RESUMO DA APRESENTAÇAO

Prévia do material em texto

RESUMO DA APRESENTAÇAO: PSICOPATOLOGIA
PSICOPATOLOGIA 
Dois conceitos iniciais são fundamentais para o entendimento do conteúdo abordado. São eles a Semiologia e a Psicopatologia. A semiologia é a ciência dos signos. O signo é um elemento que dá o significado as coisas e aos objetos. A psicopatologia, é o estudo da doença mental, suas causas, manifestações funcionais e estruturais. Dentro desse contexto há a semiologia Patológica que estuda os sintomas dos transtornos mentais, permitindo ao profissional da saúde, identificar alterações físicas, mentais, formular diagnósticos e outros. 
A Psicopatologia tem como seus precursores Esquirol (trazendo a escola francesa onde foca na descrição dos sintomas e tenta romper com o modelo dos pacientes aprisionados). E Griesinger (trazendo a escola alemã, se aprofundando na descrição dos sintomas acrescentando o processo de reinserção do paciente no contexto familiar). Tem grande parte de sua origem na tradição médica, desde o sec XVIII quando se observava os primeiros manifestos daquilo que fugia do padrão da “normalidade”. Na idade antiga já se observava várias formas de adoecimento; na idade média, no ocidente, a Igreja ditava quem eram os doentes mentais e quem eram os normais, inclusive associavam ao demônio, ao maligno; na idade moderna já se sustentava a ideia da segregação com mendigos, idosos abrigados nos asilos, e quando aparentando alguma anormalidade, nos manicômios; porém já na idade contemporânea o saber psicopatológico já vem sistematizado, com a busca do tratamento específico. 
Karl Jaspers que é um dos principais autores da psicopatologia moderna, coloca a mesma como uma ciência básica que serve de auxílio a psiquiatria e a psicologia clínica enfatizando a prática profissional. Ele frisa que o objeto de estudo é o homem todo em sua enfermidade, porém não se pode reduzir o ser humano a conceitos psicopatológicos somente. A ciência se estende a todo fenômeno psíquico, com conceitos, significados, comunicação, mudanças, intervenções deixando de ser um saber único e sim contínuo. Frisando que um ser humano não se resume somente a sua patologia. 
O estudo da doença ou transtorno se inicia pela observação cuidadosa de suas manifestações, e para isso é preciso definir, classificar, interpretar e ordenar o objeto observado. Dentro dessa ordenação abordaremos o DSM 5 mais a frente com alguns dos principais transtornos classificados, mas antes citaremos os principais campos da psicopatologia e definiremos o conceito de saúde e doença para melhor entendimento. Os principais campos são:
Descritiva (descreve as alterações e estrutura os sintomas) X Dinâmica (Foca na vivencia do sujeito e suas questões)
Médica (é biológica, mal funcionamento do cérebro) X Existencial (foca no modo particular de existência, ser humano histórico)
Comportamental cognitivista (conjunto de comportamentos e cognições disfuncionais reforçadas) X Psicanalítica (conflitos inconscientes, desejos e normas culturais)
Categorial (diagnósticos individualizados) X Dimensional (dificuldade de estabelecer fronteiras entre os diversos quadros patológicos)
Biológica (aspectos cerebrais) X Sociocultural (problemas sociais, estresses, conflitos familiares, desigualdades)
Operacional pragmática (modelo do CID e DSM) e fundamental (ênfase no sofrimento, fundamentos filosóficos)
A OMS define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença ou enfermidade. Porém há o questionamento, inclusive naquilo que se define como “doente” ou patológico. Fazer essa classificação, implica em muitos fatores uma vez que há uma carga de valores quando se define isso. Podendo existir discriminações, consequências legais, éticas, criminais já que essas classificações interferem diretamente na vida das pessoas.
Quando o indivíduo é declarado normal psicopatologicamente, ele é responsável por seus atos respondendo legalmente. Diferente daquele considerado “anormal”. Como exemplo citamos a Inimputabilidade onde na infração penal o agente não tem discernimento o suficiente sobre tal conduta e não responderá por seus atos excluindo assim a sua culpabilidade na maioria das vezes. Essa questão da normalidade é muito ampla e provoca muitos debates, dentro desse contexto há os critérios dessa normalidade na psicopatologia ao qual citamos aqui:
Normalidade como ausência de doença (O indivíduo não porta um transtorno definido)
Normalidade ideal (o que se considera sadio, evoluído)
Normalidade estatística (distribuição estatística como peso altura, quantidade de sintomas)
Normalidade como bem-estar (a definição da OMS completo estado de bem estar)
Normalidade Funcional (Considera o fenômeno quando se mostra disfuncional produzindo sofrimento)
Normalidade como processo (Considera os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psico-social)
Normalidade subjetiva (enfatiza a percepção subjetiva em relação ao estado de saúde do próprio indivíduo)
Normalidade como liberdade (Perda da liberdade existencial)
Normalidade operacional (define de fato o que é normal e o que é patológico) 
Principais alterações das funções Psicológicas
Principais alterações das funções Psicológicas Alterações do Juízo de Realidade é a análise feita a partir das ideias criadas de experiências, fazendo referência ao modo objetivo de como as coisas são. As alterações patológicas do juízo envolvem algumas ideias prevalentes (como por exemplo a ideia de estar gorda em uma paciente com anorexia) e os delírios. 
Cinco tipos básicos de vivências afetivas São 5 tipos básicos que podem ser compreendidos como vivencias afetivas, são eles: Humor, Emoções, Sentimentos, Afetos e Paixões. 
Humor: Humor é a forma como estamos no ‘AGORA’, a forma como está nosso estado emocional, ele pode ser trabalhado com estímulos externos (filmes, musicas, livros, palestras), ou em algumas situações também pode ser influenciado pelo interno, por exemplo os casos hormonais em mulheres. O Humor na maioria das vezes pode ser vivido no corpo, fisicamente perceptível em nossas relações.
 Emoções: A emoção é um estado afetivo de curta duração, uma reação nossa a sensações internas ou externas. Perceber os momentos em que eles estão acontecendo-nos dá a oportunidade de adquirir experiências, assim podemos compreender as emoções que afetam nossas reações físicas, ou seja, nosso corpo sentindo a emoção (Diarreia, paralisias, molezas, desmaios, desorientações, dores e etc.).
 Sentimentos: Se a emoção é um estado afetivo de curta duração, os sentimentos são o contrário, portanto de longa duração. A intensidade é sua principal característica, assim construímos nossos sentimentos de forma mental e menos física, e são a partir dos sentimentos gerados pelos fatos e pessoas em nossa vida, que vamos estruturando nossos comportamentos. 
Afetos: Os afetos podemos dizer que são o “tempero” das emoções e sentimentos. Quando a gente fala uma ideia ou expõe um pensamento e com ele conseguimos traduzir em ações ou atitudes, são nestes momentos que estamos dando vida a tudo aquilo que falamos, assim nasce o AFETO! Ele é qualidade, cor, cheiro, som, ele é o “impulso” do discurso e de nossas crenças. 
Paixão: “Intensidade”, assim podemos definir a “paixão”. Ela domina nossa atividade mental, por isso perdemos o interesse para outros estímulos quando estamos apaixonados. Assim passamos a obter apenas o foco em uma determinada direção, chegando até a perder a lógica. Nestes casos vale ressaltar que a afetividade é AMORAL, não existe bem ou mal, as consequências destas experiências é que vão coloca-las neste tipo de julgamento. 
Atos patológicos: patológico é um adjetivo que se refere àquilo que está relacionado com uma patologia. É o termo, que designa o conjunto dos sintomas que se associam a uma certa doença, é estudada essa doença, com a finalidade tanto de compreender sua causa como aplicar o conhecimento do estudo ao tratamento do paciente.
SÍNDROME
 É a condição clínica caracterizada pela reunião de sintomas ou sinais ligados a mais de umacausa. As síndromes podem ter origens diversas, e por isso, pode ser difícil fechar um diagnóstico sobre as causas desse quadro vulnerável.
TRASNTORNO
 O transtorno mental é uma disfunção da atividade cerebral que pode afetar o humor, o comportamento, o raciocínio, a forma de aprendizado e maneira de se comunicar de um indivíduo.
PATOLOGIA
Etmologicamente significa ESTUDO DAS DOENÇAS. Descreve as alterações anatômicas e funcionais causadas pelas doenças.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é um processo complexo do pensamento humano para discernir em meio a dados, hipóteses e possibilidades e, na maioria das ve- zes, não redutível a simplificações.
O psicodiagnóstico para CUNHA (2000), deve partir de um levantamento de hipóteses a serem confirmadas ou refutadas, através de um processo pré-determinado e objetivos específicos. O processo estabelece um plano de avaliação, num tempo previamente contratado entre paciente ou responsável e o psicólogo.
NOSOLOGIA
Refere-se ao diagnóstico de sinais e sintomas das doenças. Significa dizer que não é admissível que um profissional da área de saúde trate um paciente, de forma segura e digna, sem saber ou mesmo identificar os sinais e sintomas das patologias.
NOSOGRAFIA
De acordo com Laurenti (1991) a nosografia tenta traduzir e possibilitar nossa compreensão sobre as causas, sobre a patogênese e sobre a natureza da doença e, é o arcabouço conceitual para o conhecimento sobre os problemas de saúde, fornecendo as bases para o planejamento e a avaliação.
PSICODIAGNÓSTICO
Processo cientifico que é limitado no tempo, utilizando testes e técnicas psicológicas em nível individual ou não para entender aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso e comunicar os resultados, na base dos quais são propostas as soluções. (CUNHA, 2003, p. 23).
CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA MENTAL
 Transtornos NEUROCOGNITIVOS: Parkinson, Alzheimer ou outras demências.
 Transtornos do NEURODESENVOLVIMENTO: autismo, déficit de atenção (TDAH)
 Transtornos PSICÓTICOS: esquizofrenia, transtorno delirante.
 Transtornos ANSIOSOS: fobias, Síndrome do Pânico, ansiedade generalizada.
ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
As alterações do nível ou grau da consciência ocorrem como resultado do entorpecimento do cérebro , causado por medicamentos, drogas, condições fisiológicas alteradas ou doenças, e varia da lucidez plena ao coma profundo, passando pelos estágios conhecidos como obnubilação, torpor e coma superficial.
As alterações da consciência clínica são: Normal, Torpor, Turvação, Obnubilação, Coma I ou coma Vigil, Coma II, Coma III e Coma IV. Esses graus de alteração de consciência clínica representam uma ordem de afunilamento onde o comprometimento é agravado a cada estado.
ATENÇÃO
A atenção é a capacidade de focalizar a atividade psíquica sobre um ou alguns dos vários estímulos que estão presentes em um determinado local. São recrutadas simultaneamente áreas límbicas, corticais e reticulares do encéfalo. Pode ser dividida em atenção espontânea ou vigilância e atenção voluntária ou tenacidade.
DISTÚRBIOS
O distúrbio é uma alteração nas condições físicas ou mentais do indivíduo que afeta o funcionamento de algo em sua rotina, e geralmente tem origem de fácil identificação. Essa perturbação pode interromper ou afetar o desenvolvimento neurológico, o hábito alimentar, a interação social e anormalidades físicas.
PRINCIPAIS TRANSTORNO DA ATUALIDADE 
O que é um Transtorno Mental? Os transtornos mentais são disfunções da nossa atividade cerebral que podem afetar o nosso humor, comportamento, raciocínio e até mesmo a forma de aprendizado e maneira de nos comunicarmos 
Como identificar um Transtorno Mental: Mudanças de humor repentinas; Mudanças no comportamento; Dificuldade em se concentrar; Dificuldade em raciocinar; Problemas em expressar ideias; Dificuldade em conviver com outras pessoas; Entre outros.
ALGUNS TRANSTORNO DA ATUALIDADE 
A ansiedade é caracterizada pela sensação de desconforto, tensão, medo ou mau pressentimento que são provocados pela antecipação de perigo ou algo desconhecido. Pode afetar a vida social e emocional do indivíduo e provocar sintomas como: tremores, falta de ar, palpitações, sensação de sufocamento, suor frio e etc. 
A depressão é um transtorno psicológico que causa tristeza persistente e impede a realização das tarefas diárias; é definida por ser um estado de humor deprimido que pode persistir por muito tempo. É também acompanhada por sintomas como: apatia, insônia, irritabilidade, falta de energia, ganho ou perda de peso e etc
.   
Anorexia Nervosa e Bulimia são alguns dos transtornos alimentares mais comuns. A anorexia é caracterizada pela perda de peso intencional, provocada pela recusa de alimentação, distorção da própria imagem e medo de engordar. A bulimia consiste em comer grandes quantidades de comida e logo depois eliminar as calorias de formas prejudiciais para o corpo.
Transtorno Bipolar provoca grandes mudanças de humor, dificuldades na comunicação e socialização. Pode oscilar em estados de depressão para impulsividades e excesso de extroversão. 
Transtorno Obsessivo-compulsivo é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos recorrentes e desagradáveis (obsessões) e comportamentos repetitivos ritualizados (compulsões como por exemplo; Pessoas que possuem TOC, podem ter obsessões por lavar as mãos, limpeza, necessidade de simetria e etc. 
Esquizofrenia é um transtorno psicótico que provoca distúrbios no pensamento, percepção, vontade, atividades sociais e linguagem das pessoas. A esquizofrenia é caracterizada por pensamentos ou experiências que parecem não ter contato com a realidade, fala ou comportamento desorganizado e participação reduzida nas atividades cotidianas.
O estresse pós-traumático é marcado pela ansiedade que surge após uma situação traumática. A pessoa afetada revive persistentemente o ocorrido com recordações, e apresenta grande sofrimento psicológico.
O Transtorno de personalidade Borderline é caracterizado por um padrão de emoções instáveis nos relacionamentos e comportamento em geral. A pessoa com borderline pode ir de uma imensa euforia a um sentimento intenso de raiva, depressão ou ansiedade. 
Não é possível definir uma só causa para esse tipo de distúrbio. Há várias situações que podem acabar desencadeando algum distúrbio mental, como:
Fatores Psicossociais: situações de estresse; vida familiar; ambiente escolar e outros.
Genéticos: ligados aos transtornos mentais relacionados ao histórico familiar do indivíduo.
Ambientais: relacionados a problemas enfrentados na comunidade (violência urbana) e tipos de possíveis abusos (físico, psicológico e sexual).
Biológicos: situações de anormalidades do sistema nervoso central.
O Transtorno mental comum (TMC) é caracterizado por sintomas depressivos, estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de memória e concentração e queixas somáticas. Manifesta-se como uma mistura de sintomas somáticos, ansiosos e depressivos. O diagnóstico precoce e correto desse transtorno é fundamental para evitar prejuízos físicos e psicológicos ao indivíduo e ônus ao sistema de saúde.