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O Pantanal: Reserva da Biosfera

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Pantanal I
Marcia Lapa Frasson*
Geografia
O Pantanal é uma reserva da biosfera, patrimônio da humanidade, que permite mostrar o que o Brasil representa em termos de conservação. Conser-
vação esta que é de fundamental importância para se man-
ter a biodiversidade local, a vida do homem pantaneiro e 
um projeto de desenvolvimento sustentável.
O Pantanal	Mato-grossense é considerado a maior 
área úmida do planeta, aborda um conjunto de pantanais que fazem 
parte da bacia do Alto Rio Paraguai e compreende uma área de 133 465 
quilômetros quadrados, situada entre as coordenadas 14º e 22º de latitude 
sul e 53º e 59º de longitude oeste, em território brasileiro, limitado ao sul 
pela serra da Bodoquena, a oeste pelo rio Paraguai, e por planaltos e chapa-
das à leste e ao norte. Cerca de 80% dessa planície localiza-se em território 
brasileiro.
Compreende os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo o 
ponto mais elevado do planalto central brasileiro, com altitude variando entre 100 
metros e 200 metros.
Ainda que o Pantanal se encontre em maior parte no Mato Grosso e Mato 
Grosso do Sul, no Brasil, uma parte pequena, porém não menos importante, lo-
caliza-se à leste de Santa Cruz, na Bolívia e ao norte do Paraguai (no Paraguai 
recebe o nome de Planície do Chaco).
Pese que a atenção mundial se tem centrado nos esforços de conservação do 
Brasil, o Pantanal boliviano também pode ter uma grande importância biológica 
devido à existência de grandes extensões de cerrados e bosques secos, em inter-
valos que formam a periferia ocidental desta região.
A região do pantanal é rica em diversidades paisagísticas, com capões, cor-
dilheiras, baías, salinas e outros aspectos, que por serem característicos, são co-
nhecidos por nomes regionalizados em sua classificação. 
Pode apresentar depressões e partes mais elevadas que não sofrem inunda-
ções e recebem o nome de cordilheiras. As partes mais baixas, sujeitas a inunda-
ções, recebem o nome de baías	ou largos. Podem aparecer morros isolados como 
é o caso do Maciço do Urucum, próximo a Corumbá. 
 Licenciada em Ciências 
Biológicas pela UFPR. Pós-
-Graduada em Análise Am-
biental pela UFPR e Magis-
tério Superior pelo Ibpex, de 
Curitiba/PR.
53
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mais informações www.iesde.com.br
Diferentes feições bastante peculiares e de denominação regional:
 baías – são as lagoas temporárias ou permanentes, de formas e dimen-
sões variadas;
 cordilheiras – elevações arenosas, estreitas e alongadas, com vegetação 
de cerrado e altura de até dois metros;
 vazantes – escoadouros naturais da água na época das cheias, com vários 
quilômetros de extensão e características de curso fluvial;
 corixos – pequenos cursos fluviais perenes, de leito próprio, que ligam 
“baías” contíguas. 
A área total da bacia do Alto Paraguai é de 336 mil quilômetros quadrados e 
engloba não só os pantanais, mas também as regiões serranas. Estas que se situam 
fora do Pantanal e são muito importantes para a manutenção deste ecossistema.
O clima é tropical semiúmido, condicionado a elevadas temperaturas e a 
baixa umidade, mesmo nos períodos mais chuvosos.
Pantanais
O Pantanal pode ser divido em formações diferenciadas, o que vai dar ca-
racterísticas também diferentes a cada região, por isso ele é dividido em diferentes 
pantanais. Para podermos compreender melhor essa situação, apresentaremos a 
seguir esses tipos de pantanais.
 Descalvado 
Formado principalmente pelos rios Corixo Grande, Jauru, Padre Inácio 
e Paraguai. Com inundações de fraca a média e com formação vegetal 
variando entre o cerradão e o campo limpo.
 Poconé 
Tem como rios principais o Cuiabá, o Bento Gomes e o Paraguaizinho. 
Suas inundações variam de média a forte e a cobertura vegetal é carac-
terizada por campos sujos, cerradão, floresta de terras baixas, cerrado, 
floresta estacional semidecidual aluvial.
 Pirigara
Os rios que o formam são o Itiquira, o São Lourenço e o Cuiabá que 
provocam inundações variando de fraca a média e a formação vegetal é 
composta por cerradão, campo limpo, campo sujo e cerrado.
 Paiaguás
Formação florestal de floresta estacional decidual aluvial e campo limpo. 
Seus rios são o Paraguai e o Cuiabá que ocasionam inundações fortes.
 Taquari
Com inundações que variam entre fraca, média e forte, é alimentado 
pelos rios Taquari, Piquiri, Itiquira, Cuiabá, Paraguai, Abobral e Negro. 
Pantanal I
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Pantanal I
As formações vegetais predominantes são o cerradão, o campo limpo, o 
campo sujo e o cerrado.
 Negro
A vegetação compõe-se de cerrado, campo sujo, campo limpo, área de 
tensão entre cerrado e vegetação chaqueana, floresta estacional decidual 
aluvial. Dos rios Negro, Abobral e Aquidauana, provocam inundações 
que vão de fraca a média e forte.
 Miranda – Aquidauana
Sua vegetação caracteriza-se cerrado, campo sujo e campo limpo. 
Seus rios contribuintes são Miranda e Aquidauana, que provocam 
fortes inundações.
 Tarumã – Jiboia 
Apresenta média inundação ocasionada pelos rios Tarumã e Jiboia, pos-
sui uma vegetação característica de cerrado.
 Nabileque – Jacadico 
Possui vegetação chaqueana, caracterizando uma floresta estacional 
decidual aluvial, com fortes inundações provocadas pelos rios Jacadi-
co e Nabileque.
 Aquidabã
O cerrado é característico, e a fraca inundação é provocada principal-
mente pelo rio Aquidabã.
 Branco – Amonguijá
Cerrado como vegetação característica, os rios Branco e Amonguijá pro-
vocam uma inundação classificada como fraca.
 Apa
Formação vegetal cerrado e floresta aluvial, com fracas inundações pro-
vocadas pelos rios Apa e Perdido.
Hidrografia
A hidrografia do Pantanal é representada, principalmente, pelos rios Para-
guai, Cuiabá e Negro. Os outros rios são Corixo Grande, Jauru, Bento Gomes e 
Paraguaizinho, Itiquira e São Lourenço, Taquari, Piquiri, Abobral, Aquidauana, 
Jacadico e Nabileque, o Miranda, o Tarumã e o Jiboia, Aquibadã, Branco, Amon-
guijá, Apa e o rio Perdido.
Uma característica do Pantanal são as chuvas torrenciais que precipitam 
anualmente em média 1 300 milímetros a 1 450 milímetros. Isso ocorre entre os 
meses de outubro e março, sendo que de abril a setembro as terras encontram-se 
enxutas, com pequenas lagoas. Este período de enchentes é considerado a época 
de fertilização dos solos pela deposição de argila e detritos vegetais, que serão 
depois absorvidos. 
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Fauna pantaneira
Considerada uma das grandes biodiversidades do planeta, a fauna diversifi-
cada e abundante é favorecida pela diversidade dos pantanais. O Pantanal possui 
cerca de 80 espécies de mamíferos, 350 espécies de aves, 230 espécies de peixes 
e cerca de 50 espécies de répteis. Citaremos alguns de seus representantes, entre 
mamíferos, aves, répteis e peixes, sendo que alguns deles encontram-se ameaçados 
de extinção. 
Mamíferos
 Capivara (Hidrochaeris hidrochaeris) – o maior roedor do planeta, vive 
em bando, forma creches para cuidar de seus filhotes, habita locais pró-
ximos das águas que lhe servem de refúgio. É herbívora e faz parte da 
cadeia alimentar, servindo de alimento para os carnívoros.
 Ariranha (Pteronura	brasiliensis) – com comportamento social bastante 
ágil e agitado, é barulhenta. É um mamífero aquático.
 Tamanduá-bandeira (Mymercophaga	tridactyla) – vem sendo morto pe-
las queimadas, pela destruição de seu habitat e pelos cachorros das fa-
zendas. Alimenta-se principalmente de cupins.
 Bugio (Allouata	 caraya) – primata que vive em bandos, possui olhos 
grandes posicionados na frente da face e com pálpebras bem desenvol-
vidas. A cauda é preênsil, usada como quinto membro. Possui grande 
dilatação do osso hioide na garganta, o qual permite a emissão de um 
som rouco e forte, sendo possível ouvi-lo a longas distâncias. 
 Quati(Nasua nasua) – habita as matas, onde é possível observá-lo sobre as 
árvores a maior parte do tempo, mas também pode ser encontrado no chão.
 Cervo-do-pantanal (Blastocerus	dichotomus) – o maior da América do 
Sul, muito sensível a doenças introduzidas pelo gado. Está ameaçado de 
extinção.
 Onça-pintada (Panthera onca) – mamífero carnívoro da família dos felinos, 
habita a beira das matas, vive solitária, reunindo-se apenas em épocas de 
acasalamento. Possui uma característica peculiar que é a variação da quan-
tidade de melanina, pigmento que lhe dá a cor negra. Quando isso ocorre é 
também chamada de pantera. Uma fêmea de onça pintada pode ter filhotes 
negros, bem como a onça negra pode ter filhotes pintados. 
Aves
 Tuiuiú (Jabiru	mycteria), também conhecido como jaburu – ave símbolo 
do pantanal – é a maior das cegonhas brasileiras. Sua alimentação tem 
como base peixes, rãs e insetos. Passa horas planando no céu e faz seus 
ninhos no alto das árvores.
 Arara-azul (Anadorhynchus	hyacinthinus) – maior de nossas araras, chega 
a um metro de comprimento. Pela destruição de seu habitat e o comércio 
ilegal da fauna silvestre, a cada dia se torna um animal mais raro.
Pantanal I
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Pantanal I
 Arca-maguari (Ardea cocoi) – é a maior garça brasileira. Vive solitária, 
alimenta-se de peixes, crustáceos e moluscos. 
 Tucanoçu (Ramphastos	toco) – destaca-se pelo seu grande bico alaran-
jado, e por pular de galho em galho. Suas asas são curtas e seu voo é 
planado. É o mais conhecido dos tucanos. 
 Socó-boi (Trigrisoma	lineatum) – é observado geralmente imóvel. Pes-
cador atento, quando assustado emite um som semelhante ao mugido de 
um boi e sai em voo. 
 Colhereiro (Platalea ajaja) – recebe este nome pela forma de seu bico, 
parecido com uma colher, que usa para filtrar os alimentos na água. Sua 
plumagem é de cor rósea como resultado da presença de carotenoides em 
sua alimentação. 
 Gavião-caramujeiro (Rostrhamus	sociabilis) – habita os banhados. Com 
seu bico fino e afiado captura grandes caramujos e crustáceos. 
Répteis
 Jacaré (Caiman	crocodilus	yacare) – vive nas proximidades dos rios, das 
lagoas e dos banhados. Emite variados sons associados à comunicação 
entre a espécie. Quando ocorre a época das secas, movimenta-se pelos 
campos à procura de água na qual possa encontrar alimento e abrigo. 
Apresenta hábitos noturnos.
 Sucuri do Pantanal (Eunectes notaeus) – durante as frentes frias pode ser 
encontrada nas árvores para se proteger dos ventos, mas seu habitat são 
as águas dos rios. Não é peçonhenta, alimenta-se de animais do porte de 
um jacaré ou uma capivara. 
Peixes
 Dourado (Salminus	maxillosus) – de coloração dourada, veloz predador, 
bastante ativo, dá grandes saltos fora da água. Durante a época de repro-
dução sobe as corredeiras para desovar em águas claras e tranquilas. É 
um dos maiores peixes de escama de água doce. Chega a pesar 20 quilos 
e medir 1,1 metro. Possui dentes finos.
 Piraputanga (Brycon	microcepsis) – sua sobrevivência está relacionada à 
quantidade de alimento encontrada nas matas que circundam as margens 
dos rios. 
 Piranha (Pygocentrus	nattereri) – é o mais temido dos peixes, por ser um 
carnívoro voraz. Ataca suas presas em grupo. 
 Cascudo (Locariidae) – bastante comum no leito dos rios, permanece 
imóvel durante o dia, porém à noite movimenta-se pelo fundo do leito 
dos rios em busca de alimento.
 Pacu (Characidae) – assim como a piraputanga, depende do alimento 
disponível nas matas das margens dos rios. 
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 Bagre (Tachys	urus	genidens) – chega a pesar até dois quilos e medir 30 
centímetros de comprimento. Sua carne é saborosa. Tem nadadeiras dor-
sais e é desprovido de espinhos. Seus ferrões podem provocar ferimentos 
sérios, motivo pelo qual não se pode pegá-lo com as mãos desprovidas 
de proteção. Alimenta-se de presas diversas, pois sua boca é dilatável.
Flora pantaneira 
Sua formação vegetal fisionômica varia entre campo limpo, no qual predomi-
na uma vegetação composta principalmente de gramíneas, até o cerradão, no qual 
são comuns árvores de maior porte. Entre esses dois tipos vegetacionais estão o cam-
po sujo, o campo cerrado e o cerrado propriamente dito, onde gradativamente vão 
aparecendo arbustos e árvores. Ainda possui os campos úmidos. As árvores carac- 
terísticas do cerrado são lenhosas baixas, com troncos retorcidos, indo até a uma 
densa mata com suas árvores características como o ipê-roxo, também conhecido 
como peúva (Tabebuia	sp.), a aroeira, o angico-vermelho, as figueiras 
(Ficus	sp.), o cambará (Vochysia	divergens), plantas aquáticas como o 
aguapé ou camalote (Eichhornia azurea), como é mais conhecido no 
Pantanal, entre outras.
O fogo é um elemento comum neste ecossistema, cuja presença 
pode ser notada pela espessa cortiça e pelo formato retorcido das árvores.
Conclusão
O termo biodiversidade	ou diversidade	biológica	descreve a ri-
queza e a variedade do mundo natural. O homem não percebe que não 
poderia sobreviver sem a biodiversidade. Os animais, as plantas, in-
clusive os micro-organismos, fornecem os alimentos, remédios e matéria-prima 
que consumimos. Podemos extrair dos animais a carne, o couro, a insulina, e das 
plantas a borracha, a madeira, as resinas e as fibras, já os microrganismos nos dão 
os antibióticos como a penicilina, por exemplo. 
Se a taxa de desmatamento se mantiver, de 5% a 10% das espécies que ha-
bitam nossos ecossistemas poderão ser extintas nos próximos 30 anos.
Devemos estar atentos a estes temas para que não continuemos tomando 
atitudes apenas quando surgem os problemas. Necessitamos mudar nosso com-
portamento para evitar a continuidade dos processos de destruição e, desta forma, 
manter os ecossistemas estáveis.
Nos períodos das 
cheias, as plantas 
aquáticas especializa-
das recebem os 
sedimentos que são 
carregados pelas 
águas da vazante, 
tornando-a mais 
limpa nos campos 
alagados
Pantanal I
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Pantanal I
Pantanal – Águas
(BRAZIL NATURE, 2005)
Para decidir qual é a melhor época para conhecer o Pantanal, deve-se aten-
tar para três fatores: estação do ano, ciclo das águas e temperatura.
O ciclo das águas do Pantanal é dividido em enchente, cheia, vazante e 
seca. Estas fases variam no Norte e no Sul da região pantaneira. Durante a 
enchente, os rios transbordam e inundam planícies e baías; os peixes acompa-
nham o movimento das águas e, durante a cheia, penetram nos pântanos ricos 
em matéria vegetal e lodo nutritivo; é o período mais fácil de se observar ma-
míferos que se refugiam e se concentram nos elevados.
Na vazante os peixes retornam para os rios onde irão desovar; muitos não 
conseguem voltar, pois ficam presos nas baixadas e lagoas. Na estação seca os 
peixes presos constituem numa oferta abundante de alimentos para as aves, no 
seu ciclo de reprodução. Nesta época avistam-se milhares de aves e os ninhais.
De outubro a abril ocorre a estação chuvosa e de maio a setembro, a seca. 
Porém os meses de chuvas não são concomitantes no Norte e no Sul. Na parte 
Sul o período chuvoso se inicia em outubro, enquanto na parte Norte se inicia 
dois meses mais tarde.
Apesar de chover primeiro na parte Sul, esta é a última que se inunda. A 
região se alaga de forma irregular porque o terreno da bacia é mais inclinado no 
sentido Leste-Oeste que no sentido Norte-Sul. As águas chegam “rapidamen-
te” a Oeste, ficando barradas pela Serra do Amolar, provocando inundações e 
demoram para escoar rumo ao Sul. Por este motivo, as águas que provocam en-
chentes no rio Cuiabá (Norte) demoram para chegar em Porto Murtinho (Sul).1
No período de chuvas, o clima é mais quente e as precipitações 
ocorrem somente numa parte do dia. Nas secas, o dia tambémé quen-
te e as noites mais agradáveis, com temperaturas mais baixas. Nesta épo-
ca, ocorrem as friagens, quando a temperatura pode ficar próxima a 0°C.
1 Os rios São Louren-ço, Piquiri e Taquari 
(Leste-Oeste) têm incli-
nações que variam entre 
45cm e 12cm por quilôme-
tro percorrido, enquanto o 
Rio Paraguai (Norte-Sul) 
apresenta inclinação entre 
6,30cm e 1,03cm por quilô-
metro percorrido.
1. Reúnam-se em grupos de até cinco pessoas para discutirem os assuntos seguintes.
a) Qual sua opinião sobre a importância da conservação do ecossistema Pantanal?
b) Quais seriam as consequências da destruição deste ecossistema?
c) Você acredita que o homem, enquanto espécie planetária, tomará consciência de que suas 
ações são mais destrutivas que construtivas? Por quê?
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2. Após estas discussões dentro de seus grupos, formem agora um grande grupo com todos os 
presentes, apresentem e discutam as diversas opiniões. Por fim redijam um relatório final que 
contemple todos os aspectos.
BOFF, Leonardo. Ética da Vida. Brasília: Letraviva, 1999. 
BRANDÃO, Luiz Fernando. Sesc Pantanal. Cuiabá: Buriti, s.d.
<www.escolavesper.com.br/pantanal/pantanal>
<www.brazilnature.com/pantanal>
Pantanal I
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Pantanal II 
Aspectos socioeconômicos
O s indígenas locais sempre se utilizaram dos recursos naturais para sua sobrevivência, na alimentação, construção de suas moradias e até na confecção de adornos, os quais tinham uma função social dentro de sua cultura.
A partir daí, temos a história desse ecossistema se desenvolvendo de 
acordo com períodos, nos quais sua economia era dominante. Ocorreram 
então mudanças nos hábitos, cultura e atividades econômicas. 
Trataremos, pois, de apresentar algumas destas características que foram determinantes para a 
configuração do pantanal que conhecemos hoje.
Os primeiros bandeirantes vindos de São Paulo chegaram através dos rios Tietê, Paraná e Pa-
raguai à Chapada Cuiabana. A partir da colonização, a economia do pantanal tem seu início com as 
atividades de exploração da erva-mate nativa e do garimpo do ouro e de diamantes desde o século 
XVIII, por volta do ano de 1700, levando a um fluxo migratório intenso. Com o desenvolvimento 
destas atividades, houve uma grande migração de pessoas para esta região. Esta ocupação urbana 
irracional das bacias hidrográficas do Pantanal, assim como a expansão agrícola, trouxe impactos ao 
ambiente pantaneiro. Outra consequência dessa ocupação é o aparecimento da poluição com o lança-
mento de esgotos, dejetos industriais e agrotóxicos nos rios. 
Surge então, por volta dos anos 1970, no estado do Mato Grosso, a inserção do processo de 
uma economia moderna voltada para a produção da atividade agropecuária pantaneira, interferindo 
diretamente na sobrevivência e reprodução da vida silvestre. 
Este processo de desenvolvimento trouxe como consequência altíssimos níveis de degradação 
ambiental relacionados principalmente ao desmatamento da floresta e do cerrado e também a de-
gradação do Pantanal Mato-grossense. Os altos níveis de desmatamento apontam para existência de 
26,76% dos municípios com desmate superior a 60%, o que mostra o não cumprimento da legislação 
em vigor. 
Os resultados encontrados apontam para a necessidade de uma ação mais efetiva dos órgãos 
ambientais com a ampliação e o aprofundamento das suas ações no sistema de licenciamento ambien-
tal de propriedades rurais para torná-lo mais eficiente. 
Segundo Campos, extensas áreas de cerrado foram devastadas e atualmente são cultivadas com 
soja. O pacote tecnológico adotado, insustentável do ponto de vista econômico, é também agressivo 
ao ambiente. Prejuízos maiores ocorrem à fauna devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos e à 
destinação inadequada das embalagens vazias, abandonadas em margens de estradas, levando subs-
tâncias químicas para mananciais de água e lençóis freáticos.
A pobreza do ribeirinho o sujeita à prática intensiva da pesca predatória, para atender à demanda 
dos frigoríficos de pescados, aliada à grande procura pelo número de turistas pescadores, com o desen-
volvimento do turismo de pesca sem nenhum tipo de planejamento. Isto acarreta inúmeros problemas 
Os povos indígenas 
deram origem aos 
povos pantaneiros
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locais, como a dispersão de lixo, a prostituição, o desrespeito à cultura local e ainda 
o contrabando de animais silvestres e o comércio ilegal de suas partes. 
Nas cidades, ocorre a compra do souvenirs feito de garras, dentes, peles, 
pelos, penas e insetos, o que vêm agravar o quadro já bastante crítico da biodiver-
sidade pantaneira, em alto grau de ameaça de extinção. 
Características das populações: 
o homem pantaneiro
Pantanal – povos indígenas
Em harmonia com o meio ambiente, os po-
vos indígenas têm sofrido muito com a chegada 
do homem não índio. Doenças e novos costumes 
foram trazidas juntamente com as rodovias e a 
estrada de ferro, ocasionando desespero a muitos 
povos da região. Os povos indígenas que tradicio-
nalmente habitam o Pantanal são: Paiaguás, Guai-
kuru, Guatós, Terenas, Kaiowás, Bororos, Umoti-
nas, Parecis, Kinikinaos.
Desde os primórdios da colonização europeia, a valorização das terras e sua 
exploração mineral e agropastoril produziram um conflito de interesses. Coloni-
zadores, garimpeiros e fazendeiros, através de suas ações nem sempre pacíficas, 
interferiram nas comunidades humanas tradicionais locais, pressionando-as para 
áreas cada vez mais periféricas da atividade econômica. Estas comunidades em-
pobrecidas, as quais vinham de uma tradição de lavoura de subsistência e pesca 
artesanal complementar, foram sendo progressivamente enclausuradas em uma 
estreita faixa ribeirinha e, como não tinham terra nem sequer para a cultura de 
subsistência, passaram a se dedicar à pesca profissional. 
Pantanal – o homem
O homem pantaneiro recebeu dos indígenas a agilidade física e o respeito à 
natureza, que se encontra praticamente inalterada mesmo com mais de 200 anos 
de ocupação e exploração econômica. Através dos rios Tietê, Paraná e Paraguai, 
chegaram os primeiros bandeirantes vindos de São Paulo à Chapada Cuiabana.
Após a Guerra do Paraguai e com o declínio do ouro, o povoamento se deu 
no sentido Norte-Sul, surgindo no Pantanal grandes fazendas de pecuária extensi-
va que, associadas aos fatores ambientais, consolidaram uma estrutura fundiária 
de grandes propriedades (56% da área, com mais de 10 000ha). 
No início deste século, o acesso aos grandes centros urbanos do país fazia-se 
por Assunção, Buenos Aires e Montevidéu, resultando daí a absorção de inúmeras 
manifestações culturais e folclóricas – música, vestuário, linguagem e alimentação. 
Pantanal II
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Pantanal II
A chegada da estrada de ferro (Noroeste do Brasil – 1914) incorporou novos 
hábitos e costumes. As distâncias e o difícil acesso às fazendas fizeram o homem 
pantaneiro acostumar-se ao isolamento e à solidão, porém ele manifesta o senti-
mento de cooperação quando trabalha com seu gado (manejo tradicional) ou nas 
festividades típicas entre as fazendas. Vivendo a realidade de uma região inóspita, 
enchentes, ataque de animais silvestres, problemas de transporte e sem política 
diferenciada para a região, o homem pantaneiro pecuarista, vaqueiro ou pescador, 
tem amor, respeito e apego por sua terra.
Exploração comercial
Desde meados dos anos 1970, intensificou-se no Panta-
nal a economia agropecuária. Nos dias atuais, há cerca de 4 
milhões de cabeças de gado, o que torna a região uma impor-
tante produtora de carne. De maneira geral, a cultura do gado 
não é considerada prejudicial ao meio ambiente. A imprevisi-bilidade das grandes enchentes, no entanto, limita o tamanho 
dos rebanhos e os mantém dentro dos limites de uma economia 
ecologicamente sustentável. Na ausência de outros mamíferos 
pastadores, além dos poucos cervídeos, o gado nelore não é 
competidor da fauna original. Ele se tornou parte integral da 
paisagem pantaneira.
Com o fim do ouro, surgem grandes fazendas de pecuária extensiva que, as-
sociadas aos fatores ambientais, consolidaram uma estrutura fundiária de grandes 
propriedades (56% da área, com mais de 10 000ha). 
As culturas de arroz, cana-de-açúcar e soja são as atividades fortemente de-
senvolvidas. Barragens, canais e aterros foram construídos para uma agricultura 
irrigada. Foram também incorporadas plantas, como a Brachiara africana, para 
aumentar o rendimento do pasto.
Muitos empresários do turismo culpam os jacarés pela diminuição do pei-
xe e propõem a permissão da caça ao réptil. Existe uma relação entre o número 
de piranhas e a função ecológica dos jacarés. Alguns estudos apontam que os 
jacarés mantêm a superfície das baías abertas e com isso a população de peixes 
é equilibrada. Onde foram exterminados, o batume cobriu as baías, o oxigênio 
ficou deficiente e as piranhas multiplicaram-se em detrimento de outras espécies 
de peixes (alguns pescadores afirmam que o jacaré se alimenta de piranhas). De 
qualquer forma, quanto maior é a população de jacarés, menor é a de piranha. Este 
peixe voraz, em grande quantidade, traz riscos às populações de outros peixes e 
animais e até ao homem. 
Turismo cultural
A cultura popular pantaneira é muito rica e peculiar. Nela encontramos in-
fluências das várias sociedades indígenas, além das culturas hispânica e lusitana.
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A viola de cocho, o tererê, a culinária, a cerâmica, a tecelagem artesanal de 
redes com bordados primorosos, a música, os sotaques pantaneiros, os oratórios e 
as manifestações religiosas são dotados de uma sensibilidade poética e mostram 
um outro Brasil. 
Impactos ambientais
O garimpo de ouro e diamantes contribui para a poluição e para o asso-
reamento de rios, corixos e lagoas. A quantidade de mercúrio lançada nos rios 
contamina toda a vida aquática e, posteriormente, através da cadeia alimentar, 
acumula-se em outros seres vivos e em sua descendência, inclusive no homem.
Poluição
A poluição do pantanal tem se agravado com a ocupação urbana das ba-
cias hidrográficas que cercam o pantanal. No caso da região norte do pantanal, a 
questão é mais preocupante, uma vez que além da poluição urbana, há a poluição 
dos garimpos de ouro e diamante, acompanhadas da destruição das nascentes dos 
rios, dos agrotóxicos e fertilizantes das lavouras. 
Poluição urbana
A poluição urbana, além dos dejetos naturais, origina-se principalmente de 
usinas de cana-de-açúcar, frigoríficos e curtumes.
Pecuária
A pecuária não era vista como uma atividade impactante, pois o gado utili-
zava as pastagens naturais como alimento e não competia com as espécies nativas. 
Mas, uma vez que ocorre a semeadura de aéreas de gramas exóticas e ainda há 
disputa pelos capões e cordilheiras, retira-se do animal silvestre os refúgios das 
épocas de cheia. 
Agricultura
As culturas locais prejudicam o ambiente pantaneiro. A construção de bar-
ragens, canais e aterros que drenam terrenos para a agricultura, e ainda o desma-
tamento do cerrado, levam ao assoreamento de rios, como o Taquari, e interferem 
na piracema. Plantas exóticas são espalhadas por semeadura aérea, tais como a 
Brachiara africana, para aumentar o rendimento do pasto. 
As áreas agrícolas interferem na paisagem local com o desmatamento da 
mata ciliar e o consequente assoreamento dos rios, alterando os cursos fluviais e 
sua navegabilidade.
Pantanal II
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Pantanal II
Muitas áreas agrícolas localizam-se fora do Pantanal e, mesmo assim, nele 
interferem. O desmatamento progressivo das cabeceiras dos rios e de sua mata ci-
liar leva à erosão dos solos, os quais são arrastados pelas águas. Isto provoca o as-
soreamento dos rios e a turbidez da água, afetando a composição dos organismos 
que formam a base da cadeia alimentar e, consequentemente, todo o equilíbrio 
ecológico. O assoreamento também tem como consequências a alteração dos cur-
sos fluviais e de sua navegabilidade, o que ocasiona enchentes cada vez maiores 
em áreas mais extensas por mais tempo, interferindo na lucratividade da pecuária 
pantaneira e na reprodução da vida silvestre. 
Erosão
O mau uso do solo nas sub-bacias que compõem o Pantanal faz com que os 
processos erosivos aumentem de intensidade ano a ano, aumentando, por conseguinte, 
a quantidade de resíduos totais e o transporte de sedimentos no leito dos rios. 
Ecoturismo 
Apesar dos atrativos naturais, poucas agências de fato trabalham com o eco-
turismo. O turismo de pesca ainda é um setor muito forte da economia. 
Quando escolhermos as agências de ecoturismo, estaremos colaborando 
para a preservação e a conservação dos ambientes, e é importante ter conheci-
mento do que se entende por ecoturismo e principalmente quais os objetivos que 
levaram a escolha de tal atividade. Os ecoturistas genuínos são aqueles que se 
preocupam com as atividades desenvolvidas nos locais, sabendo que é importante 
conhecer a capacidade de recepção de cada área, a valorização da cultura local, 
a utilização de acessos autorizados bem como a não violação do ambiente e tam-
pouco deixar rastros ou vestígios da sua passagem pelo local.
Para suprir a necessidade do mercado local, o ribeirinho empobrecido e 
isolado pelas atividades econômicas vigentes, sujeita-se às práticas intensivas da 
pesca. Para atender à demanda dos frigoríficos de pescados, e ainda à procura de 
turistas pescadores, ele passa a se comportar como pescador profissional, utilizan-
do-se de redes, ganchos e arpões para aumentar a sua produtividade pesqueira. 
Esta prática predatória, somada ao turismo de pesca, e outros fatores, leva-
ram à redução das populações de peixes encontradas neste ecossistema. 
Fauna
Ocorrem à fauna prejuízos maiores devido ao uso indiscriminado de agrotó-
xicos e à destinação inadequada das embalagens vazias, abandonadas às margens 
de estradas, levando substâncias químicas para mananciais de água e lençóis fre-
áticos. Estas ações vêm interferindo diretamente na sobrevivência e reprodução 
da vida silvestre. 
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O contrabando de animais silvestres e o comércio ilegal de suas partes co-
laboram na diminuição de populações de várias espécies. O jacaré foi muito ca-
çado, principalmente na década de 1970, para a obtenção de seu couro e, até hoje 
o jacaré-de-papo-amarelo (Cayman	latirostris) encontra-se sob risco de extinção. 
Porém, com a proibição da caça, as populações destes répteis, principalmente a do 
Cayman	crocodilus	yacare, vêm se recompondo. Hoje, existem criadouros destes 
animais para suprir a demanda do mercado de peles e do alimentício. 
A caça ainda persiste no Pantanal sendo o turista um dos responsáveis por 
este problema. A carne de caça é uma fonte de proteína que complementa a dieta 
das comunidades tradicionais pantaneiras. O turista possui fontes alternativas de 
obtenção de proteínas, não dependendo da caça e induz o pantaneiro a fazê-lo 
somente para experimentar a carne do animal silvestre. 
Rodovia Transpantaneira
A construção da Rodovia Transpantaneira (MT), com o uso de terras deno-
minadas de áreas de empréstimo, e o aterro, realizado para a implantação da obra, 
alterou a área alagável do regime sazonal das águas, repercutindo nas fazendas 
vizinhas. 
A Transpantaneira, ao dividir o pantanal de Poconé ao meio, impede que 
durante as cheias a água se espalhe e, portanto, as enchentes são de grandes pro-
porções, limitandoos movimentos do gado e animais silvestres nas áreas onde 
falta pastagem. Com o aumento do nível das águas e a violência das enxurradas, 
os fazendeiros acabaram perdendo seu investimento e alguns vendendo suas pro-
priedades. 
Os fazendeiros da região de Poconé responsabilizam a rodovia pela alte-
ração dos costumes locais: a facilidade e a rapidez de deslocamento aos centros 
urbanos geraram novas necessidades de gastos e despesas extras. Hoje a estrada 
descentraliza os serviços da fazenda, gerando despesas com combustível, veícu-
los, lazer.
Agravadas pela baixa produtividade por hectare, pela concorrência com 
áreas mais produtivas e pelo parcelamento sucessivo das fazendas, a pecuária 
pantaneira torna-se cada vez menos lucrativa. 
Recentemente, o governo anunciou o asfaltamento da Rodovia Transpanta-
neira, proporcionando mais conforto aos turistas, possibilitando a instalação de 
grandes estruturas hoteleiras. 
Hidrovia Paraná-Paraguai
A Hidrovia Paraná-Paraguai é um projeto que visa a ligação fluvial do porto 
de Cáceres ao porto de Nueva Palmira no Uruguai, com aproximadamente 3 400 
quilômetros e um custo estimado de US$1,3 bilhão.
Pantanal II
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Pantanal II
Para viabilizar a navegação do rio Paraguai para embarcações de médio a 
grande porte, é necessário corrigir o curso do rio, rebaixar sua calha, explodindo 
rochas e construindo diques nos afluentes. O escoamento das águas do Pantanal 
será facilitado, e uma área deixará de ser inundável alterando o clima e o equilíbrio 
ecológico de toda a região. As áreas irão se alastrar, assim como o chaco boliviano 
e o cerrado. Atualmente, as chatas, grandes embarcações de carga, manobram nas 
curvas dos rios, avançando sobre os barrancos, danificando a vegetação ribeirinha 
e colaborando para o assoreamento de rios nos quais vivem os maiores peixes e se 
reproduzem as piraputangas. No trajeto, destroem os aguapés, plantas aquáticas 
de importante papel ecológico que são dispersoras de sementes, fornecedoras de 
alimentos a animais e colaboram para a manutenção da diversidade genética e 
para a distribuição geográfica de espécies. 
Quem vive no Pantanal não será beneficiado com a hidrovia. Quem se bene-
ficia são os produtores de grãos que fazem parte do Mercosul. 
A passagem das chatas não gera impostos às cidades marginais ao rio Para-
guai. As empresas de turismo, pecuaristas e as prefeituras irão arcar com o ônus 
dos problemas sociais e ambientais. 
Gasoduto Brasil-Bolívia
O Governo Federal desenvolve estudos de viabilidade para a construção 
do gasoduto Bolívia-Brasil. O objetivo é fazer com que, nos próximos 10 anos, a 
participação do gás natural passe dos atuais 3% para 12%, enquanto a utilização 
do gás nas usinas termoelétricas deverá aumentar de 9% para 19% da capacidade 
instalada. 
A usina térmica de Cuiabá está utilizando gás natural da Argentina. O ga-
soduto de 620 quilômetros que trará o gás está em fase de conclusão. Esse gás 
natural substituirá o óleo diesel atualmente utilizado pela termoelétrica. A usina 
tem capacidade de 480MW. O gasoduto traz o gás natural da Argentina a um pre-
ço um pouco menor do que o da Bolívia. 
Manual global de Ecologia: o que você pode fazer 
a respeito da crise do meio ambiente
(CORSON, 1996)
Há uma clara evidência da seriedade dos problemas de população, de recursos e do meio 
ambiente mundiais: pobreza e fome; desflorestamento e extinção de espécies; erosão do solo e 
surgimento de desertos; poluição do ar e das águas, chuva ácida e destruição da camada de ozô-
nio, além do efeito estufa e das mudanças de clima na Terra. Soluções eficazes para muitos desses 
problemas estão sendo encontradas, e, ao mesmo tempo, está surgindo um consenso quanto ao 
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modo de implementá-las. Um grande número de pessoas – técnicos em desenvolvimento, ambien-
talistas, executivos, oficiais do governo, líderes religiosos e jornalistas – começam a reconhecer 
que os projetos de longo prazo e as ações imediatas são mutuamente dependentes, e não devem ser 
tratadas em separado. Considera-se, por exemplo, que a pobreza e o desgaste ambiental estão fre-
quentemente ligados; que muitos problemas ambientais do globo têm suas origens em condições 
locais; que conservação, menor desperdício e reciclagem podem ser economicamente benéficos; e 
que uma ação a nível local é, geralmente, o primeiro passo para uma solução global.
1. Em grupos, divididos em tópicos, levantar na bibliografia as atuais consequências das ações 
antrópicas na história do Pantanal. 
2. Montar uma exposição destas descobertas para serem apresentadas ao grupo.
3. Discutir no grande grupo visões de futuro para a região e quais as medidas necessárias a serem 
tomadas para frear este desenvolvimento sem planejamento.
“Desde os primórdios da colonização europeia, a valorização das terras e sua exploração mine-
ral e agropastoril produziu um conflito de interesses. Colonizadores, garimpeiros e fazendeiros, atra-
vés de ações raramente pacíficas, exterminaram ou empurraram as comunidades humanas tradicio-
nais para áreas cada vez mais periféricas da atividade econômica. Estas comunidades empobrecidas, 
as quais vinham de uma tradição de lavoura de subsistência e pesca artesanal complementar, foram 
sendo progressivamente enclausuradas em uma estreita faixa ribeirinha e não tendo terra nem sequer 
para a cultura de subsistência, passaram a se dedicar à pesca profissional.”
A questão é: até quando? 
Ou ainda, há solução viável para esses impactos causados?
BOFF, Leonardo. Ética da Vida. Brasília: Letraviva, 1999.
REIGOTA, M. Meio Ambiente e Representação Social. São Paulo: Cortez, 1995.
<www.escolavesper.com.br/pantanal/pantanal>
Pantanal II
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Pantanal III
Introdução
O natural é justo?
S egundo Adam Smith, a partir do século XVIII existe uma busca pelo “preço natural, o preço justo, enfim o valor real dos recursos naturais”.A natureza passa a ser uma espécie de modelo para a sociedade: tal ordem é justa porque a na-
tureza, ao contrário dos homens, não tem subjetividade e portanto pode ser estudada objetivamente, 
e a compreensão das suas leis, de seus processos, da ordem que a governa deve ser modelo para uma 
sociedade racional, livre das paixões, das ideologias e da subjetividade típica dos homens.
Diante desse modelo, como nos portaremos, com que atitudes manejamos os recursos colocados 
à nossa disposição? Que urgência vemos na quebra do paradigma vigente do lucro a qualquer custo?
Será que vislumbramos um futuro viável para nossa espécie ou, como preveem os mais pessi-
mistas, sucumbiremos à nossa própria ganância?
A hora é chegada, o tempo não para e nós, onde nos posicionaremos?
Esperando sensibilizá-lo é que chamo sua atenção para a continuidade desse processo.
Conservação e preservação
Pantanal é uma riqueza ainda a ser descoberta e estudada e para tanto deverá ser preservada e 
conservada. Vamos então entender o que estes conceitos querem dizer.
Preservar: ato de resguardar, defender, livrar de perigo futuro.
Conservar: manter, continuar a ter, permanecer. Diz-se que “conservar é saber usar”.
A preservação ou conservação do Pantanal, principalmente daquilo que nós ainda não conhe-
cemos dele, está em nossas mãos. E de que forma? Por meio de incentivo aos programas que vêm 
sendo desenvolvidos nas áreas de reprodução animal, preservação das espécies vegetais, ecoturismo, 
atividades artesanais nativas e educação ambiental.
Importante também é ressaltar a necessidade do olhar diferenciado para áreas de relevante im-
portância para que estas ações possam se desenvolver. Que áreas são estas?
O Brasil criou o seu Sistema Nacional de Unidade de Conservação, o qual, por meio de suas 
várias categoriase de acordo com as especificidades de cada área, objetiva a preservação e a conser-
vação de elementos dos ecossistemas.
Dentro deste sistema, iremos encontrar no Pantanal algumas destas categorias já decretadas e 
demarcadas, as quais vêm garantindo a biodiversidade e as características naturais da região.
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Pantanal: reserva da biosfera
Com o objetivo de promover a conservação da biodiversidade no Pantanal 
por meio da criação e implementação de unidades de conservação, incentivo a 
atividades econômicas de baixo impacto ambiental e implementação do desen-
volvimento sustentável, no ano de 2000 o Pantanal foi reconhecido como Reserva 
da Biosfera Mundial – Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações 
Unidas para a Educação Ciência e Cultura – Unesco.
Com este título, é possível um apoio por parte do governo e da sociedade 
civil para a conservação das suas riquezas, por meio de um planejamento de de-
senvolvimento sustentável na região. 
Qual a diferença entre o patrimônio mundial natural e a reserva da biosfera?
A	reserva	da	biosfera vê o ecossistema como um todo, buscando for-
mas para seu desenvolvimento e como o homem vai interferir.
Patrimônio	mundial é uma categoria que garante aos governos um 
maior apoio dentro do que o país já faz para preservar a memória genética 
do ecossistema decretado como reserva, para que os cientistas estudem sua 
diversidade biológica, e que a humanidade possa, por meio dessa memória 
genética, não só conservar mas também recuperar aquele ecossistema.
No Pantanal, o Parque Nacional do Pantanal e as Reservas Particulares do 
Patrimônio Natural, Doroche, Penha e Acurizal formam um complexo de unida-
des de conservação que recebeu este título. 
Ali está presente uma das mais importantes e representativas coleções do 
todo da biodiversidade pantaneira.
Unidades de conservação
A ideia de área silvestre surgiu com a criação do primeiro parque nacional 
do mundo, em 1872, o Yellowstone National Park, EUA, com o intuito de preser-
var a beleza local e tendo como objetivo evitar que esta área também perecesse, 
como aconteceu com outras, que já haviam sido destruídas pelo avanço da colo-
nização. Passados quase 100 anos, nosso primeiro parque foi criado em 1937, o 
Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, seguido do Parque Nacional do 
Iguaçu, em 1939.
Unidades de conservação são porções do território nacional, incluindo as águas territo-
riais, com características naturais de relevante valor, de domínio público ou propriedade 
privada, legalmente instituídas pelo poder público com objetivos e limites definidos, sob 
regimes especiais de administração e às quais aplicam-se garantias de proteção. (FUNA-
TURA apud MILANO, 1989)
São áreas que incluem importantes recursos naturais ou culturais, de difícil 
quantificação econômica. Necessitam ser conservadas para que continuem sendo 
silvestres, sendo manejadas adequadamente, e têm sido utilizadas para os mais 
diversos fins, como ocupação urbana, industrial e agropecuária, e são compostas 
Qual a diferença 
entre o patrimônio 
mundial natural 
e a reserva 
da biosfera?
Pantanal III
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Pantanal III
por vários ecossistemas como florestas, campos, mangues, montanhas, desertos e 
pântanos. O conceito de áreas silvestres vem sendo substituído pelo de unidades 
de conservação.
Elas têm como objetivos, entre tantos, promover a conservação da biodi-
versidade no Pantanal, por meio da criação e implementação de unidades de con-
servação, incentivo a atividades econômicas de baixo impacto ambiental e imple-
mentação do desenvolvimento sustentável.
Parques	nacionais são áreas de domínio público, delimitadas com a fina-
lidade de preservar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção 
integral da fauna e da flora e das belezas naturais com a utilização para fins edu-
cacionais, recreativos ou científicos, sendo proibida qualquer forma de exploração 
dos recursos naturais. 
Parque Nacional Mato-grossense
Foi criado em 1981, localizado no município de Poconé, no Mato Grosso, 
com uma área de 135 mil hectares.
Seu clima é quente e semiúmido, com quatro a cinco meses secos e a tem-
peratura média anual é de 24ºC.
Seu relevo é plano e com altitudes não superiores a 200 metros.
Vegetação característica: cerrado gramíneo-lenhoso.
A fauna característica é composta por jaburus, garças, cabeças-secas, jaca-
rés, piranhas, capivaras, pintados, dourados, pacus, araras-azuis, gavião-caramu-
jeiro, sucuris, entre tantas outras espécies. 
Muitas das espécies encontram-se ameaçadas de extinção, como a onça-
pintada e o lobo-guará, o cervo-do-pantanal, a lontra, a ariranha e o tamanduá- 
-bandeira.
A visitação é permitida somente com a autorização do Departamento de 
Unidades de Conservação, em Brasília.
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães
Este parque foi criado em 1989, com uma área de 3 300 quilômetros qua-
drados.
Tem um ecossistema característico denominado cerrado no Mato Grosso, 
com paredões de rochas areníticas, rios e cachoeiras que caem vertente abaixo.
A flora é constituída por ipês-amarelos, pequis, perobas, paus-santos, bro-
mélias, orquídeas, buritis e palmeiras nativas, entre outras.
A fauna é caracterizada pelo animais do cerrado, lobos-guarás, cachorros- 
-do-mato, tatus-galinha, veados-campeiros, tamanduás-bandeira. Entre as aves, 
as emas, as araras-vermelhas, os tucanos e as gralhas-do-campo.
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Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro
Situado na região centro-oeste do estado do Mato Grosso do Sul, abrange os 
municípios de Aquidauana e Corumbá.
Com amostras de cerrado característico, possui uma área de 78 300 hectares 
e foi criado no ano de 2000.
O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro foi criado com o objetivo de 
proteger um intenso sistema de irrigação: o brejão do rio Negro, lagoas permanen-
tes e cordões de matas que funcionam como refúgio e alimento da fauna silvestre 
local. 
Este ambiente é considerado como o berçário de engorda de peixes do Pan-
tanal.
Estações ecológicas
A estação ecológica permite o uso indireto, de posse do poder público. É 
área natural, intocada em função de o ecossistema ser de valor científico, devendo 
ser preservado.
Entre as estações ecológicas podemos encontrar:
 Estação Ecológica de Taiamã, criada em 1981, com uma área de 14 325 
hectares;
 Estação Ecológica de Iquê, criada em 1981, com 20 mil hectares de área 
protegida;
 Estação Ecológica Serra das Araras, criada em 1982, que protege uma 
área de 28 700 hectares.
Área de proteção ambiental
A área de proteção ambiental é de uso direto e indireto, de posse do poder 
privado, com habitats e populações de fauna silvestre manejáveis, produtivas. E 
na área de proteção ambiental se permite a ação humana direta com objetivos e 
usos múltiplos.
A Área de Proteção Ambiental Meandros do Araguaia foi constituída em 
1998, e possui uma extensão de 360 548 hectares.
Reservas Particulares 
do Patrimônio Natural (RPPN)
As RPPNs são consideradas unidades de conservação de uso indireto, ou 
de proteção integral, cujo maior objetivo é conservar a diversidade biológica. As 
atividades que podem ser desenvolvidas devem ter “cunho científico, cultural, 
educacional, recreativo e de lazer”. 
Pantanal III
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Pantanal III
As RPPNs têm caráter perpétuo, o que quer dizer que, tendo sido decretada 
a unidade de conservação, se a propriedade vier a ser vendida os novos donos te-
rão que respeitar a RPPN e seus herdeiros também terão que respeitá-la, pois não 
há maneira de revogar o título de reconhecimento da reserva.
RPPNs são áreas de conservação da natureza emterras privadas. O proprie-
tário é quem decide se quer fazer de sua propriedade, ou de parte dela, uma área 
protegida, sem que isso acarrete perda do direito de propriedade.
Essas reservas são uma forma de contribuir para a preservação do meio am-
biente em nosso país. Atualmente, apenas 6% do território nacional são protegidos 
em forma de unidades de conservação da natureza, tais como os parques nacionais, 
estaduais ou municipais, reservas biológicas e estações ecológicas. Essas terras são 
de propriedade da União, dos estados ou municípios. Sabe-se, porém, que a maioria 
das áreas ainda bem conservadas situa-se em propriedades particulares.
Atividades permitidas
Existe a possibilidade de utilização, inclusive com fins lucrativos, podendo-
-se realizar pesquisa científica, levantamentos de flora e de fauna, estudos sobre o 
meio ambiente, atividades de educação ambiental, práticas esportivas pouco im-
pactantes e também desenvolver atividades econômicas, especialmente no campo 
do ecoturismo. Tais atividades, no entanto, deverão ser autorizadas ou licencia-
das pelo órgão responsável pelo reconhecimento e executadas de modo a não 
comprometer o equilíbrio ecológico nem colocar em perigo a sobrevivência das 
populações das espécies ali existentes. Deve-se observar, portanto, a capacidade 
de suporte da área, ou seja, o quanto de uma atividade pode ser desenvolvido num 
local sem prejudicar seu meio ambiente.
Organizações Não Governamentais 
que atuam no local
A WWF – Fundação para a Proteção da Vida Silvestre, apoia projetos de 
conservação no Pantanal. Em 1999, a WWF Brasil iniciou um programa de con-
servação que abrange os seguintes projetos:
 apoio à criação de áreas protegidas;
 identificação e estímulo a atividades econômicas e ambientalmente viá-
veis;
 capacitação de empreendedores para instituir o turismo sustentável na 
região;
 ampliação do conhecimento científico da área;
 incentivo à participação da sociedade nos debates ambientais e apoio à 
definição de políticas públicas para a conservação; 
 adoção do slogan “Pantanal para sempre”.
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Os programas desenvolvidos com os governos estaduais do Mato Grosso 
e Mato Grosso do Sul e ainda os governos municipais, as universidades, ONGs 
e proprietários de terra que partilham da construção de um modelo de desenvol-
vimento sustentável para o Pantanal vêm obtendo grande sucesso e resultados 
extremamente positivos. Entre eles, podemos listar:
 o projeto de reprodução da arara-azul, que de 1 500 exemplares em 1987 
hoje conta com aproximadamente 5 000;
 a implantação da estrada Parque Pantanal;
 a criação da reserva da biosfera;
 as implantações das reservas particulares do patrimônio natural 
(RPPNs);
 a identificação de áreas prioritárias para a conservação;
 o manejo da bacia do rio Miranda;
 o desenvolvimento do ecoturismo;
 a capacitação em educação ambiental;
 a implantação do projeto Escolas Pantaneiras;
 o estudo sobre as aves migratórias (encerrado);
 o estudo sobre os impactos da pesca esportiva no ecoturismo do pantanal 
(encerrado);
 o monitoramento de grandes projetos de desenvolvimento e meio am-
biente.
Escolas pantaneiras
As escolas pantaneiras destacam-se como uma iniciativa bem-sucedida no 
Brasil. Este projeto foi escolhido como uma das cinco melhores iniciativas de 
gestão pública e cidadania do Brasil, e visa desenvolver núcleos escolares rurais 
que fortaleçam o conhecimento do ambiente pantaneiro, valorizando a história 
e a cultura locais. Teve seu início em 1999, no município de Aquidauana, Mato 
Grosso do Sul.
As escolas do ensino municipal são instaladas em fazendas particulares, 
onde também residem os professores.
O objetivo do projeto é possibilitar a escolarização da população residente 
na região rural, praticando calendários especiais que respeitam as características 
físicas, climáticas, sociais e culturais da região, observando inclusive o ciclo das 
águas. As aulas começam em abril, quando a água está baixa, e o período letivo 
encerra quando os rios voltam a subir. O currículo é diferenciado e o material di-
dático produzido pelos próprios professores e alunos. Além do ensino formal, ofe-
rece conhecimentos do ambiente pantaneiro, resgata e valoriza a cultura local. 
Pantanal III
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Pantanal III
 Parceiros: WWF Brasil, Prefeitura Municipal de Aquidauana, Associa-
ção de Parceiros, Pais e Professores da Escola Pantaneira – APPEP, Uni-
versidade Federal do Mato Grosso do Sul e CJ. 
Conservação da biodiversidade 
do pantanal
Outro projeto de relevante importância é o de Conservação da Biodiversida-
de do Pantanal – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que promove a conservação 
da biodiversidade no Pantanal por meio da criação e implementação de unidades 
de conservação, fomento ao ecoturismo e a outras atividades econômicas de baixo 
impacto ambiental. Teve início em 1998. 
Seu objetivo é promover a conservação do Pantanal por meio da criação 
de áreas protegidas, identificação e estímulo às atividades econômicas e ambien-
talmente viáveis e ampliação do conhecimento científico e técnico da região. O 
projeto envolve representantes do governo, das universidades, de outras ONGs e 
proprietários locais na formulação de um programa de conservação para a região, 
o qual prevê a criação de uma rede de unidades de conservação (particulares e 
públicas), promoção do uso sustentado dos recursos naturais, a formação e a parti-
cipação da sociedade nas questões ambientais, o controle de pesca e o ecoturismo 
de baixo impacto.
 Parceiros: WWF, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento Sustentável de Mato Grosso do Sul, Fundação Pantanal, Secreta-
ria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Corumbá.
 Outros parceiros: Ministério do Meio Ambiente, proprietários de terras 
locais, Universidade Católica Dom Bosco e Universidade para o Desen-
volvimento do Estado e Região Pantanal (Uniderp), Instituto de Ensino 
Superior do Pantanal (Iespan) e ONGs locais.
Conclusão
O homem se encontra hoje em um grande dilema entre o progresso e a con-
servação dos ecossistemas naturais como forma de conservar sua sobrevivência e, 
por que não dizer, sua própria existência. A necessidade de lucros a curto prazo, 
sem medir as consequências dos nossos atos, tem levado nossa espécie a pagar 
preços altíssimos. O mais impressionante é que não percebemos que somos o 
elemento mais frágil desta cadeia que nos une aos outros componentes da diversi-
dade biológica e do ambiente físico. 
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(CARDOSO, 1997)
O Pantanal é realmente uma preciosidade da biosfera, um patrimônio da humanidade [...] 
Uma terra que permite simbolizar o que de melhor nós temos no Brasil [...] E a preservação do 
Pantanal significa bem-estar para a população, significa a possibilidade de recriar-se a vida pan-
taneira, o modo de vida tão rico desta região [...] Trata-se do desenvolvimento sustentável, que é 
possível. E nós vamos mostrar aqui, nesta região, como exemplo para o mundo, que seremos ca-
pazes de desenvolvê-la respeitando o meio ambiente, até porque o meio ambiente vai passar a ser 
uma parte fundamental da sua própria economia [...] É o setor privado usando a terra para servir 
ao público, e não para seus fins próprios. No caso do Sesc, quase 110 mil hectares, o que é muita 
terra. O governo, sozinho, é impotente para fazer frente a tantos desafios. E aqui está se mostrando 
um caminho concreto de colaboração.
1. Reúnam-se em grupos de cinco pessoas e analisem os temas a seguir.
 O natural é justo? Sob que ponto de vista esta afirmação pode ser considerada?
 Nos dias de hoje, ainda é viável falarmos em preservação?
 Qual a importância de o Pantanal ter sido decretado como reserva da biosfera?2. Após os trabalhos, escolham um representante que irá apresentar a posição do grupo, discutam 
os aspectos levantados e elaborem um texto com a opinião do grupo sobre os pontos princi-
pais.
GRÜN, Mauro. Ética e Educação Ambiental: a conexão necessária. 4. ed. Campinas Papirus, 2001.
<www.ufmt.br>
<www.ibama.gov.br/ecossistemas/pantanal>
Pantanal III
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