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ESQUISTOSSOMOSE Profa. Dra .Tatiane R. de Oliveira Disciplina: Parasitologia Curso: Enfermagem MORFOLOGIA Schistosoma mansoni Vermes Adultos: Macho: 1 cm, tegumento esbranquiçado apresentando pequenas projeções denominadas tubérculos. Corpo dividido em 2 porções: -região anterior: os órgãos de fixação (ventosas oral e acetábulo), - região posterior: canal ginecóforo (dobras laterais) que serve para albergar a fêmea na hora da fecundação. Ausência de órgão copulador Massas testiculares Ventosa oral Acetábulo Dimorfismo sexual MORFOLOGIA Fêmea: mede 1.5 cm, cor escuro (pela presença de sangue sendo digerido), tegumento liso. Corpo dividido em 2 porções: -Anterior: órgão fixadores (ventosa oral e ventral), -Posterior: glândulas vitelinas e ceco Aparelho genital feminino constituído de vulva, útero e ovário. Produção diária: 300 ovos/dia apenas 22% são eliminados nas fezes. Ovo: formato oval -Presença de espículo, o qual é característico da espécie. -Ovos maduros podem ser observado o miracídio. -Forma encontrada junto as fezes dos indivíduos infectados. Espículo Miracídio MORFOLOGIA Miracídio: forma cilíndrica e corpo ciliado (movimentação). -Extremidade anterior: TEREBRATORIUM (papila apical) estão localizadas as glândulas de penetração e sensoriais. -Células germinativas: originam os esporocistos. -Fototropismo e quimiotropismo (atraídos por substâncias eliminadas pelo caramujo Biomphalaria) -Processo de invasão: 10-15 min Cercária: -Presença de duas ventosas: Oral: contendo glândulas de penetração (proteases) Ventral: utilizada para fixação a pele do hospedeiro -Cauda bifurcada: movimentação da água sendo perdida após o processo de penetração. Hospedeiro Intermediário -Moluscos da Família Planorbidae Gênero:Biomphalaria Espécies: B. glabrata (RN até MG) B. straminea (Ceará e zonas de agreste nordestino) B. tenagophila (região sudeste do país) -Vasta distribuição geográfica - Rios até valas alagadas matéria orgânica - Não vivem em baixos pH CICLO BIOLÓGICO 8 horas FATORES AMBIENTAIS Casal de adultos migram para as veias mesentéricas inferiores e a fêmea inicia a ovoposição: os ovos podem migrar para a luz do intestinal ou migrarem para o fígado. 8 dias Molusco: hospedeiro intermediário Homem: hospedeiro definitivo DESENVOLVIMENTO NO HUMANO • A cercária consegue fixar as ventosas e começa a penetração pela pele do hospedeiro (15 minutos), utilizando os produtos das glândulas de penetração. • A cercária perde a cauda e começa a migrar pelo tecido subcutâneo onde são chamadas de ESQUISTOSSÔMULOS. ESQUISTOSSÔMULOS CORAÇÃO PULMÕES SISTEMA PORTA INTRA- HEPÁTICO VERMES ADULTOS ACASALADOS VEIAS MESENTÉRICAS e PLEXO HEMORROIDÁRIO OVOS LOCALIZAÇÃO DO PARASITA Os vermes adultos (acasalados) se localizam na região das veias mesentéricas. 35 dias após a infecção primária, a fêmea começa a postura de ovos. Os ovos são depositados nos capilares e vênulas e sua migração para luz intestinal (sigmoide e reto) demora ± 6 dias (tempo de maturação do ovo). DESENVOLVIMENTO NO MOLUSCO Miracídio: após a penetração em qualquer parte do tegumento, a larva perde as glândulas de penetração além de outras estruturas transformando-se num saco de células germinativas. Esporocistos 1ªrio e 2ªrio: estrutura em intenso processo de multiplicação (células germinativas) que se diferenciam em cercárias. Ovo: expectativa de sobrevivência de 5 dias a espera de água. Cercária: são eliminadas para o meio externo através de vesículas a partir do epitélio do manto e pseudobrânquia do caramujo. B. glabrata: 4.500/dia B. straminea: 400/dia TRANSMISSÃO Penetração ativa das cercárias na pele e mucosas. Áreas mais atingidas são pés e pernas (contato com água contaminada). Locais de maior transmissão: Valas de irrigação, açudes, pequenos córregos contaminado com fezes contendo ovos e que tenha a presença do hospedeiro intermediário . PATOGENIA Associada a vários fatores: carga parasitária adquirida, imunidade do hospedeiro, cepa do parasita, idade e estado nutricional. CERCÁRIA: Dermatite cercariana (sensação de comichão, eritema, edema, pequenas pápulas e dor) ESQUISTOSSÔMULOS: nos pulmões e nos vasos do fígado (febre, eosinofilia, linfadenopatia generalizada, hepato e esplenomegalia). VERMES: os mortos causam lesões no fígado (granulomas) Os vivos tem ação espoliativa: consumido de 2,5 mg de Fe/dia. OVOS: Elemento fundamental da patogenia da esquistossomose. Luz intestinal: hemorragias Fígado: granulomas (deposição de ovos + reação inflamatória granulomatosa: antígeno solúvel). Fases de desenvolvimento do granuloma: -Fase necrótica exsudativa: grande quantidade de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos. -Fase produtiva ou de reação histiocitária: reparação da área atingida. -Fase de cura ou fibrose: formação do granuloma endurecido (nódulo) com calcificação dos ovos. Lesões granulomatosas são responsáveis pelas variações clínicas e complicações digestivas e circulatórias. ESQUISTOSSOMOSE AGUDA - SINTOMATOLOGIA • Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção. Assintomática ou inaparente. Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda. • Fase aguda toxêmica: 50 a 120 dias após a infecção. Disseminação elevada de ovos, Intestino promove enterocolite aguda (diferenciada de outra doenças infecciosas) Fígado promove a formação de granulomas. Sudorese, calafrios, emagrecimento, eosinofilia, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato- esplenomegalia discreta, alterações das transaminases, etc. (sintomas derivados da hipersensibilidade do hospedeiro aos antígenos solúveis). PATOGENIA ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA Forma intestinal: A maioria benigna. - Disenteria muco-sanguinolenta e dor abdominal, tenesmo -Formação de alguns granulomas Casos crônicos graves: -Fibrose da alça retossigmóide, diminuição do peristaltismo e constipação constante (prisão de ventre), Forma hepática: No início: o fígado aumentado e doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas (fibrose do órgão). Fibrose periportal com obstrução dos ramos intra- hepáticos da veia porta que leva a HIPERTENSÃO PORTAL HIPERTENSÃO PORTAL • Esplenomegalia: congestão do ramo esplênico (veia esplênica do sistema porta) provocada por um fenômeno imunoalérgico. • Varizes: uma rede de canais desenvolvida para compensar a circulação anormal intra-hepática e a hipertensão portal. As “varizes esofagianas” podem se romper provocando hemorragias muitas vezes fatal. • Ascite (Barriga d`água) DIAGNÓSTICO Métodos Parasitológicos: Presença de ovos • Exame de fezes métodos de sedimentação por centrifugação com base na alta densidade dos ovos. métodos de concentração por tamização (Kato-Katz) o mais utilizado. A procura de ovos não somente tem valor diagnóstico, mas também representa um método semi-quantitativo para estimar a carga parasitária do indivíduo. • Ultrassonografia: Presença de fibrose Recomendado na fase crônica para detecção de alterações hepáticas. Métodos Imunológicos: pouco usado no serviço de rotina• Intradermorreação: é um teste alérgico que se baseia na medida da pápula formada 15 minutos após a inoculação intradérmica de antígeno de verme adulto. Reação positiva em crianças superior a 1,0 cm e em adultos superior a 1,2 cm. Não serve como critério de cura – a reação não se torna negativa após tratamento. • ELISA (*): Títulos de anticorpos permanecem altos por muito tempo mesmo após a cura. TRATAMENTO • Oxamniquina: Age sobre as formas adultas e jovens do parasito – inibindo síntese de ácidos nucléicos. 15 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. Crianças em duas doses de 10 mg/kg, após as refeições. Efeitos colaterais variados desde cefaleia até mudanças de comportamentos (pacientes neurológicos). Existe falha no tratamento em até 46% da população. • Praziquantel: Age sobre as formas adultas e jovens do parasito – lesa o tegumento e induz contração muscular do parasita. 60 mg/kg/3 dias, via oral. Efeitos colaterais raros: dor abdominal, cefáleia e sonolência. PROFILAXIA Tratamento dos doentes Saneamento básico e educação Controle do molusco (biológicos)
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