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MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE Dentre os instrumentos de que dispõe a sociedade para posicionar-se e participar a favor da defesa emelhoria do seu meio ambiente, situa-se a atividade de LICENCIAMENTO, que é um processo dinâmico e efetivo de política ambiental. Lei 6938/81 (regulamentada pela Resolução 001/86 do CONAMA) – refere-se estabelecimento de atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, foi generalizado, entre os órgãos de Meio Ambiente do Brasil, o LICENCIAMENTO AMBIENTAL. No licenciamento ambiental são avaliados impactos causados pelo empreendimento, tais como: seu potencial ou capacidade de gerar líquidos poluentes, resíduos sólidos, emissões atmosféricas, ruídos e o potencial de risco, como por exemplo, explosões e incêndios. Autorização expedida pelo órgão ambiental competente, que pode ser federal, estadual oumunicipal, para regulamentar a instalação, ampliação, modificação ou operação de atividades ou empreendimentos que utilizam recursos naturais, ou que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. É importante lembrar que as licenças ambientais estabelecem condições para que a atividade cause menor impacto possível ao meio ambiente. Por isso qualquer alteração deve ser submetida a novo licenciamento. O procedimento de licenciamento exige três tipos de licenças antes que seja autorizado o funcionamento da atividade. 1ª - LICENÇA PRÉVIA (LP): Licença que deve ser solicitada na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Aprova a viabilidade; não autoriza o início das obras. 2ª - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI): Licença que aprova os projetos. É a licença que autoriza o início da obra ou empreendimento. 3ª - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO): Licença que autoriza o início do funcionamento do empreendimento/obra. É concedida depois de observadas as condições da LI. Toda a atividade de mineração é obrigada ao Licenciamento ambiental, inclusive a dos minerais classe II, de emprego direto na construção civil. São exigidos estudos prévios de impacto ambiental, realizados por equipes multidisciplinares e independentes do empreendedor. Pequenas Minerações: os estudos são o RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL (RCA) e o PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL (PCA); Grande Minerações: são exigidos estudos mais aprofundados, como ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) e RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA). Etapas e documentos necessários para o Licenciamento ambiental de um empreendimento demineração de argila. TIPO DE LICENÇA DOCUMENTOS NECESSÁRIOS Licença Prévia LP Requerimento de LP; Licença da Prefeitura Municipal; Apresentação do RCA. Licença de Instalação LI Requerimento de LI; Cópia da LP; Apresentação do PCA. Licença de Operação LO Requerimento de LO; Cópia da LI; Cópia de Registro do DNPM. A OBTENÇÃO DA LICENÇA DE OPERAÇÃO NÃO É O FIM DAS OBRIGAÇÕES DO MINERADOR COM O MEIO AMBIENTE... Como a mineração é um uso não definitivo do solo, deve-se prever o uso seqüencial da área. Os estudos de RCA/PCA devem ser norteadores das atividades de lavra, minimizando os impactos e possibilitando o uso futuro pretendido. Desde as fases iniciais do projeto, é importante o acompanhamento de todos os parâmetros de qualidade ambiental. Com a implantação da mineração, torna-se imprescindível o acompanhamento cuidadoso e sistemático desses parâmetros, não só para o cumprimento da legislação, mas para alerta de mudanças significativas nos indicadores de qualidade ambiental. O MONITORAMENTO é a principal ferramenta de garantia da qualidade ambiental. Pagamento de taxas; Relatório de responsável técnico demonstrando o cumprimento das atividades propostas pelo RCA / PCA; Comprovação fotográfica das ações de: Regularização topográfica; Retaludamento das encostas; Manejo e reposição do solo; Revegetação. Cronograma de execução das atividades para o ano da licença em vigência e para o ano subseqüente. Inclinação das encostas em torno de 30 °; Manejo e reposição do estéril ( solo); Revegetação dos taludes; Implantação de acortinamento arbóreo; Estabelecimento de drenagem de águas pluviais (quando necessário). Taludes das encostas com no máximo 5 metros de altura e inclinações em torno de 30 °. Manejo e reposição de solo, facilitando a recomposição da vegetação; Processo de revegetação obedecendo a sucessão natural (da direita para a esquerda). Talude com inclinação adequada e com revegetação completa; Estabelecimento de drenagem de águas pluviais, evitando a erosão. Implantação de vegetação herbácea nos taludes, consorciada com a vegetação arbórea. Drenagem de águas pluviais nos taludes (coletores de topo e base). Configuração final de uma área de extração com até 5 metros de profundidade. Implantação de vegetação herbácea e arbórea; Drenagem de águas pluviais; Construção de bermas entre os taludes. Configuração final de uma área de extração com mais de 5 metros de profundidade. O Licenciamento Mineral refere-se à legalização junto ao Departamento Nacional de ProduçãoMineral (DNPM). Devem ser seguidas as premissas do Decreto-Lei n° 227 de 28/02/67 (CÓDIGO DEMINERAÇÃO). Segundo o DNPM, o aproveitamento de qualquer jazida mineral dependerá de alvará de autorização de pesquisa ou de registro de licenciamento. Sempre é respeitado o direito de prioridade à obtenção da autorização. O recebimento do registro estará condicionado, portanto, à disponibilidade da área. A validade do registro de licenciamento tem prazo igual ao da LicençaMunicipal e/ou contrato de arrendamento. Após o vencimento, o registro deve ser renovado num prazo de 30 dias. A área vinculada ao Registro de Licença será considerada livre no dia seguinte da expiração do referido prazo, divulgado no DOU. Após o recebimento do registro de Licenciamento junto ao DNPM, são obrigações dominerador: Entrega do RAL (Relatório Anual de Lavra) até o dia 31 demarço de cada ano; Pagamento mensal da CFEM (Compensação Financeira sobre a Exploração dos Recursos Minerais). Sem o cumprimento das referidas obrigações não é concedida a renovação do registro de licenciamento. Dentre as diversas sanções penais e administrativas referentes à regularização da atividade mineira, a que vem sendo mais aplicada é a do Art. 55 da Lei 9605 de 12/02/98. Esta determina que “executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença ou em desacordo com a obtida” incorre em detenção de seismeses a um ano emulta. Atualmente, o licenciamento de novas áreas vem sendo cada vez mais dificultado, com a restrição de algumas áreas em especial. As margens de cursos d’água e os banhados, por serem áreas de proteção, estão sendo excluídas do licenciamento. As áreas de extração devem estar distantes acima de 30 metros das margens de cursos d’água pequenos e de até 3 vezes a largura dos cursos d’água maiores, sendo mantidas as matas ciliares. Os banhados, por abrigarem nascentes e acompanharem pequenas drenagens, são áreas de preservação permanente, não sendo permitida a extraçãomineral. Toda a empresa extratora mineral deve possuir um profissional que atue como o responsável técnico pela execução da lavra, credenciando a empresa conforme lei 5194, de 24/12/66. caso não apresentem profissional habilitado para tal, estarão sujeitas àmultas dos Conselhos de Classe (como o CREA). De preferência a atividade de monitoramento com a responsabilidade técnica deve ser conduzida por umaempresa habilitada que possua uma equipe multidisciplinar composta por: Geólogos; Engenheiros deMinas; Biólogos; Engenheiros Agrônomos. O profissional fica responsável pelas informações fornecidas ao órgão ambiental e Conselho de Classe (CREA e CRBio) na obtenção e renovação das licenças. O minerador e o responsável técnico são, portanto, parceiros para o bom andamento das atividades de lavra e de recuperação do ambiente degradado.
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