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Semana 6 PRÁTICA PENAL

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Prática Simulada III (Penal)
Caso concreto 6
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de _______ da Capital do Estado de ____.
Processo nº: xxx
ALBERTO, já qualificado nos autos às folhas ( ), vem por meio de seu advogado e procurador que a este subscreve, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a concessão de 
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA
com fulcro no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal cumulado com artigo 310,inciso III, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:
I- DOS FATOS
O acusado encontra-se preso à disposição da justiça em virtude de prisão em flagrante pelos suposta pratica do delito previsto no artigo 155, § 4º do Código Penal, por supostamente ter participado do furto de um automóvel, Fiat, tipo Uno. 
Em razão da qualificadora de concurso de pessoa, a autoridade policial entendeu por bem não arbitrar fiança, determinando o recolhimento do acusado ao carcere e entregando-lhe nota de culpa, sendo a cópia dos autos de prisão em flagrante remetida para este juízo. 
Ocorre que o acusado é pessoa de boa índole e mantém o sustento de sua família através de seu trabalho, possuindo residência fixa e não apresentando antecedentes criminais, sendo a primeira vez que se depara com uma situação como está. Ademais, o veículo foi encontrado em perfeito estado de conservação e devidamente estacionado na sargenta, conforme autos de apreensão ( ), não tendo a vítima qualquer prejuízo financeiro.
II - DO DIREITO
A prisão cautelar reveste-se de caráter de excepcionalidade, pois somente deve ser decretada quando ficarem demonstrados o fumus bonis iuris e o periculum in mora, o que não ocorreu no presente caso. 
O Requerente é primário e portador de bons antecedentes, conforme comprova documentos de folhas ( ), logo não há risco à ordem pública se posto em liberdade.
Da mesma forma, não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica. 
Por fim, o requerente tem residência fixa na Rua__, nº___, bairro___, nesta comarca, e trabalhadora, conforme documentos em anexo ( ), portanto, não há risco à aplicação da lei penal.
Assim, conforme lesiona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, a liberdade provisória é medida que se impõe, conforme determina o parágrafo único, do artigo 321, do Código de Processo Penal e decisões jurisprudenciais, senão, vejamos:
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. CPP. LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE. LEI N. 11.343/2006. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE REQUISITOS PARA A PRISÃO CAUTELAR. ART. 312 DO CPP. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS DO RÉU. ART. 319 DO CPP. CONSTRANGIMENTO ILEGAL VERIFICADO NA ORIGEM. MEDIDAS ALTERNATIVAS À PRISÃO CAUTELAR. ACÓRDÃO A QUO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL. 1. A custódia cautelar não pode ser imposta com base, essencialmente, na gravidade abstrata do delito, assentada a motivação em elementos inerentes ao próprio tipo penal. Cumpre ao magistrado vincular seu decisum a fatores reais de cautelaridade. 2. Para o Tribunal de origem, a custódia provisória não se apresenta apropriada, visto que não atendido o cânone da proporcionalidade - necessidade, adequação e balanceamento de bens jurídicos -, em acréscimo, sustentou que medidas cautelares menos incisivas seriam suficientes. 3. Inexistindo elementos capazes de alterar os fundamentos da decisão agravada, subsiste incólume o entendimento nela firmado, não merecendo prosperar o presente agravo. 4. Agravo regimental improvido.
(STJ - AgRg no AREsp: 1303021 PI 2018/0131326-3, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 21/08/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/09/2018)
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ESTELIONATO. PRISÃO EM FLAGRANTE. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. ANÁLISE CONDICIONADA À COMPROVAÇÃO DE RESIDÊNCIA FIXA. ILEGALIDADE. PRESSUPOSTOS DO ARTIGO 312 DO CPP. NÃO COMPROVAÇÃO. CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. PACIENTE PRIMÁRIO E SEM ANTECEDENTES CRIMINAIS. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA A PRISÃO PREVENTIVA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 1. A PRISÃO CAUTELAR SOMENTE PODE SER DECRETADA NAS ESTRITAS HIPÓTESES DO ARTIGO 312 DO CPP E, ANTES DA ANÁLISE DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO PACIENTE, DEVE-SE VERIFICAR A PRESENÇA OU NÃO DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DA MEDIDA EXCEPCIONAL. 2. AUSENTES OS REQUISITOS RECLAMADOS PELA LEI PROCESSUAL PENAL, A ANÁLISE DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO PACIENTE FICA RELEGADA A SEGUNDO PLANO, RAZÃO PELA QUAL A FALTA DE COMPROVAÇÃO DE RESIDÊNCIA FIXA NÃO É FATOR IMPEDITIVO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. 3. CONSIDERANDO QUE AO PACIENTE FOI ATRIBUÍDA A PRÁTICA DE CRIME COMETIDO SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA E AUSENTES DOS PRESSUPOSTOS DO ARTIGO 312 DO CPP A LIBERDADE PROVISÓRIA É MEDIDA QUE SE IMPÕE. 3. ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA.
(TJ-DF - HC: 8890720088070000 DF 0000889-07.2008.807.0000, Relator: JOÃO EGMONT, Data de Julgamento: 14/02/2008, 1ª Turma Criminal, Data de Publicação: 08/04/2008, DJ-e Pág. 116)
Ainda, traz colação doutrinária do Juiz federal Tiago do Carmo Martins sobre o tema:
“A principal inovação na seara da prisão em flagrante é mais conceitual que operacional. Com efeito, a nova redação do art. 310 estabelece três opções possíveis ao juiz, por ocasião do recebimento do auto de prisão em flagrante. São elas: o relaxamento da prisão, quando ilegal; sua conversão em prisão preventiva, quando presentes os respectivos pressupostos; ou a concessão de liberdade provisória, acompanhada ou não de fiança.
Desse modo, consoante preleção de Pierpaolo Cruz Bottini,(3) restou aclarada a
“impossibilidade da coexistência, no mesmo processo, da prisão em flagrante e da prisão preventiva. Com isso, com exceção dos casos de prisão temporária (hipóteses da Lei 7.960/89), o réu privado de liberdade no processo ou está preso em virtude do flagrante – situação efêmera que dura no máximo 24 horas, até a primeira apreciação judicial – ou em prisão preventiva, que evita a estranha, inusitada, mas recorrente situação anterior, na qual o Magistrado revogava a prisão preventiva pela ausência dos requisitos do art. 312 e o réu continuava preso pelo flagrante inicial.”
 
Logo, consoante disciplina trazida pela Lei 12.403/2011, a prisão em flagrante não poderá se protrair no tempo, devendo o juiz, tão logo receba o auto respectivo (o que deve ser providenciado pela autoridade policial em até 24 horas após a prisão – art. 306, § 1º), deliberar sobre seu relaxamento ou, não havendo ilegalidade a macular o auto,(4) decretar a prisão preventiva, caso estejam presentes os requisitos necessários e as circunstâncias não indiquem a adoção de outra medida cautelar diversa da prisão.
Afora isso, a segregação da liberdade deve cessar, mediante concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança (ou outra cautela, consoante autoriza o art. 321), opção a ser feita segundo as especificidades do caso e do flagrado, tendo-se em conta a necessidade de um maior estímulo a lhe vincular ao processo. 
O art. 306 incluiu o Ministério Público no rol de autoridades e pessoas a serem comunicadas do flagrante. Além disso, inovação relevante diz com a imposição de comunicação do flagrante à Defensoria Pública sempre que o preso não tenha defensor constituído (art. 306, § 2º), providência que tem por escopo evitar que seja o flagrado “esquecido” em uma delegacia, sem que receba a necessária e imprescindível assistência jurídica que lhe é devida.”
Devendo ser concedido o pedido de liberdade provisória, pela ausência dos requisitos elencados no artigo 312 do Código Processo Penal, como forma de direito e de justiça. 
III - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferida liberdade provisória sem fiança ao Requerente, com a expedição de alvará de soltura. Assim, como a intimaçãodo Ilustre representante do Ministério Público, nos termos da lei.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia de mês de ano.
___________________________
Advogado
OAB/UF

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