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AÇÃO PENAL

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INTRODUÇÃO 
O presente trabalho propõe-se a uma síntese objetiva do instituto da ação penal, onde o direito da ação está previsto constitucionalmente conforme a Carta Magna de 1988, em seu artigo 5º, inciso XXXV que diz, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Também é tratado especificadamente à luz do Código de Processual Penal (Decreto-Lei n. 3.689/1941), no Título III, artigos de 24 a 62.
Hoje, e diante de tal amparo da lei, toda pessoa que estiver diante de uma lesão ou ameaça de lesão a direito, poderá propor ao Poder Judiciário a respectiva ação com o objetivo de proteger tal direito, mas nem sempre foi assim, e aqui se faz necessário citar uma breve menção evolutiva deste tema onde Aristóteles (384-322 a.C) diz que o "O Homem, é por natureza, um animal social (...), vivendo em multidão", portanto não é solitário, necessita socializar. E diante dessa socialização, surgem os conflitos.
O direito de punir surgiu nas primitivas sociedades onde era exercido pela vítima, ou por seus parentes ou ainda por seu clã (tribo). Esse instituto da autotutela trazia problemas à sociedade, pois incentivava a violência, bem como trazia consigo a desproporção na punição.
De acordo com Ronaldo Borges (2010), a idéia de proporcionalidade surge com o Código de Hamurabi, onde o sujeito que feriu, será ferido, se matou será morto, também chamado de Lei de Talião, onde a máxima era “olho por olho, dente por dente”.
Com o passar do tempo o Estado é criado e recolhe das mãos da família da vítima o direito de punir. Antes o que era exercida pela vítima, passou a ser do estado o direito de exercer o jus puniendi. Centralizando o poder de punir em contrapartida, obrigou-se a fornecer segurança à população bem como punir os infratores, acabando assim com a chamada vingança privada e dando início ao direito de ação. O estado recolhe das mãos da vítima o direito de punir. No Brasil, foi criado o Código Penal que traz em seu art. 345 que “fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”.
Na evolução social o Estado limitou o direito de punir, condicionando o direito de punir, a um procedimento no qual o acusado tem o direito de se defender e tentar provar a sua inocência. Nessa avocação do Estado-juiz, surge o processo.
Com a prática de uma infração penal, nasce para o Estado o direito de punir o seu autor. Mas de acordo com Pinto (2007) “para que seja punido o Estado deverá realizar um procedimento, onde deverão ser observados os princípios da legalidade, do contraditório e da ampla defesa”. Dessa forma o Estado estará exercendo o jus persequendi, o direito penal objetivo para punir o autor da infração penal. 
O procedimento criminal brasileiro é dividido em duas fases. Uma primeira, administrativa, conhecida como inquérito policial. A Ação Penal, que será objeto do presente estudo, constitui a segunda fase, que se desenvolve apenas em juízo, é dividida em duas espécies: ação penal pública e ação penal privada. Ao conjunto das duas fases dá-se o nome de Persecução penal.
O poder inicial do processo penal foi delegado a um órgão estatal, o Ministério Público, criado com essa específica finalidade, e em certas condições ao ofendido.
1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO PENAL
O vocábulo ação deriva da expressão em latim actio, que significa agere. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, o vocábulo ação é “ato ou efeito de agir, de atuar;...; este conceito de ação penal é entendido como o direito de invocar a tutela jurisdicional do Estado-Juiz na aplicação do direito penal objetivo, na persecução criminal. Nas palavras de Capez (2003, p. 97):
É o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. É também o direto publico subjetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a conseqüente satisfação da pretensão punitiva.
Por sua vez o renomado jurista Tourinho Filho (1999, p. 30) entende a ação penal como sendo “o direito de se pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Penal objetivo. Ou o direito de se pedir ao Estado-Juiz uma decisão sobre um fato penalmente relevante”. Já o jurista Damásio de Jesus (2012, p. 703 apud Frederico Marques, 1956, p. 334) cita que “a ação penal é o direito de invocar o Poder Judiciário no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo”.
Neste ensejo, discorre Morais (2014, apud Mirabete, 2005, v. 1, p. 108):
A ação é um direito subjetivo processual que surge em razão da existência de um litígio, seja ele civil ou penal. Ante a pretensão satisfeita de que o litígio provém, aquele cuja exigência ficou desatendida propõe a ação, a fim de que o Estado, no exercício da jurisdição, faça justiça, compondo, segundo o direito objetivo, o conflito intersubjetivo de interesses em que a lide se consubstancia. O jus puniendi, ou poder de punir, que é de natureza administrativa, mas de coação indireta diante da limitação da autodefesa estatal, obriga o Estado-Administração, a comparecer perante o Estado-Juiz propondo a ação penal para que seja ele realizado. A ação é, pois, um direito de natureza pública, que pertence ao indivíduo, como pessoa, e ao próprio Estado, enquanto administração, perante os órgãos destinados a tal fim.
Portanto, dos entendimentos acima se pode abstrair que a ação penal é um direito autônomo, o qual não se deve confundir com o direito material que irá se deduzir em juízo; é um direito abstrato, uma vez que independe do resultado do final do processo; é um direito subjetivo, pois o titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional e ainda um direito público, pois se dirige contra o Estado e em face do réu.
Há uma confusão no conceito e natureza jurídica de um instituto. A natureza jurídica vem a ser a sua localização no sistema de direito a que pertence esse instituto, é o e enquadramento dentro da ordem jurídica vigente.
Para Rangel (2003, p. 208) temos que:
Portanto, tendo o processo, como finalidade principal, a satisfação de uma pretensão, esta somente pode ser exercida através da ação, que, por sua vez, independe da existência do direito material violado ou ameaçado de violação. Assim, sua natureza processual é patente.
Desta forma, ação Penal é o momento em que se faz existir a acusação contra o autor do delito, ensejando a instauração do Processo Penal e seus desdobramentos posteriores, cuja análise pertine à matéria específica. Com isso, apresentam-se as seguintes características da ação penal conforme Capez (2015, p. 563):
É um direito autônomo, que não se confunde come o direito material que se pretende tutelar;
É um direito abstrato, que independe do resultado final do processo;
É um direito subjetivo, porque o titular pode exigir do Estado-juiz a prestação jurisdicional;
É um direito público, porque a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública.
No direito brasileiro, em regra, a ação penal é pública, estando a cargo do Ministério Público, que tem legitimação ordinária para ingressar com a ação penal. Em poucos casos, em que não está presente o interesse público, a ação será privada e estará a cargo da vítima o processamento.
2 PRINCÍPIOS QUE REGEM O PROCESSO PENAL BRASILEIRO
Conceitualmente, princípios são os fundamentos que alicerçam determinada legislação, podendo estar expressos na ordem jurídica positiva ou implícita segundo uma dedução lógica, importando em diretrizes para o elaborador, aplicador e intérprete das normas, conforme afirma Celso Antônio Bandeira de Melo (2009) “o princípio exprime a noção de mandamento nuclear de um sistema". 
2.1 PRINCÍPIO DA TITULARIDADE
É um princípio atrelado à ação penal pública incondicionada, em que a titularidade do direito de punir é do Ministério Público. Ressalte-se a exceção prevista no artigo 29 do CPP e no artigo 100, §3°, do Código Penal, ao admitir a ação penal privada subsidiária da pública, em caso deinércia do órgão ministerial.
2.2 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
Estando diante de uma infração penal, o promotor de Justiça deverá exercer suas atribuições constitucionais e oferecer a denúncia, sob pena de crime de prevaricação.
2.3 PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO OU PERSUASÃO RACIONAL
O magistrado formará sua convicção pela livre apreciação das provas, tendo liberdade em sua valoração, conforme sua consciência. Contudo, é evidente que ele está vinculado às provas produzidas nos autos pelas partes ou determinadas de oficio, na busca da verdade real.
2.4 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE 
Está prevista na ação penal privada e na pública condicionada à representação. Portanto, é faculdade do ofendido o direito de prosseguir ou não com referida ação. Cabe ressaltar que este princípio não está presente na ação penal pública incondicionada, em razão da indisponibilidade da ação penal (art. 42, CPP).
2.4 PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
O processo contra um ofensor obriga os demais; a renúncia ao direito de queixa em relação a um dos ofensores estende-se a todos; o perdão do querelante dado a um dos ofensores aproveita aos demais (arts. 48, 49 e 51, CPP); o querelante não poderá optar, entre os ofensores, quais deles processará.
2.5 PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
O juiz que presidiu a instrução está vinculado a prolatar a sentença. Esse princípio não está consagrado no CPP, somente se fazendo presente no processo civil, uma vez que o juiz, ao presidir a audiência de instrução, estará vinculado a proferir a sentença.
2.6 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA
Compete ao titular do direito a faculdade de propor ou não a ação penal, de acordo com sua conveniência.
2.7 PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA
Tal princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF, que declara: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas ao sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. Portanto este princípio preconiza a impossibilidade de se propor ou estender os efeitos da pena para terceiros que ao tenham participado do crime.
2.8 PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa (art. 566, CPP).
2.9 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
O juiz, de oficio, pode determinar qualquer diligência a fim de descobrir a verdade real dos fatos que são objetos da ação penal.
3. DAS CONDIÇÕES GENERICAS DA AÇÃO PENAL
A duas formas para que a ação penal se inicie e siga de forma natural seu curso, sendo elas denominadas como pública a que se da por meio de denúncia e privativa caracterizada pela queixa.
De acordo com as normas a ação considera-se ajuizada, a partir do momento que o juiz recebe a petição inicial e verifica se esta de acordo com a relação processual, ou seja, pressupostos processuais que são os requisitos necessários para que tenha existência e validade desta maneira a ação possa seguir e concluir ate o fim. Guando o réu é citado no processo mesmo que não compareça e assim faça valer seu direito de silêncio, também não denominando um advogado para que este defenda seus interesses, o juiz indica um profissional habilitado, e acima de tudo continua a preservar o direito ao contraditório e a ampla defesa.
Entretanto há diversos motivos para que não aconteça o ajuizamento de ações penais por ausência de requisitos, porém mesmo com isso o Poder Judiciário de maneira alguma não pode impossibilitar o ministério da justiça de dar seu parecer, momento em que se apresenta a denúncia ou queixa, conforme o Art. 395 do Código Processo Penal:
Art.395. A denúncia ou queixa será rejeitada guando:
I-	For manifestamente inepta;
II-	Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação 
Penal;
III-	Faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Por se tratar de um acusamento formal o juiz competente deve recusar e assim cancelar a ação.
Para que uma ação penal seja valida deve conter os mínimos requisitos necessários que se baseia nas condições da ação, sendo todo o material feito de maneira correta o órgão acusador pode e deve exigir do Poder Judiciário fazer uma análise de imputação que é a atribuição a alguém da prática de um crime ou contravenção, em uma denúncia ou queixa para que seja dada a sentença, de modo punitivo. Existem dois modos de analisar as condições as que são Genéricas, ou seja, valida para toda e qualquer ação penal e a Especifica que é analisada em tópico separado.
 Há três requisitos indispensáveis para o ajuizamento da ação penal e somente assim o juiz competente poderá ter provas e tomar decisão seja ela qual for. Sendo eles:
Possibilidade jurídica do pedido
Deve haver a imputação, ao ler o inquérito o juiz deve perceber o motivo pelo qual o réu está sendo intimado a responder pelo processo, o individuo deve ter cometido alguma infração na lei, na há como punir alguém sem que este não tenha ferido a mesma. Se assim for o magistrado deve recusar a peça, pois se torna impossível ter seguir com a condenação, Art. 386 do Código de Processo Penal:
Art.386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VII- Não existir prova suficiente para a condenação
Interesse de Agir
 Tem como características a Necessidade, adequação e utilidade. Sendo a necessidade definida para que tenha o devido processo legal onde o individuo possa ser condenado e submisso a sansão que é a ação penal fazer valer as leis.
A adequação é lembrar ao ministério da justiça que este precisa encaminhar a ação dentro da maneira do Código de Processo Penal se não for dessa forma mesmo que a queixa ou a denúncia tendo sido feita e tornando tudo possível não se integra o interesse de agir muito menos a adequação. 
 E utilidade deve mostrar que a ação penal esta útil para os interesses do Estado se caso o processo vir a deixar de ser um objetivo deste mesmo queira não mais punir o individuo autor da infração.
Legitimidade de parte
Deve-se analisar a legitimidade em dois pólos sendo estes em sentido: ativo ou passivo e também a legitimidade para o processo.
Sendo assim a legitimidade para a causa, no pólo ativo é adequar o titular da ação penal, ou seja, Ministério Público (ação penal pública) ou do ofendido (ação penal privada) podendo ser representado ou mesmo sucedido por outro individuo na forma da lei. Já a legitimidade para a causa no pólo passivo este deve-se colocar o principio da intranscendência, ou seja o individuo ao qual pesa a imputação, no caso a parte passiva é aquele que não praticou a conduta típica e também não contribuiu para a realização desta.
A legitimidade para o processo no pólo ativo este deve conter o membro do Ministério Público ou o ofendido devidamente representado por um advogado se a parte por acaso não for habilitado profissionalmente para se auto defender ou se este for menor de 18 anos e assistido por seus responsáveis.
Pode haver excepcionalmente a legitimidade ativa para a causa concorrente sendo assim mais de uma parte autorizada legalmente para agir, porem não pode se haver mais de duas ações penais idênticas contra o réu, pois quem o ajuizar em primeiro afasta o out, esse tipo de conteúdo acontece guando a parte do Ministério Público ultrapassa do prazo legal para oferecer a denúncia dando legitimando o ofendido a ingressar com queixa-crime. Se a parte não o fizer o promotor continua autorizado a oferecer denúncia configurando assim uma legitimação concorrente.
A justa causa para a ação penal
Grande parte da doutrina confunde a justa causa com o interesse de agir, porém a justa causa se baseia em espelhar uma síntese das condições de agir, sendo assim não há justa causa para ação penal.
Diante do Art.395 do Código de Processo Penal a denúncia ou queixa será rejeitada guando se faltar condição para o exercício da ação penalo inciso II e III um interliga o outro significa assim a diferença que “se faltar justa causa pode não haver alguma das condições para o exercício da ação penal. E por outro lado inexistindo qualquer das condições para o exercício da ação penal, não há justa causa.
 
3.1  CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE DA AÇÃO PENAL PÚBLICA
Como subcategoria da ação penal púbica, encontra-se prevista na legislação específica, a ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça. São essas exigências condições de procedibilidade da ação, inerentes à ação penal.
Não se afasta, em conseqüência, a titularidade da ação penal do Ministério Público, o que fica estabelecido é que, para a deflagração da referida ação, fica condicionado o Promotor de Justiça a uma manifestação de quem detém significativo interesse na condenação do agente, mesmo que não participe diretamente da ação. É o caso, como exemplo, de crimes que possam afetar a esfera de intimidade da vítima de forma tal, que a ação somente poder-se-ia iniciar com a autorização desta.
Dessa forma, a lei confere ao ofendido (no caso da representação) a prerrogativa de se manifestar acerca da propositura da ação penal pública, que só assim poderá se iniciar. Há também a hipótese de se condicionar a ação à requisição do Ministro da Justiça, como nos crimes contra a honra praticados contra o presidente da República ou chefe de governo estrangeiro.
Cumpre, nesta altura, mencionar os delitos de menor potencial ofensivo, cuja competência para julgamento cabe aos Juizados Especiais Criminais, tanto estaduais quanto federais.
Maior inovação trouxe o art. 88 da Lei 9.099/95, que diz que “Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas”. 
A modificação da ação penal pública em ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou seu representante legal, traduz, conforme cita Grinover (2005, p. 226) “em despenalização do delito, sem, contudo chegar-se à descriminalização, ou seja, o fato permanece ilícito, sendo dificultada a pena de prisão”.
4 ESPECIES DE AÇÃO PENAL NO DIREITO BRASILEIRO
A ação penal classifica-se tendo em vista o objeto jurídico do delito e o interesse do sujeito passivo em movimentar a máquina judiciária no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo ao fato cometido pelo agente, porém esta divisão é subjetiva em função da qualidade do sujeito passivo que detém a sua titularidade. Assim clarifica Damásio de Jesus (2012, p.704):
Certas objetividades jurídicas são de tal importância para o Estado que ele reserva a si a iniciativa do procedimento policial e da ação penal. São as hipóteses de crimes de ação penal pública. 
Pode ocorrer que o comportamento lesivo venha a atingir um bem da esfera íntima do ofendido, pelo que o Estado reserva só a este a iniciativa do procedimento policial e do processo penal. Surgem os casos de crimes de ação penal privada.
De acordo com esse critério, as ações penais serão públicas ou privadas, conforme sejam promovidas pelo Ministério Público ou pela vítima e seu representante legal, respectivamente. É o que diz o art. 100, caput, do Código Penal “a ação penal é pública, salvo quando a lei, expressamente a declara privativa do ofendido”. 
Em regra geral, o Estado detém o poder de acusação definindo assim a primeira espécie, Ação Penal Pública, e a exerce por meio do Ministério Publico, órgão definido por lei cuja uma de suas funções é propor a ação penal, no entanto há exceção a essa regra, em casos expressamente previstos em lei a ação penal poderá ser privada que se trata da segunda espécie. "A ação penal é publica, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido" (CP, art. 100, caput, grifo nosso)
A petição inicial da ação penal pública é denominada denúncia e só deverá ser proposta pelo Ministério Público. Enquanto a petição inicial da ação penal privada é denominada queixa e poderá ser proposta pelo ofendido, em caso de incapacidade ou morte do ofendido seu direito poderá ser exercido pelo seu representante legal, porém, a lei somente reconhece como representante o cônjuge, ascedente, descedente ou irmão. 
A ação penal pública subdivide-se em condicionada e incondicionada. Na primeira tem-se a necessidade da representação do ofendido ou da requisição do ministro da justiça e deve estar expresso em lei, enquanto a segunda, a ação será proposta sem a necessidade de representação ou requisição, ou seja, o Estado-acusação será legitimado a propô-la independentemente da manifestação de vontade do ofendido. 
Nos crimes de ação publica, esta será promovida por denúncia do Ministério Publico, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do ministro da justiça, ou representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representa-lo. (CPP art. 24, caput)
	A ação penal privada poderá ser proposta pelo ofendido ou seu representante legal estritamente no caso de inércia do Ministério Público, ou seja, passado o prazo fixado por lei, e o Ministério Público não interpor a denúncia poderá o ofendido ou seu representante legal propor uma queixa. Nesse caso o Ministério Público deverá editar e repudiar a queixa oferecendo em seguida a denúncia substitutiva. 
Será admitida ação privada nos crimes de ação publica, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Publico editar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no casoo de negligência do querelante, retomar a ação como pare principal. (CPP, art. 29, caput)
Em suma, a ação penal será pública incondicionada, em casos contrários, deverá estar expresso no texto da lei. Não podendo o Ministério Público recusar-se a denúncia. E assim, nessa passamos ao estudo de cada uma delas.
4.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
Em primeiro lugar, cumpre destacar que a ação penal pública incondicionada tem origem na centralização do jus puniendi na figura no Estado. Com efeito, isto se deu com a evolução do direito penal e a passagem da fase da vingança, em que os próprios ofendidos exerciam as punições, para o período humanitário.
Com a violação da norma penal, surge para o Estado a pretensão acusatória, que é exercida pelo Ministério Público, através da ação penal. Esse mister repousa no texto constitucional na forma do art. 5º, II da CF. Diante do princípio da obrigatoriedade o Ministério Público dever propor a ação penal pública, que nas palavras de Rangel (2003, p. 208) “sempre que estiver com um fato típico, ilícito e culpável nas mãos, devidamente comprovado ou com elementos que o autorizem a iniciar a persecução penal”.
O princípio da obrigatoriedade se reveste do exercício de um poder-dever, atribuído ao Ministério Público, dominus litis, de exigir do Estado-Juiz a devida prestação jurisdicional, com o intuito da satisfação da pretensão acusatória estatal para o restabelecimento da ordem jurídica violada.
A ação penal pública incondicionada é promovida através da denúncia a qualquer tempo, observada a prescrição do crime. Na instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal pública incondicionada é suficiente que a autoridade policial tenha conhecimento da ocorrência de uma infração penal.
A ação penal é pública quando promovida e movimentada pelo Ministério Público. Nesse contexto, a ação pública é incondicionada quando, para promovê-la, o Ministério Público independe de qualquer manifestação de vontade.
A regra é esta: a ação penal é pública é incondicionada. Em se tratando de ação pública condicionada, haverá menção expressa na Parte Especial. Constituem princípios informadores da ação pública:
1) Oficialidade - O Ministério Público é o órgão incumbido de promover a ação penal, devendo fazê-lo de ofício, ou seja por iniciativa própria.
2) Indisponibilidade - O Ministério Público, como titular da ação penal, poderá intentá-lae acompanhá-la em todos os seus trâmites legais. Não poderá, entretanto, dela dispor, declinando do seu exercício, transigindo, desistindo e acordando.
3) Obrigatoriedade ou legalidade - O Ministério Público, presentes os elementos que autorizam a propositura da ação penal, deverá fazê-lo obrigatoriamente, sem receber pressões políticas, atuando de forma totalmente independente, sem sofrer qualquer ingerência do Poder Executivo, do magistrado, do próprio procurador geral. Tanto que este, quando dele divergir, entendo de acordo com o juiz que é caso de denúncia, não pode ordenar daquele mesmo promoter que ofereça a denúncia, designando para tanto à um outro promotor.
4) Indivisibilidade - Como corolário do princípio anterior deriva este princípio, segundo o qual o Ministério Público haverá de proceder contra todos os autores e partícipes da infração criminal.
5) Instranscendência - A pena não pode passar da pessoa do condenado. O princípio da instranscendência é decorrente do princípio da individualização da pena. Sendo assim, a pena não passa para os sucessores. Só que o que se transfere, é a obrigação de reparar os danos, no limite da herança.
4.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
Trata-se de exceção à regra geral de que todo crime se processa mediante ação penal pública incondicionada, desta forma os casos que estão sujeitos a representação ou requisição encontram-se previstos na lei.
Essa ação tem o seu exercício subordinado a uma condição, qual seja, a manifestação de vontade do ofendido (ou de seu representante legal) ou a requisição do Ministro da Justiça. Cabe ressaltar que mesmo nestes casos a ação penal continua sendo pública, de titularidade do Ministério Público, ficando sua atividade subordinada a uma das duas condições.
A doutrina entende que a natureza jurídica da representação é de condição objetiva de procedibilidade, uma vez que sem esse requisito exigido por lei. Este entendimento é sustentado na visão de Tourinho Filho (1999, p. 322) assim:
Na condicionada, é ainda o órgão do Ministério Público quem a promove, mas sua atividade fica subordinada, condicionada a uma manifestação de vontade, que se traduz por meio da representação (manifestação de vontade do ofendido ou de quem o represente legalmente) ou da requisição do Ministro da Justiça (manifestação de vontade ministerial).
4.2.1 ação penal pública condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal
A ação penal pública condicionada à representação é promovida pelo Estado-Juiz através da denúncia. A representação é condição necessária para que o Ministério Público promova a ação penal.
O Ministério Público, que é o titular da ação penal, somente poderá dar início a ela se o ofendido ou seu representante legal previamente manifestar a vontade através da representação. Sem esta manifestação de vontade nem sequer o inquérito policial poderá ser instaurado, conforme se depreende do art. 5º, §4º do Código de Processo Penal.
Manifestada a vontade do ofendido ou de seu representante legal e iniciada a ação penal, ou seja, oferecida a denúncia, o Ministério Público assume incondicionalmente, sendo irrelevante qualquer tentativa no sentido de retratação, conforme a previsão do art. 25 do CPP.
Em nosso ordenamento jurídico as infrações que dependem de representação, são as seguintes de acordo com Capez (2003, p. 106):
Perigo de contágio venéreo (CP, art. 130, § 2º); crime contra a honra de funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II, c/c o art. 145, parágrafo único); ameaça (art. 147, parágrafo único); violação de correspondência (art. 151, § 4º), correspondência comercial (art. 152, parágrafo único); furto de coisa comum (art. 156, § 1º); tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de transporte sem ter recursos para o pagamento (art. 176, parágrafo único); corrupção de preposto e violação de segredo de fábrica ou negócio (art. 196, § 12, X a XII, c/c o § 2º); nos crimes contra os costumes, quando os pais da vítima não têm condições de arcar com as despesas do processo (art. 225, § 2º). O Supremo Tribunal Federal entendeu que, cessado o estado de miserabilidade do ofendido, que legitimou o Ministério Público à propositura da ação, esta passaria a ser de natureza privada, cabendo à vítima, ou a quem de direito, dar-lhe prosseguimento no prazo de trinta dias, sob pena de perempção, causa extintiva da punibilidade (CPP, art. 60, I; CP, art. 107, IV). Nos crimes contra a honra de funcionário cometido propter officium a ação penal também é pública condicionada à representação, de acordo com o Código Penal (art. 145, parágrafo único) e a Lei de Imprensa (art. 40, I, b, da Lei n. 5.250, de 9-2-1967), sendo incabível a persecução privada. Entretanto, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, já decidiu que a legitimação para a iniciativa do processo criminal nessa hipótese é alternativa: do Ministério Público e do ofendido, admitindo-se, por conseguinte, a queixa.
O prazo decadencial, do direito de queixa, deverá ser exercido pelo ofendido ou seu representante legal dentro de seis meses a contar do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, como prevê o art. 38 do CPP, ou no caso do art. 29 do CPP, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia, ou ainda no mesmo direcionamento o art. 103 do CP, como regra geral.
Em excepcional a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67) adota prazo diverso para a representação. Nos crimes de ação penal pública condicionada, regulados por esta lei, o prazo, previsto no art. 41, §1º, é de três meses a contar da data do fato.
A representação poderá ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministério Público ou à autoridade policial (cf. art. 39, caput do CPP). Cabe ainda ressaltar que, o Ministério Público não está obrigado, diante da representação do ofendido, a oferecer a denúncia, e também não está obrigado a acatar a definição jurídica do fato contido na representação.
4.2.2 Ação Penal Pública Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça
A ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça também constitui exceção a regra geral. Nessa modalidade há subordinação à manifestação de vontade do Ministro da Justiça, sem a qual será impossível a instauração do processo, como prevê o art. 24 do CPP e o art. 100, §1º do CP.
O Ministério Público não poderá oferecer a denúncia sem a condição de procedibilidade exigida por lei. No caso da não observância da condição pelo Ministério Público, o magistrado deverá rejeitar a peça acusatória sob o fundamento do art. 43, III do CPP.
Há na doutrina o entendimento de que a requisição se trata de ato político, o ilustre doutrinador Tourinho Filho (1999, P. 374) assevera que a requisição, na espécie, é um ato político, porque "há certos crimes em que a conveniência da persecução penal está subordinada a essa conveniência política”.
As hipóteses previstas em nosso ordenamento jurídico para as infrações que dependem de requisição, segundo Fernando Capez (2003, p. 112) são as seguintes:
Hipóteses de requisição: são raras as hipóteses em que a lei subordina a persecução penal ao ato político da requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, b); crimes contra a honra cometidos contra chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c o parágrafo único do art. 145); crimes contra a honra praticados contra o presidente da República (CP, art. 141, I, c/c o art. 145, parágrafo único); crimes contra a honra cometidos contra chefe de Estado ou governo estrangeiro ou seus representantes diplomáticos, por meio da imprensa (cf, art. 23, I, c/c o art. 40, I, a, da Lei n. 5.250/67); crimes contra a honra praticados por meio da imprensa contra ministro do Supremo Tribunal Federal (art. 23, I, da Lei n. 5.250/67); e crimes contra a honra por meio de imprensa cometidos contra presidente da República, presidente do Senado e presidente da Câmara dos Deputados (art. 23, I, c/c o art. 40, I, a, da Lei n. 5.250/67).Em relação ao prazo, para o oferecimento da requisição, o Código de Processo Penal é omisso. A doutrina vem entendendo que o Ministro da Justiça pode oferecer a requisição enquanto não estiver extinta a punibilidade.
Da mesma forma o Ministério Público não está obrigado a oferecer a denúncia, uma vez que é o titular exclusivo da ação penal pública, e só a ele cabe a valoração dos elementos contidos na requisição. 
É de boa monta ressaltar que essa ação cabível nos crimes contra a honra, praticados contra chefe do Governo estrangeiro (CP, arts. 141, I, 1.ª parte), constitui crime contra a Segurança Nacional (art. 26 da Lei n. 7.170/83). Portanto, não segue a regra do Código Penal, quanto à ação penal.
4.3 AÇÃO PENAL PRIVADA
O Estado-Juiz é o detentor exclusivo do jus puniendi, mas em alguns casos ele transfere a vítima o direito de acusar, o jus accusationis, muito embora o direito de punir ainda lhe pertença. Esse consentimento se justifica porque nestes casos o interesse da vítima se sobrepõe ao interesse público.
A ação penal privada tem como fundamento evitar que o streptus judicii (escândalo do processo) provoque no ofendido um mal maior do que a impunidade do criminoso, ou seja, quis o legislador preservar a intimidade das vítimas em determinados delitos.
Nesse sentido preleciona Fernando Tourinho (1999, p. 416):
Já vimos, inicialmente, que toda a ação penal é pública. Entretanto, no Direito pátrio, à maneira do que ocorre em várias legislações, admite-se a ação penal privada, atendendo-se àquelas razões já aduzidas: a) a tenuidade da lesão à sociedade; b) o assinalado caráter privado do bem jurídico tutelado; c) o strepitus judicii (o escândalo do processo, a publicidade dada ao fato em decorrência do processo), que pode ser muito mais prejudicial ao interesse da vítima do que a própria impunidade do culpado etc.
A distinção entre a ação penal pública e a privada repousa na legitimidade de agir. Entende-se na doutrina que se trata de substituição processual, uma vez que a vítima ao exercer a queixa está defendendo um interesse alheio, interesse exclusivo do Estado, em nome próprio.
A doutrina faz distinção a duas espécies de ação penal privada, quais sejam, a ação penal privada exclusiva (ou personalíssima) e a subsidiária da ação penal pública. A ação penal privada será exclusiva quando o seu exercício competir, única e exclusivamente, a vítima. Não há possibilidade, neste caso, de que a queixa seja proposta por representante legal.
Já a ação penal privada será subsidiária da ação penal publica quando, por inércia, o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal dos art. 100, §3º do CP e art. 29 do CPP. Constitui essa exceção numa garantia constitucional prevista no art. 5º, LIX da CF, em concordância com o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, previsto no inciso XXXV do mesmo artigo. Assim entende o doutrinador Mirabete (2000, p. 125):
Qualquer que seja o delito que se apura mediante ação penal pública, se o Ministério Público não oferece a denúncia no prazo que, em regra é de cinco dias, se o agente estiver preso, e de quinze dias, se solto (art. 46 do CPP), poderá a ação penal ser instaurada mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. Isso não significa que, ultrapassados esses prazos, não mais possa ser iniciada a ação pública, e sim que se faculta à vítima a substituição pela ação privada.
     
4.3.1 Ação penal exclusivamente privada, ou propriamente dita
A Ação Penal Privada Propriamente ocorre quando a lei expressamente diz que: “somente se procede mediante queixa”. Assim, o art. 100, § 2° do CP dispõe que a iniciativa nesse caso incumbe à vítima ou ao seu representante legal. Assim, a ação penal privada propriamente dita ou exclusivamente privada, somente pode ser intentada pela vítima ou por representante legal e, de acordo com o art. 31 do CPP, “no caso de morte do ofendido quando declarado ausente por determinação judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”. 
Há casos em que a conduta do agente atinge o plano íntimo e secreto da vítima. A norma entende que nesses casos, a vontade da vítima deve ser levada em conta para que haja processo. É a ação exclusivamente privada.
A titularidade da ação penal é exclusiva do ofendido ou seu representante legal. No caso de ação penal pública a ação se inicia com recebimento de denúncia pelo MP, como visto anteriormente. Já a ação penal privada se inicia com o recebimento da queixa crime oferecida pelo ofendido. Assim, a queixa crime equivale à denúncia.
O prazo para oferecer a queixa crime é de seis meses. Se a queixa não for apresentada neste prazo ocorre à decadência, que é uma forma de extinção de punibilidade. Na ação exclusivamente privada vigoram os princípios da conveniência ou da oportunidade, da disponibilidade da indivisibilidade e da intranscendência.
Enquanto que na ação penal pública vigora o princípio da obrigatoriedade, na ação penal privada vigora o princípio da oportunidade, isto é, cabe ao titular do direito de agir, no caso, o ofendido, a faculdade de propor a ação ou não, segundo sua conveniência.
Além disso, também vigora o princípio da disponibilidade, isto é, proposta ação penal privada, pode o ofendido desistir da mesma, o que não pode ocorrer com a ação penal pública. Outro princípio que vigora nesta espécie de ação é a indivisibilidade, previsto no art. 48 do CPP “a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade”. Isto é, se forem dois os autores do delito, não pode o ofendido propor a ação contra apenas um dos defensores. 
E por fim, aplica-se o princípio da intranscendência, comum a qualquer ação penal, que consiste no fato de que a ação somente pode ser proposta contra o autor do delito, não atingindo seus familiares ou estranhos.
4.3.2 Ação penal privada personalíssima
Neste caso, a ação só pode ser intentada pela vítima, no prazo de 6 meses, contados da data que transitar em julgado a sentença civil que anular o casamento, e, em caso de falecimento antes ou depois do início da ação, não poderá haver substituição processual para a sua propositura ou seu prosseguimento.
O direito de ação pode ser exercido, exclusivamente pelo ofendido, não se transmitindo o direito de queixa a seus sucessores. Em caso de falecimento do ofendido ou em sua ausência, ninguém poderá exercer em seu nome o direito de queixa. Dessa forma, a morte do ofendido implicará em extinção da punibilidade do querelado.
Em nosso direito existe somente um caso desse tipo de ação, o crime que está previsto no art. 236 do CP, que é o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento conforme o código abaixo transcrito:
contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente,, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Essa única situação em que falecendo a vítima, extingue-se a punibilidade do agente, uma vez que a lei 11.106 de 2005 excluiu o crime de adultério do ordenamento jurídico. 
4.3.3 Ação penal privada subsidiária da pública
É promovida por meio de queixa, quando, embora se trate de crime de ação pública, houver inércia do Promotor de Justiça em oferecer a denúncia conforme o art. 29 do CPP: 
Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
Portanto, esta ação é uma garantiaconstitucional, prevista no art. 5°, inciso LIX, será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, contra eventuais abusos do órgão de acusação, pela sua inércia. 
Assim, a ação penal privada subsidiária só tem lugar no caso de inércia do Promotor de justiça, quando o mesmo deveria propor, ou seja, quando ele, no prazo que lhe é concedido para oferecer a denúncia, não a apresenta, não requer diligência e nem pede arquivamento, isto não quer dizer que ultrapassado o prazo o MP não possa mais denunciar, mas sim que também a vítima poderá ingressar com a ação.  O prazo para o direito de ação, em se tratando de ação penal privada, conforme o art. 38 do CPP será: 
Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Ou seja, o prazo para o ofendido ingressar com a queixa crime subsidiária é de seis meses, a contar do conhecimento da autoria do crime. Podendo ingressar com a ação penal privada subsidiária da ação penal pública, cabendo ao MP aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia subsidiária qualquer pessoa cujo interesse jurídico foi lesado ou ameaçado, na prática do delito. De acordo com o art. 29 do CPP: 
Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
Este é o único caso em que a decadência do direito de queixa não extingue a punibilidade, porque a ação pode, ainda, ser proposta pelo Ministério Público enquanto não ocorrer à prescrição. 
A Decadência é a perda do direito do particular de promover uma ação penal privada ou oferecer representação em caso de ação penal pública condicionada, pelo decurso de tempo. Tem como natureza jurídica ser uma causa extintiva da punibilidade, ou seja, a sua não utilização no prazo estabelecido em lei acarreta a extinção da punibilidade. Já a prescrição consiste na perda do direito do Estado de punir ou de executar a pena em razão do decurso do tempo. Ocorrerá conforme o art. 109 do CP: 
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1°do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 25 
I - em 20 (vinte) anos, se o máximo da pena é superior a 12 (doze); 
II - em 16 (dezesseis) anos, se o máximo da pena é superior a 8 (oito) anos e não excede a 12 (doze); 
III - em 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e nãoexcede a 8 (oito); 
IV - em 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro); 
V - em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois); 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.26 
Desta forma, a ação penal exclusivamente privada é aquela proposta pelo ofendido ou seu representante legal, que permite, no caso de morte do ofendido, a transferência do direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação ao cônjuge, ao ascendente, ao descendente ou ao irmão. 
A ação penal privada personalíssima é aquela que só pode ser promovida única e exclusivamente pelo ofendido. E por fim, a ação penal privada subsidiária da pública é aquela proposta pelo ofendido ou por seu representante legal na hipótese de inércia do Ministério Público em oferecer a denúncia.
4.3.4 Crimes de ação penal privada, no Código Penal Brasileiro
O Código Penal estabelece os crimes de ação penal privada, quais sejam: 
a) calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140), salvo a exceção do art. 145, p.ú; 
b) alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver violência e a propriedade for privada (art. 161, § 1º, I e II); 
c) dano, mesmo quando cometido por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art. 163, caput, parágrafo único, IV); 
d) introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164 c/c o art. 167); 
e) fraude à execução (art. 179 e parágrafo único);
f) violação de direitos autorais e os que lhe são conexos (arts. 184); 
g) induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (art. 236 e seu parágrafo); 
h) crimes contra os costumes (Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial do CP), desde que: não sejam cometidos com abuso de pátrio poder, da qualidade de padrasto, de tutela ou curatela; da violência empregada não resulte lesão corporal grave ou morte; possam a ofendida ou seus pais proverem às despesas do processo, sem privarem-se dos recursos indispensáveis à sua subsistência; e desde que, no caso do estupro, o crime não seja cometido com violência real (Súmula 608 do STF);
i) exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência (art. 345, parágrafo único);
j) em legislação especial, os únicos casos de ação privada são os crimes contra a honra cometidos por intermédio da imprensa (Lei n. 5.250/67).
4.3.5 Prazo da ação penal privada
O prazo para o oferecimento da queixa, na ação penal privada exclusiva, é de seis meses, contados do dia em que a vítima vier, a saber, quem é o autor do crime (Cf, art. 38 do CPP), e também na ação penal privada subsidiária, do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia (Cf, art. 103 do CP e art. 29 do CPP). Trata-se de prazo decadencial conforme a regra do art. 10 do Código Penal.
No mesmo sentido o processualista Mirabete (2000, p. 137) assevera:
Enquanto a ação pública pode ser instaurada até ocorrer prescrição da pretensão punitiva, a queixa só será admitida dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime, na ação privada exclusiva, e do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia, na hipótese de ação subsidiária (arts. 103, do CP, e 38 do CPP). Trata-se de prazo ordenatório, em que a lei faculta a prática de um ato; escoado ele sem a propositura da queixa, ocorre a decadência, causa extintiva da punibilidade.
Cabe ainda ressaltar que, se ocorrer à morte do ofendido ou sendo ele declarado ausente por decisão judicial, o direito de queixa-crime ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (Cf, art. 100, § 4º do CP).
O prazo é decadencial e contado de acordo com a regra do art. 10 do CP, computando-se o dia do começo e excluindo-se o do final. Do mesmo modo, não se proroga em face de domingo, feriado e férias, sendo inaplicável o art. 798, § 3º, do CPP.
No caso do ofendido menor de 18 anos, o prazo da decadência só começa a ser contado no dia em que ele completar essa idade, e não no dia em que ele tomou conhecimento da autoria.
O pedido de instauração de inquérito conforme o art. 5º, § 5º do CPP, não interrompe o prazo decadencial.
4.4 AÇÃO PENAL POPULAR
A ação penal popular é um instituto existente no ordenamento jurídico espanhol e anglo-americano e, historicamente, entende-se como o direito de qualquer pessoa do povo denunciar crime visando punição do autor do delito. Em nosso ordenamento, os que defendem essa terceira espécie, acreditam que o exercício deste direito pode ser perpetrado por Habeas Corpus .
4.4.1 Ação penal popular subsidiada
 Foi instituída no Brasil pela Medida Provisória n. 153, de 15.03.90: Permitia a qualquer cidadão que oferecesse a ação penal por crime de abuso de poder econômico caso o MP excedesse os prazos legais sem adoção de providências a seu cargo (apud, PPC, p. 173). Existem três tipos de ação penal em nosso sistema processual: 
A ação penal pública;a ação penal privada e a ação penal popular. A primeira, indicada no art. 129, I da Constituição Federal, é regulada pelo art. 100, parágrafo 1º. do CP e art. 24 e seguintes do Código de Processo Penal. A segunda é referida no art. 100, parágrafos 2º a 4º do CP e 30 e seguintes do CPP. E a terceira, é prevista na Lei 1.079 de 10.4.1950, que define os crimes de responsabilidade e cuida do respectivo processo e julgamento. O art. 14 È permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou ministros de Estado, por crimes de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados. Este tipo de ação foi recepcionado pela Constituição de 1988, que dispõe sobre os crimes de responsabilidade do Presidente da República (arts. 85 e 86). Artigo publicado no jornal “O Estado do Paraná”, caderno “Direito e Justiça”, de 13.02.05 (Apud Donizetti, 2008).
5 Processo, Procedimento e Pressupostos Processuais
Processo é o instrumento pelo qual se manifesta a jurisdição, tendo sempre a finalidade de alcançar um provimento final, que solucionará a controvérsia e cumprirá os objetivos de concretização do Direito e pacificação social. Procedimento ou rito processual se da na mera sequência de atos processuais, ordenadamente encadeados, vistos da perspectiva externa, sem qualquer preocupação com o seu destino (PACELLI, 2011, p. 657).
O processo é o procedimento que se desenvolve em contraditório entre os interessados, na fase de preparação do ato final e entre o ato inicial do procedimento de execução até o ato final, aquele provimento pelo qual ela é julgada extinta, está presente o contraditório, como possiblidade de participação simetricamente igual dos destinatários do ato de caráter imperativo que esgota o procedimento. (Gonçalves, 1992, p. 96).
 
Possibilidade juridica do pedido compreende-se a previsão ou não vedação, pelo ordenamento jurídico, da postulação dirigida ao Poder Judiciário. No processo penal o exemplo claro de impossibilidade jurídica trata-se da denúncia ou queixa fundadas em fato manifestamente atípico, ou seja, que não guarde subsunção a qualquer tipo penal em vigor, e que não configure, por isso, sequer em tese, a prática de um delito. Neste caso não se trata de um exame prévio do mérito ou da plausibilidade da ação penal reservado à apreciação da existência de justa causa, mas apenas da própria descrição da conduta imputada, de sua adequação ao tipo legal de crime, bem como da aplicabilidade da norma penal ao caso concreto.
Condições específicas do processo penal ao lado das condições gerais da ação, o processo penal exige, para a instauração da ação penal, determinadas condições específicas, também denominadas de procedibilidade. Assim, por exemplo, nos crimes de ação de iniciativa pública condicionada, indispensável será o oferecimento de representação pelo ofendido, nos termos do art. 39, do Código de Processo Penal [13], ou a requisição do Ministro da Justiça, em se tratando de crime contra a honra praticado contra o Presidente da República, contra chefe de governoestrangeiro, conforme art. 145, parágrafo único, do Código Penal; no crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art. 236,do CP), constitui condição específica da ação penal queixa o trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Segundo Cintra, Grinover e Dinamarco (2007) descorrem:
Desde quando se concebeu a autonomia da relação jurídica processual em face da relação jurídica material, tornou-se possível perceber que a relação jurídica processual está sujeita a requisitos próprios, diferentes daqueles aos quais se submete a relação jurídica material. Trata-se dos pressupostos processuais, que são requisitos para a constituição de uma relação processual válida (“ou seja, com viabilidade para se desenvolver regularmente” – CPC – Art. 267, inc. IV). (CINTRA, GRINOVER e DINAMARCO, 2007, p.307).
Não se confundem os pressupostos processuais com as condições da ação. Os pressupostos são aquelas exigências legais sem cujo atendimento o processo, como relação jurídica, não se estabelece ou não se desenvolve validamente e, em conseqüência, não atinge a sentença que deveria apreciar o mérito da causa.
O primeiro pressuposto processual, portanto, refere-se à capacidade para ser parte, assim, não podem oferecer denúncia àquele que não integre o Ministério Público ou queixa o ente desprovido da condição de pessoa – natural jurídica ou judiciária. Nestas circunstâncias, incabível, por exemplo, a denúncia oferecida apenas por "estagiário", ou a queixa apresentada por pessoa falecida ou por sociedade de fato. À capacidade para ser parte acrescenta-se a capacidade postulatória, isto é, de estar em juízo regularmente representado.
Para o recebimento de queixa-crime, não basta o seu oferecimento pelo ofendido, devendo estar firmada por advogado, com os poderes específicos para tal mister, observados os requisitos do art. 44, do Código de Processo Penal, ausentes os pressupostos relativos à partes, a denúncia ou a queixa deverão ser rejeitadas, de acordo com a nova redação do art. 396, parágrafo único, primeira parte, do Código de Processo Penal.
Além dos pressupostos relativos às partes, a inicial acusatória deve ser oferecida a quem tem jurisdição, poder para decidir a causa, isto é, a juiz regularmente investido no cargo. Assim, absolutamente nula a ação penal recebida por juiz afastado de suas funções ou aposentado.
6 Representação do ofendido
A Representação é uma condição de procedibilidade, ou seja, (MP) Ministério Público só pode oferecer a denúncia, após a representação do ofendido ou de seu representante legal. 
A representação não possui requisitos formais. Sendo assim em relação ao cabimento o desta ação penal só pode ocorrer quando a lei expressamente indicar, alguns exemplos de artigos do nosso (CP) código penal que diz quando devera ter representação do ofendido, são eles, estupro (art. 213, CP) ameaça (art. 147,CP) furto de coisa comum (art.156,CP) entre outros, . 
Para que o processo chegue ate o ministério publico e essencial que a vitima leve ate ele, pois de acordo com principio da oficialidade, a vontade da vitima e imprescindível para tramita o processo o ministério publico não poderá interferir a menos que a vitima se manifeste no âmbito jurídico e chamado delatio criminis postulatória (art. 5.º, § 4.º, CPP)., quando o ofendido e menor de 18 anos, pode ter outras pessoas para se manifestar sua vontade pessoas essa que são denominadas ascendente . 
Quando o processo chega ao MP poderá oferecer a denúncia diretamente, caso já possua os indícios suficientes de autoria e a prova da materialidade do crime. poderá remeter à Autoridade Policial, para que esta instaure o Inquérito Policial e proceda às investigações necessárias. 
 
7 Requisição do ministro da justiça
Outra forma do processo chegar ao MP sem ter reapresentação do indivíduo e quando o ministro faz a requisição, quanto ao cabimento de ação penal em duas situações sendo elas: crime contra a honra do presidente da república ou chefe de governo estrangeiro (art 145 e art 141 CP), a segunda hipótese e de crime praticado por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (art 70, CP) 
O ministro pode realizar a requisição ate a prescrição do crime então não tem o mesmo prazo igual à representação, e quando o ministro faz a requisição e Procurador-Geral da justiça quem recebe a requisição se for estadual mais se for a âmbito federal e procurado geral quem recebe essa requisição e condição muito importante, pois única forma de processo ter continuidade em relação a esses crimes.
8 Retrataçao
Consiste no direito do ofendido ou do seu representante legal revogar seu ato de representação enibindo assim a persecução criminal. A retratação só será permitida em ações penais públicas condicionadas antes do oferecimento da denúncia. Após o oferecimento o ofendido fica obrigado a manter a representação anteriormente manifestada (art. 25 CPP). Somente quem expressou a representaçãoé legitimo da retratação, podendo ser o próprio ofendido ou seu representante quando a lei permitir.
8.1 RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO
Imagine, em uma ação penal pública condicionada, o ofendido dá a queixa perante autoridade policial (configura-se representação). Porém no devido tempo ele retrata-se revogando a representação passado determinado tempo, antes de vencer a prescrição, ele decide retratar a retratação anterior, ou seja, revogar a revogação anterior. A questão é: Será possível esse tipo de retratação no direito brasileiro?
Pois bem, no nosso atual código de processo penal nem no código penal existe previsão para essa questão. Portanto a discussão fica à luz dos estudiosos. A doutrina brasileira se divide em duas partes, a primeira defende que essa possibilidade desde que dentro do prazo de prescrição. Enquanto a segunda, defende que não é possível visto que, a retratação configura-se a renúncia do direito de ação. 
9 Conteúdo e formalidades da denúncia ou queixa
Denúncia é a petição inicial, contendo a acusação formulada pelo Ministério Público, contra o agente do fato criminoso, nas ações penais públicas incondicionadas. Enquanto a queixa é a petição inicial, contendo a acusação formulada pela vítima ou pelo seu representante legal, através de seu advogado, contra o agente do fato criminoso, nas ações penais privadas. O art. 41 do Código de Processo Penal estipula quais são os elementos da denúncia ou da queixa: a) exposição do fato criminoso, com todas suas circunstâncias; b) qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-lo; c) classificação do crime; d) rol das testemunhas.
As exposições dos fatos criminosos com todas as circunstâncias que envolvem o delito na forma de qualificação ou causas que aumentem. É dever do órgão acusatório promover a imputação completa, embora tenha que deixar de lado as circunstâncias genéricas de elevação de pena como reincidência, embriaguez preordenada. Cit. Art. 61 do CP. Para aplicar as qualificadoras que estão no § 2 do referido art. 121, ou seja, motivo fútil, meio indicioso ou cruel. 
Quanto a qualificação do acusado pode haver que não tenha nome ou outras qualificações dificultando a identificação do acusado. Contenta-se a ação penal com a determinação física do autor do fato razão pela qual se torne imprescindível sua identificação dactiloscópica e fotográfica, o que está expressamente previsto na lei 12.037\2009. Lembrando que no art. 259 do CPP. Deixa claro que a impossibilidade de identificar o acusado não retardara a ação penal, quando certa a identificação física. 
Em relação à classificação do crime, pode-se dizer queé a tipicidade ou definição jurídica do fato. O Promotor autor da denúncia, após descrever o fato delituoso praticado pelo agente, finda a peça inicial oferecendo a classificação do crime a respeito da tipicidade. Se houver algum erro quanto a qualificação, é irrelevante, pois o réu se defenda dos fatos alegados. Mas uma vez torna-se importante destacar que o acusado terá a ampla defesa assegurada, desde que os fatos estejam bem descritos na denúncia. 
Já o rol das testemunhas é facultativo, neste caso a importância e que não oferecimento do rol da denúncia perde-se as provas testemunhais. A falta de assinatura da peça inicial pode não ser defeito essencial, especialmente se for imprescindível para evitar a prescrição. Quando se trata de queixa e imprescindível a assinatura, pois é ato fundamental de manifestação da vontade da vítima, que dá início a ação penal dando entrada no distribuidor. Na realidade a parte principal da denúncia ou queixa, que merece estar completa e sem defeitos, é a exposição do fato criminoso, com as suas circunstâncias, afinal é a parte principal da denúncia ou queixa que dá imputação contra o qual se insurge o réu.
9.1 DENÚNCIA OU QUEIXA GENÉRICA
Como regra, tanto a denúncia quanto a queixa precisam conter a descrição perfeita a imputação formulada contra alguém possibilitando o exercício do contraditório e da ampla defesa. Excepcionalmente, no entanto, tem-se admitido ofereça o promotor uma denúncia genérica, em relação aos coautores e participantes quando não se conseguir, por absoluta impossibilidade, identificar claramente a conduta de cada um no cometimento da infração penal. 
9.2. DENÚNCIA OU QUEIXA ALTERNATIVA
A denúncia ou queixa genérica alternativa, envolve a possibilidade de apresentação de alternância de imputações. Caso o órgão acusatório esteja em dúvidas quanto a determinado fato ou quanto á classificação que mereça, deve fazer a opção antes do oferecimento, mas jamais apresentar duas versões contra o mesmo réu deixando que uma prevaleça no final. Tal medida impossibilita a ampla defesa, pois seria obrigado apresentar argumentos em vários sentidos, se no caso de um homicídio houver dúvida se constitui motivo fútil ou torpe, é preciso que o promotor opte entre uma e outra, indicando-o na denúncia.
9.3. CONCISÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA
É a medida que se impõe para a peça inicial do processo penal não torne uma autêntica alegação final, avaliando provas e sugerindo jurisprudência a ser aplicada. Diferente da área civil, no processo criminal, a denúncia ou queixa deve primar pela concisão, limitando-se a apontar os fatos cometidos pelo autor (denunciado ou querelado) sem juízo de valoração ou apontamentos doutrinários e jurisprudências. A peça deve indicar o que o agente fez, para que ele possa se defender. Se envolver outros argumentos, tornara impossível o entendimento do réu, prejudicando assim a ampla defesa. Peças longas, contendo exposição doutrinaria e citação de jurisprudência terminam por prejudicar a autodefesa, constituindo-se inicial inepta, merecedora de rejeição. (Art. 395, I, CPP). 
9.4. RETIFICAÇAO DA DENÚNCIA OU QUEIXA NO SEU RECEBIMENTO
Não é possível o magistrado fazer a retificação da denúncia no seu recebimento tratando ser um prejulgamento dos fatos e vindo a prejudicar o réu. Se o caso o juiz receber uma denúncia de roubo pois por estar parecendo que foi extorsão não cabe a ele fazer a correção pois estaria sendo parcial, deve rejeitar para que o promotor faça a correção, até porque o titular da ação penal e do ministério público ou do ofendido, conforme o caso. Fazendo a rejeição para que outra seja oferecida, preservando o direito de defesa, evitando que o acusado seja prejudicado ao impugnar fatos diversos e mal exposto. Entretanto, se o órgão acusatório descreveu um caso bem detalhado entendendo que é roubo, ainda que ao magistrado pareça ser extorsão, deve receber a denúncia e ao final, já na sentença, promova se for o caso, a devida retificação.
9.5. REJEIÇAO DA DENÚNCIA OU QUEIXA PELO JUIZ E RECEBIMENTO PELO TRIBUNAL
Entende-se que em alguns casos não pode ser recebida pelotribunal, jugando recurso em sentido estrito, à denúncia ou queixa rejeitada pelo juiz, sob pena de supressão de instancia. Tal situação ocorreria caso o magistrado fosse incompetente para julgar o caso sendo assim substituído pelo tribunal. O correto e dar provimentos para o recurso, para que os autos retornem a origem a fim de o magistrado receber a denúncia ou queixa. Entretanto se o juiz rejeita a denúncia ou queixa porque achou incabível o ajuizamento da ação penal, é viável que o tribunal a receba. Estádisposto atualmente na sumula 709 do STF. 
9.6. RECEBIMENTO OU REJEIÇAO PARCIAL DA DENÚNCIA OU QUEIXA
Pode ser aceita, desde que não haja um prejulgamento do mérito, é viável que o juiz tenha liberdade para acolher alguns fatos narrados pela acusação, com respaldo no inquérito, afastando outros, sem aplicar prejulgamento. Até porque não estaria o juiz substituindo o acusador, pois não estaria classificando os fatos expostos, mas somente permitindo o início da ação penal com base em acusação plausível. No entanto, que a denúncia ou queixa é uma peça técnica, visando à exposição dos fatos, de modo a permitir a ampla defesa ao acusado, não podendo ser recortada pelo juiz no seu recebimento, se a providencia retirar sentido aos fatos imputadospela acusação, merecendo ser rejeitada no seu todo.
2.4.2.1 Renúncia 
11 DA PRESCRIÇÃO
A prescrição penal é uma das causas de extinção da punibilidade do agente, elencada no art. 107, inciso IV, do Código Penal brasileiro. Consiste na perda do direito de punir por parte do Estado, em virtude do decurso de tempo, isto é, perde o Estado o direito ao exercício do jus puniendi ante a inconveniência da aplicação da pena muito tempo após a prática do delito.
A despeito de possível controvérsia sobre a natureza do instituto, se de direito material ou processual, fato é que, vem-se considerando os reflexos da prescrição incidentes sobre a ação penal e, evidentemente, à própria condenação.
No que tange a incidência da prescrição sobre a possibilidade de propositura da ação penal, há de ser observado o lapso temporal em que se desenvolvem as investigações criminais. Isto é, determinada a data do fato, não deve o Inquérito Policial ultrapassar os prazos definidos no Código Penal, precisamente no art. 109, sem que esqueçamos do art. 115, caso incidam as hipóteses nele contidas.
Na hipótese acima, encontramos exemplo da prescrição da pretensão punitiva, onde os prazos da lei se aplicam para a extinção da possibilidade de aplicação do direito de punir, sempre baseados na pena em abstrato, no seu limite máximo, ou seja, na pior das hipóteses consideradas para a condenação.
11.1 DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA, ANTECIPADA, PROJETADA, PERSPERCTIVA OU VIRTUAL
Outro exemplo de afastamento do direito de punir ante a inércia da Jurisdição é a chamada prescrição retroativa, assim conhecida pela Doutrina e Jurisprudência, embora não expressamente acolhida no ordenamento jurídico penal brasileiro.
Isto quer dizer que, no entendimento de Régis Prado:
... se entre a data da consumação do crime e do recebimento da denúncia ou da queixa, ou se entre a data do recebimento da denúncia ou da queixa e a da publicação da sentença condenatória excede-se o lapso prescricional – aferido com base na pena in concreto -, aplica-se a extinção da punibilidade pela prescrição retroatia. 
A prescrição retroativa é reconhecida de forma antecipada, normalmente ainda na fase do Inquérito Policial, sendo que o Promotor de Justiça pode vislumbrar a possibilidade de aplicação de pena mínima ao acusado, uma vez que primário e de bons antecedentes e, em nome da economia processual, requerer o arquivamento do procedimento.
Assim, complementando-se o raciocínio, segundo Pacelli:
...diante da constatação, feita nos próprios autos do procedimento de investigação (...), da impossibilidade fática de imposição, ao final do processo condenatória, de pena em grau superior ao mínimo legal, é possível, desde logo, concluir pela inviabilidade da ação penal a ser proposta, porque demonstrada, de plano, a inutilidade da atividade processual correspondente. 
Quando se menciona a ocorrência da prescrição retroativa, estamos diante de uma causa de extinção de punibilidade que, em tese, tem a possibilidade de ser reconhecida tomando como base a pena provável a ser fixada em futura condenação. Guardando a pena a ser aplicada grande probabilidade de ser estabelecida no mínimo legal, resta ao titular da ação observar se a hipótese de prescrição retroativa se realizaria ao final do processo, na cominação da pena. Caso positivo, não se vislumbraria a justa causa para a continuidade da ação penal, pois que seu resultado seria inútil ante a ineficácia da sentença condenatória em virtude da ocorrência de uma causa de extinção de punibilidade do agente.
12. Da jurisdição, ação e processo
Encontramos no latim subsídios para compreensão da palavra jurisdição. Ius (direito) e dicere (dizer): dizer o direito. Temos, portanto, a jurisdição como uma das funções do Estado, encarregada de “dizer” e aplicar o direito às situações conflituosas, requerentes da tutela jurisdicional, função essa, oriunda da Teoria da Tripartição dos Poderes, desenvolvidas pelo barão de Montesquieu.
Dessa forma, em sintonia com o entendimento de Carreira Alvim, temos que: “A jurisdição é uma função do Estado, pela qual este atua o direito objetivo na composição dos conflitos de interesses, com o fim de resguardar a paz social e o império da norma de direito”. 
Complementando esse raciocínio, é fundamental a noção de que, ao exercer a função jurisdicional, o poder Judiciário não pode e nem atua espontaneamente. É necessária a provocação de quem possui o interesse de agir, ou seja, daquele interessado na lide e sua resolução.
O que exurge, então, é a necessidade de um instrumento que tenha a função de quebrar a inércia do poder judiciário, na intenção de provocar a jurisdição e, como tal, temos a garantia constitucional ao exercício da ação. Conforme observado acima, constitui prerrogativa do Ministério Publico o exercício da ação penal pública, inerente à esmagadora maioria dos crimes previstos em nossa legislação penal.
Ao prosseguirmos nessa análise, um terceiro elemento ocorre para viabilizar o exercício da jurisdição estatal, requerido pela parte interessada e legítima, através do seu direito de ação. Trata-se do processo, que corresponde a uma série de operações compostas de atos que se concatenam para a obtenção da composição da lide. Em suma: o processo é um conjunto de atos ordenados, harmônicos entre si, com o objetivo de trazer à realidade a prestação do judiciário.
Cumpre o processo a função de estabelecer um elo entre a ação e a jurisdição, através de atos realizados pelas partes e o Poder Judiciário, organizados pelas leis processuais.
 
13. Considerações finais
Zaffaroni e Pierangeli (Manual de Direito Penal Brasileiro, p. 729) novamente levantam discussão sobre a inserção do tema ação penal em disposições do âmbito do Direito Penal, uma vez que, em sua opinião, o tema pertence ao Processo Penal.
Porém, a nosso ver, nada impede a análise do tema sob a óptica do direito penal, uma vez que para o delito, resta como conseqüência a pena. Por sua vez, a pena somente pode ser aplicada como resultado do devido processo legal. Desenvolvido pela atividade jurisdicional, orientada por normas processuais, porém provocada pelo direito constitucional ao exercício da ação.
De qualquer forma, mesmo que não se sustente essa argumentação, tanto o Direito Penal Material, quanto o Direito Processual Penal são fragmentos de um mesmo ordenamento jurídico, partes de um mesmo sistema penal, vigente em um momento histórico. Em suma: são ambos integradores e expressão do poder punitivo estatal, sendo qualquer polêmica acerca da melhor localização do instituto inerente à ação penal mero preciosismo, mais importando a atenção aos aspectos garantistas não só deste, mas de todos os institutos penais, desde sempre utilizados quase que puramente como instrumentos de controle social, ainda mais nos dias atuais, onde o “Estado Social” anda mais ausente.
Atenção, parte de vermelho está neste site.
http://www.direitopenalvirtual.com.br/artigos/da-acao-penal
CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS 
Capez, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral. 19° ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
Direito penal virtual: http://www.direitopenalvirtual.com.br/artigos/da-acao-penal

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