Buscar

Teoria Geral dos Contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Teoria Geral dos Contratos – visão geral
Por Thiago JS Oliveira
Primeiramente, cabe ressaltar, antes de adentrarmos as minucias dos atos contratuais em si, qual o conceito de Contrato. Vários doutrinadores o conceituam do modo como bem lhe convém, ou a forma que melhor permeia sua visão e entendimento.
Mas, numa abreviada e simples compreensão, podemos considerar que Contrato seja um acordo de vontades de Natureza patrimonial. É importante destacar que, os contratos sempre serão patrimoniais.
Assim sendo, o contrato é acarretado como um NJ – art. 107 CCB, não havendo forma especial de celebração, salvo nos raros casos diversos em lei. Com isso, a modalidade especial somente será viável e exigível em ordem legal. Um ponto de grande relevância é quanto ao numerário final do contrato, sendo que, transpassando 30 sal. mín. será exigida escritura pública, conforme disposto no art. 108 CCB.
O contrato poderá ser verbal, mas por seguridade deve ser escrito, pois será meio com o qual se exporá os fins e meios de alcance dos interesses externados, sendo ainda requisito de validade. Servirá ainda de prova.
Quanto a natureza jurídica dos contratos é constante dos NJ. Importantíssima atenção neste instante, pois, NJ nada tem a ver com Ato Jurídico. Compreende Ato Jurídico uma conduta humana que acarretará efeito jurídico, externado pelas vontades, isso em visão ampla; já numa visão estrita, em strito senso, nos atos jurídicos tais efeitos não serão plausíveis de modificações, ou seja, de escolhas. Portanto, a grande diferença entre Ato Jurídico e NJ é justamente quanto a flexibilização, escolha, dos efeitos auferidos, ou seja, sendo passível de modificações será um NJ, não o sendo, estaremos diante de um Ato Jurídico; sua modificação não é pertinente pois seus efeitos estão previamente determinados em lei.
Com isso, o contrato, por ser passível à escolha dos efeitos pretendidos é caracterizado como sendo um NJ, sendo está sua natureza jurídica, de razão bi ou plurilateral, também de aceitável meio unilateral.
Detendo de tais conceituações, dispomos de uma primeira classificação dos contratos, assim sendo, contratos de razão bilateral, plurilateral ou unilateral. É interessante atentar também que, toda vez que se falar em contrato por pressuposto estar-se-á refutando num NJ Bi ou Plurilateral. Mas, o contrato não poderá ser unilateral? O contrato será de razão unilateral quanto aos efeitos e as prestações e não quanto à sua formação, pois, para se formar, o contrato sempre será de fator bi ou plurilateral. Expl..: num contrato bilateral haverá prestações para ambos os lados, suj. A terá responsabilidade da entrega do bem e suj. B se responsabilizará em onerar-se em prol do bem tratado, ou seja, há prestações para ambas as partes. Já numa contratação unilateral, há duas vontades, mas as prestações permitir-se-á somente a uma única parte. Expl..: doação; há externadas duas vontades, a do doador e do donatário, mas a prestação somente será do doador, que deverá responder pela entrega do bem em questão. Isso excluindo quando da rara possibilidade de onerosidade para ambas as partes, expl..: doação com encargo de onerosidade.
É interessante nesta primeira classificação deter de certos cuidados. Muitos afirmam que contrato bilateral seja sinônimo de contrato sinalagmático. Rigorosamente analisando, não há qualquer ligação entre elas, pois, todo contrato bilateral será fator condicional ser também sinalagmático. O contrato sinalágmo possui causalidade nas prestações, ou seja, a prestação de uma das partes é causa da prestação da parte contrária. Expl..: contrato de compra e venda – suj. A celebra com suj. B; A detém a obrigação de entrega do bem, e B a obrigação de onerosidade sobre o bem. Portanto, a causa de A será a prestação de B, sem o qual os fins contratuais não serão firmados, podendo gerar responsabilidade pelas partes por perdas e danos.
Mas, qual a importância em saber se o contrato é unilateral ou bilateral? Simples, sua relevância ocupa lugar quanto a seus efeitos. Exemplo, num contrato bilateral, quando da inadimplência de algum ato de responsabilidade, a parte que se sentir prejudicada, cobrará judicialmente pela adimplência e cumprimento contratual. Por se tratar de um fator sinalagmático, a parte prejudicada alegará que, somente atuará com o cumprimento contratual se a outra também o fizer. Essa ação é a famosa defesa de exceção de contrato não cumprido, cabível em contratos bilaterais – art. 476 CCB. Diferente será num contrato unilateral, no qual não cabe à exceção de contrato não cumprido. Outra importância é que no contrato bilateral há constante de cláusula resolutória tácita implícita, ou seja, quando do inadimplemento de uma das partes, a parte prejudicada poderá pedir a resolução, extinção do ato contratual pelo simples fator do inadimplemento. Terceiro efeito, equivalência econômica, ou seja, sendo uma prestação, causa da prestação posterior, deve existir um mínimo de equivalência entre o valor econômico de tais; expl.: Suj. A compra apartamento de Suj. B num valor de R$ 300 mil, o valor a ser pago será o de no mínimo R$ 300 mil, respeitando sempre uma razão numerária equivalente próxima, nunca excessiva, nem irrelevante. Caso haja qualquer vestígio de excessividade ou irrelevância no valor tratado será vinculada a simulação de doação, portanto, anulável o ato.
No contrato plurilateral, pouco trabalhado doutrinariamente, há sempre presentes três ou mais vontades, denominado de contrato complexo, justamente pela numerosidade de partes. Tal modalidade contratual é acarretada de uma característica essencial, além da numerosidade de partes, ele não é sinalagmático, assim sendo, a prestação de uma das partes não é causa da outra, as prestações não se cruzam, portanto, não serão os contratos plurilaterais, circunstancialidade dos efeitos analisados acima. O direcionamento da contratação plurilateral é para um beneficiário comum. Expl..: contrato social – não confundir com as sociedades institucionais acobertadas por lei especial, Lei 6404/76, não sendo fator de contrato social, mas de um estatuto social. Outro ponto relevante, o contrato plurilateral gera a irresponsabilidade por vício redibitório e evicção. Nos contratos onerosos o alienante responde implicitamente por tais circunstancias. Terceiro efeito, fraude contra credores, tornando o contrato anulável. Quando percebida a fraude, os credores poderão pedir o cancelamento dos atos alienantes cobrando o que lhes é de fato, seja a alienação gratuita ou onerosa, sendo fator ação pauliana. Uma atenção é cabível a uma única diversificação entre alienação gratuita e onerosa, quanto ao art. 158 CCB, pois, sendo gratuito não há necessidade da ciência do donatário, agindo ou não de má-fé, mesmo que o ignore, agora se o ato é oneroso, somente poderá ser cancelado o ato da prova da má-fé do adquirente.
Seguindo quanto à classificação, podemos ainda destacar entre o contrato comutativo e aleatório. Contrato comutativo é aquele contrato em que as partes anteveem seus efeitos. As partes conseguem antever os efeitos do contrato firmado. Por lógica, o contrato aleatório, seus efeitos não são previstos, pois, no aleatório está presente a alea, ou seja, o risco, o ato de sorte. O grande efeito desta classificação é quanto à irresponsabilidade por evicção e vícios redibitórios nos contratos aleatórios, pois em tal contrato há presente o risco, o fator do assumir o risco. Portanto, seu reclame por qualquer defeito não será plausível, pois há assumido um risco intrínseco no ato contratual. O contrato aleatório pode ainda persistir de dois tipos, naturalmente aleatório ou acidentalmente aleatório. No naturalmente aleatório, sua tipicidade é de risco puro, é ser aleatório por natureza como o próprio nome o define; já no acidentalmente, atipicamente aleatório, ou seja, por um acidente se tornou aleatório. Por natureza era comutativo, mas por algum fator se tornou aleatório – art. 458 e ss., expl..: contrato de compra e venda de coisa futura (risco porexistência – chamada de risco total – respeitando o dolo e a culpa por parte do promitente, ou por risco de quantidade – chamada de risco parcial) ou contrato de compra e venda de coisa exposta a risco. É necessário deter atenção quanto a nomenclatura dos tipos classificatórios dos contratos atipicamente aleatórios. Quando do contrato atipicamente aleatório com risco total será vinculado o nome “Emptio Spei” – Venda de esperança – art. 458 CCB, já por contrato atipicamente aleatório por risco parcial, “Emptio Rei Speratae” – Venda de coisa esperada – art. 459 CCB. Os dispositivos 460 e 461 do CCB são referentes a contratação de coisa já existente exposta a risco, atipicamente aleatório.
O contrato ainda poderá ser consensual ou real. Nem sempre um contrato será fruto de um acordo consensual entre as partes, contudo, não sendo está uma regra absoluta. O contrato consensual é pré-disposto de consenso, ou seja, formado pelo acordo de vontade das partes, regra simples e objetiva; já o contrato real é formado pela tradição, ou seja, firma-se pela mera entrega do bem. Dentro de tal temática, é possível subdividir em três modalidades diversas os contratos reais: contrato de mútuo (empréstimo de bem fungível, havendo transferência de propriedade), contrato de comodato (empréstimo de bem infungível, havendo transferência de posse) e contrato de depósito. É pertinente acentuar que divergentemente há consideração do contrato estimatório como sendo um contrato real, ou seja, venda em consignação. Os efeitos auferidos desta classificação, faz referência quanto, aos contratos reais serem de razão unilateral. Simples, se o contrato real se forma da entrega da coisa, do bem em si, não é jus para seu efeito, mas requisito último de formação do ato contratual. Portanto, somente a parte que deve entregar o bem é que ocorre com a prestação e não ambas as partes. Expl.: Suj. A empresta de Banco B certa quantia, esta relação contratual de razão real é unilateral, pois, o mesmo somente surge da entrega da quantia e não da formação de acordo das partes. A prestação coube, inicialmente, somente ao banco, não exigindo contraprestação inicial da parte contrária. Pós formação contratual, com o numerário depositado em conta, é que Suj. A terá de devolver a quantia emprestada. Lembrando, pós formação contratual, não no ato de formação nem antes, somente posterior à formação. Este é um exemplo de exceção à regra da conceituação do contrato unilateral, pois, diz a regra que todo contrato unilateral é gratuito. Outro exemplo é o empréstimo sob juros, ou seja, contrato de mútuo feneratício, assim sendo, contrato unilateral e oneroso.
Mas, quando o contrato se forma? Um contrato se forma quando da presença do acordo entre as partes. Isso em regra e contrário ao contrato real, obedecendo visão ao contrato consensual. De modo geral o contrato não possuo modalidade especial para sua formação, basta que haja presente o acordo entre as partes. Portanto, permite-se formar de modo livre. Com isso, em regra, o contrato se forma quando da aceitação de uma proposta, havendo harmoniosa correlação entre proponente ou policitante e aceitante ou oblato. Importantíssimo ressalvar que, a proposta obriga o proponente, sendo a força vinculatória para o contrato. Porém, nem sempre será deste modo. Art. 427 CCB, nos apresenta três circunstancias em que a proposta deixa de obrigar o proponente; primeiro, quando expressa a razão de que tal proposta não se caracteriza vinculante; segundo, em circunstancialidade da natureza e quantidade do negócio, ou seja, a partir do instante em que a coisa não mais existe, a proposta não se vincula e; por razão das circunstancias. Mas quais? Art. 428 CCB, em fator de quatro circunstancias.
É importante atentar, anteriormente da demonstração das circunstanciais do 427 que, um contrato pode se firmar entre presentes ou entre ausentes. É compreensível por entre presentes o instante em que a proposta e a aceitação se dão em tempo real, seja por modos presenciais tradicionais ou por outro meio virtual que possibilite tal fator. E entre ausentes a proposta e a aceitação não se dão em tempo real, exigindo certo tempo para a resposta, sendo positiva ou negativa.
Com isso, nos é cabível algumas pontuações. Se a proposta for feita entre presentes, tal será perpétua? Não, mas durara até o instante temporal definido, até o término do prazo. Mas se não houver prazo? Simples, sendo entre presentes e da não constatação de prazo, será finalizada a proposta da negação da mesma, seja de forma expressa ou tácita, do silêncio, portanto, não havendo aceitação imediata. Já entre ausentes, não havendo prazo, deixará de ser obrigatória do translado de tempo suficiente entre o conhecimento da proposta em si e o retorno da resposta, respeitando sempre tempo razoável. Ainda, em proposta entre presentes não há possibilidade de retratação antes do conhecimento da proposta, pois a mesma ocorre em tempo real, já entre ausentes a retratação antecessora é plausível, desobrigando assim o policitante.
Com isso, fecha-se as circunstancias do art. 428 CCB, primeiro, contrato entre presentes sem prazo, não havendo aceitação imediata; segundo, contrato entre ausentes sem prazo, transpassando tempo razoável para o conhecimento e resposta; terceiro, contrato entre ausentes, com prazo não expedida em tempo certo e; por fim, contrato entre ausentes, com retratação antecessora ou simultânea a proposta.
E quanto aos princípios que auferem aos contratos? Os contratos são formados respeitando certos valores, quais sejam. Princípio da voluntariedade ou da autonomia da vontade, isso quer dizer, as partes firmam um contrato se quiser, quando quiser, sobre o que quiser e com quem quiser. Ou seja, a contratação é livre. Tal princípio acarreta de simples compreensão, porém, há que se cuidar do que atualmente se denomina de crise dos contratos, pois, as partes não discutem o teor total e minucioso do constante em contratação, podendo ser fruto tal ferramenta de algum ato fraudulento. Para que tal não ocorra, atualmente se respeita o famoso contrato de massa, contrato padrão ou contrato de adesão. Exemplo simples e corriqueiro, contrato de prestação de serviço público essencial, água e luz. Em razão desta conceituação, muitos dizem não haver presença atuante do princípio da voluntariedade, mas na realidade há voluntariedade quanto ao modo de pagamento, quanto a data de quitação entre outros meios. Contrato de adesão é fator de aderência entre as partes, não propondo a discussão das cláusulas, não ferindo ao Princípio da Isonomia, pois a igualdade buscada é a igualdade material e não a formal como decretam tantos. Assim o é que o próprio CCB protege o aderente em razão das cláusulas abusivas ou que retirem algum direito.
Segundo Princípio é o da obrigatoriedade, a contratação é livre, mas a partir do instante de sua aceitação, o contrato se torna obrigatório de cumprimento. O contrato faz lei entre as partes, o famoso Pacta Sunt Servanda. Estando legal o contrato e sendo este aceito pelas partes, será de obrigação seu cumprimento. Mas seu cumprimento será obrigatório sempre? Não, pois nosso atual CCB não adotou o pacta sunt servanda na modalidade absoluta. Nosso ordenamento mitiga a cláusula Rebus Sic Stantibus – Coisa assim ficar – contra o Pacta Sunt Servanda, impetrada na Idade Média, não sendo obrigatório o cumprimento o contrato firmado em casos de guerra, isso durante a criação da cláusula na Idade Média. Portanto, o contrato somente será obrigado se a coisa assim permanecer, ou seja, se a res assim constituir por vontade alheia à integridade das partes, por força estranha à razão das partes. É implícita tal compreensão pela teoria da imprevisão ou teoria da onerosidade excessiva, no qual, do ferimento do equilíbrio da contratação, a obrigação não se perfaz. Ou seja, quando do desiquilíbrio, haverá a extinção contratual. Expl.: contrato mediante leasing. Duas questões interessantíssimas, este preceito é implícito e não cabendo somente em casos de guerra, masa qualquer fator imprevisto ou inconveniente. Art. 478 CCB. Importante aferirmos algumas indagações. Todos os contratos são plausíveis da teoria da imprevisibilidade? Não, pois quando da execução do contrato, pautando suas três modalidades – instantânea (cumprimento da prestação se dá no momento da conclusão do contrato), continuada (o cumprimento da prestação se dá em razão parcelada, em cotas periódicas de prestação) ou diferida (não é sinônimo de execução continuada, é a prestação paga uma única vez, mas numa futuridade) – não há presente a teoria da previsão, não afetando assim nenhuma das formas. Para que a teoria da previsão seja colocada em prática, haverá deter presentes a extrema onerosidade para uma parte e a vantagem extremada para a outra, ocorrida por fato superveniente, gerando a resolução do contrato.
Terceiro princípio, da Relatividade, no qual, um contrato só produz efeitos entre as partes, não afetando, em regra, terceiros estranhos. Somente quem aufere com o contrato detém direitos e obrigações sobre o mesmo. Mas, será que não é possível atingir terceiros o contrato firmado sem seu consentimento? E quanto ao contrato de seguro de vida, não gera efeitos em favor de terceiros? O próprio CCB possibilita três modalidades contratuais em que os efeitos serão em favor de terceiros. Estipulação em favor de terceiros – 436 ss. CCB (o estipulante vinculará à parte em obrigação em favor de terceiro, detendo este um direito e não um dever); Promessa de fato de terceiro – 439 CCB (o promitente fixa terceiro para cumprir obrigação em razão à parte, sendo o promitente responsável pelo não cumprimento, detendo este terceiro um dever) e; Contrato com pessoa a declarar – 467 CCB (o contrato é firmado normalmente entre as partes, porém o promitente por cláusula declara quem ocupará seu lugar na obrigação, na realidade quem contrai no contrato é o terceiro, detendo este terceiro direitos e deveres; em regra o prazo para indicação será o estipulado em contrato, não havendo terá cinco dias para tanto).
Quarto princípio, função social do contrato. Representa uma limitação do ato contratual, conforme art. 421 CCB, quando da celebração de um contrato, não será de interesse somente das partes, mas repercutirá em todo o meio social. Todo contrato indiretamente poderá prejudicar a todos. Este princípio é de teor interpretativo, integrado ao sistema contratual. Importante deter visão ao Enunciado n. 22 da Justiça Federal.
Quinto princípio, boa-fé objetiva. A lei obriga os contratantes comportamento de boa-fé, ou seja, um contratante deve confiar no outro – art. 422 CCB. Observar Enunciado n. 26 da Justiça Federal. Lembrando que, a boa-fé exigida por lei é a objetiva, assim sendo, é o que releva o padrão social de conduta. 
Todos os princípios fazem referência quanto ao não dirigismo legal, ou seja, ao modo livre das partes, sem interligação obrigacional da estática legislação. Isso refere-se ao conceito jurídico indeterminado, ou seja, de baixa densidade normativa, que prescinde de um juízo de valor assedado pelo aplicador do direito no caso concreto. Cabendo somente quando a lei assim o permitir.
Invalidade dos contratos? Art. 104 CCB, sendo que, um NJ (contrato) pode ser analisado sob três prismas, existência, validade e eficácia. No plano de existência é necessário averiguar os elementos essenciais, assim como também para a validade. Portanto, para existir é necessário um sujeito, para que detenha de validade que esse sujeito detenha total capacidade. Uma regrinha para que fixe melhor, os elementos de validade sempre serão adjetivação dos elementos de existência. Gerando nulidade ou anulabilidade. Mas qual a diferença? A diferença para ato nula e ato anulável é que o ato nulo é nulo e o anulável é anulável. Essa é a grande diversificação. É simples, não sendo está diferenciação qualquer tipo de brincadeira ou pegadinha. O ato nulo é nulo por si, o anulável pede para ser anulado, detendo de um tempo certo para seu pedido, não sendo pedido para sua anulabilidade será convalido. Simples, o juiz pode declarar de oficio a nulidade de um ato, pois ele é nulo por si, inválido, não convalescendo por decorrer do tempo, mas não poderá auferir sobre o mesmo no anulável, pois poderá vir a ser convalido quando da não atenção ao tempo predeterminado por lei.
Importantíssima atenção quanto a problemática de sentença declaratória de nulidade para sentença anulável. O entendimento tradicional de que o ato nulo retroage afetando todos os atos praticados até então e o anulável atingindo somente do instante em si pra frente, não cabe mais. Atualmente o entendimento é outro. Se o ato for nulo a ação a ser proposta, por visão tradicional, é ação declaratória de nulidade, em ato anulável a ação a ser proposta será ação anulatória. A diferença entre elas é referente a natureza da ação. Quando o juiz aufere ação constitutiva ele constitui algo daqui pra frente, efeito ex nunc, quando em ação declaratória, o juiz declara algo que já é por si, afetando o passado, efeito ex tunc. Portanto, se o ato é nulo, a ação será declaratória, e em ato anulável, ação constitutiva. Essa era a visão tradicionalista, hoje a coisa mudou. Pontes de Miranda já observara tal fator, mas por não ganho de força, poucos o detinham até então. Para ele, tal sistema tradicional não acarretara verídico, pois, nos termos dos arts. 161, I, e 171, I ambos do CCB, se sujeito absolutamente incapaz atua sem representante, o ato é nulo, se o sujeito for relativamente incapaz, e atua sem assistente o ato é anulável, ambos afetando o momento inicial. Compreendendo os atos praticados por um relativamente incapaz, se a constitutividade dos atos for auferida, expl.: guri de 17 anos compra apartamento, e o juiz concede ação constitutiva, dizendo anulável os atos, os efeitos antecessores são válidos, por razão mera ex nunc, não retroativa. Portanto, os atos praticados por um relativamente incapaz não necessita de desfeito, pois seu efeito não retroage. Há sentido em tal ação? Pontes de Miranda diz que invalidar um ato é desfazer o ato, voltando a ser o que era antes. Portanto, tanto um ato nulo quanto um ato anulável serão referentes de retroação. Muita atenção quanto a isso, tanto em ação nula quanto em ação anulável serão referentes o desfazimento negocial, portanto, retroagirá. Art. 182 CCB. Mesmo em ato anulável, retroage e mata tudo, não por natureza da ação mas por ordem de lei. Portanto, os que declaram o efeito ex nunc aos atos anuláveis não explicam o art. 182 CCB. A grande diferença é que no nulo o pedido para ação não é necessário já no anulável será exigível, e o anulável convalesce e o nulo não. Mas quanto aos efeitos, ambos será ex tunc, atingindo a raiz dos atos. Visão moderníssima sobre o tema dos efeitos da invalidade dos atos jurídicos.

Outros materiais