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Orientações Meio Ambiente Resíduos Sólidos

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Página 1 de 13 
 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 
SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO 
SEPN 505 Norte, Bloco "B", Ed. Marie Prendi Cruz 
Brasília - DF CEP 70730-542 
srhu@mma.gov.br 2028-2427/2117 
 
Orientações do Ministério do Meio Ambiente sobre Resíduos Sólidos para 
as Salas Estaduais e Municipais de Coordenação e Controle para o Combate 
ao Aedes aegypti 
 
Contexto 
 
Tendo em vista o elevado número de casos registrados das doenças dengue, chikungunya 
e zika e em face das sérias complicações que essas epidemias causam à população, dentre 
elas a microcefalia, o Ministério da Saúde declarou Situação de Emergência em Saúde 
Pública de Importância Nacional (ESPIN) em 11 de novembro de 2015. 
 
Para atender a essa situação emergencial foi elaborado o Plano Nacional de 
Enfrentamento à Microcefalia que contempla três eixos: combate ao mosquito Aedes 
aegypti, atenção às pessoas e ciência e tecnologia. Além disso, foi instituída a Sala 
Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento da Dengue, do Vírus 
Chikungunya e do Zika Vírus por meio do Decreto nº 8.612, de 21 de dezembro de 2015. 
 
Considerando que a infestação do mosquito é favorecida pelo armazenamento e acúmulo 
indevidos de água e pelo descarte, armazenamento e destinação inadequados de resíduos 
sólidos, o governo federal tem implementado ações intersetoriais com o objetivo de 
promover o combate efetivo do Aedes aegypti. 
 
Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente tem cooperado ativamente das ações 
desenvolvidas pela Sala Nacional de Coordenação e Controle e da elaboração de um 
conjunto de diretrizes orientadoras para o combate ao mosquito. 
 
Estas orientações foram elaboradas pelo Ministério do Meio Ambiente para orientar 
estados e municípios visando à redução de possíveis criadouros e focos do mosquito 
relacionados ao acúmulo de resíduos sólidos urbanos. 
 
 
 
 
 
Página 2 de 13 
Introdução 
 
Quando os resíduos sólidos não são tratados adequadamente, eles representam uma 
fonte de poluição ambiental, causando impactos negativos à saúde pública e ao meio 
ambiente. O produto final da decomposição da matéria orgânica presente no lixo é 
altamente tóxico e pode vir a contaminar o solo, o ar e os lençóis freáticos. 
 
Além disso, os resíduos dispostos de forma inadequada possibilitam o acúmulo de água, 
em locais onde pode ocorrer a proliferação do mosquito Aedes aegypti causador de 
doenças importantes como a dengue, a febre chikungunya e a zika. Além disso, essa 
disposição inadequada também pode causar outras doenças tais como: leptospirose, 
febre tifóide, giardíase e diarréias. 
 
Por isso, a disposição final adequada dos resíduos sólidos urbanos torna-se tão 
importante! 
 
Desta forma, o Poder Público deve intervir quando verifica o acúmulo de resíduos em local 
inapropriado. 
 
Importante lembrar que as etapas sob responsabilidade do gerador de resíduos que forem 
realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou 
jurídicas responsáveis (Art. 27, §2). 
Portanto, cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar 
o dano logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde 
pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos (Art. 29) e, os responsáveis pelo 
dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações 
empreendidas (Art. 29, parágrafo único). 
Parcerias com setor privado ou cooperativas de catadores são medidas que visam à 
cooperação entre os diversos setores para combater o mosquito e solucionar essa 
problemática que vêm se alastrando por todo o país. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305, de 2010, instituiu o princípio 
da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Desta forma, além do 
poder público, os consumidores, as indústrias, o comércio e o setor de serviços são 
responsáveis pelos resíduos sólidos gerados. 
O consumidor é responsável pelo descarte adequado, o município pela coleta e limpeza 
pública e os fabricantes e comerciantes pela logística reversa dos produtos elencados na 
lei (pneus, óleo lubrificante e seus resíduos, lâmpadas, eletroeletrônicos, medicamentos, 
embalagens de agrotóxicos, embalagens em geral e pilhas e baterias). 
A logística reversa é um sistema que permite ao consumidor descartar um produto 
indesejado no comércio ou em pontos de entrega voluntária (PEVs) para que o fabricante 
possa dar a destinação ambientalmente adequada. 
Um dos benefícios da aplicação da lei é a desoneração dos municípios quanto aos custos 
da coleta e destinação dos resíduos. Nesse sentido, o município precisa identificar os 
resíduos gerados em seu território, bem como os responsáveis pelo seu gerenciamento. 
 
Página 3 de 13 
Dessa forma apresentamos alguns exemplos de como tratar grandes geradores de 
resíduos sólidos e implementar a logística reversa. 
 
Grandes Geradores de Resíduos Sólidos 
O município é o responsável pelo sistema de limpeza pública em seu território. Assim, 
pode instituir taxas de coleta de resíduos sólidos e onerar geradores de grandes volumes 
de resíduos. 
A critério do poder público municipal, estabelecimentos comerciais e de prestação de 
serviços podem estar sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento de resíduos 
sólidos. 
É possível definir tratamento diferenciado para geradores de grandes volumes, 
transferindo a responsabilidade pela destinação desses resíduos a esses geradores, que 
podem, inclusive, remunerar o poder público pela coleta de seus resíduos. Quando estes 
estabelecimentos geram resíduos que por sua natureza, composição ou volume, não 
sejam equiparados aos resíduos domiciliares, acarretam expressivo aumento nos custos 
do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. 
Uma possível maneira de reduzir estes custos é exigir a elaboração do plano de 
gerenciamento de resíduos, o que significa incumbir estes estabelecimentos de dar a 
destinação final aos resíduos gerados em suas atividades. Para tanto, tendo em vista que 
nem todos os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços geram quantidades 
significativas de resíduos, é preciso definir uma linha de corte, critérios, para classificar 
aqueles comumente denominados como grandes geradores que ficariam sujeitos a 
elaboração do plano de gerenciamento. 
De modo a orientar a atuação dos municípios para enquadrar os grandes geradores de 
resíduos sólidos e nortear as ações que visam a gerenciar os grandes volumes gerados, o 
Ministério do Meio Ambiente compartilha nesta diretriz os critérios e informações 
colhidas junto a municípios que já vivenciam essa relação com os grandes geradores. 
 
 
 
Página 4 de 13 
 
1.1. Critérios utilizados pelo município de São Paulo-SP para o enquadramento dos 
grandes geradores de resíduos sólidos: 
De acordo com o Decreto 48.251/07, considera-se como Grande Gerador de Resíduos 
Sólidos: 
I. Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, 
institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, entre outros, 
geradores de resíduos sólidos caracterizados como RESÍDUOS DA CLASSE 2, pela 
NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em VOLUME 
superior a 200 (duzentos) litros diários; 
II. Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, 
institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, dentre outros, 
geradores de resíduos sólidos INERTES, tais como entulho, terra e materiais de 
construção, com MASSA superior a 50 (cinquenta) quilogramas diários, 
considerada a média mensal de geração, sujeitos à obtenção de alvará de 
aprovação e/ou execução de edificação, reforma ou demolição;III. Os condomínios de edifícios não residenciais ou de uso misto, cuja soma 
dos resíduos sólidos, caracterizados como RESÍDUOS CLASSE 2, pela NBR 10.004, 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), gerados pelas unidades 
autônomas que os compõem, seja em VOLUME médio diário igual ou superior a 
1.000 (mil) litros. 
Tais critérios NÃO autorizam o Grande Gerador a colocar o limite estabelecido pelos 
normativos (200 litros, 50 kg ou 1.000 litros diários) para a coleta pública e contratar a 
coleta particular para o excedente. 
1.2. Critérios utilizados pelo município de Salvador-BA: 
Por meio do Decreto nº 26.916 de 2015, são considerados GRANDES GERADORES os 
proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de 
prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários e aeroportuários, 
entre outros, exceto residenciais, cujo VOLUME de resíduos sólidos gerados é superior a 
500 (quinhentos) litros/dia( Art. 2º). 
 
1.3. Critérios utilizados pelo município de Fortaleza-CE: 
Os GRANDES GERADORES de resíduos sólidos são aqueles que produzem diariamente 
mais de 100 litros de lixo comum, 50 litros de entulhos de construção civil ou qualquer 
quantidade de lixo com risco de contaminação ambiental ou biológica. Se você faz parte 
desse grupo, então é responsável pelo custeio, acondicionamento, transporte, 
armazenamento, coleta, tratamento e destinação. O seu lixo deve ser recolhido por uma 
empresa coletora (cadastrada) contratada por você e nunca deve ser deixado para 
recolhimento pela coleta domiciliar. 
 
Página 5 de 13 
Em cumprimento à Lei nº 8.408/99, alterada pela Lei nº 10.340/15, a Prefeitura de 
Fortaleza, por meio da Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS), executa a 
fiscalização dos grandes geradores de resíduos sólidos. 
As multas1 são valoradas de acordo com a gravidade das infrações e podem ser: 
• Leves: R$ 761,10 
• Médias: R$ 1.522,20 
• Graves: R$ 2.283,30 
• Gravíssimas: R$ 3.805,50 
 
A seguir, no Quadro 1, estão consolidadas as iniciativas destes três municípios. Pode-se 
observar que São Paulo, apesar de ser um município de grande porte populacional, PIB 
elevado e grande arrecadação, possui critérios mais restritivos que os municípios de 
Salvador e Fortaleza. São Paulo- SP mistura unidades de medida de massa e de volume 
para tipologias distintas enquanto Salvador- BA adota um único critério (volume) para 
qualquer resíduo sólido. Para os resíduos inertes, São Paulo adotou como limite 50 kg 
diários e Fortaleza 50 litros por dia (0,05 m3). Contudo, se considerarmos que os resíduos 
da construção civil tem peso específico de 1.000 kg/m32 e 1 m3 equivale a 1.000 litros, 
teríamos parâmetros equivalentes (0,05 m3 [50 litros] x 1.000 kg/m3 = 50 kg). Embora 
possuam estas equivalências, a adoção de uma ou outra unidade de medida pode se dar 
em função da predominância do resíduo gerado. Por exemplo, no caso de resíduos 
oriundos de demolições de obras, o volume costuma ser adotado como unidade de 
medida em função da capacidade de transporte e de armazenamento (caçambas). 
Quando os resíduos resultam da preparação e escavação de terrenos costuma-se adotar a 
massa como unidade de medida mais adequada para o gerenciamento dos resíduos pelo 
município. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
A multas podem ser aplicadas de forma agravada em 3 (três) ou 5 (cinco) vezes, conforme disposição legal. O 
valor das multas pode ser reduzido em até 50% caso haja o pagamento espontâneo e sem contestação. 
2 
 Disponível em: file:///C:/Users/54162009520/Downloads/GERENCIAMENTO%20DE%20RSU.pdf. Acesso em 
09/05/2016. 
 
Página 6 de 13 
Quadro 1 - Consolidação de critérios para o enquadramento como Grandes Geradores de Resíduos 
Sólidos nos municípios de São Paulo, Salvador e Fortaleza. 
São Paulo-SP* - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 11.967.825 habitantes 
Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade 
Proprietários, possuidores ou titulares de 
estabelecimentos públicos, institucionais, 
de prestação de serviços, comerciais e 
industriais 
RESÍDUOS DA CLASSE 2 (Inertes e Não 
Inertes ou apenas os NÃO INERTES?) 
200 Litros/dia 
Proprietários, possuidores ou titulares de 
estabelecimentos públicos, institucionais, 
de prestação de serviços, comerciais e 
industriais 
Resíduos Sólidos INERTES (entulho, 
terra e materiais de construção) 
50 kg/dia 
Condomínios de edifícios não residenciais 
ou de uso misto 
Soma dos Resíduos Sólidos gerados 
pelas unidades autônomas que os 
compõem, caracterizados como 
RESÍDUOS CLASSE 2 (Inertes e Não 
Inertes ou apenas os NÃO INERTES?) 
1.000 Litros/dia 
Salvador-BA** - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 2.921.087 habitantes 
Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade 
Proprietários, possuidores ou titulares de 
estabelecimentos públicos, institucionais, 
de prestação de serviços, comerciais e 
industriais, terminais rodoviários e 
aeroportuários, entre outros, exceto 
residenciais 
Resíduos Sólidos gerados pelos 
estabelecimentos públicos, 
institucionais, de prestação de serviços, 
comerciais e industriais, terminais 
rodoviários e aeroportuários, entre 
outros, EXCETO RESIDENCIAIS 
500 Litros/dia 
Fortaleza-CE*** - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 2.591.188 habitantes 
Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade 
Qualquer gerador de Resíduos Sólidos 
Resíduos Sólidos comuns (com 
características de Resíduos Sólidos 
Domiciliares?) 
1.000 Litros/dia 
Entulhos de construção civil 50 Litros/dia 
Resíduos Sólidos com risco de 
contaminação ambiental ou biológica 
Qualquer 
quantidade 
Qualquer 
unidade 
Fontes: 
* 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/amlurb/cadastro_amlurb/index.php?p=24444 
** https://leismunicipais.com.br/a1/ba/s/salvador/decreto/2014/2532/25316/decreto-n-25316-2014-
regulamenta-o-disposto-nos-4-e-6-do-art-160-da-lei-n-7186-de-27-de-dezembro-de-2006-com-alteracoes-
decorrentes-da-lei-n-8473-de-27-de-setembro-de-2013-referente-a-obrigatoriedade-de-coleta-transporte-
tratamento-e-destinacao-dos-residuos-solidos-e-disposicao-final-dos-rejeitos-provenientes-dos-grandes-
geradores-2014-09-12-versao-original 
*** http://www.fortaleza.ce.gov.br/agefis/fiscalizacao-de-residuos-solidos 
 
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1.4. Exemplos de estratégias para o enquadramento dos grandes geradores pelos 
municípios: 
A seguir, sugerimos uma série de questionamentos que poderão nortear a reflexão dos 
municípios na adoção de critérios para o enquadramento dos grandes geradores na 
gestão dos resíduos sólidos, são eles: 
(i). A quantidade de grandes geradores pode influenciar a definição dos 
critérios/limites para o seu enquadramento? Por exemplo, para um pequeno 
município, será mais fácil definir quais são os grandes geradores no teu território tendo 
em vista o volume gerado diariamente na coleta domiciliar? 
(ii). Qual a unidade de medida a ser adotada na regulamentação para enquadramento 
dos grandes geradores? Volume, massa, peso específico ou alguma 
composição/combinação destas? 
(iii). Que período adotar como mínimo para se estimar a média de resíduos gerada? 
Mensal ou anual? 
(iv). A periodicidade do serviço de coleta pública pode ser um determinante para 
reduzir os limites para um grande gerador de resíduos orgânicos que entram em 
decomposição e atraem vetores transmissores de doenças? Por exemplo, um 
atacadista de hortifrutigranjeiros poderá, tendo em vista o volume de resíduos 
orgânicos gerados, ser enquadrado como grande gerador e, como tal, ter que 
necessariamente realizar gerenciamento especial desses resíduos? 
(v). Deve ser observado se a quantidade gerada impacta nas despesas da prestaçãodo 
serviço público, tendo em vista o aumento do custo para o município? 
(vi). O estabelecimento dos limites pode ser progressivo? 
(vii). Grandes eventos, periódicos (carnaval, São João e etc.) ou transitórios, devem ser 
considerados grandes geradores de resíduos (grandes geradores eventuais)? 
(viii). Eventos internacionais devem ser enquadrados como grandes geradores tendo 
em vista os riscos eventuais à saúde da população do município (doenças de outros 
países – copa do mundo, olimpíadas)? 
(ix). Quais os critérios para que uma empresa privada possa prestar os serviços de 
coleta, transporte, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos (licença, alvará e etc.)? 
(x). No caso da geração de resíduos sujeitos à logística reversa, como deverá proceder 
o grande gerador? Por exemplo, termos de parceria com a iniciativa privada para 
recolhimento dos resíduos ou com o município, mediante ressarcimento previsto em 
lei? 
(xi). É interessante que o município possua um rol de destinações para propor aos 
potenciais geradores de acordo com o resíduo gerado? 
(xii). Como será feito o cadastramento e a fiscalização dos grandes geradores? 
 
Página 8 de 13 
(xiii). Quais serão as sanções administrativas e / ou penais aos quais estarão submetidos 
os grandes geradores? 
(xiv). O recadastramento deve ocorrer com qual periodicidade? 
(xv). O município poderá propiciar parceria para a construção de aterro sanitário a 
partir da parceria com o grande gerador? 
 
 
Página 9 de 13 
2. Logística Reversa das embalagens em geral 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos instituiu o princípio da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos aos fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes. De acordo com a Lei, eles são obrigados a assegurar a 
implementação e a operacionalização de sistemas de logística reversa das cadeias de 
produtos sob sua responsabilidade, além de coletar e destinar os resíduos descartados 
pelo consumidor. 
A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS define a logística reversa como um 
"instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de 
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos 
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos 
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. 
Os seguintes benefícios da Logística Reversa para os municípios podem ser apontados: 
- redução da utilização de matérias primas virgens; 
- redução da quantidade de resíduos que vão ser dispostos em aterros ou lixões 
aumentando seu tempo de vida útil; 
- inclusão social de catadores de materiais recicláveis; 
- melhoria da qualidade da coleta de resíduos pelos municípios. 
De acordo com a PNRS e o decreto 7.404/2010, que a regulamentou, um sistema de 
logística reversa pode ser implementado por meio de três instrumentos: 
Acordo Setorial – ato de natureza contratual firmado entre o poder público e os agentes 
da cadeia produtiva objeto de logística reversa. No âmbito federal, os procedimentos para 
celebração de um acordo setorial são descritos no Decreto 7.404/2010 e requerem a 
participação do Ministério do Meio Ambiente e do Comitê Orientador para Implantação 
dos Sistemas de Logística Reversa. 
Termo de compromisso – ato de natureza contratual firmado entre o poder público e os 
agentes da cadeia produtiva objeto de logística reversa na ausência de acordo setorial na 
mesma área de abrangência ou para fixação de metas mais exigentes que a de um acordo 
setorial. A única exigência é o que o termo de compromisso seja homologado por um 
órgão do Sisnama conforme sua abrangência geográfica. 
Regulamento – o poder executivo (federal, estadual ou municipal) também pode 
estabelecer sistemas de logística reversa por meio de regulamentos. Na esfera federal, 
por exemplo, o Decreto 7.404/2010 determina que, previamente à edição do 
regulamento, seja realizada consulta pública e que seja avaliada a viabilidade técnica e 
econômica do sistema de logística reversa. 
A cadeia de logística reversa de embalagens em geral foi implantada por meio de acordo 
setorial3 assinado em 25 de novembro de 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, em 
nome do Governo Federal, e 20 entidades representativas do setor privado. Por meio 
 
3 
 http://www.sinir.gov.br/web/guest/embalagens-em-geral 
 
Página 10 de 13 
deste acordo as empresas se comprometem a criar um sistema de recolhimento e 
destinação adequada das embalagens pós-consumo. 
O acordo possui metas estruturantes, como o apoio às cooperativas de catadores de 
materiais recicláveis e a instalação de pontos de entrega voluntária, e uma meta de 
recolhimento diário de embalagens. Foram priorizadas 12 capitais e regiões 
metropolitanas4 na primeira fase de implantação do sistema de logística reversa, porém, 
ele deverá, de forma progressiva, ser estendido a todo o território nacional. 
Apesar da limitação geográfica inicial prevista no acordo setorial, também há a 
possibilidade de municípios e cooperativas de catadores de materiais recicláveis fora das 
áreas priorizadas se beneficiarem de ações no âmbito do acordo setorial. Nesse sentido, 
nossa recomendação neste momento é que os municípios ou estados interessados em 
receber apoio façam um diagnóstico da situação da coleta seletiva em seu território bem 
como das cooperativas de catadores de materiais recicláveis abordando ações que 
poderiam melhorar a eficiência de ambos. Esse diagnóstico pode servir para solicitação de 
integração das ações de logística reversa no âmbito local, bem como para preparação à 
edição de um regulamento ou termo de compromisso. 
O contato com as empresas signatárias do acordo setorial pode ser feito junto ao 
Compromisso Empresarial pela Reciclagem – CEMPRE (11-3889-7806, 
diretor@cempre.org.br). 
Ao efetuar o contato é interessante já possuir informações acerca das cooperativas que 
poderiam ser apoiadas e dos equipamentos que elas necessitam. Também há 
possibilidade de obter apoio para instalação de PEVs e realização de campanhas 
publicitárias com o objetivo de melhorar ou ampliar a coleta seletiva. Estas sugestões, é 
claro, devem estar alinhadas com o plano de gestão de resíduos. 
 
A experiência do Estado de São Paulo 
Com a publicação da Lei que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos e do Decreto 
Estadual nº 54.645/2009, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) promulgou a 
Resolução SMA nº 24/2010. Nela foi estabelecida uma relação de produtos que estariam 
sujeitos à logística reversa, tais como: lâmpadas fluorescentes, baterias automotivas, 
pneus, embalagens, entre outros. 
Com o advento da Política Nacional de Resíduos Sólidos a referida resolução foi 
reformulada em diversas oportunidades, o que culminou com a promulgação da 
Resolução SMA nº 38/2011, em que empresas de diferentes setores foram chamadas a 
apresentar propostas adequadas e factíveis para a implantação da logística reversa de 
resíduos sólidos. O formato da Resolução SMA 38/2011 é considerado inovador, pois ao 
invés de exigir soluções determinadas a serem adotadas, determina que os fabricantes e 
importadores dos produtos relacionados apresentem, em até 60 dias, uma proposta de 
implantação de sistemas de logística reversa, segundo um conteúdo mínimo, simples e 
 
4 
 Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, 
Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador. 
 
Página 11 de 13 
aberto. Desta forma, reconhece a diversidade desituações entre os diferentes produtos e 
setores, valoriza o conhecimento que cada fabricante ou importador possui de seu 
produto e respectiva cadeia de valor, e oferece a oportunidade de as empresas proporem 
as soluções que considerem mais adequadas e factíveis. Por meio dessa iniciativa, no 
início de 2014, o Estado de São Paulo já possuía treze termos de compromisso assinado 
com diversos setores da produção paulista. 
Mais recentemente, e considerando a experiência adquirida com o acompanhamento dos 
sistemas de logística reversa reconhecidos nos Termos de Compromisso, foi editada a 
Resolução SMA n° 45/ 2015, que revoga as anteriores e define novas diretrizes para 
implementação e operacionalização da logística reversa no Estado de São Paulo – 
incluindo sua consideração na emissão e renovação das licenças de operação, segundo 
regras a serem oportunamente divulgadas pela CETESB. 
Como parte da evolução do processo, a partir de 2015, os Termos de Compromisso serão 
atualizados e os sistemas serão renomeados para Sistemas de Logística Reversa. 
Informações: http://cetesb.sp.gov.br/logisticareversa/ 
A experiência do Estado do Paraná 
 Para ordenar as ações de implementação da PNRS, a Secretaria Estadual do Meio 
Ambiente do Paraná (SEMA) lançou editais de chamamento público com o objetivo de 
apresentar Planos de Logística Reversa específicos, por setor. 
Informações sobre termos de compromissos assinados, principais ações, metas 
estabelecidas e atores responsáveis podem ser encontradas no endereço a seguir: 
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=366 
 
 
 
 
 
 
Página 12 de 13 
 
 
3. Pneus Inservíveis 
Os pneus são parte indispensável da maioria dos veículos terrestres que conhecemos 
hoje. Estão presentes não apenas em carros de passeio, mas em diversos veículos, como 
ônibus, caminhões, tratores, aviões, motocicletas e bicicletas. Após o uso, em função do 
desgaste sofrido, estes pneus podem ser reformados e reutilizados. Porém, há um limite 
para este processo e, após alguns ciclos de reutilização, estes pneus acabam se 
convertendo em resíduos, denominados “pneus inservíveis”. 
Por suas características químicas, os pneus inservíveis não são recicláveis e tampouco se 
degradam na natureza em períodos adequados de tempo. Pelo seu volume e caráter 
incompressível, não podem ser dispostos em aterros sanitários e, se dispostos 
inadequadamente, constituem passivo ambiental que pode resultar em sério risco ao 
meio ambiente e à saúde pública. Este resíduo deve ser tratado e destinado de forma 
ambientalmente adequada e segura. 
A Resolução Conama nº 416 de 2009 determina que fabricantes e importadores de pneus 
novos, com peso unitário superior a dois quilos, coletem e deem a destinação 
ambientalmente adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional. 
Cabe aos Fabricantes e importadores: Realizar a coleta, dar destinação adequada aos 
pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida. 
Cabe aos Distribuidores, Revendedores, Destinadores, Consumidores e Poder Público: 
Atuar em articulação com os fabricantes e importadores para implementar os 
procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis existentes no país. 
De acordo com a Resolução CONAMA 416/2009, os fabricantes e os importadores de 
pneus novos, deverão implementar pontos de coletas de pneus usados, podendo envolver 
os pontos de comercialização de pneus, os municípios, borracheiros e outros. 
Para dar início ao processo que irá culminar com a destinação final ambientalmente 
adequada dos pneus inservíveis, os municípios devem entrar em contato com uma das 
seguintes entidades: 
Reciclanip (fabricantes de pneus): reciclanip.org.br 
É possível encontrar informações sobre o sistema de logística reversa, modelos de 
convênio com municípios e estabelecimentos comerciais, vídeos, pontos de coleta, etc... 
ABIDIP (importadores de pneus): Abidip.com.br 
 
 
 
 
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1- no modelo de parceria adotado pela Reciclanip, o município ou uma empresa cede um 
espaço coberto para criação de um ponto de coleta e armazenamento temporário de 
pneus e a entidade se encarrega de recolher periodicamente os pneus armazenados e 
encaminhá-los a uma destinação final ambientalmente adequada. 
 
2- Já os importadores, representados pela Abidip disponibilizam pontos de coleta de 
pneus inservíveis em estabelecimentos comerciais. 
 
A obrigação dos fabricantes e importadores de recolher os pneus independe da cessão 
do ponto de armazenamento por parte do município. Como titular do serviço público de 
limpeza urbana e manejo de resíduos, cabe ao município negociar junto aos fabricantes 
ou importadores a melhor forma de operação do sistema em seu território. 
A formalização do modelo de operação do sistema de logística reversa no âmbito 
municipal é recomendável, porém não é obrigatória. A obrigação dos 
fabricantes/importadores de recolher os pneus independe da existência de 
compromissos firmados com a prefeitura. Essa formalização pode ser feita por meio de 
um instrumento como um termo de compromisso (modelo em anexo) ou convênio 
firmado entre os fabricantes/importadores e o município. 
Uma vez acordada a forma de operação do sistema de logística reversa junto aos 
fabricantes/importadores, o município deve informar os cidadãos e os estabelecimentos 
que oferecem serviços de troca de pneus (borracharias, postos de gasolina, oficinas, 
serviços de troca de óleo, etc) a respeito da forma correta de destinação dos pneus 
inservíveis nos termos do sistema de recolhimento firmado com os fabricantes ou 
importadores. 
O município pode monitorar os estabelecimentos que oferecem serviços de troca de 
pneus alertando-os sobre a obrigação de recolhimento de pneus inservíveis e 
encaminhamento para a destinação final ambientalmente adequada, diretamente ou por 
meio dos pontos de coleta. A critério do município, pode ser exigida, desses 
estabelecimentos, a comprovação de que o descarte dos pneus seja realizado de forma 
adequada. 
Cabe ao município também observar se os fabricantes/importadores estão recolhendo 
regularmente os pneus no âmbito de seu território. Caso os fabricantes/importadores 
deixem de cumprir com suas obrigações recomenda-se primeiramente notificá-los e 
depois entrar em contato com o órgão de meio ambiente estadual e o Ibama.

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