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APRESENTAÇÃO A Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior-Redeagentes é um programa desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC por intermédio da Secretaria de Comércio Exterior-SECEX, em parceria com diversas instituições públicas e privadas, com o objetivo de difundir a cultura exportadora e estimular a inserção de empresas de pequeno e médio porte no mercado externo, mediante a realização de treinamentos, cursos e oficinas voltados para a exportação. Esta apostila integra o material didático que é utilizado no ―Treinamentos para Agentes de Comércio Exterior‖ e no ―Treinamento em Exportação para Empresas de Pequeno Porte‖- Treinamento EPP. Recomendamos que as referências de sítios e endereços eletrônicos citados sejam consultados no decorrer da leitura, com o propósito do leitor obter sempre informações atualizadas sobre o tema. Página em branco ÍNDICE 1 Módulo 1- Panorama do Comércio Exterior Brasileiro 11 1.1 O Comportamento das Exportações Brasileiras e Mundial 11 1.2 A Corrente de Comércio e a Balança Comercial Brasileira 13 1.3 O Saldo da Balança Comercial Brasileira 14 1.4 Concentração das Exportações Brasileiras 15 1.5 O Porte das Empresas e as Exportações Brasileiras 20 1.5.1 Metodologias para Classificação do Porte das Empresas 21 1.5.2 As Exportações Brasileiras por Porte de Empresas 22 1.6 Estatísticas de Comércio Exterior Elaboradas pelo MDIC 26 1.6.1 Histórico do Sistema de Apuração e Disseminação 26 1.6.2 A Relevância das Estatísticas de Comércio Exterior 27 1.6.3 Estatísticas de Comércio Exterior Disponíveis no Site do MDIC 27 1.6.4 Sistemas de Estatísticas online do MDIC 28 1.7 Ações Governamentais para Fomentar as Exportações 29 1.7.1 Cultura Exportadora 29 1.7.2 Plano Nacional da Cultura Exportadora-PNCE 30 1.7.3 Programa Redeagentes 33 1.7.3.1 Características Básicas dos Cursos e Treinamentos do Redeagentes 34 1.7.4 Aprendendo a Exportar 36 1.7.4.1 Simulador de Preço de Exportação 37 1.7.4.2 Fluxograma de Exportação 38 1.7.4.3 Modalidades de Pagamento 38 1.7.4.4 INCOTERMS – Termos Internacionais de Comércio 38 1.7.4.5 Multimídia 200 Anos de Comércio Exterior 38 1.7.5 Encontros de Comércio Exterior- ENCOMEX 39 1.8 COMEX RESPONDE – Serviço de Solução de Dúvidas 40 1.9 O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 43 1.9.1 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e seus Departamentos 45 1.9.2 Ouvidoria do MDIC 47 2 Módulo 2 – A Decisão de Exportar 48 2.1 A Elaboração do Projeto de Internacionalização da Empresa 48 2.2 Engenharia da Exportação 48 2.3 Por que Exportar? 49 2.4 Quem pode Exportar? 51 2.5 Para onde Exportar? 52 2.6 Quando Exportar? 53 2.7 Como Exportar? 53 2.8 O que Exportar? 54 2.9 Como não Exportar? 55 2.10 Para quem Exportar? 57 2.11 O Universo do Exportador 58 2.12 Adaptação do Produto 58 2.13 Avaliação da Engenharia da Exportação 59 3 Módulo 3 – Conhecendo o Comércio Internacional 63 3.1 Classificação de Mercadorias 63 3.1.1 Nomenclatura de Mercadorias 63 3.1.2 Sistema Harmonizado (SH) 64 3.1.3 Nomenclatura Comum do Mercosul-NCM 65 3.1.4 Dúvidas sobre Classificação de Mercadorias 65 3.2 Termos Internacionais de Comércio – INCOTERMS 66 3.3 Barreiras à Exportação 70 3.4 Acordos Comerciais e Preferências Tarifárias 72 3.4.1 Acordos Multilaterais 73 3.4.2 Integração Regional 80 3.4.3 Acordos Internacionais de Comércio 81 3.4.4 Preferências Tarifárias 82 3.4.5 Preferência Contingenciada 82 3.4.6 Acordos Preferenciais do Brasil no Âmbito da Associação Latino-Americana de Integração 82 3.4.6.1 A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) 82 3.4.6.2 Tipos de Acordo no Âmbito da ALADI 83 3.4.6.3 Acordos de Alcance Parcial (AAPs) 83 3.4.6.4 Acordos de Alcance Regional (AAR) 86 3.4.6.5 Pesquisando Preferência Tarifária 88 3.4.7 Regime de Origem 89 3.4.7.1 Regime Geral de Origem da ALADI – Resolução nº 252 90 3.4.7.2 Regime de Origem Próprio 90 3.4.7.3 Regime Misto 91 3.4.7.4 Entidades Credenciadas a Emitir Certificados de Origem 91 3.4.7.5 Resumo dos Acordos de Preferências Tarifárias dos Quais o Brasil Participa 91 3.4.8 Acordos de Complementação Econômica 91 3.4.8.1 Acordo de Complementação Econômica nº 02 92 3.4.8.2 Acordo de Complementação Econômica nº 14 92 3.4.8.3 Acordo de Complementação Econômica N.º 35 – MERCOSUL- Chile 92 3.4.8.4 Acordo de Complementação Econômica Nº 36 – MERCOSUL- Bolívia 93 3.4.8.5 Acordo de Complementação Econômica nº 53 – Brasil-México 93 3.4.8.6 Acordo de Complementação Econômica n° 54 – MERCOSUL- México 93 3.4.8.7 Acordo de Complementação Econômica n° 55 – MERCOSUL- México (setor automotivo) 94 3.4.8.8 Acordo de Complementação Econômica n° 58 – MERCOSUL- 94 Peru 3.4.8.9 Acordo de Complementação Econômica n° 59 – MERCOSUL- Comunidade Andina (Colômbia, Equador e Venezuela). 94 3.4.8.10 Acordo de Complementação Econômica n° 62 – MERCOSUL- Cuba 95 3.4.8.11 Acordo de Complementação Econômica n° 69 – Brasil- Venezuela 95 3.4.8.12 Acordo de Alcance Parcial – Artigo 25 do Tratado de Montevidéu/80 nº 38 – Brasil-Guiana 95 3.4.8.13 Acordo de Alcance Parcial – Artigo 25 do Tratado de Montevidéu/80 nº 41 – Brasil-Suriname 96 3.4.8.14 Acordo MERCOSUL-Índia 96 3.4.8.15 Acordo MERCOSUL-SACU 96 3.4.8.16 Acordo MERCOSUL-Israel 97 3.4.8.17 Acordo MERCOSUL- Egito 97 3.4.8.18 Acordo MERCOSUL- Palestina 98 3.4.9 Normas de Origem Não-Preferenciais 98 3.4.10 Investigações de Origem 98 3.4.11 Sistema Geral de Preferências (SGP) 99 3.4.11.1 Países Outorgantes de Preferências 99 3.4.11.2 Identificação dos Produtos Beneficiados 100 3.4.11.3 Obtenção do Benefício 100 3.4.11.4 Resumo dos Esquemas do SGP dos Principais Outorgantes 101 3.4.11.5 Canadá 102 3.4.11.6 Estados Unidos 102 3.4.11.7 Japão 103 3.4.11.8 Suíça 103 3.4.11.9 Noruega 104 3.4.11.10 Turquia 104 3.4.11.11 Nova Zelândia 104 3.4.11.12 Comunidade Econômica da Eurásia 104 3.4.12 Regras de Origem 105 3.4.13 Administração do Sistema Geral de Preferências no Brasil 105 3.4.14 Sistema Global de Preferências Comerciais 106 3.4.14.1 Objetivos 106 3.4.14.2 Países Membros 106 3.4.14.3 Listas de Concessões 107 3.4.14.4 Regime de Origem 107 3.4.15 Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia- INMETRO 107 3.4.15.1 Metrologia e Comércio 107 3.4.15.2 Avaliação da Conformidade e Comércio 108 3.4.15.3 Certificação 108 3.4.15.4 Declaração da Conformidade do Fornecedor 109 3.4.15.5 Inspeção 109 3.4.15.6 Ensaio 109 3.4.15.7 Etiquetagem 109 3.4.15.8 Ponto Focal do Acordo sobre Barreiras Técnicas 110 3.4.15.9 Inovação 111 3.4.16 SIBRATEC - Sistema Brasileiro de Tecnologia 112 3.5 Modalidades de Pagamento 114 3.5.1 Remessa Direta de Documentos (Remessa sem Saque) 115 3.5.2 Cobrança Documentária 116 3.5.3 Carta de Crédito (Crédito Documentário) 117 3.5.4 Pagamento Antecipado 118 3.5.5 Outras Modalidades de Pagamento 119 3.6 Defesa Comercial 119 3.6.1 Medidas Antidumping 120 3.6.2 Medidas Compensatórias 121 3.6.3 Salvaguardas 122 3.6.4 Apoio ao Exportador 122 3.7 Financiamento às Exportações 123 3.7.1 Exportações Financiadas 123 3.7.2 Financiamento à Produção Destinada à Exportação (Fase Pré- Embarque) 125 3.7.3 Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) 125 3.7.4 ACC Indireto 126 3.7.5 BNDES Exim127 3.7.6 BNDES Exim Pré-Embarque 128 3.7.7 BNDES Exim Pré-Embarque Empresa Âncora 128 3.7.8 Financiamento à Comercialização de Bens e Serviços (Pós- embarque) 129 3.7.9 Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) 130 3.7.10 BNDES Exim Pós-Embarque 131 3.7.11 BNDES Exim Automático 132 3.7.12 Programa de Financiamento às Exportações-PROEX 132 3.7.13 PROGER Exportação 133 3.7.14 Financiamento com Recursos do Próprio Exportador ou de Terceiros 134 3.8 Garantias 134 3.8.1 Carta de Crédito (Pós-Embarque) 135 3.8.2 Fundo Garantidor para Investimentos 135 3.8.3 Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) (Pós- Embarque) 136 3.8.4 Seguro de Crédito (Pré e Pós–Embarques) 137 3.8.5 Seguradoras de Crédito à Exportação 140 3.8.6 Fundo de Garantia à Exportação (FGE) 142 3.8.7 Comitê de Financiamento e de Garantias das Exportações - (COFIG) 142 3.8.8 O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a propriedade Intelectual e o Comércio Exterior 143 3.8.8.1 O que Significa a Propriedade Intelectual (PI) 143 3.8.8.2 Como o INPI Atua junto à Sociedade Brasileira 144 3.8.8.3 Outras informações sobre o INPI 144 4 Módulo 4 - Preparando-se para exportar 146 4.1 Avaliação da Capacidade Exportadora 146 4.2 Pesquisa de Mercado 149 4.2.1 ALICEWEB 150 4.2.1.1 Acesso ao Sistema AliceWeb 151 4.2.1.2 Módulos de Pesquisa 151 4.2.1.3 Variáveis de Consulta – Conceitos e Definições 152 4.2.1.4 Tipos de Consulta 156 4.2.1.5 Períodos Disponíveis 157 4.2.1.6 Como Consultar 157 4.2.1.7 Balança Comercial 164 4.2.1.8 Tabelas Auxiliares 166 4.2.1.9 Geração de Arquivos 166 4.2.1.10 Módulos de Municípios 167 4.2.2 ALICEWEB-MERCOSUL 168 4.2.2.1 Apresentação 168 4.2.2.2 Cadastro 169 4.2.2.3 Módulos de Consulta 170 4.2.2.4 Consultas 171 4.2.3 Sistema Radar Comercial 172 4.2.3.1 Como Acessar o Sistema 173 4.2.3.2 Operação (Funcionamento) do Sistema 174 4.2.3.3 Passo-a-passo para Pesquisar Produtos e Setores 176 4.2.3.4 Pesquisar um ou mais Produtos (ou Setor) em um Determinado País ou no Mundo 176 4.2.3.5 Pesquisar um Produto em mais de um País ou no Mundo 183 4.2.3.6 Pesquisar um Setor em mais de um País ou no Mundo 184 4.2.3.7 Pesquisar os Países Fornecedores (Países de Origem) de um Produto/Setor para Determinado País ou para o Mundo 185 4.2.3.8 Pesquisar os Países Compradores (Países de Destino) de um Produto de Determinado País ou para o Mundo 185 4.2.3.9 Pesquisar as Medidas Tarifárias Vigentes em um País para Determinado Produto 186 4.2.3.10 Pesquisar as Medidas Não-Tarifárias Vigentes em um País para Determinado Produto 187 4.2.3.11 Observações sobre os Relatórios 188 4.2.3.12 Procedimentos para Consultar Exportações por País 189 4.2.3.13 Procedimentos para Consultar Importações por País 189 4.2.3.14 Principais Termos e Conceitos Utilizados 189 4.2.3.15 Interpretação dos Dados Gerados pelo Sistema 191 4.2.3.16 Identificação de Oportunidades de Negócios para Exportadores Brasileiros 191 4.2.3.17 Formulação de Estratégias de Promoção Comercial (Governo e Iniciativa Privada) 192 4.2.3.18 Orientação para o Planejamento do Desenvolvimento Regional 192 4.2.3.19 Direcionamento dos Fluxos de Investimentos Voltados para Exportação 193 4.2.3.20 Balizamento dos Interesses do Brasil em Negociações Internacionais 193 4.2.4 Apex Brasil 193 4.2.5 Projetos Setoriais com Entidades Parceiras 194 4.2.6 Programa de Internacionalização de Empresas 195 4.2.7 Unidades de Atendimento 197 4.3 CAPTA (Consulta aos Acordos de Preferências Tarifárias) 198 4.4 BRASIL EXPORT – Guia de Comércio Exterior e Investimentos (BE) 200 4.4.1 Conteúdo da Área Exportar 203 4.5 Entidades Privadas de Apoio ao Exportador 203 4.5.1 Câmaras de Comércio 203 4.5.2 Entidades de Classe 204 4.5.3 International Trade Centre 205 4.6 Princípios de Marketing 205 4.6.1 Introdução 206 4.6.2 O Conceito de Marketing 206 4.6.3 Marketing Internacional 208 4.6.4 A Administração de Marketing 209 4.6.5 O Plano de Marketing 210 4.6.6 Análise Situacional 213 4.6.7 Estabelecendo Objetivos e Metas 216 4.6.8 Escolhendo a Estratégia de Marketing 216 4.6.9 Pesquisa de Mercado 216 4.6.10 Definição do Mercado-Alvo 221 4.6.11 Ambiente de Marketing 223 4.6.12 Segmentação de Mercado 228 4.6.13 Posicionamento de Marca 230 4.6.14 Mix de marketing: os 4 Ps 232 4.6.15 Produto 234 4.6.16 Praça 236 4.6.17 Promoção 238 4.6.18 Preço 244 4.6.18.1 Formação do Preço de Exportação 245 4.6.18.2 Simulador de Preço de Exportação 246 4.6.19 Implementação do Plano de Marketing 248 4.6.20 Controle de Marketing 248 4.7 SISPROM - Sistema de Registro de Informações de Promoção 250 4.8 Vitrine do Exportador (VE) 251 4.9 Formas e Modalidades de Comercialização Exportadora 257 4.9.1 Exportação Direta 257 4.9.2 Exportação Indireta 259 4.10 Regimes Aduaneiros 262 4.10.1 Sobre os Regimes Aduaneiros 262 4.10.2 Território Aduaneiro 264 4.10.3 Direitos Aduaneiros 265 4.10.4 Portos Secos 265 4.10.5 Admissão Temporária 266 4.10.5.1 Admissão Temporária para Utilização Econômica 268 4.10.5.2 Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo 268 4.10.6 Trânsito Aduaneiro 269 4.10.7 Entreposto Aduaneiro 271 4.10.8 Entreposto Aduaneiro na Importação 274 4.10.9 Entreposto Aduaneiro na Exportação 274 4.11 Exportação Temporária 276 4.11.1 Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo 278 4.12 Drawback 279 4.12.1 Drawback Integrado Suspensão 281 4.12.2 Drawback Integrado Isenção 281 4.12.3 Drawback Restituição 281 4.12.4 Aspectos Gerais sobre Regime de Drawback 281 4.12.5 Drawback Web 282 4.12.6 Passo a Passo – Drawback 283 4.12.7 Cartilha do Drawback Integrado 283 4.13 Câmara de Comércio Exterior -CAMEX 284 4.13.1 Competências da CAMEX 285 4.13.2 Áreas de Atuação 287 4.13.3 Como Encaminhar Propostas de Comércio Exterior para a CAMEX? 287 4.14 Programa Brasileiro de Zonas de Processamento de Exportação 287 4.15 Plano de Internacionalização 290 4.15.1 Por Que o Plano 290 4.15.2 Plano de Exportação 290 4.15.2.1 Ações Preliminares 290 4.15.2.2. Estrutura de um Plano Estratégico de Exportação 290 4.15.2.3 Passos para o Plano de Exportação (Tarefas) 291 5 Módulo 5- Como Exportar 293 5.1 Registros da Exportação (Siscomex) – RE 293 5.1.1 Dispensa de RE 293 5.1.2 Como Efetuar o RE 294 5.1.3 Preenchimento do RE 294 5.1.4 Prazo de Validade do RE 294 5.1.5 Sobre o RE não Utilizado 295 5.2 Despacho Aduaneiro de Exportação 295 5.2.1 Etapas do Despacho Aduaneiro de Exportação 295 5.2.1.1 Primeira Etapa – Registro da Declaração para Despacho de Exportação – DDE no Siscomex 295 5.2.1.2 Segunda Etapa – Confirmação da Presença da Carga 296 5.2.1.3 Terceira Etapa - Entrega dos Documentos 296 5.2.1.4 Quarta Etapa – Fiscalização Aduaneira Parametrizada 297 5.2.1.5 Quinta Etapa – Desembaraço Aduaneiro 297 5.2.1.6 Sexta Etapa – Registros dos Dados de Embarque 297 5.2.1.7 Sétima Etapa - Averbação do Embarque 297 5.2.1.8 Oitava Etapa – Emissão de Comprovante de Exportação 298 5.3 Exportação Simplificada 298 5.3.1 Declaração Simplificada da Exportação – DSE 298 5.3.2 Registro de Exportador das Pessoas Físicas 300 5.3.3 Despacho Aduaneiro Simplificado 301 5.3.3.1 Despacho Simplificado com Registro no Siscomex 301 5.3.3.2 Despacho Simplificado sem Registro no Siscomex 302 5.3.4 Exporta Fácil 302 5.4 Exportação em Consignação 3055.4.1 Reimportação- Retorno da Mercadoria Exportada em Consignação 306 5.5 Documentos de Exportação 306 5.5.1 Para Negociação com o Potencial Importador 307 5.5.2 Para Controle Governamental 309 5.5.3 Para Fins Fiscais e Contábeis 310 5.5.4 Para Embarque para o Exterior 316 5.5.5 Para Negociação com o Banco 318 5.5.6 Certificado de Origem 321 5.5.7 Legalização Consular 323 5.6 Liquidação da Operação (Câmbio) 323 5.6.1 Aspectos Cambiais 323 5.6.2 Alteração no Contrato de Câmbio 323 5.6.3 O Cancelamento do Contrato de Câmbio 324 5.6.4 Fechamento do Contrato de Câmbio 325 5.6.5 Liquidação do Contrato de Câmbio 326 5.7 Fluxograma da Exportação 327 6 Informações adicionais e exercícios 329 6.1 Sobre a Portaria SECEX nº 23 329 6.2 Sobre Exportação de Serviços 332 6.3 Serviços Oferecidos pelo INMETRO 333 6.3.1 Alerta Exportador 333 6.3.2 Denuncie Barreiras Técnicas 333 6.3.3 Solicite Textos Completos 334 6.3.4 Comente as Notificações 334 6.3.5 Consulta às Notificações 335 6.3.6 Solicitação de Informações 335 6.3.7 Exigências Técnicas – Países x Produtos 336 6.4 Programa Portal Único de Comércio Exterior 336 6.5 Exercícios 338 6.5.1 Exercício de Modalidades de Pagamento 338 6.5.2 Exercícios de Pesquisa de Mercados 339 7 Créditos 347 11 Módulo 1 Panorama do Comércio Exterior Brasileiro 1.1. O Comportamento das Exportações Brasileiras e Mundial As exportações estão entre as principais forças propulsoras do crescimento de um país, pois são instrumento de geração de divisas, emprego e renda. Assim, são de fundamental importância a implantação, manutenção e aperfeiçoamento de políticas públicas que incentivem seu crescimento. No período compreendido entre os anos de 2004 e 2011, as exportações brasileiras mantiveram-se em expansão, com exceção de 2009, ano marcado pela crise financeira iniciada nos Estados Unidos, cujos efeitos foram irradiados para todo o comércio mundial. Em 2011, o Brasil registrou exportação recorde de US$ 256 bilhões, superando em 26,8% o resultado do ano anterior. Este valor é um indicativo que o país prosseguiu com a sua política de abertura econômica e maior inserção no comércio mundial. De 2001 a 2008, as exportações brasileiras cresceram a uma taxa média anual de 19,4%, passando de US$ 58 bilhões para US$ 198 bilhões. Já de 2009 a 2011, o incremento médio anual foi de 29,4%, mostrando a retomada do ritmo das exportações brasileiras após a crise de 2009. É importante assinalar que esse impulso recente foi sustentado, em grande medida, pela ascensão dos preços internacionais de commodities agrícolas e minerais, proporcionada pela forte demanda chinesa. De 2011 a 2014 observa-se queda no valor total exportado, afetado principalmente pela redução dos preços das commodities minerais, em especial o minério de ferro. Observa-se que, apesar do aumento significativo do volume de bens exportados, em especial entre 2005 e 2011, apesar da crise econômica internacional de 2009, a partir de 2011 as exportações perderam dinamismo e apresentaram crescimento negativo, sendo que na comparação entre 2014 – 2013, a redução dos bens exportados apresentou uma redução de 7% em valor. 12 Exportações Brasileiras (em US$ bilhões) Fonte: MDIC/SECEX. As exportações mundiais também seguiram em ritmo crescente até 2008, passando de US$ 9,0 trilhões em 2004 para US$ 15,7 trilhões em 2008. Em 2009, ano da crise, esse número caiu para US$ 12,2 trilhões, retomando o crescimento em 2011, quando atingiu US$ 17,9 trilhões. Entre 2011 a 2012 observou-se a manutenção dos valores comerciados em virtude da redução dos preços das commodities minerais, inclusive o petróleo. Entre 2012 e 2013, as exportações mundiais tiveram um ligeiro aumento na ordem de 2,23%. Essa elevação das exportações mundiais efetivou-se pelo desempenho dos países ditos em desenvolvimento, haja vista que as nações industrializadas tiveram suas economias mais fortemente afetadas pela crise, inclusive perdendo market share no comércio mundial. Exportações Mundiais (em US$ trilhões) Fonte: MDIC/SECEX 13 Tomando por base o período 2004 a 2013, observa-se que as exportações mundiais cresceram 103,3%, enquanto as exportações brasileiras avançaram 149,5%, mostrando a ampliação da participação brasileira nas exportações mundiais, passando de 1,08% em 2004 para 1,33% em 2013. Participação do Brasil no Comércio Internacional (em percentual) Fonte: MDIC/SECEX, ano 2014 1.2. A Corrente de Comércio e a Balança Comercial Brasileira A corrente de comércio representa o somatório do fluxo de mercadorias efetuado por um país, estado ou região, num determinado período, abrangendo o total das exportações e importações. É um razoável indicador da atividade econômica relacionada às operações de comércio internacional, pois mede o aumento dos negócios do país com o exterior. Quando é comparada com o Produto Interno Bruto (PIB), exprime o grau de abertura econômica do país, No período de 2005 a 2014, observa-se um grande crescimento na corrente de comércio do Brasil, apesar de algumas inversões na tendência de aumento, como ocorreu em 2009, em 2012 e em 2014. Em relação ao ano de 2013, o ano de 2014 apresentou uma variação negativa da ordem de 5,7%. Entre 2005 e 2014 o [(Σ exportação + Σ importação)/PIB]. 14 aumento percentual na corrente de comércio do Brasil foi de 183,75%. Entre 2004 e 2014, a corrente de comércio externo do Brasil aumentou de US$ 160 bilhões para US$ 454 bilhões, registrando um aumento de 183,75%. Observa-se que a corrente comercial diminuiu sensivelmente no ano de 2009 em relação a 2008, na ordem de 24,3%, havendo a retomada do crescimento em 2010, elevação essa de 36,7%. Com relação às componentes da corrente de comércio, a taxa de crescimento das exportações foi maior que a das importações entre 2004 a 2005, entretanto no período 2006 a 2014 as importações foram mais dinâmicas que as exportações, reduzindo, com isso, o saldo comercial. Corrente de Comércio do Brasil (em US$ bilhão) Fonte: MDIC/SECEX. 1.3 O Saldo da Balança Comercial Brasileira A balança comercial mostra a diferença entre as exportações e as importações de mercadorias. Quando o valor total exportado é maior que o importado, tem-se um saldo positivo, ou superávit. Já um saldo negativo ou déficit, é apontado quando o total das importações supera o valor total das exportações. Em caso de superávit, interpreta-se que a receita com as exportações é mais que suficiente para cobrir os gastos com as importações, ou seja, a balança comercial apresenta um grau de cobertura (relação entre exportação/importação) maior que a unidade. 15 Durante o período de 2004 a 2013, a balança comercial do Brasil apresentou saldo superavitário, atingindo o ápice em 2006, quando o superávit chegou a US$ 46,5 bilhões. Em 2013, devido à perda de dinamismo das exportações nacionais, provocado entre outras coisas pela redução dos preços das commodities exportadas e pela valorização cambial, o saldo da Balança Comercial brasileira registrou superávit de apenas US$ 2,286 bilhões e em 2014 um déficit de US$ 3,959. Saldo da Balança Comercial (em US$ bilhão) Fonte: MDIC/SECEX, ano 2014. 1.4. Concentração das Exportações Brasileiras O Brasil apresenta uma alta concentração de sua pauta exportadora,onde apenas 15 produtos: complexo soja, minérios, petróleo e combustíveis, material de transporte, carnes, químicos, produtos metalúrgicos, açúcar e etanol, máquinas e equipamentos, papel e celulose, café, calçados e couro, equipamentos elétricos, metais e pedras preciosas e têxteis responderam por 88,20% das vendas externas em 2014, como poderemos verificar na tabela a seguir: 16 Fonte: MDIC/SECEX O perfil de concentração das exportações brasileiras é observado também em outras variáveis, como: a) As 35 principais empresas concentram 88% do valor total exportado, correspondentes à US$ 105,5 bilhões; b) O número de empresas exportadoras vem se reduzindo ao longo do período analisado (2004-2014), conforme se pode observar no quadro a seguir: Fonte: MDIC/SECEX 17 c) Os dez principais estados exportadores representam 88% do valor total exportado: Fonte: MDIC/SECEX d) Os cinco principais países destinos concentram 45% das exportações: Fonte: MDIC/SECEX 18 Fonte: MDIC/SECEX No tocante aos mercados de destino, somente cinco países absorveram cerca de 45% do total das vendas externas brasileiras em 2014. São eles: China (participação de 18%), Estados Unidos (12%), Argentina (6,3%), Países Baixos (5,8%) e Japão (3,0%). Sob a ótica agregada de blocos, os mercados de destino ficaram assim distribuídos: Ásia (participação de 32,7%), União Europeia (18,7%), MERCOSUL (11,1%), ALADI, demais da América Latina e Caribe, exclusive MERCOSUL (9,3%) Estados Unidos, inclusive Porto Rico (12,1%), , Oriente Médio (4,6%) e África (4,3%) e Europa Oriental (2,0%). Fonte: MDIC/SECEX 19 Em 2007, as 250 empresas com maior peso na formação do resultado das exportações nacionais mapeadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foram responsáveis por 71,8% do total embarcado ao exterior. Em 2013, as 250 que mais venderam representaram 77,8% da exportação registrada, com sinais de concentração na elite dos exportadores nacionais. Entre 2013 e 2012, o MDIC registrou queda de 10% - equivalente a 30 empresas - no número de companhias que exportaram mais de US$ 100 milhões no ano. O processo de concentração das exportações brasileiras em poucos atores se manteve em 2014, quando 1,3% das empresas, correspondentes a 250 empresas, foram responsáveis por 77,59% dos US$ 225 bilhões obtidos com vendas ao exterior. Apesar da queda ocorrida em 2014 em relação a 2013 para todos os segmentos, a redução no segmento dos manufaturados foi muito maior que a ocorrida no caso dos produtos básicos, conforme se pode verificar no quadro a seguir: Fonte: MDIC/SECEX Observa-se nos últimos dez anos redução da participação dos manufaturados na pauta exportadora de 55,1% do valor exportador, para apenas 35,6% em 2014. Os bens semimanufaturados tiveram uma redução pouco 20 significativa, passando 13,5% do valor da pauta exportadora em 2005, para 12,9% em 2014. Por outro lado as exportações de bens primários, com baixo valor agregado, passaram de 29,3%, em 2005, para 48,7% em 2014. Fonte: MDIC/SECEX Fonte: MDIC/SECEX 1.5. O Porte das Empresas e as Exportações Brasileiras A partir de 2004, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) começou a divulgar a publicação ―EXPORTAÇÃO BRASILEIRA POR PORTE DE EMPRESA‖, sempre fazendo a comparação entre dois anos, o 21 mais recente com dados disponíveis e o ano imediatamente anterior. Para cada biênio considerado estão disponíveis a análise do desempenho do período e diversos relatórios, como ―Principais Municípios por Porte de Empresa‖, ―Principais Países de Destino por Porte de Empresa‖, ―Blocos Econômicos por Porte de Empresa‖ e outros. As informações podem ser obtidas a partir do site do MDIC, no link www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1206&refr=608 . 1.5.1. Metodologias para Classificação do Porte das Empresas Para fazer a classificação das empresas por porte, foi utilizada uma metodologia que tem as seguintes premissas: a identificação dos exportadores tem como base o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) por estabelecimento (14 dígitos) e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), constantes dos Registros de Exportação (RE) do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX); os exportadores foram classificados em cinco categorias: microempresa, pequena empresa, média empresa, grande empresa e pessoa física; o número de empregados por empresa tem como base as informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho; o enquadramento de empresa em indústria e comércio/serviços seguiu critério do CNAE 1.0 (Código Nacional de Atividade Econômica). O setor de indústria compreende até os códigos 49.999 do CNAE e o setor comércio e serviços, os códigos CNAE 50.000 em diante; nas empresas com filiais, foi aplicado a todas as empresas do grupo (CNPJ a oito dígitos) o critério de se considerar o maior porte verificado naquele grupo. Exemplo: as empresas ―A‖ e ―B‖, de porte médio, filiais da empresa de grande porte ―X‖, ficam classificadas como empresas de grande porte. Para a identificação do porte das empresas, foi utilizado um critério que associa o número de empregados da empresa com o valor exportado pela mesma no período considerado, distribuídos por ramo de atividade (indústria ou comércio e serviços), ambos de acordo com os parâmetros adotados pelo MERCOSUL, conforme disposto nas Resoluções MERCOSUL-GMC n° 90/93 e 59/98, com os ajustes elaborados pelo Departamento de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria de Comércio Exterior (DEPLA/SECEX). A metodologia foi resultante de definição conjunta dos seguintes órgãos: 22 Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX); Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior (DEPLA/SECEX); Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas, quando fazia parte da estrutura da Secretaria de Desenvolvimento da Produção (DEPME/SDP); e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A seguir, apresenta-se a tabela de parâmetros para a classificação do porte das empresas: Porte Indústria Comércio e Serviços Nº Empregados Valor Exportado Nº Empregados Valor Exportado Microempresa Até 10 Até US$ 400 mil Até 5 Até US$ 200 mil Pequena Empresa De 11 a 40 Até US$ 3,5 milhões De 6 a 30 Até US$ 1,5 milhão Média Empresa De 41 a 200 Até US$ 20 milhões De 31 a 80 Até US$ 7 milhões Grande Empresa Acima de 200 Acima de US$ 20 milhões Acima de 80 Acima de US$ 7 milhões Pessoa Física - - - - 1.5.2. As Exportações Brasileiras por Porte de Empresas A partir das estatísticas sobre exportação por porte de empresa (www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1206&refr=608 ), foram elaborados gráficos para mostrar a evolução do número de empresas exportadoras e do valor exportado entre 2002 e 2014. Fonte: MDIC/SECEX 23 Fonte: MDIC/SECEX, 2014 O grupo ‖Micro e Pequena‖, partindo de 9.137 empresas em 2002, atingiu 12.218 em 2005, correspondentes a 34% de aumento em relação a 2002. Em 2006 iniciou movimento decrescente, diminuindo para 10.150 operadores em 2010 (11% maior que em relação a 2002) e continuou caindo para 9.182 em 2013. Em2014 ocorreu uma modesta recuperação na participação deste segmento, representado por 9.893 empresas, porém ainda 19% menor que o patamar de participação que foi atingido em 2005. No período analisado, o número de empresas de porte médio que exportaram sofreu redução entre 2002 e 2004. Em 2005 sua participação cresceu e ultrapassou o patamar de 2002 em cerca de 5%, mas a partir de 2006 voltou a cair até 2009, quando a participação deste segmento aumentou 16% em relação ao ano anterior. No ano seguinte voltou a cair e manteve a tendência de queda até 2012. Em 2013 apresentou modesta recuperação, que se intensificou em 2014 com um aumento de 10,7% de participação das empresas deste segmento em relação ao ano anterior. Entre 2002 e 2014 a maior participação de empresas deste segmento ocorreu em 2009 quando 6.726 empresas de médio porte exportaram. A menor participação ocorreu em 2004, ano em que 5.254 empresas deste segmento exportaram. A participação das grandes empresas nas exportações brasileiras manteve uma trajetória ascendente em quase todo o período considerado. Em 2002, um total de 4.140 empresas de grande porte exportou. A partir daí o crescimento anual se manteve até 2008, quando 5.508 empresas deste segmento exportaram, resultando em um aumento de 33% em relação a 2002. Em 2009 ocorreu uma 24 diminuição para 5.287 empresas, mas o número voltou a aumentar até 2013, quando 6.680 empresas de grande porte exportaram, um aumento de 61% em relação a 2002. Entretanto, em 2014 a participação de empresas deste segmento diminuiu para 5.612 empresas, uma redução de 16% em relação ao ano anterior. Os próximos gráficos mostram a participação percentual por segmento em 2014 e a evolução por porte a partir de 2002, considerando o valor exportado (em US$ FOB). Fonte: MDIC/SECEX, ano 2014. Fonte: MDIC/SECEX, ano 2014. 25 A trajetória da variação dos valores exportados pelas pessoas físicas apresenta as maiores variações positivas no período considerado. Com valor base de US$ 58,86 milhões em 2002, a trajetória apresenta picos de US$ 230,26 milhões em 2004 (aumento de 270%) e de US$ 344,70 milhões em 2008 (aumento de 486% em relação a 2002), quando inicia movimento descendente, atingindo o valor de US$ 278,05 milhões em 2010 (372% em relação ao valor de 2002). A participação deste segmento voltou a subir até 2012, quando atingiu o patamar de US$ 501,75 milhões. Em 2013 ocorreu uma queda significativa, para US$ 284,58 milhões. Em 2014 voltou a crescer para US$ 331,28 milhões. Mesmo com essas oscilações, o grupo manteve a liderança de crescimento percentual do valor exportado em relação a 2002 durante todo o período considerado. As micro empresas e as pequenas empresas exportaram US$ 1,33 bilhão em 2002, seguindo uma trajetória de crescimento, com picos em 2004 (US$ 2,55 bilhões, correspondentes a um aumento de 92% em relação a 2002) e em 2007 (US$ 2,99 bilhões, correspondentes a um aumento de 125% em relação a 2002), quando houve inversão na trajetória, caindo para US$ 1,31 bilhão em 2009, valor inferior ao registrado em 2002, mas com retomada de crescimento em 2010 (US$ 1,96 bilhão), que prosseguiu em 2011 (US$2,032 bilhões). Voltou a cair em 2012 (US$1,79 bilhão) e 2013 (US$1,77 bilhão) e apresentou recuperação em 2014 (US$1,961 bilhão). As médias empresas, que apresentam a trajetória mais suave dos quatro grupos, exportaram US$ 4,65 bilhões em 2002, tiveram variações crescentes e sucessivas até 2007, quando atingiram o valor máximo de US$ 9,72 bilhões (109% de aumento em relação a 2002). Iniciaram trajetória de queda do valor exportado em 2008, diminuindo para US$ 8,19 bilhões em 2010 (ainda 76% acima do valor de 2002) e voltaram a crescer em 2011 (US$8,82 bilhões). A partir de 2011 ocorreu decréscimo na participação do setor, sendo US$8,132 bilhões em 2012 e 7,906 bilhões em 2013. Em 2014 as empresas de médio porte exportaram US$ 8,664 bilhões, uma recuperação de 9,6% em relação ao ano anterior. As exportações das grandes empresas apresentaram crescimento continuado de 2002, quando exportaram US$ 54,31 bilhões, até 2008, quando atingiram o valor de US$ 186,38 bilhões (aumento de 243% em relação a 2002). Em 2009, devidos aos reflexos da crise econômica internacional iniciada no ano anterior, o valor exportado caiu US$ 43,59 bilhões em relação a 2008, mas retomou o crescimento e atingiu valor recorde em 2010, US$ 191,47 bilhões (aumento de 253% em relação a 2002) e em 2011 atingiu-se o patamar de US$244,8 bilhões exportados pelas grandes empresas. A partir daí iniciou-se um período de queda no valor exportado, que foi de US$ 232,15 bilhões em 2012, de US$ 232,07 bilhões em 2013 e US$ 214,14 bilhões em 2014, uma redução de 12,52% em relação a 2011, correspondentes a US$30,64 bilhões. 26 1.6. Estatísticas de Comércio Exterior Elaboradas pelo MDIC 1.6.1. Histórico do Sistema de Apuração e Disseminação As primeiras estatísticas oficiais do comércio exterior do Brasil datam do século XIX e eram elaboradas pela Diretoria Geral da Repartição Especial de Estatística do Tesouro Nacional. A partir de 1942, passou-se a utilizar o dólar norte-americano como padrão internacional para o intercâmbio comercial brasileiro. Anteriormente, as estatísticas de comércio exterior do Brasil eram apuradas em libras esterlinas. Com a criação do FMI e a necessidade de informar as estatísticas de comércio exterior no Balanço de Pagamentos, foi iniciado, em 1945, o processo de gravação e compilação dos dados estatísticos do movimento de comércio e sua posterior recuperação. Em 1971, iniciou-se a elaboração de publicações periódicas e públicas de estatísticas de comércio exterior pela Carteira de Comércio Exterior (CACEX), do Banco do Brasil S.A., utilizando equipamentos de grande porte (Mainframe). Com a reestruturação ministerial de 1990, o Departamento de Comércio Exterior, da Secretaria de Economia, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, passou a produzir, analisar e divulgar as estatísticas de comércio exterior. No ano de 1991, foi implantado o Sistema ALICE - Análise das Informações de Comércio Exterior, desenvolvido para o Departamento de Comércio Exterior (DECEX), da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), para disseminar os dados de comércio exterior para o público e Governo, através de acesso online. A implantação do SISCOMEX - Exportação, em 1993, ensejou a automação dos procedimentos operacionais e burocráticos, reduzindo os custos para o Governo e setor privado. Com a substituição dos documentos (guia e declaração de exportação) por registros eletrônicos, a produção das estatísticas de comércio exterior ganhou significativo avanço. A implementação do módulo SISCOMEX - Importação, em 1997, ampliou o processo de desburocratização do comércio exterior. Ao mesmo tempo, proporcionou expressiva modernização do sistema de apuração das estatísticas de comércio exterior, antes baseado em documentos como a Guia de Importação (GI) 27 e a Declaração de Importação (DI), que foram também substituídas por registros eletrônicos. 1.6.2. A Relevância das Estatísticas de Comércio Exterior As estatísticas de comércio exterior constituem instrumento valioso de acompanhamento e entendimento das trocas comerciais entre países. Têm como principais características Possibilitam retratar e avaliar o movimento comercial do País com as demais nações do mundo, englobandoas vendas e compras efetuadas externamente; Permitem a análise histórica do comportamento do intercâmbio comercial brasileiro, um dos mais importantes indicadores de desempenho da economia; Constituem um instrumento básico para tomada de decisão e determinação de diretrizes econômicas por parte do Governo; Possibilitam aos agentes envolvidos na atividade o melhor planejamento das suas ações pela análise dos dados concretos das exportações e importações, aumentando as oportunidades de desenvolvimento do comércio externo. 1.6.3. Estatísticas de Comércio Exterior Disponíveis no Site do MDIC ( www.mdic.gov.br ): O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC disponibiliza em sua página na Internet ( www.mdic.gov.br -> Comércio Exterior -> Estatísticas de Comércio Exterior) as seguintes estatísticas: Balança Comercial Brasileira: semanal, mensal, semestral e anual; Balança Comercial Brasileira - Cooperativas: valores mensais e acumulados, exportação e importação; Balança Comercial Brasileira - Trading Companies: valores anuais, mensais e acumulados, exportação e importação; Intercâmbio Comercial Brasileiro: países e blocos econômicos; Balança Comercial do Mercosul; Balança Comercial por Unidades da Federação; Balança Comercial Brasileira por Município; Empresas Brasileiras Exportadoras e Importadoras; 28 Outras Estatísticas de Comércio Exterior: exportações por porte de empresas, exportações de commodities, exportações e importações por fator agregado, exportações por DSE - Declaração Simplificada de Exportação, 200 Anos de Comércio Exterior, estatísticas de comércio exterior de países, dentre outras. 1.6.4. Sistemas de Estatísticas online do MDIC: O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC desenvolveu os seguintes sistemas de estatísticas de comércio exterior: AliceWeb (http://aliceweb2.mdic.gov.br ) Implantado em 2001, o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb) visa modernizar as formas de acesso e a sistemática de disseminação dos dados estatísticos das exportações e importações brasileiras, contendo dados mensais e acumulados desde janeiro de 1989. AliceWeb - Mercosul (www.alicewebmercosul.mdic.gov.br ) Lançado em setembro de 2009, permite consultar as balanças comercias de quatro países integrantes do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela está adequando-se à codificação NCM, utilizada no Mercosul. O sistema apresenta uma interface moderna, de fácil uso e com dados de 2007 em diante, nos idiomas espanhol, inglês e português. Radar Comercial (www.radar.mdic.gov.br ) O Radar Comercial é instrumento de consulta e análise de dados relativos ao comércio exterior, que tem como principal objetivo auxiliar na seleção de mercados e produtos que apresentam maior potencialidade para o incremento das exportações brasileiras. Estes sistemas on-line serão apresentados em maiores detalhes no módulo 4 desta apostila. 29 1.7. Ações Governamentais para Fomentar as Exportações O Governo Federal, preocupado com a concentração das exportações brasileiras em um universo muito reduzido de empresas, vem incentivando, através da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), diversas ações e medidas para a melhoria do desempenho e diversificação das exportações, visando à inserção competitiva das pequenas e médias empresas no comércio internacional. 1.7.1. Cultura Exportadora As exportações estão entre as principais forças propulsoras do crescimento de um país, pois são um instrumento de geração de divisas, emprego e renda. Por isso, são consideradas importantes a implantação, manutenção e aperfeiçoamento de políticas públicas que proporcionem o crescimento das exportações e a diversificação da pauta exportadora. O Brasil ainda possui uma base exportadora muito restrita e, se falarmos da relação entre empresas exportadoras e PIB este número se torna ainda mais desfavorável se comparado com outras nações do mundo. A participação das microempresas e empresas de pequeno e médio porte nas exportações do país é muito baixa, em parte em decorrência da falta de uma cultura exportadora neste segmento empresarial. Para contribuir com a mudança deste cenário, o Governo Federal passou a implementar diversas ações e medidas para a melhoria do desempenho e diversificação das exportações, visando à inserção competitiva das pequenas e médias empresas no comércio internacional. Neste contexto, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior-MDIC, por intermédio de sua Secretaria de Comércio Exterior-SECEX desenvolveu e colocou à disposição da sociedade diversas ferramentas e instrumentos para promover a difusão da cultura exportadora no Brasil e auxiliar as empresas nas diversas etapas relacionadas à exportação. O MDIC não é a única instituição que empreende esforços nesse sentido, várias outras possuem programas e iniciativas bem estruturadas voltadas para esse objetivo, muitas vezes consistindo em atividades complementares. O público-alvo dessas iniciativas encontra-se disseminado pelas unidades da federação e respectivos municípios e, devido a essa dispersão geográfica, falta de acesso à informação e às dificuldades para as instituições realizarem a mobilização 30 do referido público, nem sempre as oportunidades oferecidas são adequadamente aproveitadas. Geralmente as instituições, também, encontram dificuldades para realizar um levantamento preciso da demanda para as atividades oferecidas, para mobilizar corretamente o público-alvo, viabilizar a infraestrutura necessária e para conciliar uma agenda de modo que as atividades oferecidas não concorram com outras. Com o propósito de contribuir para a superação dessas limitações, otimizar os recursos disponíveis, atingir corretamente o público-alvo das diversas iniciativas e integrar os esforços das diversas instituições e dos governos estaduais no propósito de promover a difusão da Cultura Exportadora, diversificação da pauta e aumento da base exportadora desenvolveu-se o Plano Nacional da Cultura Exportadora-PNCE. 1.7.2. Plano Nacional da Cultura Exportadora-PNCE Originalmente, o Plano Nacional da Cultura Exportadora- PNCE foi lançado em 2012, com o propósito de mapear a oferta e a demanda anual por iniciativas voltadas para a difusão da cultura exportadora e contribuir para a melhoria do desempenho e diversificação das exportações, mediante uma oferta mais organizada das atividades então oferecidas pelas instituições participantes do Plano. Em 2015 o Governo Federal lançou o Plano Nacional da Exportações-PNE que prevê a incidência dos esforços sobre três dimensões das vendas externas: i) a composição da pauta exportadora; ii) os mercados de destino; e iii) a origem das exportações brasileiras (maior diversificação regional da base exportadora). Entre as metas estabelecidas pelo Plano Nacional da Exportações-PNE para 2015 incluiu-se o lançamento do novo Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) e a criação comitês estaduais para: i) melhorar governança e diálogo com os atores envolvidos no PNCE; ii) realizar diagnósticos setoriais da atividade exportadora nos estados; iii) selecionar as empresas a serem acompanhadas pelo Plano; iv) monitorar e avaliar as atividades do PNCE. Está prevista, também, a realização de ações continuadase específicas de apoio às exportações nos estados brasileiros, de forma a melhor atender às necessidades de cada estado. Deste modo, o PNCE foi inserido no contexto do Plano Nacional de Exportação-PNE como uma de suas vertentes de atuação e recebeu uma série de ajustes e aperfeiçoamentos com o objetivo de proporcionar uma melhor definição das atividades necessárias às empresas e, também, com o propósito de encadear 31 e organizar estas atividades de acordo com o conceito de ―trilha de internacionalização‖. As atividades disponibilizadas pelas diferentes instituições que participam do PNCE passaram a ser distribuídas em etapas que possibilitam o enquadramento das empresas de acordo com o estágio em que se encontram em relação ao ingresso no mercado externo. Esta metodologia possibilitará um melhor rendimento do PNCE como um todo, na medida em que as empresas terão acesso a atividades adequadas ao estágio em que se encontram no momento em que ingressarem na referida ―trilha de internacionalização‖ e, também, permitirá por parte da instituição gestora do PNCE, dos estados e instituições participantes, um melhor acompanhamento e interação com as empresas e respectivos setores. A gestão do PNCE está sob responsabilidade do MDIC/SECEX, que coordena as atividades previstas no Plano, afere os resultados obtidos e em conjunto com os estados e instituições que participam do Plano, propõe medidas que visem o seu aperfeiçoamento. A organização do PNCE ocorrerá localmente tendo como base as Unidades da Federação, onde se propõe a formação de uma estrutura gerencial local representada por um comitê gestor, cuja composição varia de um estado para outro em função das peculiaridades locais e instituições participantes. Paralelamente está sendo elaborado pelo MDIC/SECEX um sistema informatizado que possibilitará a gestão e o acompanhamento do PNCE de acordo com esta nova metodologia. Os quadros a seguir possibilitam uma visão geral da participação dos estados nas exportações do país em 2014. O PNCE está disponível para todas as Unidades da Federação que desejarem participar do Plano. 32 Fonte: MDIC/SECEX Fonte: MDIC/SECEX 33 1.7.3. Programa Redeagentes A Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior-Redeagentes é um programa desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior-MDIC por intermédio da Secretaria de Comércio Exterior-SECEX, em parceria com diversas instituições públicas e privadas, com o objetivo de difundir a cultura exportadora e estimular a inserção de empresas de pequeno porte no mercado externo, principalmente por intermédio da realização de treinamentos, cursos e oficinas sobre como exportar. O Redeagentes teve início no ano 2000 no âmbito do então denominado Programa Cultura Exportadora e por seu intermédio, desde o seu início até maio de 2015, foi realizado um total de 974 atividades em todos os estados, em 256 municípios para mais de 25.000 pessoas, conforme detalhado na planilha a seguir. Total de Atividades Realizadas pelo Programa Redeagentes Fonte: Programa Redeagentes A partir de 2006, as atividades do Programa Redeagentes passaram a integrar, também, Acordos de Cooperação Técnica que foram estabelecidos com propósito de difundir a cultura exportadora, estabelecidos entre o MDIC e os Correios, a Caixa Econômica Federal e a SUFRAMA. Foi beneficiado, também, 34 pelo Acordo de Cooperação entre o Brasil e a União Europeia que tinha o objetivo de promover o ―Apoio à inserção Internacional das PMEs Brasileiras‖. A partir de 2012 as atividades do Programa Redeagentes foram integradas ao Plano Nacional da Cultura Exportadora-PNCE e passaram a ser agendadas de modo a atender à demanda enviada ao MDIC por parte dos pontos focais do PNCE nos estados. 1.7.3.1.Características Básicas dos Cursos e Treinamentos do Redeagentes Os cursos e treinamentos do Programa Redeagentes tem a maior parte de seu conteúdo focado no tema exportação e são ministrados por multiplicadores, que são denominados formadores. Os treinamentos e cursos oferecidos são gratuitos para os alunos, inclusive o material didático. São realizados em parceria com instituições diversas, localizadas nos estados, que oferecem como contrapartida o local do treinamento, apoio administrativo durante a realização das atividades, equipamentos de informática e lanche para os alunos. O MDIC encarrega-se de fornecer o material didático, os formadores e seu deslocamento até o estado em que a atividade será realizada. A arregimentação e a seleção dos alunos ficam a cargo dos parceiros locais, que se mobilizam para formar turmas e viabilizar a infraestrutura para realização do treinamento. Os candidatos devem ser selecionados com base no perfil de público- alvo definido no projeto. O número máximo de alunos por turma no caso dos treinamentos e da oficina é de no mínimo vinte e no máximo trinta alunos. No caso do Curso Básico de Exportação, quando realizado em auditórios, poderão participar até 120 alunos. As modalidades atualmente oferecidas são: Treinamento para Agentes de Comércio Exterior – Tem por objetivo capacitar funcionários de instituições parceiras do MDIC no Programa Desenvolvimento do Comércio Exterior e da Cultura Exportadora, para que possam difundir a cultura exportadora e orientar as empresas que desejam exportar. O Público-alvo dos Treinamentos para Agente de Comércio Exterior é constituído por funcionários de instituições, órgãos e entidades como SEBRAE, SENAI, federações de indústria, Banco do Nordeste, CAIXA, Correios, secretarias estaduais, associações de comércio e indústria, associações de classe, prefeituras e outros, que tenham entre seus objetivos estimular as exportações de empresas de pequeno porte. 35 São cursos presenciais com 24 horas-aula, ministrados em três dias úteis, geralmente das 8h às 18h, com intervalo para almoço. O treinamento consiste em um nivelamento focado na exportação e nas ferramentas de apoio ao exportador. O conteúdo é ministrado por dois formadores. É importante que os candidatos a agente de comércio exterior tenham o apoio das suas instituições de origem ao participar do treinamento, pois isto contribuirá posteriormente para a obtenção das condições necessárias para realizar o trabalho de difusão da cultura exportadora e orientação aos empresários sobre como exportar. A carga-horária do treinamento é limitada, por isso é indispensável que os participantes continuem ampliando os seus conhecimentos na área de comércio exterior. Treinamento em Exportação para Empresas de Pequeno Porte-EPP - Tem por objetivo proporcionar aos empresários e seus funcionários os conhecimentos que são necessários para exportar seus produtos. O Treinamento EPP tem carga horária de 16 horas-aula e o seu conteúdo é ministrado por dois formadores que trabalham em conjunto. O público-alvo consiste preferencialmente de empresários e funcionários de pequenas empresas de setores com potencial exportador. Além destes, são admitidos, também, artesãos e representantes de associações comerciais, sindicatos, cooperativas, prefeituras e instituições similares. Se ocorrer disponibilidade de vagas poderão participar, também, candidatos que possuam o perfil definido para o Treinamento para Agentes de Comércio Exterior. Curso Básico em Exportação – O Curso Básico é ministrado por um único formador e tem por objetivo proporcionar aos participantes uma visãobásica dos procedimentos envolvidos no processo de exportação e divulgar as ferramentas e mecanismos de apoio ao exportador. Com uma carga horária de 8 horas-aula é ideal para candidatos que não dispõem de tempo para participar dos cursos e treinamentos com maior carga horária ou para aqueles que desejam informações preliminares. Pode ser realizado em auditórios para público de até 120 pessoas. Oficina sobre os “Sistemas Radar Comercial; Alice WEB e Vitrine do Exportador” - Tem por objetivo capacitar os participantes da oficina na utilização das ferramentas Radar Comercial; Alice WEB e Vitrine do Exportador. A Oficina, com carga horária de 8 horas-aula, é ministrada por um único formador para um mínimo de 20 (vinte) e um máximo de 30 (trinta) alunos. É recomendável a participação anterior no Treinamento para Agentes de Comércio Exterior ou no Treinamento em Exportação para Empresas de Pequeno Porte, pois 36 o propósito desta oficina é aprofundar o entendimento no uso destas ferramentas, que são apresentadas de modo mais superficial nos referidos treinamentos. 1.7.4. Aprendendo a Exportar Desenvolvido pelo MDIC/SECEX, o Aprendendo a Exportar é um produto multimídia de aprendizado interativo que tem como objetivo contribuir para a expansão da base exportadora brasileira, buscando, principalmente, uma maior participação dos pequenos e médios empresários que têm vocação exportadora e desejam iniciar sua caminhada rumo ao mercado internacional. Busca-se, com essa iniciativa facilitadora, canalizar para o esforço exportador aquelas empresas que, embora produzam mercadorias de qualidade, continuam, por diversos motivos, hesitando em lançar-se ao mercado externo. A ideia de difusão de uma cultura exportadora é criar instrumentos de estímulo, de promoção, de conscientização e, principalmente, de informação, visando à mudança de postura das empresas em relação ao comércio internacional, de forma que a atividade exportadora se transforme em parte de sua estratégia comercial. O produto multimídia Aprendendo a Exportar foi concebido, nesse contexto, como uma ferramenta didática inédita, reunindo em seu arcabouço informativo um curso completo de exportação, com características de interatividade, que pode ser utilizado para autoaprendizado e, também, em treinamento dirigido. O público-alvo dessa ferramenta engloba micros, pequenas e médias empresas que tenham interesse na exportação, além de agentes do governo e da iniciativa privada que atuam como multiplicadores de conhecimento nas ações de fomento ao esforço exportador. Incluem-se também nesse universo os estudantes e professores de centros de ensino especializado. Tecnicamente, o Aprendendo a Exportar foi elaborado partindo de algumas premissas, como por exemplo: • facilitar a interatividade dos usuários com o conteúdo objetivo do produto, provendo meios que pudessem promover o seu autoaprendizado; • atualizar constantemente o conteúdo; • utilizar recursos de multimídia com funcionalidades para autoaprendizagem e treinamento dirigido; • organizar o conteúdo em células de ensino funcionais, com estruturas integradas na forma de diagramas de precedência ou livre, com 37 capacidade de acomodar conteúdos de texto e imagem referentes a cada módulo, disponibilizados e acessados de acordo com a necessidade do usuário, ou seja, em diversos níveis de conhecimento. Com relação ao conteúdo propriamente dito, a série Aprendendo a Exportar está orientada para o aprendizado dos procedimentos operacionais da exportação, com abordagem de diversas áreas temáticas de interesse do exportador, tais como: as formas de comercialização, as formas de pagamento, financiamento e termos internacionais de comércio, além de um fluxograma de exportação, um simulador de preço de exportação. São disponibilizados gratuitamente na Internet e no formato CD-ROM, os produtos relacionados abaixo, que compõem a série Aprendendo a Exportar, podem ser acessados a partir do portal www.aprendendoaexportar.gov.br . • Aprendendo a Exportar – Versão 2. • Aprendendo a Exportar Confecções. • Aprendendo a Exportar Alimentos. • Aprendendo a Exportar Artesanato. • Aprendendo a Exportar Calçados. • Aprendendo a Exportar Móveis. • Aprendendo a Exportar Flores e Plantas Ornamentais. • Aprendendo a Exportar Máquinas e Equipamentos. • Aprendendo a Exportar Gemas, Joias e Afins. • Aprendendo a Exportar Pescado. • Aprendendo a Exportar – Cooperativismo. • Aprendendo a Exportar para a União Europeia. A seguir, alguns dos principais temas abordados e algumas das ferramentas de aprendizagem disponibilizadas na série Aprendendo a Exportar. 1.7.4.1. Simulador de Preço de Exportação A determinação do preço de exportação é um dos aspectos mais importantes e decisivos para assegurar condições de competição do produto a ser exportado. A fixação do preço de exportação deve ser precedida de estudo detalhado dos custos de produção e das condições de mercado, de forma a viabilizar a manutenção do esforço exportador, sem prejuízo para a empresa. O Aprendendo a Exportar disponibiliza ao usuário um Simulador de Preço de Exportação. Trata-se de uma planilha eletrônica na qual é possível selecionar a modalidade de INCOTERMS a ser utilizada na exportação e inserir valores relativos aos componentes do preço no mercado interno, componentes do preço na 38 exportação, lucro desejado e taxa cambial para obter um valor estimado sobre o preço de exportação. 1.7.4.2. Fluxograma de Exportação O objetivo do fluxograma de exportação é permitir ao usuário, por meio da leitura sequencial de seus diversos módulos, consolidar o conhecimento dos principais passos a serem seguidos em uma operação de exportação, desde o planejamento da produção e realização de pesquisa de mercado até o envio de carta de agradecimento ao importador. Trata-se de roteiro de grande valia, principalmente para aqueles que estão se iniciando na atividade de exportação. 1.7.4.3. Modalidades de Pagamento As modalidades de pagamento são múltiplas e representam diferentes níveis de segurança para o vendedor do produto. No Aprendendo a Exportar, o usuário encontrará textos sobre as principais modalidades de pagamento utilizadas no comércio internacional e poderá aprender mais sobre o assunto navegando e explorando os fluxogramas interativos. 1.7.4.4. INCOTERMS – Termos Internacionais de Comércio Os chamados INCOTERMS (Termos Internacionais de Comércio) servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador, estabelecendo um conjunto-padrão de definições e determinando regras e práticas neutras, como por exemplo: onde o exportador deve entregar a mercadoria, quem paga o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro. No Aprendendo a Exportar, o usuário encontrará diversas informações sobre INCOTERMS. Visite www.aprendendoaexportar.gov.br e conheça os produtos que compõem a série Aprendendo a Exportar. 1.7.4.5. Multimídia 200 Anos de Comércio Exterior A assinatura da Carta Régia da Abertura dos Portos em 28 de janeiro de 1808 pode ser considerada como o marco da autonomia do comércio exterior brasileiro. Para comemorar esse acontecimento, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) elaboraram o produto multimídia comemorativo dos 200anos de comércio exterior brasileiro. 39 O objetivo do trabalho é convidar o usuário a navegar por uma linha do tempo, de 1808 aos dias atuais, que registra os principais acontecimentos da História do Comércio Exterior do Brasil. O CD-ROM apresenta também imagens, estatísticas e vídeos explicativos que apresentam os fatos mais importantes da história do comércio exterior brasileiro. O site 200 Anos de Comércio Exterior pode ser acessado, gratuitamente, pelo Portal da série Aprendendo a Exportar (www.aprendendoaexportar.gov.br ) e pelo site do MDIC (www.mdic.gov.br ). 1.7.5. Encontros de Comércio Exterior- ENCOMEX Os Encontros de Comércio Exterior (ENCOMEX) consistem em um projeto desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o intuito de estimular maior participação do empresariado brasileiro no contexto internacional, levando informações de relevância acerca da estrutura, do funcionamento, das regras básicas do intercâmbio comercial brasileiro, dos mecanismos de apoio à exportação, das oportunidades de negócios e contatos, contribuindo substancialmente com a divulgação da cultura exportadora. Com esta iniciativa, que é uma das atividades integrantes do Plano Nacional da Cultura Exportador-PNCE, pretende-se expandir a pauta brasileira de exportação em quantidade, qualidade e variedade de produtos, bem como ampliar mercados de destino e a quantidade de empresas brasileiras participantes no mercado internacional. Para a consecução dos referidos objetivos, a SECEX conta com a parceria de outras instituições como APEX-Brasil, SEBRAE, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal, Governos Estaduais e Municipais, entidades de classe, entre outros. Os encontros propiciam integração do setor público com o privado, mediante uma diversificada estrutura de opções em sua programação que envolve desde palestras sobre diferentes temas para quem deseja exportar, passando pelo Showroom, composto por estandes, onde são expostos produtos, serviços e técnicas de apoio ao comércio exterior, e as Oficinas Setoriais e Temáticas, que atendendo a demandas locais, discutem temas e setores específicos. 40 A programação dos ENCOMEX também pretende divulgar, junto à sociedade brasileira, o papel do MDIC/SECEX no tratamento administrativo do comércio exterior, na produção de dados estatísticos, na defesa comercial, nas negociações internacionais e no desenvolvimento de programas de apoio às exportações, apresentando os desafios da Secretaria para os próximos anos. Os ENCOMEX consistem em uma oportunidade para que os envolvidos no processo exportador sanem suas dúvidas, ampliem conhecimentos, atualizem informações sobre o comércio exterior, acessem novos mercados e, mantenham contatos capazes de promover a expansão dos negócios internacionais. Importante ressaltar que as inscrições são gratuitas e que os eventos não possuem fins lucrativos. Desde a criação do evento até junho de 2014 foram realizados 149 ENCOMEX para um total de 94.671 participantes, entre os quais, 34.040 empresas. 1.8. COMEX RESPONDE – Serviço de Solução de Dúvidas O sistema COMEX Responde é uma ferramenta facilitadora da comunicação entre empresas exportadoras ou com potencial para exportar, acadêmicos e os órgãos intervenientes do Comércio Exterior, por meio da qual podem ser enviadas dúvidas e sugestões sobre comércio exterior. Pode haver também a interação entre outros órgãos do governo federal e os setores atuantes no comércio exterior. Diante da crescente importância do acesso à informação, o Comex Responde é um canal que viabiliza ao público, de forma simples e segura, o conhecimento das informações relacionadas ao comércio exterior, seja quanto a legislações ou a procedimentos. O canal de comunicação Comex Responde Conta atualmente com 22 órgãos com técnicos que atuam de forma integrada e coordenada para solucionar os mais diversos questionamentos e situações levantadas pelos usuários. Todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal com atribuições legais relacionadas ao comércio exterior são responsáveis por atuar respondendo as questões relativas aos assuntos de suas áreas de competência. Seu acesso ocorre através dos sites governamentais que tratam do tema, como, por exemplo, o Brasil Export, Vitrine do Exportador, o Aprendendo a Exportar, etc. Há também a presença através da aba ―fale conosco‖ em websites como AliceWeb ou ―importar e exportar‖ da ANP – Agência Nacional do Petróleo. O Comex Responde funciona através de um formulário que possui três versões, em português, inglês e espanhol facilitando o acesso aos usuários de outros países parceiros comerciais. 41 O usuário deverá informar seus dados de contato para retorno de suas mensagens e para que seja identificada a origem das demandas, o que posteriormente terá um tratamento estatístico para análise e melhoria do sistema: Deverá informar também sua área de atuação, que demonstra a origem do interesse na questão: 42 O Comex Responde agrupa em um único sistema oito assuntos gerais distintos, dentre eles Estatística, Exportação, Importação e Investimento. Cada assunto geral engloba vários outros específicos. Dessa forma fica mais fácil para o usuário identificar onde se encaixa sua dúvida e direcioná-la para técnicos especializados no tema. Segue abaixo o exemplo para assuntos específicos englobados pelo tema geral ―Estatísticas‖: O usuário poderá efetuar suas consultas através de mensagens com até 3000 caracteres e a resposta será enviada diretamente ao usuário no prazo médio de três dias. 43 1.9. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior foi criado pela Medida Provisória nº 1.911-8, de 29/07/1999 - DOU 30/07/1999, tendo como área de competência os seguintes assuntos: política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços; propriedade intelectual e transferência de tecnologia; metrologia, normalização e qualidade industrial; políticas de comércio exterior; regulamentação e execução dos programas e atividades relativas ao comércio exterior; aplicação dos mecanismos de defesa comercial e participação em negociações internacionais relativas ao comércio exterior; formulação da política de apoio à microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato; execução das atividades de registro do comércio. Ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estão vinculadas as seguintes entidades: Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA); Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI); Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO); Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) A estrutura do MDIC pode ser visualizada no organograma a seguir: 44 45 1.9.1. Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e seus Departamentos Em sintonia com as diretrizes do governo, a Secretaria de Comércio Exterior vem direcionando esforços para a criação de condições propícias de atuação do Brasil no comércio internacional. A Secretaria está estruturada em cinco departamentos, conforme organograma a seguir: 46a) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX) Entre as competências do DECEX estão o desenvolvimento, execução e acompanhamento de políticas e programas de operacionalização do comércio exterior brasileiro, bem como o estabelecimento de normas e procedimentos necessários à sua implementação. Assim, são empreendidos esforços para o aperfeiçoamento dos mecanismos de comércio exterior brasileiro e implementadas ações direcionadas à sua simplificação e adequação a um ambiente de negócios cada vez mais competitivo. b) Departamento de Negociações Internacionais (DEINT) O Departamento de Negociações Internacionais promove estudos e coordena, no âmbito interno, os trabalhos de preparação da participação brasileira nas negociações internacionais de comércio. Está incumbido de desenvolver atividades de comércio exterior junto a organismos internacionais e de prestar apoio técnico nas negociações comerciais com outros países e blocos econômicos. c) Departamento de Defesa Comercial (DECOM) Com a abertura comercial, a eliminação dos controles administrativos e a progressiva desregulamentação das importações, a economia brasileira elevou o seu grau de exposição à concorrência internacional. Visando assegurar que o ingresso de produtos estrangeiros no país ocorra em condições leais de comércio e que a política de importação brasileira esteja em perfeita sintonia com as disposições vigentes no comércio internacional, foi criado o Departamento de Defesa Comercial. d) Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (DEAEX) Ao Departamento de Estatística e Apoio à Exportação, entre outras atribuições, compete propor e acompanhar a execução das políticas e programas de comércio exterior; formular propostas de planejamento da ação governamental em matérias de comércio exterior; coordenar e implementar ações e programas visando ao desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, em articulação com órgãos e entidades de direito público ou privado, nacionais e internacionais. 47 e) Departamento de Competitividade no Comércio Exterior (DECOE) Ao DECOE, entre outras atribuições, compete estabelecer normas e procedimentos necessários à implementação de políticas e programas de operacionalização do comércio exterior; coordenar, no âmbito da SECEX, ações sobre o Acordo de Facilitação ao Comércio em curso junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), e participar de eventos nacionais e internacionais; coordenar, no âmbito do MDIC, ações referentes ao Acordo sobre Procedimentos de Licenciamento de Importação junto à OMC; e administrar o benefício fiscal de redução a zero da alíquota do Imposto de Renda no pagamento de despesas com promoção comercial, comissionamento e logística de produtos brasileiros, no exterior; 1.9.2. Ouvidoria do MDIC A Ouvidoria do MDIC foi criada por meio do Decreto nº 5.964, de 14 de novembro de 2006, com a finalidade de receber, examinar e dar encaminhamento a reclamações, elogios, sugestões e denúncias referentes a procedimentos e ações de agentes e Órgãos, no âmbito do Ministério. Sua missão é garantir o direito de todo cidadão de se manifestar e de receber resposta, e propor ações para estimular a participação popular, a transparência e a eficiência na prestação de serviços pelo MDIC. Qualquer pessoa, utilizando um dos seguintes canais de comunicação, pode entrar em contato com a Ouvidoria: internet: www.mdic.gov.br/sitio/sistema/ouvidoria/atendimento/ telefone: (61) 2027-7646; fax: (61) 2027-7333. Fonte: www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=1&menu=1644 (em 11-08-2015), 48 Módulo 2 A Decisão de Exportar 2.1 A Elaboração do Projeto de Internacionalização da Empresa Inicialmente, para se avaliar os conhecimentos sobre as condições básicas para a exportação, algumas questões devem respondidas. Por que os exportadores são, em média, mais competitivos que os empresários que não exportam? Qual é a vantagem da exportação? A dimensão da empresa é determinante para conseguir êxito na exportação? Quando se deve começar a exportar? Quais são os quatro parâmetros importantes da exportação? Quais são os erros mais comuns da exportação? Quais barreiras em geral podem dificultar a exportação? Se o empresário precisa de apoio, quem pode ajudá-lo? Quais são as dificuldades da empresa a serem superadas no processo de internacionalização? 2.2. Engenharia da Exportação Como começar a dar os primeiros passos em um mundo tão fascinante e diversificado como o do comércio internacional? Será que este é um tema apenas para as grandes empresas ou também o é para artesãos, pequenas e médias empresas? De quais recursos o empresário vai precisar? Quem poderá ajudá-lo? Neste capítulo, através de uma longa caminhada, procura-se dar uma visão da amplitude da fascinante experiência de se relacionar com o mercado internacional. Nos encontros empresariais e nos seminários, a pergunta ―quais são as dificuldades encontradas para exportar?‖, tem como resposta, frequentemente, uma queixa do tipo: falta de apoio oficial, câmbio da moeda não é favorável, a burocracia é excessiva, falta de financiamento etc. 49 Claro que tudo isso influi (e em alguns casos de forma decisiva) sobre o êxito da exportação, porém é só a ―ponta do iceberg‖. A competitividade depende de três fatores básicos: sistema competitivo do país; estrutura da empresa para exportar; e conhecimento do mercado internacional. Portanto, a maior parte da responsabilidade do sucesso na atividade exportadora depende do empresário. Conjunto dos três fatores que constituem a engenharia da exportação. 1. Sistema Competitivo do País – política cambial, promoção oficial, financiamentos, seguros, informações, incentivos, transportes, procedimentos. 2. Conhecimento do Mercado – conhecimento dos obstáculos, seleção do mercado, seleção do parceiro, seleção do canal de ingresso, adaptação do produto, logística competitiva, gestão financeira. 3. Estrutura da Empresa – nível de informação, promoção eficaz, integração empresarial, conhecimento de contratos, programação fiscal internacional, estrutura interna de exportação, método de elaboração de custos, gestão do cliente, perfil profissional. Gestão empresarial 2.3 Por que Exportar? São várias as motivações que levam milhares de empresas para o mercado internacional: a) necessidade de operar em um mercado de volumes que garantam uma dimensão industrial da empresa (alcançando uma economia de escala que lhe dê competitividade); 50 b) pedidos casuais de importadores – talvez conhecidos através de uma feira internacional ou uma missão no exterior (muitas vezes não se questiona se vale a pena aceitar pedidos sem que exista um plano de mercado); c) dificuldades de vendas no mercado interno – a empresa Natuzzi, dona da marca ―Divani e Divani‖, depois de anos de dificuldade procurando vender no mercado interno italiano, lutando contra os grandes competidores, identificou oportunidades de vendas nos Estados Unidos, começando, portanto, no mercado exterior. Hoje, é o maior fabricante mundial de sofás em pele; d) melhor aproveitamento das estações – quem produz artigos de estação como roupa de praia ou aquecedores, na baixa estação do mercado interno pode projetar-se para o mercado do hemisfério oposto; e) possibilidade de preços mais rentáveis
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