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Caso 15
1- Juracy propôs ação requerendo a condenação da América do Norte Seguros S/A ao pagamento de indenização correspondente ao valor de seu automóvel, pelos fatos e fundamentos que seguem. O autor celebrou contrato de seguro de seu único veículo com a ré. Ao preencher a apólice, ensejando as informações necessárias à celebração do contrato, afirmou residir numa cidadezinha pacata do interior do Estado do Rio de Janeiro, onde tem apenas um pequeno depósito de mercadorias, informando, ainda, que o veículo se destinava ao seu uso particular. Na realidade, Juracy, utilizando-se de seu automóvel, dirigia-se quase que diariamente à referida cidadezinha e lá circulava grande parte do dia para exercer sua profissão de vendedor, transportando e fornecendo mercadorias para vários botequins. Certo dia, ao estacionar para ir ao supermercado numa rua do bairro da Ilha do Governador, onde efetivamente reside, teve seu veículo furtado. Acionou imediatamente o seguro e, para tal, forneceu toda a documentação necessária, inclusive o Registro da Ocorrência, realizado na delegacia de polícia. Entretanto, a seguradora se negou a realizar o pagamento. Requereu a procedência do pedido. 
Contestou a ré, sustentando que, após examinar a referida documentação, se negou a pagar a indenização referente ao sinistro, ao detectar fraude tarifária, pois Juracy declarou no RO que reside na Ilha do Governador, o que é verdade, enquanto que na ocasião da celebração do contrato de seguro, afirmou residir numa cidadezinha pacata do interior do Estado. Além disso, omitiu o fato de que o veículo era utilizado para transporte de mercadorias. Argumentou a seguradora que a capital do Estado é local onde o risco de roubos, furtos, colisões e outros sinistros é extremamente superior ao de cidades pequenas, o que majora consideravelmente o valor do prêmio a ser pago pelo segurado. O fato de o veículo ser utilizado para transporte de mercadorias também faz com que o valor do prêmio seja majorado. Agindo assim, prossegue a ré, o autor infringiu o princípio da boa-fé, praticando conduta fraudulenta. Pleiteou a improcedência do pedido. Resolva a questão fundamentadamente.
Trata-se de caso de fraude tarifária, que se configura quando o segurado omite informação relevante acerca das características do contrato (endereço, e etc...). Quando isso ocorrer, o próprio segurado viola o princípio da boa-fé. Desta maneira, o fornecedor pode se alforriar de responsabilidade ao argumento de inexistência do defeito na prestação do serviço, ou ainda, culpa exclusiva do consumidor. Ver Ap.Cíve 7.802/2001. SEGURO. Fraude tarifária. Violação do Principio da Boa-Fé. A fraude tarifária se configura quando o segurado, morando numa cidade onde o roubo e o furto de veículo atinge índice elevado como no Rio de Janeiro, para pagar prêmio menor afirma residir numa pacata cidadezinha do interior, na qual o risco objetivo do automóvel é muito menor e a tarifa também. Ainda que o segurado tenha um sítio ou casa de veraneio nessa pacata cidade, deve prevalecer para a validade do seguro a tarifa do local onde o veículo circula predominantemente. O segurado que presta declarações não condizentes com a verdade dos fatos, aumentando os riscos e influindo na aceitação da proposta, maltrata os art.1.443, 1.444 e 1.454 do Código Civil e sujeita-se à ineficácia do contrato com a conseqüente perda ao direito de indenização em razão do sinistro. Fornecer endereço próprio, sem contudo comprovar que nele reside, ou utilizar-se do veículo para fins diversos dos declarados na apólice, obtendo uma tarifação do prêmio mais favorável, revelam conduta eivada de má-fé. Desprovimento do recurso.
2- Nos contratos de seguro pode haver o agravamento do risco:
A) desde que, seja respeitada a vulnerabilidade do segurado.
B) desde que, exista boa-fé e, o CC/02 permite em seu art.769.
C) não há possibilidade de agravamento do risco em nosso ordenamento.
D) o CDC não permite o agravamento do risco.

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