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ORIGEM E FORMAÇÃO DO SOLO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
BACHARELADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
TARCISIO LOPES DOS SANTOS	
ORIGEM E FORMAÇÃO DO SOLO:
O RECÔNCAVO BAIANO
Cruz das Almas,
 25 de Julho de 2013 
No linguajar popular a palavra solo está intimamente relacionada com a palavra terra, a qual poderia ser definida como material solto, natural da crosta terrestre onde habitamos, utilizado como material de construção e de fundação das obras do homem. Uma definição precisa e teoricamente sustentada do significado da palavra solo é, contudo bastante difícil, de modo que o termo solo adquire diferentes conotações a depender do ramo do conhecimento humano que o emprega. Para a agronomia, o termo solo significa o material relativamente fofo da crosta terrestre, consistindo de rochas decompostas e matéria orgânica, o qual é capaz de sustentar a vida. Desta forma, os horizontes de solo para agricultura possuem em geral pequena espessura. Para a geologia, o termo solo significa o material inorgânico não consolidado proveniente da decomposição das rochas, o qual não foi transportado do seu local de formação. Na engenharia, é conveniente definir como rocha aquilo que é impossível escavar manualmente, que necessite de explosivo para seu desmonte. Chamamos de solo, a rocha já decomposta ao ponto granular e passível de ser escavada apenas com o auxílio de pás e picaretas ou escavadeiras.
A crosta terrestre é composta de vários tipos de elementos que se interligam e formam minerais. Esses minerais poderão estar agregados como rochas ou solo. Todo solo tem origem na desintegração e decomposição das rochas pela ação de agentes intempéricos ou antrópicos. As partículas resultantes deste processo de intemperismo irão depender fundamentalmente da composição da rocha matriz e do clima da região. Por ser o produto da decomposição das rochas, o solo invariavelmente apresenta um maior índice de vazios do que a rocha mãe, vazios estes ocupados por ar, água ou outro fluido de natureza diversa. Devido ao seu pequeno índice de vazios e as fortes ligações existentes entre os minerais, as rochas são coesas, enquanto que os solos são granulares. Os grãos de solo podem ainda estar impregnados de matéria orgânica. Desta forma, podemos dizer que para a engenharia, solo é um material granular composto de rocha decomposta, água, ar (ou outro fluido) e eventualmente matéria orgânica, que pode ser escavado sem o auxílio de explosivos.
Intemperismo é o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos pelos quais a rocha se decompõe para formar o solo. Por questões didáticas, o processo de intemperismo é frequentemente dividido em três categorias: intemperismo físico químico e biológico. Deve se ressaltar, contudo, que na natureza todos estes processos tendem a acontecer ao mesmo tempo, de modo que um tipo de intemperismo auxilia o outro no processo de transformação rocha−solo. 
	A velocidade de decomposição depende de vários fatores, entre os quais a temperatura, o regime de chuvas e a vegetação. As condições existentes nas regiões tropicais são favoráveis a degradações mais rápidas da rocha, razão pela qual há uma predominância de solos residuais nestas regiões (centro sul do Brasil, por exemplo).
Como a ação das intempéries se dá, em geral, de cima para baixo, as camadas superiores são, via de regra, mais trabalhadas que as inferiores. Este fato nos permite visualizar todo o processo evolutivo do solo, de modo que passamos de uma condição de rocha sã, para profundidades maiores, até uma condição de solo residual maduro, em superfície. A figura ilustra um perfil típico de solo residual.
O solo residual jovem apresenta boa quantidade de material que pode ser classificado como pedregulho (# > 4,8 m). Geralmente são bastante irregulares quanto a resistência mecânica, coloração, permeabilidade e compressibilidade, já que o processo de transformação não se dá em igual intensidade em todos os pontos, comumente existindo blocos da rocha no seu interior. Pode−se dizer também que nos horizontes de solo jovem e saprolítico as sondagens a percussão a serem realizadas devem ser revestidas de muito cuidado, tendo em vista que a presença de material pedregulhoso pode vir a danificar os amostradores utilizados, vindo a mascarar os resultados obtidos.
No Recôncavo Baiano é comum a ocorrência de solos residuais oriundos de rochas sedimentares. Um perfil típico de solo do Recôncavo Baiano é apresentado nas figuras abaixo, sendo constituído de camadas sucessivas de argila e areia, coerente com o material que foi depositado no local. Merece uma atenção especial o solo formado pela decomposição da rocha sedimentar denominada de folhelho, muito comum no Recôncavo Baiano. Esta rocha, quando decomposta, produz uma argila conhecida popularmente como "massapê", que tem como mineral constituinte a montimorilonita, apresentando grande potencial de expansão na presença de água. As constantes mudanças de umidade a que o solo está submetido provocam variações de volume que geram sérios problemas nas construções (aterros ou edificações) assentes sobre estes 
solos. 
 
Sobre a formação de petróleo na região do Recôncavo Baiano, recebe destaque a Bacia do Recôncavo está localizada no estado da Bahia, nordeste do Brasil. A bacia corresponde a um sistema rifte intracontinental, que se alonga na direção norte-sul por aproximadamente 450 km, desde a zona agreste pernambucana até o litoral baiano. Do ponto de vista estrutural e tectônico, a Bacia do Recôncavo constitui um graben assimétrico (depressão), inclinado para leste com área de aproximadamente 1.500 km2. A história da evolução tectono-sedimentar da Bacia do Recôncavo está relacionada ao evento rifte Eo-Cretáceo que culminou com a separação das Placas Africana e Sul-Americana.
Até o momento, todos os campos de óleo e gás descobertos na bacia (cerca de 6,290 milhões de barris) referem-se ao sistema petrolífero Candeias-Sergi, cujo gerador e reservatório correspondem respectivamente aos folhelhos lacustres do Membro Gomo (Fm. Candeias) e aos arenitos flúvio-eólicos da Formação Sergi (Mello et al., 1994). Em produção desde a década de 30, a Bacia do Recôncavo encontra-se em um estágio exploratório maduro.
REFERÊNCIAS
ROCHA, P.S.; SOUZA, A. O. de A. B.; CÂMARA, R. J. B. O futuro da Bacia do Recôncavo, a mais antiga província petrolífera brasileira. Bahia Análise & Dados. Vol 11, Nº4 (2002), pp. 32-44.
www.ebah.com.br/content/ABAAAAdTYAL/modelagem-geracao-migracao-petroleo-na-bacia-reconcavo
www.ebah.com.br/content/ABAAAAOVcAL/mecanica-dos-solos-i

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