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62 7 – COMPONENTES REATIVOS. Campo elétrico Vamos supor que se introduz uma diferença de potencial V entre duas chapas condutoras. Ver fig. 7-1. V ε Fig. 7-1 Em todo ponto, situado no espaço entre essas duas chapas, passa uma linha invisível chamada de linha de campo elétrico. A fig. 7-1 mostra algumas dessas linhas. Se for colocada, sobre uma destas linhas, uma partícula carregada com carga negativa, esta partícula se desloca, ao longo da linha, no sentido da flecha, até atingir a chapa positiva. Se a partícula estiver carregada positivamente, o deslocamento é em sentido contrário. Por isto essas linhas são também chamadas de linhas de força. A chapa ligada ao potencial negativo se chama catodo e a outra tem o nome de anodo. Podemos dar, como exemplo de partícula com carga negativa, um elétron. Dentro de um tubo de um televisor, por exemplo, tem-se o deslocamento de um feixe de elétrons que saem, continuamente, do catodo e atingem o anodo. Outros exemplos de partículas carregadas negativamente ou positivamente são os íons. Íon é um átomo ou uma molécula que perdeu ou ganhou elétrons. No primeiro caso esse elemento se transformou em um íon positivo e no segundo caso tornou-se um íon negativo. As principais aplicações do deslocamento de íons, entre catodo e anodo, são a eletrólise e a galvanoplastia. A entidade física que provoca o deslocamento dessas partículas é chamada de “campo elétrico”. Em cada ponto, situado entre as duas chapas, existe um campo elétrico. As velocidades e acelerações, daquelas partículas, dependem dos valores, desse campo elétrico, ao longo das linhas de força. O valor do campo elétrico, presente em cada ponto, pode ser determinado por meio de expressões matemáticas. Sua unidade física é volt por metro e seu símbolo matemático, mais usual, é a letra grega .ε Por exemplo, quando a distância entre as placas é muito menor do que suas dimensões, o campo elétrico é, aproximadamente constante, e tem o valor: d V ≈ε onde V é a diferença de potencial entre as chapas e d é a distância entre elas.. Exemplo: Sejam duas chapas quadradas com 1 metro de lado, distantes, entre si, de 2 cm. Se introduzirmos uma diferença de potencial de 5 volt, entre elas, teremos em qualquer ponto, situado no espaço compreendido entre essas chapas, o campo elétrico: 63 m v m v d V 250 02,0 5 ==≈ε Na realidade, para que haja formação de campos elétricos, não é necessário que o anodo e o catodo tenham o formato, das chapas, descrito. Quaisquer dois condutores, com uma diferença de potencial entre si, geram campos elétricos. A fig. 7-2.a mostra o caso em que o catodo e o anodo são fios condutores. A fig. 7-2.b mostra as linhas de força em um plano transversal a esses condutores. V V (a) (b) Fig. 7-2 Capacitor Quando se tem um dispositivo na forma de duas chapas colocadas a uma pequena distância entre si, tem-se um capacitor. Portanto o dispositivo mostrado na fig. 7-1 é um capacitor. Quando se coloca entre as chapas, por meio de uma bateria, uma diferença de potencial V, esta diferença de potencial permanece, mesmo depois que a bateria for retirada. Ver fig.7-3. Diz-se que este capacitor ficou carregado com a tensão V. O capacitor é um componente elétrico muito usado em circuitos de corrente alternada. 64 V Vε⇒ε Fig. 7-3 Construção do capacitor Um capacitor pode ser construído usando-se duas placas condutoras, isoladas entre si, cuja distância, uma da outra, é muito menor do que as dimensões das placas. A fig. 7-4.a mostra este dispositivo em perspectiva. A fig. 7-4.b mostra o corte na posição BB da primeira figura. B B (a) (b) d A B B Fig. 7-4 Nessa fig.7-4, o parâmetro A representa a área de cada placa e d é a distância entre essas placas. Estão mostrados, ainda, os terminais condutores que são conectados individualmente a cada placa. Estes terminais são necessários para que se possa intercalar este dispositivo em circuitos elétricos. A fig. 7-5, mostra como um capacitor é representado no esquema de um circuito elétrico. C Fig. 7-5 65 No capacitor da fig. 7-4 as placas estão isoladas apenas pela presença de ar entre elas. Entretanto, o mais comum é ter um material não condutor (isolante) separando essas placas. Este material recebe o nome de dielétrico. A fig. 7-6 mostra o corte, ainda na posição BB, de um capacitor contendo dielétrico entre as placas. rε B B Fig. 7-6 O material isolante possui um parâmetro denominado constante dielétrica relativa. Seu símbolo matemático é rε . O capacitor construído, conforme mostrado nas figuras 7-4 e 7-6, possui a o valor da capacitância, na unidade Farad,. Esse valor é calculado pela fórmula: d AC r ×××= − ε121085,8 [ ]Farad Nesta expressão, rε é um número adimensional, d deve ser dado em metro e A, em metro quadrado. A tabela 7-1 mostra os valores de rε para alguns dielétricos. Tabela 7-1 Dielétrico Const. Dielétrica ( )rε Ar 1,00 Baquelite 5 Vidro 6 Mica 5 Óleo 4 Papel 2,5 Borracha 3 Teflon 2 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 7-1 66 Um capacitor de F1210200 −× (200 pF), deve ser construído conforme as figuras 7-4 e 7-6, utilizando chapas quadradas. Sabendo que a distância entre as placas é md 4101 −×= , determinar a medida de cada lado dessas placas, para os seguintes casos: a) Dielétrico ar b) Dielétrico mica. Solução: a) Para o ar, tem-se 00,1=rε d AC r ×××= − ε121085,8 = FA 124 12 10200 10 00,11085,8 − − − ×=××× 23 12 412 1026,2 1085,8 1010200 mA − − −− ×= × ×× = 2lllA =×= mAl 23 1075,41026,2 −− ×=×== = cm75,4 b) Para a mica, tem-se 5=rε d AC r ×××= − ε121085,8 = FAC 124 12 10200 10 51085,8 − − − ×=×××= 24 12 412 105,4 1085,85 1010200 mA − − −− ×= ×× ×× = ml 24 1013,2105,4 −− ×=×= = cm13,2 Conclusão: a presença do dielétrico faz diminuir o tamanho do capacitor. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- Campo magnético Um ímã, com seus pólos norte e sul, também pode produzir movimentos em partículas, devido ao seu magnetismo. Contudo, essas partículas, para sofrerem esses deslocamentos, têm que ter propriedades magnéticas, como por exemplo, o ferro. Na região, onde se encontra o ímã, tem-se a presença de linhas de campo magnético. O conjunto dessas linhas se chama fluxo magnético. Entretanto, temos aqui, uma característica básica diferente em relação ao campo elétrico.As linhas de fluxo magnético são sempre fechadas. Ver fig. 7-7 67 S N Fig. 7-7 Essas linhas partem do pólo norte para o pólo sul na parte externa do material, e do pólo sul para o pólo norte na região do material. Linhas de campo magnético produzidas pela corrente elétrica. Nas primeiras experiências históricas, com a eletricidade, notou-se que quando a corrente elétrica percorria um fio condutor, a agulha magnética de uma bússola, situada perto do condutor, sofria um desvio. Portanto, a corrente elétrica, de alguma forma, provocava o fenômeno do magnetismo. Este fenômeno ficou conhecido como eletromagnetismo. A fig. 7-8.a mostra, em perspectiva, algumas linhas de campo magnético provocadas pela corrente elétrica no fio condutor. A fig. 7-8.b, mostra essas mesmas linhas em um plano transversal ao fio condutor. Supõe-se que o sentido da corrente é do papel para o leitor. Podemos observar que cada linha forma um círculo perfeito. I (a) (b) Fig. 7-8 Aqui a unidade do campo magnético é ampere por metro. 68 Exemplo: Seja um fio condutor de 1 metro de comprimento percorrido por uma corrente elétrica de 1 ampere. O campo magnético em um ponto, distante 1 cm deste fio, resulta: m A m A r IH 9,15 01,02 1 2 ≈ × = × ≈ pipi Campos magnéticos resultantes de uma corrente elétrica que percorre uma espira. A fig. 7-9 mostra a configuração das linhas, de campo magnético, provocadas por uma corrente elétrica ao percorrer um condutor com a forma de uma espira circular. I Fig. 7-9 Indutor Quando o fio condutor tem a forma de um conjunto de espiras, como mostrado na fig. 7-10, temos um indutor ou bobina. I Fig. 7-10 69 Podemos observar que as linhas de fluxo possuem configuração semelhante àquelas de um ímã. Portanto, neste caso temos a produção de um dispositivo com o comportamento de um ímã. Entretanto, para correntes elétricas, de valores moderados, a intensidade do campo magnético é muito mais fraca do que a de um ímã que possuísse a mesma configuração de linhas de fluxo magnético. Além disto, ao contrário do que acontece com o campo elétrico, ao se desligar a corrente elétrica, as linhas de fluxo magnético desaparecem. Indutor com núcleo de ferro A fig. 7-11 mostra um indutor que contém, internamente, um núcleo de ferro doce. Este núcleo, isoladamente, não é um ímã. Entretanto, quando a corrente elétrica percorre as espiras, as linhas de fluxo magnético se concentram dentro desse núcleo. Desta maneira o sistema se converte em um dispositivo chamado eletro ímã. Mesmo para correntes elétricas moderadas, a presença desse núcleo, torna os campos magnéticos muito mais intensos. Esses campos magnéticos podem se tornar tão intensos como os de um ímã propriamente dito. A principal diferença entre um ímã e um eletro ímã é que este último deixa de se comportar como ímã quando a corrente elétrica é desligada. I Fig. 7-11 Principais aplicações do eletro magnetismo Os indutores, com ou sem núcleo de ferro, são muito empregados em circuitos de corrente alternada e aparelhos eletrônicos. Também, a produção da faísca elétrica, nos motores de combustão dos automóveis, é provocada por um circuito elétrico cujo principal elemento é um indutor. Outra aplicação importante, do eletromagnetismo, é na construção de motores elétricos. Podemos mencionar, ainda, os eletro ímãs propriamente ditos. São usados, principalmente, para transportar sucata de ferro de um lugar para outro. O eletro ímã é agregado a guindaste. Quando a corrente elétrica é ligada, ele atrai e segura a sucata de ferro. Dessa maneira, essa sucata é transportada até outro local onde é liberada por meio da interrupção daquela corrente elétrica. 70 Construção do indutor utilizado em circuitos elétricos. Vimos que um indutor vem a ser um fio condutor formando uma determinada quantidade de espiras. Quando uma corrente percorre esse condutor são geradas linhas de campo magnético de tal maneira que o dispositivo se comporta como um ímã. Ver Fig. 7-12. I Fig. 7-12 Vimos, também, que o efeito eletro-magnético se torna mais intenso quando se tem um material ferroso colocado no interior das espiras. Diz-se que o indutor contém um núcleo ferroso. Este material concentra as linhas de campo magnético existentes no interior dessas espiras.Ver fig, 7-13. I Fig. 7-13 O núcleo fica magnetizado apenas durante a presença da corrente elétrica. Quando esta corrente cessa, a imantação desaparece. Se a corrente elétrica for alternada, o sentido das linhas magnéticas também se alterna. Neste caso dizemos que temos um campo magnético alternado. Isto significa que os pólos norte e sul do eletro-imã se alternam acompanhando a alternância da corrente. Na fig. 7-15 nota-se que o percurso das linhas de fluxo acontece uma parte no núcleo e outra parte no ar. Indutor com núcleo fechado A intensidade do campo magnético fica ainda bem maior quando se consegue fazer com que o percurso total, das linhas de fluxo, seja dentro do material ferroso. Isto se 71 consegue, usando um núcleo fechado tendo, por exemplo, o formato mostrado na fig. 7-14. Linha do fluxo magnético I Fig. 7-14 A intensidade do campo magnético, além de depender da intensidade da corrente elétrica, depende, também, de uma grandeza física chamada de permeabilidade relativa do núcleo. Este parâmetro tem como símbolo rµ . Quando não se usa núcleo no indutor (núcleo de ar), tem-se 1=rµ . Quando se usa núcleo fechado como na fig. 7-16, o parâmetro rµ possui um valor que é específico do material ferroso: rmµ . Entretanto, muitos indutores são do tipo de núcleo aberto, como mostrado na fig. 7-15. Neste arranjo, como já vimos, uma parte do percurso das linhas magnéticas acontece no núcleo ferroso e outra parte no ar. Neste caso tem-se uma permeabilidade equivalente cujo valor é intermediário entre 1 e rmµ : rmre µµ <<1 Os núcleos dos indutores são ligas metálicas onde se tem, em maior porcentagem, o elemento ferro. Em eletro-técnica o material mais empregado é uma liga ferro-silício, onde se tem 4 % de silício e 96 % ferro. Neste caso, 900≈rmµ . A unidade mks, para a indutância, é o Henry. O valor de um indutor, construído com núcleo fechado, como mostrado na Fig. 7-16, obedece à fórmula matemática: l NSL rm 2 7104 ××= − µpi [ ]Henry 7-1 Nesta expressão tem-se: l = comprimento do trajeto total, das linhas do fluxo, no núcleo fechado. Sua unidade deve ser dada em metro. S = área da secção do núcleo em 2m . N= quantidade de espiras 72 -----------------------------------------------------------------------------------------------------Exercício 7-4 Um indutor, construído em núcleo fechado, como mostrado fig. 7-15, foi enrolado com 200 espiras. Seu núcleo possui 900=rmµ . O comprimento do trajeto das linhas do fluxo magnético, nesse núcleo, é ml 1,0= . A área de sua secção é 24104 mS −×= . Determinar o valor desse indutor. 1,0 200104900104 24 7 ××××= − −piL H181,0= ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quando o núcleo é aberto, as formulas para o projeto são muito complexas e pouco confiáveis. O mesmo acontece para os indutores com núcleo de ar 73 8 - OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS Número real e número imaginário. No século 18, o matemático inglês, de ascendência francesa, Abraham Moivre, introduziu, na matemática, um número, que ele chamou de imaginário, cujo símbolo universal é i. Este número obedece a seguinte igualdade: 1−=i Como sabemos, a raiz quadrada de um número negativo não existe fisicamente. Esta é a razão de ser chamado de número imaginário. Quando este número é usado em eletricidade, muda-se seu símbolo para j. Isto se faz para que não haja confusão com o símbolo da corrente elétrica que também é i. Portanto, adotaremos como número imaginário, o elemento: 1−=j Quando este número é multiplicado por um número real, o resultado se torna imaginário. Assim, por exemplo, embora o número 3 seja um número real, o número 3×j é imaginário. Um número complexo é aquele que pode ter uma parte real, além da parte imaginária. Exemplo: 5,33,5 jZ += Neste exemplo, a parte real é representada pelo número 5,3 e a imaginária pelo número j3,5. O número complexo pode ser representado graficamente. Existem duas representações gráficas. Uma delas é chamada de representação na forma retangular ou cartesiana. A outra é a representação na forma polar. Representação do número complexo na forma cartesiana. Na forma cartesiana, a parte real é representada no eixo x e a parte imaginária no eixo y. Isto acarreta um ponto P, no plano xy, que representa o número complexo. A fig. 8-1.a mostra esta representação cartesiana para o número complexo 5,33,5 jZ += . Parte real Parte imaginária 3,5 5,3j 5,3 3,5 Z θ (a) (b) x 5,33,5 jZ += jy 5,3 y x0 0 ZZ = θ, P P Fig. 8-1 74 Representação do número complexo na forma polar. A forma polar, deste mesmo número, está representada na fig. 8-1.b. Neste caso o número complexo é representado pelo módulo e ângulo de um vetor. O módulo é o comprimento do seguimento que liga a origem ao ponto P. O ângulo é aquele existente entre esse segmento e o eixo x. Portanto, a forma polar é representada pelo par de parâmetros: Z e θ . O ângulo θ costuma ser chamado de argumento do número complexo. Portanto, um número complexo, na forma cartesiana, possui uma parte real e outra imaginária. Na forma polar, o número complexo possui módulo e argumento. Transformação da forma cartesiana para a forma polar Usando o teorema de Pitágoras para o desenho da figura 8-9.b, tem-se: 35,634,40 34,405,33,5 222 ≈= =+= Z Z Usando fórmulas trigonométricas tem-se: 66,0 3,5 5,3 ==θtg 01 4,3366,0 ≈= −tgθ ou rd58,0=θ Generalização da transformação da forma cartesiana para a forma polar Dado o número complexo jBAZ += , tem-se: 22 BAZ += A B tg 1−=θ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-1 Passar para a forma polar o número complexo 03 jZ += Solução: 3032 =+=Z 00 3 0 11 === −− tgtgθ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-2 Passar para a forma polar o número complexo 43 jZ −= 75 Solução: ( ) 516943 22 =+=−+=Z ( ) 011 1,5333,1 3 4 −=−= − = −− tgtgθ ou rd93,0−=θ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Transformação da forma polar para a forma cartesiana Seja a representação, na forma polar, do número Z mostrada na fig. 8-2. Vemos que a parte real tem o valor A e a parte imaginária possui o valor B. B Z θ A B Fig. 8-2 Notamos que Z A =θcos e Z B =θsen Portanto: θcosZA = θsenZB = θθ sencos ZjZjBA +=+ ou ( )θθ sencos. jZjBA +=+ 8-1 ------------------------------------------------------------------------------------------------ Exercício 8-3 Dado um número complexo em que 30=Z e 045=θ , determinar sua representação na forma jBA + . Solução: θcosZA = = 2,21707,03045cos30 0 =×= == θsenZB 2,21707,03045sen30 0 =×= = 2,212,21 jjBA +=+ ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Número neperiano O número neperiano é uma constante matemática altamente empregada em diversos ramos da ciência, especialmente na engenharia elétrica e eletrônica. Esta constante é representada, universalmente, pela letra e. Seu valor é: 76 7183,2≈e O número neperiano nasceu a partir dos estudos do matemático escocês John Neper que viveu no século XVI. Ele foi, também, o inventor dos logaritmos. Fórmulas de Euler O matemático suíço-alemão Leonard Euler, que viveu no século XVII, demonstrou as seguintes fórmulas: θθθ sencos je j += θθθ sencos je j −=− Aplicando estas fórmulas na expressão 8-5, resulta: ( ) θθθ jeZjZjBA =+=+ sencos Portanto: θjeZjBA =+ 8-2 onde 22 BAZ += e A B tg 1−=θ Com relação à igualdade 8-2, o lado esquerdo, desta igualdade, é a expressão de um número complexo na forma cartesiana. O lado direito é a expressão matemática, do mesmo número complexo, na forma polar. Observação importante: - Na igualdade 8-2, é obrigatório que o ângulo θ seja explícito em radianos e não em graus. Seja, por exemplo, o número complexo Z que possui 30=Z e 045=θ . Como rd 4 450 pi= , expressa-se este número na forma abaixo: 430 pij eZ = ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-3 - Demonstrar que a)je j =2 pi b) 10 =je Solução: a) 2 sen 2 cos2 pipipi je j += Mas 090cos 2 cos 0 == pi 77 e 190sen 2 sen 0 == pi Portanto jje j =×+= 102 pi b) 0sen0cos0 je j += Mas 10cos = e 00sen = Portanto 10 =je ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Conjugado de um número complexo Dado um número Z = A + jB, o conjugado desse número é *Z =A – jB Exemplo: Se Z = 3 + j5 , então é =*Z 3 – j5. Conjugados na forma polar Se jBAZ += tem-se jBAZ −=* Neste caso A Bjtg eBAZ 1 22 − += e ( ) ABjtgeBAZ −−−+= 122* ABjtgeBA 122 −−+= Portanto, os números complexos conjugados, na forma polar, possuem o mesmo modulo e ângulos com sinais contrários, ou seja: Se θjeZZ = então θjeZZ −=* Soma algébrica de números complexos Usam-se as mesmas regras da soma algébrica de polinômios. Considera-se a parte real como se fosse um termo do polinômio e a parte imaginária como outro termo do polinômio.Desta maneira, a soma de dois números complexos é igual a outro número complexo onde a parte real resultante é a soma das partes reais e a parte imaginária, também é a soma das partes imaginárias daqueles números: ( ) ( ) ( ) ( )DBjCAjDCjBA +++=+++ 78 A mesma regra se aplica para diferenças entre números complexos: ( ) ( ) ( ) ( )DBjCAjDCjBA −+−=+−+ Multiplicação de números complexos a) Os números complexos estão expressos na forma cartesiana. Usam-se as mesmas regras da multiplicação de polinômios, onde cada polinômio possui um termo real e outro imaginário. Não se pode esquecer, ao se realizar esta operação algébrica, que 12 −=j . ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-4. Multiplicar os números 2 + j3 e 4 + j5 Solução: ( )( ) =×+×+×+×=++ 534352425432 2jjjjj 2271512108 jjj +−=−++= ------------------------------------------------------------------------------------------------ b) Os números complexos estão expressos na forma polar. Neste caso a operação multiplicação se torna mais fácil: - Multiplica-se os módulos e somam-se os expoentes. Sejam os números: 1 11 θj eZZ = 2 22 θj eZZ = ( )212 212 1 121 θθθθ +×=×=× jjj eZZeZeZZZ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-5 Multiplicar 630 pij e por 65 pij e Solução: 36 1 6 1 6666 150150530530 pipi pipipipi jjjjj eeeee ==××=× + + --------------------------------------------------------------------------------------------------------- Multiplicação de um número pelo seu conjugado Quando se multiplica um número complexo pelo seu conjugado, resulta um número real cujo valor é igual ao quadrado do módulo do referido número complexo. Demonstração: Seja jBAZ += e jBAZ −=* 79 ( )( ) 22222* BABjjABjABAjBAjBAZZ +=−+−=−+=× Portanto 222* ZBAZZ =+=× Vamos repetir a demonstração, utilizando a fórmula polar: Seja θjeZZ = e θjeZZ −=* 2202* 1 ZZeZeZeZZZ jjj =×==×=× − θθ Divisão de números complexos a) Os números complexos estão expressos na forma cartesiana. Seja a divisão: jDC jBAZ + + = Multiplica-se o denominador e numerador pelo conjugado do denominador. Desta maneira chega-se ao resultado ( )( ) ( )( ) ( ) ( ) 22 DC ADBCjBDAC jDCjDC jDCjBAZ + −++ = −+ −+ = ou 2222 DC ADBCj DC BDACZ + − + + + = 8-7 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-6 Dividir os números 2 + j3 e 4 + j5 Solução: Aplicando a expressão 8-7, resulta: 2222 54 5243 54 5342 54 32 + ×−× + + ×+× = + + = jj jZ 41 2 41 23 j+= ou 0488,0561,0 jZ += --------------------------------------------------------------------------------------------------------- b) Os números complexos estão expressos na forma polar. Neste caso, também aqui, a operação divisão se torna mais fácil: - Divide-se os módulos e subtrai-se os expoentes. Sejam os números: 80 1 11 θj eZZ = 2 22 θj eZZ = ( )21 2 1 2 1 2 1 2 1 θθ θ θ − == j j j e Z Z eZ eZ Z Z ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 8-7 Dividir 330 pij e por 65 pij e Solução: 66 1 3 1 63 6 3 66 5 30 5 30 pipipipi pi pi jjj j j eee e e === − − ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Teorema Quando se divide um número complexo por outro, resulta um número complexo em que o módulo é o quociente dos módulos e o argumento é a diferença ente os argumentos Demonstração: Seja 11 jBA + = 11 θjeZ 22 jBA + = 22 θjeZ Dividindo membro a membro, resulta: ( )21 2 1 2 1 2 1 22 11 θθ θ θ − == + + j j j e Z Z eZ eZ jBA jBA ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício – Calcular o módulo e fase do número complexo 52 34 j jZ + + = 534 221 =+=Z rdtg 54,05 31 1 == −θ 38,552 222 =+=Z rdtg 19,12 51 2 == −θ 81 93,0 38,5 5 ==Z ( ) rdrd 65,019,154,0 −=−=θ ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 82 9 - DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES E CORRENTES EM CIRCUITOS CONTENDO RESISTORES, INDUTORES E CAPACITORES. Expressões matemáticas da corrente e da tensão na forma complexa Para o cálculo das tensões e das correntes em circuitos de corrente alternada, costuma-se expressar essas grandezas na forma complexa polar. Desta maneira, a corrente ( ) ( )ItIti θω += cos se expressa por IjIei θ= Neste caso, a amplitude ( )ti é igual ao módulo de i A fase inicial de ( )ti é igual ao argumento de i Da mesma forma, se tivermos a tensão ( ) ( )VtVtv θω += cos Então, VjVev θ= Amplitude de v(t) = Vv = Fase inicial de v(t) = ( )varg = Vθ Impedâncias Impedâncias são os parâmetros que substituem as resistências nos cálculos de circuitos de corrente alternada. São, também grandezas que são expressas com números complexos na forma polar. Seu símbolo matemático é a letra Z. Impedância de um resistor: RZ R = 0je Impedância de um indutor: 2 pi ω j L eLZ = Impedância de um capacitor: 21 pi ωj C eC Z − = 83 Tensão provocada por uma corrente que percorre uma impedância, Ver Fig. 9-1 ZZv i Fig. 9-1 Seja ( ) ( )ItIti θω += cos Então IjIei θ= Usa-se a mesma lei de Ohm do caso de corrente continua. Entretanto, as três grandezas envolvidas são representadas por números complexos na forma polar. iZvZ ×= Amplitude de ( ) iZvtv ZZ ×== Fase inicial de ( ) ( ) ( )iZvtv ZZ ×== argarg Portanto Exemplo 9-1: resistor IjIei θ= e RZ R = 0je II jjj R IeRIeeRiZ θθ ×=×=× 0 IRiZ R ×=× ( ) iR iZ θ=×arg Portanto Nota-se que a tensão fica em fase com a corrente Exemplo 9-2: indutor ( ) ( )[ ]iZtiZtvZ ×+×= argcos ω ( ) [ ]IR tIRtv θω +×= cos 84 IjIei θ= e 2 pi ω j L eLZ = + ×=×=× 22 piθ θ pi ωω I I jjj L IeLIeeLiZ ILiZ L ×=× ω ( ) 2 arg piθ +=× iL iZ Portanto Nota-se que a tensão fica com uma diferença de fase de + 90 grau em relação a corrente. Exemplo 9-3: capacitor IjIei θ= e 21 pi ω j C eC Z − = − − =×=× 22 1 piθθ pi ωω I I jjj C eC IIee C iZ ωC IiZC =× ( ) 2 arg piθ −=× iC iZ Portanto Nota-se que a tensão fica com uma diferença de fase de - 90 grau em relação a corrente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-1 No indutor mHL 200= passa a corrente ( ) += 3 100cos2 pittiL . Determinar a tensão ( )tvL sobre esse indutor. ( ) −+= 2 cos piθω ω IC t C I tv ( ) ++×= 2 cos piθωω IL tILtv 85 Lv i L Solução: AI 2= ; srd /100=ω ; rdI 3 piθ = + =×= 3232 pipipipi ωω jj L IeLIeeLv Amplitude de ( ) ILvtv LL ω== 40210010200 2 =×××= − volt Fase inicial de ( ) ( ) rdvtv LL 6 5 23 arg pipipi =+== Portanto: -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Associação de impedâncias em série. Ver fig. 9-2 3Z 2Z 1Z i 1v 2v 3v Zv Fig. 9-2 Neste caso, também vale a lei de Kirchhoff das tensões, ou seja: 321 vvvvZ ++= ou ( ) iZZZiZiZiZvZ ×++=×+×+×= 321321 ou iZvZ ×= onde ( ) += 6 5100cos40 pittvL 321 ZZZZ ++= 86 Conclusão: - Impedâncias em série se somam. Amplitude de ( ) iZtvZ ×= Fase inicial de ( ) IZtvZ ×= arg( Exemplo 9-4 Associação de R, L, e C em série Uma associação de um resistor R, em série com um iindutor L e um capacitor C é percorrida pela corrente ( ) ( )ItIti θω += cos . Determinar a tensão Zv indicada na figura abaixo. R i Zv L C Vimos, em capítulo anterior que a soma de números complexos é menos trabalhosa quando esses números estão na forma cartesiana, Portanto, vamos converter as impedâncias para a forma cartesiana. RZ R = 0je R= ωω pi jLeL j =2 ωω pi C j e C j − = − 21 −+=++= ω ω C LjRZZZZ 1321 Exprime-se Z na forma polar 2 2 1 −+= ω ω C LRZ − = − R C L tgZ ω ω θ 1 1 87 Resulta ( )zItZ jjj Z IeZIeeZv θθθθ +×=×= Amplitude de ( ) IZvtv zz ×== Fase inicial de ( ) Ziz tv θθ += Resulta: onde e -------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-2 Uma associação série de impedâncias contem o resistor R = 60 ohm, o indutor mHL 200= e capacitor FC µ200= . Essa associação de componentes é percorrida pela corrente ( ) += 3 100cos2 pitti . Determinar a tensão ( )tvZ sobre essa associação. Solução: AI 2= ; srd /100=ω ; rdI 3 piθ = 2 6 32 10010200 11001020060 ×× −××+= − −Z Ω= 2,63 ( ) rdtgtgZ 46,05,060 10010200 110010200 1 6 3 1 −=−= ×× −×× = − − − −θ portanto ( ) ( )48,0100cos4,12643,0 3 100cos22,63 += −+×= tttvZ pi --------------------------------------------------------------------------------------------------- ( ) ( )ZIZ tIZtv θθ ++×= 100cos 2 2 1 −+= ω ω C LRZ − = − R C L tgZ ω ω θ 1 1 ( ) ( )48,0100cos4,126 += ttvZ 88 Corrente provocada por uma tensão aplicada a uma impedância, Ver Fig. 9-3 Zv Zi Fig. 9-3 Seja ( ) ( )VtVtv θω += cos Então VjVev θ= Neste caso, aplicando a lei de ohm como no caso anterior, resulta Z viZ = Amplitude de ( ) Z viti ZZ == Fase inicial de ( ) ( ) == Z viti ZZ argarg Portanto Exemplo 9-5: resistor VjVev θ= e RZ R = 0je V V j j j e R V eR Ve Z v θ θ == 0 R V Z v R = V RZ v θ= arg Portanto ( ) += Z v t Z v tiZ argcos ω 89 Nota-se que a corrente fica em fase com a tensão Exemplo 9-6: indutor VjVev θ= e 2 pi ω j L eLZ = − == 2 2 piθ pi θ ω ω VV j j j L e L V eL Ve Z v ωL V Z v L = 2 arg piθ −= V LZ v Portanto Nota-se que a corrente fica com uma diferença de fase de - 90 grau em relação a tensão. Exemplo 9-7: capacitor VjVev θ= e 21 pi ω j C eC Z − = + − == 2 21 piθ pi θ ω ω VV jj C VeC e C Ve Z v VC Z v C ω= 2 arg piθ += V CZ v Portanto ( ) −+= 2 cos piθω ω VL t L V ti ( ) [ ]VR tR V ti θω += cos 90 Nota-se que a corrente fica com uma diferença de fase de + 90 grau em relação a tensão. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-3 Sobre o indutor mHL 200= tem-se a tensão ( ) += 6 5100cos40 pittv . Determinar a corrente ( )tiL que percorre esseindutor. v Li L Solução: voltV 40= ; srd /100=ω ; rdV 6 5piθ = − == 26 5 2 6 5 pipi pi pi ω ω j j L eL V eL Vei Amplitude de ( ) ωL Viti LL == 210010200 40 3 =×× = − ampere Fase inicial de ( ) ( ) rditi LL 326 5 arg pipipi =−== Portanto: -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Definição de admitância Admitância é o inverso da impedância. Seu símbolo matemático é a letra Y. Portanto Z Y 1= ( ) ++= 2 cos piθωω VC tVCti ( ) += 3 100cos2 pittiL 91 Desta maneira, para a resistência fica: R YR 1 = Para a indutância fica ωjLYL 1 = Para a capacitância fica j C C jYC − = − = ω ω 1 Demonstrar que jj −= 1 e jj =− 1 jjjj j j j jj −=−=× × =×= 1 111 ( ) j j jjj j j j jj ==−−=−=×− × =× − = − 11 11111 2 Conclusão: - Quando o operador j está no denominador, ele pode ser transferido para o numerador, com o sinal algébrico trocado. Portanto, as admtâncias do indutor e do capacitor assumem, também a forma alternativa: ωL jYL − = e ωjCYC = Associação de impedâncias em paralelo. Ver fig. 9-4 3Z2Z1Z 3i2i1i v Zi Fig. 9-4 Neste caso, também vale a lei de Kirchhoff das correntes, ou seja: 92 321 iiiiZ ++= ou v ZZZZ v Z v Z viZ × ++=++= 321321 111 ou Z v v Z iZ =×= 1 onde ou 321 YYYY ++= onde Z Y 1= e n n Z Y 1= Conclusão: - Em paralelo, os inversos das impedâncias se somam e resultam o inverso de uma única impedância equivalente. Podemos, também, dizer que, no arranjo paralelo, a admitância equivalente é igual a soma das admitâncias individuais. Portanto podemos concluir que vYiZ ×= onde 321 111 ZZZ Y ++= Amplitude de ( ) vYtiZ ×= Fase inicial de ( ) ( )vYtiZ ×= arg Exemplo 9-8 Associação em paralelo de R e C Uma associação em paralelo de um resistor R e de um capacitor C está submetida à tensão ( ) ( )VtVtv θω += cos , Determinar a corrente Zi indicada na figura abaixo. R Zi v C 321 1111 ZZZZ ++= 93 Vimos, em capítulo anterior que a soma de números complexos é menos trabalhosa quando esses números estão na forma cartesiana, Portanto, vamos utilizar as impedâncias na forma cartesiana. ωjC R Y += 1 Passando Y para a forma polar, resulta ( ) ( )ωω RCjtgeC R Y 12 21 − + = ( ) ( ) VjRCjtgZ VeeCRvYi θωω ×+ =×= −12 21 ou ( ) ( )[ ]ωθω RCtgjZ VVeCRi 12 21 −+×+ = Portanto -------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-4 Sobre a associação em paralelo do resistor R = 60 ohm com o capacitor FC 610200 −×= , tem-se a tensão += 3 100cos40 pitv . Determinar a corrente ( )tiZ fornecida por essa tensão. Solução ( ) ( ) ( ) = ×××++×××+ = −−− 1001020060 3 100cos4010010200 60 1 6126 2 tgttiZ pi [ ]rdtt 92,1100cos04,188,0 3 100cos04,1 += ++= pi --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ( ) ( ) ( )[ ]ωθωω RCtgtVC R ti VZ 12 2 cos 1 −++×+ = ( ) [ ]rdttiZ 92,1100cos04,1 += 94 Associação de indutores em série Seja o circuito da fig. 9-5 1L 2L Fig. 9-5 Dada uma freqüência ω , a impedância total fica: ( )ωωω 212121 LLjjLjLZZZ +=+=+= ( )ω21 LLjZ += ωjL= 9-1 onde 21 LLL += 9-2 As expressões 9-1 e 9-2 mostram que dois indutores em série equivalem a um único indutor cujo valor é a soma dos indutores individuais. Podemos generalizar dizendo que n indutores em série equivalem a um único indutor cujo valor é a soma dos n indutores individuais. Capacitores em série Seja o circuito da fig. 9-6 1C 2C Fig. 9-6 Dada uma freqüência ω , a impedância total fica: + − = − + − =+= 2121 21 11 CC j C j C jZZZ ωωω C j C j CC jZ ωωω − =× − = + − = 111 21 onde 21 111 CCC += 9-3 95 ou 22 21 CC CCC + = 9-4 As expressões 9-3 mostra que dois capacitores em série equivalem a um único capacitor cujo inverso de seu valor é igual a soma dos inversos dos valores dos capacitores individuais. Podemos generalizar dizendo que n capacitores, 1C , 2C , ......... nC em série, equivalem a um único capacitor C cujo inverso do valor obedece a expressão: nCCCC 1 .......... 111 21 +++= ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-5 Os circuitos (a) e (b) são equivalentes. Determinar L e C. F61030 −× F61020 −× H30H10 C L (a) (b) Solução: HLLL 40301021 =+=+= F CC CCC 666 66 21 21 1012 10201030 10201030 − −− −− ×= ×+× ××× = + = ------------------------------------------------------------------------------------------------------ Associação de indutores em paralelo Seja o circuito da fig. 9-7 2L1L Fig. 9-7 Supondo que o sinal elétrico possui uma freqüência ω , as impedâncias destes indutores são: 96 ω11 jLZ = e ω22 jLZ = Suas admitâncias são: ω1 1 1 jLY = e ω22 1 jLY = A admitância equivalente é igual à soma das admitâncias individuais: LjLLjjLjLY 1111111 2121 ×= +=+= ωωωω Portanto LjY ω 1 = onde 21 111 LLL += Generalização: - Se houver n indutores em paralelo, eles podem ser substituídos por um único indutor L cujo valor inverso é igual a soma dos valores inversos dos n indutores individuais.nLLLLL 11111 321 +⋅⋅⋅⋅⋅+++= Associação de capacitores em paralelo Seja um circuito formado por n capacitores em paralelo. Ver Fig. 9-8. 1C nC3C2C Fig. 9-8 As admitâncias individuais desses componentes são: 11 CjY ω= , 22 CjY ω= , 33 CjY ω= , ------------, nn CjY ω= A admitância equivalente fica: nYYYYY +⋅⋅⋅⋅+++= 321 97 ou ( )nCCCCjY +⋅⋅⋅⋅⋅+++= 321ω ou CjY ω= onde nCCCCC +⋅⋅⋅⋅⋅⋅+++= 321 Conclusão; - Quando se tem n capacitores em paralelo este conjunto equivale a um único capacitor cujo valor da capacitância é igual ao valor da soma das capacitâncias individuais. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 9-6 Supondo que os circuitos abaixo são equivalentes, determinar os valores de L e C. L Fµ10 H3 H1 Fµ25 C Solução: 21 12 21 111 LL LL LLL + =+= H LL LL L 75,0 13 13 21 21 = + × = + = FFFCCC µµµ 35251021 =+=+= --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 98 10 – RESOLUÇÃO DR CIRCUITOS QUE CONTÊM COMPONENTES RESISTIVOS E REATIVOS Procedimentos 1 – Desenha-se o circuito indicando as impedâncias dos componentes na forma cartesiana Seja o circuito da fig. 10-1 por exemplo ( )te R ωjL C j ω − ( )tv ( )ti Fig. 10-1 2- Redesenha-se o circuito substituindo suas a impedâncias complexas pelos símbolos nZ . Ver fig. 10-2 e v i 1Z 2Z 3Z Fig. 10-2 Note-se que RZ =1 , ωjLZ =2 e ωC jZ −=3 3 – Calcula-se como se o circuito fosse de corrente contínua 32 32 1 ZZ ZZ Z ei + + = ou ( ) 323121 32 ZZZZZZ ZZe i ++ + = 99 32 32 1 32 32 32 32 ZZ ZZ Z ZZ ZZ e ZZ ZZ iv + + + = + ×= ou 323121 32 ZZZZZZ ZeZ v ++ = 4 – Substitui-se, na fórmula de v, os nZ pelos respectivos valores complexos Em nosso exemplo fica RZ =1 , ωjLZ =2 e ωC jZ −=3 5- Determina-se as amplitudes e as fases iniciais dos parâmetros calculados: A amplitude de ( )ti é i A fase inicial de ( )ti é ( )iarg A amplitude de ( )tv é v A fase inicial de ( )tv é ( )varg Consideração sobre a tensão da fonte de tensão alternada Normalmente, considera-se a fase inicial, da fonte de tensão, igual a zero. Desta maneira, se sua amplitude for E volt e sua frequência for ω radiano por segundo teremos: ( ) tEte ωcos= Na forma complexa fica EEee j == 0 , Em nosso exemplo de circuito teríamos: ( ) 323121 32 ZZZZZZ ZZE i ++ + = e 323121 32 ZZZZZZ ZEZ v ++ = Determinação de ( )ti e de ( )tv no circuito exemplificado 100 C L C RjjRL C jjLE i +− − = ω ω ω ω 1 Após algumas manipulações algébricas, chega-se à expressão C L C RjjRL C LE v +− = ω ω Após algumas manipulações algébricas, chega-se à expressão -------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 10-1 No circuito exemplificado tem-se voltE 70= , rd300=ω , Ω= 60R , 200=L mH e FC µ200= Determinar ( )ti e ( )tv ( ) ( )1300102002,0603002,0 1300102002,070 26 26 −××××+× −×××× = − − j ji ou 21660 182 j ji + = Passando para a forma polar fica 3,1 2 60 216 22 2 2,224 182 21660 182 1 e e e ei j jtg j pipi = + = − ( ) ( )1 1 2 2 −+ − = ωω ω LCjRL LCjEi ( )12 −+= ωω ω LCjRL EL v 101 ou 2,224 182 3,1 2 − = pij ei ou 27,081,0 jei = Portanto b) ( )12 −+= ωω ω LCjRL EL v ( )1300102002,0603002,0 3002,070 6 −××××+× ×× = −jv ou 21660 4200 jv += Passando para a forma polar fica 3,1 0 60 216 22 0 2,224 4200 21660 4200 1 j j jtg j e e e e v = + = − ou 3,17,18 −= ev Portanto ------------------------------------------------------------------------------------------------------ ( ) ( )rdtti 27,0300cos81,0 += ampere ( ) ( )rdttv 3,1300cos7,18 −= volt 102 11 – TRANSFORMADORES O transformador é um componente elétrico onde se tem dois ou mais indutores enrolados no mesmo núcleo. Os transformadores usados em eletrotécnica utilizam sempre núcleos fechados. Vimos que a intensidade do campo magnético, além de depender da intensidade da corrente elétrica, depende, também, da grandeza física chamada de permeabilidade relativa do núcleo. Este parâmetro tem como símbolo rµ . Os núcleos dos transformadores, são ligas metálicas onde se tem, em maior porcentagem, o elemento ferro. Em eletro-técnica o material mais empregado é uma liga ferro-silício, onde se tem 4 % de silício e 96 % ferro. Neste caso, 900≈rmµ . Na fig. 11-1 vemos um núcleo fechado onde se construiu dois indutores. pL sLpN sN Fig. 11-1 O valor de um indutor, construído com núcleo fechado, como mostrado nessa figura, obedece à fórmula matemática: l NSL rm 2 7104 ××= − µpi [ ]Henry 11-1 Nesta expressão tem-se: l = comprimento do trajeto total, das linhas do fluxo, no núcleo fechado. Sua unidade deve ser metro. S = área da secção do núcleo em 2m . N= quantidade de espiras ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-1 Um indutor, construído em núcleo fechado, como mostrado fig. 11-1, foi enrolado com 200 espiras. Seu núcleo possui 900=rmµ . O comprimento do trajeto das linhas do fluxo magnético, nesse núcleo, é ml 1,0= . A área de sua secção é 24104 mS −×= . Determinar o valor desse indutor. 1,0 200104900104 24 7 ××××= − −piL H181,0= ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 103 Influência do número de espiras no valor do indutor. Observe-se, na fórmula 11-1, que o valor do indutor é proporcional ao quadrado do número de espiras. Na fig. 11-1 chamamos de pL um indutor e de sL o outro. Se o indutor pL tiver pN espiras e o indutor sL contiver sN espiras, então seus valores obedecem as fórmulas: l NS L prmp 2 7104 × ×= − µpi 11-2 l NSL srms 2 7104 ××= − µpi 11-3 Dividindo 11-3por 11-2, resulta: 2 2 p s p s N N L L = 11-4 ou p s p s N N L L = 11-5 Indução eletromagnética Na fig. 11-2 acrescentamos um gerador de tensão alternada, que é conectado ao indutor pL , de tal maneira a fornecer uma tensão 1v entre seus terminais. Esta tensão produz uma corrente 1i . Esta corrente, ao percorrer as espiras de pL , produz linhas de campo magnético alternado. O trajeto, destas linhas, passa pelo interior das espiras do indutor sL . Esse campo magnético alternado no interior de sL , faz aparecer, nos terminais deste indutor, uma tensão 2v . Se este indutor está ligado a um resistor 2R , será produzida, nesta resistência, uma corrente 2i . A tensão 2v e a corrente 2i são, respectivamente, tensão e corrente induzidos no enrolamento de sL . Linha do fluxo magnético alternado 1i sL SR pL 2R1 v 2v 2i e Fig. 11-2 104 Fator de acoplamento. Um dispositivo como o mostrado na fig. 11-2, é classificado como acoplamento de circuitos. O circuito que contem o indutor pL é chamado de circuito primário. O outro circuito, que contém o indutor sL , é o circuito secundário. Em uma situação ideal, todas as linhas de fluxo magnético, geradas em pL , passariam pelo interior do enrolamento de sL . Chamando pΦ o conjunto de linhas magnéticas geradas em pL , e sΦ o conjunto de linhas magnéticas que passam pelo interior de sL , teríamos, então: ps Φ=Φ Entretanto, na situação real, uma pequena parte das linhas magnéticas geradas em pL , passa por fora do enrolamento do indutor sL . Isto resulta ps Φ<Φ . Define-se o fator de acoplamento como sendo: p sk Φ Φ = Portanto, idealmente poderíamos ter 1=k . Em situações reais tem-se 1<k . Entretanto, existe uma construção mais eficiente para aumentar o fator de acoplamento. Esta construção está mostrada na fig. 11-3. Fig. 11-3 Neste arranjo, os dois enrolamentos estão sobrepostos, na mesma posição, no núcleo. Nesta situação quase todas as linhas de campo magnético, geradas pelo enrolamento primário, estão também no interior do enrolamento secundário. Com isto, pode-se atingir valores de k da ordem de 0,98. Neste caso podemos usar a aproximação: 1≈k 105 Indutância mútua A indutância mútua é um parâmetro que obedece a expressão: sp LLkM = Em uma freqüência ω ela produz a impedância reativa: ωjMX M = Nos desenhos de circuitos elétricos, os dois circuitos acoplados seguem o esquema mostrado na fig. 11-4. Costuma-se indicar o início de cada enrolamento por um ponto, com se vê nessa figura 11-4. Os pontos indicam o início de cada enrolamento. MSR e pL sL R1v Fig. 11-4 Equação de malha para circuitos acoplados A fig. 11-5 mostra o esquema que usaremos para o estabelecimento das equações de malhas. Vamos supor que a tensão 1v possui forma senoidal com freqüência ω . M pL sL R1v 1 i 2i 2v Fig. 11-5 Neste caso as equações de malhas ficam: Circuito primário: 0211 =−+− ijMijLv p ωω ou 121 vijMijLp =− ωω 106 Circuito secundário: 01222 =−+ ijMiRijLs ωω Portanto temos o sistema de duas equações: 121 vijMijLp =− ωω (Circuito primário) ( ) 0221 =++− iRjLijM sωω (Circuito secundário) Resolvendo-se este sistema, de duas equações e duas incógnitas, chega-se ao resultado: ( ) 2 12 1 RjL vRjLi p s ω ω + = 11-6 2 222 1 2 RjLLLM vjMi psp ωωω ω +− × = 11-7 As amplitudes de ( )ti1 e ( )ti2 são, respectivamente, 1i e 2i As fases iniciais de ( )ti1 e ( )ti2 são, respectivamente ( )1arg i e ( )2arg i Transformador ideal Quando se tem dois circuitos acoplados, o dispositivo pode ser considerado um transformador ideal se, entre outras exigências, obedecer duas condições: 1 – O fator de acoplamento precisa ser unitário: 1=k 2 – A reatância do indutor do circuito secundário deverá ser infinitamente maior do que a resistência de carga 2R . 2RLs >>ω Tensão transferida do primário para o secundário no transformador ideal. A expressão 11-7 pode ser reescrita na forma: 2 222 1 2 RjLLLLLk vLLjk i pspsp sp ωωω ω +− × = Como k = 1, tem-se 107 2 22 1 2 RjLLLLL vLLj i pspsp sp ωωω ω +− × = 2 1 RL vL p s × × = ou 2 1 2 R v L L i p s × = 11-8 Vamos supor que sobre o resistor 2R existe uma tensão 2v . Ver fig. 11-5. Então a corrente 2i fica: 2 2 2 R vi = 11-9 Substituindo 11-9 em 11-8, teremos: 2 1 2 2 R v L L R v p s × = ou 12 vL L v p s ×= Mas, de acordo com a equação 11-5, sabemos que p s p s N N L L = Portanto: 12 vN N v p s ×= 11-10 Conclusão: Em um transformador ideal, a condição k = 1, faz com que a tensão induzida no secundário seja igual à tensão do primário multiplicada pela relação entre os números de espiras do enrolamento secundário para o primário. A expressão 11-10 permite que se calcule, também, a tensão no primário quando se conhece a tensão no secundário: 11-11 21 vN N v s p ×= 108 Corrente transferida do primário para o secundário no transformador ideal. A expressão 11-6 pode ser reescrita na forma polar: ( ) 2 2 1 22 2 1 1 ReL veLR i j p j s × × + = pi θ ω ω onde 2 1 1 R L tg sωθ −= Se a condição 2RLs >>ω for obedecida, então ficam válidas as aproximações: ( ) ωω ss LLR≈+ 222 e 21 piθ ≈ Portanto: 2 1 2 1 2 2 1 2 1 R v L L RL vL ReL veL i p s p s j p j s × = × × = × × ≈ pi pi ω ω Mas, de acordo com as expressões 11-4 e 11-11 sabemos que 2 2 p s p s N N L L = e 21 vN N v s p ×= Portanto 2 2 2 22 2 1 R v N N R v N N N N i p s s p p s = × ≈ Mas, vimos que 2 2 2 R vi = Portanto, 21 iN N i p s ≈ Conclusão: Em um transformador ideal, a condição adicional ωsL infinitamente maior do que 2R , faz com que a corrente que percorre o enrolamento primário seja igual a corrente do secundário multiplicada pela relação entre os números de espiras do enrolamento secundário para o primário: 109 21 iN N i p s = 11-12 Também podemos dizer que: 12 iN N i s p = 11-13 Os transformadores práticos são construídos satisfazendo as condições para que seu comportamento fique bem próximo de um transformador ideal, podendo ser desprezadas as diferenças entre um e outro. É facilmente demonstrável que as relações expressas pelas igualdades 11-10, 11-11, 11-12 e 11-13 são válidas tanto para valores instantâneo como para os valores de amplitudes como, também, para valores eficazes. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-2 Um transformador possui uma tensão eficaz, no secundário, de 110 volt. A quantidade de espiras do primário e a do secundário são, respectivamente, 1000 e 100. Determinar a tensão eficaz no primário. Solução: s p eficaz eficaz N N V V = − − 2 1 ou 100 1000 110 1 = −eficazV Portanto voltV eficaz 1100100 1000110 1 = × = − ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-3 Um transformador possui uma corrente eficaz, no secundário, de 1 ampere. As quantidades de espiras, do primário e do secundário, são respectivamente, 1000 e 100. Determinar a corrente eficaz no primário. Solução: p s eficaz eficaz N N I I = − − 2 1 ou 1000 100 1 1 = −eficazI Portanto ampereI eficaz 1,01000 1001 1 = × = − ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-4 Um transformador possui, no secundário, uma tensão eficaz de 110 volt sobre uma resistência de carga de =2R 100 ohm. Nele tem-se 100= s p N N . Determinar: a) A corrente eficaz no enrolamento secundário. 110 b) A potência média entregue à carga do secundário. c) A tensão do primário. d) A corrente eficaz no enrolamento primário. e) A potência média entregue ao enrolamento primário. f) A relação entre as potências no primário e no secundário Solução: a) Seja 2V e 2I as amplitudes respectivas da tensão e da corrente do secundário. Neste caso: 2 2 2 R V I = ou 2 2 2 2 2 R V I eficazeficaz − − × =× ou 2 2 2 R V I eficazeficaz − − = Portanto: amperevoltI eficaz 1,1100 110 2 =Ω = − b) WattVIP eficazeficaz 1211101,12202 =×=×= −− c) s p eficaz eficaz N N V V = − − 2 1 ou 100 110 1 = −eficazV ou voltV eficaz 000.111001101 =×=− d) 01,0 100 11 === s pp s N NN N p s eficaz eficaz N N I I = − − 2 1 ou 01,0 1,1 1 = −eficazI ou ampereI eficaz 011,01,101,01 =×=− e) WattVIP eficazeficaz 12111000011,01101 =×=×= −− f) WPP 1210201 == ou 1121 121 02 01 == P P ------------------------------------------------------------------------------------------------------ Conclusão: - O exercício 11-4 demonstrou que a potência média entregue a uma resistência de carga colocada no secundário de um transformador é igual a potência que o gerador envia para o primário do transformador. Portanto, o transformador ideal não consome potência do gerador. Ele apenas transfere a potência para a carga no secundário. 111 Perdas de energia em um transformador não ideal Na prática, os fios, dos enrolamentos do transformador, não são condutores perfeitos. As correntes elétricas, ao percorrerem esses fios, acarretam potência em suas resistências. Desta maneira é produzida dissipação de energia nesses enrolamentos. Além disto, no núcleo do transformador aparecem correntes induzidas conhecidas como correntes de Foucault. Como o núcleo, também é resistivo, existe dissipação adicional de energia nesse componente do transformador. Isto faz com que, em um transformador não ideal, a potência entregue em seu enrolamento primário seja maior do que a potência que é realmente entregue à resistência de carga conectada em seu secundário. Neste caso diz-se que o transformador possui perdas, não desprezíveis, de potência. A qualidade do transformador é quantizada por meio do rendimento energético: η = Potência sobre a carga no secundário Potência entregue ao primário ou 02 01 P P η = Consegue-se, sem grandes dificuldades, construir transformadores com rendimento maior do que 90 %. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-5 Em um transformador não ideal tem-se, no secundário, uma tensão 2 10eficazV v− = sobre um resistor Ω= 1002R . Determinar a potência na carga do secundário e aquela entregue no primário sabendo-se que 0,95η = . Solução: 2 2 2 02 2 10 1 100 eficazVP W R − = = = 02 01 P P η = 02 01 1 1,05 0,95 PP W η = = ≈ ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Nota Neste primeiro curso de eletricidade por simplicidade, consideraremos transformadores com perdas desprezíveis. Estudos mais completos se encontram em cursos e livros técnicos mais especializados nesse componente elétrico. ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-6 Vamos considerar que um transformador, com perdas desprezíveis, se comporta, aproximadamente, como ideal quando 1≈k e 210 RLs ×=ω , onde 2R é a carga do secundário. 112 Determinar sL e pL sabendo-se que, Ω= 1002R , 50 2 1 = − − eficaz eficaz V V e srd /377=ω . Solução: a) 210 RLs ×=×ω ou Ω×=× 10010377sL HenryLs 65,2377 10010 = × = 50 2 1 == − − eficaz eficaz s p V V N N 2 = s p s p N N L L ou 250 65,2 = pL PortantoHenryLp 63,65065,2 2 =×= ------------------------------------------------------------------------------------------------------- Principal aplicação de transformadores na eletrotécnica. Na eletrotécnica, o transformador é aplicado, principalmente, para diminuir as perdas de energia na linha de transmissão que transporta a eletricidade para os consumidores. Dada uma corrente elétrica eficazI e uma resistência linhaR dessa linha de transmissão, sabemos que a potência média nessa resistência da linha é dada por: 2 0 linha eficaz linhaP I R− = × Essa potência acarreta energia 2n linha eficaz linhaE I R t− = × × que é dissipada na resistência dessa linha. Como isto é uma perda parcial da energia gerada pela concessionária, dizemos que 0 linhaP − é a potência perdida na linha de transmissão. Vemos que, quanto menor for eficazI , menor será a perda de energia perdida na linha de transmissão. Vamos supor que uma comunidade deve receber, da concessionária, uma tensão eficazV −2 . Seja eficazI −2 a corrente consumida por essa comunidade. Ver fig. 11-6. Se for usado um transformador com relação de espiras s p N N teremos, no primário desse transformador, a corrente eficaz p s eficaz IN NI −− = 21 e a tensão eficaz s p eficaz VN N V −− = 21 . 113 2 linhaR pN sNeficazV −1 ComunidadeeficazV −2 eficazI −2eficazI −1 2 linhaR Fig. 11-6 Se esse transformador for construído com sp NN > , a corrente do primário será menor do que a do secundário. Neste caso, a energia perdida na linha de transmissão será menor. Em compensação a tensão do primário será maior do que a do secundário, na mesma proporção. Isto requer maior cuidado na isolação dessa linha de transmissão em relação ao ambiente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-7 Uma concessionária de energia elétrica fornece, para uma indústria, no secundário de um transformador, a tensão e a corrente eficazes de 220 volt e 100 ampere respectivamente. Sabe-se que no enrolamento primário passa a corrente de 1 ampere. Determinar: a) A relação de espiras s p N N desse transformador. b) A tensão eficaz no primário desse transformador. Solução: p s eficaz eficaz N N I I = − − 2 1 ou s p eficaz eficaz N N I I = − − 1 2 Portanto 100 1 100 == ampere ampere N N s p b) s p eficaz eficaz N N V V = − − 2 1 ou 100 220 1 = −eficazV voltV eficaz 000.221002201 =×=− -------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-8 Com referência ao exercício 11-7, vamos supor que a resistência da linha de transmissão é 0,1 ohm. Comparar a potência perdida na linha nas situações: a) Sem usar o transformador. b) Usando o transformador. Solução: a) A concessionária transmite pela linha 2 220eficazV v− = e 2 1eficazI A− = 114 2 0 2linha eficaz linhaP I R− −= × = ( ) WA 10001,0100 2 =× b) A concessionária transmite pela linha 1 22.000eficazV v− = e AI eficaz 11 =− 2 0 1linha eficaz linhaP I R− −= × = W1,01,01 2 =× Conclusão: - O uso desse transformador diminuiu de 10.000 vezes a perda de energia na linha de transmissão. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Resistência refletida do secundário para o primário. Sabemos, pela lei de Ohm, que uma tensão com amplitude V, sobre uma resistência R, produz uma corrente com amplitude I dada por: R VI = Dessa expressão podemos concluir que, se conhecermos as amplitudes da tensão e da corrente, poderemos calcular o valor da resistência por meio da equação: I VR = Chamando de 2V e 2I as amplitudes da tensão e da corrente na resistência 2R do secundário, essas grandezas obedecem a fórmula: 2 2 2 I V R = 11-14 A resistência que o gerador enxerga no primário do transformador é: 1 1 1 I V R = 11-15 onde 1V e 1I são, respectivamente, as amplitudes da tensão e corrente no enrolamento primário. Ver Fig. 11-7. 1R pN sN 2R1 V 1I 2I 2V Fig. 11-7 Dividindo membro a membro 11-15 por 11-14, tem-se: 1 2 2 1 2 2 1 1 2 1 I I V V V I I V R R ×=×= 11-16 Mas, s p N N V V = 2 1 e s p N N I I = 1 2 11-17 115 Substituindo as igualdades 11-17 em 11-16, resulta: ------------------------------------------------------------------------------------------------ Exercício 11-9 Um transformador possui uma resistência de 50 ohm colocada em seu secundário. Determinar a resistência vista no primário, sabendo-se que 10= s p N N . Solução: Ω=×= = 50001050 2 2 21 s p N N RR ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Principal aplicação do transformador em circuitos eletrônicos Vimos que a potência que o gerador entrega ao primário de um transformador ideal é a mesma que é transferida para o secundário desse transformador. Vimos, também, que a potência máxima fornecida por um gerador, de resistência interna SR , para uma resistência externa CR , acontece quando SC RR = . Quando uma resistência externa 2R for diferente de SR , pode-se usar um transformador que produz no primário a resistência 1R tal que SRR =1 . Neste caso, o gerador fornecerá a potência máxima para o primário do transformador. O transformador transfere essa máxima potência para a resistência 2R . Diz-se que o transformador proporcionou o casamento de impedância entre o gerador e a carga externa. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Exercício 11-10 Um gerador com força eletromotriz vEeficaz 220= e resistência interna Ω= 100SR , deve fornecer energia para uma resistência Ω= 102R . Calcular: a) A potência enviada para 2R quando não se usa transformador para o casamento de impedâncias. b) A potência enviada para 2R quando se usa transformador para o casamento de impedâncias. c) Determinar a relação de espiras do transformador usado para o casamento de impedâncias. Solução: a) A corrente produzida no circuito fica: 2 2 1 = s p N N R R 116 A RR E I S eficaz eficaz 210100 220 2 2 =+ = + = − A potência na carga resulta: WRIP eficaz 40102 2 2 2 20 =×=×= − b) O transformador oferece para o gerador a resistência SRR =1 Ω= 100 Portanto, a corrente no primário fica: A RR E I S
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