Lateralidade - Psicomotricidade

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Departamento de Fisioterapia - CCBS
Componente Curricular: Psicomotricidade
Docente: Sheila Maria Macedo
LATERALIDADE
Adriele Cassimiro; Anne Caroline; Brenda Natally; Caio Henrique;
Daniele Alves; Douglas Raniere; Ianne Medeiros; JosivÂnia Bezerra; Katiuska Duarte; Kianny Yris; Larissa Duarte; Luzijeyza Gomes 
Campina Grande – Maio/2016
O que é Lateralidade?
A lateralidade é definida por Oliveira (2008) pela propensão do ser humano utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé.
Para ser mais clara e direta, é o domínio de um lado do corpo sobre o outro. Quando somos bebês, podemos dizer que somos ambidestros, já que utilizamos ambas as mãos, sendo difícil perceber se seremos destros, canhotos ou ambidestros para a vida toda.
Tipos de Lateralidade
Drestralidade Verdadeira : 
Lado direito
Sinistralidade Verdadeira
Lado esquerdo
Tipos de Lateralidade
Falsa Sinistralidade
Criança destra que sofreu lesão
Falsa destralidade
Desvio da lateralidade
Aparentemente destro
INFLUÊNCIAS DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO MOTOR
A lateralidade é uma atividade que influencia o desenvolvimento motor da criança e está presente em todos os níveis de seu desenvolvimento;
A lateralização é uma característica do homem e coloca em jogo a especialização hemisférica do cérebro, refletindo a organização funcional do sistema nervoso central. Ter consciência do corpo pressupõe a noção de esquerda e direita;
A lateralidade, por sua vez, participa com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação no processo de maturação psicomotor da criança;
INFLUÊNCIAS DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO MOTOR
Sabe-se que o desenvolvimento motor, bem como os elementos da psicomotricidade são fundamentais ao processo de aprendizagem, principalmente para as crianças de cinco anos, pois, é nessa idade que elas desenvolvem aquisições do acervo motor; 
A lateralidade, tem relação como o conhecimento do próprio corpo, porém, não depende apenas do desenvolvimento cognitivo, “mas também da percepção, formada tanto de sensações visuais, táteis, sinestésicas e, em parte, da contribuição da linguagem, que ajuda a precisar os conceitos, estabelecendo a distinção entre o seu eu e o mundo exterior”.
Perturbações da Lateralidade
Causas: 
Motores ou neurológicas;
 Sociais;
Psicológicas.	
(Silva, 2004)
Perturbações da Lateralidade
	Diversos autores, como Oliveira (1997), estabeleceram uma relação estreita entre lateralidade destra e linguagem. Uma vez que os centros da linguagem se encontram localizados no hemisfério esquerdo, pode-se explicar os transtornos dessa esfera, tais como: dislalia, inversões, omissões, gagueira e outros nas crianças que têm problemas de lateralidade.
(Soares, 2002)
Perturbações da Lateralidade
Efeitos negativos (dificuldades): 
Direção gráfica;
Esquerda e direita;
Leitura e escrita;
Coordenação motora fina;
Discriminação visual;
Perturbações afetivas;
Linguagem e sono;
Estruturação espacial;
Sincinesias.
(Soares, 2002)
Perturbações da Lateralidade
Lateralidade cruzada: predominância diferente no mesmo indivíduo para os diversos órgãos sensoriais;
Caracterizada pelo dominância da mão direita com o olho esquerdo ou mão esquerda com olho direito;
Estudos apontam que essa seja a possível causa de dificuldades na escrita e leitura.
(Soares, 2002)
Perturbações da Lateralidade
Ambidestralidade: domina espontaneamente os dois lados do corpo;
Diminuição da habilidade e velocidade manuais;
Aparecimento de sincinesias de imitação;
Influência no desenvolvimento das funções intelectivas, ajustamento emocional e afetivo da criança;
Atraso inicial da linguagem;
Alterações da escrita.
(Soares, 2002)
Perturbações da Lateralidade
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Sinistrismo ou canhotismo contrariado:
É o uso da mão contraposta a dominante de modo forçado, um exemplo: a dominância seria a mão esquerda, mas a criança é obrigada a usar a direita.
 Por ser um esforço físico e mental, a escrita cursiva deve ser acompanhada individualmente, cabendo ao professor, observar e auxiliar a criança em seu desenvolvimento.
Perturbações da Lateralidade
Lateralidade indefinida: 
A criança é incerta sobre qual membro utilizar na execução das tarefas. Levando a criança a ser confusa no cumprimento. Pode acarretar:
Inversão de letras;
Confusão na grafia e leitura;
Orientação espacial desordenada – “escrita espalhada”
Perturbações da Lateralidade
Perturbações da Lateralidade
Canhotismo: 
Para chegar aos mesmos resultados, a criança canhota deve percorrer uma série diferente de movimentos e de ajustamentos motores.
Apresenta tendência a escrever da direita para esquerda.
Dificuldade em estabelecer padrão no inicio.
Desordens psicológicas:
Crianças indecisas;
Crianças inseguras;
Desajuste emocional;
Perturbações da Lateralidade
Testes de lateralidade
Teste de Harris; Bateria de Piaget-Head; Inventário de Edimburgo
Harris test of lateral dominance
Subteste II:
Criança sentada de frente ao examinador;
Objetos posicionados à linha média corporal da criança à distância de um braço;
Observação da utilização dos objetos;
Harris test of lateral dominance
Subteste II:
Requisição das tarefas do teste:
Bola de tênis (arremessar);
Relógio de corda (dar corda no relógio);
Prego e martelo de madeira (martelar um prego);
Escova de dente (escovar os dentes);
Pente (pentear os cabelos);
Porta em miniatura (virar a maçaneta);
Lenço de papel descartável (assoar-se)
Papel e tesoura sem ponta (cortar com tesoura);
Pão e faca sem ponta e dentes (cortar com faca);
Lápis e papel (escrever).
Harris test of lateral dominance
Subteste II:
Caso a criança não realize alguma das tarefas, o objetivo deve ser reapresentado do final;
É importante que o examinador explique e comente acerca da tarefa solicitada, mas não deve demonstrá-la.
Harris test of lateral dominance
Subteste VIII: Testa a dominância do olho
O examinador segura o objeto com ambas as mãos e com os braços estendidos e o leva lentamente até um dos olhos;
Em seguida deve ser solicitado que a criança faça o mesmo, com os seguinte objetos:
Cartão de cartolina com furo;
Tubo de papelão largo;
Caleidoscópio.
Harris test of lateral dominance
Subteste XI: Testa a lateralidade podálica
O examinador coloca uma bola de futebol no chão, e põe um pé sobre a mesma, arrasta e chuta;
Em seguida, solicita-se que a criança realiza o mesmo.
Bateria de Piaget-Head
Deve ser realizada com a criança de pé;
Examinador de frente para a criança;
Deve ser feita levando em consideração a idade da criança;
Bateria de Piaget-Head
Para crianças de 6 anos:
Solicita-se a criança que mostre:
Mão direita;
Mão esquerda;
Olho direito.
Para crianças de 7 anos:
Comandos verbais para os seguintes movimentos:
"Encoste sua mão D no ouvido E"; 
"Encoste sua mão E no olho D"; 
"Encoste sua mão D no olho E"; 
"Encoste sua mão E no ouvido D".
Em seguida, o examinador coloca duas bolas de isopor sobre a mesa, uma ao lado da outra, e pergunta em quais lados (D ou E) estão.
Bateria de Piaget-Head
Para crianças de 8 anos:
Examinador com os MMSS estendidos solicita que a criança:
Toque sua mão E;
Toque sua mão D;
Em seguida o examinador pega 1 bola de isopor com a mão D e pergunta em qual mão a bola está.
Bateria de Piaget-Head
Para crianças de 9 anos:
Imitação de 8 tarefas realizadas pelo examinador, tais como:
Mão E no olho D;
Mão D no ouvido D;
Mão D no olho E;
As tarefas não devem ser realizadas em espelho;
A criança deve ser instruída da seguinte forma: “Olhe bem para o que eu faço e faça a mesma coisa.”
Bateria de Piaget-Head
Para crianças de 10 anos:
Imitação de tarefas apresentadas pelo examinador, impressas em folha de papel, tais como:
Mão E no olho D;
Mão D no ouvido D;
Mão D no olho E;
A criança deve ser instruída a realizar
os gestos com a mesma mão que a figura utiliza;
Cada figura só deve ser mostrada uma única vez, durante um período em que a criança possa realizar o movimento.
Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo
Inventário mais usado para analisar a preferência lateral por meio de uma autoavaliação sobre as tarefas do cotidiano (10 questões);
Restrito a atividades manuais;
Classifica o indivíduo como destro, canhoto ou ambidestro;
Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo
(+) - para a tarefa realizada utilizando a mão direita ou a esquerda;
(+ +) - para a tarefa realizada exclusivamente com um membro;
destro = pontuação de 20x00, canhoto = 20x00, com vantagem para a mão esquerda, ambidestro = pontuação entre 09x11 e 11x09.
Estimulação da Lateralidade
Atividades que estimulam a lateralidade
Introdução ao desenvolvimento da lateralidade
Ocorre durante o crescimento da criança;
Por volta dos 6 anos se manifesta;
Pode ser influenciada por abitos sociais;
Vai surgindo gradativamente;
A predileção por um lado não ocorre só com as mãos;
Introdução a desenvolvimento de lateralidade
Existem alguns exercícios que melhoram auxiliam o desenvolvimento da lateralidade tendo como objetivos :
 Noção de espaço;
 esquerda-direita; 
 
Introdução a desenvolvimento de lateralidade
Usam-se objetos como:
 Bolas;
 cordas;
 Objetos coloridos 
Atividades diversas que estimulam a Lateralidade
Locomotoras;
Não-locomotoras;
Manipulativas;
Atividades lúdicas e sensoriais.
Locomotoras
As atividades locomotoras possibilitam ao corpo se deslocar no espaço. Envolvem atividades de rolar para frente, para trás, para o lado, rastejar, caminhar, correr e saltar.
Exemplos:
Caminhar na ponta dos pés;
Caminhar sobre linhas desenhadas no chão;
Caminhar primeiro de olhos abertos e, em seguida, de olhos fechados;
Caminhar atravessando obstáculos;
Saltar só com o pé direito, depois só com o pé esquerdo, com movimentação acelerada e lentamente.
Saltar desviando de obstáculos;
Saltar para dentro de um arco e depois para fora dele;
Saltar no mesmo lugar, com os pés juntos: para frente, para trás, para um dos lados, para o outro;
Saltar uma corda balançando;
Correr, chutando um objeto;
Correr com um colega: lado a lado, atrás dele, segurando nos ombros como um trenzinho;
Correr, transportando um recipiente plástico cheio de água sem derrubar o líquido;
Não-locomotoras 
Não envolvem mudança de um ponto para outro no espaço. Envolvem atividades como equilibrar, flexionar, estender, torcer, balançar, chacoalhar, girar e relaxar. 
Balançar partes do corpo, exemplos: balançar somente os braços, só uma perna, só a cabeça;
Equilibrar-se com os braços erguidos e os olhos fechados;
Equilibrar-se na ponta dos pés;
Flexionar as pernas, braços e tronco;
Morto-vivo;
Exemplos:
Manipulativas
As atividades manipulativas envolvem o manejo ou manuseio de objetos. Incluem carregar, chacoalhar, balançar, levantar, empurrar, puxar, equilibrar (habilidades que envolvam contato), bater, chutar, arremessar, rebater, pegar e pendurar.
Exemplos
Arremessar a bola a um colega, deixando-a dar dois piques no chão;
Passar uma bola, sucessivamente, por entre as pernas, primeiro sob a direita, depois sob a esquerda, por cima da cabeça e entre as pernas novamente;
Jogar uma bola a um colega, agachando-se, aumentando e diminuindo a distância;
Andar, com as pernas abertas, sobre uma corda esticada no chão;
Passar sob uma corda, que dois colegas seguram, sem encostar-se a ela;
Jogar com um colega, ambos parados, usando as duas mãos. Variar a atividade continuando o lançamento, ambos em movimento e usando só uma das mãos.
Atividades Lúdicas e Sensoriais
Atividades lúdicas e sensoriais são utilizadas para ajudar a criança a explorar de forma divertida a si mesmo e o mundo ao seu redor. 
Estimular todos os sentidos: a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar. 
Exemplos
Jogos de memória;
Recorte e colagem 
Rasgar e amassar papéis com as mãos;
Pintura a sopro, a dedo e/ou a pincel;
Massinhas de modelar;
Brincar de faz-de-conta;
Mímicas
Dançar;
Reconhecer e nomear partes do seu corpo e dos outros;
Brincar com água, terra, argila,areia, barro;
Reconhecer os sabores
Reconhecer as temperaturas
Participar de brincadeiras rimadas e ritmadas, cantigas de roda, canções folclóricas;
Observar e explorar o ambiente através do tato;
Identificar formas, cores;
Representar, por meio de gestos, sem utilização de objetos
Brincadeiras com bolas, petecas, balões, água, massa para desenvolver a percepção tridimensional, a percepção de distância e orientação espacial;
Ensiná-la a identificar as roupas que usa e os passos no processo de vestir e despir;
Confecção de bandinha rítmica
CARRIJO, F.S.; TAVARES, H. M.A contirbuição da psicomotricidade no trabalho pedagógico. Revista da Católica, Uberlândia, v. 3 n. 6, ISSN 2175-876X
DE OLIVEIRA, Tatiane Flavia et al. Preferência lateral percebida e diagnosticada em adolescentes. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2015. Disponível em <http://www.rbceonline.org.br/pt/preferencia-lateral-percebida-e-diagnosticada/avance/S0101328915001213/ > Acesso em 02 de Maio de 2016.
KODAMA, T. “O que é Lateralidade? Como se desenvolve? Quais atividades a desenvolvem?” Disponível em: https://srtakodama.com/2015/09/07/o-que-e-lateralidade-como-se-desenvolve-quais-atividades-a-desenvolvem/ Acesso em 02 de Maio de 2016.
LIMA, S. Coordenação visomotora e espacial, lateralidade e direcionalidade para Escrita, Preensão do lápis (2015). Disponível em: http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com.br/ 2013/11/coordenacao-visomotora-e-espacial.html Acesso em 02 maio de 2016.
MOURÃO, E. A. F.; TRIGO, R. W. de M. Influência da lateralidade no desenvolvimento motor de crianças de cinco anos. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 2, p. 87-96, jul./dez. 2013
Referências
Referências
LUCENA, N.M.G. et. al “Lateralidade manual, ocular e dos membros inferiores e sua relação com déficit de organização espacial em escolares” Estudos de Psicologia I Campinas I 27(1) I 3-11
SILVA, Y.P. "O lúdico na reeducação psicomotora." Trabalho de monografia apresentado à Pós–Graduação Lato Sensu da Universidade Cândido Mendes. Rio de Janeiro (2004).
SEREZA, Fernando Augusto Vitório et al. VALIDAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA DO INVENTÁRIO DE PREFERÊNCIA LATERAL GLOBAL PARA ANÁLISE DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES. FIEP Bulletin On-line, v. 82, n. 2, 2012. Disponível em: http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/kelyn_rosinholi_mathias.pdf Acesso em 02 de Maio de 2016.
SOARES, A.T.S. "Lateralidade no Desenvolvimento Infantil." Instituto A Vez do Mestre–Universidade Candido Mendes (2002).