao próprio Estado, prestados exclusivamente por este, por estarem ligados intimamente com suas atribuições. Tais serviços são considerados privativos do Poder Público, não podendo ser delegados. Ex. segurança pública, defesa nacional etc. A propósito, o prof. Celso Ribeiro Bastos entende que tais atividades, ligadas à soberania nacional, não são serviços públicos, sendo atos de natureza política. b) serviços de utilidade pública (não-essenciais): são os que, muito embora não sejam essenciais, são convenientes para a sociedade, visa à melhoria de vida do indivíduo na coletividade. O Poder Público pode prestá-los diretamente ou por terceiros (delegados), mediante remuneração (preço público), sendo que a regulamentação e o controle são exercidos pelo Estado. Porém, a prestação se dá por conta e risco dos delegatários. Exemplos: fornecimento de energia elétrica, telefone, de transporte coletivo. No tocante ao fornecimento de energia há entendimento no sentido de caracterizá-lo como serviço essencial (STJ). Quanto ao titular dos serviços, podem ser considerados serviços públicos próprios aqueles que são da titularidade do Estado, podendo ser prestados por este direta ou indiretamente, e serviços públicos impróprios aqueles que não são da titularidade do Estado, muito embora possam ser prestados por este. Maria Silvia Zanella Di Pietro (págs. 120/121), na linha do pensamento de Cretella Júnior (pág. 312), entende que os CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 serviços públicos próprios podem ser prestados indiretamente, ou seja, por meio de concessão ou permissão, enquanto os serviços públicos impróprios não são assumidos, nem executados pelo Estado, mas apenas por ele autorizado, regulamentado e fiscalizado. Assim, recebem o nome de serviços públicos porque atendem aos interesses gerais, o que para alguns são serviços públicos autorizados, apenas. Quanto aos destinatários, temos: a) serviços públicos gerais (uti universi): são os serviços públicos prestados à coletividade em geral, sem ter usuário determinado, específico, por isso não podem ser mensurados de forma individualizada. Ex. iluminação pública, educação, saúde. Tais serviços são remunerados mediante impostos ou contribuições, tal como os serviços de asfaltamento, Iluminação Pública, urbanização etc. Nesse sentido, vale citar a Súmula 670-STF: Os serviços de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. b) serviços públicos específicos (uti singuli) – são os que têm usuários determinados, individualizáveis, são também serviços postos à disposição de qualquer usuário, contudo, pode-se mensurar quanto cada um se beneficia ou utiliza dos serviços. Nesta hipótese, podemos ter serviços públicos compulsórios, ou seja, aqueles que não podem ser recusados pelo destinatário, eis que estabelecidos de forma coativa, os quais poderão ser gratuitos ou remunerados. Quando remunerados, será utilizada a taxa de serviço, espécie tributária (art. 77, CTN). Ou serão facultativos, isto é, são aqueles postos à disposição do usuário, de modo que somente pelo efetivo uso é que CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 haverá a contraprestação remuneratória (pagamento de tarifa, que é espécie de preço público), tal como exemplo dos transportes coletivo. Quanto ao objeto temos: a) Serviços públicos administrativos são os serviços denominados meio, ou seja, aqueles destinados a atender as demandas internas da Administração ou preparatórios de outros serviços a serem prestados. (Ex: imprensa oficial) b) serviços comerciais ou industriais são os serviços exercidos pela Administração visando a satisfação das necessidades coletivas de ordem econômica ou industrial. (Ex: atividade bancária) c) serviço público social são serviços voltados ao atendimento de necessidades sociais da coletividade, tal como educação, saúde etc. Além dessas classificações, é interessante citar o prof. Carvalho Filho, que apresenta os serviços públicos classificados em: a) delegáveis e indelegáveis; b) administrativos e de utilidade pública; c) coletivos e singulares; d) sociais e econômicos. Os delegáveis são aqueles que em razão de sua natureza podem ser exercido pelo Estado ou este poderá permite que particulares os exerça em colaboração com o poder público (transporte coletivo, fornecimento de energia elétrica). E, indelegáveis os que somente podem ser prestados pelo Estado (defesa nacional, segurança pública etc). Administrativos são aqueles exercidos para sua melhor organização do Estado (imprensa oficial etc). Os de utilidade pública são aqueles destinados aos indivíduos para sua fruição direta (postos médicos, fornecimento de energia, gás etc). Coletivos (uti universi) são os destinados à coletividade indistintamente, de acordo com as prioridades e opções definidas pela Administração Pública e em conformidade com seus CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 recursos, ou seja, não são prestados a pessoas determinadas (ex. pavimentação de ruas, iluminação pública). E, singulares (uti singuli) são prestados a pessoas ou grupos determinadode pessoas, ou seja, é individualizado, mensurável quanto cada indivíduo utilizado (ex. energia domiciliar, telefonia etc). Além disso, serviços sociais são aqueles destinadas a atender aos anseios sociais básicos, ou seja, serviços relevantes ou assistenciais e protetivos (hospitais, educacional, saneamento etc). E econômicos representam atividades de caráter industrial ou comercial (atividade bancária). Prestação do Serviço Sabemos que os serviços públicos podem ser prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente. Assim, quando o Estado os presta diretamente, denominados de prestação direta ou centralizada, ocorre quando a própria Administração direta ou entidade sua (Administração indireta), criada especificamente para isso, os executa. Os serviços serão prestados indiretamente, prestação indireta ou descentralizada do serviço, quando o Estado permite que terceiros o execute (delegação). É importante, portanto, não confundir Administração Pública indireta com a prestação indireta de serviços públicos. Esta ocorre quando terceiro executa o serviço público que é da titularidade de um ente ou entidade administrativa. Lembre-se que, quando a Administração transfere a titularidade dos serviços à entidade criada para tal fim, dá-se a outorga (serviço público outorgado), por isso é que se trata de prestação direta na medida em que é o titular quem está prestando o serviço. Percebam que há outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. Ressalvo, contudo, o entendimento do Prof. Carvalho Filho, CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 para quem a titularidade é sempre do Estado. Daí a outorga seria a transferência da prestação do serviço por lei. Por outro lado, quando a execução do serviço, ou seja, a prestação é transferida ao terceiro, por meio de contrato ou ato unilateral da Administração, tem-se a delegação de serviço público, que significa a transferência temporária do serviço público a quem não é seu titular. (art. 2º, Lei nº 9.074/95), o que se denomina delegação de serviço público. Delegação No tocante à delegação de serviço público, a doutrina não é uníssona quanto às suas formas, ou espécies. Para alguns como Celso Antônio Bandeira de Mello, há duas espécies, a concessão e a permissão, para outros, como Maria Sylvia e Hely Lopes, há três espécies, a concessão, a permissão e a autorização. Para efeitos didáticos, adotaremos a posição dominante, no sentido de que a delegação de serviços públicos pode se realizada utilizando-se os institutos da concessão, permissão e autorização. Outrossim, modernamente, alguns autores vêm citando o arrendamento e a franquia como espécie de contratos que transferem a prestação de serviços públicos a particulares (arrecadação de correio, loterias etc), todavia, dado o objetivo desse curso, não entraremos em tal seara. Com efeito, no tocante à concessão de serviços públicos, verificamos a existência de duas espécies, a chamada concessão comum e a concessão especial. A concessão comum está prevista na Lei nº 8.987/95 (Lei de Concessões e Permissões) que prevê duas modalidades: concessão de serviços públicos (art. 2º, II); concessão de serviços públicos precedida de obra pública (art.2º, III). CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 A concessão de serviço público (art. 2º, inc. II) é a delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e risco e em nome próprio, com prazo determinado. A concessão de serviço público precedido de obra pública (art. 2º, inc. III) consiste na construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra, por prazo determinado. A concessão especial foi criada pela Lei nº 11.079/04 (Lei das Parcerias Público-Privadas), prevendo, também, duas hipóteses, sendo a concessão patrocinada (art.2º, §1º) e a concessão administrativa (art.2º, §2º). A concessão patrocinada é a concessão comum, ou seja, de serviços públicos ou de obras públicas, quando envolver, além da tarifa cobrada dos usuários, contraprestação do parceiro público ao parceiro privado (art. 2º, §1º). A concessão administrativa é o contrato de prestação de serviço de que a Administração seja usuária direta ou indiretamente, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens (art. 2º, §2º). • Serviço público Comum Concessão • Serviço público precedido de obra pública • Patrocinada CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 Especial • Administrativa Há também a delegação por meio da permissão de serviço público, prevista na Lei nº 8.987/95, em seu art.2º, inc. IV, definindo-a como a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. É bom saber, e eu já reprovei num concurso por causa disso (risos), que a doutrina é divergente acerca da natureza jurídica da permissão, especialmente no que diz respeito à sua formalização, se é realizada por contrato ou ato unilateral. Contudo, a Lei de concessões estabelece que se trata de contrato de adesão, nos termos do art. 40, em que pese ser instituto precário, discricionário e intuitu personae. Por isso, a permissão pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que se deva pagar ao permissionário qualquer indenização exceto quando se tratar de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fixando o prazo de sua vigência (é denominada permissão contratual). Para facilitar nossa vida, apresento o seguinte resumo: Natureza: contratual (caráter mais estável) Concessão Autorização: exige autorização legislativa Licitação: concorrência Delegação: Pessoas jurídicas ou consórcio de empresas Natureza: contrato de adesão (caráter mais precário) Permissão revogável (críticas) Autorização: não exige autorização legislativa CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 Licitação: exigida (qualquer modalidade/valor) Delegação: Pessoas jurídicas ou Físicas Finalmente, devemos considerar ainda a autorização de serviço público, instituto que se coloca ao lado da concessão e da permissão de serviços públicos, destinando-se aos serviços mais simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, seguindo no que couber a Lei nº 8.987/95. Ex. serviço de táxi, serviços de despachante, serviços de segurança particular.A autorização tem a característica de ser ato precário, discricionário, conferida no interesse do particular e intuitu personae, podendo ser vinculada quando lei estabelece requisitos para a concessão ou discricionária quando, muito embora se tenha requisito, caberá à administração avaliar a conveniência ou oportunidade de editar o ato. Extinção A extinção da delegação do serviço público é instituto no qual se põe termo à prestação por terceiro. Assim, conforme prevê o art. 35 da Lei nº 8.987/95, há diversas formas, tal como: • Advento ou termo (conclusão natural); • Encampação; • Caducidade; • Rescisão; • Anulação; • Falência ou extinção da pessoa jurídica (empresa concessionária); • Falecimento ou incapacidade da pessoa física (titular de empresa individual). Como ressaltado, extinção é termo genérico utilizado para indicar o desfazimento do contrato de concessão durante o prazo de execução ou pelo decurso desse prazo. Assim, adota-se o termo rescisão contratual. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 A rescisão do contrato poderá ocorrer por ato unilateral do poder concedente nos casos de encampação, caducidade e anulação, por decisão judicial (anulação) ou por acordo entre as partes (rescisão consensual). Em regra a rescisão irá ocorrer pelo decurso do prazo contratual (advento do termo contratual), tal como prevê a Lei nº 9.074/95 ao fixar prazos de trinta e cinco anos para concessão de geração de energia elétrica; trinta anos para a concessão de distribuição, podendo ocorrer uma prorrogação. A Encampação ou resgate é o término do contrato antes do prazo, feito pelo poder público, de forma unilateral, por razões de interesse público. Tendo em vista a conveniência do interesse público e por razões supervenientes o concessionário retoma a prestação dos serviços, conforme art. 37 da Lei nº 8.987/95, que assim dispõe: Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. A Caducidade ou decadência é forma de extinção do contrato, antes de seu termo, pelo poder público, de forma unilateral, inexecução total ou parcial do ajuste por parte da concessionária, conforme art. 38, assim expresso: Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes. A caducidade, em regra, não gera direito à indenização. É o concessionário, no entanto, quem responderá a processo administrativo pelos prejuízos causados. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 Esse instituto somente pode ser invocado pela Administração, não cabendo ao concessionário invocá-lo sob o a tese da exceptio non adimplenti contractus (exceção do contrato não cumprido). A anulação é a invalidação do contrato, antes do término do prazo, por razões de ilegalidade, ou seja, por vício na concessão ou no próprio ajuste. Pode operar por força de ato da própria Administração ou por decisão judicial. É possível, ainda, que a concessão seja extinta em razão de falência ou extinção da empresa, bem como em virtude de falecimento ou incapacidade do concessionário (empresa individual). Nos casos de rescisão normal, por decurso de prazo, ocorre a reversão que é a incorporação pelo poder concedente dos bens afetos ao serviço público e de propriedade do concessionário, para manter a continuidade do serviço. Art. 35 § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato. Tais bens serão indenizados se não tiverem sido amortizados pelo período de concessão ante as tarifas fixadas. Assim, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2005) O conceito de serviço público não é uniforme, pois varia em função do país e do momento histórico, e, além disso, é a legislação de cada Estado soberano que define, em cada época, quais atividades são classificáveis como serviço público. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 Comentário: De fato, vale citar o Prof. Hely Lopes, para quem “o conceito de serviço público não é uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma noção orgânica, só considerando com tal o que é prestados por órgãos públicos; ora nos apresenta uma conceituação formal, tendente a identificá- lo por características extrínsecas; ora nos expõe um conceito material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, o conceito de serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades e contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os modernos publicistas”. Gabarito: Certo. 2. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 9ª REGIÃO – CESPE/2007) Prevalece o entendimento de que o conceito de serviço público deve ser pautado pelo critério orgânico ou subjetivo, segundo o qual serviço público é aquele prestado pelos órgãos ou entidades de natureza pública. Comentário: É cediço que a doutrina tem entendimento no sentido de que os serviços públicos podem ser caracterizados por três elementos essenciais, o material (objetivo), o subjetivo (orgânico) e o formal. O elemento material consiste na prestação de utilidade ou comodidade que seja fruível individualmente pelo cidadão. O formal, por outro lado, configura-se na submissão da atividade a regime jurídico diferenciado, especial, ou seja, o regime jurídico público. O elemento subjetivo ou orgânico, defendido por parte da doutrina, sobretudo pela profa. Di Pietro, indica que o serviço CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 público se caracteriza pela presença do Estado com titular da atividade, o qual poderá prestá-la direta ou indiretamente. Assim, a fim de caracterizar serviços públicos, o que tem prevalecido não é o critério subjetivo (da pessoa que o titulariza), tampouco objetivo (da atividade prestada) e nem mesmo o formal (regime jurídico utilizado), mas sim a vontade soberana do Estado, que através de lei estabelece o que seja serviço público. Demonstra-se isso no que diz respeito ao transporte coletivo, as telecomunicações, que não são prestados por órgãos ou entidades da Administração, sendo delegado a particulares. Gabarito: Errado. 3. (AFCE – TCU – CESPE/2011) O direito administrativo tem como objeto atividades de administração pública em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de delegação de serviços públicos. Comentário: De fato, até por força da definição de serviço público, é que se verifica que o direito administrativo tem como objeto atividades de administração pública em sentido formal e material, englobando, inclusive,atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de delegação de serviços públicos. Gabarito: Certo. 4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Serviço público é toda atividade material que a lei atribui diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito público; assim, as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 delegação do poder público não podem ser consideradas como tal. Comentário: Conforme o art. 175 da CF/88, devemos observar que nem todo serviço público é executado diretamente pelo Estado, eis que pode ser delegado a particulares sob o regime de concessão, permissão ou autorização. Diante disso, não se pode adotar definição que estabeleça como atividade exclusiva do Estado e submetida a regime exclusivamente público. Com efeito, conforme define a profa. Di Pietro, serviço público é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. Vê-se, portanto, que a Administração Pública poderá prestá-los diretamente ou sob o regime de delegação, e, neste caso, a sujeição ao regime de direito público será parcial. Gabarito: Errado. 5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O conceito de serviço público compreende não somente a execução de determinada atividade, como também sua gestão, que deve ser desempenhada pelo Estado por intermédio da atuação exclusiva da administração centralizada. Comentário: É oportuno dizer que os serviços públicos podem ser outorgados à entidade administrativa, ou seja, à Administração Pública Indireta (serviço público outorgado), ou poderá ser CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 delegado a particulares que passarão a executá-los, de forma temporária, sem terem a titularidade da atividade (serviço público delegado). Assim, novamente temos o mesmo erro, ou seja, de que os serviços públicos somente são prestados pelo Estado, e nesse caso, somente pela Administração centralizada (Administração Direta). É necessário destacar que a doutrina majoritariamente tem entendido que a grande diferença entre outorga e delegação é que na delegação somente se transfere a execução do serviço, enquanto na outorga tanto a execução quanto à titularidade são transferidas. Contudo, é preciso ter cuidado, pois para o Prof. Carvalho Filho, a titularidade sempre será da pessoa política (Administração Pública direta), sendo que num caso ou noutro somente se transfere a execução, seja por lei (outorga) seja por contrato (delegação). Gabarito: Errado. 6. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A titularidade dos serviços públicos é conferida expressamente ao poder público. Comentário: De fato, a titularidade dos serviços públicos é sempre do poder público, conforme prevê a Constituição Federal e as leis. Ademais, é preciso ressaltar que os serviços públicos estão dentro daqueles atividades considerados típicas do Estado(Administração). Gabarito: Certo. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS – STM – CESPE/2011) Quando o Estado processa a descentralização do serviço público por delegação contratual, ocorre apenas a transferência da execução do serviço. Quando, entretanto, a descentralização se faz por meio de lei, ocorre a transferência não somente da execução, mas também da titularidade do serviço, que passa a pertencer à pessoa jurídica incumbida de seu desempenho. Comentário: Veja essa questão. Eis aqui o ponto que citei anteriormente. E por vezes as bancas fazem exatamente isto, cobrando o posicionamento de um dado autor. Bem, como disse, para o Prof. Carvalho Filho a titularidade do serviço público sempre será da pessoa política (Administração Pública direta) na medida em que se trata de competência definida constitucionalmente e, portanto, irrenunciável. Assim, tanto a delegação quanto a outorga somente se transfere a execução, sendo a diferença apenas de natureza do ato, ou seja, na outorga a transferência da execução ocorre por força de lei, e na delegação, ocorre em razão de contrato ou ato administrativo. Ressalvo aqui, no entanto, que o entendimento majoritário da doutrina é que a outorga transfere tanto a titularidade quando a execução do serviço. Porém, o CESPE aderiu ao posicionamento do Carvalho Filho. Gabarito: Errado. 8. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) No Brasil, segundo entendimento doutrinário dominante, a atividade em si não permite decidirmos se um serviço é ou não público, uma vez que há atividades essenciais, como a CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 educação, que são exploradas por particulares sem regime de delegação, e há serviços totalmente dispensáveis, a exemplo das loterias, que são prestados pelo Estado como serviço público. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo.13.ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que seguem, acerca dos serviços públicos. Segundo a corrente doutrinária conhecida como essencialista, não é possível identificar um núcleo relativo à natureza da atividade que leve à classificação de uma atividade como serviço público. Comentário: De fato, a atividade em si não nos permite definir se estamos diante de um serviço público ou não. Mas daí surge uma pergunta: Então, como poderemos saber se uma atividade é ou não serviço público? Para dar uma explicação, tentando responder a tal questionamento, duas correntes se apresentam: os essencialistas e os formalistas (legalistas). Para a corrente essencialista, uma atividade para ser considerada serviço público deve ter a natureza, essência, de serviço público, ou seja, a atividade é definida como serviço público segundo a sua essencialidade à coletividade. Assim, haveria um núcleo mínimo de atividades que dada a sua natureza, essencialidade, se caracterizaria como serviço público. Para os formalistas não seria possível identificar esse núcleo de atividades essenciais a fim de caracterizar os serviços públicos. Por isso, serviço público seria toda e qualquer atividade que a Constituição ou as leis definam como tal. Vê-se, portanto, que na questão se trocou uma corrente por outra, ou seja, adotou-se a definição usada pela CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 corrente formalista, quando se pergunta acerca do entendimento dos essencialistas. Gabarito: Errado. 9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Todo serviço público tem por finalidade atender a necessidades públicas, razão pela qual toda atividade de interesse público constitui serviço público. Comentário: Adentramos, mais uma vez, nos elementos que caracterizam o serviço público. Aqui se cobra o elemento material (objetivo), ou seja, a atividade em si.Poderíamos dizer que se o serviço público fosse caracterizado tão-somente pela atividade (critério material), sua definição alcançaria tudo àquilo que tivesse a natureza de ser essencial à coletividade (teoria essencialista), de modo que tudo que fosse de interesse público constituiria serviço público. Contudo, não se pode dizer que tudo que é de interesse público seja serviço público, bem como que serviço público seja qualquer atividade de interesse público. É que existem atividades que são consideradas serviços públicos sem terem o caráter de essenciais, tal como loterias. Gabarito: Errado. 10. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Os serviços públicos, em qualquer hipótese, estão sujeitos ao regime jurídico público. Comentário: CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 Caracterizamos, de modo geral, o serviço público sob três aspectos: o material (atividade concreta), o subjetivo (presença do Estado) e o formal (submissão a regime jurídico público, ainda que parcialmente). Portanto, é de se concluir que os serviços públicos estão submetidos a regime jurídico de direito público. No entanto, quando prestado por particulares, por delegação, não estarão sujeitos totalmente a regime jurídico de direito público, sujeitando-se a regime de direito privado. Assim, nessa hipótese, haverá situação em que o serviço público não estará sujeito ao regime jurídico de direito público, ainda que parcialmente. Por exemplo, numa Universidade particular (autorização para prestar serviço público educacional) o regime é o privado, e só parcialmente se aplicará o público, tal como no cabimento de mandado de segurança contra ato do reitor/diretor acadêmico que não permite a matrícula de aprovado no vestibular. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DE DIRETOR DE UNIVERSIDADE PARTICULAR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. Compete à Justiça Federal o processamento e julgamento de mandado de segurança impetrado contra ato de dirigente de instituição particular de ensino superior no exercício de suas funções, uma vez que se trata de ato de autoridade federal delegada. Precedentes da 1ª Seção desta Corte Superior. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 661.404/DF, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 21/02/2008, DJe 01/04/2008) Gabarito: Errado. 11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Para se CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 atender ao princípio da igualdade dos usuários, devem-se impor prazos rigorosos ao contraente. Comentário: A Lei nº 8.987/95 ao definir o que seria serviço adequado positivou alguns desses princípios no seu art. 6º, §1º ao expressar que serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidades das tarifas. Assim, não se trata de aplicação do princípio da igualdade dos usuários a fixação de prazos rigorosos para o contraente, eis que os serviços devem ser voltado a atendê-los, diante de suas necessidades, podem sofrer mutações (princípio da mutabilidade). Gabarito: Errado. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O princípio da igualdade dos usuários não é aplicável ao serviço público, na medida em que devem ser considerados, como regra, aspectos de caráter pessoal de cada usuário na prestação do serviço público. Comentário: Aplica-se no âmbito dos serviços públicos os princípios da impessoalidade, segundo o qual na prestação dos serviços públicos não pode haver discriminação entre os usuários. É que os serviços devem ser concebidos a atender a todos aqueles que atendam as condições e requisitos para recebê-los (igualdade dos usuários), que, como regra, deve ser estipulada de forma objetiva. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 Contudo, é fato que, em razão do princípio da igualdade, poderá haver tratamento no sentido de diminuir desigualdade entre aqueles que estiverem em situações desiguais. Gabarito: Errado. 13. (ANALISTA PROCESSUAL – MPU – CESPE/2010) Com base no princípio da igualdade de usuários, não cabe a aplicação de tarifas diferenciadas entre os usuários de serviços públicos. Comentário: Lembremos que o princípio da igualdade disciplina que se deva dar tratamento isonômico entre os usuários (beneficiários). Todavia, na visão mais abalizada da igualdade devemos considerar que se devam tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade a fim de diminuir suas diferenças (igualdade material/substantiva). Assim, poderá haver tarifas diferenciadas no fornecimento de energia elétrica, por exemplo, o que se denomina de tarifa social, tal como no transporte coletivo que em alguns lugares os estudantes não pagam ou pagam apenas 1/3 da tarifa. Gabarito: Errado. 14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Pelo princípio da continuidade do serviço público, a pessoa que satisfaça as condições legais estabelecidas faz jus à prestação de serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal. Comentário: CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 Como já observamos, de acordo com o princípio da igualdade dos usuários é direito deste, desde que atendidas às condições legalmente estabelecidas, à prestação do serviço, sem distinção, ou seja, a pessoa que satisfaça as condições legais estabelecidas faz jus à prestação de serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal. Observe que o princípio da continuidade determina que os serviços públicos não podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que não podem ser interrompidos. Assim, não é por força do princípio da continuidade que a pessoa que satisfaça as condições legais estabelecidas faz jus à prestação de serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal, mas por força do princípio da igualdade. Gabarito: Errado. 15. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) Um dos princípios que regem a prestação de todas as modalidades de serviço público é o princípio da generalidade, segundo o qual os serviços públicos não devem sofrer interrupção. Comentário: O princípio que estabelece que os serviços públicos não podem sofrer interrupção é o da continuidade. O princípio da generalidade, apresentado pelo prof. Carvalho Filho, estabelece que os serviços devam alcançar a maior amplitude possível, sem fazer discriminações em relação àqueles que atendam as condições para recebê-los. Gabarito: Errado. 16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 CESPE/2011) Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a observância do requisito da generalidade, o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite. Comentário: Conforme ressaltado, o princípio da generalidade estabelece que os serviços devam alcançar a maior amplitude possível, sem fazer discriminaçõesem relação àqueles que atendam as condições para recebê-los. Gabarito: Certo. 17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O reconhecimento de privilégios para a administração, como, por exemplo, a encampação, fundamenta-se no princípio da continuidade do serviço público. Comentário: De fato, tendo em vista o princípio da continuidade dos serviços públicos é conferido à Administração prerrogativas de modo a não permitir a descontinuidade dos serviços públicos. Assim, tem a Administração o poder de encampar, que significa a retomada dos serviços públicos por razão de interesse público, bem como ocupar provisoriamente instalações, pessoal ou bens dos delegatários, conforme prevê o art. 37, §3º, da Lei nº 8.987/95 (Lei de concessões e permissões): Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 [...] § 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. Gabarito: Certo. 18. (AUDITOR DO ESTADO – SECONT – CESPE/2009) Tendo em vista o princípio da continuidade do serviço público, na hipótese de rescisão do contrato administrativo, a administração pública detém a prerrogativa de, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato. Comentário: De acordo com o art. 37, §3º, da Lei nº 8.987/95 a Administração tem o poder de encampar os serviços públicos que tenham sido objeto de delegação, podendo, ainda, ocupar provisoriamente instalações, pessoal, bens e serviços vinculados a sua prestação. AGRAVO REGIMENTAL EM SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. REQUISITOS. LEI Nº 4.348/64, ART. 4º. LESÃO À ORDEM E SAÚDE PÚBLICAS CONFIGURADA. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO. DECURSO DO PRAZO CONTRATUAL. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. RETOMADA DO SERVIÇO PELO PODER PÚBLICO CONCEDENTE. 1. Nos casos de Mandado de Segurança, quando indeferido o pedido originário de suspensão em segundo grau, o novo pedido de suspensão, em se tratando de matéria infraconstitucional, pode ser requerido ao STJ, como na exata hipótese dos autos (Lei nº 4.348/64, art. 4º, § 1º). 2. A suspensão de liminar, como medida de natureza excepcionalíssima que é, somente deve ser deferida quando demonstrada a possibilidade real de que a decisão questionada cause conseqüências graves e desastrosas a pelo menos um dos CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 valores tutelados pela norma de regência: ordem, saúde, segurança e economia públicas (Lei nº 4.348/64, art. 4º). 3. Extinto o contrato de concessão - destinado ao abastecimento de água e esgoto do Município -, por decurso do prazo de vigência, cabe ao Poder Público a retomada imediata da prestação do serviço, até a realização de nova licitação, a fim de assegurar a plena observância do princípio da continuidade do serviço público (Lei nº 8.987/95). A efetividade do direito à indenização da concessionária, caso devida, deve ser garantida nas vias ordinárias. 4. Com a demonstração do risco de dano alegado, impõe-se a manutenção da suspensão concedida. 5. Agravo Regimental não provido. (AgRg na SS 1.307/PR, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, CORTE ESPECIAL, julgado em 25/10/2004, DJ 06/12/2004, p. 175) Gabarito: Certo. 19. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O uso compulsório dos recursos humanos pela administração está fundamentado no princípio da mutabilidade do regime jurídico. Comentário: O princípio da mutabilidade indica que o regime jurídico aplicado ao serviço poderá ser modificado para melhor atender ao interesse público. Assim, não é por força de tal princípio que a Administração Pública poderá fazer uso dos recursos humanos da delegatária do serviço público. Com efeito, é por força do princípio da continuidade dos serviços públicos que poderá, compulsoriamente, a Administração utilizar recursos humanos da delegatária, conforme art. art. 37, §3º, da Lei nº 8.987/95. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 Gabarito: Errado. 20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Pelo princípio da mutabilidade do regime jurídico, tanto os servidores públicos quanto os usuários dos serviços públicos têm direito adquirido de manutenção de determinado regime jurídico. Comentário: Conforme estabelece o princípio da adaptabilidade ou mutabilidade os serviços públicos devem acompanhar a modernização, de modo a se manterem atualizados, permitindo-se mudanças no regime de execução a fim de adaptá-lo ao interesse público. Dessa forma, não há direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico de prestação dos serviços, eis que podem ser modificados a fim de se adaptar ao interesse público. Gabarito: Errado. 21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O princípio da mutabilidade do regime jurídico é aplicável ao serviço público, motivo pelo qual são autorizadas mudanças no regime de execução do serviço para adaptações ao interesse público, o que implica ausência de direito adquirido quanto à manutenção de determinado regime jurídico. Comentário: Não há direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico de prestação dos serviços, eis que podem ser modificados a fim de se adaptar ao interesse público, conforme estabelece o princípio da mutabilidade. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 Questão é na verdade uma réplica da anterior. Ora, como destaquei, o princípio da mutabilidade permite mudanças no regime de execução a fim de adaptá-lo ao interesse público. Gabarito: Certo. 22. (TODOS OS CARGOS – SUPERIOR – ANEEL – CESPE/2010) Aplica-se ao serviço público o princípio da mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo. Comentário: Uma dica. O Supremo Tribunal Federal há muito tem firme entendimento no sentido de que não há direito adquirido a manutenção de regime jurídico. Assim, conforme o princípio da mutabilidade, é possível a ocorrência de mudanças no regime de execução do serviço público para adequá-lo ao interesse público, que pode sofrer mudanças com o decurso do tempo. Gabarito: Certo. 23. (ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – EMBASA – CESPE/2010) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito de um município baiano, verificando que grande parte da população desse município não tinha acesso a água potável, procurou a Fundação Nacional de Saúde para celebrar um convênio para a construção de uma estação de tratamento de água. Celebrado o ajuste, a estação foi construída. Dias após a festa de inauguração da obra, os moradores do município perceberam que não estavam se beneficiando da CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERALProf. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 nova estação de tratamento, pois, na localidade, não havia rede subterrânea e ligações prediais para levar a água tratada às casas e edificações da cidade. Nessa situação, houve violação ao princípio fundamental da integralidade na prestação dos serviços públicos de saneamento básico. Comentário: Olha, quando você pensa que já viu tudo na vida, é nesta hora que devemos tomar mais cuidado. Vem o CESPE como essa: princípio fundamental da integralidade na prestação dos serviços públicos. Ora, esse princípio não diz respeito propriamente aos serviços públicos em si, mas diz respeito ao saneamento básico, e está previsto na Lei de Diretrizes Nacional do Saneamento Básico, Lei nº 11.445/2007, a qual estabelece o serviço de saneamento em si e significa a maximização da eficácia e dos resultados do serviço em toda sua integralidade. Assim, se o serviço não foi implementado em toda a sua integralidade, não restou observado o princípio fundamental da integralidade, conforme (art. 2º, inc. II, LDNSB). Gabarito: Certo. 24. (AFCE – TCU – CESPE/2010) Os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e podem ser remunerados por preço público. Comentário: Quanto à essencialidade, temos os serviços públicos essenciais, ou seja, aqueles considerados indispensáveis à coletividade e ao próprio Estado (segurança pública, defesa nacional etc). CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 E os serviços de utilidade pública (não-essenciais), considerados aqueles que, muito embora não sejam essenciais, são convenientes para a sociedade, visa à melhoria de vida do indivíduo na coletividade (transporte coletivo, por exemplo). Assim, pode-se afirmar que os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e podem ser remunerados por preço público. Gabarito: Certo. 25. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) Entre os serviços públicos classificados como individuais, pode-se citar a disponibilização de energia domiciliar. Comentário: Os serviços públicos individuais, também denominados uti singuli, são aqueles disponibilizados de forma a ser usufruído por usuário determinado (individualizável). Significa dizer que podem ser mensurados, adotada medida de verificação do quanto é utilizado de forma singular. Observe, assim, que os serviço de iluminação pública é uti universi (geral) e o serviço de fornecimento de energia domiciliar é uti singuli (individual). Gabarito: Certo. 26. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) Os serviços públicos uti singuli são aqueles prestados à coletividade, que têm por finalidade a satisfação indireta das necessidades dos cidadãos, tais como os serviços de iluminação pública e de saneamento. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 Comentário: Os serviços públicos individuais (uti singuli) são destinados a usuários determinados ou determináveis, de modo a usufruírem diretamente do benefício que lhe é gerado, podendo ser mensurando o quanto foi utilizado. Já os serviços gerais (uti universi) são destinados à todos indistintamente, ou seja, à coletividade, visando a satisfação geral, e só de forma indireta aos anseios de cada cidadão. São exemplos os serviços de iluminação pública, saneamento básico, saúde, educação etc. Gabarito: Errado. 27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Consideram-se serviços públicos uti universi os que são prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos. Comentário: Como já observamos, os serviços públicos coletivos ou uti universi são aqueles prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos. Gabarito: Certo. 28. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Os serviços de iluminação pública podem ser classificados como serviços singulares ou uti singuli, já que os indivíduos possuem direito subjetivo próprio para sua obtenção. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 Comentário: O serviço de iluminação pública é classificado como coletivo ou uti universi, pois utilizado por todos indistintamente. Gabarito: Errado. 29. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) Por serem prestados a grupos indeterminados de indivíduos, os serviços de energia domiciliar e os de uso de linha telefônica são considerados serviços uti universi. Comentário: Os serviços de energia domiciliar e de uso de linha telefônica são serviços prestados diretamente ao indivíduo, a grupo de indivíduo determinado, portanto, são serviços uti singuli ou individuais. Gabarito: Errado. 30. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) Consideram-se serviços públicos coletivos (uti universi) aqueles que têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos, como são os de energia elétrica domiciliar e os de uso de linha telefônica. Comentário: Os serviços coletivos não visam à satisfação dos interesses individuais de forma direta, mas da coletividade, de modo que o interesse do indivíduo é satisfeito enquanto pertencente à comunidade, em razão dos benefícios que o serviço propicia a todos. Ademais, os serviços de energia elétrica domiciliar e de uso de linha telefônica são serviços uti singuli ou individuais. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 Gabarito: Errado. 31. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Os serviços públicos podem ser classificados, quanto ao objeto, em exclusivos e não exclusivos do Estado. Comentário: Quanto ao objeto, os serviços públicos são classificados em serviços administrativos, serviços comerciais ou industriais e serviço social. Os serviços exclusivo ou não exclusivos do Estado, para o prof. Bandeira de Mello e profa. Di Pietro, dizem respeito à execução e prestação. Os exclusivos são aqueles de prestação pelo Estado e os não-exclusivos podem ser prestados pelo Estado ou pelos particulares, indistintamente, e neste caso sob o regime de autorização e controle do poder público. Gabarito: Errado. 32. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) O serviço postal, o Correio Aéreo Nacional, os serviços de telecomunicações e de navegação aérea são exemplos de serviços públicos exclusivos do Estado. Comentário: De fato, conforme a doutrina, e por força da Constituição, os serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, CF/88), os serviços de telecomunicações (art. 21, XI, CF/88) e de navegação aérea (art. 21, XII) são considerados exclusivos do Estado. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 Cuidado que, muito embora tais serviços sejam exclusivos do Estado, não impede de haver a delegação de sua prestação, sob o regime de concessão ou permissão. Veja que aí a prestação será indireta pela Estado. O prof. Celso Bandeira os trata como deprestação obrigatório e não-obrigatório pelo Estado. Os de prestação obrigatória são exclusivo e só por este podem ser prestados ou são não- exclusivos daí podendo ser delegados facultativamente ou obrigatoriamente. Gabarito: Certo. 33. (ADVOGADO – CORREIOS – CESPE/2011) No tocante ao critério da exclusividade, o serviço postal e o Correio Aéreo Nacional são considerados exemplos de serviços públicos exclusivos. Comentário: É quase repetição da questão anterior. Observe, portanto, que o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, CF/88) são considerados exclusivos do Estado. Gabarito: Certo. 34. (JUIZ – TJ/PI – CESPE/2012) É prevista, na CF, para o serviço postal e o correio aéreo nacional, complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal, razão pela qual o Estado, embora obrigado a prestar tais serviços, pode oferecê- los em concessão, permissão ou autorização. Comentário: A Constituição estabelece que o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X, CF/88) são exclusivos da União, de CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 modo que não podem ser oferecidos à concessão, permissão ou autorização. Gabarito: Errado. 35. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) Considera-se concessão de serviço público a delegação, a título precário, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, a pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Comentário: No tocante à concessão de serviços públicos, verificamos a existência de duas espécies, a chamada concessão comum e a concessão especial. A concessão comum está prevista na Lei nº 8.987/95 (Lei de Concessões e Permissões) que prevê duas modalidades: concessão de serviços públicos (art. 2º, II); concessão de serviços públicos precedida de obra pública (art.2º, III). A concessão de serviço público (art. 2º, inc. II) é a delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e risco e em nome próprio, com prazo determinado. A concessão de serviço público precedido de obra pública (art. 2º, inc. III) consiste na construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra, por prazo determinado. A concessão especial foi criada pela Lei nº 11.079/04 (Lei das Parcerias Público-Privadas), prevendo, também, duas hipóteses, sendo a concessão patrocinada (art.2º, §1º) e a concessão administrativa (art.2º, §2º). A concessão patrocinada é a concessão comum, ou seja, de serviços públicos ou de obras públicas, quando envolver, além da tarifa cobrada dos usuários, contraprestação do parceiro público ao parceiro privado (art. 2º, §1º). A concessão administrativa é o contrato de prestação de serviço de que a Administração seja usuária direta ou indiretamente, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens (art. 2º, §2º). Visto isso, vê-se que a questão está errada, pois a concessão não é conferida a título precário, ante a sua natureza contratual. Gabarito: Errado. 36. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Considera-se concessão de serviço público simples o contrato administrativo pelo qual a administração pública transfere a execução de certa atividade de interesse coletivo a pessoa jurídica ou a consórcio de empresas, sendo a remuneração feita por meio do sistema de tarifas ou taxas. Comentário: De acordo com o art. 2º, inc. II, da Lei nº 8.987/95, a concessão de serviço público é a delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante licitação, na modalidade concorrência à CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e risco e em nome próprio, com prazo determinado, sendo a remuneração por meio de tarifa. Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. Gabarito: Errado. 37. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) A permissão de determinado serviço público a particular pode ser interrompida pelo Estado a qualquer tempo sem a necessidade de indenização. Comentário: A permissão de serviço público é feita a título precário. Por isso, pode ser retomada a qualquer tempo e, em regra, não há direito à indenização por tal fato. Gabarito: Certo. 38. (JUIZ – TJ/CE – CESPE/2012) Diferentemente da concessão, a permissão de serviço público pode ser contratada não apenas com pessoa jurídica e consórcio de empresas, mas também com pessoa física. Comentário: A permissão de serviço público é feita somente a pessoa jurídica ou física, não havendo previsão para consórcio de empresas. Gabarito: Errado. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 45 39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/ES – CESPE/2011) É vedada a outorga de concessão ou permissão de serviços públicos em caráter de exclusividade, uma vez que qualquer tipo de monopólio é expressamente proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro. Comentário: A Constituição não veda todo e qualquer tipo de monopólio, na medida em que inclusive há serviços públicos prestados em regime de monopólio, como é o caso dos Correios. Assim, não é vedada a concessão ou permissão em caráter de exclusividade, muito embora não seja a regra. Gabarito: Errado. 40. (AFCE – TCU – CESPE/2010) Toda concessão de serviço público terá de ser objeto de licitação prévia na modalidade de concorrência. Comentário: Tanto a concessão comum (Lei nº 8.987/95) quanto à especial (Lei nº 11.079/04) são precedidas de licitação na modalidade concorrência. A lei só não indicou a modalidade de licitação para a permissão de serviço público. No entanto, essa questão deveria ser anulada. É que há serviços públicos que podem ser concedidos mediante Leilão, tal como os decorrentes da desestatização (popularmente chamada de privatização) de serviços públicos decorrentes da Lei nº 9.491/97 (exploração de aeroportos, por exemplo, como vem acontecendo recentemente), e também, no seguinte exemplo: Lei nº 9.074/95 Art. 17. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 46 § 1º As instalações de transmissão de energia elétrica componentes da rede básica do Sistema Interligado Nacional - SIN serão objeto de concessão,
Compartilhar