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2 Seja bem Vindo! Curso coturismo E II CursosOnlineSP.com.br Carga horári 60a: hs 3 Conteúdo: Ecologia, meio ambiente e ecossistema .............................................................. Pág. 7 Ecologia ............................................................................................................... Pág. 7 Meio ambiente ...................................................................................................... Pág. 20 Ecossistema ......................................................................................................... Pág. 29 Turismo, carreira profissional e Turismo de Aventura .......................................... Pág. 33 Turismo ................................................................................................................ Pág. 34 Carreira profissional ............................................................................................. Pág. 38 Turismo de aventura ............................................................................................ Pág. 42 Ecoturismo ........................................................................................................... Pág. 62 Ecoturismo em desenvolvimento ......................................................................... Pág. 70 Atividades praticadas no Ecoturismo ................................................................... Pág. 78 Bibliografia........................................................................................................... Pág. 94 7 1.1– Ecologia Ecologia é uma ciência do ramo da Biologia que estuda os seres vivos e suas interações com o meio ambiente onde vivem. É uma palavra que deriva do grego, “oikos” significa casa e “logos” significa estudo. A Ecologia também se encarrega de estudar a fartura e a distribuição dos seres vivos no planeta Terra. Numa época em que o desmatamento e a extinção de várias espécies estão em andamento, a Ecologia é uma ciência de extrema importância, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que revelam se os animais e os demais ecossistemas estão em perfeita harmonia. Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o homem pode planejar ações que evitem a destruição da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade. 5 de junho: Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia Nas últimas décadas, uma intensa e constante atenção tem sido colocada sobre a questão ambiental e sobre os possíveis riscos que seu agravamento possa acarretar para a sobrevivência da humanidade e suas sociedades, problemas globais como: - a poluição das águas; - a redução da camada de ozônio; - a extinção de espécies e culturas tradicionais; 8 - o efeito estufa; - o crescimento populacional; - o consumo maciço de recursos, entre outros. Soluções têm sido propostas, ações e programas são praticados em todo o mundo, visando diminuir ou resolver os impactos diversos causados ao ambiente. Alguns pesquisadores apontam que durante os últimos 40 anos, o movimento ambientalista vem se desenvolvendo através de diferentes fases, em resposta a crises específicas para uma conscientização de questões mais amplas relacionadas com ética, políticas públicas e valores humanos. Poucas questões têm sido tão rapidamente incorporadas na preocupação e ação coletivas quanto à problemática ambiental. Entretanto, quando se pensa em uma elaboração e prática de propostas e medidas reparadoras para os problemas ambientais, torna-se fundamental um processo profundo e efetivo de Educação Ambiental. Partindo deste ponto de vista, nosso curso tem como interesse primeiro tratar dos conceitos fundamentais da ecologia, conceitos estes que formam a base do movimento ambientalista. O movimento ambientalista tem por objetivo reduzir ou reparar os danos causados pelos seres humanos à ordem natural e servir de fonte de inspiração para praticamente todos os aspectos da vida pessoal, profissional e familiar. O mundo não é um relógio mecânico imensamente complicado e feito de partes separadas. Até o mais imperceptível evento biológico envolve uma teia de influência que interage entre si. A vida no planeta mostra uma interação fascinante de relação ecológica, das quais temos o privilégio de participar. Para participar delas de forma responsável, precisamos de conhecimentos básicos de ecologia, mesmo quem já se preocupa com questões ecológicas, sendo por interesse pessoal ou como ativista. A compreensão de conceitos ecológicos básicos proporciona uma cultura ecológica mais ampla e próxima da realidade ecológica atual, diferente do que normalmente é divulgado pela mídia em geral. O conhecimento ecológico revela a nossa complexa relação com o planeta Terra: a maravilhosa variedade e beleza da vida que dá um prazer infinito, mas que causa sofrimento de ver, devido às atividades industriais, agrícolas e pessoais que são cruelmente destrutivas à vida no planeta. 9 Esses conhecimentos tornam-se primordiais a partir do momento em que se pretende estudar ou praticar Ecoturismo. ÁGUA Visto do espaço, o azul dos mares identifica a Terra como “o planeta aquário”. Poetas falam das águas, da vida e o ciclo da água é o mais fácil de visualizar entre todos aqueles do nosso planeta. Temos uma afinidade natural com a água, como se percebêssemos instintivamente que sem ela não pode haver vida. Adoramos a água, vê-la correndo entre as pedras, os sons dos riachos murmurantes ou o quebrar das ondas no mar. A química intrincada das células vivas não funciona sem ela. Cerca de 80% do corpo humano é composto de água. Ela é essencial para a circulação do sangue, digestão, metabolismo, atividade cerebral e movimentos musculares. A vida originou-se nos mares e até hoje ela só existe com a presença da água. Em algum estágio de sua vida todos os seres vivos precisam dela. Todos os seres vivos carregam água dentro do corpo. Alguns animais peculiares, como o rato-canguru do deserto, não precisam beber água porque conseguem sintetizá-la de sua comida. Muitas plantas conseguem absorver água diretamente do orvalho. Mas a maioria dos seres vivos só sobrevive por pouco tempo sem tomar água. Para os seres humanos, esse período é de aproximadamente três dias, embora possamos viver bem mais tempo sem comida. 10 Por isso, a maioria concentrações humanas, desde o início da história, ocorre perto de fontes de água. No ciclo da água, a água limpa que sai de nossas torneiras caiu na superfície da Terra sob a forma de chuva ou neve. Mas, antes de cair, essa água circulou na atmosfera, às vezes durante milhares de quilômetros, como vapor de água invisível – água em forma gasosa, que só se torna visível como nuvem ou neblina quando se condensa em gotinhas microscópicas. Quantidades imensas de vapor de água no ar são fornecidas pela transpiração das folhas das plantas. O resto evapora no ar quando a luz do sol aquece os rios, oceanos ou superfícies de pântanos. As crianças percebem a evaporação pela primeira vez quando jogam um pouco de água numa pedra ou no concreto aquecido pelo sol e veem a rapidez com que ela desaparece. A transpiração e a evaporação deixam as impurezas para trás, bem como os sinais do oceano. A maior parte da água que cai e é usada e excretada por animais e plantas volta para a atmosfera como vapor. Mas é claro que uma parte muito grande escorre para os cursos d’água e retorna ao oceano, recomeçando o ciclo. Por meio do ciclo da água, a natureza presta serviços essenciais que para nós, seriam proibitivamente caros em termos de energia e dinheiro se tivéssemos de providenciar tudo sozinhos. A natureza envia água fresca e pura para a terra em grandes quantidades, tornando-a disponível para inúmeros organismos dos quais dependemos, bem como para os nossos próprios depósitos de água. A humanidade vem progressivamente contaminando as bacias hidrográficas com resíduos domésticos, agrícolas e industriais a ponto de tornar cada vez mais escassas as reservas de água potável. Muitas dessas atividades implicam na interrupção ou desvio dos cursos de água. A construção de represas para gerar energia elétrica ou fazer irrigação das lavouras priva os habitantes das margens dos rios do acesso à água e promove a extinção das espécies, a exemplo dos peixes como o salmão, que devido às represas, estão extintos em vários continentes. Ao derrubar florestas, diminui-se a transpiração. Isso reduz a precipitação de chuvas e cria um clima mais quente, desértico. 11 Quando plantamos árvores sedentas e de raízes profundas como cerca viva em áreas secas, diminuímos a quantidade de água deixada no solo para nutrir outras plantas e fornecer água para os córregos. Essas mudanças interferem no ciclo da água de maneira lesiva para nós e para outros seres vivos. AR O ar parece tão cristalino que não conseguimos compreender o seu papel no sistema circulatório global de nutrientes em que pouco se percebe elementos essenciais como carbono, nitrogênio e enxofre, assim como aquele componente universal da vida, a água. Não é fácil entender como esse elemento leve, invisível e sem cheiro no seu estado natural pode ser tão essencial à vida. Sabemos que, de alguma forma, o ar sustenta os pássaros e os aviões em voo. Lembramos a carícia deliciosa de uma brisa de verão em nossa pele ou frio cortante do ar de inverso abaixo de zero grau que maltrata as vias respiratórias, o nariz e as extremidades. No entanto, ao olhar para uma sala, só percebemos as pessoas ou os objetos que estão ali, não o ar que enche por inteiro o ambiente. Na verdade, em geral ignoramos o ar, a menos que ele encha os nossos pulmões de fumaça ou poluição. Esquecemos que sem ar não podemos sequer ouvir uns aos outros, uma vez que é ele que transmite o som. Respire profundamente e preste bastante atenção ao que ocorre em seu corpo. Costumamos dizer que “inspiramos” o ar, como se tivéssemos controle sobre esse processo. Na verdade, o músculo do diafragma expande o peito. Depois, o ar que nos envolve com uma pressão de mais de 1 quilo por metro quadrado, entra rapidamente. Sem a existência do ar, só conseguiríamos viver alguns minutos. No espaço sideral, por exemplo, os astronautas precisam levar ar em suas roupas espaciais. O ar é uma de nossas ligações fundamentais com as outras formas de vida da Terra. Quando respiramos bem profundamente, os pulmões absorvem milhões de moléculas de oxigênio. Cada uma dessas moléculas representa uma contribuição das plantas verdes, das algas ou das bactérias. Sem esses organismos vivos que produzem o oxigênio, o corpo não “queimaria” o alimento para fornecer 12 energia. Alguns micro-organismos vivem respirando enxofre ou nitratos. Outros não respiram – fermentam sua comida. Existem também micro- organismos para os quais o oxigênio é um veneno letal; eles vivem basicamente na lama ou nos intestinos, onde não há quase nenhum oxigênio presente. Na ecologia, de alguma forma, todas as relações são recíprocas, ou seja, interagem igualmente entre si. Sem o dióxido de carbono que nós e outros animais expelimos pela respiração, as plantas, as bactérias e as algas não teriam como absorvê-lo do ar para fabricar suas células e obter alimento para si e para outras formas de vida. As plantas também extraem água do solo, mas a maior parte do peso das plantas, se extrairmos a água delas, é constituído de carbono tirado do ar e de compostos de nitrogênio extraídos do solo. Desse modo, o ato simples e inconsciente de respirar liga-nos de forma total e inevitável, em todos os momentos, ao resto da biosfera. O ar é o meio circulante essencial para a maioria das transações mais básicas da vida e quase toda a vida existe na fronteira entre o ar e a terra ou entre o ar e a água. No entanto, o ar que circunda a Terra –a atmosfera terrestre – é uma 13 camada finíssima se comparada ao diâmetro de 5.000 quilômetros do planeta. O ar rarefaz-se rapidamente à medida que subimos e, cerca de 9 quilômetros acima do nível do mar não existe nada além do espaço sem ar. A atmosfera da Terra é uma mistura de 4/5 de nitrogênio e 1/5 de oxigênio, associada a pequenas quantidade de outros gases, como o dióxido de carbono, o vapor de água e o metano. Esse equilíbrio atmosférico não só é essencial à vida, como é mantido por ela. Vênus e Marte, os planetas mais próximos da Terra, também têm atmosferas, mas, ao contrário da atmosfera terrestre, a deles é constituída principalmente de dióxido de carbono. Somente o argônio é semelhante ao da Terra – um gás inerte sem ligação com a vida. Nesses planetas ocorrem processos puramente físicos e químicos e, devido à ausência de plantas, algas e bactérias capazes de realizar a fotossíntese, não há gás oxigênio. Segundo a TEORIA GAIA, a quantidade de oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e outras substâncias do ar, sua temperatura e outros requisitos globais da vida, são mantidos pelo crescimento e pelo metabolismo dos seres vivo. A Teoria de Gaia foi elaborada pelo britânico James E. Lovelock, nos fins da década de 60. Ao lado da norte-americana Lynn Margulis, estudou a atmosfera dos planetas como forma de detectar a existência de vida biológica. O termo “Teoria de Gaia” foi criado em homenagem à “deusa grega Gaia”. Segundo esta teoria, a Terra reage organicamente a todos os atos nela sentido. É admirável, segundo o cientista, a Terra ainda estar equilibrada perante os desequilíbrios causados pelos atos humanos. O ser humano seria uma espécie de tumor que a Terra gostaria de expelir, ou simplesmente convidar para sair, por este não se adequar e viver ao ritmo orgânico natural do planeta. 14 Se houvesse muito menos oxigênio do que há agora, a vida estaria sob uma tensão enorme, a julgar pela dificuldade que é fazer exercícios vigorosos em altitudes elevadas, onde as moléculas de oxigênio são muito mais escassas. Os incêndios começariam mais facilmente e até espontaneamente e se alastrariam com mais violência, consumindo a maioria das substâncias que existem na superfície da Terra. Os “incêndios” lentos que queimam oxigênio em nossos músculos ficariam intensos demais para produzir a energia controlada que necessitamos. Os mecanismos de Gaia regulam também os níveis de dióxido de carbono. O dióxido de carbono da atmosfera, embora presente apenas em pequenas concentrações é essencial à vida. Assumindo formas diferentes, o elemento carbono circula pela atmosfera em quantidades colossais de dióxido de carbono com exploração de depósitos subterrâneos de petróleo, gás natural e carvão. Quando queimamos combustíveis fósseis nos carros ou na indústria, liberamos o carbono que vem sendo depositado pela vida desde centenas de milhões de anos. Isso traz consequências perigosas para o futuro. O dióxido de carbono, junto com o vapor de água e o metano (que é produzido principalmente por bactérias, tanto as que vivem de forma independente quanto às habitantes dos intestinos de animais, como vacas; e pelos cupins), constitui uma grande “estufa de gás”. As estufas de gás da atmosfera tornam difícil irradiar novamente para o espaço parte de energia solar que entrou. O aumento de qualquer gás aquecido tende a fazer subir a temperatura média do planeta – causando o aquecimento global Se os seres humanos continuarem liberando dióxido de carbono com a intensidade atual, é provável que, no próximo século, esse aquecimento venha a derreter as calotas polares, o que provocará o aumento do nível do mar que, por sua vez, invadirá as áreas baixas de muitos países. Também é provável que ocorram mais tempestades e chuvas no litoral e um clima mais seco no interior. As plantas, os animais e as outras espécies terão de mudar para regiões mais próximas dos polos a fim de fugir do calor. Nessa migração muitas vão ficar para trás e morrerão. 15 As doenças, notadamente as tropicais, se espalharão para novas regiões: os mosquitos que transmitem a malária irão desfrutar de habitats maiores e as estiagens do interior que restringem o suprimento de água potável causarão mais contaminação por doenças como a cólera. Tanto as terras cultiváveis como as regiões florestais serão afetadas com prováveis reduções drásticas de árvores e de safras, pois os solos próximos dos polos são improdutivos. No entanto, a vida tanto pode resfriar quanto aquecer. Ela tem regulado a atmosfera dentro de limites toleráveis há pelo menos 3 bilhões de anos. As algas dos oceanos produzem compostos de enxofre, que, direta ou indiretamente, refrescam a Terra, e o carbono é retirado da atmosfera por micro-organismos e plantas. Esses processos podem reduzir a velocidade ou moderar o processo de aquecimento, embora a tendência atual do aquecimento leve-nos a acreditar que isso não será o bastante para evitar efeitos graves para os seres humanos. A atmosfera também está ligada à vida por meio de uma fina camada de ozônio em altitudes muito elevadas. Formado há 2 bilhões de anos pela luz do sol que atingia o oxigênio emitido pelas bactérias, o ozônio filtra a luz solar que entra na atmosfera e reduz a ação de seus raios ultravioletas, que são danosos para a vida. Vazamento de gases compostos de cloro, flúor e carbono, chamados clorofluorocarbonos (CFCs), empregados em aerossóis, geladeiras e refrigeradores de ar, sobem até a camada de ozônio, onde destroem as moléculas de ozônio. 16 Isso reduz a capacidade protetora da camada de ozônio, mais dramaticamente nas regiões polares, mas também em áreas densamente povoadas distantes dos polos. O alarme mundial diante dos efeitos catastróficos de uma exposição maior aos raios ultravioleta levou a acordos internacionais para reduzir gradativamente a produção da maior parte dos CFCs, e incluíram novos subsídios para ajudar as nações em desenvolvimento a adotar substâncias menos perniciosas. No entanto, a redução tem sido pequena e a produção dos compostos perniciosos ainda é permitida. Os países em desenvolvimento com populações enormes, como a China e a Índia, estão liberando quantidades imensas – e em escala crescente – de CFCs, apesar dos acordos. Além disso, um composto de 30 a 60 vezes mais lesivo à camada de ozônio do que os CFCs, o extremamente tóxico brometo de metila, está sendo usado amplamente para fumigar o solo e os produtos agrícolas, e sua produção. Desse modo, as substâncias liberadas na atmosfera vão continuar atacando a camada de ozônio durante muitos anos. E ainda não conhecemos todos os efeitos causados por uma exposição maior aos raios ultravioletas. Ela reduz a população de plâncton – seres minúsculos que flutuam no mar e constituem alimento para peixes e baleias– além de diminuir as safras de arroz e de soja, os alimentos básicos de bilhões de pessoas. A destruição da camada de ozônio já está causando uma quantidade maior de câncer nos seres humanos e em várias espécies animais e tende a aumentar cada vez mais. Uma exposição maior aos raios ultravioleta também pode danificar o nosso sistema imunológico e reprodutivo. O ar faz o carbono chegar a todos os produtores de oxigênio e traz seu oxigênio para nós. Bactérias Todo o mundo vivo depende dos micro-organismos – organismos quase invisíveis, chamados às vezes de micróbios, entre os quais podemos citar: as bactérias, os protistas e, os menores, fungos. É absolutamente impossível compreender a ecologia dos seres vivos sem conhecer os micro-organismos Quando você pega uma gota do que parece ser água limpa de um lago ou de uma poça e a coloca sob um microscópio bem potente, verá uma 17 enorme quantidade de seres minúsculos, redondos ou em forma de bastão ou espiralados como saca-rolhas. Alguns ficam flutuando calmamente, outros se movimentam de forma abrupta e outros ainda serpenteiam de uma determinada maneira. Os menores de todos eles são as bactérias. Provavelmente você vai ver micro-organismos maiores, os protistas. Micro-organismos esverdeados ou amarronzados em geral são algas. Nesse mundo microscópico, não se devem levar em conta as distinções familiares entre planta e animal. Algumas bactérias vivem de fotossíntese, como as plantas; outras, de predação, como muitos animais. A maioria vive da absorção de alimento líquido como fungos. Sem um microscópio, você só consegue ver as bactérias em grupo – a espuma que se forma na sopa que ficou fora da geladeira ou a substância viscosa da sidra de maçã fermentada, por exemplo. No entanto, esses seres quase invisíveis são a mais numerosa, diversificada e fundamental forma de vida que existe na Terra e desempenham um papel em toda a interação ecológica. Alguns deles encontraram formas de sobreviver no gelo permanente do topo das montanhas e em águas salgadas ou ácidas onde outras formas de vida não conseguem sobreviver. Outros florescem em tanques de lixo tóxico e até dentro de reatores atômicos. As bactérias impregnam o solo das florestas e dos campos, bem como as areias dos desertos. Habitam os intestinos dos mamíferos e as camadas externas da nossa pele. São a maioria esmagadora dos seres vivos do planeta Terra. Embora nós prestemos mais atenção às bactérias que causam doenças, às quais damos os nomes de germes, a maioria delas é neutra ou benéfica ao homem. Elas estão em todo o nosso corpo e no sistema digestivo e só causam doenças quando o nosso sistema imunológico se debilita. Nos intestinos, as bactérias produzem vitaminas essenciais. Os vírus, embora possam causar doenças, não são seres vivos como as bactérias. Apesar de as bactérias serem organismos muito pequenos e não terem núcleo circundado por membrana são seres vivíssimos. Manifestam todas as qualidades fundamentais da vida. 18 São seres auto-organizadores, ou autopoiéticos. Mantêm tenazmente suas formas autodefinidas e consertam ou substituem as partes lesadas. Transferem informações genéticas e se reproduzem. Pequenas demais para ter estômago ou boca, elas absorvem os nutrientes de que necessitam e fazem o possível para continuar vivas. Identificam os alimentos e são, portanto, capazes de percepção, como todos os seres vivos. Elas se movem. Algumas têm minúsculos sistemas motores, que realizam 15.000 revoluções por minuto. Talvez o mais surpreendente de tudo seja o fato de não morrerem de velhice, embora o calor, a aridez ou um ambiente salgado demais possa matá-las. As bactérias começaram sua evolução há mais de 3,5 bilhões de anos e até há 1 bilhão de anos elas eram os únicos habitantes vivos da Terra. Um grupo de bactérias contemporâneas chamadas arquibactérias (ou arqueia) inclui formas que produzem gás natural (metano). Outras são consideradas sobreviventes da primeira e dificílima fase da vida da Terra, quando o planeta era vulcanicamente muito ativo, atingido com frequência por meteoritos imensos, tomado por tempestades violentas, bombardeado pelos raios ultravioletas letais da luz solar e a sua atmosfera não tinha oxigênio, mas gases venosos com variações extremas de temperatura. Algumas arquibactérias ainda se desenvolvem no fundo do mar, perto de bocas de vulcões que expelem enxofre quente – o gás oxigênio é fatal para algumas delas. Outras bactérias primitivas sobreviveram ao oxigênio que geravam como lixo metabólico; elas substituíram as suas antepassadas, na maior revolução biológica da história da Terra, e transformaram gradualmente a atmosfera numa capa protetora que, em última instância, acabou sustentando formas de vida maiores. Hoje, certas bactérias e protistas fotossintéticas produzem tanto ou mais oxigênio que as árvores, arbustos e gramas. Além disso, se as bactérias não produzissem amônia para neutralizar os ácidos, as águas e o solo do planeta seriam tão ácidos que apenas uns poucos organismos conseguiriam sobreviver. Embora não tenham ossos, algumas bactérias fabricam minerais duros. Desse modo, os detritos produzidos por algumas delas podem ser encontrados como vestígios minerais ou fósseis microscópicos em rochas antigas. Se algum dia existiu vida em Marte ou em qualquer outro planeta, suas rochas também podem conter bactérias fósseis – mesmo que elas tenham se extinguido há bilhões de anos. 19 Marte: o planeta vermelho Os seres humanos, assim como todas as outras formas de vida do planeta, evoluíram das bactérias, embora pareça inacreditável que alguns de nossos genes remontem, numa linha ininterrupta, a ancestrais pequenos demais para serem vistos a olho nu. Das bactérias derivaram todos os outros reinos da vida – o dos protistas, o dos fungos, o das plantas e o dos animais. Há bilhões de anos, bactérias individuais de tipos diferentes fundiram-se. Quando as bactérias tentavam absorver uma a outra, mas a digestão era incompleta, elas incorporavam sua presa e, às vezes, apenas alguns de seus genes. Com o transcorrer do tempo, diferentes tipos de bactéria passaram a viver nessas comunidades e tão intimamente integradas que se transformaram em células; e as suas relações cada vez mais complexas tornaram-se permanentes. Essas associações formaram células com núcleos e outras partes distintas. Algumas dessas células evoluíram e se transformaram em plantas e animais, que são constituídos de muitas células. A evolução por simbiose é particularmente óbvia nas plantas. Seus cloroplastos, órgão internos especializados que realizam a fotossíntese, um dia foram bactérias azul-esverdeadas que produziam oxigênio e tinham vida independente. Da mesma forma, embora os seres humanos tenham se tornado seres unificados e conscientes de si, continuamos sendo conjuntos de células que evoluíram a partir das comunidades bacterianas. Animais grandes como nós, assim como as plantas grandes, podem ser vistos como formas com as quais conjuntos de bactérias sobreviveram e se reproduziram em nichos ecológicos inacessíveis às bactérias individuais. Trilhões e trilhões de bactérias habitam a Terra. Até agora distinguimos e batizamos cerca de 20.000 tipos delas. Classificamos esses 20 tipos em grupos, como fazemos com as plantas e os animais, mas as bactérias fogem à classificação normal de espécie, pois muitos de seus tipos são “mestiços”. As bactérias foram os primeiros seres a dividir os genes; elas trocam rotineira e rapidamente seus genes entre si. As bactérias inventaram o sexo – a formação de um indivíduo com genes proveniente de mais de uma fonte Sem alimentação apropriada, as bactérias que não estão ameaçadas precisam de sexo para se reproduzir, mas, quando enfrentam situações de risco de vida, todas as bactérias podem sobreviver tomando genes emprestados de tipos às vezes muito diferentes. Algumas bactérias liberam espontaneamente seus genes no meio ambiente. Outras bactérias absorvem esses genes e os recombinam com os seus. Assim, todas as bactérias do mundo têm essencialmente algum tipo de acesso a um único patrimônio genético e por isso a muitos modos de vida num mundo em transformação ecológica. Podemos considerá-las um superorganismo, antigo e resistente, de quase 4 bilhões de anos. Em comparação, a breve história de criaturas humanoides da Terra tem cerca de 3 milhões de anos – um piscar de olhos no tempo do planeta. Sabe-se que os seres humanos, tal como nos vemos hoje, remontam há apenas 40.000 anos ou, no máximo, como sugerem descobertas arqueológicas recentes, 90.000 anos. Portanto, a Terra não pertence às manadas trovejantes de animais que pastam, nem aos carnívoros que rugem, nem às aves de rapina que voam alto, nem mesmo aos inteligentes e engenhosos seres humanos, mas aos incontáveis número de bactérias que estão aqui desde que a vida começou. 1.2 – Meio ambiente Neste tópico você aprenderá o que é meio ambiente. O conjunto de condições e leis de ordem física, química e biológica, que permite a existência de vida, é chamado de meio ambiente. O meio ambiente geralmente chamado apenas de ambiente, envolve todas as coisas vivas e não vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. 21 O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus componentes: - Completo: conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema natural mesmo com uma massiva intervenção humana e de outras espécies do planeta, incluindo toda a vegetação, animais, micro- organismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. - Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro: como ar, água, e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica, e magnetismo, que não se originam de atividades humanas. Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente celebrada em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte forma: O meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, estabelecida pela Lei 6938 de 1981, define meio ambiente como: 22 O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O ambiente natural se difere do ambiente construído, que envolve as áreas e componentes que foram fortemente modificados pelo homem. Biodiversidade. Considera-se Biodiversidade a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados. Segundo o Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica: Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Portanto a diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos. A questão da biodiversidade deve levar em conta outras definições: - refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens (gama diversidade). - inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes. - é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável 23 pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial de uso econômico. - é à base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora, é evidente que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. Imagem: http://mundoverde.com.br/blog/tag/biodiversidade/ A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da biodiversidade. Impactos sobre a biodiversidade Tanto a comunidade científica internacional quanto governos e entidades não governamentais ambientalistas vêm alertando para a perda da diversidade biológica em todo o mundo, e, particularmente nas regiões tropicais. A degradação biótica que está afetando o planeta encontra raízes na condição humana contemporânea, agravada pelo crescimento explosivo da população humana e pela distribuição desigual da riqueza. 24 A perda da diversidade biológica envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos Em anos recentes, a intervenção humana em habitats que eram estáveis aumentou significativamente, gerando perdas maiores de biodiversidade. Biomas estão sendo ocupados, em diferentes escalas e velocidades. Áreas muito extensas de vegetação nativa foram devastadas no Cerrado do Brasil Central, na Caatinga e na Mata Atlântica. É necessário que sejam conhecidos os estoques dos vários habitats naturais e dos modificados existentes no Brasil, de forma a desenvolver uma abordagem equilibrada entre conservação e utilização sustentável da diversidade biológica, considerando o modo de vida das populações locais. Como resultado das pressões da ocupação humana na zona costeira, a Mata Atlântica, por exemplo, ficou reduzida a aproximadamente 10% de sua vegetação original. Na periferia da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são encontradas áreas com mais de 500 espécies de plantas por hectare, muitas dessas são árvores de grande porte, ainda não descritas pela ciência. Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são: - Perda e fragmentação dos habitats; - Introdução de espécies e doenças exóticas; - Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; - Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento; - Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e Mudanças Climáticas. As inter-relações das causas de perda de biodiversidade com a mudança do clima e o funcionamento dos ecossistemas apenas agora começam a ser vislumbradas. Três razões principais justificam a preocupação com a conservação da diversidade biológica: 25 - se acredita que a diversidade biológica seja uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. - se acredita que a diversidade biológica representa um imenso potencial de uso econômico, em especial pela biotecnologia. - se acredita que a diversidade biológica esteja se deteriorando, inclusive com aumento da taxa de extinção de espécies, devido ao impacto das atividades antrópicas. O Princípio da Precaução, aprovado na Declaração do Rio durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD (Rio-92), estabelece que o ser humano deve agir já e de forma preventiva, ao invés de continuar acomodado, aguardando a confirmação das previsões para então tomar medidas corretivas, em geral caras e ineficazes. Riqueza de espécies O Brasil tem uma área de 8,5 milhões km², ocupando quase a metade da América do Sul. Essa área possui várias zonas climáticas que incluem o trópico úmido no norte, o semiárido no nordeste e áreas temperadas no sul. As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A maior floresta tropical úmida (Floresta Amazônica) e a maior planície inundável (o Pantanal) do mundo se encontram nesses biomas, além do Cerrado (savanas e bosques), da Caatinga (florestas semiáridas) e da Mata Atlântica (floresta tropical pluvial). O Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km² com uma variedade de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos. A variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileiras, tornando-as as mais diversas do mundo. Muitas das espécies brasileiras são exclusivas no mundo (endêmicas). O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, contando com um número estimado de mais de 20% do número total de espécies do planeta Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a mandioca, o caju e a carnaúba. 26 O Brasil abriga o maior número de primatas com 55 espécies, o que corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios com 516 espécies; e de animais vertebrados com 3.010 espécies de vertebrados vulneráveis, ou em perigo de extinção. O país conta também com a mais diversa flora do mundo, número superior a 55 mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Possui, por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras (390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também 3.000 espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer outro país do mundo. O Brasil é agraciado não só com a maior riqueza de espécies, mas, também, com a mais alta taxa de endemismo. Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios (516). Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com 68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em todo o planeta. A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e talvez nunca venha a ser, tal a sua magnitude e complexidade. Sabendo-se, entretanto, que para a maioria dos seres vivos o número de espécies no território nacional, na plataforma continental e nas águas jurisdicionais brasileiras é elevado, é fácil inferir que o número de espécies, tanto terrestres quanto marinhas, ainda não identificadas, pode alcançar valores da ordem de dezena de milhões no Brasil. Apesar da riqueza de espécies nativas, a maior parte de nossas atividades econômicas está baseada em espécies exóticas. Nossa agricultura está baseada na cana-de-açúcar proveniente da Nova Guiné, no café da Etiópia, no arroz das Filipinas, na soja e na laranja da China, no cacau do México e no trigo da Ásia Menor. A silvicultura nacional depende de eucaliptos da Austrália e de pinheiros da América Central. A pecuária depende de bovinos da Índia, de equinos da Ásia Central e de capins Africanos. A piscicultura depende de carpas da China e de tilápias da África Oriental, e a apicultura está baseada em variedades da abelha-europa, provenientes da Europa e da África Tropical. 27 Essa necessidade está ligada à importância que a biodiversidade ostenta na economia do país. Somente o setor da Agroindústria responde por cerca de 40% do PIB brasileiro (calculado em US$ 866 bilhões no ano de 1997), o setor florestal por 4% do PIB e o setor pesqueiro por 1% do PIB. Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, destacando o café, a soja e a laranja. As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, contando o álcool da cana- de-açúcar e a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas respondem por 30% da matriz energética nacional e, em determinadas regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda energética industrial e residencial. Grande parte da população brasileira utiliza-se de plantas medicinais na solução de problemas corriqueiros de saúde. A diversidade biológica constitui, portanto, uma das características de recursos ambientais, fornecendo produtos para exploração e consumo e prestando serviços de uso indireto. É importante, portanto, a disseminação da prática da valoração da diversidade biológica. A redução da diversidade biológica compromete a sustentabilidade do meio ambiente e a disponibilidade permanente dos recursos ambientais. Cálculos sobre a biodiversidade global, conduzidos por E.O. Wilson, da Universidade de Harvard, indicavam, em 1987, a existência de mais de 5 milhões de espécies de organismos. Entretanto, coletas intensivas conduzidas à época, principalmente na floresta tropical úmida, e com atenção concentrada nos insetos, permitiram projetar valor da ordem de 30 milhões de espécies. 28 Novos trabalhos recentemente conduzidos estimaram que a biodiversidade do planeta pode alcançar valores ainda muito mais elevados, sendo admitida uma amplitude que vai de 10 a 100 milhões de espécies. A realidade dos fatos, entretanto, é que o número de espécies hoje conhecido em todo o planeta está em torno de 1,7 milhões, número que atesta o elevado grau de desconhecimento da biodiversidade, especialmente nas regiões tropicais. Biorregionalismo Biorregionalismo é um sistema político, cultural e ambiental, ou conjunto de pontos de vista com base em áreas naturalmente definidas chamadas biorregiões ou ecorregiões. Biorregiões são definidas através de características físicas e ambientais, incluindo bacia, limites do solo e terreno característicos. O Biorregionalismo salienta que a determinação de uma biorregião é também um fenômeno cultural e enfatiza as populações locais, conhecimento e soluções. Numa visão geral, o termo biorregião parece ter se originado no trabalho de Peter Berg e Dasmann Raymond, no início de 1970, e tem sido defendido por escritores como Kirkpatrick Sale. A perspectiva biorregionalista é contrária a uma economia homogênea e à cultura de consumo com sua falta de cuidado com o ambiente. Esta perspectiva procura: - Garantir que as fronteiras políticas coincidam com os limites ecológicos. - Destacar a única ecologia da biorregião. - Incentivar o consumo de alimentos locais sempre que possível. - Incentivar o uso de materiais locais sempre que possível. - Incentivar o cultivo de plantas nativas da região. - Incentivar a sustentabilidade em harmonia com a biorregião. Assembleias da América do Norte Biorregional têm ocorrido a cada dois anos, com encontros de biorregionalistas na América do Norte desde 1984 e deram origem a Partidos Verdes. 29 Além disso, biorregionalismo gerou o movimento de sustentabilidade. Os princípios da biorregionalismo são muitas vezes utilizados pelos movimentos verdes, que se opõem a organizações políticas cujas fronteiras estão em conformidade com distritos eleitorais existentes. Este problema é percebido como resultado de representantes eleitos pelo voto de acordo com seus eleitores, alguns dos quais podem viver fora da biorregião definida e pode ser contrária ao bem-estar da biorregião. 1.3 – Ecossistema Neste tópico, você aprenderá que Ecossistema é o conjunto formado por todos os fatores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada região. - fatores bióticos: são os efeitos da atividade dos seres vivos no ecossistema como a população de animais, plantas e bactérias, entre outros. - fatores abióticos: são todas as influências que os seres vivos possam receber em um ecossistema como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. A alteração de um único elemento costuma causar modificações em todo o sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. Todos os ecossistemas do mundo formam a Biosfera (o planeta Terra). A base de um ecossistema são os produtores, os organismos capazes de fazer fotossíntese ou quimiossíntese. Produzem e acumulam energia através de processos bioquímicos, utilizando como matéria-prima a água, gás carbônico e luz. Em ambientes afóticos (sem luz) também existem produtores, mas neste caso a fonte utilizada para a síntese de matéria orgânica não é luz e sim a energia liberada nas reações químicas de oxidação efetuadas nas células (como, por exemplo, em reações de oxidação de compostos de enxofre). O processo denominado quimiossíntese é realizado por muitas bactérias terrestres e aquáticas. Dentro de um ecossistema existem vários tipos de consumidores, que juntos formam uma cadeia alimentar. Destacam-se: 30 Consumidores primários São os animais que se alimentam dos produtores, ou seja, são as espécies herbívoras. Milhares de espécies presentes na terra ou na água se adaptaram para consumir vegetais, sem dúvida a maior fonte de alimento do planeta. Os consumidores primários podem ser desde microscópicas larvas planctônicas ou invertebrados bentônicos (de fundo) pastadores, até grandes mamíferos terrestres como a girafa e o elefante. Consumidores secundários São os animais carnívoros (que se alimentam de carne) e onívoros (animais que comem animais e plantas). Consumidores terciários São os grandes predadores como os tubarões, orcas e leões, os quais capturam grandes presas, sendo considerados os predadores de topo de cadeia. Têm como característica, normalmente, o grande porte e menores densidades populacionais. 31 Decompositores ou biorredutores São os organismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e sua transformação em nutrientes minerais que se tornam novamente disponíveis no ambiente. Os decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o último elo da cadeia trófica, fechando o ciclo. A sequência de organismos relacionados pela predação constitui uma cadeia alimentar, cuja estrutura é simples, unidirecional e não ramificada. Ecossistemas terrestres - Amazônia - América Latina - Mata Atlântica - Pantanal - Cerrado, Caatinga - Campos do Sul do Brasil - Mata de Araucárias do Brasil Região Amazônica Ecossistemas aquáticos - Costeiros - Restingas - Manguezais 32 Manguezal brasileiro Os Fatores abióticos afetam a estrutura e as características da comunidade, mas a comunidade pode também alterar os componentes abióticos do ecossistema. Já os fatores bióticos afetam as diferentes populações da comunidade e as trocas de energia e matéria destas com o ambiente. Assim, fatores abióticos e seres vivos estão em permanente ligação sistêmica. Algumas áreas vulneráveis do mundo - Floresta Atlântica; - Floresta Amazônica; - Florestas das Ilhas do Pacífico Sul; - Florestas Úmidas de Nga-Manpuri-Chin (em Bangladesh, Índia e Myamar); - Florestas Úmidas das ilhas Salomão-Vanuatu-Bismarck; - Florestas das Terras Altas de Camarões, Guiné Equatorial e Nigéria; - Mangues do Golfo da Guiné; - Mangues de Madagascar; - Florestas Úmidas de Palawan (Filipinas); - Florestas de Terra Firme do México e Guatemala; - Mangues da África Oriental. 33 No Brasil, os ecossistemas podem ser classificados em sete grupos distintos, que são: - Cerrado; - Floresta Amazônica; - Caatinga; - Restinga; - Mata Atlântica; - Manguezal e o Pantanal. Cerrado brasileiro 34 2.1- Turismo No ambiente nacional e internacional, o turismo do Brasil vem batendo recordes que evidenciam um crescimento acima da média mundial. Portanto, neste tópico, com base no Plano Nacional de Turismo, você irá aprender quais os programas que auxiliam o desenvolvimento da atividade no Brasil. O governo, em parceria com as empresa privadas, vem criando um cenário positivo para o desenvolvimento do turismo no Brasil para os próximos anos, potencializando os resultados obtidos e propiciando as condições necessárias para a consolidação da atividade no país como um importante vetor de desenvolvimento econômico e social. A execução dos Programas e Ações do Plano Nacional de Turismo 2003/2007, inseridos no Plano Plurianual de Governo 2004/2007, considerando a eficiente execução orçamentária do período e a conjuntura externa favorável, criou as condições para que o país obtivesse, nos últimos anos, excelentes resultados em relação a todo o histórico do setor. No contexto desses resultados positivos e de bom desempenho apresentada pela atividade nos últimos anos, o segundo semestre de 2006 foi afetado em função da crise da Varig e da consequente redução na oferta de assentos e voos nacionais e internacionais, particularmente no que se refere à entrada de turistas estrangeiros sem, no entanto, prejudicar a entrada de divisas. Trata se de uma área estratégica para o desenvolvimento da atividade, seja em relação ao mercado internacional, seja em relação ao mercado interno, demandando ações de curto e médio prazo para garantia de consolidação e crescimento sustentável da atividade. Gestão do Turismo A proposta de gestão descentralizada do Plano Nacional de Turismo vem fomentando a consolidação de uma rede de entidades e instituições, em todo o território nacional, envolvendo o poder público nas três esferas de governo, a iniciativa privada e o terceiro setor. Esse universo de agentes relacionados ao turismo tem promovido a realização de diversos fóruns de discussão e deliberação sobre a Política Nacional do Turismo e seus desdobramentos nas diferentes escalas territoriais do país. GIÃO NORT5 316 35 UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL ACRE 21 63,6 12 36,4 33 AMAZONAS 54 65,9 26 34,1 82 AMAPÁ 40 57,1 30 42,9 70 PARÁ 11 37,9 18 62,1 29 RONDONIA 10 45,5 12 54,5 22 RORAIMA 37 71,2 15 28,8 52 TOCATINS 12 42,9 16 57,1 28 TOTAIS 185 59,5 131 41,5 316 UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL DISTRITO FEDERAL 20 43,5 26 58,5 46 GOIAS 27 48,2 29 51,8 56 MATO GROSSO 26 54,2 22 45,8 48 M.GROSSO DO SUL 8 17,8 39 83,0 47 TOTAL 81 41,1 116 58,9 197 UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL ALAGOAS 75 75,0 25 25,0 100 BAHIA 38 46,9 43 53,1 81 CE 15 31,3 33 68,8 48 MARANHÃO 44 78,6 12 21,4 56 PARAÍBA 13 48,1 14 51,9 27 PERNAMBUCO 13 37,1 22 62,9 35 PIAUÍ 10 50,0 10 50,0 20 R.G. DO NORTE 11 31,4 24 68,6 35 SERGIPE 10 50,0 10 50,0 20 TOTAL 229 54,3 193 45,7 422 UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL ESPÍRITO SANTO 17 38,6 27 61,4 44 MINAS GERAIS 6 26,7 22 73,3 30 RIO DE JANEIRO 18 47,4 20 52,6 38 SÃO PAULO 12 46,2 14 53,8 26 TOTAL 55 39,3 83 60,1 138 UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL PARANÁ 16 38,1 26 61,9 42 R.G. DO SUL 32 42,7 43 57,3 75 SANTA CATARINA 51 67,1 25 32,9 76 TOTAL 99 51,3 94 48,7 193 PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL Conselho Nacional de turismo 26 40,0 39 60,0 65 Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes do Turismo 27 100,0 - - 27 TOTAL GERAL PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL BRASIL 702 51,70 656 48,30 1.358 MACRORREGIÃO NORTE MACRORREGIÃO CENTRO-OESTE MACRORREGIÃO NORDESTE MACRORREGIÃO SUDESTE MACRORREGIÃO SUL 36 Fonte: MTur. O Quadro acima apresenta a dimensão do universo mobilizado em todas as regiões brasileiras por meio das instituições representativas do turismo, integrantes do Conselho Nacional de Turismo, do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo e dos Fóruns e Conselhos Estaduais de Turismo nas 27 Unidades da Federação, que vêm participando desse processo da gestão descentralizada, compartilhando experiências e somando esforços para a consolidação do turismo nacional. No conjunto, essa é uma brigada que envolve 1.358 representantes diretos com 12.000 indiretos, vinculados às instituições públicas e entidades privadas relacionadas ao turismo em todo o país. Esse conjunto de atores deve ter cada vez mais ampliados e fortalecidos seus espaços de discussão e participação no processo de gestão do desenvolvimento da atividade em todo o território nacional. Fluxos Turísticos Domésticos A consolidação, de forma sustentável, da atividade turística no Brasil deve resultar do fortalecimento do mercado interno, sem desconsiderar a importância da chegada de turistas estrangeiros, que proporciona a geração de divisas para o país. É o turismo doméstico que propicia, por meio de ganhos de competitividade, a musculatura necessária para a inserção da oferta turística nacional no mercado internacional. E o mercado doméstico se mostra com grande potencial para o desenvolvimento do setor no país. Segundo dados da pesquisa sobre a Caracterização e o Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, no ano de 2005 foram realizadas 139,59 milhões de viagens domésticas. O conceito de viagens domésticas adotado na pesquisa considera as viagens não rotineiras dentro do território nacional com, no mínimo, um pernoite. Comparando o número de viagens realizadas pelos domicílios em 2005 com os resultados da mesma pesquisa realizada para 2001, registra-se um crescimento da ordem de 26,5% nas viagens domésticas realizadas no país no período. Desse número de viagens domésticas realizadas no país, 25% dos turistas se hospedaram em hotéis, pousadas ou resorts em 2005, gerando um total de 54,87 milhões de pernoites. 37 Em 2001 o percentual de turistas que se hospedaram em hotéis, pousadas e resorts foi da ordem de 22,2%, o que indica um aumento na utilização dos meios de hospedagem de turismo nos fluxos domésticos. Da mesma forma, percebe-se uma melhora na qualidade das viagens domésticas também com relação à utilização dos meios de transportes. O uso de aviões sobe de 10,8% para 12,1% e de ônibus de excursão de 6% para 8%, entre 2001 e 2005. É importante destacar, com relação aos resultados acima, que essas viagens domésticas não incluem as viagens rotineiras realizadas nem as viagens de excursão em que a permanência média é inferior a 24 horas. Desembarques Nacionais Nos últimos anos, a utilização do transporte aéreo no Brasil se popularizou e apresentou um crescimento excepcional. De 2003 a 2006 foram registrados 156,7 milhões de desembarques domésticos no país, o que significa um aumento de 23% em relação ao quadriênio anterior (1999/2002). Em 2006, o desembarque de passageiros de voos nacionais foi de 46,3 milhões, 7,54% acima do verificado no mesmo período do ano anterior, quando o número de passageiros desembarcados foi de 43,1 milhões. Em 2005, os desembarques de voos nacionais totalizaram 43,1 milhões de passageiros, contabilizando um crescimento de 17,75% em relação aos 36,6 milhões de passageiros desembarcados em 2004. 16,8 19,5 21,3 26,5 27,7 28,5 32,6 33,0 30,7 36,6 43,1 46,1 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 DESEMBARQUE NACIONAIS (em milhões) 38 2.2 – Carreira profissional. Neste tópico, você irá conhecer a profissão de Turismólogo e conhecer os requisitos mais importantes pra ingressar nesse ramo de atividade. Turismo/Gestão de Turismo O objetivo do curso de Turismo ou Gestão de Turismo é, basicamente, planejar, organizar, promover e divulgar as viagens, eventos e atividades de lazer e negócios. Esse bacharel gerencia a organização de viagens, feiras, congressos e exposições. Em agências, operadoras e sites turísticos, comandam os trabalhos de venda de passagens, reserva de hotéis e programação de passeios e excursões. Além disso, o profissional desta área gerencia atividades em hotéis, empresas de transporte ou de eventos e em empreendimentos de lazer, como parques temáticos, e acompanha grupos de turistas. Em prefeituras e outros órgãos públicos, o turismólogo coordena a exploração turística de uma região, promovendo e divulgando as atrações locais. Há semelhanças entre fazer um curso de bacharelado ou tecnológico, Ambos têm boa carga de disciplinas voltadas para administração, gestão e marketing e as aulas práticas (eventos, entretenimento e serviços em bares e restaurantes) ganham destaque no currículo. No entanto, no bacharelado, as matérias da área de ciências humanas têm destaque no curso. Tanto no bacharelado quanto no tecnológico é preciso atenção no momento de escolher o curso, pois ele pode ser focado em uma área específica, como turismo receptivo (serviços, infraestrutura e atrativos dos destinos turísticos), turismo e hospitalidade, gestão de empreendimentos turísticos e enoturismo (turismo do vinho), entre outros. O mercado de trabalho O mercado encontra-se bastante aquecido, com a abertura de vagas tanto para bacharéis quanto para tecnólogos. A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (raztoa-Cobrat) prevê um crescimento de 25% para esse mercado em 2010. 39 Com forte demanda, as opções de colocação se diversificaram: além de cargos de gerência e coordenação na área de hotelaria, com crescimento em especial na Região Nordeste, os profissionais têm sido contratados por operadoras para elaborar propostas de produtos turísticos, pensando o roteiro, os custos e a viabilidade. Os cruzeiros marítimos também oferecem vagas: todo navio que aporta no litoral do país precisa, por determinação do Ministério do Trabalho e Emprego, ter 25% de brasileiros em sua tripulação. De acordo com o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (julho de 2011), a base de cálculo do salário, junto às Agências de Turismo do Estado de São Paulo, indica o valor médio de R$ 200,00 por hora pelo serviço prestado. Há muitos cursos de bacharelado no Brasil. Antes do vestibular, preste atenção no currículo de cada escola, pois alguns currículos dão mais ênfase à administração e outros aos setores específicos, como ecoturismo. Mas a grande parte é semelhante e busca fundamentos da administração, da contabilidade e do marketing, além de disciplinas de formação humanística, como história, geografia e português. As matérias específicas, como planejamento turístico, e as práticas, organização de passeios e eventos, são responsáveis por boa parte do curso. O estágio é obrigatório a partir do terceiro ano. O curso de Turismo/gestão em turismo tem duração média de quatro anos. Área de atuação - Agências de viagens Organizar roteiros turísticos e ecoturísticos e apresentá-los aos clientes, informando-os sobre meios de transporte, opções de hospedagem e atrações dos locais que serão visitados. Emitir passagens, reservar vagas em hotéis, restaurantes e espetáculos. - Alimentos e bebidas Atuar em restaurantes, casas noturnas e hotéis na coordenação, gestão e operacionalização da área. - Ecoturismo 40 Organizar roteiros ecológicos e guiar turistas. Organizar, desenvolver e apresentar eventos tanto de negócios quanto de entretenimento. - Hotelaria Administrar hotéis e supervisionar os serviços oferecidos aos hóspedes. Negociar com fornecedores de mantimentos. Auxiliar no planejamento da montagem e na organização de novos empreendimentos hoteleiros. - Marketing Desenvolver análises de mercado, buscando estratégias para satisfazer as necessidades dos clientes, mantê-los fiéis e captar novos clientes. Criar projetos de divulgação de um município, um estado, uma região, uma propriedade ou um produto, de modo a atrair visitantes e investimentos. - Planejamento Identificar o potencial turístico e elaborar estratégias de exploração nesse segmento em um município, estado ou região. Analisar o impacto do turismo sobre o meio ambiente e a cultura local, estimular a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da atividade. - Transporte Atuar na coordenação e supervisão de serviços de empresas aéreas, marítimas, rodoviárias e ferroviárias. 41 - Turismo de negócios Organizar viagens e eventos para profissionais, como congressos, feiras e convenções. O perfil profissional de Turismo O profissional formado em Turismo deve estar preparado para exercer cargos administrativos nas empresas turísticas, em especial atuar no gerenciamento e treinamento de recursos humanos nas áreas de hospedagem, alimentação, lazer, entretenimento e outros empreendimentos similares. Deverá adquirir, através da construção do seu conhecimento, capacidades para gestão com espírito empreendedor, para planejar e articular atividades turísticas. Os profissionais estarão capacitados para atuar em organismos públicos ou privados de turismo e em especial nas empresas hoteleiras (Hotéis, Motéis, Albergues, SPA's, Estâncias Hidrominerais), empresas ligadas as áreas de alimentos e bebidas, bem como em planejamento e assessoria turística, promoção de eventos, agências de viagens, transporte turístico, congressos e feiras. O Ecoturismo atualmente é de suma importância para todos que se preocupam com a conservação ambiental O Turismo de Aventura é uma atividade de grande atração para os apaixonados por esportes radicais e o Turismo Rural envolve a todos com os atrativos da vida cotidiana do campo. São duas atividades que encerram grandes oportunidades de trabalho. Perfil do Profissional Formado em Turismo: - Ser empreendedor e criativo; - Ser capaz de assumir as funções gerais dentro das empresas; - Ser responsável pelos diferentes serviços de hotéis, agências de viagens, atividades de bordo de companhias aéreas, operadoras e consolidadoras, empresas de aluguel de automóveis, redes de alimentos e bebidas, empresas de eventos, entre outros segmentos voltados para o turismo; 42 - Ser um profissional capaz de promover, planejar e organizar atividades relacionadas à área turística; - Ser ágil e ativo na difusão e criação de uma consciência social de valores ambientais, de conservação e difusão da tradição cultural e histórica de sua região e do Brasil, compatíveis com o desenvolvimento sustentável. 2.3 - Turismo de Aventura Neste tópico você irá aprender o que é Turismo de Aventura. O conceito de Turismo de Aventura fundamenta-se em aspectos que se referem à atividade turística e ao território em relação à motivação do turista. O Turismo de Aventura pressupõe o respeito nas relações institucionais e de mercado entre os turistas e o ambiente. Nesse contexto, define-se que: Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo. (http://www.turismo.gov.br) Embora aparentemente simples, o conceito de Turismo de Aventura traz em si diversos termos que, quando não compreendidos integralmente, podem levar a errôneos entendimentos relativos ao segmento. Sob esse ponto de vista é importante o esclarecimento dos significados dos termos “movimentos turísticos”, “atividades de aventura” e “caráter recreativo e não competitivo”, pois são consideradas expressões fundamentais para a compreensão integral do conceito. a) Movimentos turísticos São entendidos como movimentos turísticos os deslocamentos e estadias que presumem a efetivação de atividades consideradas turísticas. No caso do Turismo de Aventura, são geradas pela realização de atividades de aventura que dão consistência a esse segmento, envolvendo a oferta de serviços, equipamentos e produtos de: - Hospedagem; - Alimentação; - Transporte; 43 Recepção e condução de turistas; Recreação e entretenimento; Operação e agenciamento turístico; Outras atividades complementares que existem em função do turismo. b) Atividades de aventura. A palavra aventura, do latim adventura (o que há por vir), remete ao diferente e ao inusitado. Nesse conceito, consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafios e que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, prazer e superação, a depender da expectativa, do envolvimento e da experiência do turista, além do nível de dificuldade de cada atividade. Conforme a norma ABNT NBR 15500 – Turismo de Aventura – Terminologia, define-se atividades de Turismo de Aventura como: Atividades oferecidas comercialmente, usualmente adaptadas das atividades de aventura, que tenham ao mesmo tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos. A prática de atividades de aventura, aqui referidas como atrativo principal, identifica o segmento de Turismo de Aventura e pode ocorrer em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não. Também podem ser abordadas sob diferentes enfoques: - Como de responsabilidade individual, quando ocorrem sem a interferência dos prestadores de serviços turísticos no que se refere à prática da atividade de aventura. Por exemplo, um condutor de Turismo de Aventura leva individualmente e sob sua responsabilidade um cliente para realizar atividades de Turismo de Aventura, sem contratação dos serviços via empresa formalizada (agência ou operadora de turismo); - Como de responsabilidade solidária, quando conduzidas, organizadas, intermediadas via prestadores de serviços de operação de agências de turismo que dependem da orientação de profissionais 44 qualificados e de equipamentos e técnicas que proporcionem, além da prática adequada, a segurança dos profissionais e dos turistas. As atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos assumidos, que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada atividade e a capacidade física e psicológica do turista. “Riscos assumidos” significam que ambas as partes têm conhecimento e corresponsabilidade sobre os riscos envolvidos. Isso requer que o Turismo de Aventura seja tratado de modo particular, especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. Deve ser trabalhado, portanto, considerando as normas específicas de segurança na operação do segmento – principalmente as Normas Técnicas de Turismo de Aventura da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) –, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos específicos. As atividades de Turismo de Aventura podem ser conduzidas em ambientes naturais, rurais ou urbanos e frequentemente têm como uma das suas origens os esportes na natureza. c) Caráter recreativo e não competitivo Os movimentos turísticos decorrentes da prática de esportes, mesmo que de aventura, quando entendidos como competições, denominam-se modalidades esportivas e são tratadas no âmbito do segmento Turismo de Esportes. 45 As atividades turísticas, mesmo com origem nos esportes de aventura, são oferecidas comercialmente aos turistas por seu caráter recreativo. As atividades de Turismo de Aventura variam sob diferentes aspectos, seja em função dos territórios em que são operadas, dos equipamentos utilizados, das habilidades e técnicas exigidas ou em relação aos riscos que podem envolver. A partir dessa inter-relação, apresentam as seguintes características: a) Diversidade A variedade de atividades de aventura e de locais onde elas são realizadas é considerada fundamental na concepção do segmento, exigindo a compreensão de que cada atividade exige esforços distintos, o que implica procedimentos, uso de equipamentos e competência humana específicas. A diversidade das atividades de Turismo de Aventura tende a aumentar pela constante inovação decorrente do avanço tecnológico dos equipamentos e da busca contínua de desafios e experiências inusitadas por uma parcela significativa de consumidores e pelo contínuo desenvolvimento da capacidade das empresas de gerenciar riscos. Assim, essa característica apresenta-se sob dois enfoques: o primeiro reside no leque de possibilidades de oferta dos produtos, o que pode gerar a consolidação de um destino; o outro se assenta na complexidade do processo de planejamento, gestão e promoção desse tipo de turismo. b) Gestão de riscos Compreender que as atividades de aventura sugerem exposição a determinados riscos pessoais e materiais que podem variar de intensidade conforme um grande número de fatores significa entender que a segurança é um dos requisitos imprescindíveis para a realização dessa atividade. Portanto, ao se submeter a um programa de Turismo de Aventura, ainda que assumindo os riscos, esse consumidor espera não enfrentar perdas materiais, psicológicas ou físicas. Entende-se por risco a combinação entre a probabilidade da ocorrência de um determinado evento indesejável e suas consequências. Promover um plano contínuo de tratamento e gerenciamento de tais riscos significa adotar e implementar, de forma sistemática, um conjunto de estratégias e ações específicas na busca da melhoria contínua da segurança num determinado produto de aventura, garantindo assim a qualidade da experiência turística. 46 Vale destacar que o Ministério do Turismo, junto com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), regulamenta a atividade a partir de normas específicas para o Turismo de Aventura, as quais serão abordadas mais adiante. c) Participação e interação A realização de atividades de Turismo de Aventura favorece o estreitamento da relação positiva entre os turistas, dos turistas com os profissionais responsáveis pelo atendimento e condução, do turista com o meio (ambiente e comunidade). A intensa participação do turista como protagonista da vivência o torna a essência do próprio segmento. Dessa forma, promove-se a troca de experiências, o espírito de camaradagem e até o surgimento de linguagens e estilos peculiares a cada grupo. Essas características exigem cuidados adicionais na atenção à aptidão dos clientes, visando o conforto físico e emocional, a segurança, a vivência das possibilidades na natureza com responsabilidade de conservá- la e o prazer da experiência na atividade do Turismo de Aventura. Principais atividades praticadas A diversidade de atividades de Turismo de Aventura que materializam esse segmento varia sob diferentes aspectos em função dos territórios em que são operadas, dos equipamentos, habilidades e técnicas exigidas em relação aos riscos que podem envolver e da contínua inovação tecnológica. Optou-se por agrupar as atividades de Turismo de Aventura mais conhecidas pelo mercado, utilizando três elementos da natureza (terra, água e ar), cientes de que algumas podem envolver mais de um desses elementos ao mesmo tempo e ocorrer em ambientes diversos, fechados, ao ar livre, em espaços naturais ou construídos. Atividades em terra - Arvorismo Locomoção por percurso em altura instalado em árvores ou em outras estruturas. - Bungee jump 47 Atividade em que uma pessoa se desloca em queda livre, limitada pelo amortecimento mediante a conexão a um elástico. O elástico é desenvolvido especificamente para a atividade. - Cachoeirismo Descida em quedas d’água, seguindo ou não o curso d’água, utilizando técnicas verticais. - Canionismo Descida em cursos d’água, usualmente em cânions, sem embarcação, com transposição de obstáculos aquáticos ou verticais. O curso d’água pode ser intermitente. - Caminhada Percursos a pé em itinerário pré-definido. - Caminhada (sem pernoite) Caminhada de um dia. Também conhecida por hiking. - Caminhada de longo curso Caminhada em ambientes naturais, que envolve pernoite. O pernoite pode ser realizado em locais diversos, como acampamentos, pousadas, fazendas, bivaques, entre outros. Também conhecida por trekking. 48 - Cicloturismo Atividade de turismo que tem como elemento principal a realização de percursos com o uso de bicicleta, que pode envolver pernoite. - Espeleoturismo Atividades desenvolvidas em cavernas, oferecidas comercialmente, em caráter recreativo e de finalidade turística. - Espeleoturismo vertical Espeleoturismo de Aventura que utiliza técnicas verticais. - Escalada Ascensão de montanhas, paredes ou blocos rochosos, com aplicação de técnicas e utilização de equipamentos específicos. - Montanhismo Atividade de caminhada ou escalada praticada em ambiente de montanha. ] 49 - Turismo fora-de-estrada em veículos 4x4 ou bugies Atividade de turismo que tem como elemento principal a realização de percursos em vias não convencionais com veículos automotores. O percurso pode incluir trechos em vias convencionais. - Cavalgadas Percursos em vias convencionais e não convencionais em montaria, também tratadas de Turismo Equestre. - Tirolesa Produto turístico em que a atividade principal é o deslizamento do cliente em uma linha aérea ligando dois pontos afastados na horizontal ou em desnível, utilizando procedimentos e equipamentos específicos. 50 Atividades na Água - Boia-cross CASE Em São Paulo, homem morre eletrocutado ao praticar tirolesa em hotel. No dia 11 de Janeiro de 2011, o portal de notícias TERRA, noticiou a morte de um homem de 33 anos de idade, quando praticava tirolesa. Segundo a reportagem, o homem morreu na tarde de domingo com uma descarga elétrica quando praticava tirolesa em um hotel fazenda em Itapira, no interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, o homem foi eletrocutado quando caiu no rio. Ele morreu na hora. A reportagem informou, com base na investigação policial, que a descarga elétrica pode ter surgido do equipamento que faz o transporte pelo cabo aéreo. O hotel fazenda estava fechado há mais de seis meses, mas a polícia não soube informar como o homem teria entrado no local. Na época, a polícia abriu investigação sobre o caso. Este tipo de acidente acontece muitas vezes durante o ano, por isso é importante pesquisar muito antes de escolher o local para praticar ecoturismo. Reportagem na íntegra: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4881471- EI5030,00.html 51 Atividade praticada em um minibote inflável, onde a pessoa se posiciona de bruços para descer o rio, com a cabeça na extremidade frontal da boia e os pés na parte final da boia, já praticamente na água. Também conhecida como acqua-ride - Canoagem Atividade praticada em canoas e caiaques, indistintamente, em mar, rios, lagos, águas calmas ou agitadas. - Duck Descida de rios com corredeiras utilizando botes infláveis e remos, com capacidade para até duas pessoas. - Flutuação /Snorkeling Atividade de flutuação em ambientes aquáticos com o uso de máscara e snorkel em que o praticante tem contato direto com a natureza, observando rochas, animais e plantas aquáticas. Usualmente utilizam-se coletes salva-vidas. - Kitesurfe Atividade que utiliza uma prancha fixada aos pés e uma pipa de tração com estrutura inflável, possibilitando deslizar sobre a superfície da água, e ao mesmo tempo, alçar voos executados sobre superfícies aquáticas, com ventos fracos ou fortes. - Mergulho Autônomo turístico Produto turístico em que a atividade principal é o mergulho autônomo e o praticante não é necessariamente um mergulhador qualificado. - Rafting Descida de rios com corredeiras utilizando botes infláveis. 52 By: Mohamed Ibraim - Windsurfe Atividade praticada em ambientes aquáticos, também denominada prancha a vela, que se serve, basicamente, de técnicas do surfe e da vela. Atividades no Ar - Balonismo Atividade aérea feita em um balão de material anti-inflamável aquecido com chamas de gás propano,
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