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Decadência e Prescrição Decadência • Decadência do direito de lançar tributos que aceitam lançamento direto (de ofício) ou por declaração (misto) se dá em 5 anos a contar (art. 173 do CTN): - Do 1º dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido realizado (art. 173, I do CTN). A lei aponta a data em que o lançamento será efetuado. Ex: IPTU em 01/01. - Da data em que fora anulado por vício formal o lançamento anteriormente realizado (art. 173, II do CTN). A Fazenda Pública tem um prazo de 5 anos para anulá-lo e mais 5 anos para lançá-lo a contar da anulação. Tal oportunidade só se abre uma vez. - Da tomada de qualquer providência administrativa conducente ao lançamento (art. 173, parágrafo único do CTN): Tal providência só pode ser tomada durante o exercício em que o lançamento teria que ser realizado. Ex: notificação do contribuinte para prestar declarações necessárias ao lançamento. Na prática, esta hipótese é absorvida pela primeira. • Decadência do direito de lançar tributos que aceitam lançamento por homologação (art. 150, §4º do CTN): A decadência ocorre em 5 anos a contar da data do fato imponível sem que a Fazenda Pública tenha homologado, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Cabe à Fazenda Pública comprovar dolo, fraude ou simulação, pois estamos diante de uma norma sancionatória. Se comprovar, terá o prazo de 20 anos para fazer o lançamento. Segundo a doutrina, o prazo é de 10 anos, em razão do Novo Código Civil. Prescrição • Prazo (art. 174 do CTN): A prescrição da ação de cobrança do crédito tributário devidamente formalizado pelo lançamento prescreve em 5 anos contados da data da sua constituição definitiva (da mora do contribuinte, isto é, 30 dias após a notificação do lançamento). Por trás da prescrição, está presente o princípio da segurança jurídica, que não quer que as obrigações patrimoniais se prolonguem no tempo. • Causas suspensivas da fluência do prazo prescricional: - Causas suspensivas do crédito tributário (art. 151 do CTN): Estas também são causas suspensivas da fluência do prazo prescricional, pois para que a prescrição ocorra deve existir uma ação exercitável e durante as causas suspensivas do crédito tributário não há ação exercitável. - A inscrição da dívida ativa no livro próprio suspende a prescrição por 180 dias ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo (art. 2º, §3º da Lei 6830/80). Ex: Se faltando um dia para prescrever a Fazenda Pública inscrever a dívida ativa em livro próprio, ficará suspenso o prazo prescricional por 6 meses. - Ajuizada a execução fiscal se o contribuinte não for encontrado para citação ou ainda que encontrado se não tiver bens sobre os quais possa recair a penhora, o processo fica suspenso indefinidamente e nesses casos não corre o prazo prescricional (art. 40 da Lei 6830/80). Para a doutrina, o prazo não pode ficar suspenso indefinidamente, pois dívida fiscal é patrimonial e apenas direitos indisponíveis são imprescritíveis. • Causas interruptivas da fluência do prazo prescricional (art. 174, parágrafo único CTN): - Para o Código Tributário Nacional é a citação pessoal feita ao devedor (art. 174, parágrafo único, I do CTN). Já para a Lei 6830/80 é o despacho do Juiz que ordena a citação (art. 8º, §2º da Lei 6830/80). Obs: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência” (sumula 106 do STJ). - Protesto judicial (art. 174, parágrafo único, II do CTN): Trata-se de medida cautelar disciplina no CPC. O extrajudicial não interrompe. - Tomada de qualquer medida judicial capaz de constituir o devedor em mora (art. 174, parágrafo único, III do CTN): a doutrina indica a intimação judicial, interpelação judicial, notificação judicial. - Tomada de qualquer providência ainda que extrajudicial que implique em reconhecimento do débito (art. 174, parágrafo único, IV do CTN). Ex: Carta do contribuinte à Autoridade Fazendária; Pedido de parcelamento do débito. Segundo interpretação doutrinária e jurisprudencial, há prescrição intercorrente em execução fiscal. A Fazenda Pública não pode abandonar o processo (deixar de requerer diligencias) por mais de 5 anos. Decadência e Prescrição das contribuições sociais para a seguridade social: - Prescrição da ação de cobrança: se dá em 10 anos (art. 46 da Lei 8212/91) - Decadência do direito de lançar: se dá em 10 anos (art. 45 da Lei 8212/91). Para o concurso de procurador do INSS estes artigos são constitucionais, mas para os demais são inconstitucionais, pois cabe a Lei complementar veicular normas gerais em matéria de legislação tributária especialmente sobre decadência e prescrição (art. 146, III, “b” da CF). Página em branco
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