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TRABALHO CONTRATO DE SEGURO- DIREITO CIVIL

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1 
 
 
Daniele Cristina Lopes Moreira 
RGM: 1943542-8 
Turma: 5º C 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO SOBRE 
 
CONTRATO DE SEGURO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salto- SP 
2020 
 
2 
 
 
Daniele Cristina Lopes Moreira 
RGM: 1943542-8 
Turma: 5º C 
 
 
 
 
 
CONTRATO DE SEGURO 
 
 
Trabalho sobre contrato de seguro para 
obtenção de nota na disciplina Direito 
Civil IV da Instituição de Ensino 
CEUNSP salto, apresentado ao 
Professor Renato Garcia Pinto. 
 
 
 
 
 
Salto-SP 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Sumário 
 
 
1.0 Contrato de Seguro .................................................................................................. 4 
1.1 Conceitos ................................................................................................ 4 
1.2 Características ........................................................................................ 6 
1.3 Elementos e Requisitos ..............................................................................8 
1.3.1 Subjetivo.....................................................................................8 
1.3.2 Objetivos................................................................................... 8 
 1.3.3 Formais...................................................................................... 9 
1.4 Sujeitos....... ........................................................................................... 10 
1.5 Modalidades............................................................................................ 12 
1.6 Direitos e obrigações do segurado...........................................................13 
1.7 Direitos e obrigações do segurador......................................................... 16 
1.8 Extinção do contrato............................................................................... 18 
 1.9 Prescrição............................................................................................... 19 
1.9 Referências............................................................................................. 21 
 
 
 
 
 
4 
 
1.0 Contrato de Seguro 
 
 
1.1 Conceito 
 
O Código Civil de 2002, que diz "Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, 
mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados". Pela simples leitura 
da norma legal, fica clara a complexidade do instituto em questão, sendo, como 
diz a doutrina, um dos contratos mais abstrusos e importantes do Direito 
Privado brasileiro. 
Porém o contrato de seguro pode ser conceituado de várias formas diferentes, de 
acordo com o entendimento de cada autor. 
Para Flávio Tartuce relata em seu conceito que, o contrato de seguro é um 
contrato bilateral, pois apresenta direitos e deveres proporcionais, de modo a 
estar presente o sinalagma. Constitui um contrato oneroso pela presença de 
remuneração, denominada prêmio, a ser pago pelo segurado do segurador. O 
contrato é consensual, pois tem aperfeiçoamento com a manifestação de 
vontade das partes. Constitui um típico contrato aleatório, pois o risco é fator 
determinante do negócio em decorrência da possibilidade de ocorrência 
do sinistro, evento futuro e incerto com o qual o contrato mantém relação 
jurídica. 
Para Carvalho Santos, por sua vez, afirma que o seguro é “um contrato, por meio 
do qual uma pessoa assume para com outra a obrigação de indenizá-la das perdas 
e danos resultantes de um acontecimento determinado, futuro e incerto. 
Para Maria Helena Diniz, “O contrato de seguro é aquele pelo qual uma das partes 
(segurador) se obriga para com a outra( segurado),mediante pagamento de um 
prêmio, a garantir-lhe interesse legítimo relativo a pessoa ou a coisa e a indenizá-
la de prejuízo decorrente de riscos futuros previstos no contrato”. 
Para Pedro Alvim, “seguro é o contrato pelo qual o segurador, mediante o 
recebimento de um prêmio, assume perante o segurado a obrigação de 
pagamento de uma prestação, se ocorrer o risco a que está exposto”. No seu 
entender, a definição proposta “convém aos seguros de dano e de pessoa. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
5 
 
Delimita os contratos de seguro e de jogo, pois não se aplica a este, dada a 
exigência de ser o risco do próprio segurado. Seu maior mérito é pôr a salvo a 
unidade de conceito do contrato de seguro”. 
O conceito de contrato de seguro no Código Civil está disciplinado no Art.757, 
com a seguinte redação: 
“Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do 
prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou a coisa, 
contra riscos predeterminados”. 
O seu principal elemento é o risco, que se transfere para outra pessoa. Nele 
intervêm o segurado e o segurador. O segurador é aquele que suporta o risco, 
assumido mediante o recebimento do prêmio; por isso deve ter capacidade 
financeira e estar seu funcionamento autorizado pelo poder público. A atividade 
do segurador é sujeita a fiscalização da SUSEP e exercida por companhias 
realizadas especializadas. 
E o segurado é o que tem interesse direto na conservação da coisa ou da pessoa, 
fornecendo uma contribuição periódica e moderada, isto é, o prêmio, em troca do 
risco que o segurador assumirá de, em caso de incêndio, abalroamento, 
naufrágio, furto, falência, acidente, morte, perda das faculdades humanas etc., 
indenizá-los pelos danos sofridos. 
O risco é o objeto do contrato e está sempre presente, mas o sinistro é eventual: 
pode, ou não, ocorrer. Se incorrer, o segurador recebe o prêmio sem efetuar 
nenhum reembolso e sem pagar indenização. 
O contrato de seguro é o meio pelo qual a pessoa física ou jurídica se protege 
contra os riscos que independem sobre sua vida, ou sobre o objeto de seus 
negócios. Por outro lado, permite a formação de capitais pelo acúmulo dos 
prêmios pagos pelo segurado, representando uma forma de economia, uma 
garantia de execução das obrigações contraídas, um reforço do crédito público, 
pois as dívidas do segurado estarão garantidas pelo contrato de seguro. 
O seguro é um direito resultante do mútuo consenso do segurado e do segurador, 
que estabelecem entre si direitos e obrigações, é, portanto, um direito que alguém 
6 
 
adquire, mediante certo pagamento, de exigir da outra parte uma indenização, 
caso ocorra o risco assumido. 
1.2 Características do Seguro 
 
O Contrato pode ser classificado como bilateral ou sinalagmático, por gerar 
obrigações tanto para o segurado quanto para o segurador, ou seja, ele gera 
reciprocidade de obrigações para ambas as partes. O segurador deverá pagar a 
indenização, se ocorrer o sinistro, e o segurado, as de pagar o prêmio, não agravar 
o risco do contrato e cumprir as demais obrigações convencionadas. 
Trata-se de um contrato oneroso porque ambos os contraentes onde as partes 
buscam um benefício econômico. A vantagem para o segurado está na garantia 
contra os efeitos dos riscos previstos no contrato, à qual corresponde a obrigação 
de pagar o prêmio; para o segurador, no recebimento do prêmio logo de início, 
assumindo, em contrapartida, a obrigação de pagar a indenização em caso de 
ocorrência do sinistro. 
É um contrato aleatório, por não haver equivalência entre as prestações; Embora 
o segurado assuma obrigação certa, que é a de pagar o prêmio estipulado na 
apólice, a avença é sempre aleatória para o segurador, porque a sua prestação 
depende de fato eventual: a ocorrência ou não do sinistro. O risco é um elemento 
essencial nessa modalidade contratual, como acontecimento incerto, 
independente da vontade das partes. Falta-lhe objeto se o interesse segurado não 
estiver exposto a risco. Não há equivalência nas obrigações em razão da natureza 
aleatória da avença. 
O contrato é formal, visto ser obrigatóriaa forma escrita, já que não briga antes 
de reduzido a escrito, considerando-se perfeito o contrato desde o momento em 
que o segurador remete a apólice ao segurado, ou faz nos livros o lançamento 
usual da operação (CC, artigos. 758 e 759). A forma escrita é exigida para a 
substância do contrato. 
Trata-se também de um contrato de execução sucessiva ou continuada, 
destinando-se a subsistir durante um período, por menor que seja, pois visa 
proteger o bem ou a pessoa. Sua execução se realiza escalonadamente, sendo 
necessário que a obrigação do segurado seja satisfeita dentro dos termos 
7 
 
convencionados, sob pena de rescindir-se por tratar-se de obrigação de trato 
sucessivo. 
O seguro é ainda um típico contrato de adesão, uma vez que se aperfeiçoa com a 
aceitação pelo segurado das cláusulas previamente elaboradas pelo segurador e 
impressas na apólice, impostas sem discussão entre as partes. O segurado adere 
ao modelo contratual, não podendo modificar qualquer de suas cláusulas: aceita-
as ou rejeita-as, de forma pura e simples, afastada qualquer alternativa de 
discussão. Isto porque o seguro, por ser indenizatório, não pode dar vantagens ao 
beneficiário, de modo que esse enriqueça às custas do segurador. Em vista disso, 
o segurado não poderá receber indenização que supere o valor do bem ou objeto 
segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena de perder o direito à 
garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido (CC, artigos 778 e 766), com 
exceção de seguro sobre a vida (CC, art. 789), que, por ser bem inestimável, se 
permitirá convencionar livremente a fixação do valor e fazer mais de um seguro, 
com o mesmo ou diversos seguradores. 
O contrato também é dotado de boa-fé, por exigir uma conclusão rápida, requer 
que o segurado tenha uma conduta sincera e leal em suas declarações a respeito 
do seu conteúdo, do objeto e dos riscos, sob pena de receber sanções se proceder 
com a má-fé, em circunstâncias em que o segurador não pode fazer as diligências 
recomendáveis à sua aferição, como vistorias, inspeções ou exames médicos, 
confiando nas afirmações do segurado, que por isso deverão ser verdadeiras e 
completas, não omitindo fatos que possam interferir na aceitação do seguro. 
A boa-fé também é exigida do segurador; deve fornecer as informações solicitadas 
pelo segurado, sem ocultar nada, e procurar cumprir a avença, com honestidade. 
A má-fé de ambos deverá ser comprovada, pois, se o segurador ignorava que o 
risco passara, nulo será o contrato, repondo-se a situação ao estado anterior, sem 
qualquer sanção. 
 
 
 
 
8 
 
1.3 Elementos e Requisitos 
 
Os requisitos do contrato de seguro se dividem em três: 
subjetivos, objetivos e formais. 
 
1.3.1 Subjetivos 
Pois, só poderá contratar como segurador pessoa jurídica devidamente 
autorizada pelo governo federal para operar no ramo (CC, art. 757, parágrafo 
único). Para ser segurado será necessária a capacidade civil. 
 Nem todos poderão ser beneficiários; cada espécie de contrato de seguro 
determina alguns requisitos para a escolha do beneficiário. 
Funda-se no consentimento de ambos os contraentes, que se opera por meio de 
uma proposta formulada pelo segurado, já preestabelecidas pelo segurador. O 
futuro segurado, ao preencher o formulário apresentado deverá, de boa-fé, 
esclarecer todas as circunstâncias ali indicadas. 
Não há, em regra, solidariedade do co-segurador perante o segurado, pois o 
co-segurador figura juntamente com o principal segurador na apólice, obrigando-
se por uma parte da indenização, atuando como sujeito individualizado. 
Não há vínculo entre segurado e o órgão ressegurador. O resseguro é um seguro 
mediato, ou seja, uma obrigação assumida entre a seguradora e o órgão 
ressegurador. 
 
1.3.2 Objetivos 
Pois requer licitude e possibilidade do objeto, que é o risco descrito na apólice, 
que poderá incidir em todo bem jurídico. Pelo art. 757 do Novo Código Civil, seu 
objeto é garantir o interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou a coisa, 
contra riscos predeterminados. 
O pagamento da seguradora deverá ser equivalente ao valor real do bem ou de 
sua reposição. Para os prédios, adota-se o valor da reposição; para as máquinas, 
9 
 
o valor de uma nova, computando-se a depreciação pelo desgaste; para as 
mercadorias, o valor de sua aquisição, constante de sua fatura; para as faculdades 
humanas, o valor que o segurado entender (CC, artigos 778 e 789). 
Não haverá duplicidade de seguro, se o segundo não tiver a mesma finalidade do 
primeiro. Caso contrário, existirá. 
O segurado deverá pagar o prêmio que é fixado pelas partes tendo em vista a 
duração do risco, as causas que possam efetivá-lo e o montante da indenização, 
devendo ser, portanto, líquido e certo. A partes fixam livremente a taxa do 
prêmio, pois vigora a esse respeito a liberdade contratual, mas os contraentes não 
poderão optar por valor que ultrapasse o do interesse segurado (CC, art. 778), 
salvo se se tratar de seguro de pessoa (CC art. 789). 
Para que o risco seja segurável, será necessário que o evento seja futuro e incerto, 
independente da vontade dos interessados, sendo normal e periódico. 
1.3.3 Formais 
Pois o contrato de seguro exige instrumento escrito para ser obrigatório (CC, art. 
759), isto é, a apólice, que deverá conter, quando for o caso, o nome do segurado 
e o do beneficiário, as condições gerais e as vantagens garantidas pelo segurador, 
bem como consignar os riscos assumidos, o valor do objeto do seguro, o prêmio 
devido ou pago pelo segurado; o termo inicial e final de sua validade ou vigência; 
o começo e o fim dos riscos por ano, mês, dia e hora; a extensão dos riscos, pois, 
se os limitar ou particularizar, o segurador não responderá por outros; o limite 
da garantia e o prêmio devido; casos de caducidade, eliminação ou redução dos 
direitos do segurado ou do beneficiário; o quadro de garantia aprovado pelo 
Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização. 
A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração 
dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco futuro assumido, 
pois o segurador deve informar o segurado do teor do contrato ressaltando, 
claramente, as cláusulas limitativas, para que ele tenha compreensão de seu 
alcance. E, por outro lado, fornece ao segurador dados não só sobre o segurado, 
como também os relativos às suas necessidades e pretensões. 
10 
 
A apólices podem ser, quanto a titularidade: nominativas, se mencionarem o 
nome do segurador, o do segurado, e do seu representante, se o houver, ou o do 
terceiro em cujo nome se faz o seguro, sendo transmissível por cessão ou 
alienação (CC, art. 760); à ordem, transmissíveis por tradição simples, 
outorgando-se ao detentor da apólice, e inadmissíveis em se tratando de seguro 
sobre a vida ou de pessoas. 
A apólice pode ser ainda: específica, se se ocupar de um certo risco apenas; 
plúrima, se disse respeito a vários riscos dentro de um mesmo contrato; Aberta, 
se o risco se desenvolver ao longo de sua atividade, determinando a 
individualização e a especificação dos objetos segurados por meio de averbações 
realizadas dentro do período de sua vigência, como sucede no seguro de 
transporte. 
Poderá ser ainda simples, se o objeto do seguro é determinado precisamente, sem 
que haja possibilidade de substitui-lo, e flutuante, se estiver prevista a 
substituição da coisa segurada, fazendo-se o seguro por uma soma global, como 
se verifica em relação a mercadorias armazenadas. 
A apólice precisará ser registrada nos respectivos livros e o segurado deverá pagar 
essa despesa. A falta de apólice poderá ser suprida pelos registros constantes da 
seguradora, mediante comprovação do pagamento prêmio, de modo que, nesses 
casos, o segurado poderá pleitear a indenização, ou, antes disso, pedir e emissão 
de uma segundavia da apólice extraviada. A apólice terá duração de um a cinco 
anos, a qual se compreende entre o termo inicial e o termo final. Em regra, são 
anuais, havendo uma renovação automática. 
1.4 SUJEITOS 
O segurador, é aquele que suporta o risco, assumindo mediante o recebimento 
do prêmio, obrigando-se a pagar uma indenização. Assim, o prêmio é a garantia 
pecuniária que o segurado paga à seguradora para obter o direito a uma 
indenização se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no 
contrato, o risco constituirá num acontecimento futuro e incerto, que poderá 
prejudicar os interesses do segurado, provocando-lhe uma diminuição 
patrimonial evitável pelo seguro, e a indenização é a importância paga pela 
11 
 
seguradora ao segurado, compensando-lhe o prejuízo econômico decorrente do 
risco e assumido na apólice da seguradora. 
O segurado, é o que tem interesse direto na conservação da coisa ou da pessoa, 
fornecendo uma contribuição periódica e moderada, isto é, o prêmio, em troca do 
risco que o segurador assumirá de, em caso se incêndio, abalroamento, naufrágio, 
furto, falência, acidente, morte, perda das faculdades humanas e indenizá-los 
pelos danos sofridos. 
O beneficiário, é uma figura que exsurge nos contratos de seguro de vida e no 
obrigatório de acidentes pessoais em que ocorre morte por acidente e que consiste 
na pessoa a quem é pago o valor do seguro, a “indenização”. Nos casos em que o 
beneficiário é um terceiro, ou seja, um estranho a relação contratual estaremos 
diante de um caso de estipulação em favor de terceiro. Tal estipulação ocorre 
quando uma pessoa convenciona com outra que está concederá uma vantagem 
ou benefício em favor daquele que não é parte no contrato. 
O Co-segurador, no caso de seguros vultosos, pode acontecer de uma 
pluralidade de seguradores dar cobertura simultaneamente e a um mesmo risco, 
configurando-se a multiplicidade de seguros. Contudo o art.778, CC, dispõe que 
“nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do 
interesse segurado no momento da conclusão do contrato...”. Dessa maneira, é 
defeso ao segurador celebrar mais de um contrato relativo ao mesmo bem, pelos 
mesmos riscos de maneira que, em ocorrendo o sinistro, receba-se a indenização 
integral de todos os seguradores. Isto se dá, pois o contrato não é instrumento de 
lucro. 
O ressegurador, a figura do resseguro consiste na transferência de parte ou 
toda responsabilidade do segurador para o ressegurador, com a finalidade de 
distribuir para mais de um segurador a responsabilidade pelo adimplemento da 
contraprestação. Na verdade, o resseguro consiste no “seguro do seguro”, uma 
vez que é o segurador que transfere a sua responsabilidade ou “um seguro 
mediato”, na medida em que é um seguro assumido entre o segurador e a 
resseguradora. 
 
12 
 
1.5 Modalidades de Seguro 
Várias são as modalidades de seguros, diferenciando-se: 
• Quanto as normas que disciplinam, em: A- Comerciais, regidos pelo 
Código Comercial, que trata dos seguros marítimos de transporte e de 
casco; B- Civis, disciplinados pelo Código Civil, atinentes aos seguros de 
dano e aos de pessoa. Prescreve esse diploma, no seu art. 777, que “o 
disposto no presente capítulo se aplica, no que couber, aos seguros regidos 
por leis próprias”. 
• Quanto ao número de pessoas, em: A- Individuais, se compreenderem um 
só segurado; e B- Coletivos ou em grupo, se abrangerem várias pessoas. 
• Quanto ao meio em que se desenrola o risco, em: A- terrestres; B- 
marítimos; e C- Aéreos; 
• Quanto ao objeto que visam garantir, em: A- Patrimoniais, se se destinam 
a cobrir as perdas resultantes de obrigações; B- Reais, se objetivarem os 
prejuízos sofridos por uma coisa; e C- Pessoais, se disserem respeito às 
faculdades humanas, à saúde e à vida. Ou, ainda como prefere o novo 
Código Civil, em: A- de dano; ou B- de pessoa. 
• Quanto à prestação dos segurados, em: A- A prêmio, se se referirem aos 
que obrigam o contratante a pagar uma parcela fixa convencional; B- 
Mútuos, como admitidos pelo Código Civil de 1916, quando as obrigações 
eram recolhidas em função dos riscos verificados, repartindo-se as 
consequências, a posteriori, entre os associados mutualistas. Os segurados 
contribuíam, em lugar do prêmio, com as cotas necessárias para fazer 
frente às despesas da administração e aos prejuízos verificados; daí a 
variabilidade de sua contribuição. Os seguros mútuos, como mais adiante 
verificaremos, eram cíveis, não sendo necessária a participação de uma 
empresa, visto que eram os próprios interessados que constituíam a 
sociedade seguradora, que não teria fim lucrativo, pois todos se cotizavam 
para atender aos encargos assumidos pela pessoa jurídica; e C- Mistos, se 
determinarem uma paga fixa e outra de repique, em função do sinistro, a 
ser dividida entre os mutualistas, como admitia o Código Civil de 1916. 
• Quanto às obrigações do segurador, em: A- dos ramos elementares, 
abrangendo seguros para garantir perdas e danos ou responsabilidades 
13 
 
oriundas dos riscos de fogo, de transportes e outros acontecimentos 
danosos, sendo que a obrigação do segurador consiste numa indenização, 
se o sinistro se verificar. Pode abranger, ainda, o seguro de 
responsabilidade civil (CC, artigos. 787 e 788, parágrafo único); B- de 
pessoas ou de vida, se garantirem o segurado contra riscos a que estão 
expostas sua existência, sua integridade física e sua saúde, não havendo 
uma reparação de danos ou indenização propriamente dita. Não são 
contratos de indenização, pois não se pretende eliminar as consequências 
patrimoniais de um sinistro, mas sim pagar certa soma ao beneficiário 
designado pelo segurado. Dentre estes, os mais importantes são: os 
seguros de vida stricto sensu e os seguros contra acidentes. Sendo que há 
duas espécies de seguros contra acidentes: o seguro contra acidentes no 
trabalho, obrigatório a todo empregador, visando cobrir riscos de morte 
ou lesão provocados pelo exercício do trabalho; e o seguro contra acidentes 
pessoais, que tem por fim cobrir riscos de morte ou lesão oriundos de 
acidente ocorrido com o segurado. Abrange também o seguro obrigatório 
para proprietários de veículos automotores. 
 
1.6 Direitos e Obrigações do Segurado 
Já se enfatizou a responsabilidade fundamental do segurado em prestar as 
informações ao segurador com lealdade e boa-fé. Quando da interpretação, 
todavia, cabe ao juiz analisar o caso concreto, porque não é qualquer inexatidão 
na manifestação do segurado que irá inquinar o pacto. 
É obrigação do segurado não agravar os riscos, salvo se o contrato o autorizou 
expressamente (art. 768). Não pode, por exemplo, o segurado de vida fazer jus à 
contraprestação, se não fez declaração inicial nesse sentido, se se acidentou ao 
saltar de paraquedas, voar de asa-delta ou praticar outro esporte denominado 
“radical”, porque agravou seu risco. Entretanto, o art. 1.456 do antigo Código 
trazia hipótese autorizadora de o juiz decidir por equidade, ao aplicar a pena do 
art. 1.454. 
O risco deve ser compreendido sempre como um evento incerto que não 
depende da vontade dos interessados. O magistrado deve ter, portanto, o máximo 
14 
 
cuidado em concluir pela agravação do risco, levando em conta que o segurado 
ao contratar o seguro, está pagando justamente por sua tranquilidade. 
Não cabe ao segurador, em princípio, indagar da causa da morte ou 
incapacidade. Não pode o contrato de seguro restringir a liberdade do segurado. 
É claro que tudo se examina com base nos princípios da boa-fé. Veja que o texto 
se refere a pagamento do seguro e não à indenização, termo que é reservado para 
seguros diversos do seguro de vida. 
Não podendo, como visto, agravar os riscos, a obrigação do segurado em 
comunicar do sinistro, “assim que comunicado”, ao segurador (art. 771), tem por 
finalidade possibilitar que este tome providênciasno sentido de minimizar as 
consequências do sinistro. É importante a presteza na comunicação, porque 
somente dessa forma o segurador poderá auxiliar o segurado e as autoridades 
públicas nas medidas de salvamento e proteção dos bens atingidos. As cláusulas 
gerais das apólices contêm disposições acerca do aviso, conforme o ramo de 
seguro. Tratando-se de seguro de vida, a comunicação deverá ser encaminhada 
por escrito à seguradora. O parágrafo único do art. 1.457 complementava a 
finalidade da pronta comunicação do sinistro ao segurador. 
Desse modo, caberá ao segurador providenciar a remoção da coisa segurada, 
por exemplo. Será importante analisar as condições de ocorrência do sinistro, no 
caso concreto. 
A lei não estabelece sanção específica para a ausência de aviso do sinistro 
pelo segurado ao segurador ou a quem o represente. No entanto, se agiu com 
culpa e ocasionou prejuízos ao segurador, deve por estes responder. 
Antes mesmo do aviso, o segurado tem a obrigação de proteger os salvados, 
assim entendidos os despojos da coisa segurada, tomando as medidas urgentes 
necessárias. Como regra geral, os salvados pertencem ao segurador. Ao ser 
calculada a taxa de prêmio, é levada em conta a parcela dos salvados. Responderá 
pelos danos a que der causa. No entanto, as providências são tomadas em 
benefício do segurador, que deverá, conforme a hipótese, indenizar o segurado 
por despesas na manutenção e preservação dos salvados. A questão situa-se, na 
maioria das vezes, fora da responsabilidade contratual. Atendendo a esse prisma, 
o art. 771 do Código dispõe não só acerca da obrigação de o segurado comunicar 
o sinistro ao segurador, logo que o saiba, mas também acerca de sua obrigação de 
tomar “as providências necessárias para minorar lhe as 
15 
 
consequências”.14 Nesse sentido, o segurado deverá velar para que o local 
incendiado não seja invadido e saqueado; não deverá deixar o veículo acidentado 
em via pública sem cuidados de guarda etc. Apenas se exonerará dessa obrigação 
se comprovar a impossibilidade absoluta de fazê-lo. 
É obrigação básica do segurado, ademais, comprovar o sinistro perante o 
segurador. Há sinistros que se comprovam materialmente, mediante documentos 
expedidos pela autoridade pública ou por terceiros. Por vezes haverá, por 
exemplo, necessidade de certidão de boletins meteorológicos para comprovação 
de intempéries, por exemplo. Mesmo fatos notórios, no âmbito do seguro, devem, 
em princípio, ser comprovados. As causas de exclusão indenizatória na apólice 
devem ser examinadas caso por caso. Na dúvida, como vimos, interpreta-se em 
favor do segurado, mormente levando-se em conta os princípios do Código de 
Defesa do Consumidor. 
Por outro lado, terá o direito de receber, não só a indenização, ou a quantia 
estipulada, até o limite da apólice, com a verificação do risco assumido pelo 
segurador, mas também a reparação do dano, equivalente a tudo aquilo que esteja 
dentro do risco previsto. Mas, vale salientar que não terá direito a tal indenização, 
se estiver em mora no pagamento do prêmio. 
Irá reter os prêmios atrasados e fazer outro seguro pelo valor integral, se o 
segurado falir antes de passado o risco. As sociedades de seguro não poderão 
requerer concordata, nem são sujeitas a falência, salvo, neste último caso, se, 
decretada a liquidação extrajudicial, o ativo não for suficiente para o pagamento 
de pelo menos metade dos credores quirografários, ou quando houver fundado 
indício de ocorrência de crime falimentar. 
Não verá aumentado o prêmio, embora haja agravado os riscos assumidos 
pelo segurador, além do que era possível antever no contrato, em razão de fato 
alheio a sua vontade. 
Vai receber reembolso de despesas feitas no interesse da seguradora para 
diminuir seus prejuízos. 
Vai ser defendido pela seguradora nos casos de responsabilidade civil, seja 
reparação esteja a cargo dela. 
Abandonar a coisa segurada, se entender que o capital segurado lhe é mais 
conveniente do que a sua recuperação ou indenização parcial. 
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16 
 
Exigir, se a redução do risco for considerável, a revisão do prêmio, 
adequando-o à nova situação, ou, se preferir, a resolução do contrato, apesar de, 
salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não 
acarretar a redução do prêmio estipulado, ante o princípio da irredutibilidade de 
“pretium periculi”. 
 
1.7 Direitos e Obrigações do Segurador 
 
A obrigação mais importante do segurador é pagar a contraprestação 
referente ao “prejuízo resultante do risco assumido e, conforme as 
circunstâncias, o valor total da coisa segura” (art. 1.458). O art. 776 em vigor 
determina que o segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante 
do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa. O pagamento 
deve ter em mira o valor real do bem. Caberá a indenização integral, se a 
estimativa corresponder a esse valor (art. 1.462 do Código anterior). Sobre o valor 
da apólice prepondera, na verdade, o valor real do bem, levando-se em conta a 
possibilidade de rateio, como aqui analisado. Essa matéria possui farta 
regulamentação, dependendo da natureza do seguro. O art. 772 do mais recente 
Código determina que o segurador em mora pagará atualização monetária 
segundo os índices oficiais, sem prejuízo dos juros moratórios.16 
Diferente é a hipótese nos seguros pessoais, quando é paga a indenização de 
acordo com o valor estabelecido na apólice. O seguro de vida, como vimos, admite 
pluralidade de apólices. 
Excluem, contudo, o dever de pagar: o dolo de parte do segurado em seu 
dever de informação, e no agravamento do risco ou provocação de sua ocorrência; 
a existência de seguro anterior, sobre o mesmo bem e por seu valor integral; e o 
descumprimento das obrigações contratuais pelo segurado, primordialmente o 
não pagamento do prêmio. Assim, têm-se orientado as decisões dos tribunais: 
atos reconhecidamente perigosos, ilícitos ou contrários à lei excluem a cobertura, 
competindo ao segurado, diante de dicção do art. 768 do Código Civil, abster-se, 
enquanto vigorar o contrato, de tudo quanto possa aumentar os riscos e 
contrariar os termos do contrato, sob pena de perder o direito ao seguro. Como 
vimos, o art. 769 impõe a obrigação ao segurado de comunicar ao segurador, logo 
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que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, 
sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. 
O contrato de seguro interpreta-se restritivamente: “Quando a apólice 
limitar ou particularizar os riscos do seguro, não responderá por outros o 
segurador” (art. 1.460 do Código de 1916). A regra da interpretação restrita do 
contrato de seguro continua a prevalecer. Não existe responsabilidade do 
segurador, se o dano decorre de vício já existente na coisa segurada (art. 784). 
Neste último caso, não existe álea futura a garantir. 
Imagine-se, por exemplo, o seguro de vida feito a alpinista, que abandona 
definitivamente o esporte, ou em um seguro de incêndio, a instalação de 
unidade do corpo de bombeiros na proximidade do bem segurado. O risco 
diminui consideravelmente, o que abre ao segurado a possibilidade de exigir a 
redução do prêmio ou a resolução do contrato. 
O art. 788 dispõe que, nos seguros tidos como obrigatórios, a indenização 
por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado. É o 
que ocorre no denominado seguro obrigatório de veículos, o mais conhecido 
dentre as várias modalidades existentes. O parágrafo único desse dispositivo 
observa que, quando o segurador é demandado diretamente pela vítima do dano, 
não poderá opor exceção de contrato não cumprido pelo segurado(ausência de 
pagamento de prêmio, por exemplo), sem promover a citação do segurado para 
integrar o contraditório. Trata-se de princípio que atende à pulverização do risco 
e da garantia trazida pelos seguros obrigatórios. Na prática, na maioria das vezes, 
nessa classe de seguros se torna difícil a citação do segurado. Não pode, por outro 
lado, esse procedimento de citação retardar a prestação jurisdicional em 
detrimento do terceiro, autor da ação. Para isso deverão estar atentos os 
magistrados. 
Por outro lado, terá o direito de receber o prêmio a que o segurado se obrigou, 
durante a vigência do contrato. 
Isentar-se do pagamento da indenização se, A- Provar dolo do segurado, 
como no caso, por exemplo, de ele ter provocado o incêndio da coisa segurada; B- 
o segurado deu à coisa segurada valor superior ao real ou ele estava em mora n 
pagamento do prêmio, por ocasião do sinistro que se deu antes de sua purgação, 
mas já se decidiu que o atraso nem sempre deverá conduzir à perda do direito à 
indenização, devendo-se analisar caso a caso; C- existe no contrato algum vício 
18 
 
capaz de lhe tirar a eficácia; D- a apólice caducou, por não terem sido pagos os 
prêmios conforme o estipulado. 
Responder, exclusivamente, pelos riscos que assumiu. 
Sub-rogar-se, se pagar indenização, no direito respectivo contra o autor do 
sinistro, podendo reaver o que desembolsou. 
Merece a lealdade do segurado; tem o direito também de reajustar o prêmio 
para que este corresponda ao risco assumido. 
Comunicar ao segurado alterações havidas com o risco ou com a titularidade 
da apólice. E exonerar-se de suas responsabilidades no caso do art. 763. 
 
1.8 Extinção do Contrato 
 
 O contrato de seguro pode extinguir-se: pelo decurso de prazo do contrato; 
por mútuo consentimento; pela ocorrência do evento na maioria das vezes; pela 
cessação do risco; pela inexecução das obrigações contratuais; por causas de 
nulidade ou anulabilidade. 
Há contratos cuja vigência é diversa, como no de transporte, em que o risco 
principia desde que a mercadoria seja recebida no ponto de partida, terminando 
quando entregue ao destinatário. É exatamente o que consta do art. 780. É 
frequente a emissão de apólice de seguro de transporte para vigorar por vários 
anos. Nas situações ordinárias, o prazo é geralmente de um ano, mas nada impede 
que seja contratado prazo diverso ou para a duração de determinada atividade, 
como, por exemplo, a de uma competição esportiva. Deve o segurado ser 
diligente, a fim de renovar o seguro no vencimento. Essa atividade é tarefa 
importante do corretor em prol de sua clientela. 
Decorrido o prazo da apólice, esvai-se a obrigação do segurador. 
O mútuo consentimento, o distrato, como em qualquer outro contrato, 
também põe fim à avença. 
Por vezes, desaparecido o risco, desaparece a causa do seguro. Quando é feito 
o seguro da voz de um cantor que vem a falecer, por exemplo. Desaparecido o 
objeto do contrato, cumpre que o segurador reembolse proporcionalmente o que 
recebeu a título de prêmio pelo prazo remanescente. 
19 
 
O inadimplemento contratual de qualquer das partes também pode pôr fim 
ao contrato. Rescindido o pacto, o culpado arcará com os prejuízos que tenha 
causado. A matéria é da teoria geral dos negócios jurídicos. 
As causas gerais de nulidade e anulabilidade aplicam-se para fazer extinguir 
a relação contratual, assim como aquelas constantes da disciplina específica dos 
seguros. 
 
1.9 Prescrição 
As legislações geralmente estabelecem prazos curtos para a cobrança do 
seguro. O art. 178, § 6º, inciso II, do Código Civil de 1916 estabelecera em um ano 
a prescrição da ação do segurado contra o segurador e vice-versa, contado o prazo 
do dia em que o interessado tiver conhecimento do fato. O Superior Tribunal de 
Justiça sumularizou a questão da prescrição no tocante à ação de indenização do 
segurado em grupo, na Súmula 101: “A ação de indenização do segurado em 
grupo contra a seguradora prescreve em um ano”. Era de dois anos, se o fato se 
verificasse fora do Brasil (art. 178, § 7º, inciso V). Esses prazos são aplicáveis aos 
seguros terrestres. Para os seguros marítimos, o prazo é de um ano a partir da 
data que se torna exequível a obrigação, e de três anos para as obrigações 
contraídas no estrangeiro (art. 447 do Código Comercial). O ainda parcialmente 
em vigor diploma mercantil possui alcance mais amplo, porque abrange qualquer 
ação originária do seguro marítimo, enquanto o dispositivo civil se aplica às ações 
do segurado contra o segurador e vice-versa. Nos termos do Código Civil, esse 
prazo prescricional não atinge, portanto, o beneficiário do seguro, exceto quando 
for ele também segurado. Nos seguros de acidentes pessoais, os beneficiários, 
terceiros atingidos pelo contrato, teriam então o prazo prescricional de 20 anos 
no sistema de 1916. 
A ação do segurador, como sub-rogado, contra o causador do dano, 
submete—se aos prazos da ação aquiliana, não sendo ação que se amolde ao prazo 
ânuo referido, embora existam decisões em contrário. 
No que se refere ao seguro de transporte marítimo, a Súmula 151 do Supremo 
Tribunal Federal estabeleceu: “Prescreve em um ano a ação do segurador sub-
rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga transportada 
por navio”. Esclareça-se, no entanto, que essa prescrição ânua é a do art. 449, 
20 
 
inciso II, do contrato de transportes, e não a do contrato de seguro do Código 
Civil. 
O prazo prescricional para cobrança do seguro não se inicia necessariamente 
do sinistro, mas do momento em que o segurado podia exercer ação contra a 
seguradora, dentro do princípio da actio nata. Desse modo, surge a possibilidade 
de propositura da ação com a negativa expressa da seguradora em pagar a 
indenização, pois a partir daí é exercitável a ação. Outros entendem que surge 
a actio nata quando o segurado toma conhecimento do sinistro. Como vemos, o 
momento do sinistro em si não se coloca como termo inicial do lapso 
prescricional. 
Para a ação regressiva da seguradora contra o causador do dano, pelo mesmo 
princípio da exercibilidade da ação, o termo inicial da prescrição é a data do 
desembolso (Súmula 16 do extinto Primeiro Tribunal de Alçada Civil de São 
Paulo). 
O vigente Código, no art. 206, § 1º, II, dispõe que prescreve no mesmo prazo 
de um ano. 
Na primeira hipótese, o início de contagem do prazo prescritivo é tanto 
quanto possível objetivo. Na segunda hipótese, adota-se o princípio da actio nata, 
como dissemos, e deve ser verificado, no caso concreto, em que momento se torna 
possível acionar o segurador ou o segurado, como, aliás, tem-se posicionado a 
jurisprudência. Lembre-se, ademais, de que no Código de 2002 o prazo máximo 
extintivo passa a ser de 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
CONTRATO DE SEGURO 
 
MELLO, Cleyson de Moraes; Direito Civil Contratos; 2º edição; Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2017. 
 
- DINIZ, Maria Helena; Curso de Direito Civil Brasileiro; 24º edição; Ed. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2008. 
 
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. Vol. Único. 7 Ed. Rio de 
Janeiro: Editora Forense, 2017 
 
- GONÇALVES, Carlos Roberto; Direito Civil Brasileiro; 14º edição; Ed. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2017. 
 
- VENOSA, Silvio de Salvo; Direito Civil contratos, Vol. 3; 19º edição; Ed. 
São Paulo: Editora Atlas, 2019. 
 
- Saraiva, Vade Mecum; 26º edição; Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2018.

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