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W. R. BION. Mudanças catastroficas. J. Psicanál., v. 6, n. 17, p. 18 26, 1971

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Prévia do material em texto

J. Psicanál., v. 6, n. 17, p. 18-26, 1971
TRADUÇões
MUDANÇA CATASTRÓFICA*
W. R. BION __ Londres
Nesse trabalho descrevo a configuração que é constantemente usada ou, reaparece em análise. Embora possa apoiar-me em formulações que parecem ser descrições de acontecimentos em psicanálise ou estória, não lhes dou "status" de "narrativa histórica". Elas são, que chamo elementos categoria C descrições feitas de imagens sensoriais derivadas de um background de experiência ou experiência relatada, equivalentes para meus propósitos. Não devo dar interpretações psicanalíticas; essas devem ser dadas somente, pelo psicanalista no decorrer de psicanálise, quando os fatos que devem ser interpretados estão acessíveis e quando o psicanalista, somente ele, está capacitado a dar.
DESCRIÇÃO 1 - Isso consiste de dois sinais ♂ e ♀ __ que eu chamo: o contido e o continente. O uso dos símbolos, masculino e feminino, está decidido, mas isso não quer significar que outras significações além das implicações sexuais estejam excluídas. Esses sinais designam o relacionamento entre ♀ e ♂ O vínculo pode ser comensal, simbiótico ou parasítico.
DESCRIÇÃO 2 - A palavra contém o significado; inversamente, o significado pode conter a palavra, que pode ou não ser descoberta. Isso pode ser representado como a palavra (♀), contendo o significado (♂); ou vice-versa, o significado (♀), contendo a palavra (♂). O relacionamento é estabelecido pela natureza do vínculo. A conjunção constante de elementos na psicanálise pode estar presa pela atribuição emprestada à palavra, ou à teoria ou, outra formulação. A palavra pela qual está presa pode ter uma tal poderosa penumbra de associações preexistente que espreme para fora o significado da conjunção constante que, ela é suposta marear. Inversamente, a conjunção constante pode destruir a palavra, teoria, ou outra formulação que a formulação tem a pretensão de "conter". Assim ♀ e ♂ podem ser tão poderosos que eles destroem o significado que eu quero que eles contenham. Inversamente, a conjunção que eles têm que representar pode ser tão poderosa que o sinal pode não conte-la (a conjunção). Igualmente o vínculo pode ser simbiótico ou comensal. Descrevendo ainda em outros termos da categoria C: o homem está empenhado a expressar tais sentimentos poderosos que sua capacidade para expressão verbal desintegra-se num tartamudeo ou se torna um balbuciar de palavras sem significado e incoerentes.
DESCRIÇÃO 3 - O continente (♀)espreme tanto do contido (♂) de maneira que o contido é deixado sem substância. Psicanálise é tão continuada que o paciente não pode pegar o significado futuro dela. Um exemplo oposto seria a continuação até que o paciente não tivesse mais paciência, tolerância, fortaleza ou algum dinheiro. O continente pode espremer tudo do contido. Inversamente, a "pressão" pode ser exercida pelo contido (♂), de maneira que o continente (♀) desintegre-se. A ilustração seria a palavra usada como metáfora até que finalmente o background genético é perdido e a palavra perde o seu significado. 
(See Towlers Modern Englisla usage (2nd Edition) for ilustration).
DESCRIÇÃO 4 – O casamento "no qual" o relacionamento sexual ♀ ♂ tem um tal desempenho, que não tem nenhuma oportunidade para quaisquer outras atividades na qual o casal possa se engajar. Inversamente, as outras atividades (isto é, não sendo a sexual), tem tal desempenho, que não tem nenhuma oportunidade para o preenchimento, com relacionamento sexual. (As metáforas usadas nessa descrição exemplificam o (inside) interior e o (outside) exterior. Continente e contido como modelo).
Expansões de 1 a 4 Memória, pode ser representada por ♀ ou ♂. Assim considerado como continente ♀. É preenchido com memórias derivadas de experiência sensorial. O background sensorial é dominante e "memórias" com tal background são tenazes. A memória está entretanto saturada. O analista que vem à sessão com a memória ativa, não está entretanto em posição a fazer "observações" de fenômeno mental porque esses são desconhecidos e não podem ser apreendidos sensorialmente.
Angústia é conhecida por todos nós mas não tem forma ou cheiro, cor ou som. A intromissão de memória entretanto, obstrui intuição do fenômeno desconhecido. Mas, isso deve ser dito, os analistas não se lembram, e não devem se lembrar, o que foi dito? Aí, está certamente, alguma coisa que foi muitas vêzes chamado "lembrando" que é essencial para trabalho psicanalítico. Mas isto deve ser bem distinguido do que venho chamando memória. Quero fazer a distinção entre: (1) __ lembrando o sonho, ou, tendo a memória do sonho; (2) __ a experiência do sonho que parece flutuar para a mente, como se ela fosse um todo que num momento estivesse ausente e no próximo presente. Essa experiência, a que eu considero ser parte de evolução da realidade emocional da sessão, é muitas vezes chamada memória, ou lembrando o sonho, mas deve ser bem distinguida do sonho lembrado ou da experiência de lembrando-o.
Realmente, o que estou descrevendo é um bom exemplo do significado ♀, no qual está embutido a palavra desconhecida ou formulação ♂, para a qual eu gostaria de achar a palavra que a maioria das pessoas observaria como apropriada para representar o significado que quero transmitir. O termo "memória", eu devo usa-lo com seu significado de linguagem comum e ele representa alguma coisa que considero estar fora de lugar na conduta do psicanalista em psicanálise.
Os parentes mais apegados são sobrecarregados com memórias que fazem que eles sejam juizes absolutamente incapacitados de julgar a personalidade do paciente e inadequados de ser o analista do paciente.
Até então, examinei a configuração como ela aparece nos limites das palavras, elas mesmas. Não gastarei muito tempo num exame detalhado da sua aparência na mais complexa formulação, exceto para indicar o grau de persistência.
A situação analítica espera-se evocar exemplos da configuração e ela o faz, mas é também a situação na qual é provável que dificuldades nascerão tanto para analisando como para analista em encontrar métodos de comunicação. Inversamente, existirão experiências emocionais para serem transmitidas ou representadas, algumas delas de grande intensidade. É provável, entretanto, que nós encontremos no material do sujeito, instantes da configuração que mencionei e a mesma configuração no procedimento psicanalítico designado a tratar com ela.
Assim, nós chegamos a uma outra descrição.
DESCRIÇÃO 5 __ O paciente estará numa incapacidade para transmitir o seu significado; ou o significado que ele deseja transmitir será tão intenso para expressa-lo adequadamente, ou a formulação será tão rígida que ele sente que o significado transmitido está destituído de qualquer interesse ou vitalidade.
Similarmente, as interpretações dadas pelo analista, neste instante ♂, encontrará com a recepção do paciente, a qual, por uma aparente resposta cooperativa de repetir a interpretação para confirmação, ela destitui de significado por compressão ou desnudação.
O significado dependerá se o vínculo entre ♂ e ♀ é comensal, simbiótico ou parasítico. O fracasso de observar ou demonstrar esse ponto pode produzir uma inexplicável falta de progresso no que é aparentemente análise progressiva. O indício repousa na observação das flutuações que fazem o analista em um momento ♀ e o analisando ♂ e no próximo momento invertem-se os papéis. Ao mesmo tempo como esse modelo é observado, trabalhado em palavras ou pessoas, deve-se também notar que vínculo está operando, comensal, simbiótico ou parasítico.
EXPANSÃO DE 1 a 5 __ Por mais familiar que o analista se torna com a configuração de acontecimentos, que eu represento pelo relacionamento entre ♀ e ♂, mais vezes e mais prontamente ele os observará. Existe a diferença entre ♀ e ♂ que é, espero, suficientemente clara para fazer-se possível de distinguir entre acontecimentos na sessão que se aproximam à essas duas representações.
A experiência essencialpara o analista não é o ler deste trabalho, mas o combinar do acontecimento real na psicanálise que se aproxima a essas formulações. Ajudada por referências freqüentes feitas pelos pacientes e ele mesmo a acontecimentos que ocorrem em "análise" ou "no passado" ou "interior" ou "exteriormente", deve ser fácil para reconhecer, com um aumento de freqüência, as realizações que esses sinais relacionam.
O reconhecimento da categoria do vínculo que está operando pode ser mais difícil a não ser que um palpite pode ser obtido considerando o tipo de acontecimento que toma o lugar de ♀ ou ♂ ou . Assim, o paciente extremamente voraz pode querer obter o mais que ele pode de sua análise enquanto dando o mínimo possível; devemos esperar isso para mostrar a coisa por acontecimentos freqüentes no qual o continente estava desnudando o objeto contido, e vice-versa. O paciente pode mostrar que ele fez exigências enormes na sua família, mas, ressentido, não fazendo nada para ela. Muitos pacientes podem mostrar comportamento desse tipo era ocasiões relativamente raras, mas alguns podem mostrá-lo em muitas atividades e num grau extraordinário, como por exemplo, por incoerência habitual, enquanto exigindo grande precisão de interpretação do analista. Esse tipo de paciente, não pode ser descrito em termos de narração, registrando acontecimentos atuais, primeiro, porque qualquer formulação é suspeita por razões que discuti em "memória" e segundo, porque é impossível predizer que forma sua voracidade tomará. Entretanto o psicanalista que poderá ter tal paciente, ou o paciente mostrando tais modelos de comportamento, relativamente raro, ou variações entre estes extremos, precisa formulações de teoria que lhe permita ter o mais amplamente possível o espectrum de observação, de maneira que essas configurações não passem desapercebidas. Se essas formulações são muito abstratas, lhes faltam corpo, todavia eu lhes dou corpo usando descrições categoria C, mas estas são responsáveis para produzir tão grande penumbra de associação que as formulações tornam​se saturadas e estreitam a perspicácia do psicanalista.
Antes de deixar a "expansão" de descrições 1 __ 5, seria bom olhar em claustrofobia, agorafobia e acting-out, como ilustração do aparecimento da configuração. Acting-out, como ele é comumente entendido, toma lugar “na” análise e, a análise é então ela mesma parte do acting-out. Em claustrofobia o paciente identifica a si mesmo com um objeto que está dentro do continente. A habilidade de ver configuração ♀ ♂ em ambos esses estados revela os relacionamentos entre um elemento e outro da personalidade do paciente que de outra maneira permaneceria desconhecido. Quando o paciente está em acting-out a análise encontra-se numa situação na qual os limites, as fronteiras são desconhecidas. Se o comportamento caracterizado como "acting out” é trazido para a análise, ele pode ser acompanhado por sintomas claustrofóbicos no paciente. A coerência desses sintomas pode não ser detectada se a configuração básica não é realizada. Como esse último ponto se refere a comportamento de grupo, farei minha próxima descrição corno formulação em termos de estória. Como pretendo alargar o escopo da configuração, a descrição parecerá ser complexa, mas, sua complexidade será menor se estiver implícito na mente que a descrição tem a mesma configuração fundamental, ainda que à primeira vista não pareça assim. Poderá ajudar se eu explicar que novas idéias poderão aparecer por estarem apresentadas nessa descrição; a inovação delas ou outra maneira de ver é função da personalidade do leitor e não deve ser suposto de ser inerente na comunicação.
DESCRIÇÃO 6 __ De tempo em tempo, aparecem na história, homens os quais são diversamente descritos como místicos ou gênios. Alguns atraem notícia como personalidade que se destaca, mas, alguns devem ser supostos de não atrair a atenção porque as condições de sua existência não são propícias. Destino similar seguem as idéias. O estudo dessas condições pode em algum tempo se completar ou realizar, mas estou aqui somente empenhado em formular suas existências. A idéia que considero ser contraparte do místico ou gênio devo chamá-la "idéia messiânica". A idéia que é messiânica, pode ser confundida com a idéia que ele é o Messias. A pessoa devo chamar "o místico", a idéia devo chamar "a idéia messiânica". Devo usar os termos "místicos" e "gênios" como intercambiáveis. Místicos __ têm aparecido em todas as religiões, em todos os tempos, em todos os lugares e todos os centros de discussão científica. Tais pessoas, contêm a idéia "rnessiânica” ou a idéia messiânica pode "conter" a pessoa que é solicitada encarnar, representar ou manifestar o Messias de u'a maneira análoga ao significado que é sentido "conter" a palavra que está para representa-lo (Veja expansão 1 __ 4 e descrição 2).
A sociedade na qual o místico aparece foi descrita por Nietzsche como o corpo cuja função é produzir gênio. Devo adotar esse ponto de vista como parte de minha formulação, mas considero isso também ser a função (na sociedade de fazer o místico ou idéia messiânica utilizável aos membros do grupo. Isto é feito por leis (na sociedade), dogma (na religião), regras ou leis (em matemática ou ciência). O corpo governante da sociedade devo chamar de "establishment". Contraparte disso, na área do pensamento, seria a disposição pré-existente ou pré-concepção.
O místico, faz contato direto é com Deus, ou, como certos místicos cristãos (um deles Meister Eckhart, devo menciona-lo novamente). Isso não é possível para os membros comuns do grupo. Daí a necessidade para um establishment de pronunciar-se dogmaticamente, fazer leis ou regras, pelas quais as vantagens da comunhão de místicos com Deus, ou a verdade final ou realidade podem, como se fossem ser compartilhadas a um passo atrás pelos membros comuns. Nisso, o establishment pode fracassar de fazer, seja por falta de descriminação que conduz ao incremento de pontos de vista falsos, como por aderência rígida à urna estrutura existente, que estabelece um vínculo parasítico entre o místico e o grupo, ♀ ♂. A vida ou idéia messiânica é então, espremida do místico, ou a sociedade é rompida. Isso é a mudança catastrófica de que trato na próxima descrição.
DESCRIÇÃO 7 __ O conflito entre o místico e seu grupo é mostrado em sua mais exagerada forma, e portanto mais facilmente estudada, no relato de Jesus e seu relacionamento com o grupo. Ele mesmo disse com ênfase, com u'a maneira típica de muitos místicos, que seus ensinamentos estavam em conformidade com o establishment existente: "Não pensem que eu vim para destruir a lei, ou os profetas” Eu não vim para destruir mas para concluir" (Mateus 517AV). Esse dizer é muitas vezes associado copa urna percepção da força ruptora, que é movida de dentro do grupo. Isto era o encargo que Santo Agostinho sentiu-se obrigado a refutar quatro séculos mais tarde na "Cidade de Deus", quando o saque de Roma por Átila foi atribuído à influência perniciosa dos cristãos e suas doutrinas.
O místico, não insiste que ele necessariamente concorda com o grupo. Ele pode aparecer à guisa de um destruidor de dentro ou de fora. Ele não insiste que suas intenções ou métodos são pacíficos. É possível fazer a distinção de místico nihilístico que rompe a comunidade, que é sua própria criação, e o místico criativo, que se abstém de métodos violentos, particularmente, contra o seu próprio grupo. Não precisamos ver dificuldades sobre essas afirmações, o que desejo acentuar é a qualidade ruptora do místico, mesmo que ele diga ou reivindique ser ruptor ou não, porque é essa qualidade ruptora que está associada com a hostilidade do grupo para o místico e vice-versa. É, entretanto, a qualidade que desejo dar ênfase nessa descrição.
A reação do establishment é de prevenir a ruptura e isso é feito como se segue: Pode-se carregar o místico com tantas honras que de se afunda sem vestígio. Isso é expresso na ilustração bíblica pela Tentação do Deserto, onde as recompensasde conformidade estão bem estabelecidas. Conformidade pode ser renúncia das idéias messiânicas ou aceitação do papel da idéia messiânica. Alternativamente, o místico pode ser destruído e uma tentativa feita para assegurar o mesmo destino para suas idéias.
O fracasso do Diretório dos Rabinos teve conseqüências desastrosas para o grupo. As funções de contenção (eu uso a palavra com sua implicação militar: de uma forca contendo outra), tiveram que ser assumidas pelas frações divididas do grupo, uma ostensivamente contra e outra a favor de Jesus. Gradualmente, um grupo novo era formado e um establishment para conter um místico, ou melhor, a idéia messiânica. O grupo judaico aprendeu a manusear o místico com conseqüências menos desastrosas para o grupo. O grupo cristão, embora encontrando uma solução diferente para o problema, alcançou um resultado similarmente satisfatório. Nenhum sistema era livre de repetições do problema. Um establishment cristão, restaurou a estrutura rompida e assegurou a sua continuidade adaptando a ele, os festivais de paganismo e assim abrandando a hostilidade que poderia de outra maneira seguir-se à perda de feriados e festas que eram adoradas e valorizadas. O tema poderia ser relatado como um paganismo maior, mais brilhante, com deuses renovados e rejuvenescidos como santos e diabos. (Milton __ expressa isso bem claramente na sua representação de "Pandemônio" __ no Livro I e III do "Paraiso Perdido").
Os problemas do establishment cristão desenvolveram-se mesmo durante toda a vida de Jesus. Os primeiros eram: delineação das fronteiras do grupo, seleção e treino, e estabilização de hierarquia.
Comecemos pelo último ponto. Nos relatos do Evangelho de Marcos, Cap. X vers 35-45, o problema foi claramente colocado por Tiago e João com seus pedidos por "status". Na sua réplica, Jesus parece sugerir o tipo de iniciação ou teste, mas a alacridade com que os dois aceitaram as condições faz difícil saber o que a iniciação era, embora é claro que Jesus considerou a tarefa como acima deles. Ele também prenunciou a mudança na função do establishment como ele existiu entre os gentis daquele tempo. A proposta feita por Tiago e João, para ser para “status” e “status” parece ser o substituto para qualificação. O ponto é que seus desejos eram para ser satisfeitos corno se fossem “ex-ofício”. A resposta dada por Jesus, parece indicar que a "situação" conseguida "ex​ofício" era como alternativa para que os dois produzam ao invés de submeterem-se às experiências do místico mesmo. A esse respeito, a solução rejeitada satisfaz um dos requisitos da sociedade, isto é, para tornar os resultados do trabalho do místico disponíveis aos membros comuns, os quais não têm as qualificações do místico para expiação com a divindade.
O problema de membro do grupo e de como decidir se o homem podia chamar-se de cristão ou não, também surgiu muito cedo. Caracteristicamente, depende na questão da eficiência terapêutica do cristão e ser marca de cristandade. O problema foi trazido à superfície através de efeitos terapêuticos, aparente​mente de sucessos obtidos por pessoas não qualificadas membros do grupo. Marcos (Vers. 38 __ Cap. IX): No exemplo assinalado, o critério propôs,o por Jesus, parece ser a cura triunfante e sua atribuição pelo terapeuta a Jesus. Os pontos envolvidos são: membro do grupo como ele mesmo, sendo símbolo do "status"; status, expresso pela locução "Em vosso nome" como agente terapêutico; resultado terapêutico como critério de membro do grupo. A solução era empírica mas aceitou-se o critério de eficiência terapêutica. Por hora o teste de membros parece ter duas faces especificamente, médica ou terapêutica, e capacidade para alcançar resul​tados. Èsse último requisito parece ter sido sempre uma espécie de pesadelo através da história. Isso pode ser descrito como uma exigência que o líder do grupo teria: 1º) ser capaz de predizer o futuro; 2º) tornar capacitado alguém que alegue ter sido capaz no passado ; 3º) garantir continuada suficiência para todas as contingências do futuro.
A hierarquia cristã logo achou-se em frente aos mesmos problemas que derrotou o Diretório dos Rabinos. As mesmas forças estavam envolvidas; por um lado a necessidade de controlar a idéia messiânica e torna-la disponível às pessoas comuns através de uma formulação dogmática; e, por outro lado, a idéia messiânica ou sua encarnação atravessando perpetuamente as barreiras que pretendem controla-lo ameaçando romper a sociedade na qual se tornou manifesta.
A Reforma foi exemplo espetacular disso mas somente um dentre muitos (Veja Knox in Enthusiasm).
EXPANSÃO 6 e 7 __ Usei para minhas descrições 6 e 7, material familiar a todos, para configuração que é repetida em muitas formas e em muitas ocasiões. Isso não é limitado às sociedades religiosas, ou sociedades terapêuticas, ou sociedades artísticas, ou sociedades científicas mas, pelo o que minha experiência limitada pode contar, é discernível em todas sociedades. Minha intenção é, entretanto, não expressar qualquer opinião sobre a natureza dos diversos grupos. Devo lembrar ao leitor que não estou me propondo a escrever história, mas, formular o modelo em termos pictóricos categoria "C". É para assim dizer, em outras palavras, representar a configuração em termos que darão corpo à idéia, que poderia de outra maneira parecer ser uma elaboração de abstrações sem significado. Naturalmente, suponho que pessoas além de psicanalistas, aproveita​riam do reconhecimento da configuração e do grupo fundamental, no qual alguém suspeita pertencer. Mas aqui, estou somente interessado como psicanalista com a configuração como ela pode ser discernida por outros analistas. Descrições 6 e 7 não devem, entretanto, ser supostas de ter aplicação sociológica ou política, mas de serem relatos dá fábulas ou construções mitológicas (categoria C), as quais se formulada com maior precisão e sofisticação, poderiam representar o modelo para o qual a personalidade humana se aproximaria.
A fábula construída em termos de grupo, deve ser vista como pictorização do mundo interno do homem. Para aqueles familiarizados com a teoria Kleiniana, minha descrição pode ser vista como uma representação dramatizada, personificada, socializada e pictorizada da personalidade humana. Devo esclarecer meu procedimento para contrastar esse ponto de vista pictórico com ponto de vista morfológico aceito pela análise clássica. A teoria formulada em termos de Ego, Super-ego e Id difere em dois pontos: 1º __ é a formulação categoria F considerando que a formulação pictorizada que estou representando verbalmente é a formulação categoria C, primitiva e baseada em terminologia sensorialmente derivada. 2º __ é a teoria na qual a "realização" que se aproxima é para ser encontrada em psicopatologia e psicomorfologia. A realização aproximando-se à formulação categoria C deve ser encontrada em material que é superficial e facilmente accessível para o consciente. Suas raízes inconscientes devem ser descobertas através de investigação psicanalítica.
Idéia messiânica __ a natureza da idéia messiânica pode ser somente representada bem aproximadamente pelas formulações categoria C que venho usando. Em adição a Jesus, devo falar em M. Eckhart, e Isaac Luria. Eles representam de maneira diferente o problema de reconciliar a idéia messiânica com o establishment. O Diretório Rabínico parece ter aprendido prudência pelo modo como o Diretório tem que se ajustar à doutrina Lurianica, e às injúrias com que a Doutrina Lurianica foi contestada pelos oponentes por ter infringido a lei do judaísmo. O Diretório Rabínico não contribuiu para uma explosão. Luria por seu lado insistiu rio seu conservadorismo e relatou tudo o que de disse às autoridades mais velhas. Significativamente, ele não deixou nenhum escrito e quando perguntado por um discípulo sobre suas razões por não ter posto todo o ensina​mento em forma de livro, ele replicou: É impossível faze-lo porque todas as coisas estão inte-relacionadas: Eu mal possoabrir minha boca para falar sem que sentimentos assim co​mo um mar, arrebente os diques e transborde. Como posso então expressar o que minha alma recebeu, como posso pôr isso num livro? (Major Trends in Jewish Mysticism. Scholem. Thames and Hudson p. 254) Meister Eckhart escreveu extensivamente, mas a obscuridade de seus escritos e talvez a matéria conduziu-o à condenação como erótico, por causa de suas 28 proposições dos escritos posteriores. A questão principal parece centralizar-se na sua declaração enfática de identidade com a divindade. "Nós somos transformados e transmutados em Deus" ("History of Philosophy", J. Coplestone, Vol. VII pag. 193). O destino de Jesus foi de ter sido crucificado como criminoso de um lado e, deificação de outro. Tanto Isaac Luria quanto Jesus eram parecidos por serem seguidos pela proliferação de biografia hagiográfica; no caso de Jesus não sendo incluído no cânone. Não é necessário prosseguir esse tópico para o meu propósito presente, mas pode ser seguido em detalhe em "Enthusiasm" por R.A. Knox O.U.P. As características comuns são: a contenção da idéia messiânica no indivíduo, a contenção do messiânico individual no grupo e o problema para o establishment que está relacionado respectivamente com o grupo por um lado, e idéia messiânica, e indivíduo por outro.
É necessário agora retornar à palavra.
DESCRIÇÃO 2 __ CICLO 2 __ se fosse necessário expressar descrições 6 e 7 por uma palavra, a escolha poderia ser feita em termos tais como "religião" ou "cristandade" ou "Deus". Se nenhum desses termos é considerado adequado, uma tentativa poderia ser feita para encontrar os termos adequados por introspecção. Essa tentativa é a busca na mente para o termo suposto existir ou é a procura do significado para o termo; o último é exemplo do significado contendo a palavra. As dificuldades presentes em encontrar a palavra estão descritas nos termos usados por Poincaré procurando pela fórmula matemática, ou por Luria na passagem assinalada acima. Uma idéia melhor do problema é obtida substituindo o termo "declaração" por "palavra" e incluindo na sua definição qualquer ato de expressão. Nos termos categoria C, o problema é análogo a aquele do escultor encontrando sua forma no bloco de seu material; o músico encontrando a forma da notação musical dentre os sons que ele ouve; o homem de ação encontrando as ações que representam seus pensamentos. Uma das peculiaridades dessa discussão consiste no fato de ser um exemplo do problema que é aqui discutido. É a 'tentativa para encontrar a formulação verbal à qual as realizações psicanalíticas se aproximam. Reformulo o problema assim: Psicanálise, como a coisa em si mesmo existiu. Ficou para Freud revelar a formulação contida nela. Por outro lado, uma vez formulada por Freud ela permanece para outros (incluindo o próprio Freud), como o meio para descobrir o significado da conjunção amarrada na formulação.
É necessário postular "pensamento" sem supor que seja essencial ter o pensador. Não devo à essa altura explicar por que. Todo pensar e todos pensamentos são verdadeiros quando não existe o pensador. Em contraste a isso para mentiras e falsidades, o pensador é absolutamente necessário. Em qualquer situação onde o pensador está presente os pensamentos quando formulados são expressões de falsidade e mentiras. O único pensamento verdadeiro é aquele que nunca encontrou o indivíduo para conte-lo ".
Podemos supor que a idéia messiânica tenha como contraparte a "verdade absoluta" para a qual o pensador não é necessário. Isso devo marcar pelo sinal (O). Falsidade é a característica do pensamento dentro do indivíduo ou, pensamento dentro de continente. Segue-se que todo pensamento como é comumente entendido, como sendo atributo do ser humano, é falso, o problema associado com ele sendo o grau e a natureza da falsidade. A mentira é a falsidade associada com "morais".
A idéia messiânica é o termo representando "O" no ponto em que sua evolução e a evolução do pensador interceptam-se. O místico, como visto nas descrições 6 e 7 é o pensador que pretende ter a capacidade para contato direto com O. O grau de falsidade depende se o relacionamento com "O" é comensal, simbiótico ou parasítico:
COMENSAL __ o pensamento "O" e o pensador existem bem independentemente um do outro. Não existe reação, ou, como poderíamos dizer comumente identificando a nós mesmos como pensador, a verdade não foi descoberta embora ela "exista".
SIMBIÓTICO __ O pensamento e o pensador correspondem-se e modificam-se um ao outro através da correspondência. O pensamento prolifera o pensador desenvolve-se.
PARASÍTICO __ o pensamento e pensador correspondem-se mas a correspondência é categoria 2; significando que a formulação é sabida de ser falsa mas é retida como uma barreira contra a verdade que é temida como destruidora para o continente ou vice-versa. A falsidade prolifera até que ela se torne mentira. A barreira da mentira aumenta a necessidade para a verdade e vice-versa.
A posição comensal muda quando o pensamento e pensador aproximam-se. Em termos mais usuais, a situação crítica surge quando a "descoberta" ameaça. É comumente dito que anúncios messiânicos eram bem mais ativos no nascimento de Jesus e é um ponto a ser ressaltado que mais de um investigador parecem estar aproximando-se à descoberta no momento quando a descoberta é feita. A resistência do pensador para o não-pensado pensamento, é característica da categoria 2 __ pensando. O problema crucial parece ser a relativa forca da idéia messiânica e a personalidade que é para “contê-la”. Devemos, entretanto, reconsiderar a personalidade. Para isso devo usar as descrições 6 e 7 corno representações pictóricas (categoria C), das partes compondo a totalidade do indivíduo, não o grupo. Estou presumindo que o leitor guarde na mente teorias existentes da estrutura da personalidade. Não é para supormos que elas devem ser abandonadas ou mesmo modificadas pelo o que segue: Teorias existentes são formulações categoria "F"; o que se passa no consultório é a situação emocional que é ela mesma a intersecção do desenvolvimento O em evolução com outro desenvolvimento O. A descrição que estou dando é, como foi através desse escrito, a formulação categoria "C" que pretendeu ligar o hiato entre o acontecimento único de um lado e a generalizada formulação categoria "F" de outro.
DESCRIÇÃO 3 __ C1CLO 2 __ A idéia messiânica reveste a si própria ou é revestida numa grande variedade de formas. Não há nenhuma razão do porque não deva tomar qual​quer forma e ainda parece existir grande dificuldade para a forma e a idéia alcançarem relacionamento simbiótico ou comensal. Entretanto, não devo prosseguir nessa descrição procurando a formulação pela qual possa transmitir meu significado ao leitor. No mais, posso encontrar o sinal apontando-o para o consultório ou outro campo de ação ou influência aonde ele pode intuir isso para ele mesmo. Similarmente, posso dirigi-lo a procurar e observar cuidadosamente a palavra "cura", quando ele a ouve pronunciada; porque "dentro" dessa palavra ele pode ser capaz de intuir a idéia messiânica. Ele deve permitir que sua atenção estenda-se em formulações nas quais ele mesmo é descrito em termos positivos, porque "dentro" dessas afirmações ele pode ser capaz de intuir a idéia messiânica "contida". Se a afirmação parece externamente estar representando: feriado de verão, ou carro, ou a pessoa, ou o estado, cora o tempo ele será capaz gradativamente de intuir a idéia messiânica corri suficiente freqüência para ser persuadido da realidade, e da habilidade para sentir a presença da idéia messiânica.
Quando disse que podia encontrar um sinal apontando o leitor para o consultório ou outro campo de ação ou influência, estava deliberadamente restringindo o campo de procura para prover o "continente" onde a procura pode ser buscada sem muita dificuldade. Dessa maneira, o leitor pode experimentar relativa e rapidamente o inefável. Ainda é duvidoso se intuição da conjunçãoconstante, ocorrendo no domínio da realidade psíquica, pode jamais ser concebida alcançável rapidamente ou facilmente a não ser que seja por virtude de capacidade excepcional. Deve ser aceito, entretanto, que não pode existir caminho mais curto para o analista. Ele pode esperar que anos de experiência podem habilita-lo a intuir a idéia messiânica quando ele a vê ou reconhecer que essa oportuna esperança é a formulação contendo a idéia messiânica.
A idéia que a idéia messiânica é contida dentro da análise, ou que descrições 6 e 7 podem ser usadas como afirmações categoria "C" ou formulações da personalidade do indivíduo implica que a personalidade pode ser representada pelo relacionamento ♀ __ ♂e que a personalidade tem o relacionamento com a psicanálise.
Tal formulação é útil se ela ajuda o psicanalista para intuir no decorrer da psicanálise, a personalidade externa, que está presente na psicanálise somente por "ouvir dizer" (conhecimento formal). O paciente se torna um pouco menos que a voz pública, relatando que a idéia messiânica es,á circulando. Menciono isso corno a típica complexidade da relação ♀ ♂, que é significativa, devido sua qualificação dos fenômenos que coletivamente são chamados como acting-out. Desejo relacionar esses fenômenos e elementos (que estão fora do domínio do pensamento próprio e somente parecendo pertencer a ele porque eles estão representados "na" psicanálise por afirmações C 3 feitas pelo analisando. O psicanalista e seu analisando, entretanto, parecem estar excluídos do domínio de ação e "confinados dentro" do domínio do pensamento, de tal maneira que eles irão estão na posição para prosseguir seus objetivos psicanalíticos senão por meios psicanalíticos. O que são então seus objetivos psicanalíticos?
A prática psicanalítica mostra que os motivos para qualquer atividade humana são numerosos e complexos. São derivados de um background de desejos sensoriais, logo que um é demonstrado, é óbvio que outros desejos ficam desconhecidos.
Os objetivos do "par" psicanalítico são alcançados por conjecturas e formulados em termos representativos da experiência sensorial pelo menos até o ponto em que o analisando está envolvido. Mesmo os objetos de curiosidade são formulados em termos adequados a background sensorial. Até então como os desejos podem ser afirmados, existirão desejos sensoriais e objetivos sensoriais; o objetivo primordial é manter-se vivo.
Sem exceção esses objetivos e desejos não são relevantes para a psicanálise, nem são provados relevantes para o judaísmo ou cristianismo. É verdade que seus lugares não foram tomados por quaisquer formulações que sejam mais satisfatórias. Enquanto "pensar" é visto como subordinado aos sentidos não há dificuldades. Se "pensar" é a atividade primária, os "objetivos" de contemplação ou meditação são presumidos de existir porque pensar é associado coma história genética como subordinado à atividade muscular; e presume-se tenha objetivo de acordo com o domínio do princípio do prazer.
É possível que. a vacuidade produzida pela subordinação de objetivos sensoriais ao aumento da capacidade para contemplação ou meditação, foi preenchida no decorrer de seus ensinamentos por Jesus, mas como seus ensinamentos foram sujeitados às pressões duplas que descrevi, especificamente aniquilação por destruição física por um lado e honras divinas por outro, nós não sabemos que solução poderia ter tido. Na prática, o problema é protelado porque "pensar" continua a ser função subordinada à satisfação de desejos sensoriais como meio para sobrevivência física.
A conseqüência é que a psicanálise está sob peso de um objetivo que de acordo com seus vários desejos, está atribuída à ela tanto pelo analista como o analisando. Ambos estão privados de preencher seus objetivos, quando o objetivo está presente no domínio de ação e a psicanálise está confinada ao domínio do pensamento, no qual, pensamento é o único meio de satisfação. O "conflito" é entre ação e pensamento, a contraparte, em descrições 6 e 7, se da o conflito expressado na refutação de Santo Agostinho quanto à responsabilidade do cristianismo pela Queda de Roma; no indivíduo as demandas para a ação e gratificação sensoriais associadas com sobrevivência física, conflituam com demanda para a "atividade" mental. O último não pode justificar-se em termos compreensivos ao primeiro. O primeiro não pode se justificar ao último porque seu a​parelho de satisfação sensorial é irrelevante no domínio de pensamento.
Usei o termo "conflito" para descrever a ação e o pensamento, como lembrete do pon​to de vista aceito. O objetivo de usar ♀ __ ♂ é para diferenciar os estados de contensão que, como pensamento e ação previne conflito por conter pensamento e contendo ação no estado comensal mutuamente exclusivo. Nessa condição, pensamento e ação não modificam um ao outro, mas persistem comensalmente na mesma personalidade. Ações que parecem ser compulsivas são na realidade elementos - Beta, confinados ao domínio de ação; e assim separados era oposição a pensamentos que estão confinados ao domínio do pensamento, que é objeto de psicanálise. Similarmente, pensamentos es​tão dentro do domínio do pensamento e não podem ser influenciados por elementos - ( confinados ao domínio de ação. Uma exceção aparente, não real, é provida por elementos C 3, em pensamentos que parecem trazer categoria A para o reino do pensamento, mas são somente categoria C, registros de ação; aí não há conflito.
Os domínios de pensamento e ação são tão próximos, quando a musculatura usada em falar está envolvida com elementos - beta a tal ponto que a distinção entre eles torna-se confusa. A mesma confusão surge se intolerância de frustração conduz para a substituição de pensamentos por ação. Associada à onipotência de pensamento obstrui o próprio uso da musculatura, como um sentimento de desamparo absoluto estimulado por ineficaz ação muscular: esta é muitas vezes a base genética da onipotência. Quando unia está ativa, a outra está presente.
Os parágrafos prévios, dei exemplos ♀ ♂ associado com inside e outside :
1º __ a personalidade, 2º __ a situação analítica, 3º __ domínio de ação, 4º __ domínio de pensamento.
Embora tais exemplos tenham valor psicológico em dar corpo à formulação que pode​ria de outra maneira faltar, seu uso é ruim se ele encoraja o leitor a esperar exemplos posteriores, ao invés de consultar sua prática para provê-los. De acordo com o seu background, o paciente nomeará vários objetos como continentes como "sua mente", o "inconsciente", a "nação"; e muitos outros como "contido", tais corno suas projeções, seu dinheiro, suas idéias. Os objetos são inumeráveis, mas os relacionamentos não são.
O indivíduo sempre exibe algum aspecto de sua personalidade que é estável e constante. Apesar dos fatos ele pode notar isso algumas vezes, ainda que seja muito difícil reconhecer no meio da agitação evidência de estabilidade. de estabilidade pode aparecer somente na regularidade com a qual o paciente atende suas sessões. Nesta estabilidade será encontrada a contraparte do que em descrições 6 e 7 chamei o "establishment". Será mantido com grande tenacidade como a única força provável de conter a contraparte da idéia messiânica. Reciprocamente, a idéia messiânica é a única força provável de agüentar as pressões da contra-parte do establishment no indivíduo. Medos de identificação megalomaníaca com a idéia messiânica estão associadas com a inabilidade de ser uma pessoa unida com o Pai Onipotente. A contraparte do establisliment no indivíduo não está relacionada ao pai ou mãe, mas pode es,ar relacionada a fragmentos de ambos.
Na configuração J y , decisão é sinônimo com seleção para inclusão ou exclusão. Assim o psicanalista tem de decidir de qualquer modo incluir ou excluir ele mesmo dos vários grupos, de incluir ou excluir o paciente de sua prática, de incluir ou excluir a interpretação dada, de incluir ou excluir associações dadas, idéias, experiências e assim por diante. Oestablishment, do grupo tem que decidir incluir ou excluir certos indivíduos. A personalidade decide incluir ou excluir certas características ou, se isso não acontece, incluir ou excluir percepção de suas existências. Antipatizados com o ônus de decisão, ou percepção de responsabilidades para decisão, isso contribui para a formulação de procedimento de seleção, como dogma, leis de ciência, são feitas para agir como substitutivos para julgamento, ou bode espia​tório premeditadamente reconhecido para o culpado no exercício de responsabilidade.
CONCLUSÃO __ A configuração para a qual chamei a atenção pode parecer ter a penumbra de associações que retém a função esclarecedora nas circunstâncias em que são chamadas a influir. Em outros termos, a luz, o conhecimento que elas espalham distorce por super-enfatizar os elementos do passado (e portanto irrelevantes) e suprime elementos desconhecidos (e portanto relevantes). Uma vez que a constância da configuração é reconhecida, sua natureza pode ser conhecida e relacionada à teoria psicanalítica. Reciprocamente, a teoria pode ser reformulada quando da requer reajustamento.
A formulação primitiva de ♀ ♂ em categoria C, termos de peito e de boca, pênis e vagina, têm a simplicidade de todas as formulações de categoria C. Embora as descrições 6 e 7 parecem mais complexas, elas também compartilham a marca de todas as formulações categoria C. Ambas parecem diferir da configuração representada pela teoria kleiniana de interação recíproca de posição esquizoparanóide e depressiva. Estou relutante de aceitar essa separação aparente, embora não possa sugerir qualquer formulação satisfatória que mostraria a harmonia subjacente. A aproximação para sua descoberta pode existir através de investigação do efeito ruptor de síntese criativa. Ou, para por em termos categoria "C", o relacionamento entre o místico e o seu grupo.
* Lido perante a Sociedade Psicanalítica Britânica em 1966. Publicado no livro "Attention and Interpretation", Editora Heinemann, Londres, 197O.
Tradução de Carlos Heleodoro Pinto Affonso e Maria Regina Minarski Affonso. Revisão Frank Philips.

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