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Inflação Luiz Carlos de Santana Ribeiro 1 Plano de Aula Definição de inflação Distorções provocadas por altas taxas de inflação Causas da inflação Hiperinflação, imposto inflacionário e custos da inflação Política monetária e inflação no Brasil A curva de Phillips Principais indicadores para medir a inflação 2 Conceitos Inflação é um aumento no nível geral de preços. É um aumento contínuo dos preços. A inflação trata-se do aumento dos preços médios e não simplesmente de um grande aumento de preços de alguns poucos bens. 3 Conceitos A inflação é um fenômeno monetário da economia que se refere basicamente ao valor do meio de troca da economia. 4 Conceitos Deflação, significa uma queda nos preços médios. Hiperinflação são taxas altas de inflação. 5 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Níveis elevados de inflação produzem consequências desastrosas. Os principais efeitos são sobre: A distribuição de renda; O balanço de pagamentos; Os investimentos empresariais; e O mercado de capitais. 6 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeito sobre a distribuição de renda Redução do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos; Os mais afetados são os trabalhadores de baixa renda -> não têm condições de efetuar aplicações – consumo de subsistência; Inflação é um imposto sobre os mais pobres; Renda de aluguel: perda de rendimento real x valorização do imóvel; 7 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeito sobre a distribuição de renda Os empresários e o governo não são tão afetados. Os empresários podem repassar os aumentos dos custos; O governo pode reajustar impostos e tarifas públicas. Dessa forma, quanto mais alta a inflação, mais desigual é a distribuição de renda. 8 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeito sobre o balanço de pagamentos Elevada inflação -> encare o produto nacional relativamente ao estrangeiro -> redução no saldo comercial. Numa situação de déficit cambial isso pode gerar um círculo vicioso. Para minimizar o déficit -> depreciação cambial -> estímulo às X e desestímulo às M. 9 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeito sobre o balanço de pagamentos Porém, as M essenciais (petróleo, máquinas etc) torna-se-ão imediatamente mais caras. Pressão nos custos de produção dos setores intensivos nesses insumos. Elevação de preços devido ao repasse do aumento dos custos (e o ciclo se repete). 10 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeitos sobre os investimentos empresariais A inflação influencia as expectativas dos empresários -> decisão de investir; Setor empresarial é bastante sensível a esse tipo de situação: Instabilidade e imprevisibilidade dos seus lucros. Dificilmente, tomarão iniciativas para ↑ I. ↓ DA e ↓ emprego. 11 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Efeito sobre o mercado de capitais O valor da moeda deteriora-se rapidamente -> ↓ I no mercado de K; Retração de aplicações em títulos e cadernetas de poupança; Estímulo a aplicação em terras e imóveis, pois costumam valorizar-se durante o processo inflacionário; No Brasil, isso foi minimizado pelo mecanismo de correção monetária; Os títulos e poupança passam a ser reajustados por um índice que reflete aproximadamente a inflação. 12 Distorções provocadas por altas taxas de inflação Apesar que alguns possam ganhar com a inflação no CP, no LP todos perdem. Desarticula todo o sistema econômico. Inflação onera principalmente os trabalhadores. Queda nas vendas e queda na arrecadação de impostos. 13 Causas da inflação Até aqui foi visto os efeitos da inflação sobre a economia. Mas, o que causa a inflação? 14 Causas da inflação É interessante classificarmos a inflação de acordo com seus fatores causais: Excesso de demanda agregada (inflação de demanda); Elevação de custos (inflação de custos); e Memória inflacionária - Inflação incercial. 15 Causas da inflação Inflação de demanda Considerada o tipo mais “clássico” Refere-se ao excesso de DA em relação à produção de bens e serviços Intuitivamente ela pode ser entendida como “dinheiro demais à procura de poucos bens” Analisemos a seguinte situação: 16 Causas da inflação 17 Renda nacional real P Nível geral de preços y Estabilidade de preços Inflação Oferta agregada (y0) Renda de pleno emprego y0 Desemprego yPE Causas da inflação Antes de ↑P, deve-se considerar, portanto, os recursos ociosos da economia. Quanto mais próximo do YPE, mais se reduz a possibilidade de expansão da produção sem aumento nos preços. Geralmente ocorre na fase expansionista do ciclo econômico -> políticas anticíclicas. 18 Causas da inflação O combate da inflação de demanda baseia-se no uso de instrumentos que reduzam a DA: Elevação da taxa de juros; Restrições de crédito; Aumento de impostos; Redução dos gastos públicos. 19 Causas da inflação Inflação de custos Pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece o mesmo. O custo de importantes insumos aumentam e eles são repassados ao consumidor final. Análise gráfica. 20 Causas da inflação 21 0 P1 Y0 OA2 DA1 Y P P0 OA1 Y1 21 Causas da inflação O preço de um bem ou serviço tende a ser bastante relacionado a seus custos de produção. Se ↑ C => P tendem a aumentar. Razão frequente: aumentos salariais Um aumento de salários, entretanto, não implica necessariamente aumento dos preços. 22 Causas da inflação Se a produtividade do trabalho aumenta na mesma proporção do aumento dos salários reais médios, os custos unitários por unidade de produto não são afetados. Nesse caso, não há necessidade de aumentar preços. 23 Causas da inflação O aumento dos salários provoca inflação se existir alguma causa autônoma. P. ex.: sindicatos fortes que conseguem um aumento de salários acima dos índices de produtividade. Aumentos nos custos de produção => aumento dos preços (inflação de custos) 24 Causas da inflação A explicação mais frequente para a ocorrência de inflação de custos está associada aos choques de oferta. Ex: Choque do petróleo nos anos 70 OPEP reduziu drasticamente a produção => ↑ P no mercado internacional. Para os países importadores de petróleo, como o Brasil, isso significou um aumento importante nos custos de produção. O que foi repassado para os preços. O racionamento de combustível reduziu a produção e o emprego => estagflação (estagnação + inflação). 25 Causas da inflação Tratamento da inflação de custos Política de rendas: controle direto de preços via política salarial mais rígida ou tabelamento de preços. Política monetária contracionista => reduz DA, compensando a elevação de preços. 26 Causas da inflação Inflação inercial Associação à inércia inflacionária e às expectativas de inflação futura. Os mecanismos de indexação formal (contratos, alugúeis, salários) e informal (reajuste de preços no comércio, tarifas públicas) => perpetuação das taxas de inflação anteriores => sempre passadas aos preços correntes. Muitos setores, mesmo sem terem apresentado aumentos significativos dos seus custos, elevam os preços pela inflação geral do país (FVG/IBGE). 27 Causas da inflação Assim, os planos antiinflacionários adotados no Brasil após 1986, basearam-se no congelamento de preços para tentar eliminar a memória inflacionária (desindexar a economia). Outro mecanismo foi a troca de moeda Durante algum tempo coexistiram uma moeda inflacionada (cruzeiro real) e uma moeda sem inflação (real), indexada ao dólar, p. ex. 28 Causas da inflação Já ouvimos bastante dizer que o aumento da oferta de moeda na economia causa inflação. Financiamento do déficit do governo. Como ocorre esse processo? 29 Os Efeitos de uma Injeção Monetária Suponha que o Banco Central decida injetar moeda na economia através da compra de títulos públicos. A curva de oferta de moeda se desloca para a direita. O valor de equilíbrio da moeda diminui. O nível de preços de equilíbrio aumenta. 30 Os Efeitos de uma Injeção Monetária Quantidade de Moeda Valor da Moeda Nível de Preços A B 0 1 (Baixo) (Alto) (Alto) (Baixo) 1/2 1/4 3/4 1 1.33 2 4 M1 MS1 M1 MS2 2. ...reduz o valor da moeda... 3. ...e aumenta o nível de preços 1. Um aumento na oferta de moeda... Demanda de moeda 31 A Teoria Quantitativa da Moeda A TQM afirma que a qtd de moeda disponível determina o nível de P e que a taxa de crescimento na qtd de moeda determina a taxa de inflação. 32 A Dicotomia Clássica e Neutralidade Monetária De acordo com alguns economistas, as variáveis reais não se alteram com mudanças na oferta de moeda. De acordo com a dicotomia clássica, forças diferentes influenciam as variáveis reais e nominais. 33 A Dicotomia Clássica e Neutralidade Monetária Variáveis nominais são variáveis medidas em unidades monetárias. Variáveis reais são variáveis medidas em unidades físicas. Variações na oferta de moeda afetam as variáveis nominais mas não as variáveis reais. 34 A Dicotomia Clássica e Neutralidade Monetária A irrelevância de alterações na oferta de moeda para as variáveis reais é chamada de neutralidade monetária. 35 Velocidade e Equação de Trocas A velocidade da moeda se refere à taxa à qual a moeda troca de mãos. V = (P x Y)/M Onde: V = velocidade P = nível de preços Y = produção M = quantidade de moeda 36 Velocidade e Equação de Trocas Então: MV = PY 37 Fundamentos da Teoria Quantitativa da Moeda A velocidade da moeda é relativamente estável ao longo do tempo. Quando o BC altera a qtd de moeda, ele provoca alterações proporcionais no valor nominal da produção. Porque a moeda é neutra, ela não afeta a produção. 38 Fundamentos da Teoria Quantitativa da Moeda Alterações na oferta de moeda que induzem a mudanças paralelas no valor nominal da produção se refletem em alterações no nível de preços. 39 Fundamentos da Teoria Quantitativa da Moeda Quando o Banco Central aumenta rapidamente a oferta de moeda, o resultado é uma alta taxa de inflação. 40 Hiperinflação Hiperinflação é a inflação acima de 50% ao mês. A Hiperinflação acontece em alguns países porque o governo imprime moeda em demasia de modo a pagar seus gastos. 41 Hiperinflação Note a relação entre a taxa de crescimento da quantidade de moeda e o nível de preços. 42 Hiperinflação Hungria Oferta de moeda 1925 1924 1923 1922 1921 Nível de preços 100,000 10,000 1,000 100 Índice (Jan. 1921 = 100) Áustria Nível de preços 100,000 10,000 1,000 100 1925 1924 1923 1922 1921 Oferta de moeda Índice (Jan. 1921 = 100) 43 Hiperinflação Alemanha 1 100 trilhões 1 milhão 10 billhões 1 trilhão 100 milhões 10,000 100 1925 1924 1923 1922 1921 Nível de preços Oferta de moeda Polônia Oferta de moeda Nível de preços Índice (Jan. 1921 = 100) 100 10 milhões 100,000 1 milhão 10,000 1,000 1925 1924 1923 1922 1921 Índice (Jan. 1921 = 100) 44 Hiperinflação e Imposto Inflacionário Qd o G aumenta a arrecadação através da impressão de moeda, diz-se que está arrecadando um imposto inflacionário. É igual a um imposto sobre todos os que mantêm moeda. A inflação cessa quando o G realiza reformas fiscais como, p. ex., cortes nos seus gastos. 45 Os Custos da Inflação Custo de sola de sapato Custos de menu Variabilidade dos preços relativos Distorções tributárias Confusão e Inconvenientes Redistribuições arbitrárias de riqueza 46 Custo de Sola de Sapato Custo de sola de sapato é o desperdício de recursos que ocorre quando a inflação incentiva as pessoas a reduzir a qtd de moeda que guardam em mãos. A inflação reduz o valor real da moeda, consequentemente as pessoas têm um incentivo para minimizar a qtd de moeda em seu poder. 47 Custo de Sola de Sapato Menos moeda significa viagens mais freqüentes ao banco a fim de sacar moeda de contas que rendem juros. Viagens extras aos bancos tiram tempo de atividades produtivas. 48 Custos de Menu Custos de Menu são custos de alteração de preços. Durante os períodos de inflação é necessário atualizar as listas de preços. Este é um processo que consome recursos de outras atividades produtivas. 49 Variabilidade de Preços Relativos A Inflação distorce os preços relativos. As decisões dos consumidores são distorcidas e os mercados são menos capazes de alocar recursos de uma forma eficiente. 50 Distorções Tributárias Induzidas pela Inflação A inflação superestima os ganhos de capital e, por isso, ↑T sobre este tipo de renda. Uma solução para este problema, que não seja a eliminação da inflação, é indexar o sistema tributário. Uso de um índice de preços para tributar somente o ganho real. 51 Confusão e Incovenientes Dado o ↑P, se torna mais difícil a comparação de receitas, custos e lucros ao longo do tempo. Os investidores ficam menos capazes de identificar empresas bem-sucedidas. Isso impede os mercados financeiros de desempenhar seu papel de alocar a S da economia em formas alternativas de I. 52 Redistribuição Arbitrária de Riqueza Inflação não prevista redistribui riqueza entre devedores e credores. Ex: Imagine um empréstimo de longo prazo: Hiperinflação: diminuirá o valor real da dívida => beneficiará o devedor. Deflação: aumentará o valor real da dívida => beneficiará o credor. Se a inflação pudesse ser prevista, poderia ser considerado a taxa de juros nominal. 53 Redistribuição Arbitrária de Riqueza Isto resulta em transferência de riqueza que de outra forma não seria aceitável. A Inflação reduz a renda individual e causa diminuição do padrão de vida. 54 Política monetária e inflação no Brasil 55 Política monetária e inflação no Brasil 56 Comportamento da inflação mensal – IGP-DI – 1985-1996 (%) Cruzado Bresser Verão Collor I Collor II Real ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ → Política monetária e inflação Sistema de metas de inflação Trata-se uma política monetária criada na NZ. Empregada na ING, CHI, BR, entre outros. No Brasil foi empregada em 1999, juntamente com o novo regime de política macroeconômica. 57 Política monetária e inflação Sistema de Metas de Inflação: CMN – estabelece as metas e intervalo COPOM – tem de atingir o alvo por meio da manipulação da taxa de juros de curto prazo IPCA Pressuposto: ↑i => ↓DA e P estáveis. 58 Política monetária e inflação Inflação fora da meta Meta ajustada 59 Problemas associados à operação do regime de metas de inflação no Brasil Elevação excessiva da taxa Selic Aumentos da inflação não necessariamente causados por excesso de demanda Apreciação cambial Subutilização da política monetária 60 Índice Nacional de Preços ao Consumidor restrito - INPC É calculado com base em índices elaborados para nove regiões metropolitanas mais os municípios de Brasília e Goiânia. Refere-se às famílias cuja fonte de rendimento é o trabalho assalariado e cujo rendimento monetário familiar disponível esteja entre 1 e 8 salários mínimos. 61 Principais indicadores para medir a inflação Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo- IPCA É calculado com base em uma cesta de itens representativos do consumo de famílias com renda entre 1 e 40 pisos salariais, sem distinção quanto a fonte de renda. Cesta Peso % Alimentação e Bebidas 23,27 Habitação 14,81 Artigos de Residência 5,89 Vestuário 6,15 Transportes 19,42 Saúde e Cuidados pessoais 11,45 Serviços Pessoais 9,79 Educação 5,22 Comunicação 4,00 Geral 100,0 62 Principais indicadores para medir a inflação Índice de Preços ao Consumidor – IPC- FIPE É calculado para famílias com renda entre 1 e 20 salários mínimos. Cesta Peso % Habitação 32,79 Alimentação 22,73 Transportes 16,03 Despesas Pessoais 12,30 Saúde 7,08 Vestuário 5,29 Educação 3,78 Geral 100,0 63 Principais indicadores para medir a inflação Principais indicadores para medir a inflação 64 O sistema IGP e IGP-M da FGV O Índice Geral de Preço (IGP) é obtido pela média dos índices de preços no atacado e no varejo. IPA = Índice de Preço no Atacado INCC = Índice Nacional de Custo de Construção
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