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Doença de Chagas MSc Gisely Cardoso de Melo UNIVERSIDADE ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE • Principal doença parasitária da América Latina • Caráter endêmico, evolução crônica • Elevada morbimortalidade HISTÓRICO Carlos Chagas atendendo pacientes Carlos Chagas atendendo pacientes Carlos Chagas atendendo pacientes Hospital em Lassance • População em risco de infecção 80 milhões de habitantes • Prevalência da infecção 16 a 18 milhões de indivíduos • Prevalência de cardiopatia 2 a 3 milhões de pessoas • Prevalência de megas 200.000 casos EPIDEMIOLOGIA SUCESSO E DESAFIOS Mortalidade superior a 10 mil casos por ano Mais de 700 municípios com casas infectadas Controle de doadores em 5% dos bancos de sangue 5% a 7% dos doadores de sangue infectados ANOS 70 •Cinco milhões de infectados no Brasil •Mortalidade superior a 10 mil casos por ano •Mais de 700 municípios com casas infectadas •Controle de doadores em 5% dos bancos de sangue •5% a 7% dos doadores de sangue infectados s SUCESSO E DESAFIOS Junho de 2006 Certificação de eliminação das transmissões vetorial e transfusional pela OPAS/OMS Década de 80 Priorização do programa nacional de controle Aplicação de inseticidas na área endêmica Seleção sorológica nos bancos de sangue MORFOLOGIA Amastigotas •Ovóide ou fusiforme •Corpo achatado •Núcleo grande e excêntrico •Cinetoplasto bem visível •Flagelo contido bolso flagelar O T. cruzi se multiplica no interior de células musculares, onde se apresenta com a forma amastigota, pequena e em forma de ovo. MORFOLOGIA Epimastigotas •Citoplasma abundante •Cinetoplasto perto do núcleo •Flagelo livre bem desenvolvido •Intestino posterior de triatomíneos •Meios de cultura MORFOLOGIA Tripomastigotas sanguícola •Núcleo segmento médio •Presença de membrana ondulante • Intenso polimorfismo •Forma fina: Cinetoplasto afastado região posterior •Desaparece rápido da circulação •Forma larga:Núcleo redondo Membrana ondulante bem visível Menos infectantes Persiste muito tempo no sangue TRIATOMÍNEOS Ordem: Hemiptera Hematófagos, fitófagos ou predadores Hematófagos : probóscida retilínea com 3 segmentos TRIATOMÍNEOS Probóscida reta 4 segmentos Ultrapassa 1 par patas Probóscida não ultrapassa 1 par patas Hematófago Predador Fitófago Triatoma Triatoma sordida Triatoma braziliensis Triatoma pseudomaculata Triatoma dimidiata Antenas implantadas ponto médio Panstrongylus Panstrongylus megistus Panstrongylus geniculatus Antenas implantadas próximos olhos Rhodnius Rhodnius neglectus Rhodnius prolixus Antenas implantadas próximos ao clípeo Silvestre Peri-doméstico Doméstico Ciclos epidemiológicos do Trypanosoma cruzi Reservatórios Triatomíneo Tatú Gambá Homem Cachorro Gato Meio celular LIT ou NNN Tripomastigota metacíclico CICLO NA LABORATÓRIO MECANISMOS DE TRANSMISSÃO Transmissão vetorial Transfusão sanguínea Transmissão congênita Acidente laboratório Transmissão oral Coito Transplante CHAGOMA DE INOCULAÇÃO Sintomáticos→crianças Assintomáticos Sinal Romaña→conjuntivite, Edema bipalpebral e unilateral Hipersensibilidade salivar Chagoma inoculação→tumoração Cutânea, hiperemia e dor ALTERAÇÕES NO SANGUE Hipoproteinemia Aumento das globulinas α, β e γ Leucocitose Linfocitose Anemia pode ser grave Leucopenia ALTERAÇÕES NO CORAÇÃO Ninhos de amastigotas→ fibras musculares Fibras cardíacas→ filtrado inflamatório→granulomas Lesões isquêmicas e enfartes Miocardite aguda→crianças Dilatação cardíaca Miocardite Chagásica ALTERAÇÕES NO CORAÇÃO: FASE CRÔNICA Inflamação e necrose→Fibrose difusa Redução força contração Aumento diâmetro fibras cardíacas Aumento do volume cardíaco Cardiomegalia Comprometimento sistema autônomo→Arritmias PATOLOGIA RUPTURA CELULAR INFLAMAÇÃO FOCAL REAÇÃO INFLAMATÓRIA DIFUSA E PROGRESSIVA Destruição de células não-parasitadas Fibrose ALTERAÇÕES NO APARELHO DIGESTIVO Parasitos musculatura lisa, nervosa→ tubo digestivo Esófago, cólon, sigmóide ou intestino delgado Miosite focal e intersticial Destruição neurônios→ trânsito intestinal lento, Hipertrofia muscular→ megaesôfago e megacólon Megaesôfago e megacólon ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO Congestão e edema→ escassos focos hemorrágicos Discreta inflamação Granulomas no cérebro e cerebelo Acúmulo parasitário nas células nervosas LESÕES EM OUTROS ÓRGÃOS Fígado→ aumento de volume Baço→ aumento volume Linfonodos→linfoadenopatias e adenites Pele→edemas FASE AGUDA Maior parte assintomática ou inaparente - infecção local (sintomas: Chagoma/Sinal de Romaña) - sintomas: febre, astenia, cefaléia, mialgia, adenite, hepatoesplenomegalia morte em 10% dos casos por meningoencefalite ou miocardite aguda) FASE CRÔNICA - Aumento do coração, dilatação dos ventrículos, e/ou miosite no esôfago, côlon ou intestino delgado - destruição dos gânglios é compensado por aumento da massa muscular levando a megaesôfago, megacôlon (sintomas: inabilidade física, disfagia, constipação, morte) - Cura espontânea é possivel em cada estágio - Pacientes em muitos casos estão incapacitados de exercer atividades profissionais Rassi et al.,1992 FASE AGUDA FASE CRÔNICA Forma indeterminada (50%) Formas definidas Cardíaca (30%) Digestiva (15%) Cardiodigestiva (5%) Nervosa Reativação FASE CRÔNICA - Forma indeterminada→ casos assintomáticos com sorologia ou xenodiagnóstico positivo - Formas oligossintomáticas→ poucos sintomas Sorologia ou parasitas no sangue - Cardiomegalia chagásica crônica - Megas: megaesôfago e megacólon CARDIOMEGALIA CHAGÁSICA CRÔNICA - Arritmias→ insuficiência cardíaca - Palpitações e astenia+ alterações eletrocardiográficas, área normal ou aumentada - Cardiomegalia •Assintomática 20-30% dos pacientes em áreas endêmicas •Distúrbios de ritmo •Distúrbios de condução • Disfunção contrátil do miocárdio Segmentar e/ou global • Tromboembolismo •Morte súbita FORMA CARDÍACA Fase crônica: Cardiomegalia e aneurisma de ponta Fase crônica: Miocardite chagasica MEGAS - 1-3 meses da fase aguda - Disfagia, dificuldade de deglutir alimentos sólidos, sensação de plenitude intratorácica - Dor epigástrica ou retroesternal,, soluços, salivação e emagrecimento - Lesões intestinais→constipação, meteorismo ( Köberle, 1958; Rezende,1959; Rezende et al.,1960; Rezende Filho,1985; Dantas et al., 1990 ) ( Rezende, 1997; Lázaro da Silva,1997 ) FORMA DIGESTIVA •Esofagopatia AssintomáticaSintomática Anectásica Ectásica • Colopatia MARCADORES DE PROGNÓSTICO NA DOENÇA DE CHAGAS - Marcadores Clínicos - Marcadores Radiológicos - Eletrocardiografias Convencional e Dinâmica - Ergometria - Provas de Função Autonômica - Marcadores Imunológicos DIAGNÓSTICO CLÍNICO - Procedência , vive ou pernoitou em casas com triatomíneos - Transfusões sanguíneas - Sorologia positiva, eletrocardiograma anormal, falta de ar, palpitações, perda de consciência, insuficiência cardíaca, disfagia ou constipação DIAGNÓSTICO LABORATORIAL PESQUISA DE PARASITOS NO SANGUE - Exame a fresco, camada delgada ou gota espessa - Métodos de Strout modificado - BIÓPSIA DE LINFONODOS→ amastigotas DIAGNÓSTICO LABORATORIAL CULTURA DOS PARASITOS - Meios→ hemina ou derivados hemoglobina - LIT - Hemocultura+ xenodiagnóstico→ infecções crônicas DIAGNÓSTICO LABORATORIAL XENODIAGNÓSTICO - Triatomíneos criados no laboratório - Triatomíneos→sangue→tripomastigotas nas fezes - Realizado também sangue da veia→artificial DIAGNÓSTICO LABORATORIAL SOROLOGIA - Ig M e Ig G - Alta sensibilidade e especificidade DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Reação de fixação de complemento (Machado Guerreiro) - Sensibilidade e especificidade controversa - Em desuso DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Reação de hemaglutinação - Sensibilidade e especificidade elevada - Usado na triagem de doadores de sangue - Infecção crônica DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Reação de imunofluorescência indireta - Sensibilidade e especificidade elevada - Usado na triagem de doadores de sangue - Infecção aguda e crônica - Epimastigotas como antígenos DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ELISA - Sensibilidade e especificidade elevada - Estudar subclasses de imunoglobulinas PCR AVALIAÇÃO DO ENVOLVIMENTO CARDÍACO -Raio X tórax -Eletrocardiograma -ECG dinâmica -Estudo eletrofisiológico -Teste ergométrico -Ecocardiografia -Técnicas radio-isotópicas -Cineangiografia, cinecoronariografia CRITÉRIOS DE CURA - Parasitológico: xenodiagnóstico, hemocultura e PCR - Sorológicos convencionais : (RIFI, ELISA, RHA) - Sorológicos não convencionais : lise mediada por complemento e pesquisa de anticorpos antitripomastigota vivo - Negativação parasitológica, sorologia convencional, LMCo e pesquisa de AATV PROFILAXIA • Combate ao barbeiro • Controle de doadores de sangue • Melhoria das habitações • Controle de espécies de triatomíneos peridomésticas • Testes de diagnóstico de alta sensibilidade e especificidade • Controle de transmissão congênita CONTROLE DO BARBEIRO •Manter a casa limpa •Expor colchões e cobertores ao sol •Retirar ninhos de pássaros dos beirais da casa •Impedir a permanência de aves e animais no interior da casa •Construir galinheiros, paiol, tulhas, chiqueiros e depósitos afastados da casa e mantê-los limpos •Encaminhar insetos suspeitos para análise •Divulgar as medidas preventivas para parentes e amigos. • Nifurtimox – Lampit • Benzonidazol – Rochagan TRATAMENTO TRATAMENTO • Em uso para tratamento nas fases aguda e crônica •eficiência: fase aguda:>90% fase crônica:>60% •efeitos colaterais •tratamento demorado •já existem cepas de laboratório que são resistentes contra Benzonidazol Obrigado! 1. Qual é a forma infectante do Trypanosoma cruzi para o mamífero? 2. A picada do Barbeiro infectado com T. cruzi per se é infectante? 3. Por qual fato biológico o xenodiagnóstico do T. cruzi funciona? 4. Porque o coração chagásico é aumentado? 5. Porque células fagocíticas (M) muitas vezes não conseguem evitar a infecção com T. cruzi ?
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