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petição Liberdade provisória 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ SUMARIANTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE FORMIGA / MG
Distribuição por dependência aos autos do processo n° 0000000000
FULANO DE TAL, solteiro, residente na Rua Martinho Campos, Formiga – MG, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, LXVI da Constituição da República c/c art. 310 Paragrafo único e c/c art. 321 do Código de Processo Penal, apresentar pedido de LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões de fato e de direito, abaixo aduzidas: 
I – DOS FATOS
Conforme os autos, o requerente fora preso em flagrante delito no dia 20 do mês de Março de 2011, por volta das 14:00 horas pelo Cabo Isaías Alves Botelho, da 2ª CIA do Batalhão da Rotam, na sede da DOPCA/DI, onde achava-se presente o Bacharelo Bravo, respectivo delegado de polícia, sob a alegação de homicídio o que resultou na sua autuação nas sanções dos artigo 121 §1º do Código Penal. 
 
 Aparentemente, o auto de prisão em flagrante observou as formalidades legais previstas no CPP para sua lavratura. 
Na presente data em virtude da sua prisão em flagrante delito o requerente encontra-se recolhido na Delegacia Regional.
Todavia, não merece prosperar a custódia cautelar, fazendo jus o requerente a concessão da liberdade provisória, como será fartamente demonstrado nas razões abaixo invocadas. 
II – DO DIREITO 
II. 1 - Diz o artigo 310 do Código de Processo Penal:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. 
De acordo com o artigo acima transcorrido, o requerente faz jus à concessão da liberdade provisória, devido ter agido em legitima defesa, já que o mesmo foi agredido pela vítima com um soco no rosto e o requerente revidou os golpes. A briga continuou do lado de fora da loja e que em determinado momento a vítima retirou da cintura uma faca tipo peixeira, partindo em direção do requerente e que pretendendo se defender o requerente disparou um tiro contra o braço da vítima, o que não fez a vítima cessar a agressões, partindo para cima do requerente sendo então disparado outro tiro e que não viu onde acertou, tentando se defender dos ataques da vítima.
 
 Conforme o artigo 314 do Código de Processo Penal: 
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Código Penal. 
 Diz o artigo 23 do Código Penal: 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
 Conforme narrado pela segunda testemunha Pedro Alcântara, brasileiro, solteiro, médico, o qual exerce medicina no hospital regional de Formiga/MG, que por volta de 12:30hs, estava passando em frente ao supermercado Boa Praça, quando avistou o requerente em luta corporal com a vítima, trocando socos e chutes, até que a vítima fez um movimento para trás, retirando um objeto da cintura, que pelo que percebeu a testemunha, o objeto empunhado pela vítima era uma faca ou canivete, e que então o requerente sacou o revolver e disparou contra a vítima, sendo que o tiro pegou de raspão, não atrasando a vítima e que em seguida o requerente disparou novamente contra a vítima que caiu morto, razão está que configura legítima defesa, já que ao disparar o primeiro tiro a vítima continuou a partir para cima do requerente, não tendo outra escolha a não ser atirar novamente. 
 Diz o artigo 25 do Código Penal: 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Nesse sentido, segue a jurisprudência:
EMENTA Nº 1.0000.15.017712-9/000/MG : HABEAS CORPUS - HOMICÍDIO - ALEGAÇÃO DE LEGÍTIMA DEFESA - INVIABILIDADE DE AFERIÇÃO DO TEMA NA VIA ELEITA - PRISÃO PREVENTIVA - AUSENTES OS REQUISITOS DO ART. 312 DO CPP - LIBERDADE PROVISÓRIA CUMULADA COM MEDIDAS CAUTELARES - VIABILIDADE - ORDEM CONCEDIDA . 1. A alegação de legítima defesa constitui tema que depende do aprofundado exame do conjunto probatório, tarefa que não se licencia na exígua via do writ, devendo ser deduzida e apreciada nas vias ordinárias da ação penal. 2. A prisão preventiva, modalidade de medida cautelar, se tornou exceção na sistemática processual atual, primordialmente, após a entrada em vigência da Lei n.º 12.403/11. 3. Assim, ainda que atendidos os requisitos instrumentais do art. 313 do CPP, não estando presente ao menos um dos requisitos do art. 312 do CPP, viável a concessão da liberdade provisória, nos termos do art. 321 do CPP, cumulada com as medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. 319 do CPP, por se revelarem adequadas e suficientes. 4. Concedido o habeas corpus.
. 
 Toda prisão em flagrante se torna desnecessária se a privação da liberdade pessoal não objetivar a garantia da ordem pública, ou da instrução criminal, ou ainda, não se prestar a segura aplicação da lei penal. 
 
RECURSO ESPECIAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO – FLAGRANTE – LIBERDADE PROVISÓRIA – É entendimento predominante nesta Corte que a circunstância de o delito ser hediondo não impede, por si, eventualmente, o deferimento de liberdade provisória (Precedentes). Recurso desprovido. (STJ – RESP 253985 – MT – 5ª T. – Rel. Min. Felix Fischer – DJU 19.08.2002)
Acórdão nº 0019609-03.2013.8.05.0000 de TJBA. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Segunda Câmara Criminal, 13 de Fevereiro de 2014 Habeas Corpus. Homicídio tentado. Liberdade provisória mediante fiança concedida pelo juízo de piso. Situação de miserabilidade. Declaração de pobreza. Pedido de dispensa do pagamento de fiança. Liminar deferida. Princípio da dignidade da pessoa humana. Ordem concedida.
 Portanto, Sem pretender ingressar no mérito, analisando se, realmente, foi o requerente o autor do homicídio, ou, se o fez, qual teria sido a justificativa a tanto, pois o momento é inadequado, busca-se ressaltar a Vossa Excelência a impropriedade da manutenção da prisão, merecendo o indiciado ser posto imediatamente em liberdade, não havendo necessidade de garantir-se a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal e a aplicação da lei penal, não tendo razão para se manter preso uma pessoa por ter, supostamente, praticado um crime em legitima defesa, principalmente, pela inexistência dos pressupostos subjetivos e objetivos necessários para a decretação da prisão preventiva subjetivos e objetivos necessários para a decretação da prisão preventiva. 
II. 2 - Do pedido de liberdade provisória com fundamento no artigo 321 do Código de Processo Penal 
 
 Com fundamento no art. 321 do Código de Processo Penal que diz:
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisãopreventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
 
 Trata-se de pedido de liberdade provisória, em beneficio do acusado FULANO DE TAL, que se encontra encarcerado em razão da Prisão em flagrante pelo crime previsto no art. 121 do Código Penal Brasileiro. Ocorre que o acusado não merece ser mantido no cárcere, posto que, mora com seus pais e possuir residência fixa.
 Ademais, importante frisar que o acusado não é individuo de alta periculosidade, nem ligado a qualquer organização criminosa, razão pela qual sua liberdade não assolará a ordem publica, nem tampouco a firmeza da instrução criminal.
 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a carta maior de nosso Estado, determina como direito fundamental a liberdade inserindo em nosso ordenamento jurídico, em seu artigo 5°, inciso LVII, o Princípio da Presunção de Inocência, segundo o qual “ninguém será considerado culpado, senão após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”.
Entende MENDES, COELHO e BRANCO (2008, p. 658): 
 Tendo em vista o valor primacial da liberdade, a Constituição estabelece condições especiais para a decretação da prisão, bem como para sua mantença. A prisão somente se dará em flagrante delito ou por ordem escrita e devidamente fundamentada pela autoridade judiciária competente, ressalvados os casos de transgressão militar ou crime propriamente militar (CF, art. 5º, LXI). A análise das normas constitucionais pertinentes – art. 5º, LXI, LXV e LXVI – assinala não só a possibilidade de prisão provisória (prisão em flagrante, prisão temporária, prisão preventiva, prisão decorrente de pronúncia e de sentença condenatória recorrível), mas também a necessidade de concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, devendo, em qualquer hipótese, dar-se o relaxamento da prisão ilegal. 
 A inserção de tal Princípio em nosso ordenamento jurídico pátrio fez com que a Lei limitasse o Poder do Estado de cercear o direito de ir e vir dos cidadãos, prevendo situações, elencadas no artigo 312 do Código de Processo Penal, que constituem exceção à regra, que é responder ao processo em liberdade, senão vejamos:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. 
 “Primariedade é a situação de quem não é reincidente. Este, por sua vez, é aquele que torna a cometer um crime, depois de já ter sido condenado definitivamente por delito anterior, no País ou no exterior, desde que não o faça após o período de cinco anos, contados da extinção de sua primeira pena”.(Código de Processo Penal Comentado; 4ª ed.; ed. RT; São Paulo; 2005; p. 915).
 No que diz respeito à ordem econômica, desnecessária se faz a formulação de maiores comentários, uma vez que a análise do caso concreto junto à ausência de elementos que possam evidenciar que o acusado possui um passado delituoso, nos leva a crer na impossibilidade do réu levar algum perigo à ordem econômica.
 Quanto à conveniência da instrução criminal, podemos afirmar que o requerente não tentou, por nenhuma vez, atrapalhar o bom andamento do processo. Esse entendimento é pacífico em nossa jurisprudência: 
PRISÃO PREVENTIVA - EXISTÊNCIA DE CRIME DOLOSO E INDÍCIOS DE AUTORIA - DECRETAÇÃO - INSUFICIÊNCIA - OCORRÊNCIA DE ALGUM DOS FUNDAMENTOS QUE A AUTORIZAM - NECESSIDADE: A prova de existência do crime doloso e indícios de autoria são, tão-somente, "pressupostos da prisão preventiva", mas eventos insuficientes para, por si só, possibilitar sua decretação, sendo necessário que, além desses elementos, existam condições subjetivas do acusado que coloquem em risco os fundamentos que autorizam essa modalidade de segregação, quais sejam, a garantia da ordem pública, da ordem econômica, a conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da Lei Penal. (HC nº 375.374/8 - São Paulo - 10ª Câmara - Relator: Ary Casagrande - 13/12/2000 - V.U. (Voto nº 7.247). 
HABEAS CORPUS - PRISÃO PREVENTIVA - REVOGAÇÃO - RÉU PRIMÁRIO, DE BONS ANTECEDENTES, COM DOMICILIO CERTO ORDEM CONCEDIDA. PRISÃO PREVENTIVA Custódia determinada ante a afirmativa da existência de indícios suficientes de autoria - impossibilidade - sendo o paciente réu primário, de bons antecedentes, com domicilio certo, faz "jus" ao benefício de aguardar o julgamento do processo em liberdade - revogação do decreto cautelar”. (ta/pr, hc 0086582500, 4ª ccrim., j. 07/03/96, un., ac. 3138, pub. 22.03.96 – juis/saraiva). Ainda a respeito do referido requisito, informamos que o réu se compromete a comparecer sempre que intimado para participação nos atos processuais que venham a acontecer. 
 Desse modo, faz jus a concessão da liberdade provisória de FULANO DE TAL, com ou sem fiança haja vista que o mesmo é pessoa idônea da sociedade não havendo motivos para manter-se em custódia.
III – DO PEDIDO ou CONCLUSÃO 
Ante o exposto, requer: 
Seja concedida a liberdade provisória com o fundamento no artigo 310 paragrafo único do CPP;
Não sendo este o entendimento de Vossa Excelência que seja o pedido deferido então com base no artigo 321 do CPP;
Seja expedido competente alvará de soltura, informando na Cadeia Pública de Formiga;
Por fim, requer que seja concedido os benefícios da gratuidade judiciária, uma vez que o requerente não tem condições de arcar com o pagamento das custas sem prejuízo à própria subsistência.
Nestes termos,
Requer deferimento. 
Formiga, 13 de Maio de 2016
 KARINE GARUZZI CALDEIRA
 ADVOGADA
 OAB 27327