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Pré História e Arqueologia do Rio Grande do Sul

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Universidade Luterana do Brasil 
Licenciatura em História 
Eixo/ Disciplina: PRÉ HISTÓRIA
Profª Drª Gislene Monticelli 
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Palco da chegada ...
Há aproximadamente 12 mil anos (antes do presente) a.P chegava ao fim a ultima glaciação e o planeta entrava no Período Holoceno. O clima frio e ceco foi substituído pelo aumento da temperatura 
A partir dos últimos seis mil anos ocorre o período que chamamos de ótimo climático, O clima frio e ceco foi substituído pelo aumento da temperatura e consequentemente com maior pluviosidade, provocando a subida dos níveis marinhos em média 3 metros 
Há 3 mil anos a.P inicia-se um novo período frio e seco, estabilizando nos parâmetros atuais e provocando uma nova regressão marinha . 
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 O inicio do povoamento de nosso estado foi realizado por grupos de caçadores e coletores , por volta de 12 mil anos a.P na transição do período Pleistoceno e Holonoceno. 
Esses grupos tiveram como via de penetração o sul do nosso estado na divisa com a Argentina e Uruguai. Eram pequenos grupos que acampavam na margens de córregos e rios do Pampa .
É importante ressaltar que estes primeiros habitantes chegam em um período onde a megafauna está presente em nosso estado portanto este grupo tem contato com esses animais.
 Sítios Arqueológicos mais antigos do Rio Grande do Sul
A primeira onda migratória ...
 
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A partir do Holoceno diversas mudanças no meio ambiente de nosso estado possibilitam a diferenciação de três paisagens distintas e a classificação dos grupos : o pampa abrigava os ‘’caçadores de paisagens abertas’’, o planalto “povos das florestas” e o litoral os sambaquis. 
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Caçadores e coletores de paisagens abertas – Tradição Umbu
Os artefatos líticos característicos dessa tradição são pequenas pontas de projéteis, utilizadas como pontas de flecha que apresentam um gume serrilhado;
Outras manifestações culturais são as gravuras rupestres encontradas ao longo da encosta do Planalto Meridional e as bolas de boleadeiras.
Esse grupo tinha uma dieta bastante variada, caçando: capivaras, emas, veados campeiros, ratões do banhado, tatus e aves, coletavam moluscos e pescavam nos rios.
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Sítios da Tradição Umbu datados por radiocarbono no Rio Grande do Sul 
Dados Extraídos de OLIVEIRA , 2015 apud NOELLI, 2000
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Caçadores e coletores “povos das florestas” – Tradição Humaitá
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Sítios Arqueológicos: a parti de 6 mil anos a.P começa haver ocorrências nas margens dos principais rios das bacias dos rios Uruguai, Jacuí e Paraná e seus afluentes.
Período: ótimo climático, ou seja, clima mais quente e mais úmido, com avanços das correntes quentes, etc, causaram reflexos na relação dos caçadores e coletores com o meio ambiente, pois fez com que ocorresse maior fornecimento de madeira para flechas e abrigos com a expansão das florestas(araucária).
O traço característico: instrumentos próprios para o trabalho em madeira, sendo os Machado Bifaciais escolhidos como fóssil-diretor desta tradição.
Tradição com persistência aproximadamente por seis mil anos, sendo encontrada em sítios localizados nas regiões de grande altitudes do Planalto Meridional. 
 
Artefatos líticos da tradição Humaitá
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Caçadores e coletores- Sambaquis 
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Os sambaquis são acúmulos de conchas, ossos de peixes e outros resíduos de atividade humana, resultantes da ocupação do litoral marítimo por bandos especializados em sua exploração.
Os alimentos disponíveis em grande quantidade durante o ano todo são moluscos, crustáceos, peixes do mar que entram nas águas salobras para desovar ou crescer; temos ainda a caça de mamíferos nas áreas vizinhas dos corpos de água e na encosta do planalto ou da Serra do Mar; as numerosas aves marinhas; e os frutos de variadas palmeiras e árvores de restinga e da Floresta Atlântica. O litoral lagunar foi, durante os milênios anteriores à introdução da agricultura, o ambiente que mais recursos e mais estáveis ofereceu ao homem.
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Fragmentos de sua cultura: Pesos de linha para anzóis(polidos em osso), pesos de redes, fogueiras utilização de termóforas (pedras colocas em recipientes, para cozinhar alimentos ou abrir carapaças de moluscos).
Os Cerritos são aterros artificiais facilmente reconhecidos pelos pesquisadores. Além de representarem elevações na paisagem plana do pampa, também apresentam um vegetação mais frondosa, devido à grande quantidade de matéria orgânica de que são feitos.
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Mapa 01 : Áreas arqueológicas do Sul do Brasil datadas entre 4.000 anos a.C. e 500 anos d.C.: tradições Umbu, Humaitá e sambaquis.
Fonte : SCHIMITZ, 2006 pág. 29 
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A segunda onda migratória (horticultores e ceramistas)
Esses grupos são classificados em três tradições de acordo com a característica das cerâmicas que possuem.
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Por volta de 2000 anos atrás, começa a chegar a segunda onda populacional, formada por dois grupos vindos do norte e noroeste divisa com Santa Catarina . 
Com origens geográficas distintas – da Amazônia e do Planalto Brasileiro e falantes das línguas Guarani e Jê respectivamente . Esses povos, já conhecem horticultura, domesticação de animais e dominavam a técnica de confecção de cerâmica, com o tempo essas inovações foram introduzidas na cultura dos povos que já se encontravam em nosso estado. 
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Caçadores- pescadores – ceramistas das zonas pampeanas – Tradição Vieira 
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Viviam da caça, da coleta e da pesca, utilizando como equipamento boleadeiras, lanças,. Mudanças significativas parecem ter ocorrido nos últimos 2.000 anos, provocadas provavelmente pela presença, cada vez mais intensa, de grupos horticultores-ceramistas que começaram a se estabelecer na região
A produção de cerâmica na Tradição vieira não é tão intensa como em outros grupos da região, os recipientes são pequenos e sem acabamento.
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Sítios da Tradição Vieira datados por radiocarbono no Rio Grande do Sul 
Dados Extraídos de OLIVEIRA , 2015 apud NOELLI, 2000
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Horticultores da Floresta Subtropical- Tradição Tupi Guarani 
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Os guaranis geralmente instalados em clareiras em meio à floresta subtropical, próximas a fontes de água e sobre colinas situadas junto às várzeas férteis dos rios.
 Alimentavam-se de peixes e moluscos que complementavam a caça.
 Coletavam vegetais, principalmente raízes, frutos e folhas comestíveis.
 Plantavam milho, mandioca, feijão, abóbora e batata.
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 Teciam o algodão, plantavam fumo e porongos para servir de recipientes.
 Sua cultura material bastante diversificada. O ambiente supria as necessidades do grupo : argila para a produção de cerâmica, Rochas para a elaboração de implementos
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Horticultores-ceramistas do Planalto Meridional-Tradição Taquara
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Cerâmica: Recipientes são pequenos e compostos de tigelas basicamente abertas e potes cilíndricos, que aproxima dos demais grupos Jê, paredes internas e externas alisadas (nem sempre).
Contemporâneos dos Guarani, com contato durante 2 mil anos, podendo haver miscigenação, sendo conhecidos como: “guaranizados”. Outros evitaram o contato, historicamente ficaram conhecidos como Guaianás(XVII e XVIII);Coroados ou Botocudos(XIX); e Kaikang ou Xokleng(XX).
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Sítios da Tradição Taquara 
Fonte COPÉ, 2006 (apud SCHMITZ, 1991 : 97).
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Terceira onda migratória
 Os Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai deram origem aos atuais municípios gaúchos e suas ruínas remanescentes são importantes provas da nossa riqueza histórica como as ruínas de São Miguel, consideradas Patrimônios da Humanidade pela Unesco.
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Quando os primeiros europeus percorreram o litoral gaúcho e aventuraram-se pelo Rio da Prata encontraram populações Guarani e, graças a eles muitas vezes, obtiveram o que comer. 
Os Guarani, a partir do século XVII, foram incorporados às reduções jesuíticas, colocando sua habilidade artesanal a serviço da arte barroca. Reconhecidos pela sua grande capacidade
de manejo e grandes construções populacionais eram alvo de constantes investidas dos bandeirantes paulistas.
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Referências Bibliográficas 
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-COPÉ, Sílvia Moehlecke, LES GRANDS CONSTRUCTEURS PRECOLONIAUX DU PLATEAU DU SUD DU BRESIL : ETUDE DE PAYSAGES ARCHEOLOGIQUES A BOM JESUS, RIO GRANDE DO SUL, BRESIL Tese de Doutorado em Arqueologia UNIVERSIDADE DE PARIS , 2006.
_____________________ 12 mil anos Arqueologia e Pré História do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre: UFRGS, 2011.
 
OLIVEIRA, Lizete D. et. Al. Etnoconhecimento e saúde dos povos indígenas do Rio Grande do Sul ULBRA, 2005.
-KERN, Arno A... et Al. Arqueologia Pré Histórica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1991.
-SCHMITZ, Pedro Ignácio (ORG.) Arqueologia do Rio Grande do Sul São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas –UNISINOS , 2006. 
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