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PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
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PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Instituição – senso comum – o local onde se presta um determinado tipo de serviço; 
Instituição é um valor ou regra social reproduzida no cotidiano com estatuto de verdade, que serve como guia de comportamento e padrão ético entre as pessoas.
Instituição é o que mais se reproduz e o que mais se percebe nas relações sociais
Instituição – atravessa todo tipo de organização social e toda relação entre os grupos sociais
Organização – é a base concreta da sociedade
Instituições sociais são mantidas e reproduzidas nas organizações
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Processo de Institucionalização – as pessoas combinam algumas regras para viverem juntas ; regularidade normatizada pela vida em grupo
Começa com o estabelecimento de regularidades comportamentais
Hábito - estabelecido por razões concretas , com o passar dos tempos e das gerações – tradição – bases concretas estabelecidas não são mais questionadas, passam-se gerações e a regra perde a sua referência de origem – regra institucionalizada
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Grupo – complementa a construção social da realidade; é o lugar onde a instituição se realiza
Instituição – campo de valores e regras (abstrato)
Organização – é a materialização das regras através da produção social
Grupo – realiza as regras e promove valores; responsável pela produção dentro das organizações e pela singularidade – controlado e transformando
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Psicologia Institucional é uma variedade de formas de atuação
Só é encontrada na literatura especializada a partir de meados do século XX
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Guattari criou a expressão “análise institucional”, mas ela foi fundada por Lapassade e Lourau. Essa corrente institucionalista reconhece seus antecessores a psicossociologia, a dinâmica de grupo e a psicoterapia. No entanto, a análise institucional entende que o conflito dentro das instituições está ligado a aspectos políticos. O confronto de forças das mais diferentes fontes leva a um processo de alienação das pessoas que fazem parte da instituição. 
A psicoterapia institucional pode se tornar
 outra fonte de alienação. 
Para a análise institucional, a intervenção institucional deve disparar um processo de auto-análise onde vários dispositivos são criados com objetivo de tornar claro os conflitos e os não-ditos que alienam a instituição. A partir dessa auto-análise, processos inconscientes ou latentes poderão se tornar claros, possibilitando um gerenciamento autogestivo da instituição. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
A análise institucional assume uma perspectiva sócio-histórica acerca do conhecimento científico. Essa posição é totalmente oposta à visão da ciência experimental que busca descobrir relações de causa e efeito em forma de leis ou princípios gerais através da noção de verdades universais. 
A abordagem sócio-histórica parte do princípio que não existem relações de causa e efeito entre os fenômenos sociais, mas sim verdades construídas socialmente. Dessa forma, para que se possa compreender um determinado sistema de conhecimento, seja ele científico ou não, deve-se procurar entender o momento histórico em que esse conhecimento foi produzido. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
De acordo com a análise institucional, toda instituição apresenta conflitos inerentes relacionados com forças político-econômicas diferentes. 
De acordo com a análise institucional, todo processo de conflito deriva de forças antagônicas presentes em uma determinada instituição. Por via de regra essa relação de poder se dá através de forças socioeconômicas
Esses conflitos encontram-se geralmente inibidos, mas podem surgir graças a presença de provocadores institucionais. 
Provocadores são mecanismos responsáveis pela denúncia de conflitos institucionais. Esse processo de provocação é extremamente saudável para o processo de diagnóstico e intervenção institucional. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
O que caracteriza uma análise institucional é o fato de levar em consideração todas as forças que compõem uma instituição. 
 Segmentos dominantes da instituição tentam invalidar e excluir aqueles que buscam uma expressão diferente daquela ditada pelo segmento dominante. A essas expressões diferentes, lhes são atribuídas atributos de carentes, fracassados ou desviantes. 
De acordo com a análise institucional, essas expressões podem gerar movimentos questionadores da ordem instituída através de diversos discursos, atitudes e comportamentos. Esses movimentos podem produzir um descentramento ou afastamento da linha condutora hegemônica da organização. Para se proteger, o instituído adota estratégias de visam invalidar esse processo questionador, considerando-o diferente, errado ou desapropriado.
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
A análise institucional utiliza o conceito psicanalítico de inconsciente. 
O inconsciente institucional também chamado de inconsciente político-social é constituído pelas representações reprimidas e/ou recalcadas capazes de regular o funcionamento da instituição, mas não é consegue ser detectado e via de regra é negado. 
Esse inconsciente político-social está relacionado com o não-dito, e é mediado pela ideologia político-econômico-social necessária para manter a organização instituída em uma determinada instituição.
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Análise institucional tem uma lógica interna própria que a diferencia das demais correntes que buscam compreender o fenômeno social. 
A grande crítica que a análise institucional oferece à psicossociologia é a de que ela se atém exclusivamente a aspectos psicológicos relacionados com as relações humanas, descartando forças políticas e socioeconômicas.
Uma das principais características da a análise institucional é o de considerar todas as forças presentes em um sistema. Dessa forma, todos os segmentos de uma organização devem ser convidados à participarem do processo de análise.
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De acordo com a análise institucional, ninguém procura um determinado serviço de forma espontânea. 
Toda demanda é produzida. 
Cabe então ao psicólogo, através de uma abordagem institucionalista, realizar uma análise da produção dessa demanda, ou seja, embora exista o pedido (demanda ou procura) ,deve-se também analisar que tipo de serviço a organização se propõe a oferecer; ou seja, realizar uma análise da produção da demanda. 
É possível que essa produção de demanda seja consequência de um processo histórico, social e político.
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De acordo com a análise institucional, dispositivos de produção são mecanismos que buscam gerar algo de novo, daquilo que a utopia incessantemente persegue. 
Esses dispositivos podem assumir qualquer configuração desde que sejam capazes de desconstruir uma ordem instituída em uma determinada instituição. 
Os dispositivos são capazes de produzir realidades alternativas e assim deslocar ou descentrar o que a instituição considera real. 
Em todo processo de intervenção institucional pode ocorrer uma reação, consciente e inconsciente, que o material da instituição produz sobre a equipe que realiza a intervenção. Esse processo recebe o nome de implicação e tem grande semelhança com o conceito psicanalítico de contratransferência (reação, consciente e inconsciente, que o material do paciente produz sobre o analista). 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
De acordo com a análise institucional, podem surgir movimentos que podem questionar o instituído através de diversos discursos, atitudes e comportamentos. 
Esses movimentos podem produzir um desvio ou afastamento da linha condutora hegemônica da organização. Para se proteger, o instituído adota estratégias que visam invalidar esse processo questionador, considerando-o diferente, errado ou desapropriado. 
O processo instituído de uma instituição tende a se manter estático e imutável, tornando-se assim resistente e conservador. Para que essa condição possa ser atingida, existem relações muitas bem estabelecidas de poder. 
De acordo com
a análise institucional, para que o instituído seja eficiente, esse processo deve permanecer aberto às transformações, permitindo com que processos instituintes possam se expressar.
Na análise institucional, todo processo instituinte envolve a produção de dispositivos capazes de desconstruir a ordem instituída em uma determinada instituição. Os dispositivos são capazes de produzirem realidades alternativas e assim deslocar ou descentrar o que a instituição considera real. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Em todo processo de intervenção institucional pode ocorrer uma reação, consciente e inconsciente, que o material da instituição produz sobre a equipe que realiza a intervenção. Esse processo recebe o nome de implicação e tem grande semelhança com o conceito psicanalítico de contratransferência (reação, consciente e inconsciente, que o material do paciente produz sobre o analista).
A intervenção institucional de acordo com os princípios da análise institucional prevê um processo de questionamento de todas as forças presentes na organização. É natural que a elucidação das forças e dos interesses dos diferentes segmentos da instituição leve a uma reorganização da ordem institucional. Espera-se que essa reorganização seja muito mais genuína e consequentemente mais produtiva. 
 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
De acordo com a análise institucional, alguns autores consideram que o conhecimento “científico” da loucura bem como suas formas de tratamento seriam formas de determinados grupos da sociedade de excluir formas alternativas de expressão. Essa corrente de pensamento, denominada de antipsiquiatria condenou as teorias e os métodos da psiquiatria e da psicopatologia. Dentre os principais representantes, estão: Thomas Szasz e E. Goffman nos Estados Unidos; Michel Foucault, Felix Guattari e Robert Castel na França; Ronald Laing e David Cooper na Inglaterra; Franco Baságlia na Itália e Pichòn-Riviére na Argentina. Essas pessoas participaram também da origem do movimento institucionalista. 
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Bleger, um grupo operativo passa por um primeiro momento de indiferenciação ou sincrético. 
Cabe ao coordenador fazer com que o grupo possa passar deste momento indiferenciado para um estado organizado ou diferenciado. 
O coordenador do grupo operativo tem um papel muito importante a medida que é dele que emana as interpretações, ele é quem dá o sentido ao grupo, e é este sentido que mobilizará uma aprendizagem, uma transformação grupal.
Desse estado ou vínculo sincrético espera-se que o grupo, com o auxílio do coordenador, passe para um outro momento onde exista uma relação mais diferenciada do mundo e das demais pessoas, permitindo a criação de uma identidade particular e organizada. Um grupo sincrético apresenta uma fusão entre o eu o outro, enquanto no grupo diferenciado, o eu pode-se ver em relação ao outro. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Pichón-Riviére, a concepção de grupo operativo está calcada na tarefa e na ansiedade envolvida para atingir essa tarefa. 
Nesse sentido, pode-se afirma que Pichon-Rivière propôs uma psicoterapia de grupo centrada na tarefa. 
Para ele, juntamente com a ideia de que o grupo é o agente da cura, o terapeuta deve fazer uma análise sistemática das dificuldades do grupo em tarefa. 
A atividade terapêutica está centrada na mobilização de estruturas e condutas estereotipadas que imobilizam a realização de uma tarefa pelo grupo. Essas estruturas estereotipadas são determinadas pelas ansiedades despertadas pelas mudanças que uma tarefa impõe ao grupo. 
Pichon-Rivière, inspirado na teoria dos mecanismos de defesa primitivos de Melanie Klein, identificou duas modalidades básicas de ansiedades que podem paralisar a atividade grupal: (a) ansiedade depressiva, determinada pelo abandono do vinculo que o grupo mantinha com uma tarefa anterior; (b) ansiedade paranóide, criada pelo novo vínculo que o grupo deverá manter com a outra atividade a que estará submetida.
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Para Pichón-Riviére, todo grupo operativo é uma interação entre duas dimensões: horizontalidade e verticalidade. 
Horizontalidade dimensão atual do grupo, ou seja, o conjunto de elementos que configuram coexistem e operam, no aqui e no agora do campo grupal. 
verticalidade designa a dimensão histórico-pessoal que cada integrante do grupo traz consigo e que passará a fazer parte do grupo e da determinação dos seus fenômenos grupais.
A intersecção entre a horizontalidade e a verticalidade dá origem aos diferentes papéis que o indivíduo assume no grupo
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Para Pichon-Rivière - Esquema Conceitual, Referencial e Operativo (ECRO) é um conjunto de conceitos teóricos que tem um determinado referencial (indivíduo ou grupo) para tentar desenvolver estratégias para atingir uma determinada tarefa (operativo). 
O ECRO pode ir de um contínuo individual ao grupal. 
O esquema referencial individual é o conjunto de conhecimento e de atitudes que cada um de nós tem em um determinado momento. Ele impede com que a tarefa seja realizada de forma grupal. O grupo operativo tende a transformar um esquema referencial individual em um esquema referencia grupal. 
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Lapassade propõe o trabalho a nível organizativo do grupo a partir da libertação da palavra social e da tomada de decisão por esses grupos.
Intervenção a nível organizativo e político
O lugar que o grupo ocupa na estrutura de poder entre os grupos da organização é confrontado e trazido como objeto de análise
As relações de poder são o centro das reflexões
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Guilhon destaca a análise no lugar da intervenção. Não tem compromisso imediato com a modificação das relações
A instituição é um conjunto de práticas sociais que se reproduzem e se legitimam num exercício constante de poder.
Sua análise só é possível através dos ritos e mitos das instituições concretas 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
A Análise Institucional trabalha com todo tipo de organizações, estabelecimentos, movimentos e grupos. 
Questões importantes:
Auto-análise - Os indivíduos e coletivos possuem saberes, assim como faculdades e instrumentos para produzi-los, de acordo com suas dificuldades e potencialidades para colocar e resolver os problemas de sua organização para a Vida. Entretanto, o que hoje se observa, é o predomínio dos conhecimentos, saberes e procedimentos produzidos pela Ciência e a tecnologia administrativa, em detrimento de outros tipos de saberes. Com isso, os tecno-burocratas têm imposto, mais ou menos sutilmente, às comunidades, seus valores, sem dar-lhes oportunidades para protagonizar a produção de seu saber e a aplicação do mesmo. 
o Movimento Instituinte busca propiciar o exercício da auto-análise, no qual as comunidades podem e devem analisar sua realidade e construir os conhecimentos necessários para bem existir, assim como a aplicação dos mesmos, sendo que e os experts intervêm apenas como catalisadores. 
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 Autogestão - O processo de auto-análise que indivíduos e coletivos empreendem é simultâneo com os dispositivos que são montados para realizar as ações destinada a obter seus objetivos de subsistência e incremento de sua qualidade de vida e efetuação da sua Utopia Ativa. Ao conjunto dessas práticas protagonizadas pelos diretamente interessados denomina-se autogestão. 
Utopias são conjuntos de desejos, ideias e crenças que os seres humanos constroem e assumem acerca de como deveria estar organizada sua existência, principalmente em seus aspectos e valores éticos, estéticos, políticos e econômicos. As utopias são modos ideais que não existem ainda em lugar algum e cuja realização se costuma esperar para um futuro distante. 
O Movimento Instituinte chama Utopia Ativa a objetivos desse tipo, com a peculiaridade de considerá-los como nunca completamente formulados (sua formulação depende da realidade histórica que a inspira) e como realizável em alguma medida aqui e agora, sempre coletivamente. Essa Utopia Ativa inclui como aspectos privilegiados
a auto-análise e autogestão, ou seja, a Democracia Direta ao mesmo tempo como meio e como fim do processo.
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Esquizoanálise - Criada por Gilles Deleuze e Felix Guattari
Esquizoanálise é uma concepção da realidade em todas suas superfícies, processos e entes, e também nas suas individuações inventivas como acontecimentos-devires. 
Para esta concepção, a produção e o desejo revolucionários são imanentes entre si e produtores de toda a realidade. 
Consiste em uma ampla leitura da realidade, tanto natural, quanto social, subjetiva e industrial-tecnológica, assim como de uma realidade "outra", pluripotencial e imperceptível. 
Essa abordagem propõe uma série de dispositivos e de procedimentos para a transformação do mundo e trabalha com todas as agrupações e práticas humanas
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 Esquizodrama - Baseado na Esquizoanálise de G. Deleuze e F. Guattari, assim como em contribuições científicas, filosóficas, políticas e artística
 o Esquizodrama foi criado por Gregorio F. Baremblitt e colaboradores já faz quarenta anos, de acordo com um paradigma Etico-Político-Estético-Tecnológico. 
Trata-se de um procedimento que pode ser utilizado em todo tipo de organização, estabelecimentos, grupos e também com indivíduos, com finalidades terapêuticas, pedagógicas e organizativas, consubstanciadas em um propósito inventivo. 
Pode ser empregado com finalidades terapêuticas, educacionais, artísticas, políticas etc. Aos dispositivos com os quais o Esquizodrama trabalha se lhes denomina Klínicas, por referência a Klinamen, palavra grega que significa desvio e invenção. 
PSICOLOGIA E INSTITUIÇÕES
Klínicas (neologismo proveniente de klinamen ou “desvio”) a um conjunto aberto de manobras técnicas inventadas pelo esquizodrama, sendo destacável especialmente que a finalidade do procedimento consiste em fazê-las proliferar e conceber outras sempre singulares e performáticas.
Movimento Instituinte - Conjunto mundial de organizações, estabelecimentos, movimentos, grupos, agentes e práticas produtores de textos teóricos, obras literárias e artísticas, atividades de militância política, de trabalho urbano e rural, de prestação de serviços, de docência, de pesquisa, de consultoria, de atendimento etc., que têm em comum, como meios e como fins, as aspirações da Utopia Ativa, da Auto-análise e da Autogestão.

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