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Curso Ecoturismo II

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Curso 
coturismo E II 
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Conteúdo: 
 
 
Ecologia, meio ambiente e ecossistema .............................................................. Pág. 7 
Ecologia ............................................................................................................... Pág. 7 
Meio ambiente ...................................................................................................... Pág. 20 
Ecossistema ......................................................................................................... Pág. 29 
Turismo, carreira profissional e Turismo de Aventura .......................................... Pág. 33 
Turismo ................................................................................................................ Pág. 34 
Carreira profissional ............................................................................................. Pág. 38 
Turismo de aventura ............................................................................................ Pág. 42 
Ecoturismo ........................................................................................................... Pág. 62 
Ecoturismo em desenvolvimento ......................................................................... Pág. 70 
Atividades praticadas no Ecoturismo ................................................................... Pág. 78 
 Bibliografia........................................................................................................... Pág. 94 
 
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1.1– Ecologia 
 
Ecologia é uma ciência do ramo da Biologia que estuda os seres 
vivos e suas interações com o meio ambiente onde vivem. É uma palavra 
que deriva do grego, “oikos” significa casa e “logos” significa estudo. 
 
A Ecologia também se encarrega de estudar a fartura e a 
distribuição dos seres vivos no planeta Terra. 
 
Numa época em que o desmatamento e a extinção de várias 
espécies estão em andamento, a Ecologia é uma ciência de extrema 
importância, pois os resultados de seus estudos fornecem dados que 
revelam se os animais e os demais ecossistemas estão em perfeita 
harmonia. 
 
Através das informações geradas pelos estudos da Ecologia, o 
homem pode planejar ações que evitem a destruição da natureza, 
possibilitando um futuro melhor para a humanidade. 
 
 
5 de junho: 
Dia Mundial do Meio 
Ambiente e da Ecologia 
 
 
Nas últimas décadas, uma intensa e constante atenção tem sido 
colocada sobre a questão ambiental e sobre os possíveis riscos que seu 
agravamento possa acarretar para a sobrevivência da humanidade e suas 
sociedades, problemas globais como: 
 
- a poluição das águas; 
 
- a redução da camada de ozônio; 
 
- a extinção de espécies e culturas tradicionais; 
 
 
 
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- o efeito estufa; 
 
- o crescimento populacional; 
 
- o consumo maciço de recursos, entre outros. 
 
Soluções têm sido propostas, ações e programas são praticados em 
todo o mundo, visando diminuir ou resolver os impactos diversos causados 
ao ambiente. 
 
Alguns pesquisadores apontam que durante os últimos 40 anos, o 
movimento ambientalista vem se desenvolvendo através de diferentes fases, 
em resposta a crises específicas para uma conscientização de questões 
mais amplas relacionadas com ética, políticas públicas e valores humanos. 
 
Poucas questões têm sido tão rapidamente incorporadas na 
preocupação e ação coletivas quanto à problemática ambiental. 
 
Entretanto, quando se pensa em uma elaboração e prática de 
propostas e medidas reparadoras para os problemas ambientais, torna-se 
fundamental um processo profundo e efetivo de Educação Ambiental. 
 
Partindo deste ponto de vista, nosso curso tem como interesse 
primeiro tratar dos conceitos fundamentais da ecologia, conceitos estes que 
formam a base do movimento ambientalista. 
 
O movimento ambientalista tem por objetivo reduzir ou reparar os 
danos causados pelos seres humanos à ordem natural e servir de fonte de 
inspiração para praticamente todos os aspectos da vida pessoal, profissional 
e familiar. 
 
O mundo não é um relógio mecânico imensamente complicado e 
feito de partes separadas. Até o mais imperceptível evento biológico envolve 
uma teia de influência que interage entre si. A vida no planeta mostra uma 
interação fascinante de relação ecológica, das quais temos o privilégio de 
participar. 
 
Para participar delas de forma responsável, precisamos de 
conhecimentos básicos de ecologia, mesmo quem já se preocupa com 
questões ecológicas, sendo por interesse pessoal ou como ativista. 
 
A compreensão de conceitos ecológicos básicos proporciona uma 
cultura ecológica mais ampla e próxima da realidade ecológica atual, 
diferente do que normalmente é divulgado pela mídia em geral. 
 
O conhecimento ecológico revela a nossa complexa relação com o 
planeta Terra: a maravilhosa variedade e beleza da vida que dá um prazer 
infinito, mas que causa sofrimento de ver, devido às atividades industriais, 
agrícolas e pessoais que são cruelmente destrutivas à vida no planeta. 
 
 
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Esses conhecimentos tornam-se primordiais a partir do momento em 
que se pretende estudar ou praticar Ecoturismo. 
 
 
ÁGUA 
 
Visto do espaço, o azul dos mares identifica a Terra como “o planeta 
aquário”. Poetas falam das águas, da vida e o ciclo da água é o mais fácil de 
visualizar entre todos aqueles do nosso planeta. 
 
Temos uma afinidade natural com a água, como se percebêssemos 
instintivamente que sem ela não pode haver vida. Adoramos a água, vê-la 
correndo entre as pedras, os sons dos riachos murmurantes ou o quebrar 
das ondas no mar. 
 
 
 
 
 
A química intrincada das células vivas não funciona sem ela. Cerca 
de 80% do corpo humano é composto de água. Ela é essencial para a 
circulação do sangue, digestão, metabolismo, atividade cerebral e 
movimentos musculares. 
 
A vida originou-se nos mares e até hoje ela só existe com a 
presença da água. Em algum estágio de sua vida todos os seres vivos 
precisam dela. 
 
Todos os seres vivos carregam água dentro do corpo. Alguns 
animais peculiares, como o rato-canguru do deserto, não precisam beber 
água porque conseguem sintetizá-la de sua comida. 
 
Muitas plantas conseguem absorver água diretamente do orvalho. 
Mas a maioria dos seres vivos só sobrevive por pouco tempo sem tomar 
água. Para os seres humanos, esse período é de aproximadamente três 
dias, embora possamos viver bem mais tempo sem comida. 
 
 
 
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Por isso, a maioria concentrações humanas, desde o início da 
história, ocorre perto de fontes de água. 
 
No ciclo da água, a água limpa que sai de nossas torneiras caiu na 
superfície da Terra sob a forma de chuva ou neve. Mas, antes de cair, essa 
água circulou na atmosfera, às vezes durante milhares de quilômetros, como 
vapor de água invisível – água em forma gasosa, que só se torna visível 
como nuvem ou neblina quando se condensa em gotinhas microscópicas. 
 
Quantidades imensas de vapor de água no ar são fornecidas pela 
transpiração das folhas das plantas. O resto evapora no ar quando a luz do 
sol aquece os rios, oceanos ou superfícies de pântanos. As crianças 
percebem a evaporação pela primeira vez quando jogam um pouco de água 
numa pedra ou no concreto aquecido pelo sol e veem a rapidez com que ela 
desaparece. 
 
 
A transpiração e a evaporação deixam as impurezas 
para trás, bem como os sinais do oceano. 
 
 
A maior parte da água que cai e é usada e excretada por animais e 
plantas volta para a atmosfera como vapor. Mas é claro que uma parte
muito 
grande escorre para os cursos d’água e retorna ao oceano, recomeçando o 
ciclo. 
 
Por meio do ciclo da água, a natureza presta serviços essenciais 
que para nós, seriam proibitivamente caros em termos de energia e dinheiro 
se tivéssemos de providenciar tudo sozinhos. 
 
A natureza envia água fresca e pura para a terra em grandes 
quantidades, tornando-a disponível para inúmeros organismos dos quais 
dependemos, bem como para os nossos próprios depósitos de água. 
 
A humanidade vem progressivamente contaminando as bacias 
hidrográficas com resíduos domésticos, agrícolas e industriais a ponto de 
tornar cada vez mais escassas as reservas de água potável. Muitas dessas 
atividades implicam na interrupção ou desvio dos cursos de água. 
 
A construção de represas para gerar energia elétrica ou fazer 
irrigação das lavouras priva os habitantes das margens dos rios do acesso à 
água e promove a extinção das espécies, a exemplo dos peixes como o 
salmão, que devido às represas, estão extintos em vários continentes. 
 
 
Ao derrubar florestas, diminui-se a transpiração. Isso reduz 
a precipitação de chuvas e cria um clima mais quente, desértico. 
 
 
 
 
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Quando plantamos árvores sedentas e de raízes profundas como 
cerca viva em áreas secas, diminuímos a quantidade de água deixada no 
solo para nutrir outras plantas e fornecer água para os córregos. 
 
Essas mudanças interferem no ciclo da água de maneira lesiva para 
nós e para outros seres vivos. 
 
 
AR 
 
O ar parece tão cristalino que não conseguimos compreender o seu 
papel no sistema circulatório global de nutrientes em que pouco se percebe 
elementos essenciais como carbono, nitrogênio e enxofre, assim como 
aquele componente universal da vida, a água. 
 
Não é fácil entender como esse elemento leve, invisível e sem cheiro 
no seu estado natural pode ser tão essencial à vida. Sabemos que, de 
alguma forma, o ar sustenta os pássaros e os aviões em voo. 
 
Lembramos a carícia deliciosa de uma brisa de verão em nossa pele 
ou frio cortante do ar de inverso abaixo de zero grau que maltrata as vias 
respiratórias, o nariz e as extremidades. No entanto, ao olhar para uma sala, 
só percebemos as pessoas ou os objetos que estão ali, não o ar que enche 
por inteiro o ambiente. 
 
Na verdade, em geral ignoramos o ar, a menos que ele encha os 
nossos pulmões de fumaça ou poluição. Esquecemos que sem ar não 
podemos sequer ouvir uns aos outros, uma vez que é ele que transmite o 
som. 
 
Respire profundamente e preste bastante atenção ao que ocorre em 
seu corpo. Costumamos dizer que “inspiramos” o ar, como se tivéssemos 
controle sobre esse processo. 
 
Na verdade, o músculo do diafragma expande o peito. Depois, o ar 
que nos envolve com uma pressão de mais de 1 quilo por metro quadrado, 
entra rapidamente. 
 
Sem a existência do ar, só conseguiríamos viver alguns minutos. No 
espaço sideral, por exemplo, os astronautas precisam levar ar em suas 
roupas espaciais. 
 
O ar é uma de nossas ligações fundamentais com as outras formas 
de vida da Terra. Quando respiramos bem profundamente, os pulmões 
absorvem milhões de moléculas de oxigênio. 
 
Cada uma dessas moléculas representa uma contribuição das 
plantas verdes, das algas ou das bactérias. Sem esses organismos vivos 
que produzem o oxigênio, o corpo não “queimaria” o alimento para fornecer 
 
 
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energia. 
 
Alguns micro-organismos vivem respirando enxofre ou nitratos. 
Outros não respiram – fermentam sua comida. Existem também micro-
organismos para os quais o oxigênio é um veneno letal; eles vivem 
basicamente na lama ou nos intestinos, onde não há quase nenhum 
oxigênio presente. 
 
Na ecologia, de alguma forma, todas as relações são recíprocas, ou 
seja, interagem igualmente entre si. Sem o dióxido de carbono que nós e 
outros animais expelimos pela respiração, as plantas, as bactérias e as 
algas não teriam como absorvê-lo do ar para fabricar suas células e obter 
alimento para si e para outras formas de vida. 
 
As plantas também extraem água do solo, mas a maior parte do 
peso das plantas, se extrairmos a água delas, é constituído de carbono 
tirado do ar e de compostos de nitrogênio extraídos do solo. 
 
 
 
 
 
 
Desse modo, o ato simples e inconsciente de respirar liga-nos de 
forma total e inevitável, em todos os momentos, ao resto da biosfera. 
 
O ar é o meio circulante essencial para a maioria das transações 
mais básicas da vida e quase toda a vida existe na fronteira entre o ar e a 
terra ou entre o ar e a água. 
 
No entanto, o ar que circunda a Terra –a atmosfera terrestre – é uma 
 
 
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camada finíssima se comparada ao diâmetro de 5.000 quilômetros do 
planeta. O ar rarefaz-se rapidamente à medida que subimos e, cerca de 9 
quilômetros acima do nível do mar não existe nada além do espaço sem ar. 
 
 A atmosfera da Terra é uma mistura de 4/5 de nitrogênio e 1/5 de 
oxigênio, associada a pequenas quantidade de outros gases, como o dióxido 
de carbono, o vapor de água e o metano. 
 
Esse equilíbrio atmosférico não só é essencial à vida, como é 
mantido por ela. Vênus e Marte, os planetas mais próximos da Terra, 
também têm atmosferas, mas, ao contrário da atmosfera terrestre, a deles é 
constituída principalmente de dióxido de carbono. Somente o argônio é 
semelhante ao da Terra – um gás inerte sem ligação com a vida. 
 
Nesses planetas ocorrem processos puramente físicos e químicos e, 
devido à ausência de plantas, algas e bactérias capazes de realizar a 
fotossíntese, não há gás oxigênio. 
 
Segundo a TEORIA GAIA, a quantidade de oxigênio, nitrogênio, 
dióxido de carbono e outras substâncias do ar, sua temperatura e outros 
requisitos globais da vida, são mantidos pelo crescimento e pelo 
metabolismo dos seres vivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Teoria de Gaia foi elaborada pelo britânico 
James E. Lovelock, nos fins da década de 60. 
Ao lado da norte-americana Lynn Margulis, 
estudou a atmosfera dos planetas como forma 
de detectar a existência de vida biológica. 
O termo “Teoria de Gaia” foi criado em 
homenagem à “deusa grega Gaia”. 
Segundo esta teoria, a Terra reage 
organicamente a todos os atos nela sentido. É 
admirável, segundo o cientista, a Terra ainda 
estar equilibrada perante os desequilíbrios 
causados pelos atos humanos. 
O ser humano seria uma espécie de tumor 
que a Terra gostaria de expelir, ou 
simplesmente convidar para sair, por este não 
se adequar e viver ao ritmo orgânico natural do 
planeta. 
 
 
 
14 
 Se houvesse muito menos oxigênio do que há agora, a vida estaria 
sob uma tensão enorme, a julgar pela dificuldade que é fazer exercícios 
vigorosos em altitudes elevadas, onde as moléculas de oxigênio são muito 
mais escassas. 
 
Os incêndios começariam mais facilmente e até espontaneamente e 
se alastrariam com mais violência, consumindo a maioria das substâncias 
que existem na superfície da Terra. 
 
Os “incêndios” lentos que queimam oxigênio em nossos músculos 
ficariam intensos demais para produzir a energia controlada que 
necessitamos. 
 
Os mecanismos de Gaia regulam também os níveis de dióxido de 
carbono. O dióxido de carbono da atmosfera, embora presente apenas em 
pequenas concentrações é essencial à vida. 
 
Assumindo formas diferentes, o elemento carbono circula pela 
atmosfera em quantidades colossais de dióxido de carbono com exploração 
de depósitos subterrâneos de petróleo, gás natural e carvão. 
 
Quando queimamos combustíveis fósseis nos carros ou na indústria, 
liberamos o carbono que vem sendo depositado pela vida desde centenas 
de milhões de anos. 
 
Isso traz consequências
perigosas para o futuro. O dióxido de 
carbono, junto com o vapor de água e o metano (que é produzido 
principalmente por bactérias, tanto as que vivem de forma independente 
quanto às habitantes dos intestinos de animais, como vacas; e pelos cupins), 
constitui uma grande “estufa de gás”. 
 
As estufas de gás da atmosfera tornam difícil irradiar novamente 
para o espaço parte de energia solar que entrou. 
 
 
O aumento de qualquer gás aquecido tende a fazer subir a 
temperatura média do planeta – causando o aquecimento global 
 
 
Se os seres humanos continuarem liberando dióxido de carbono 
com a intensidade atual, é provável que, no próximo século, esse 
aquecimento venha a derreter as calotas polares, o que provocará o 
aumento do nível do mar que, por sua vez, invadirá as áreas baixas de 
muitos países. 
 
Também é provável que ocorram mais tempestades e chuvas no 
litoral e um clima mais seco no interior. As plantas, os animais e as outras 
espécies terão de mudar para regiões mais próximas dos polos a fim de fugir 
do calor. Nessa migração muitas vão ficar para trás e morrerão. 
 
 
15 
 
As doenças, notadamente as tropicais, se espalharão para novas 
regiões: os mosquitos que transmitem a malária irão desfrutar de habitats 
maiores e as estiagens do interior que restringem o suprimento de água 
potável causarão mais contaminação por doenças como a cólera. Tanto as 
terras cultiváveis como as regiões florestais serão afetadas com prováveis 
reduções drásticas de árvores e de safras, pois os solos próximos dos polos 
são improdutivos. 
 
No entanto, a vida tanto pode resfriar quanto aquecer. Ela tem 
regulado a atmosfera dentro de limites toleráveis há pelo menos 3 bilhões de 
anos. 
 
As algas dos oceanos produzem compostos de enxofre, que, direta 
ou indiretamente, refrescam a Terra, e o carbono é retirado da atmosfera por 
micro-organismos e plantas. Esses processos podem reduzir a velocidade 
ou moderar o processo de aquecimento, embora a tendência atual do 
aquecimento leve-nos a acreditar que isso não será o bastante para evitar 
efeitos graves para os seres humanos. 
 
A atmosfera também está ligada à vida por meio de uma fina 
camada de ozônio em altitudes muito elevadas. Formado há 2 bilhões de 
anos pela luz do sol que atingia o oxigênio emitido pelas bactérias, o ozônio 
filtra a luz solar que entra na atmosfera e reduz a ação de seus raios 
ultravioletas, que são danosos para a vida. 
 
 
 
 
 
Vazamento de gases compostos de cloro, flúor e carbono, 
chamados clorofluorocarbonos (CFCs), empregados em aerossóis, 
geladeiras e refrigeradores de ar, sobem até a camada de ozônio, onde 
destroem as moléculas de ozônio. 
 
 
 
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Isso reduz a capacidade protetora da camada de ozônio, mais 
dramaticamente nas regiões polares, mas também em áreas densamente 
povoadas distantes dos polos. 
 
O alarme mundial diante dos efeitos catastróficos de uma exposição 
maior aos raios ultravioleta levou a acordos internacionais para reduzir 
gradativamente a produção da maior parte dos CFCs, e incluíram novos 
subsídios para ajudar as nações em desenvolvimento a adotar substâncias 
menos perniciosas. 
 
No entanto, a redução tem sido pequena e a produção dos 
compostos perniciosos ainda é permitida. Os países em desenvolvimento 
com populações enormes, como a China e a Índia, estão liberando 
quantidades imensas – e em escala crescente – de CFCs, apesar dos 
acordos. 
 
Além disso, um composto de 30 a 60 vezes mais lesivo à camada de 
ozônio do que os CFCs, o extremamente tóxico brometo de metila, está 
sendo usado amplamente para fumigar o solo e os produtos agrícolas, e sua 
produção. 
 
Desse modo, as substâncias liberadas na atmosfera vão continuar 
atacando a camada de ozônio durante muitos anos. E ainda não 
conhecemos todos os efeitos causados por uma exposição maior aos raios 
ultravioletas. 
 
Ela reduz a população de plâncton – seres minúsculos que flutuam 
no mar e constituem alimento para peixes e baleias– além de diminuir as 
safras de arroz e de soja, os alimentos básicos de bilhões de pessoas. 
 
A destruição da camada de ozônio já está causando uma quantidade 
maior de câncer nos seres humanos e em várias espécies animais e tende a 
aumentar cada vez mais. Uma exposição maior aos raios ultravioleta 
também pode danificar o nosso sistema imunológico e reprodutivo. 
 
O ar faz o carbono chegar a todos os produtores de oxigênio e traz 
seu oxigênio para nós. Bactérias 
 
Todo o mundo vivo depende dos micro-organismos – organismos 
quase invisíveis, chamados às vezes de micróbios, entre os quais podemos 
citar: as bactérias, os protistas e, os menores, fungos. 
 
 
É absolutamente impossível compreender a ecologia dos 
seres vivos sem conhecer os micro-organismos 
 
 
Quando você pega uma gota do que parece ser água limpa de um 
lago ou de uma poça e a coloca sob um microscópio bem potente, verá uma 
 
 
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enorme quantidade de seres minúsculos, redondos ou em forma de bastão 
ou espiralados como saca-rolhas. 
 
Alguns ficam flutuando calmamente, outros se movimentam de 
forma abrupta e outros ainda serpenteiam de uma determinada maneira. Os 
menores de todos eles são as bactérias. 
 
Provavelmente você vai ver micro-organismos maiores, os protistas. 
Micro-organismos esverdeados ou amarronzados em geral são algas. Nesse 
mundo microscópico, não se devem levar em conta as distinções familiares 
entre planta e animal. 
 
Algumas bactérias vivem de fotossíntese, como as plantas; outras, 
de predação, como muitos animais. A maioria vive da absorção de alimento 
líquido como fungos. 
 
Sem um microscópio, você só consegue ver as bactérias em grupo – 
a espuma que se forma na sopa que ficou fora da geladeira ou a substância 
viscosa da sidra de maçã fermentada, por exemplo. 
 
No entanto, esses seres quase invisíveis são a mais numerosa, 
diversificada e fundamental forma de vida que existe na Terra e 
desempenham um papel em toda a interação ecológica. 
 
Alguns deles encontraram formas de sobreviver no gelo permanente 
do topo das montanhas e em águas salgadas ou ácidas onde outras formas 
de vida não conseguem sobreviver. 
 
Outros florescem em tanques de lixo tóxico e até dentro de reatores 
atômicos. As bactérias impregnam o solo das florestas e dos campos, bem 
como as areias dos desertos. 
 
Habitam os intestinos dos mamíferos e as camadas externas da 
nossa pele. São a maioria esmagadora dos seres vivos do planeta Terra. 
Embora nós prestemos mais atenção às bactérias que causam doenças, às 
quais damos os nomes de germes, a maioria delas é neutra ou benéfica ao 
homem. 
 
 Elas estão em todo o nosso corpo e no sistema digestivo e só 
causam doenças quando o nosso sistema imunológico se debilita. Nos 
intestinos, as bactérias produzem vitaminas essenciais. 
 
Os vírus, embora possam causar doenças, 
não são seres vivos como as bactérias. 
 
 
Apesar de as bactérias serem organismos muito pequenos e não 
terem núcleo circundado por membrana são seres vivíssimos. Manifestam 
todas as qualidades fundamentais da vida. 
 
 
18 
 
São seres auto-organizadores, ou autopoiéticos. Mantêm 
tenazmente suas formas autodefinidas e consertam ou substituem as partes 
lesadas. Transferem informações genéticas e se reproduzem. 
 
Pequenas demais para ter estômago ou boca, elas absorvem os 
nutrientes de que necessitam e fazem o possível para continuar vivas. 
Identificam os alimentos e são, portanto, capazes de percepção, como todos 
os seres vivos. 
 
Elas se movem. Algumas têm minúsculos sistemas motores, que 
realizam 15.000 revoluções por minuto. Talvez o mais surpreendente de 
tudo seja o fato de não morrerem de velhice, embora
o calor, a aridez ou um 
ambiente salgado demais possa matá-las. 
 
As bactérias começaram sua evolução há mais de 3,5 bilhões de anos 
e até há 1 bilhão de anos elas eram os únicos habitantes vivos da Terra. Um 
grupo de bactérias contemporâneas chamadas arquibactérias (ou arqueia) 
inclui formas que produzem gás natural (metano). 
 
Outras são consideradas sobreviventes da primeira e dificílima fase 
da vida da Terra, quando o planeta era vulcanicamente muito ativo, atingido 
com frequência por meteoritos imensos, tomado por tempestades violentas, 
bombardeado pelos raios ultravioletas letais da luz solar e a sua atmosfera 
não tinha oxigênio, mas gases venosos com variações extremas de 
temperatura. 
 
Algumas arquibactérias ainda se desenvolvem no fundo do mar, perto 
de bocas de vulcões que expelem enxofre quente – o gás oxigênio é fatal 
para algumas delas. 
 
Outras bactérias primitivas sobreviveram ao oxigênio que geravam 
como lixo metabólico; elas substituíram as suas antepassadas, na maior 
revolução biológica da história da Terra, e transformaram gradualmente a 
atmosfera numa capa protetora que, em última instância, acabou 
sustentando formas de vida maiores. 
 
Hoje, certas bactérias e protistas fotossintéticas produzem tanto ou 
mais oxigênio que as árvores, arbustos e gramas. Além disso, se as 
bactérias não produzissem amônia para neutralizar os ácidos, as águas e o 
solo do planeta seriam tão ácidos que apenas uns poucos organismos 
conseguiriam sobreviver. Embora não tenham ossos, algumas bactérias 
fabricam minerais duros. 
 
Desse modo, os detritos produzidos por algumas delas podem ser 
encontrados como vestígios minerais ou fósseis microscópicos em rochas 
antigas. Se algum dia existiu vida em Marte ou em qualquer outro planeta, 
suas rochas também podem conter bactérias fósseis – mesmo que elas 
tenham se extinguido há bilhões de anos. 
 
 
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Marte: o planeta vermelho 
 
Os seres humanos, assim como todas as outras formas de vida do 
planeta, evoluíram das bactérias, embora pareça inacreditável que alguns de 
nossos genes remontem, numa linha ininterrupta, a ancestrais pequenos 
demais para serem vistos a olho nu. 
 
Das bactérias derivaram todos os outros reinos da vida – o dos 
protistas, o dos fungos, o das plantas e o dos animais. Há bilhões de anos, 
bactérias individuais de tipos diferentes fundiram-se. 
 
Quando as bactérias tentavam absorver uma a outra, mas a digestão 
era incompleta, elas incorporavam sua presa e, às vezes, apenas alguns de 
seus genes. Com o transcorrer do tempo, diferentes tipos de bactéria 
passaram a viver nessas comunidades e tão intimamente integradas que se 
transformaram em células; e as suas relações cada vez mais complexas 
tornaram-se permanentes. 
 
Essas associações formaram células com núcleos e outras partes 
distintas. Algumas dessas células evoluíram e se transformaram em plantas 
e animais, que são constituídos de muitas células. 
 
A evolução por simbiose é particularmente óbvia nas plantas. Seus 
cloroplastos, órgão internos especializados que realizam a fotossíntese, um 
dia foram bactérias azul-esverdeadas que produziam oxigênio e tinham vida 
independente. 
 
Da mesma forma, embora os seres humanos tenham se tornado 
seres unificados e conscientes de si, continuamos sendo conjuntos de 
células que evoluíram a partir das comunidades bacterianas. 
 
Animais grandes como nós, assim como as plantas grandes, podem 
ser vistos como formas com as quais conjuntos de bactérias sobreviveram e 
se reproduziram em nichos ecológicos inacessíveis às bactérias individuais. 
 
Trilhões e trilhões de bactérias habitam a Terra. Até agora 
distinguimos e batizamos cerca de 20.000 tipos delas. Classificamos esses 
 
 
20 
tipos em grupos, como fazemos com as plantas e os animais, mas as 
bactérias fogem à classificação normal de espécie, pois muitos de seus tipos 
são “mestiços”. 
 
As bactérias foram os primeiros seres a dividir os genes; elas trocam 
rotineira e rapidamente seus genes entre si. 
 
 
As bactérias inventaram o sexo – a formação de um indivíduo 
com genes proveniente de mais de uma fonte 
 
 
Sem alimentação apropriada, as bactérias que não estão ameaçadas 
precisam de sexo para se reproduzir, mas, quando enfrentam situações de 
risco de vida, todas as bactérias podem sobreviver tomando genes 
emprestados de tipos às vezes muito diferentes. 
 
Algumas bactérias liberam espontaneamente seus genes no meio 
ambiente. Outras bactérias absorvem esses genes e os recombinam com os 
seus. 
 
Assim, todas as bactérias do mundo têm essencialmente algum tipo 
de acesso a um único patrimônio genético e por isso a muitos modos de vida 
num mundo em transformação ecológica. 
 
Podemos considerá-las um superorganismo, antigo e resistente, de 
quase 4 bilhões de anos. Em comparação, a breve história de criaturas 
humanoides da Terra tem cerca de 3 milhões de anos – um piscar de olhos 
no tempo do planeta. 
 
Sabe-se que os seres humanos, tal como nos vemos hoje, remontam 
há apenas 40.000 anos ou, no máximo, como sugerem descobertas 
arqueológicas recentes, 90.000 anos. 
 
Portanto, a Terra não pertence às manadas trovejantes de animais 
que pastam, nem aos carnívoros que rugem, nem às aves de rapina que 
voam alto, nem mesmo aos inteligentes e engenhosos seres humanos, mas 
aos incontáveis número de bactérias que estão aqui desde que a vida 
começou. 
 
1.2 – Meio ambiente 
 
Neste tópico você aprenderá o que é meio ambiente. O conjunto de 
condições e leis de ordem física, química e biológica, que permite a 
existência de vida, é chamado de meio ambiente. 
 
O meio ambiente geralmente chamado apenas de ambiente, envolve 
todas as coisas vivas e não vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região 
dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos humanos. 
 
 
21 
 
O conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus 
componentes: 
 
- Completo: conjunto de unidades ecológicas que funcionam como 
um sistema natural mesmo com uma massiva intervenção humana e de 
outras espécies do planeta, incluindo toda a vegetação, animais, micro-
organismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem 
ocorrer em seus limites. 
 
- Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um 
limite claro: como ar, água, e clima, assim como energia, radiação, descarga 
elétrica, e magnetismo, que não se originam de atividades humanas. 
 
 
 
 
 
 
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
celebrada em Estocolmo, em 1972, definiu-se o meio ambiente da seguinte 
forma: 
 
O meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, 
biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, 
em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades 
humanas. 
 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) brasileira, 
estabelecida pela Lei 6938 de 1981, define meio ambiente como: 
 
 
 
 
 
 
22 
O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas. 
 
 
O ambiente natural se difere do ambiente construído, que envolve as 
áreas e componentes que foram fortemente modificados pelo homem. 
 
Biodiversidade. 
 
Considera-se Biodiversidade a variedade e a variabilidade existente 
entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas 
ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários 
componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações 
e genes em uma área definida. 
 
A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo 
maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados. Segundo
o Artigo 
2 da Convenção sobre Diversidade Biológica: 
 
 
Diversidade biológica significa a variabilidade de 
organismos vivos de todas as origens, 
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas 
terrestres, marinhos e outros ecossistemas 
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem 
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro 
de espécies, entre espécies e de ecossistemas. 
 
 
 
Portanto a diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à 
variedade de vida no planeta terra, incluindo a variedade genética dentro das 
populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de 
microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos 
organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e 
ecossistemas formados pelos organismos. A questão da biodiversidade deve 
levar em conta outras definições: 
 
- refere-se tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias 
biológicas quanto à abundância relativa (equitabilidade) dessas categorias; e 
inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), complementaridade 
biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens 
(gama diversidade). 
 
- inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos 
recursos genéticos, e seus componentes. 
 
- é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável 
 
 
23 
pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso potencial 
de uso econômico. 
 
- é à base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e 
florestais e, também, a base para a estratégica indústria da biotecnologia. 
 
As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são 
ainda pouco compreendidas, muito embora, é evidente que ela seja 
responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos 
ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam 
a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. 
 
 
 
Imagem: http://mundoverde.com.br/blog/tag/biodiversidade/ 
 
A diversidade biológica possui, além de seu valor intrínseco, valor 
ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, 
recreativo e estético. Com tamanha importância, é preciso evitar a perda da 
biodiversidade. 
 
 
Impactos sobre a biodiversidade 
 
 Tanto a comunidade científica internacional quanto governos e 
entidades não governamentais ambientalistas vêm alertando para a perda 
da diversidade biológica em todo o mundo, e, particularmente nas regiões 
tropicais. 
 
A degradação biótica que está afetando o planeta encontra raízes na 
condição humana contemporânea, agravada pelo crescimento explosivo da 
população humana e pela distribuição desigual da riqueza. 
 
 
 
 
24 
 
A perda da diversidade biológica envolve aspectos 
sociais, econômicos, culturais e científicos 
 
 
Em anos recentes, a intervenção humana em habitats que eram 
estáveis aumentou significativamente, gerando perdas maiores de 
biodiversidade. 
 
Biomas estão sendo ocupados, em diferentes escalas e velocidades. 
Áreas muito extensas de vegetação nativa foram devastadas no Cerrado do 
Brasil Central, na Caatinga e na Mata Atlântica. 
 
É necessário que sejam conhecidos os estoques dos vários habitats 
naturais e dos modificados existentes no Brasil, de forma a desenvolver uma 
abordagem equilibrada entre conservação e utilização sustentável da 
diversidade biológica, considerando o modo de vida das populações locais. 
 
Como resultado das pressões da ocupação humana na zona 
costeira, a Mata Atlântica, por exemplo, ficou reduzida a aproximadamente 
10% de sua vegetação original. 
 
Na periferia da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são 
encontradas áreas com mais de 500 espécies de plantas por hectare, muitas 
dessas são árvores de grande porte, ainda não descritas pela ciência. 
 
Os principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade 
são: 
 
- Perda e fragmentação dos habitats; 
 
- Introdução de espécies e doenças exóticas; 
 
- Exploração excessiva de espécies de plantas e animais; 
 
- Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas 
de reflorestamento; 
 
- Contaminação do solo, água, e atmosfera por poluentes; e 
Mudanças Climáticas. 
 
As inter-relações das causas de perda de biodiversidade com a 
mudança do clima e o funcionamento dos ecossistemas apenas agora 
começam a ser vislumbradas. 
 
Três razões principais justificam a preocupação com a conservação 
da diversidade biológica: 
 
 
 
25 
- se acredita que a diversidade biológica seja uma das propriedades 
fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos 
ecossistemas. 
 
- se acredita que a diversidade biológica representa um imenso 
potencial de uso econômico, em especial pela biotecnologia. 
 
- se acredita que a diversidade biológica esteja se deteriorando, 
inclusive com aumento da taxa de extinção de espécies, devido ao impacto 
das atividades antrópicas. 
 
O Princípio da Precaução, aprovado na Declaração do Rio durante a 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - 
CNUMAD (Rio-92), estabelece que o ser humano deve agir já e de forma 
preventiva, ao invés de continuar acomodado, aguardando a confirmação 
das previsões para então tomar medidas corretivas, em geral caras e 
ineficazes. 
 
Riqueza de espécies 
 
O Brasil tem uma área de 8,5 milhões km², ocupando quase a 
metade da América do Sul. Essa área possui várias zonas climáticas que 
incluem o trópico úmido no norte, o semiárido no nordeste e áreas 
temperadas no sul. 
 
As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas 
formando zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. A maior floresta 
tropical úmida (Floresta Amazônica) e a maior planície inundável (o 
Pantanal) do mundo se encontram nesses biomas, além do Cerrado 
(savanas e bosques), da Caatinga (florestas semiáridas) e da Mata Atlântica 
(floresta tropical pluvial). 
 
O Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km² com uma 
variedade de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, 
manguezais, lagoas, estuários e pântanos. 
 
A variedade de biomas reflete a riqueza da flora e fauna brasileiras, 
tornando-as as mais diversas do mundo. Muitas das espécies brasileiras são 
exclusivas no mundo (endêmicas). 
 
 
O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, 
contando com um número estimado de mais de 20% 
do número total de espécies do planeta 
 
Diversas espécies de plantas de importância econômica mundial são 
originárias do Brasil, destacando-se dentre elas o abacaxi, o amendoim, a 
castanha do Brasil (também conhecida como castanha do Pará), a 
mandioca, o caju e a carnaúba. 
 
 
26 
 
O Brasil abriga o maior número de primatas com 55 espécies, o que 
corresponde a 24% do total mundial; de anfíbios com 516 espécies; e de 
animais vertebrados com 3.010 espécies de vertebrados vulneráveis, ou em 
perigo de extinção. 
 
O país conta também com a mais diversa flora do mundo, número 
superior a 55 mil espécies descritas, o que corresponde a 22% do total 
mundial. Possui, por exemplo, a maior riqueza de espécies de palmeiras 
(390 espécies) e de orquídeas (2.300 espécies). Possui também 3.000 
espécies de peixes de água doce totalizando três vezes mais que qualquer 
outro país do mundo. 
 
O Brasil é agraciado não só com a maior riqueza de espécies, mas, 
também, com a mais alta taxa de endemismo. Uma em cada onze espécies 
de mamíferos existentes no mundo é encontrada no Brasil (522 espécies), 
juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1.622), uma em cada 
quinze espécies de répteis (468), e uma em cada oito espécies de anfíbios 
(516). 
 
Muitas dessas são
exclusivas para o Brasil, com 68 espécies 
endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies 
endêmicas de répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. 
 
Esta riqueza de espécies corresponde a, pelo menos, 10% dos 
anfíbios e mamíferos e 17% das aves descritas em todo o planeta. 
 
A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e 
talvez nunca venha a ser, tal a sua magnitude e complexidade. Sabendo-se, 
entretanto, que para a maioria dos seres vivos o número de espécies no 
território nacional, na plataforma continental e nas águas jurisdicionais 
brasileiras é elevado, é fácil inferir que o número de espécies, tanto 
terrestres quanto marinhas, ainda não identificadas, pode alcançar valores 
da ordem de dezena de milhões no Brasil. 
 
Apesar da riqueza de espécies nativas, a maior parte de nossas 
atividades econômicas está baseada em espécies exóticas. Nossa 
agricultura está baseada na cana-de-açúcar proveniente da Nova Guiné, no 
café da Etiópia, no arroz das Filipinas, na soja e na laranja da China, no 
cacau do México e no trigo da Ásia Menor. 
 
 A silvicultura nacional depende de eucaliptos da Austrália e de 
pinheiros da América Central. A pecuária depende de bovinos da Índia, de 
equinos da Ásia Central e de capins Africanos. A piscicultura depende de 
carpas da China e de tilápias da África Oriental, e a apicultura está baseada 
em variedades da abelha-europa, provenientes da Europa e da África 
Tropical. 
 
 
 
27 
Essa necessidade está ligada à importância que a biodiversidade 
ostenta na economia do país. Somente o setor da Agroindústria responde 
por cerca de 40% do PIB brasileiro (calculado em US$ 866 bilhões no ano 
de 1997), o setor florestal por 4% do PIB e o setor pesqueiro por 1% do PIB. 
Produtos da biodiversidade respondem por 31% das exportações brasileiras, 
destacando o café, a soja e a laranja. 
 
As atividades de extrativismo florestal e pesqueiro empregam mais 
de três milhões de pessoas. A biomassa vegetal, contando o álcool da cana-
de-açúcar e a lenha e o carvão derivados de florestas nativas e plantadas 
respondem por 30% da matriz energética nacional e, em determinadas 
regiões, como o Nordeste, atendem a mais da metade da demanda 
energética industrial e residencial. 
 
 
 
 
 
Grande parte da população brasileira utiliza-se de plantas medicinais 
na solução de problemas corriqueiros de saúde. A diversidade biológica 
constitui, portanto, uma das características de recursos ambientais, 
fornecendo produtos para exploração e consumo e prestando serviços de 
uso indireto. 
 
É importante, portanto, a disseminação da prática da valoração da 
diversidade biológica. A redução da diversidade biológica compromete a 
sustentabilidade do meio ambiente e a disponibilidade permanente dos 
recursos ambientais. 
 
Cálculos sobre a biodiversidade global, conduzidos por E.O. Wilson, 
da Universidade de Harvard, indicavam, em 1987, a existência de mais de 5 
milhões de espécies de organismos. 
 
Entretanto, coletas intensivas conduzidas à época, principalmente na 
floresta tropical úmida, e com atenção concentrada nos insetos, permitiram 
projetar valor da ordem de 30 milhões de espécies. 
 
 
28 
 
Novos trabalhos recentemente conduzidos estimaram que a 
biodiversidade do planeta pode alcançar valores ainda muito mais elevados, 
sendo admitida uma amplitude que vai de 10 a 100 milhões de espécies. 
 
A realidade dos fatos, entretanto, é que o número de espécies hoje 
conhecido em todo o planeta está em torno de 1,7 milhões, número que 
atesta o elevado grau de desconhecimento da biodiversidade, especialmente 
nas regiões tropicais. 
 
 
Biorregionalismo 
 
Biorregionalismo é um sistema político, cultural e ambiental, ou 
conjunto de pontos de vista com base em áreas naturalmente definidas 
chamadas biorregiões ou ecorregiões. 
 
Biorregiões são definidas através de características físicas e 
ambientais, incluindo bacia, limites do solo e terreno característicos. O 
Biorregionalismo salienta que a determinação de uma biorregião é também 
um fenômeno cultural e enfatiza as populações locais, conhecimento e 
soluções. 
 
Numa visão geral, o termo biorregião parece ter se originado no 
trabalho de Peter Berg e Dasmann Raymond, no início de 1970, e tem sido 
defendido por escritores como Kirkpatrick Sale. 
 
A perspectiva biorregionalista é contrária a uma economia 
homogênea e à cultura de consumo com sua falta de cuidado com o 
ambiente. Esta perspectiva procura: 
 
- Garantir que as fronteiras políticas coincidam com os limites 
ecológicos. 
 
- Destacar a única ecologia da biorregião. 
 
- Incentivar o consumo de alimentos locais sempre que possível. 
 
- Incentivar o uso de materiais locais sempre que possível. 
 
- Incentivar o cultivo de plantas nativas da região. 
 
- Incentivar a sustentabilidade em harmonia com a biorregião. 
 
 
Assembleias da América do Norte Biorregional têm ocorrido a cada 
dois anos, com encontros de biorregionalistas na América do Norte desde 
1984 e deram origem a Partidos Verdes. 
 
 
 
29 
Além disso, biorregionalismo gerou o movimento de sustentabilidade. 
Os princípios da biorregionalismo são muitas vezes utilizados pelos 
movimentos verdes, que se opõem a organizações políticas cujas fronteiras 
estão em conformidade com distritos eleitorais existentes. 
 
Este problema é percebido como resultado de representantes eleitos 
pelo voto de acordo com seus eleitores, alguns dos quais podem viver fora 
da biorregião definida e pode ser contrária ao bem-estar da biorregião. 
 
 
1.3 – Ecossistema 
 
Neste tópico, você aprenderá que Ecossistema é o conjunto 
formado por todos os fatores bióticos e abióticos que atuam 
simultaneamente sobre determinada região. 
 
 
- fatores bióticos: são os efeitos da atividade dos seres vivos no 
ecossistema como a população de animais, plantas e bactérias, entre outros. 
 
- fatores abióticos: são todas as influências que os seres vivos 
possam receber em um ecossistema como a água, o sol, o solo, o gelo, o 
vento. 
 
 
A alteração de um único elemento costuma causar modificações em 
todo o sistema, podendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. Todos os 
ecossistemas do mundo formam a Biosfera (o planeta Terra). 
 
A base de um ecossistema são os produtores, os organismos 
capazes de fazer fotossíntese ou quimiossíntese. Produzem e acumulam 
energia através de processos bioquímicos, utilizando como matéria-prima a 
água, gás carbônico e luz. 
 
Em ambientes afóticos (sem luz) também existem produtores, mas 
neste caso a fonte utilizada para a síntese de matéria orgânica não é luz e 
sim a energia liberada nas reações químicas de oxidação efetuadas nas 
células (como, por exemplo, em reações de oxidação de compostos de 
enxofre). 
 
O processo denominado quimiossíntese é realizado 
por muitas bactérias terrestres e aquáticas. 
 
Dentro de um ecossistema existem vários tipos de consumidores, 
que juntos formam uma cadeia alimentar. Destacam-se: 
 
 
 
 
 
 
30 
Consumidores primários 
 
São os animais que se alimentam dos produtores, ou seja, são as 
espécies herbívoras. Milhares de espécies presentes na terra ou na água se 
adaptaram para consumir vegetais, sem dúvida a maior fonte de alimento do 
planeta. 
Os consumidores primários podem ser desde microscópicas larvas 
planctônicas ou invertebrados bentônicos (de fundo) pastadores, até 
grandes mamíferos terrestres como a girafa e o elefante. 
 
 
 
 
 
 
 
Consumidores secundários 
 
São os animais carnívoros (que se alimentam de carne) e onívoros 
(animais que comem animais e plantas). 
 
 
Consumidores terciários 
 
São os grandes predadores como os tubarões,
orcas e leões, os 
quais capturam grandes presas, sendo considerados os predadores de topo 
de cadeia. Têm como característica, normalmente, o grande porte e 
menores densidades populacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Decompositores ou biorredutores 
 
São os organismos responsáveis pela decomposição da matéria 
orgânica e sua transformação em nutrientes minerais que se tornam 
novamente disponíveis no ambiente. 
 
Os decompositores, representados pelas bactérias e fungos, são o 
último elo da cadeia trófica, fechando o ciclo. A sequência de organismos 
relacionados pela predação constitui uma cadeia alimentar, cuja estrutura é 
simples, unidirecional e não ramificada. 
 
Ecossistemas terrestres 
 
- Amazônia - América Latina 
 
- Mata Atlântica 
 
- Pantanal 
 
- Cerrado, Caatinga 
 
- Campos do Sul do Brasil 
 
- Mata de Araucárias do Brasil 
 
 
 
Região Amazônica 
 
Ecossistemas aquáticos 
 
- Costeiros 
 
- Restingas 
 
- Manguezais 
 
 
 
32 
 
 
Manguezal brasileiro 
 
Os Fatores abióticos afetam a estrutura e as características da 
comunidade, mas a comunidade pode também alterar os componentes 
abióticos do ecossistema. 
 
Já os fatores bióticos afetam as diferentes populações da 
comunidade e as trocas de energia e matéria destas com o ambiente. Assim, 
fatores abióticos e seres vivos estão em permanente ligação sistêmica. 
 
Algumas áreas vulneráveis do mundo 
 
- Floresta Atlântica; 
 
- Floresta Amazônica; 
 
- Florestas das Ilhas do Pacífico Sul; 
 
- Florestas Úmidas de Nga-Manpuri-Chin (em Bangladesh, Índia e 
Myamar); 
 
- Florestas Úmidas das ilhas Salomão-Vanuatu-Bismarck; 
 
- Florestas das Terras Altas de Camarões, Guiné Equatorial e Nigéria; 
 
- Mangues do Golfo da Guiné; 
 
- Mangues de Madagascar; 
 
- Florestas Úmidas de Palawan (Filipinas); 
 
- Florestas de Terra Firme do México e Guatemala; 
 
- Mangues da África Oriental. 
 
 
 
33 
No Brasil, os ecossistemas podem ser classificados em sete grupos 
distintos, que são: 
 
- Cerrado; 
 
- Floresta Amazônica; 
 
- Caatinga; 
 
- Restinga; 
 
- Mata Atlântica; 
 
 - Manguezal e o Pantanal. 
 
 
 
Cerrado brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
34 
2.1- Turismo 
 
No ambiente nacional e internacional, o turismo do Brasil vem 
batendo recordes que evidenciam um crescimento acima da média mundial. 
Portanto, neste tópico, com base no Plano Nacional de Turismo, você irá 
aprender quais os programas que auxiliam o desenvolvimento da atividade 
no Brasil. 
 
O governo, em parceria com as empresa privadas, vem criando um 
cenário positivo para o desenvolvimento do turismo no Brasil para os 
próximos anos, potencializando os resultados obtidos e propiciando as 
condições necessárias para a consolidação da atividade no país como um 
importante vetor de desenvolvimento econômico e social. 
 
A execução dos Programas e Ações do Plano Nacional de Turismo 
2003/2007, inseridos no Plano Plurianual de Governo 2004/2007, 
considerando a eficiente execução orçamentária do período e a conjuntura 
externa favorável, criou as condições para que o país obtivesse, nos últimos 
anos, excelentes resultados em relação a todo o histórico do setor. 
 
No contexto desses resultados positivos e de bom desempenho 
apresentada pela atividade nos últimos anos, o segundo semestre de 2006 
foi afetado em função da crise da Varig e da consequente redução na oferta 
de assentos e voos nacionais e internacionais, particularmente no que se 
refere à entrada de turistas estrangeiros sem, no entanto, prejudicar a 
entrada de divisas. 
 
Trata se de uma área estratégica para o desenvolvimento da 
atividade, seja em relação ao mercado internacional, seja em relação ao 
mercado interno, demandando ações de curto e médio prazo para garantia 
de consolidação e crescimento sustentável da atividade. 
 
 
Gestão do Turismo 
 
A proposta de gestão descentralizada do Plano Nacional de Turismo 
vem fomentando a consolidação de uma rede de entidades e instituições, 
em todo o território nacional, envolvendo o poder público nas três esferas de 
governo, a iniciativa privada e o terceiro setor. 
 
Esse universo de agentes relacionados ao turismo tem promovido a 
realização de diversos fóruns de discussão e deliberação sobre a Política 
Nacional do Turismo e seus desdobramentos nas diferentes escalas 
territoriais do país. 
 
GIÃO NORT5 316 
 
 
35 
UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
ACRE 21 63,6 12 36,4 33
AMAZONAS 54 65,9 26 34,1 82
AMAPÁ 40 57,1 30 42,9 70
PARÁ 11 37,9 18 62,1 29
RONDONIA 10 45,5 12 54,5 22
RORAIMA 37 71,2 15 28,8 52
TOCATINS 12 42,9 16 57,1 28
TOTAIS 185 59,5 131 41,5 316
UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
DISTRITO FEDERAL 20 43,5 26 58,5 46
GOIAS 27 48,2 29 51,8 56
MATO GROSSO 26 54,2 22 45,8 48
M.GROSSO DO SUL 8 17,8 39 83,0 47
TOTAL 81 41,1 116 58,9 197
UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
ALAGOAS 75 75,0 25 25,0 100
BAHIA 38 46,9 43 53,1 81
CE 15 31,3 33 68,8 48
MARANHÃO 44 78,6 12 21,4 56
PARAÍBA 13 48,1 14 51,9 27
PERNAMBUCO 13 37,1 22 62,9 35
PIAUÍ 10 50,0 10 50,0 20
R.G. DO NORTE 11 31,4 24 68,6 35
SERGIPE 10 50,0 10 50,0 20
TOTAL 229 54,3 193 45,7 422
UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
ESPÍRITO SANTO 17 38,6 27 61,4 44
MINAS GERAIS 6 26,7 22 73,3 30
RIO DE JANEIRO 18 47,4 20 52,6 38
SÃO PAULO 12 46,2 14 53,8 26
TOTAL 55 39,3 83 60,1 138
UF PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
PARANÁ 16 38,1 26 61,9 42
R.G. DO SUL 32 42,7 43 57,3 75
SANTA CATARINA 51 67,1 25 32,9 76
TOTAL 99 51,3 94 48,7 193
PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
Conselho Nacional
de turismo 26 40,0 39 60,0 65
Fórum Nacional de
Secretários e 
Dirigentes do 
Turismo 27 100,0 - - 27
TOTAL GERAL PÚBLICAS % PRIVADAS % TOTAL
BRASIL 702 51,70 656 48,30 1.358
MACRORREGIÃO NORTE
MACRORREGIÃO CENTRO-OESTE
MACRORREGIÃO NORDESTE
MACRORREGIÃO SUDESTE
MACRORREGIÃO SUL
 
 
36 
Fonte: MTur. 
 
O Quadro acima apresenta a dimensão do universo mobilizado em 
todas as regiões brasileiras por meio das instituições representativas do 
turismo, integrantes do Conselho Nacional de Turismo, do Fórum Nacional 
de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo e dos Fóruns e Conselhos 
Estaduais de Turismo nas 27 Unidades da Federação, que vêm participando 
desse processo da gestão descentralizada, compartilhando experiências e 
somando esforços para a consolidação do turismo nacional. 
 
No conjunto, essa é uma brigada que envolve 1.358 representantes 
diretos com 12.000 indiretos, vinculados às instituições públicas e entidades 
privadas relacionadas ao turismo em todo o país. 
 
Esse conjunto de atores deve ter cada vez mais ampliados e 
fortalecidos seus espaços de discussão e participação no processo de 
gestão do desenvolvimento da atividade em todo o território nacional. 
 
 
 
Fluxos Turísticos Domésticos 
 
A consolidação, de forma sustentável, da atividade turística no Brasil 
deve resultar do fortalecimento do mercado interno, sem desconsiderar a 
importância da chegada de turistas estrangeiros, que proporciona a geração 
de divisas para o país. 
 
É o turismo doméstico que propicia, por meio de ganhos de 
competitividade, a musculatura necessária para a inserção da oferta turística 
nacional no mercado internacional. 
 
E o mercado doméstico se mostra com grande potencial para o 
desenvolvimento do setor no país. Segundo dados da pesquisa sobre a 
Caracterização e o Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, no 
ano de 2005 foram realizadas 139,59 milhões de viagens domésticas. 
 
O conceito de viagens domésticas adotado na pesquisa considera 
as viagens não rotineiras dentro do território nacional
com, no mínimo, um 
pernoite. 
 
Comparando o número de viagens realizadas pelos domicílios em 
2005 com os resultados da mesma pesquisa realizada para 2001, registra-se 
um crescimento da ordem de 26,5% nas viagens domésticas realizadas no 
país no período. 
 
Desse número de viagens domésticas realizadas no país, 25% dos 
turistas se hospedaram em hotéis, pousadas ou resorts em 2005, gerando 
um total de 54,87 milhões de pernoites. 
 
 
 
37 
Em 2001 o percentual de turistas que se hospedaram em hotéis, 
pousadas e resorts foi da ordem de 22,2%, o que indica um aumento na 
utilização dos meios de hospedagem de turismo nos fluxos domésticos. 
 
Da mesma forma, percebe-se uma melhora na qualidade das 
viagens domésticas também com relação à utilização dos meios de 
transportes. O uso de aviões sobe de 10,8% para 12,1% e de ônibus de 
excursão de 6% para 8%, entre 2001 e 2005. 
 
É importante destacar, com relação aos resultados acima, que essas 
viagens domésticas não incluem as viagens rotineiras realizadas nem as 
viagens de excursão em que a permanência média é inferior a 24 horas. 
 
 
Desembarques Nacionais 
 
Nos últimos anos, a utilização do transporte aéreo no Brasil se 
popularizou e apresentou um crescimento excepcional. De 2003 a 2006 
foram registrados 156,7 milhões de desembarques domésticos no país, o 
que significa um aumento de 23% em relação ao quadriênio anterior 
(1999/2002). 
 
Em 2006, o desembarque de passageiros de voos nacionais foi de 
46,3 milhões, 7,54% acima do verificado no mesmo período do ano anterior, 
quando o número de passageiros desembarcados foi de 43,1 milhões. 
 
Em 2005, os desembarques de voos nacionais totalizaram 43,1 
milhões de passageiros, contabilizando um crescimento de 17,75% em 
relação aos 36,6 milhões de passageiros desembarcados em 2004. 
 
16,8 19,5 21,3 26,5 27,7 28,5 32,6 33,0 30,7 36,6 43,1 46,1
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
DESEMBARQUE NACIONAIS (em milhões)
 
 
 
 
 
38 
 
2.2 – Carreira profissional. 
 
Neste tópico, você irá conhecer a profissão de Turismólogo e 
conhecer os requisitos mais importantes pra ingressar nesse ramo de 
atividade. 
 
 
Turismo/Gestão de Turismo 
 
O objetivo do curso de Turismo ou Gestão de Turismo é, 
basicamente, planejar, organizar, promover e divulgar as viagens, eventos e 
atividades de lazer e negócios. Esse bacharel gerencia a organização de 
viagens, feiras, congressos e exposições. 
 
Em agências, operadoras e sites turísticos, comandam os trabalhos 
de venda de passagens, reserva de hotéis e programação de passeios e 
excursões. 
 
Além disso, o profissional desta área gerencia atividades em hotéis, 
empresas de transporte ou de eventos e em empreendimentos de lazer, 
como parques temáticos, e acompanha grupos de turistas. 
 
Em prefeituras e outros órgãos públicos, o turismólogo coordena a 
exploração turística de uma região, promovendo e divulgando as atrações 
locais. 
 
Há semelhanças entre fazer um curso de bacharelado ou 
tecnológico, Ambos têm boa carga de disciplinas voltadas para 
administração, gestão e marketing e as aulas práticas (eventos, 
entretenimento e serviços em bares e restaurantes) ganham destaque no 
currículo. 
 
No entanto, no bacharelado, as matérias da área de ciências 
humanas têm destaque no curso. Tanto no bacharelado quanto no 
tecnológico é preciso atenção no momento de escolher o curso, pois ele 
pode ser focado em uma área específica, como turismo receptivo (serviços, 
infraestrutura e atrativos dos destinos turísticos), turismo e hospitalidade, 
gestão de empreendimentos turísticos e enoturismo (turismo do vinho), entre 
outros. 
 
O mercado de trabalho 
 
O mercado encontra-se bastante aquecido, com a abertura de vagas 
tanto para bacharéis quanto para tecnólogos. A Associação Brasileira das 
Operadoras de Turismo (raztoa-Cobrat) prevê um crescimento de 25% para 
esse mercado em 2010. 
 
 
 
39 
Com forte demanda, as opções de colocação se diversificaram: além 
de cargos de gerência e coordenação na área de hotelaria, com crescimento 
em especial na Região Nordeste, os profissionais têm sido contratados por 
operadoras para elaborar propostas de produtos turísticos, pensando o 
roteiro, os custos e a viabilidade. 
 
Os cruzeiros marítimos também oferecem vagas: todo navio que 
aporta no litoral do país precisa, por determinação do Ministério do Trabalho 
e Emprego, ter 25% de brasileiros em sua tripulação. 
 
De acordo com o Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de 
São Paulo (julho de 2011), a base de cálculo do salário, junto às Agências 
de Turismo do Estado de São Paulo, indica o valor médio de R$ 200,00 por 
hora pelo serviço prestado. 
 
Há muitos cursos de bacharelado no Brasil. Antes do vestibular, 
preste atenção no currículo de cada escola, pois alguns currículos dão mais 
ênfase à administração e outros aos setores específicos, como ecoturismo. 
 
Mas a grande parte é semelhante e busca fundamentos da 
administração, da contabilidade e do marketing, além de disciplinas de 
formação humanística, como história, geografia e português. 
 
As matérias específicas, como planejamento turístico, e as práticas, 
organização de passeios e eventos, são responsáveis por boa parte do 
curso. O estágio é obrigatório a partir do terceiro ano. 
 
 
O curso de Turismo/gestão em turismo 
tem duração média de quatro anos. 
 
 
Área de atuação 
 
 
- Agências de viagens 
 
Organizar roteiros turísticos e ecoturísticos e apresentá-los aos 
clientes, informando-os sobre meios de transporte, opções de hospedagem 
e atrações dos locais que serão visitados. Emitir passagens, reservar vagas 
em hotéis, restaurantes e espetáculos. 
 
- Alimentos e bebidas 
 
Atuar em restaurantes, casas noturnas e hotéis na coordenação, 
gestão e operacionalização da área. 
 
- Ecoturismo 
 
 
 
40 
Organizar roteiros ecológicos e guiar turistas. Organizar, desenvolver 
e apresentar eventos tanto de negócios quanto de entretenimento. 
 
 
 
 
 
- Hotelaria 
 
Administrar hotéis e supervisionar os serviços oferecidos aos 
hóspedes. Negociar com fornecedores de mantimentos. Auxiliar no 
planejamento da montagem e na organização de novos empreendimentos 
hoteleiros. 
 
- Marketing 
 
Desenvolver análises de mercado, buscando estratégias para 
satisfazer as necessidades dos clientes, mantê-los fiéis e captar novos 
clientes. 
 
Criar projetos de divulgação de um município, um estado, uma região, 
uma propriedade ou um produto, de modo a atrair visitantes e investimentos. 
 
- Planejamento 
 
Identificar o potencial turístico e elaborar estratégias de exploração 
nesse segmento em um município, estado ou região. 
 
Analisar o impacto do turismo sobre o meio ambiente e a cultura local, 
estimular a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da 
atividade. 
 
- Transporte 
 
Atuar na coordenação e supervisão de serviços de empresas aéreas, 
marítimas, rodoviárias e ferroviárias. 
 
 
41 
 
- Turismo de negócios 
 
Organizar viagens e eventos para profissionais, como congressos, 
feiras e convenções. 
 
 
O perfil profissional de Turismo 
 
O profissional formado em Turismo deve estar preparado para exercer 
cargos administrativos nas empresas turísticas, em especial atuar no 
gerenciamento e treinamento de recursos humanos nas áreas de 
hospedagem, alimentação, lazer, entretenimento e outros empreendimentos 
similares. 
 
Deverá adquirir, através da construção do seu conhecimento, 
capacidades para gestão com espírito empreendedor, para planejar e 
articular atividades turísticas. 
 
Os profissionais estarão capacitados para atuar em organismos
públicos ou privados de turismo e em especial nas empresas hoteleiras 
(Hotéis, Motéis, Albergues, SPA's, Estâncias Hidrominerais), empresas 
ligadas as áreas de alimentos e bebidas, bem como em planejamento e 
assessoria turística, promoção de eventos, agências de viagens, transporte 
turístico, congressos e feiras. 
 
 
O Ecoturismo atualmente é de suma importância para todos 
que se preocupam com a conservação ambiental 
 
 
O Turismo de Aventura é uma atividade de grande atração para os 
apaixonados por esportes radicais e o Turismo Rural envolve a todos com os 
atrativos da vida cotidiana do campo. São duas atividades que encerram 
grandes oportunidades de trabalho. 
 
 
Perfil do Profissional Formado em Turismo: 
 
- Ser empreendedor e criativo; 
 
- Ser capaz de assumir as funções gerais dentro das empresas; 
 
- Ser responsável pelos diferentes serviços de hotéis, agências de 
viagens, atividades de bordo de companhias aéreas, operadoras e 
consolidadoras, empresas de aluguel de automóveis, redes de alimentos e 
bebidas, empresas de eventos, entre outros segmentos voltados para o 
turismo; 
 
 
 
42 
- Ser um profissional capaz de promover, planejar e organizar 
atividades relacionadas à área turística; 
 
- Ser ágil e ativo na difusão e criação de uma consciência social de 
valores ambientais, de conservação e difusão da tradição cultural e histórica 
de sua região e do Brasil, compatíveis com o desenvolvimento sustentável. 
 
 
2.3 - Turismo de Aventura 
 
Neste tópico você irá aprender o que é Turismo de Aventura. O 
conceito de Turismo de Aventura fundamenta-se em aspectos que se 
referem à atividade turística e ao território em relação à motivação do turista. 
 
O Turismo de Aventura pressupõe o respeito nas relações 
institucionais e de mercado entre os turistas e o ambiente. Nesse contexto, 
define-se que: 
 
 
Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos 
decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter 
recreativo e não competitivo. (http://www.turismo.gov.br) 
 
 
Embora aparentemente simples, o conceito de Turismo de Aventura 
traz em si diversos termos que, quando não compreendidos integralmente, 
podem levar a errôneos entendimentos relativos ao segmento. 
 
Sob esse ponto de vista é importante o esclarecimento dos 
significados dos termos “movimentos turísticos”, “atividades de aventura” e 
“caráter recreativo e não competitivo”, pois são consideradas expressões 
fundamentais para a compreensão integral do conceito. 
 
a) Movimentos turísticos 
 
São entendidos como movimentos turísticos os deslocamentos e 
estadias que presumem a efetivação de atividades consideradas turísticas. 
 
No caso do Turismo de Aventura, são geradas pela realização de 
atividades de aventura que dão consistência a esse segmento, envolvendo a 
oferta de serviços, equipamentos e produtos de: 
 
- Hospedagem; 
 
- Alimentação; 
 
- Transporte; 
 
 
 
 
43 
 Recepção e condução de turistas; 
 
 Recreação e entretenimento; 
 
 Operação e agenciamento turístico; 
 
 Outras atividades complementares que existem em 
função do turismo. 
 
b) Atividades de aventura. 
 
A palavra aventura, do latim adventura (o que há por vir), remete ao 
diferente e ao inusitado. Nesse conceito, consideram-se atividades de 
aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem 
desafios e que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, 
prazer e superação, a depender da expectativa, do envolvimento e da 
experiência do turista, além do nível de dificuldade de cada atividade. 
 
 
Conforme a norma ABNT NBR 15500 – Turismo de Aventura – 
Terminologia, define-se atividades de Turismo de Aventura como: 
 
 
Atividades oferecidas comercialmente, usualmente 
adaptadas das atividades de aventura, que tenham ao mesmo 
tempo o caráter recreativo e envolvam riscos avaliados, 
controlados e assumidos. 
 
 
A prática de atividades de aventura, aqui referidas como atrativo 
principal, 
identifica o segmento de Turismo de Aventura e pode ocorrer em quaisquer 
espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área 
protegida 
ou não. Também podem ser abordadas sob diferentes enfoques: 
 
- Como de responsabilidade individual, quando ocorrem sem a 
interferência dos prestadores de serviços turísticos no que se refere à prática 
da atividade de aventura. 
 
Por exemplo, um condutor de Turismo de Aventura leva 
individualmente e sob sua responsabilidade um cliente para realizar 
atividades de Turismo de Aventura, sem contratação dos serviços via 
empresa formalizada (agência ou operadora de turismo); 
 
- Como de responsabilidade solidária, quando conduzidas, 
organizadas, intermediadas via prestadores de serviços de operação de 
agências de turismo que dependem da orientação de profissionais 
 
 
44 
qualificados e de equipamentos e técnicas que proporcionem, além da 
prática adequada, a segurança dos profissionais e dos turistas. 
 
As atividades de aventura pressupõem determinado esforço e riscos 
assumidos, que podem variar de intensidade conforme a exigência de cada 
atividade e a capacidade física e psicológica do turista. 
 
 
“Riscos assumidos” significam que ambas as partes 
têm conhecimento e corresponsabilidade 
sobre os riscos envolvidos. 
 
 
Isso requer que o Turismo de Aventura seja tratado de modo 
particular, especialmente quanto aos aspectos relacionados à segurança. 
Deve ser trabalhado, portanto, considerando as normas específicas de 
segurança na operação do segmento – principalmente as Normas Técnicas 
de Turismo de Aventura da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) –, regulamentos, processos de certificação e outros instrumentos 
específicos. 
 
As atividades de Turismo de Aventura podem ser conduzidas em 
ambientes naturais, rurais ou urbanos e frequentemente têm como uma das 
suas origens os esportes na natureza. 
 
c) Caráter recreativo e não competitivo 
 
Os movimentos turísticos decorrentes da prática de esportes, mesmo 
que de aventura, quando entendidos como competições, denominam-se 
modalidades esportivas e são tratadas no âmbito do segmento Turismo de 
Esportes. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
As atividades turísticas, mesmo com origem nos esportes de 
aventura, são oferecidas comercialmente aos turistas por seu caráter 
recreativo. 
 
As atividades de Turismo de Aventura variam sob diferentes aspectos, 
seja em função dos territórios em que são operadas, dos equipamentos 
utilizados, das habilidades e técnicas exigidas ou em relação aos riscos que 
podem envolver. 
 
A partir dessa inter-relação, apresentam as seguintes características: 
 
a) Diversidade 
 
A variedade de atividades de aventura e de locais onde elas são 
realizadas é considerada fundamental na concepção do segmento, exigindo 
a compreensão de que cada atividade exige esforços distintos, o que implica 
procedimentos, uso de equipamentos e competência humana específicas. 
 
A diversidade das atividades de Turismo de Aventura tende a 
aumentar pela constante inovação decorrente do avanço tecnológico dos 
equipamentos e da busca contínua de desafios e experiências inusitadas por 
uma parcela significativa de consumidores e pelo contínuo desenvolvimento 
da capacidade das empresas de gerenciar riscos. 
 
Assim, essa característica apresenta-se sob dois enfoques: o primeiro 
reside no leque de possibilidades de oferta dos produtos, o que pode gerar a 
consolidação de um destino; o outro se assenta na complexidade do 
processo de planejamento, gestão e promoção desse tipo de turismo. 
 
b) Gestão de riscos 
 
Compreender que as atividades de aventura sugerem exposição a 
determinados riscos pessoais e materiais que podem
variar de intensidade 
conforme um grande número de fatores significa entender que a segurança 
é um dos requisitos imprescindíveis para a realização dessa atividade. 
Portanto, ao se submeter a um programa de Turismo de Aventura, ainda que 
assumindo os riscos, esse consumidor espera não enfrentar perdas 
materiais, psicológicas ou físicas. 
 
Entende-se por risco a combinação entre a probabilidade da 
ocorrência de um determinado evento indesejável e suas consequências. 
Promover um plano contínuo de tratamento e gerenciamento de tais riscos 
significa adotar e implementar, de forma sistemática, um conjunto de 
estratégias e ações específicas na busca da melhoria contínua da segurança 
num determinado produto de aventura, garantindo assim a qualidade da 
experiência turística. 
 
 
 
46 
Vale destacar que o Ministério do Turismo, junto com a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), regulamenta a atividade a partir de 
normas específicas para o Turismo de Aventura, as quais serão abordadas 
mais adiante. 
 
c) Participação e interação 
 
A realização de atividades de Turismo de Aventura favorece o 
estreitamento da relação positiva entre os turistas, dos turistas com os 
profissionais responsáveis pelo atendimento e condução, do turista com o 
meio (ambiente e comunidade). 
 
A intensa participação do turista como protagonista da vivência o 
torna a essência do próprio segmento. Dessa forma, promove-se a troca de 
experiências, o espírito de camaradagem e até o surgimento de linguagens e 
estilos peculiares a cada grupo. 
 
Essas características exigem cuidados adicionais na atenção à 
aptidão dos clientes, visando o conforto físico e emocional, a segurança, a 
vivência das possibilidades na natureza com responsabilidade de conservá-
la e o prazer da experiência na atividade do Turismo de Aventura. 
 
 
Principais atividades praticadas 
 
A diversidade de atividades de Turismo de Aventura que materializam 
esse segmento varia sob diferentes aspectos em função dos territórios em 
que são operadas, dos equipamentos, habilidades e técnicas exigidas em 
relação aos riscos que podem envolver e da contínua inovação tecnológica. 
 
Optou-se por agrupar as atividades de Turismo de Aventura mais 
conhecidas pelo mercado, utilizando três elementos da natureza (terra, água 
e ar), cientes de que algumas podem envolver mais de um desses 
elementos ao mesmo tempo e ocorrer em ambientes diversos, fechados, ao 
ar livre, em espaços naturais ou construídos. 
 
 
Atividades em terra 
 
 
- Arvorismo 
 
Locomoção por percurso em altura instalado em árvores ou em 
outras estruturas. 
 
- Bungee jump 
 
 
 
47 
Atividade em que uma pessoa se desloca em queda livre, limitada 
pelo amortecimento mediante a conexão a um elástico. O elástico é 
desenvolvido especificamente para a atividade. 
 
 
 
 
- Cachoeirismo 
 
Descida em quedas d’água, seguindo ou não o curso d’água, 
utilizando técnicas verticais. 
 
 
- Canionismo 
 
Descida em cursos d’água, usualmente em cânions, sem 
embarcação, com transposição de obstáculos aquáticos ou verticais. O 
curso d’água pode ser intermitente. 
 
- Caminhada 
 
Percursos a pé em itinerário pré-definido. 
 
 
- Caminhada (sem pernoite) 
 
Caminhada de um dia. Também conhecida por hiking. 
 
 
- Caminhada de longo curso 
 
Caminhada em ambientes naturais, que envolve pernoite. O pernoite 
pode ser realizado em locais diversos, como acampamentos, pousadas, 
fazendas, bivaques, entre outros. Também conhecida por trekking. 
 
 
 
 
 
48 
- Cicloturismo 
 
Atividade de turismo que tem como elemento principal a realização 
de percursos com o uso de bicicleta, que pode envolver pernoite. 
 
 
- Espeleoturismo 
 
Atividades desenvolvidas em cavernas, oferecidas comercialmente, 
em caráter recreativo e de finalidade turística. 
 
 
 
 
 
 
- Espeleoturismo vertical 
 
Espeleoturismo de Aventura que utiliza técnicas verticais. 
 
 
- Escalada 
 
Ascensão de montanhas, paredes ou blocos rochosos, com 
aplicação de técnicas e utilização de equipamentos específicos. 
 
 
 
- Montanhismo 
 
Atividade de caminhada ou escalada praticada em ambiente de 
montanha. 
 
 
 
 
] 
 
 
49 
- Turismo fora-de-estrada em veículos 4x4 ou bugies 
 
Atividade de turismo que tem como elemento principal a realização 
de percursos em vias não convencionais com veículos automotores. O 
percurso pode incluir trechos em vias convencionais. 
 
 
- Cavalgadas 
 
Percursos em vias convencionais e não convencionais em montaria, 
também tratadas de Turismo Equestre. 
 
 
 
 
 
- Tirolesa 
 
Produto turístico em que a atividade principal é o deslizamento do 
cliente em uma linha aérea ligando dois pontos afastados na horizontal ou 
em desnível, utilizando procedimentos e equipamentos específicos. 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
Atividades na Água 
 
- Boia-cross 
 
 
CASE 
Em São Paulo, homem morre eletrocutado ao praticar 
tirolesa em hotel. 
 
 
No dia 11 de Janeiro de 2011, o portal de notícias TERRA, 
noticiou a morte de um homem de 33 anos de idade, quando 
praticava tirolesa. 
 
Segundo a reportagem, o homem morreu na tarde de domingo 
com uma descarga elétrica quando praticava tirolesa em um hotel 
fazenda em Itapira, no interior de São Paulo. 
 
Segundo a Polícia Civil, o homem foi eletrocutado quando caiu 
no rio. Ele morreu na hora. A reportagem informou, com base na 
investigação policial, que a descarga elétrica pode ter surgido do 
equipamento que faz o transporte pelo cabo aéreo. 
 
 O hotel fazenda estava fechado há mais de seis meses, mas a 
polícia não soube informar como o homem teria entrado no local. Na 
época, a polícia abriu investigação sobre o caso. 
 
Este tipo de acidente acontece muitas vezes durante o ano, por 
isso é importante pesquisar muito antes de escolher o local para 
praticar ecoturismo. 
 
 
Reportagem na íntegra: 
 
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4881471-
EI5030,00.html 
 
 
 
 
 
51 
Atividade praticada em um minibote inflável, onde a pessoa se 
posiciona de bruços para descer o rio, com a cabeça na extremidade frontal 
da boia e os pés na parte final da boia, já praticamente na água. Também 
conhecida como acqua-ride 
 
 
- Canoagem 
 
Atividade praticada em canoas e caiaques, indistintamente, em mar, 
rios, lagos, águas calmas ou agitadas. 
 
 
- Duck 
 
Descida de rios com corredeiras utilizando botes infláveis e remos, 
com capacidade para até duas pessoas. 
 
 
- Flutuação /Snorkeling 
 
Atividade de flutuação em ambientes aquáticos com o uso de 
máscara e snorkel em que o praticante tem contato direto com a natureza, 
observando rochas, animais e plantas aquáticas. Usualmente utilizam-se 
coletes salva-vidas. 
 
 
- Kitesurfe 
 
Atividade que utiliza uma prancha fixada aos pés e uma pipa de 
tração com estrutura inflável, possibilitando deslizar sobre a superfície da 
água, e ao mesmo tempo, alçar voos executados sobre superfícies 
aquáticas, com ventos fracos ou fortes. 
 
 
- Mergulho Autônomo turístico 
 
Produto turístico em que a atividade principal é o mergulho 
autônomo e o praticante não é necessariamente um mergulhador 
qualificado. 
 
 
- Rafting 
 
Descida de rios com corredeiras utilizando botes infláveis. 
 
 
 
 
52 
 
 
By: Mohamed Ibraim 
 
 
- Windsurfe 
 
Atividade praticada em ambientes aquáticos, também denominada 
prancha a vela, que se serve, basicamente, de técnicas do surfe e da vela. 
 
 
 
Atividades no Ar 
 
 
- Balonismo 
 
Atividade aérea feita em um balão de material anti-inflamável 
aquecido com chamas de gás propano,

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